A História da Grecia

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UNIJU-Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DCS-Departamento de Cincias Sociais PROFESSOR-Dejalma Cremonese ACADMICA- Ana Paula Blau COMPONENTE CURRICULAR-Teoria do Estado 2 SEMESTRE DEZEMBRO ,2004

HISTRIA DA GRCIAINTRODUONenhuma civilizao da antigidade se apresenta de modo to fascinante e atraente como a civilizao grega. O povo que a produziu, conquista nossa simpatia por seus excepcionais dotes fsicos e intelectuais impressos eternamente nas suas manifestaes literrias, filosficas, artsticas e polticas. Cultor da razo, apreciador da beleza, amante da liberdade, eis alguns traos apontados como caractersticas do povo helnico.

CAP IAS FONTESPodemos classificar os meios que nos levam ao conhecimento do passado grego em fontes epigrficas, numismticas, papirolgicas, literrias e arqueolgicas.

EPIGRAFIAAs numerosissmas inscries gregas referem-se a atos pblicos (tratados de paz, de aliana, de comrcio, leis, listas de magistratos, de despesas, etc...), atos privados (compra e venda, manumisses, locaes, doaes, testamentos ) , assuntos religiosos (listas de sacerdotes, rituais, administrao de templos, etc...) , homenagem a mortos (existem epitfios longos escritos em estilo declamatrio ) homenagem a vivos (so testemunhos de reconhecimento de cidades ou associaes a determinado personagem a quem se conferem honras e privilgios ). Todas essas inscries constituem inesgotvel fonte de conhecimento da Antigidade Clssica. .

LITERATURAO imenso acervo da literatura grega constitui fonte para o conhecimento da Histria Antiga da Grcia. Poetas, dramaturgos, comedigrafos, filsofos, oradores e sobretudo historiadores deixaram maior ou menor contribuio para a reconstituio cientfica do passado helnico.

ARQUEOLOGIAO historiador George Grote escreveu no prefcio de sua monumental HISTORY OF GRECCE publicada em 1846, as seguintes palavras: Inicio a verdadeira Histria da Grcia com a primeira Olimpada de que se tem conhecimento, ou seja, no ano 776 AC ...Pois a verdade que os anais histricos propriamente ditos no comeam seno depois dessa data. Dois estudiosos das antigidades helnicas, Henrique Schliemann e Arthur Evans, haveriam de , muitos anos mais tarde, provar que a rbita da Histria Grega era muito mais extensa do que imaginava Grote. Algumas das datas importantes da arqueologia Grega: 1870- Escavaes da Schliemann; 1875-Escavaes alemes em Olmpia; 1891-Escavaes francesas em Creta; 1907-Escavaes inglesas em Esparta;

NUMISMTICAAs colees de moedas gregas se encontram espalhadas entre particulares e museus. A consulta paciente catlogos especializados constitui o principal meio ao alcance dos interessados em aprofundar o estudo da Histria Grega atravs da contribuio da numismtica. As moedas gregas mais perfeitas foram produzidas entre os anos 415 e 280 AC.

PAPIROLOGIAA papirologia adquiriu importncia como cincia auxiliar da Histria no decorrer do sc xix. O primeiro papiro literrio grego que se encontrou foi uma parte manuscrita da Ilada.

CAP IIO QUADRO GEOGRFICO A GRCIA ANTIGADescrio-Limitada ao noroeste pela Albnia, ao norte pela Iugoslvia e Bulgria, ao nordeste pela Turquia , a leste pelo Mar Egeu, ao sul pelo Mediterrneo, e a oeste pelo Mar Jnio, a Grcia continental moderna , extremidade sul da pennsula balcnica, possui uma superfcie bem mais extensa que as dos tempos clssicos. Paisagem, clima e recursos naturais-Macios montanhosos, pequenas plancies cortadas por cursos d gua, profunda penetrao do mar nas reentrncias litorneas, eis, em poucas palavras, o aspecto que nos oferece uma carta geogrfica da Grcia. O clima reinante desde o litoral da sia Menor at as costas da Siclia e da Itlia apresenta uma notvel umidade. As variaes so muito acentuadas: de estao a estao muda a temperatura, mas, mais ainda, o regime de ventos e de chuvas. Por tudo isso, compreende-se a pouca produtividade da agricultura grega: poucos cereais, legumes, oliveiras, figueiras, e parreiras, eis alguns dos principais produtos da terra. No sc V a madeira j era rara em Atenas. Alm de ursos, podemos enumerar entre as feras , existentes na Grcia Antiga , a pantera e os lobos. Entre as minas de metais preciosos citemos o laurism que durante muito tempo supriu Atenas com prata.

CAP IIIGRCIA ARCAICA E CLSSICA-A fase arcaica caracteriza-se pelos seguintes acontecimentos: a) A formao da cidade grega; b) A segunda expanso colonizadora; c)Florescimento da civilizao grega na sia Menor; d)Influncia orientais na religio grega; e)Estreitas relaes entre Grcia Europia e a Grcia Asitica; -A Idade Clssica da Histria Grega caracteriza-se, entre outros , pelos seguintes acontecimentos: a)O grave conflito com o Imprio Persa; b)O brilho da civilizao Ateniense na poca de Pricles; c)A triste guerra do Peloponeso; d)A interferncia macednica e as conquistas de Alexandre;

OS TEMPOS HOMRICOSOs chamados tempos homricos se situam cronologicamente em poca anterior arcaica. Os palcios homricos lembram os palcios revelados pelas runas de Micenas e de Tirinto; os objetos descritos assemelhan-se aos encontrados nas escavaes arqueolgicas. Como os micenianos, os heris homricos combatem com lanas, espadas, arcos e carros. Evoluo poltico-social-Os helenos, agrupados outrora em cls , unidades independentes em que predominam os interesses coletivos, passam a integrar a plis (cidade grega, cidade estado) . Politicamente, os gregos evoluram de um regime patriarcal para um regime oligrquico.Assim nasceu uma espcie de feudalidade em que os senhores designados todos sob os nomes genricos de reis e de prncipes , formavam uma hierarquia de suseranos e vassalos. Evoluo econmica - Os helenos viviam , primitivamente, do pastoreio. A fundao das cidades teve como resultado a evoluo do pastoreio para a agricultura . A indstria comea a renascer. O comrcio, muito mais que a indstria, assumiu grandes propores. Evoluo religiosa- Nos tempos homricos as divindades da religio antiga, distantes e misteriosas, humanizaram-se e tornaram-se conhecidas.

HISTRIA POLTICA DOS GREGOS AT A MORTE DE ALEXANDREHistria de Esparta- Esparta, a cidade drica, caracteriza-se pelo totalitarismo de suas concepes polticas, as quais se subordinam suas instituies, sua maneira de viver, sua literatura, suas artes. As leis eram desumanas, a vida privada era inteiramente regulada pelos interesses exagerados do Estado. Histria de Atenas- Atenas, a cidade jnica, o campo aberto para o desenvolvimento das liberdades individuais : o Estado existe para o cidado. As instituies se adaptam novas circunstncias, evoluindo constantemente num sentido democrtico.

ESPARTA A GRAVIDADE DRICA QUE, DE BOM GRADO, SE CERCA DE MISTRIO. ATENAS O SORISSO JNICO, GRACIOSO E CLARO. ADMIRA-SE ESPARTA; AMA-SE ATENAS.

CAP IVPOCA HELENSTICA VISO GERALHelenismo- perodo da histria que se inicia com a morte de Alexandre Magno (323)e se estende at o ano de 146 aC. Os grandes chefes macednicos reunidos em Babilnia logo aps a morte do jovem monarca Alexandre , decidiram que Filipe Anideu, irmo de Alexandre por parte de pai, embora dbil mental, fosse proclamado rei.

OS ANTIGNIDASA Histria da Grcia no sc XX ac tem os seguintes traos caractersticos: 1) Decadncia de cidades como Esparta e Atenas; 2) Lutas de carter poltico e social nas cidades; 3) Ascenso poltica de certas regies como Etlia e a Acaia; 4) Atuao do imperialismo Macednico representado pela dinastia dos Antignidas;

CAP VESTRUTURA POLTICO- SOCIALA Estrutura poltico-social na Antigidade Grega encara dificuldades oriundas da amplido do prprio tema. A principal dessas dificuldades a variedade de aspectos que a dita estrutura apresenta no tempo e no espao.

A LIBERDADE POLTICAA Liberdade poltica, foi, pois, para os gregos um ideal de vida. A liberdade poltica representou na Grcia uma conquista laboriosa e progressiva. Nos poemas homricos encontramos dominadores os grandes senhores, reis e chefes que concentram em suas mos a riqueza e o poder.

AS IDIAS POLTICAS DOS PENSADORES GREGOSNo encontramos, evidentemente, em Homero, digresses sobre teorias polticas.Contudo a Ilada e a Odissia mostram-nos quatro exemplos de organizao poltica: o reino de taca, o reino legendrio de Squria, a cidade de Tria e a autoridade de Agamenon.

CAP VIA ESCRAVIDONa Grcia , no tempo e no espao , a escravido reveste formas diversas quanto origem , quanto situao jurdica e situao de fato dos escravos. Aristteles sublinha que h pouca diferena entre o servio que nos prestam os animais domsticos e os escravos, pois ambos nos so teis para sua fora corporal. Os escravos so instrumentos vivos que devem usar da razo para conhecer a razo do seu amo. Aristteles, entretanto, acentua que o patro , embora no tenha para com o escravo deveres de justia e de amizade, deve evitar abusos de autoridade e maus tratos. Note-se que o grande filsofo concedeu, em seu testamento, liberdade para os escravos que tivera a seu servio.

CAUSAS GERAIS DA ESCRAVIDONo perodo clssico encontramos trs fontes de escravido: a guerra, o nascimento e a condenao em julgamento. No sc. V a talassocracia ateniense havia praticamente exterminado os ladres do mar, pondo fim pirataria como fonte de escravido. As guerras, entretanto, continuavam alimentando com abundncia o mercado de escravos . Essas guerras causavam a escravido dos prprios helenos . O nascimento constitua tambm fonte de escravido . Mas os escravos nascidos em casa no eram os mais numerosos. Na Grcia , com exceo da tica aps a legislao de Slon, o pai podia vender seus filhos como escravos.

O ESCRAVO NA FAMLIA E NA SOCIEDADENos tempos homricos , a escravido no havia alcanado grande desenvolvimento. Nos primeiros empregavam-se de preferncia as mulheres que moem os gros , fiam, tecem, costuram, bordam e prestam outros servios s suas patroas. Aos escravos do sexo masculino so distribudos, via de regra, afazeres mais rudes como o amanho da terra e o pastoreio do gado

CAP VIIASPECTOS DA VIDA COTIDIANA A FAMLIAO matrimnio no podia, via de regra, ser outra coisa que um arranjo pouco romntico preparado em geral pelos pais ou parentes prximos da noiva. possvel e at provvel que as jovens fossem, as vezes , consultadas sobre seus futuros esposos. Apesar do carter prosaico dos entendimentos pr- nupciais, a futura vida conjugal podia bem propiciar o desenvolvimento de um verdadeiro e slido amor entre marido e mulher.

TOILETTE, VESTURIO E ALIMENTAOOs gregos apreciavam a higiene do corpo e procuravam mant-la com cuidados especiais, entre os quais figuravam os banhos e os exerccios fsicos. Scrates, mesmo em idade avanada , no descurava a ginstica para reduzir seu ventre que havia ultrapassado a justa medida. A primeira pea do vesturio grego o quton. Este foi usado pelos atenienses at a poca das guerras prsicas. Depois, sob um regime de igualdade que nivelava as classes, o vesturio do homem tornava-se fatalmente de uma simplicidade democrtica. Os trabalhadores livres no se distinguiam mais dos escravos e a diferena de fortuna s era reconhecvel para um sinal: as pessoas ricas usavam vestes brancas; as demais , em razo de economia , vestes escuras. Os gregos apreciavam muito o banquete , e o realizavam com freqncia sempre que se desse um acontecimento digno. A refeio abrangia a primeira e a segunda mesa. Na primeira serviam carne de boi, de peixe, de carneiro, de aves, e legumes. Na segunda trazen-se doces e frutas: figos secos,amndoas, nozes, mas, pras, melancias, uvas e, em seguida, queijo, pastis com papoila e mel.

TEATRO E JOGOSO teatro e os estdios eram monumentos caractersticos de toda a cidade grega de maior importncia. O teatro grego nasceu da religio. As representaes se realizavam no santurio . As trs grandes datas dos festivais dramticos eram as Dionsias maiores (fim de maro ), as Dionsias menores (em dezembro ) e as Lenias (em janeiro ). Um dos aspectos mais interessantes da civilizao grega , se dvida, a prtica do atletismo. 1) Jogos Olmpicos- realizavam-se em Olmpia , em honra de Zeus. 2) Jogos Pticos - celebravam-se em Delfos, em comemorao da vitria de Aplo sobre a serpente Pito. 3) Jogos Nemeus - realizados em Nemia, em homenagem a Hrcules. 4) Jogos stmicos - efetuados nas proximidades de Corinto, em homenagem ao heri :Melikertes, substitudo posteriormente por Posedon. _-Os jogos olmpicos realizavam-se de quatro em quatro anos, numa poca que variava entre o fim de julho e o incio de setembro.

CAP V IIIA EDUCAOA lei de Clstenes sobre o ostracionismo uma prova de que , na poca , a grande maioria dos atenienses sabia ler e escrever. Aristteles (poltica) observava que a educao dependia da constituio das cidades. Homero foi o educador da Grcia . A educao grega olhava para ao alto:Ser sempre o melhor e manter-se superior aos outros . Scrates- A educao sofista ameaava , por seu antilogismo, conduzir a mocidade a um verdadeiro amoralismo.

CAP IXA LITERATURAO estudo de conjunto das obras de Literatura Clssica Grega permite apontar , entre outros, os seguintes traos caractersticos gerais: .... Originalidade

....Universalidade.... Simplicidade .... Forma elevada .... Beleza .... Veracidade O grego uma lngua indo-europia. Chama-se indo -europeu um idioma extinto falado por um povo desconhecido em uma poca que no podemos precisar e numa religio que se supe corresponder s plancies da Rssia Meridional.

POESIAEntre os poetas do perodo destacam-se: Calmaco, Apolnio de Rodes, Arato, Tecrito, e Herondas. *CALMACO- deixou inmeras obras em grande parte perdidas. Possumos os HINOS e os EPIGRAMAS . *APOLNIO DE RODES- escreveu as ARGONUTICAS, cujo tema a antiga ilha do Velocismo de Ouro. *ARATO- poeta didtico . Patenteou sua erudio em dois poemas : .. FENMENOS e PROGNSTICOS . O primeiro resume a astronomia de seu tempo . O segundo expe a meteorologia popular . *TECRITO- das obras de Tecrito que , em geral , so consideradas autnticas , temos : .... IDLIOS PASTORAIS .... MIMOS DRAMTICOS .... CONTOS PICOS

CAP XA FILOSOFIAAs grandes teses debatidas nas diferentes correntes filosficas gregas tiveram uma repercusso atravs de toda a Histria do Pensamento Ocidental . Nenhum grande filsofo contemporneo pode dispensar pura e simplesmente o tesouro de idias que as obras dos pensadores helnicos encerra . Scrates, Plato, Aristteles e muitos outros possuem , ainda hoje, em numerosos aspectos de sua filosofia um saber de impressionante atualidade. Basta lembrar a imensa contribuio do pensamento Aristotlico para a elaborao de mais profunda corrente filosfica crist : o tomismo .

CAP XIAS CINCIASAlm da contribuio para a formao de um vocabulrio tcnico , a Grcia Antiga est presente na cincia moderna com os princpios fundamentais formulados por seus matemticos . Os matemticos gregos fundaram os alicerces da trigonometria e do clculo , principiaram e terminaram o estudo de seces cnicas e elevaram a geometria tridimensional a tanta perfeio , que at ao advento de Descartes e Pascal essa cincia permaneceu como eles a haviam deixado .

CAP XIIAS ARTESApesar do arrojo da Arquitetura Moderna que dispe de meios materiais desconhecidos na Antigidade , os quais facilitam a realizao de magnficas construes em que o simples , o leve e o funcional se aliam harmonicamente , encontramos ainda hoje , e em notvel quantidade a presena inspiradora das linhas arquitetnicas da Grcia Clssica com suas colunatas de sbria majestade e com seus capitis caractersticos . As esttuas gregas continuam objetos de admirao e de inspirao , principalmente para aqueles que procuram na escultura a expresso do belo humano por meio de materiais como o mrmore , o bronze , etc...

CARACTERISTICAS DA ARTE GREGA.... Liberdade .... Equilbrio .... Naturalismo .... Alegria .... Originalidade .... Beleza .... Harmonia .... Companheirismo

CAP XIIIA RELIGIOA religio da Grcia Antiga apresenta uma longa evoluo e conseqentemente uma notvel multiplicidade de aspectos . Os elementos bsicos que contriburam para a formao do quadro religioso na Grcia so : 1) Elementos religiosos indo-europeus importados para a pennsula no decorrer das diferentes migraes . Os invasores indo- europeus da pennsula rendiam culto a pedras , a rvores e a animais. 2) Elementos pr-helnicos , principalmente creto - micenianos . 3) Elementos Orientais.

O CULTOMais que um conjunto de crenas , a religio grega era um conjunto de prticas rituais . O nascimento , o casamento e os funerais davam oportunidade prtica do culto particular que inclua conforme a ocasio , sacrifcios , libaes de vinho , de mel e de leite , alimentos , gua lustral, etc... O culto pblico da cidade se processava em lugares especialmente escolhidos para essa finalidade , tais como bosques sagrados , templos , montanhas. Os magistrados eram os sacerdotes oficiais do cidade .

GIORDANI, Mario Curtis. Histria da Grcia. Vozes, 6 edio. Petrpolis 1998.