A HERMENÊUTICA DA PRÁXIS AVALIATIVA NO COLÉGIO … 3 Professora Doutora do Curso de Pedagogia da...
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A HERMENÊUTICA DA PRÁXIS AVALIATIVA NO COLÉGIO ESTADUAL WILSON JOFFRE1
Ana Carolina Mallmann2
Carmen Célia B. Correia Bastos3
O presente artigo é o resultado da aplicação do projeto de pesquisa
previsto no Plano de Trabalho, e corresponde ao material didático que comporá o
Caderno Temático dos Pedagogos PDE/20074. A proposta de intervenção consiste em
ações concretas desencadeadas á partir da apresentação do resultado da pesquisa á
comunidade escolar do referido colégio.
A necessidade de adotar uma postura científica capaz de romper com o
praticismo do espírito anticientífico e subjetivista presente respectivamente nas
epistemologias “pós moderna” e “neoliberal”, convergiu na adoção do método
fenomenológico de pesquisa para construção do conhecimento sobre o fenômeno
avaliação da aprendizagem.
Para compreender a “avaliação da aprendizagem” pensada e vivenciada
no Colégio Estadual Wilson Joffre, portanto, utilizou-se a hermenêutica como método
interpretativo do Projeto Político Pedagógico (PPP) e discurso dos sujeitos escolares.
A construção coletiva de um PPP pretende expor as intencionalidades
educativas idealizadas, por um projeto de vida e de sociedade, pelos seus sujeitos, sobre
função escolar.
Tais intencionalidades são vivenciadas através do trabalho coletivo, e o
cotidiano escolar pode revelar que a prática “é” ou “está” diferente daquela pensada,
discutida e assumida como concepção da instituição educativa, neste caso, da escola
pública. E aqui nasceu a primeira indagação: Os pressupostos teóricos assumidos pelo
coletivo e registrados no PPP, têm caráter temporário?
1 O presente estudo é composto por pesquisa bibliográfica e de campo.Parte deste artigo foi apresentado no Simpósio de Educação da UNIOESTE em 21/11/07.
2 Professora Especialista participante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. Trabalha como pedagoga no Colégio Estadual Wilson Joffre. Ano 2007. Contato: [email protected] Professora Doutora do Curso de Pedagogia da UNIOESTE – Campus de Cascavel. Contato: [email protected] Programa de formação continuada proposto pela Secretaria de Estado da Educação em cooperação com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Visa á integração entre as escolas públicas com as instituições públicas de educação superior do Paraná - IES.
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O tempo destinado pela Legislação Estadual para Planejamento e
Conselhos de Classe é considerado insuficiente, pelos educadores, para a reflexão sobre
as concepções que permeiam toda a prática e o quanto se aproxima ou distancia da
concepção teórica do coletivo escolar, bem como das implementações e adequações
necessárias ao texto do PPP.
O presente estudo estabeleceu condições para conhecer a concepção de
avaliação da aprendizagem de professores das 7ª Séries do Ensino Fundamental -
vespertino, das 2ª Séries do Ensino Médio - Matutino e das 1ª Séries Curso Normal -
Noturno, dos alunos das 8ª Séries do Ensino Fundamental e das 3ª Séries do Ensino
Médio frente à complexidade da prática avaliativa. Os sujeitos escolares foram
questionados sobre suas vivências, concepções e procedimentos sobre avaliação da
aprendizagem.
Este estudo não pretende defender uma linha pedagógica, mas investigar
qual (is) concepção (ões) está (ão) presente(s) na prática de avaliação da aprendizagem,
no sentido de contextualizar os discursos dos sujeitos educativos.
Ao apresentar considerações sobre a prática pedagógica, pretende dar
uma contribuição concreta ao Colégio abordando a avaliação da aprendizagem através
de seus interlocutores, agregando as contribuições da produção existente, tentando
construir pontes entre as reflexões teóricas e a prática cotidiana da avaliação na sala de
aula, a partir das representações dos sujeitos da pesquisa.
A perspectiva teórica do estudo
A história dos determinantes políticos e sociais da educação e da própria
formação do professor tem sido o caminho para esclarecer as diferentes concepções e
práticas avaliativas presentes no cotidiano escolar.
As representações sobre professor e seu papel na educação e no contexto
escolar são marcadas pela implicação de Políticas Educacionais Internacionais,
Nacionais e Estaduais, da legislação vigente (LDB nº 9394/96), dos pressupostos
teóricos ideologizantes presentes nas diferentes teorias educacionais (tradicional, nova,
tecnicista, histórico crítica, dentre outras) que fundamentam as pedagogias críticas e não
críticas vigentes e, ainda, pela própria prática profissional.
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Profundas modificações no mundo de hoje, ocorridas principalmente
durante as últimas décadas, têm acarretado mudanças nas demandas sociais para o
sistema de ensino. A causa dessas alterações está no tão discutido avanço tecnológico e
científico, no impacto da informatização na mundialização da cultura, na globalização
da economia, nos novos modelos de organização social e consequentemente da
organização do trabalho.
A divisão social do trabalho imposta pela ideologia neoliberal do
capitalismo impregna a organização de toda a sociedade e inclusive a organização social
do trabalho. Neste contexto a própria organização do trabalho pedagógico repercute à
organização social mais ampla e as instituições de ensino incidem à tentativa de adequar
e ampliar o que se ensina às necessidades e às condições de modernização e
desenvolvimento da educação e da sociedade.
Embora pareça que os interesses do capital e os do trabalhador estejam
coincidindo, seus objetivos e princípios são antagônicos. Enquanto o primeiro necessita
de mão de obra mais flexível no comportamento produtivo, segundo defende educação
de qualidade como garantia para a emancipação do homem e à transformação social e,
consequentemente, com o rompimento com o modo de produção capitalista.
Nesta perspectiva, Frigotto (1999, p.196) compreende o trabalho como
princípio educativo e afirma ser “condição de criação do humano nas suas dimensões do
mundo da necessidade e da liberdade.” E afirma, ainda, que na atual crise do
capitalismo, iniciada na década de setenta, a concepção burguesa de trabalho e sua
relação com os processos educativos se defrontam.
Há certo consenso entre as várias nações, mesmo as mais desenvolvidas,
de que a inserção competente na disputa econômica depende do bom desempenho da
escola. Para a lógica capitalista da atualidade o saber sistematizado tem sido
considerado insumo mais relevante para a produtividade e a qualidade de produtos e
serviços gerados pelo sistema produtivo. Essa pressão encontra seus fundamentos em
razões econômicas, políticas e sociais calcados na filosofia neo-liberal.
O colégio não é somente uma instituição social capitalista. Ele é
dialeticamente, um instrumento de alienação e libertação. Ele tanto pode ser o
instrumento de reforço e manutenção do ‘status qüo’, como pode ser o meio onde os
alunos constroem seus instrumentos de intervenção na realidade.
Entender a Instituição de Ensino Público, na atualidade, supõe, também,
entender as cabeças dos que a fazem no dia-a-dia, as mais recônditas razões que os
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movem. Placco (1998) explica que a história de uma instituição não se constitui em
sucessão de fatos, mas em construção e circulação de sentidos, exigentes não de
descrição causal, mas de compreensão na rede de suas articulações no imaginário social.
O universo escolar convive com diferentes tipos de conflitos
relacionados com a diversidade de representações de seus agentes sobre a função social
da escola, sua organização e planejamento, seu currículo, dos processos de ensino e
aprendizagem, entre outros, faz com que o grande desafio dos educadores seja
conquistar a coerência necessária entre o que pensam e acreditam e aquilo que fazem e
praticam.
Parece ser esta a primeira pergunta que deva ser feita por aquele que
pretenda ser coerente: A qual linha teórica da filosofia, da sociologia, da psicologia e da
pedagogia me inscrevo? Quais concepções norteiam tudo em que acredito, inclusive
minha vida?
Com relativo risco reducionista, pode-se evidenciar duas visões de
mundo, a positivista e a dialética. Elas entendem o universo e as relações que nele se
travam como estruturas ou processos. [...] “se encaramos a vida como algo dado,
tendemos para uma epistemologia positivista e, consequentemente, um sistema
educacional perseguidor de ‘verdades absolutas’ e ‘padronizadas.’(ROMÃO, 1998,p.58)
Nesta linha teórica, o homem, a sociedade, a educação, a escola, o aluno,
etc., são um todo orgânico e imutável. A avaliação é baseada no julgamento dos erros
ou acertos.
Na teoria dialética: [...] encaramos a vida como processo, tendemos para
uma concepção educacional preocupada com a criação e a transformação.” (idem) Aqui
o resultado da avaliação deve propiciar reflexão sobre seu processo e possibilitar
intervir nesta realidade.
O que se observa na oralidade de educadores e considerável produção
científica existente sobre a formação de professores é que [...] tanto nos cursos de
formação de docentes quanto nas eventuais capacitações, atualizações e
aperfeiçoamentos, o tema da avaliação tem sido pouco tratado.”(ROMÃO, 1999, P.16)
As publicações existentes, segundo o autor, trazem duas características
distintas, uma delas é a abordagem mais filosófica capaz de proporcionar algumas
reflexões teóricas que permitem “prazerosa fruição mental” ou então os manuais
“excessivamente” técnicos. Mas tanto a receita quanto as reflexões não ecoam nas
práticas avaliativas de sala de aula por apresentarem inconsistência teórico-prática.
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Ou seja, os professores não conseguem estabelecer ligação com as
práticas avaliativas e nestes momentos reforçam um jargão: “as teorias são
desvinculadas da prática”. O que ocorre, então, quando o professor não encontra um
referencial teórico que dê suporte a sua prática avaliativa? E quando encontra, a qual
linha pedagógica pertence?
A avaliação vem sofrendo muitas adjetivações, numa tentativa de
superação das concepções em voga e de construção de modelos alternativos. Os
modismos presentes nas políticas educacionais buscam terminologias que estejam mais
atualizadas com a moda que ora privilegia o processo, ora destaca a importância dos
resultados. Outras vezes centram-se no rendimento escolar do aluno ou focaliza o
desempenho institucional.
Para melhor compreensão desta pesquisa faz-se necessário definir sobre
que tipo de avaliação pretende investigar, neste caso, a avaliação da aprendizagem.
Romão (1999, p.80) define que “em seu sentido restrito, a avaliação da aprendizagem é
o procedimento docente que atribui símbolos a fenômenos cujas dimensões foram
medidas, a fim de lhes caracterizar o valor, por comparação com padrões prefixados”.
A maioria das publicações sobre avaliação educacional em jornais, revistas,
sites e livros têm apresentado baixos indicadores de qualidade do ensino, em especial
das escolas públicas: “Escolas paulistas sofreram a maior diminuição do país na
nota do SAEB” (exame de âmbito nacional) na 8ª série, entre 1995 e 2005” (Folha de
São Paulo - Especial - 08/2/2007)5. Na mesma edição outra matéria explora o resultado
do SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) e do ENEM (Exame
Nacional do Ensino Médio: “Universal e medíocre”, Ensino básico está pior que há
dez anos e só vai melhorar num ambiente de estímulo à excelência e cobrança de
resultados (Folha de S.Paulo–Opinião, 08/02/07).
Nesta lógica existem aqueles que acreditam que os fatores negativos do
rendimento escolar estão dentro das escolas: professores incompetentes ou mal
formados. E outros que perseguem os fatores negativos como externos à escola, da
condição social do aluno.
A força ideológica impõe limites para se entender a função social da
escola e do objetivo do professor. A dura realidade da educação pública que revela a
5 Na mesma edição deste jornal, especialistas e professores de universidades paulistas criticam a política educacional do Estado de São Paulo e comentam os resultados nacionais do SAEB e do ENEM.
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precariedade das condições de trabalho docente (ambiente físico inadequado, dos baixos
salários, da sobrecarga de trabalho, excesso de alunos por sala, a rotina de violência
dentro das salas de aula, da formação inicial e continuada dos professores cheia de
lacunas, o excesso de burocracia dentro das escolas, dos projetos de governo
desarticuladores do PPP escolar, etc.), são tratados de forma isolada e individualizada,
como fruto da desqualificação ou má vontade dos professores.
O artigo produzido por três professores do estado de São Paulo
(NACARATO, VARANI, &CARVALHO (1996), preocupados com o resgate dos
valores da profissão docente, revela sete tensões vividas pelos professores no ambiente
escolar. Nestes estudos as condições sociais de ensino e trabalho docente podem ser
compreendidas como elementos neutralizadores da ação reflexiva do professor.
Faz-se necessário o rompimento deste círculo ideológico. Parece ser na
união da categoria profissional e no “front” da sala de aula, com uma concepção nascida
dessa realidade, para a ela retornar e nela intervir, a estratégia concreta e o caminho para
a transformação social.
O elemento condutor do trabalho será tratado acerca de um tipo
específico de práxis: a práxis educativo-pedagógica. A práxis é aqui compreendida
como a relação teórico-prática, presente na prática pedagógica reflexiva do professor.
Tem um caráter consciente e intencional.
A superação de uma formação que não dá conta de atender aos múltiplos
e diversos desafios do cotidiano está, segundo Matos, no “professor reflexivo.” Do
sujeito na sua prática social. A reflexão como componente essencial no processo de
formação do profissional professor. E afirma:
“Nesta perspectiva, tomando o termo professor com uma significação coletiva de categoria, indagamos se realmente é possível formar o professor reflexivo. Ora, se é a reflexão uma possibilidade individual, e como tal inerente á natureza do ser humano, então, falar em professor reflexivo não seria apenas uma absorção formal visto que a reflexão encerra-se no interior do próprio ser? Entendemos a reflexão como possibilidade de diálogo travado entre o ser humano e o seu mundo. Marx e Engels nos dizem que ‘não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência’. Desta forma, a pessoa humana é concebida fundamentalmente como um ser criativo e sua atividade criadora inscreve-se no mundo real, social e material em que existe como indivíduo, que, por conseguinte, assume um caráter material e social. É o trabalho docente vivido e lido que se desenvolve uma qualidade diferente no professor que, na condição de ser humano concreto, porta a possibilidade dialética de realizar, distanciar-se, ler/reler e intervir no curso de sua ação concreta”. (Matos, 294, 2003)
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Paulo Freire (1979), afirma que ensinar pressupõe aprender, defende que
“a reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação teoria/prática sem a
qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo”. (p.24)
Parece ser esta a perspectiva que os educadores citados neste estudo
defendem. Apesar de alguns pontos de convergência e divergência presentes nas suas
obras, observa-se que propõem o ensino reflexivo como caminho para a emancipação
professor. (STENHOUSE apud CASANOVA, 1996; MATOS, 2003; e FREIRE, 1996).
A trajetória do estudo
No estudo das opções metodológicas existentes, encontramos na corrente
de pensamento da Filosofia contemporânea de Edmund Husserl(1859-1938), a
Fenomenologia. “Husserl propôs a volta às coisas mesmas, isto é, a volta às essências
[...], que faz emergir a essência como uma construção resultante do ato intencional da
consciência.” (COLTRO, 2000)
A atitude fenomenológica do pesquisador dá ênfase à totalidade do
mundo vivido, seu enfoque metodológico crítico é o mundo da vida cotidiana. [...]
“fenomenologia introduziu a noção de essência ou significação como um conceito que
permite diferenciar internamente uma realidade de outras, encontrando seu sentido, sua
forma, suas propriedades e sua origem” (CHAUÍ, 2004).
Por compreender que todo posicionamento teórico demanda um método
de estudo da realidade, nesta pesquisa a abordagem visa penetrar o significado e
contexto utilizando procedimentos que levem à compreensão do fenômeno “avaliação
da aprendizagem escolar”, por meio de relatos descritivos dos sujeitos escolares.
A pesquisa buscou interpretar através da hermenêutica, “método que
visa á interpretação de textos [filosóficos, religiosos, etc.]” (DICIONÁRIO AURÉLIO,
2001, P.390), as concepções de avaliação presente no discurso de professores e alunos e
no texto do Projeto Político Pedagógico do Colégio.
O método hermenêutico propõe uma reflexão exaustiva, constante e contínua sobre a importância, validade e finalidade dos questionamentos, indagações e respostas obtidas. Apresenta-se como de natureza exploratória, ou seja, como interpretação, muitas vezes conflitantes e que marcam o seu caráter polissêmico [...] (COLTRO, 2000).
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A leitura inter-textual do discurso dos interlocutores escolares (sujeitos
da pesquisa) com o PPP, tem como objetivo identificar pressupostos teóricos desta
instituição de ensino. Ou seja, estudar a organização do trabalho pedagógico, currículo,
ensino e aprendizagem e avaliação da proposta pedagógica escolar.
Para tal investigação foi fundamental desvelar como os alunos vivenciam
o processo avaliativo do Colégio e as práticas avaliativas dos professores e os reflexos
desta prática na formação deles.
A compreensão da forma vivida na cotidianidade supõe a análise do comportamento social relacionado aos seus motivos, finalidades e racionalidade. [...] adota a investigação do mundo da vida face a situações qualitativas, tendo como forma mais profícua a de identificar características típicas a partir das experiências diretas e imediatas que delas se pode ter, [...](COLTRO, 2000)
O estudo do discurso dos professores, suas percepções a respeito da
práxis e a qual linha se inscrevem, tem como interlocutores teóricos: STENHOUSE
apud CASANOVA,1996; MATOS, 2003; FREIRE, 1996 e SAVIANI, 1989 e 1991.
Embora a relação teoria-prática seja objeto de diversas interpretações ao
longo da história, Gamboa (1995) interpreta que na atualidade podem ser percebidas
duas abordagens: a racional-idealista “teoria que ilumina a prática” e pragmatismo-
utilitarismo “a prática como critério de verdade das teorias”.
Neste estudo a teoria e a prática não se opõem como dois campos
distintos ou separados. Existe ao mesmo tempo, um sentido social e histórico em toda a
produção humana.
“A prática mais simples supões [CIC] objetivos, normas, intencionalidades, motivos, justificativas ou evidentes; outras podem estar sendo inconscientes, escondidas, ou supostas. [...] quando essa prática é submetida a uma análise, revelam-se pressupostos e interesses complexos.” (GAMBOA, 1995)
A obtenção dos depoimentos:
• Entrevista gravada utilizando questionário semi-estruturado com os professores
da instituição escolar selecionados por escolha aleatória através de sorteio.
• Pesquisa utilizando questionário estruturado com alunos da instituição escola,
também, selecionados por escolha aleatória.
Tanto os depoimentos gravados dos professores como os depoimentos escritos
dos alunos foram obtidos nos meses de agosto, setembro e início de outubro do ano de
2007.
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Um procedimento que se repetiu nas duas formas de coleta de depoimentos foi o
esclarecimento aos sujeitos pesquisados sobre os objetivos do estudo e qual sua
possibilidade de interferência na proposta avaliativa escolar.
Em todas as entrevistas com professores, uma situação se repetiu. Depois de
concluída a gravação dos depoimentos, estes permaneciam no local de entrevista
dialogando com a pesquisadora sobre a avaliação da aprendizagem. Nestes momentos
foram feitas perguntas a pesquisadora, relatados fatos escolares relacionados ao tema,
apontadas preocupações e expectativas sobre os resultados da pesquisa.
A análise e a interpretação dos depoimentos:
O método hermenêutico (RICOEUR, 1988) na construção da análise dos
dados consistiu em uma pré-análise com uma leitura geral, seguida de uma descrição
analítica interpretativa “desdobrar os sinais de significação implicados na significação
literal” dos dados coletados, bem como sua simbologia “estrutura de
significação”(RICOEUR). Culminando numa interpretação reflexiva e crítica,
relacionando a realidade apresentada pelos dados a uma proposta e possíveis conclusões
sobre a problemática inicial do trabalho de pesquisa.
A análise interpretativa das entrevistas
O que disseram os professores
A análise interpretativa chamada hermenêutica que procura analisar
qualitativa, sistemática e rigorosamente o fenômeno Avaliação da Aprendizagem no
discurso dos sujeitos escolares do colégio Wilson Joffre, permitiu emergir unidades
significativas que merecem ser colocadas em evidencia neste artigo.
Através das leituras e releituras das entrevistas é que surgiram os aspectos
estruturais, invariantes, os padrões que se repetem e as unidades significativas
destacadas pelos professores e alunos.
Nesta interpretação fenomenológica-hermenêutica a pesquisadora teve de
colocar-se na perspectiva do depoente para indagar sobre como ele pensa, sente, analisa
e julga a situação investigada. O maior desafio deste método é conseguir mobilizar o
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pensar próprio no sentido de esclarecer os desdobramentos de sentido presentes na fala
de cada entrevistado.
Na primeira parte da pesquisa os professore discorreram quanto à formação:
graduação e pós-graduação, projetos de pesquisa, produções científicas, participação em
grupos de estudos, o tempo de exercício no Magistério, e sobre qual instituição, pública
ou particular fora feita sua formação para a docência.
Cem por cento cursaram licenciatura e apenas três não fizeram
especialização. Vários professores têm duas especializações e um dos entrevistados é
mestre.
Em razão do vasto material coletado nas vinte e oito entrevistas com
professores que atuam no Ensino Fundamental, Médio e Formação de Docentes, a
presente análise abordará como a avaliação da aprendizagem está contemplada na
formação inicial e continuada dos professores, quais as concepções de avaliação da
aprendizagem presentes nos discursos deste profissionais, o papel da recuperação na
avaliação da aprendizagem e de que forma a recuperação paralela é efetivada nas
práticas avaliativas, a função do conselho de classe, e o papel do pedagogo na avaliação
da aprendizagem.
Quem ensinou aos professores como avaliar a aprendizagem de alunos
Menos de 5% (cinco por cento) dos professores consideraram o conteúdo
“avaliação da aprendizagem” bem trabalhado por professores da licenciatura.
Apontaram críticas: “-... excesso de teoria e pouca prática...”e “- Ensinam como fazer,
mas na verdade não fazem.” A avaliação da aprendizagem não foi disciplina
curricular para 100% (cem por cento) dos entrevistados.
Um dos sujeitos da pesquisa revelou que sua formação pedagógica deve-se
ao Curso de Magistério de nível médio (considera sua licenciatura um bacharelado) e
que apesar de ter participado de cursos sobre avaliação, não os considerou
significativos. Cita a troca de experiências com colegas, mas aponta como de grande
significância a palestra com uma ex-professora desta mesma escola que veio participar
da reunião pedagógica sobre avaliação. Outro professor revela que o salto qualitativo
em sua concepção e práticas avaliativas deveu-se aos professores da Especialização em
Fundamentos da Educação.
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O fato de ter aprendido a avaliar alunos durante a formação está mais
relacionada à proximidade do professor formador (na graduação ou na especialização)
com o contexto escolar, do que ter estudado em instituição superior pública ou
particular.
A maioria dos professores revela não ter participado de cursos que tratassem
da avaliação da aprendizagem, e destes poucos que cursaram, afirmaram que o
conteúdo foi tratado com superficialidade: “Para ser sincera, muita coisa que falam é
“lorota”, e teve pouca contribuição para a prática avaliativa: ...”se prega alguma coisa
de avaliação, faz assim e assim, chega no dia a gente vê que é totalmente diferente.”
Romão explica que:
“Infelizmente, tanto nos cursos de formação de docentes quanto nas eventuais capacitações, atualizações e aperfeiçoamentos, o tema da avaliação tem sido pouco tratado. Mesmo na extensa literatura especializada disponível – não tão extensa em Língua Portuguesa...” (ROMÃO, p. 16, 1998).
Quando lhes foi perguntado sobre que tipo de conteúdos ou temas deve ser
estudado em um curso sobre avaliação, alguns professores disseram não saber.
A aparente fragilidade teórica sobre avaliação da aprendizagem destes
professores parece pregar-lhes uma peça. Emudece-os e imobiliza-os no exato momento
em que poderiam reivindicar exatamente aquilo que poderia ajudá-los a compreender
diagnósticos frustrantes sobre a aprendizagem de alunos após tanto empenho de ensino.
Para Romão:
“A avaliação da aprendizagem é um tipo de investigação e é, também processo de conscientização sobre a ‘cultura primeira’ do educando, com suas potencialidades, seus limites, seus traços e seus ritmos específicos. Ao mesmo tempo, ela propicia ao educador a revisão de seus procedimentos e até mesmo o questionamento de sua própria maneira de analisar a ciência e encarar o mundo.” (ROMÃO, p. 101, 1998)
Paulo Freire (1979), afirma que ensinar pressupõe aprender, defende que “a
reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação teoria/prática sem a
qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo”. (p.24)
As concepções e os significados da avaliação da aprendizagem
Quando questionados sobre o que é avaliação da aprendizagem e qual seu
significado na vida profissional não souberam o que dizer, alguns pediram para passar
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para a próxima questão, outros disseram apenas “não sei” e a maioria usou respostas
esvaziadas de sentido, falaram de coisas que não tinham a ver com a pergunta.
Nenhum dos entrevistados falou em classificar alunos, nem de forma
indireta. Apenas nove professores compreendem que a avaliação da aprendizagem tem
função dupla, a de diagnosticar como os alunos estão assimilando os conteúdos (como
os alunos estão transformando o que é ensinado em conhecimento), e a de oportunizar
que o professor possa fazer sua auto-avaliação.
As duas visões de mundo, a positivista e a dialética citadas por Romão
(1998) na fundamentação teórica deste estudo, estão presentes na fala dos professores
pesquisados. Alguns encaram a avaliação da aprendizagem como algo determinado
(dado) pelo aluno, encaram os resultados como verdades absolutas. A avaliação é
baseada no julgamento dos erros ou acertos.
Apenas nove professores utilizam os resultados da avaliação como
reflexão do processo de ensino como possibilidade de intervenção nesta realidade.
As entrevistas revelam que existem concepções pedagógicas dominantes
sobre a avaliação no contexto escolar.
A prática de exames relaciona-se ao que se convencionou chamar de
Pedagogia Tradicional, da qual decorre a concepção, presente no contexto escolar,
de que avaliação e exame se equivalem.
Em um segundo momento, identifica-se a concepção de avaliação como
medida que teve o seu auge com a denominada Pedagogia Tecnicista.
Outra concepção da avaliação diz respeito à avaliação como um
instrumento para a classificação e regulação do desempenho do aluno.
A identificação e análise dessas concepções nos permitiram constatar que
a avaliação vem sofrendo mudanças e transformações tanto do ponto de vista
epistemológico quanto metodológico, uma vez que essas concepções são
engendradas pelos paradigmas epistemológicos da ciência e que estes, por sua vez,
têm sofrido constantes mudanças e contribuído para as transformações em várias
áreas do conhecimento humano.
Por sua vez, as mudanças epistemológicas contribuem de forma contundente
para as mudanças e transformações nas práticas de avaliação em nossas escolas, ou seja,
1

essas práticas são perpassadas por diferentes concepções sobre a avaliação que vão
desde a concepção de cunho quantitativo a uma concepção qualitativa de avaliação.
Além do já exposto, poucos professores têm leitura sobre avaliação da
aprendizagem. Pareceram constrangidos ao reconhecer isso, mas afirmam que o pouco
tempo de estudo de que dispõem é dedicado à própria área do conhecimento. E o que
ouvem e lêem ajuda, mas não dá conta da realidade de sala de aula.
Tal contexto revela que a forma como os professores deste colégio avaliam
tem mais a ver com o como foram avaliados durante o percurso de suas vidas escolares,
do que deveriam ter aprendido nos cursos de formação de professores. O que foi
incorporado a esta reprodução é fruto da experiência obtida com alunos e na troca de
experiências com outros professores das escolas em que atuam ou atuaram.
A fala dos professores está marcada pelo o que parece ser uma angústia
pedagógica. Dizem que o atual sistema de avaliação supervaloriza a nota em detrimento
do conhecimento. Expressões como: “avaliação é complicada”..., “avaliar é difícil”...,
estão presentes no discurso dos entrevistados. Revelam um desconforto: ...”tento
continuamente acertar, mas tem algo faltando”... Outros apresentam um sentimento de
culpa “destino mais do meu tempo em preparar as aulas do que com preparar as
avaliações”. Reconhecem que a subjetividade (ter mais simpatia, afinidade com
determinadas pessoas e não gostar de outros, condenar suas atitudes e etc.) está presente
em qualquer relação social, seja ela profissional ou não, interfere no processo avaliativo
e na maioria das vezes é inconsciente.
Existe diferença de envolvimento entre os profissionais da escola para com
a proposta pedagógica do colégio. A falta de unidade no fazer pedagógico é percebido
no cotidiano escolar pelos outros professores. Um aspecto surpreendente nas entrevistas
é o quanto a diferença que existe entre os professores no que se refere a procedimentos
de ensino e avaliação, relacionamento interpessoal, compromissos profissionais, e ainda
questões relacionadas á pontualidade e freqüência causam indignação e irritabilidade
entre os professores.
O que os professores disseram sobre a recuperação paralela
A chamada recuperação paralela, determinada por lei, é praticada
periodicamente, no mesmo período da aula. Além de ser de difícil administração, pois
nem todos precisam “recuperar”, perde seu sentido na rotina da sala de aula. É crescente
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o número de alunos que precisam ser convencidos a participar das retomadas de
conteúdo e a cumprir o novo instrumento avaliativo. O único objetivo dos alunos, na
percepção dos professores, é melhorar a nota. Há alunos com desempenho inferior nas
atividades avaliativas de recuperação. Alguns professores acreditam que as
recuperações devam ocorrer em contraturno ou no final de semestre ou ano letivo e só
para os alunos que necessitem. Os alunos dizem que muitos colegas não estudam para a
primeira avaliação pensando na segunda chance, e acabam não estudando para nenhuma
das avaliações. Um aluno sugeriu que seja feita com menos freqüência.
Poucos professores declararam ter dificuldade para administrar a
recuperação de aprendizagem de forma paralela, mas os relatos de como a estão pondo
em prática evidenciam esta realidade. “A recuperação paralela é difícil porque,
realmente, como eu já citei, ela causa indisciplina, ”...ele não vai ter paciência e nem
quer ouvir de novo o conteúdo. ”A maioria dos professores aplica ou reaplica provas
como recuperação de nota para todos os alunos. Embora digam que deva ocorrer no
final de cada conteúdo, fazem-no em tempos diferentes. Um professor diz incluir
questões de recuperação de conteúdo na prova do conteúdo seguinte. Outro professor
assumiu que não tem retomado conteúdo e nem oportunizado novo instrumento
avaliativo. Atribui sua decisão a falta de interesse dos alunos em melhorar a nota.
Considera uma perda de tempo e mais trabalho para o professor. Conclui: “...seria mais
produtivo trabalhar o novo conteúdo.”
Para muitos professores, a recuperação tem se efetivado na retomada
coletiva das provas aplicadas e em dar ao aluno a oportunidade de refazer o mesmo
instrumento avaliativo para melhorar a nota, e, em alguns casos, de entregar, em data
posterior, aquela avaliação não cumprida no prazo determinado pelo professor.
Um dos professores relata que traça planos de recuperação de nota com cada
aluno que quer recuperar mais, e os monitora durante todo o período escolar.
Dois professores que praticam a recuperação de forma mais individualizada
e diária comentam a dificuldade de registrar isso no livro de chamada.
Algumas entrevistas revelam grande contradição entre o que dizem ser o
papel da recuperação da aprendizagem e como estão propondo a recuperação paralela.
Por exemplo: dizem que precisa ser oportunizada depois de cada avaliação, mas só
fazem no final do semestre.
1

Uma professora reconhece que se sente frustrada, mas se oportunizar novo
instrumento avaliativo, como recuperação, para todos os alunos da turma ficará
sobrecarregada, então, diz que é “só para quem tirou nota baixa”.
Inquietações dos professores sobre o conselho de classe
O cotidiano escolar repete bimestralmente o conselho de classe. Seu
sentido e significado como espaço de reflexão coletiva sobre o ensino e a aprendizagem
(Seed/Pr,2007), parece perder-se nas reclamações. Analisar, socializar, compreender,
trocar experiências e propor encaminhamentos sobre rendimento escolar causa conflito
entre seus sujeitos. Saber dos problemas emocionais, familiares, etc, dos alunos e falar
sobre o quanto estes aspectos interferem no rendimento escolar em cada disciplina irrita
profundamente outros colegas professores que consideram este encaminhamento
moroso (demorado) e irritante.
Um dos professores pediu para que a pesquisadora pulasse as questões sobre
conselho de classe. Justificou que não estudara isso na Universidade e como estava
lecionando há pouco tempo, não havia participado de conselhos de classe.
A pesquisa revelou que nem todos os professores que lecionam há mais
tempo que o professor acima, têm clareza teórica sobre qual é a função do conselho,
disseram ser um espaço para discutir “a situação do aluno com baixo desempenho”.
Criticam a forma morosa como os conselhos são conduzidos “vai mais pro lado
mãezona,“ e “a gente participa do conselho e só vê os professores reclamarem dos
alunos..., mas realmente não recupera nada do aluno.” Não pontuam que aspectos da
aprendizagem devem ser abordados.
Outro professor discorda, e diz: “o conselho deveria ser o momento do
professor e não da escola”. Complementa que o professor precisa falar, ele quer saber
mais sobre os alunos e turmas com baixo desempenho.
Na mesma linha, outros professores dizem ser o conselho um espaço de
socialização de informações sobre os alunos, “de conhecer o aluno,” inclusive com
informações das orientadoras. Mas divergem um pouco quanto à necessidade do
conselho deter-se em todos os alunos. Um professor sugeriu “os casos excepcionais”.
Apesar de todas as reclamações, uma professora diz conseguir ter uma visão
mais ampla sobre seu trabalho e comunga com os professores que sugerem que os
conselhos sejam organizados com mais tempo para se falar de cada turma.
1

Pensar e repensar a prática de forma individual e coletiva parece ser a
função do conselho para vários professores. A troca de experiências têm ajudado a
compreender o processo de ensino e avaliação. Relataram que o desafio de incorporar
novos procedimentos/estratégias no trabalho com as turmas, e principalmente com
aquelas que apresentaram baixo desempenho, deu resultado.
A participação de alunos no conselho foi proposto em apenas duas
entrevistas. Discutir nota como diagnóstico de aprendizagem apareceu em apenas uma
entrevista. A indisciplina como elemento que interfere na aprendizagem e deva ser
discutido em conselho apareceu em uma única entrevista. Nesta mesma entrevista, o
professor sugere que seja feito um levantamento de dificuldades de aprendizagem dos
alunos para buscar auxílio de outros profissionais.
De todas as entrevistas, apenas duas apontam sugestões concretas de como o
Conselho de Classe pode organizado:
1ª Sugestão: Dividir o conselho em dois: No 1º conselho a supervisão e
orientação passariam informações psicológicas, sociais, e pedagógicas de cada aluno
para conhecimento da situação e orientação sobre o trabalho, para melhor
desenvolvimento dos alunos; No 2º conselho pode ser conduzido pela equipe
pedagógica, porém, com participação efetiva dos professores, a fim de relatarem e
socializarem os resultados da interpretação real dos progressos. O professor acredita que
“se conhecermos realmente o estágio do aluno no primeiro conselho, quando estivermos
no 2º conselho o aluno deve encontrar-se diferente, no mínimo”.
2ª Sugestão: Tratar de assuntos sociais e familiares dos alunos em outro
momento. O foco deve ser o conhecimento com parâmetros pautados no PPP. Precisa
ser discutido que conhecimentos comuns a todas as áreas o(s) aluno(s) não está(ão)
dominando e quais objetivos/conhecimentos específicos de cada disciplina,
considerados fundamentais para a promoção para outra série, não estão sendo
apreendidos. De posse de tais informações tomar as decisões pedagógicas.
O grupo pesquisado sugere que o Conselho de Classe seja menos
conturbado (conflito entre educadores) e que se detenha mais na aprendizagem.
O posicionamento dos professores frente á ideologia neoliberal
No mesmo período correspondente a investigação sobre concepções e
práticas avaliativas a ser realizada com professores e alunos do colégio, era aplicada em
1

todos os professores e equipe pedagógica, um levantamento de opinião de iniciativa dos
funcionários do colégio, cujo objetivo era saber quantos eram a “favor” ou “contra” a
promoção automática de alunos de uma série para outra.
Tal levantamento revelou que menos de dois por cento dos sujeitos
pesquisados acreditam na aprovação automática como solução para os problemas da
avaliação da aprendizagem.
A pesquisa revelou que frases de efeito pertencentes a discursos
ideologizantes disseminadores de determinadas políticas educacionais são considerados
coercivos pela repetição e veemência empregada pela autoridade educacional. Os
professores acreditam que o discurso que incentiva a aprovação automática de todos os
alunos matriculados, condena as escolas que reprovam alunos e culpabiliza os
professores pelo aluno que não consegue apreender o conteúdo necessário para poder
cursar a série seguinte. Os sujeitos acreditam que a intencionalidade presente em
determinados textos oficiais e no discurso de autoridades educacionais têm como
intencionalidade alienar a classe trabalhadora promovendo/contribuindo para a
exploração do homem pelo homem no atual modo de produção capitalista.
O desconforto em ter de atribuir nota, cumprir os prazos e procedimentos
burocráticos do sistema educacional, aplicar o engodo da recuperação paralela, suportar
os conselhos de classe conturbados pelo desentendimento entre colegas, ouvir discursos
banalizadores do sentido escolar, da função social dos professores e da importância do
domínio do conhecimento científico na formação e emancipação do homem, têm
provocado discussões acaloradas e incentivado professores a dotar alguns prcedimentos
avaliativos, mas não têm oportunizado a adoão de ações coletivas para superação desta
realidade.
O individualismo dos sujeitos que compõe a comunidade escolar está
presente no discurso dos entrevistados, que se sentem sós. A falta de interação os
angustia, querem conversar mais e apontam à interdisciplinaridade como ideal
pedagógico.
O que os professore querem estudar
Os temas Fundamentos da Educação, critérios de avaliação, elaboração de
instrumentos avaliativos, se repetiram na fala dos professores quando apontaram à
necessidade de ampliar o conhecimento sobre avaliação da aprendizagem. Compreender
1

como os alunos aprendem e diminuir a subjetividade (empatia ou antipatia natural entre
alunos e professores) na avaliação são compreendidos como uma necessidade. Estudar
escolas com propostas avaliativas diferentes foi sugestão de um dos sujeitos
pesquisados.
O papel do pedagogo na avaliação da aprendizagem
No desconforto desse processo de avaliação da aprendizagem escolar o
pedagogo aparece como um profissional ambivalente, para alguns está do lado dos
professores no que se refere à orientação para planejamento, livros de chamada, PPP,
solicitação de recursos materiais, sugestões de atividades e bibliografias, e para outros
professores sua função na escola é no trabalho com alunos. No relacionamento destes
com os professores, na orientação de problemas pessoais e familiares, na mediação de
conflitos atitudinais e no atendimento aos pais.
Um terço dos professores considera que os pedagogos devam investir em
ações que melhorem o relacionamento entre os profissionais da escola e os alunos e
tragam os pais dos alunos para o colégio. Sentem a ausência dos pais no
acompanhamento escolar dos filhos. Atribuem esta ausência de monitoramento familiar
como principal fator de desinteresse dos alunos para com os compromissos escolares.
A fala dos alunos e as marcas do seu discurso
Setenta e quatro alunos foram questionados quanto á freqüência escolar,
hábito de estudo, cumprimento dos compromissos escolares, nível de adequação dos
instrumentos avaliativos utilizados pelos professores e função da recuperação paralela.
Noventa por cento dos alunos entrevistados consideram-se assíduos, ou seja,
raramente faltam nas aulas. Apenas cinco alunos assumem que faltam bastante, ou seja,
apresentam freqüência irregular nas aulas. Suas explicações sobre o excesso de faltas
são variadas: outros compromissos, doença e preguiça.
Quanto ao tempo, além do período escolar, que dedicam aos compromissos
escolares, oito disseram não estudar em casa. A maioria estuda até uma hora. E os
alunos do CFD relatam mais horas, em média 2 horas diárias.
1

No que concerne à caracterização do nível de adequação dos tipos de
instrumentos avaliativos utilizados pelos professores, os resultados evidenciaram
posicionamentos diferentes entre alunos concluintes do Ensino Fundamental, Médio e
CFD. Pesquisa individual e seminário são considerados como pouco adequados para os
alunos de 8ª série. Para os alunos de 3ª série do EM a auto-avaliação do aluno, a
observação do professor e a leitura de imagens na disciplina de Artes são pouco
adequados para avaliar conhecimento. Pesquisa em grupo e tarefas de casa tem pouca
adequação avaliativa para os alunos do CFD. Quando estes últimos foram questionados,
relataram da dificuldade de reunirem-se fora do período escolar para fazer os trabalhos
em grupo e reclamam do pouco tempo de que dispõem para cumprir todas as tarefas
escolares e, ainda, estudar para provas e seminários.
Mais da metade dos alunos da 3ª série do EM da manhã assumiram não
fazer as tarefas escolares. Ao justificarem, disseram que esquecem, que falta tempo para
fazer em casa, alguns alunos assumem que têm preguiça. A grande maioria dos alunos
diz que cumpre as tarefas escolares para aprender mais, revisar conteúdos e para
“ganhar” nota. A expressão “ganhar” no entendimento dos alunos é a de que cada tarefa
tem peso numérico. Quem faz “ganha” e quem não faz “perde” nota.
A recuperação paralela tem três funções para todos os alunos do CFD: nova
explicação sobre o conteúdo, melhorar a nota e cumprir a atividade avaliativa do dia que
faltou. A grande maioria dos alunos da 8 série e 3ª série assumem que sua principal
função é a de recuperar a nota. Apenas os alunos do noturno disseram que a função da
recuperação paralela é a de ter nova explicação sobre o conteúdo.
Fazer controle das avaliações registrando-as e calculando as médias
periodicamente é cumprido pela maioria dos alunos da 3ª série do EM da manhã e
metade dos alunos da 8ª série do EF. Justificativas de que tem preguiça, não considera
necessário, não gosta e não me interessa estão presentes na maioria dos alunos das
outras turmas pesquisadas.
Dos alunos entrevistados, treze apresentam histórico de reprovação ou
evasão escolar. A maioria destes alunos não explicou a razão do abandono ou
reprovação. Apenas dois se manifestaram, um disse que faltava muito nas aulas, e outro
teve de parar de estudar para cuidar dos filhos.
1

Como os alunos compreendem a avaliação da aprendizagem praticada pelos
professores
Na segunda etapa da pesquisa relatam o pensamento sobre a prática
avaliativa dos professores. A grande maioria afirma que a forma avaliativa usada
pelos professores diagnostica o que aprenderam ou não e depois os classifica em notas.
Nenhum aluno criticou o fato de seu conhecimento ser convertido em nota. Questionam
os professores que aplicam sempre o mesmo tipo de instrumento avaliativo. Querem
que os professores diversifiquem a forma de ensinar e “de ver se aprendemos.”
Propõem que os professores dêem mais avaliações durante o semestre para não
acumular conteúdo.
Existe diferença de envolvimento entre os profissionais da escola para com
a proposta pedagógica do colégio. Os alunos dizem que: “- existem professores
que não se preocupam se o aluno aprendeu, só com a nota.” Reclamam de professores
de faltam de forma excessiva, dos que têm pouca paciência com alunos, “ - gritam
muito ao invés de explicar”; Que ministram bastante atividade mas explicam pouco. “ –
por vezes alguns professores utilizam avaliações prontas e nem sabem resolver.” Um
aluno disse ser a falta de vontade de alguns professores em explicar os conteúdos é um
dos fatores que atrapalha seu rendimento escolar. Sugerem que a direção os atenda
quando requerem uma troca de professor. Esta troca tem a ver com o pouco domínio de
conteúdo. Não saber o conteúdo que ensina é considerado, pelos alunos, inaceitável.
Reconhecem que conversas e brincadeiras excessivas perturbam, e que isso atrapalha
muito a aprendizagem dos alunos e o trabalho dos professores. Alguns alunos disseram
querer mais respeito de alguns professores, principalmente quando o aluno tem
dificuldade para aprender.
Além da já citada desordem em sala causada pelo excesso de conversas e
brincadeiras que atrapalham as aulas dos professores e a própria aprendizagem dos
alunos e dos aspectos pedagógicos referentes ao relacionamento com professor e escola
e metodologia de ensino dos professores, todas as pesquisas apontam problemas extra-
escolares relatados em situações como: “problemas familiares e pessoais (emocional, de
conflito sexual), gastar muito tempo na internet ( jogos, sites de relacionamento, etc),
2

dormir pouco, ter outros compromissos, excesso de trabalho (emprego) e problemas de
saúde foram os mais recorrentes.
Na fala dos alunos, o conceito de avaliação revela a presença das
concepções dialética: “ajudar a melhorar o aprendizado”; “avaliar o que aprendi e
também para que os professores saibam onde estão falhando e onde estão acertando”; e
positivista: “ comprovar o aprendizado do aluno”; “ preparar para o mercado de
trabalho”; “Avaliar o que o aluno conseguiu aprender de cada matéria”; “para saber o
nível de aprendizado do aluno”; e “passar de ano”.
Considerações sobre o resultado do estudo
Com essa postura de investigação interpretativa passamos a compreender
o que significa a experiência de avaliar a aprendizagem na percepção de professores
e alunos do colégio. Que o ecletismo está presente nas concepções que orientam a
prática de avaliação dos professores.
Partimos do pressuposto de que esse ecletismo deve-se ao conjunto de
influências que compõe o sujeito social chamado professor. Existem conhecimentos,
saberes práticos, informações, vivências e modos de pensar a avaliação dos sujeitos
sociais, envolvidos no processo avaliativo, cuja construção de conhecimentos e de
saberes práticos sobre a avaliação se dá sob a interferência da educação escolar, da
vivência e dos meios de comunicação social.
Através do estudo foi constatado também que tanto professores quanto
alunos carregam um conhecimento, socialmente elaborado sobre a avaliação escolar,
que contêm símbolos construídos coletivamente. Nesse sentido, Camargo (1998)
afirma:
(...) um conhecimento assim elaborado, de caráter social e de caráter prático, porque se
presta ao sujeito para se mover em sua vida cotidiana em vista de se comunicar com os outros e
compreender o mundo para nele poder atuar, tem sido denominado de representação social. (p . 11)
Em sua especificidade, a Teoria das Representações Sociais tem como
premissa que os indivíduos, nas diversas formas de comunicação, em suas interações e,
principalmente, através de suas experiências em seus grupos sociais, formam
representações sobre objetos de seu dia-a-dia. As representações, então, exercem
2

influências sobre crenças, expectativas e condutas dos sujeitos em relação a esses
objetos, à medida que os representam.
Essa visão é ratificada por Moscovici ao afirmar que “a representação social
é uma forma de conhecimento prático, elaborado e compartilhado no meio social,
contribuindo à construção das visões e ações dos grupos” (MOSCOVICI, 1978, p. 72).
Isso nos leva a pressupor a existência de representações sociais do professor
em relação à avaliação escolar e que estas se constituemm a partir das experiências
vividas pelo docente, ao longo de sua vida, dentro e fora do contexto escolar, através
das informações assimiladas, das concepções incorporadas sob a interferência da
educação, seja pela tradição escolar, seja pelos meios de comunicação social.
Portanto, podemos inferir que há um novo conhecimento socialmente
elaborado á partir das entrevistas e reflexões sobre o resultado da pesquisa ainda não
partilhado entre os sujeitos escolares sobre a avaliação da aprendizagem pensada e
efetivada no colégio.
A Socialização do resultado deste estudo abre a possibilidade de contribuir
para a compreensão dos limites e possibilidades daquilo que os sujeitos escolares
concebem e executam.
A razão mais importante deste estudo é a possibilidade de compreensão
coletiva sobre a avaliação da aprendizagem pensada e efetivada neste colégio e tomada
de decisão sobre os caminhos que todos os sujeitos escolares terão de empreender na
efetivação da proposta pedagógica emancipatória.
A proposta de intervenção na realidade
Primeira etapa:
Semana Pedagógica:
• Divulgar a toda a comunidade escolar sobre o resultado da pesquisa sobre
avaliação da aprendizagem realizada com professores e alunos do colégio.
• Criar Comitê permanente sobre Avaliação Escolar e Conselho de Classe: estudar
o resultado da pesquisa e dados sobre o desempenho escolar de 2007 para
levantar os problemas e propor ações que comporão o Plano de Ação do colégio.
• Implantação de alterações no roteiro de Plano de Ensino: detalhamento dos
encaminhamentos metodológicos e avaliação. Objetivo: Aproximar o Pedagogo
2

da ação educativa de cada professor, subsidiando os professores no processo
ensino-aprendizagem.
Segunda Etapa:
Durante o ano letivo:
• Acompanhamento do processo ensino-aprendizagem (a pesquisadora é pedagoga
da instituição)
• Participação nos Conselhos de Classe: pondo em prática a nova proposta de
Conselho de Classe elaborada pelo Comitê durante a semana pedagógica;
• Participação nas reuniões pedagógicas
• Criação de um grupo de estudos sobre avaliação da aprendizagem
Roteiro básico de estudos:
1. Cada professor expõe concepções e princípios de como realiza suas avaliações e
porque as faz desta maneira
2. Estudo sobre Fundamentos da Educação
3. Pesquisa sobre diferentes sistemas/propostas de avaliação para análise;
4. Estudo sobre planejamento e avaliação da aprendizagem;
5. Estudo sobre dificuldades de aprendizagem
6. Estudo sobre como elaborar instrumentos de avaliação
7. Divulgação à comunidade escolar
8. Implementação do PPP e regimento: Capítulo da Avaliação da Aprendizagem.
Sugestão de questões para discutir coletivamente na escola:
O estudo aqui apresentado, em forma de artigo, utilizou a fenomenologia como método
de pesquisa qualitativa para implementar um dos temas que constituiem o Projetos
Políticos Pedagógicos escolares.
1. Qual método o seu colégio utilizou e utiliza na construção/implementação do Projeto
Político Pedagógico?
2. Que método julga mais adequado para construir/implementar o Projeto Político
Pedagógico? Por quê?
2

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