A Hipótsese de Louis de Broglie
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7/24/2019 A Hiptsese de Louis de Broglie
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Grupo de Ensino de Fsica da Universidade Federal de Santa Maria
O Eltron como Onda
Em 1924, de Broglie sugeriu a hiptese de que os eltrons poderiamapresentar propriedades ondulatrias alm das suas propriedades corpusculares jbem conhecidas. Esta hiptese se justificava por uma questo de simetria, j que aradiao eletromagntica apresentava, em certos fenmenos, propriedadesondulatrias e, em outros fenmenos, propriedades corpusculares. Se a hiptese dede Broglie fosse verdadeira, experimentos de interferncia e difrao poderiam serrealizados com eltrons. Em 1927, Davisson e Germer mostraram experimentalmenteque a intensidade de um feixe de eltrons espalhados apresentava o padro demximos e mnimos tpico do fenmeno da difrao.
Difrao de Bragg
Numa rede cristalina, os tomos esto regularmente espaados a distncias da
ordem de 1010m (Fig.1). Esses tomos podem servir de centros espalhadores para
raios x e raios , que so radiaes eletromagnticas com comprimentos de onda da
mesma ordem de grandeza dessas distncias.
Quando um cristal atravessado por raios x ou raios , os raios espalhadostm um padro de intensidade que depende da interferncia das ondas espalhadasem cada tomo do cristal e de um fator caracterstico dos tomos. Num cristal formadopor vrios tipos de tomos, cada tipo contribui diferentemente para o espalhamento.
Para concretizar a discusso, vamos considerar um cristal cbico formado portomos de um nico tipo e com um tomo em cada vrtice da estrutura cristalina(Fig.2). Nesta figura, representamos a interseo do cristal com o plano da pgina. Os
tomos da estrutura cristalina definem uma srie de conjuntos de planos paralelosigualmente espaados. Na Fig.2, representamos apenas trs conjuntos de planos.
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Agora, consideremos uma onda plana, de comprimento de onda , incidentesobre um conjunto de planos paralelos separados de uma distncia d (Fig.3). Nestafigura, representamos os raios incidentes R1 e R2, associados onda plana emquesto, os planos AA e BB, pertencentes ao conjunto de planos considerados, e o
ngulo entre cada raio da onda plana e cada plano do conjunto considerado.
As ondas espalhadas interferem construtivamente, produzindo um mximo deintensidade na direo dos raios difratados R1 e R2, desde que sua diferena depercurso seja igual a um nmero inteiro de comprimentos de onda:
2d sen = n ( n = 1, 2, 3, ... )
Esta a expresso matemtica da lei de Bragg. Os valores de n esto
limitados pela condio sen 1.
Embora o argumento tenha sido levado a cabo com os planos AA e BB, todosos outros planos do conjunto de planos paralelos considerado tambm contribuem,dando lugar a um mximo muito intenso.
Para radiaes com um dado comprimento de onda e para um dado conjunto
de planos paralelos, isto , para uma dada distncia d, a variao do ngulo produzdirees alternadas de mximos e mnimos de intensidade para a radiao espalhada,correspondentes, respectivamente, interferncia construtiva e interfernciadestrutiva (Fig.4).
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Experimento de Davisson e Germer
O experimento de Davisson e Germer mostra, para os eltrons, umcomportamento tpico de ondas. Nesse experimento, o filamento A, mantido a alta
temperatura pela corrente gerada pela diferena de potencial V1, emite eltrons(emisso termoinica). Esses eltrons so acelerados desde o filamento A at a placa
colimadora B pela diferena de potencial V2(Fig.5). Passando pela placa colimadora,os eltrons, formando agora um feixe estreito, incidem sobre um cristal e sodispersados.
Um detector permite medir a intensidade do feixe de eltrons dispersados em
funo do ngulo = 2, para diferentes valores da diferena de potencial V2, isto ,para diferentes energias dos eltrons incidentes no cristal.
A Fig.6 representa um diagrama polar da distribuio da intensidade de um
feixe de eltrons com energia de 60 eV, dispersado por um cristal de nquel. Pelafigura, podemos observar que a intensidade do feixe de eltrons dispersados tem um
mximo para 2= 50 ou = 25.
A Fig.7 mostra os resultados de experimentos nos quais a intensidade foi
medida para um dado ngulo , mas com valores diferentes para a diferena depotencial aceleradora. No eixo das abcissas, colocamos a raiz quadrada dessadiferena de potencial para que os mximos e mnimos de intensidade ficassem maisou menos a mesma distncia uns dos outros.
Os resultados apresentados nas duas figuras so tpicos da distribuio de
intensidades da disperso de ondas. Mximos e mnimos de difrao iguais a esses
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aparecem nos experimentos de Bragg, em que raios x e raios so espalhados pelostomos que constituem um cristal.
No experimento de Davisson e Germer, os eltrons difratados so observadoscom a mesma geometria dos experimentos de difrao de Bragg com raios x.Verificamos, ento, que a corrente de eltrons registrada pelo detector mxima todavez que satisfeita a condio de Bragg. Portanto, o experimento de Davisson eGermer mostra, para os eltrons, um comportamento tpico das ondas.
Relaes de de Broglie
Para os ftons, a freqncia , a energia E, o comprimento de onda e omdulo da quantidade de movimento p tm as seguintes relaes:
h
E=
e
p
h=
A segunda expresso vem da primeira porque, para os ftons, valem, tambm,
as relaes E = pc e = c.
J que os eltrons, assim como os ftons, tm comportamento de onda e departcula, de se esperar que os eltrons, quando se comportam como ondas, tenhamfreqncias e comprimentos de onda dados pelas mesmas expresses acima. Estasrelaes, quando aplicadas aos eltrons, chamam-se relaes de de Broglie. Naverdade, aplicam-se a quaisquer corpos, quer sejam microscpicos, quer sejam
macroscpicos. Mas, para corpos macroscpicos, o comprimento de onda de deBroglie est alm de qualquer possibilidade de observao ou medida.
Por exemplo, para um corpo com massa de 1 kg, que se move com umavelocidade de mdulo 1 m/s, temos:
m1063,6)s/m1(kg1
Js1063,6 3434
=
=
No possvel observar o comportamento ondulatrio de tal corpo, porexemplo, por interferncia ou difrao, j que no existe qualquer abertura ou
obstculo dessa ordem de grandeza. Os ncleos atmicos, que so os menoresobstculos que poderiam ser usados, tm dimetros da ordem de 1015m.
Exerccio 1
Calcule o comprimento de onda dos eltrons usados no experimento deDavisson e Germer, sabendo que tinham uma energia de 54 eV.
Exerccio 2
Compare o comprimento de onda de um fton com energia de 10 MeV com ocomprimento de onda de um eltron livre com energia cintica do mesmo valor.
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Exerccio 3
Um microscpio eletrnico opera com eltrons de 12 keV e pode resolverestruturas com dimenses tpicas de pelo menos 15 vezes o comprimento de onda dede Broglie do eltron. (a) Calcule as dimenses tpicas da menor estrutura que podeser resolvida por esse microscpio eletrnico. (b) Identifique algumas estruturas comtais dimenses.