A grande lio que fica deste documentrio -- O Negcio da Revoluo -- a prova cabal de que nem tudo "espontneo", por exemplo, na Primavera rabe. Ficamos sabendo que h um roteiro "hollywoodiano" por trs de muito do que aconteceu at no leste europeu. O historiador Renan Vega Cantor define essas "Revolues" como "o resultado de um roteiro estabelecido nas usinas intelectuais do imperialismo, que se conhece pelo eufemismo das 'revolues coloridas', uma tpica estratgia made in USA."Entre as "revolues coloridas" bem sucedidas esto a Revoluo do Bulldozer de 2000, na Srvia a Revoluo Rosa, na Gergia, em 2003; a Revoluo Laranja, na Ucrnia, em 2004; e a Revoluo das Tulipas, no Quirguisto, em 2005.As caractersticas bsicas destas "Revolues", segundo Renan Cantor, so:1) Apresentam-se depois da Guerra Fria no espao ps-sovitico;2) Pintam-se a si mesmos como democrticos, liberais e inimigos da ditadura e do totalitarismo;3) Geram-se em lugares onde no se pode implantar de maneira clara e direta o projeto neoliberal;4) As foras armadas no intervem de maneira clara;5) So impulsionadas por jovens inconformados e aparentemente despolitizados;6) A imprensa "livre" imediatamente amplifica suas demandas e denunciam o governo escolhido para ser derrubado;7) Segue-se uma campanha miditica, planificada e constante que apresente os "revolucionrios" como expresso de novos tipos de movimentos sociais e inditas formas de protesto;8) Antes de comearem operam a mo invisvel dos Estados Unidos atravs de ONGs de fachada que recebem vultosas somas da USAID e da CIA;9) Os smbolos utilizados so similares, sobressaindo uma mo empunhada, e costumam ser da cor que se d "revoluo", sendo portados por jovens, em geral de classe mdia, que se comunicam pelo telefone celular, usam o twitter e se expressam atravs das redes sociais.10) Esses jovens comeam a atuar antes de uma eleio presidencial e de antemo se sabe que sua finalidade declar-la ilegal e fraudulenta, caso no triunfe seu candidato preferido.11) A "imprensa livre" do mundo faz eco de tais denncias e, desde semanas antes das eleies, pe em dvida a legalidade dos resultados.12) No dia da eleio, cria-se um ambiente de pnico e medo entre os eleitores, sabotam-se sistemas eletrnicos e se difundem todo tipo de mentiras e calnias contra os inimigos da "democracia" e da "liberdade", tal e como as entendem os opositores da "sociedade civil", obviamente incondicionais s ordens dos Estados Unidos.13) Na noite das eleies, nas quais os "revolucionrios coloridos" saem perdedores, denuncia-se a fraude, convocam-se estudantes e jovens ao centro da cidade capital e se inicia o protesto para que mudem o resultado eleitoral ou que se volte campanha.14) Tais manifestaes foram preparadas com antecedncia e organizadas pelas embaixadas dos Estados Unidos, a USAID e as ONGs "democrticas".15) Quando se efetuam os protestos, a imprensa mundial automaticamente reproduz a notcia da suposta fraude, algo que quase nunca se confirma, e a mencionada "comunidade internacional" (um pseudnimo de Estados Unidos e lacaios) afirma que no reconhecer ditas eleies, pressionando para que se mude o veredicto ou se realizem novamente.16) E, quando isso acontece, saem vitoriosos os "revolucionrios", como ocorreu na Ucrnia em 2004.17) As "revolues coloridas" na realidade so uma orquestrada manobra de desestabilizao poltica que tem um roteiro pr-estabelecido, no por coincidncia contando com um texto de cabeceira redigido pelo estadunidense Gene Sharp, do Instituto Albert Einstein, e que se intitula "Da ditadura democracia", que se constitui em um "Manual do Golpe de Estado Perfeito".Estas so as caractersticas de uma revoluo colorida elencadas por Renan Vega Cantor em um texto que pode ser encontrado no site do Viomundo cujo ttulo : "A Revoluo gren fracassou na Venezuela, por enquanto."Que este documentrio sirva pelo menos de alerta para os nossos entusiasmados "manifestantes".