A Fonoaudiologia e o Canto

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3/2/2015 A Fonoaudiologia e o Canto http://www.profala.com/arttf27.htm 1/11 A Fonoaudiologia e o Canto Autora: Lídia Maria de Gouvea INTRODUÇÃO Atualmente a fonoaudiologia tem se voltado para estudar o profissional da voz , mais especificamente o cantor, seja ele do estilo popular ou erudito. Porem pouco se fala sobre qual o momento esse profissional deve fazer um exame apurado sobre sua condição vocal, podendo Ter assim uma orientação profissional sobre o desempenho de sua voz. Nos ‘últimos tempos a fonoaudiologia tem reservado atenção especial ao campo denominado voz profissional, de forma que indivíduos que utilizam a voz como instrumento de trabalho estão cada vez mais próximos dos Fonoaudiólogos, mostrando que ha necessidade de uma orientação para a preparação vocal, melhorando o desempenho vocal do indivíduo, seja ele professor, radialista, repórter, ator ou cantor. Vamos considerar neste estudo o profissional da voz falada aquele indivíduo que, para exercer sua profissão, deve depender de sua voz, sendo esta seu instrumento de trabalho. Autores diversos procuram definir o profissional da voz como " indivíduos que utilizam a voz de maneira continuada, os quais procuram, por meio de um modo de expressão elaborada, atingir um publico especifico ou determinado"(Satallof – 1991) ou como " o indivíduo que ganha seu sustento utilizando sua voz" (Boone – 1992). Especificamente neste estudo, não nos aprofundaremos na estrutura vocal, respiratória e demais esquemas os quais complementam a atividade canto, mas sim os problemas decorrentes do canto, seu mau uso, ma formação ou orientação, e como tratar estes problemas através da fonoaudiologia. Quando um cantor, no decorrer de seu trabalho vocal percebe que há " alguma coisa errada" com a emissão de seu som, questiona-se sobre o que estaria acontecendo com sua "garganta" e o que poderia estar prejudicando seu instrumento de trabalho. O primeiro passo a ser feito é a consulta médico-clínica, para posterior encaminhamento ao médico- fonoaudiólogo. Do ponto de vista funcional, cantar ‘e essencialmente diferente do falar. As evidencias indicam que seu controle central esta em um local diverso no cérebro e os músculos do trato vocal movimentam- se de maneira distinta.Cantar também ‘e uma forma de comunicação, e uma foram de expressão dos sentimentos. Em geral, temos um conceito pré- concebido, de que através da fala nos comunicamos melhor e pelo canto nos expressamos artisticamente, como se pudéssemos separar na vida, uma metade racional para a fala e outra emocional para o canto, quando na realidade somos as duas partes concomitantes, onde podemos e devemos nos expressar e nos comunicar ao mesmo tempo . Todos podemos cantar e o canto tem de ser trabalhado, exercitado e aprimorado. O Dom de cantar existe mas, em grande parte dos casos, as condições anatômicas e fisiológicas podem ser auxiliares importantes. Quando o cantor procura um Fonoaudiologo , este profissional submete seu paciente `as seguintes etapas: •Avaliação vocal do cantor; •ANAMNESE -Levantamento histórico do problema: Exame físico •Exame de imagem •Tratamento proposto ADS BY Of f ersWizard AD OPTIONS

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estudo sobre o canto, tecnicas, etc...

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  • 3/2/2015 A Fonoaudiologia e o Canto

    http://www.profala.com/arttf27.htm 1/11

    A Fonoaudiologia e o Canto

    Autora: Ldia Maria de Gouvea

    INTRODUO

    Atualmente a fonoaudiologia tem se voltado para estudar o profissional da voz, mais especificamenteo cantor, seja ele do estilo popular ou erudito. Porem pouco se fala sobre qual o momento esseprofissional deve fazer um exame apurado sobre sua condio vocal, podendo Ter assim umaorientao profissional sobre o desempenho de sua voz.

    Nos ltimos tempos a fonoaudiologia tem reservado ateno especial ao campo denominado vozprofissional, de forma que indivduos que utilizam a voz como instrumento de trabalho esto cada vezmais prximos dos Fonoaudilogos, mostrando que ha necessidade de uma orientao para apreparao vocal, melhorando o desempenho vocal do indivduo, seja ele professor, radialista,reprter, ator ou cantor.

    Vamos considerar neste estudo o profissional da voz falada aquele indivduo que, para exercer suaprofisso, deve depender de sua voz, sendo esta seu instrumento de trabalho. Autores diversosprocuram definir o profissional da voz como " indivduos que utilizam a voz de maneira continuada, osquais procuram, por meio de um modo de expresso elaborada, atingir um publico especifico oudeterminado"(Satallof 1991) ou como " o indivduo que ganha seu sustento utilizando sua voz"(Boone 1992).

    Especificamente neste estudo, no nos aprofundaremos na estrutura vocal, respiratria e demaisesquemas os quais complementam a atividade canto, mas sim os problemas decorrentes do canto,seu mau uso, ma formao ou orientao, e como tratar estes problemas atravs da fonoaudiologia.

    Quando um cantor, no decorrer de seu trabalho vocal percebe que h " alguma coisa errada" com aemisso de seu som, questiona-se sobre o que estaria acontecendo com sua "garganta" e o quepoderia estar prejudicando seu instrumento de trabalho.

    O primeiro passo a ser feito a consulta mdico-clnica, para posterior encaminhamento ao mdico-fonoaudilogo.

    Do ponto de vista funcional, cantar e essencialmente diferente do falar. As evidencias indicam queseu controle central esta em um local diverso no crebro e os msculos do trato vocal movimentam-se de maneira distinta.Cantar tambm e uma forma de comunicao, e uma foram de expresso dossentimentos. Em geral, temos um conceito pr- concebido, de que atravs da fala nos comunicamosmelhor e pelo canto nos expressamos artisticamente, como se pudssemos separar na vida, umametade racional para a fala e outra emocional para o canto, quando na realidade somos as duaspartes concomitantes, onde podemos e devemos nos expressar e nos comunicar ao mesmo tempo.

    Todos podemos cantar e o canto tem de ser trabalhado, exercitado e aprimorado. O Dom de cantarexiste mas, em grande parte dos casos, as condies anatmicas e fisiolgicas podem ser auxiliaresimportantes.

    Quando o cantor procura um Fonoaudiologo , este profissional submete seu paciente `as seguintesetapas:

    Avaliao vocal do cantor;

    ANAMNESE -Levantamento histrico do problema:

    Exame fsico

    Exame de imagem

    Tratamento proposto

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    Orientao quanto a sade vocal

    AVALIACAO VOCAL DO CANTOR

    Existem diferenas entre a avaliao vocal de um cantor e a de um indivduo que utilize apenas a vozfalada, mesmo que de forma profissional. No primeiro momento, as caractersticas e as queixas vocaisdo cantor devem ser percebidas, pelo medico e pelo fonoaudilogo, distintamente em relao aosaspectos particulares da fala e do canto.

    Embora exista um nico rgo e praticamente um mesmo grupo de msculos responsveis pelas duasfunes, h vrios aspectos fundamentais relacionados a produo vocal que diferem muito secompararmos a voz falada com a voz cantada. Em muitos casos o cantor precisa do auxilio doterapeuta ou mdico para identificar sua queixa em relao `a voz, diferenciando as caractersticasda voz falada e da cantada, separadamente. E comum o indivduo procurar um profissional queixando-se especificamente de problemas em relao `a voz cantada, como por exemplo uma passagem deescala ou, ao contrario, no Ter nenhuma percepo da forma como ele utiliza a voz falada.

    No momento da avaliao, e necessrio distinguir qual a real queixa , o motivo da consulta, e de quemodo est inserida na voz falada ou cantada. Deve-se verificar ao mesmo tempo, qual a percepoque o indivduo possui em relao a sua voz e sua queixa vocal.

    Considerando-se a avaliao inicial de qualquer pessoa disfnica ou com queixas relacionadas , deve-se obter informaes , antes de trat-lo ou ser encaminhado `a fonoterapia, as quais seroefetuadas na anamnese.

    ANAMNESE

    A historia do paciente pode ser bastante elucidativa, oferecendo condies de visualizar asalteraes, dando a impresso que estivessem sendo vistas atravs de uma fita de videocassete, emcmera lenta. A anamnese, ou historia problemtica do paciente, \e o momento fundamental dequalquer avaliao. E o primeiro contato do cantor(paciente) com o profissionalmedico(fonoaudilogo).

    No caso dos cantores, e importante que estes se sintam a vontade para colocar suas ansiedades epossam sanar algumas de suas duvidas, lembrando que, culturalmente e historicamente, e difcil umcantor Ter qualquer contato com em fonoaudiologo ou otorrinolaringologista.

    Deve-se interrogar ou identificar alteraes da audio, voz, deglutio, sensoriais( sensibilidadecervical ou faringo-laringea), anatmicas de cabea e pescoo, dos rgos articulatrios da fala, dosrgos ressonantais, da faringe e da laringe em particular, alteraes funcionais e respiratrias.

    A consulta otorrinolaringologia e o exame da laringe so intrinsecamente ligados e a anamnesedetalhada do paciente disfnico essencial para orientar o exame, qualquer que seja o caso, o quepermite muitas vezes que a suspeita diagnostica j se oriente nessa fase, por exemplo, pelaadministrao de pssimos hbitos ou demonstrao de enorme ansiedade por parte do paciente.

    Nesses casos, obtm-se fatores geradores por si s de alteraes da voz, que tambm representamagravamento de outras situaes e dificultam o restabelecimento do paciente, exigindo intervenoteraputica especifica. Da mesma forma, h necessidade de se conhecer o quadro clinico geral, e asimportantes e possveis causas fsicas e psicolgicas que podem afetar a laringe e a voz. Efundamental a analise dos fatores especficos do aparelho fonador, paralelamente `as alteraesgerais tais como: diabetes mellitus, hipertenso arterial, diminuio da capacidade ventilatriapulmonar, insuficincia cardaca, distrbios metablicos, endocrinos, alergicos,imunologicos, auto-imunes, neurolgicos, infecciosos, inflamatrios, digestivos, entre outros; neoplasias benignas oumalignas; o uso ou abuso de drogas com lcool, cafena, tabaco, tranqilizantes, maconha, cocanaou outras; uso permanente ou prolongado de medicamentos como corticoides, anticoagulantesplaquetariso,quimioterapicos, etc.; estados de ansiedade, depresso, fadiga, estresse, estafa,insnia, gravidez e sindrome pre-menstrual.

    E importante conhecer o grau de autopercepo do indivduo em relao a sua disfonia, o que fazantever a sua dedicao ao tratamento. Dificilmente algum que no tenha conscincia alguma desua alterao vocal, sentindo-se normal, aceitara as medidas diagnosticas ou do prprio tratamento.

    Igualmente significativo torna-se saber a relevncia pessoal ou profissional que possa Ter a disfonia.Temos dois casos distintos: o professor que se "beneficia" da disfonia ao estar disfnico e aquele que

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    sofre intensamente com o impedimento vocal, ou seja um cantor ou ator em temporada. Ao primeiropode-se supor que no se empenhe, ao menos subconscientemente pela cura, ao contrario dosegundo, que normalmente ter empenho exacerbado, ansioso, `as vezes ate tornando-se prejudicial,no sentido de tentar estar logo recuperado. Portanto ha necessidade de saber dosar os extremospara obteno de um bom resultado no tratamento.

    A coleta detalhada da historia vocal do paciente disfnico pode revelar aspectos decisivos aodiagnostico e `a conduta do tratamento.A descrio do paciente revela sua forma de encarar arelao com o medico e o fonoaudiologo, se otimista, confiante, participante, interessado, ou seadota uma posio critica, pessimista, pouco confiante e interpreta de foram deturpada asconcluses e determinaes.

    Deve-se proceder a pesquisa de historia patolgica detalhada sobre a sade do paciente, ou seja, asenfermidades que tenha sofrido no passado ou ainda sofra, e que possam Ter relevncia no quadroatual. Em relao ao motivo recente que traz o paciente `a consulta, deve-se colher os dados demaneira a localizar uma causa e mensurar sinais e sintomas.

    O exame otorrinolaringologico inclui, igualmente, a avaliao da audio, da voz, da fala, dadeglutio e as pesquisas de alteraes anatomico-funcionais e preceptorias dos rgos articulatoriose ressonncias, como a boca e lngua, fossas nasais, rinofaringe e faringe. Tambm a funopulmonar pode e deve ser avaliada, quando necessrio.

    A laringoscopia indireta e um mtodo perfeitamente satisfatrio para o diagnostico de indivduosdisfonicos ha poucos dias, aptos ou durante estado gripal, no tabagistas e que no faam usoprofissional da voz. Casos mais intensos e duradouros, no associados a infees virais oubacterianas, devem demandar a utilizao de um mtodo mais preciso, que fornea dados de maiorconfiabilidade possvel a deciso terapeutica.A utilizacao de videolaringoscopia e davideolaringoestroboscopia consagra-se como fundamental no manejo de enfermidades da laringe e davoz.

    Os pacientes com indicao de fonoterapia devem ser encaminhados acompanhados de laudominucioso que descreva a anamnese sumaria ou dirigida, os achados no exame de pregas vocais,mencionando seu aspecto e mobilidade,as caractersticas, simetria e amplitude da onda mucosa e aeventual existncia de fendas gloticas, referindo seu local, extenso e formato. A concluso econduta devem ser discriminadas e devidamente explanadas ao paciente.

    AVALIAAO DA VOZ DO CANTOR

    A avaliao da voz do cantor inicia-se com a identificao da queixa, na anamnese, levando-se emconta os aspectos da voz falada e cantada. Deve-se fazer um exame clnico apurado, tentandocompreender a ressonncia e a articulao do cantor.

    Quando se fala em avaliao da voz, deve-se levar em considerao vrios aspectos fsicos e daemisso da voz .Observa-se os seguintes tpicos:

    -Exame fsico;

    Postura

    Tipo Respiratrio

    Tempo de emisso

    Coordenao Pneumofonoarticulatria

    Pitch

    Loudness

    Ressonncia

    Articulao

    Ataque Vocal

    Qualidade Vocal

    Ritmo

    Tessitura

    Registro

    Brilho

    Projeo

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    Passaremos agora a discertar sobre cada etapa da avaliao individual do cantor:

    EXAME FSICO

    Inicia-se pela apalpao da regio cervical e pescoo, investigando-se o nvel de tenso de suamusculatura. Nesse exame pode-se observar a largura da laringe e o posicionamento vertical dacartilagem tireide no pescoo, o deslocamento lateral e sua mobilidade vertical pela emisso ligadade tons agudos e graves. Pode-se verificar o tamanho da abertura da boca, a movimentao daarticulao tmporo-mandibular(ATM), a tonicidade e mobilidade dos lbios e bochechas. A lngua um msculo muito importante para a fonao portanto deve-se verificar o tamanho, se proporcionala forma e tamanho da cavidade oral, seu tnus e sua mobilidade em relao aos sons. Verifica-se aocluso dentria, o formato do palato e o tamanho de toda a cavidade oral. Observando-se adistncia dos pilares amidalianos da parede da faringe(orofaringe/nasofaringe). Verifica-se tambm omovimento mastigatrio, o qual muito importante para a avaliao do profissional da voz. Se estiversendo feita de maneira inadequada, ir prejudicar o estado dos msculos responsveis pela fonao

    POSTURA

    Na conversa expontnea, deve-se verificar a inclinao da cabea, a tenso muscular cervical, oposicionamento do queixo em relao ao peito, a inclinao dos ombros. Observa-se a curvatura dacoluna vertebral no andar e sentar, observando se a postura assumida pelo cantor a adequada paraa fonao. preciso observar se os aspectos que caracterizam a postura do cantor durante a fala semodifica ou se mantm durante o canto. fcil encontrar pessoas que elevam o queixo quandocantam tons mais agudos, com o incorreto e prejudicial intuito de auxiliar a elevao da laringe,posio que, sem tenso e participao da musculatura extrnseca, ajudaria a emisso de sonsagudos.

    TIPOS RESPIRATRIOS

    H muita discusso sobre o tipo adequado de respirao para a fonao e canto, porm deve-seobservar se a respirao efetuada pelo cantor a adequada para o canto. Existem trs tipos bsicosde respirao que so o superior, misto e inferior. No canto encontram-se vrios casos de respiraoinferior e mista, ou seja, o cantor, no ato do canto recorre instintivamente a um tipo de respirao deforma que a presso subgltica torne-se mais longa, forte e estvel.

    TEMPO DE EMISSO

    A capacidade de emitir um som por longo perodo e de enfatizar uma nota nos momentos finais deuma sentena pode definir o repertrio e longevidade da voz de um cantor. Observa-se tal fatoquando existe a solicitao para a emisso de um som ou vogal prolongada ou sustentada, glissandoascendente e descendentemente e fazendo uma vogal sustentada com intensificao no tero finalda emisso.

    COORDENAO PNEUMOFONOARTICULATRIA

    a coordenao entre a respirao e a fala. Observa-se o cantor durante uma conversa expontnea,ou durante a leitura de um texto, mas pode fornecer dados irreais sobre a coordenao respiratria. comum verificarmos pessoas com dificuldade durante a fala, porm quando lhe solicitado umaleitura, e a pessoa percebe que est sendo avaliada, imediatamente corrige as eventuais entradas dear residual . A coordenao analisada um aspecto no qual, na maioria das vezes no se modifica dafala para o canto. Algumas excees acontecem quando o estilo de msica adotado exige uma vozmuito soprosa, com um gasto de ar muito grande.

    PITCH

    a sensao auditiva que temos sobre a altura da voz, podendo ser classificado em grave, mdio ouagudo. Mede-se o pitch atravs de sistemas computadorizados de anlise vocal. Normalmente, nocanto, o pitch elevase, pois h uma busca das cavidades superiores de ressonncia que acabalevando para a agudizao do pitch, muitas vezes camuflado por uma hipernasalisao.

    LOUDNESS

    Tem relao com a percepo do volume da voz e deve ter com o tipo de ambiente em que a vozest sendo emitida. Pode ser classificado em forte, fraco e adequado. Na voz cantada, deve-selembrar do ambiente e da utilizao da aparelhagem de amplificao sonora. O cantor pode nopossuir uma boa aparelhagem de som ou retornos eficientes, fazendo com que produza uma voz

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    cantada com muito volume, e solicitando ao seu corpo que produza um apoio muito potente para queno ocorra sobrecarga das pregas vocais.O cantor popular normalmente no precisa utilizar umvolume maior para cantar pois possui um bom sistema de amplificao. O cantor de coral empregamuitas vezes excesso de volume para poder se escutar dentro do coro. O cantor lrico procuraexplorar todas as suas caixas de ressonncia, todo o seu potencial respiratrio para atingir o quartoformante e assim ser ouvido junto com a orquestra que o acompanha. A voz transforma-se , nestemomento, em mais um e nico intrumento.

    RESSONNCIA

    A ressonncia classificada em seis tipos principais: equilibrada quando se utiliza de forma distribudaos trs focos principais de ressonncia(laringe, oral e nasal); laringo-farngea onde h predomnio dofoco na regio do pescoo; hipernasal com constrio de pilares onde o foco acentuado no nariz,mas com esforo evidente causado por tenso de musculatura orofarngea; hiponasal onde no hnenhuma ressonncia nasal; laringo-farngea com foco nasal compensatrio onde o foco central nopescoo e sem nenhuma oralidade, normalmente em articulaes muito travadas. Semelhantementeao pitch, a ressonncia tambm se eleva, buscando as cavidades mais superiores no canto emrelao fala.

    ARTICULAO

    A articulao pode ser precisa, imprecisa, travada, exagerada, pastosa ou aberta. Estascaractersticas podem se combinar aos pares mas no de maneira fixa. Pode-se por exemplo,encontrar uma articulao travada e precisa assim como uma aberta e imprecisa.Nem sempre abrirmais a boca para cantar melhora a articulao das palavras. Pode sim projet-la muito mais.

    ATAQUE VOCAL

    O ataque vocal pode ser dividido em brusco, aspirado e suave, podendo ser observado na falaespontnea. Normalmente o tipo de ataque se modifica da fala para o canto. Existem pessoas quefalam com ataque brusco, porm na hora de cantar optam pelo estilo bossa-nova , que trabalha comum ataque mais suave.

    QUALIDADE VOCAL OU TIMBRE

    o item que esclarece o diagnstico no nvel de pregas vocais. Costuma fechar a avaliaoperceptual da voz falada. No canto isso ocorre de forma diferente, pois na voz cantada avalia-se aqualidade em relao direta com o estilo de msica adotado e com a forma pessoal deinterpretao.No possvel dizer que todo cantor de bossa-nova possui uma voz patolgica soprosa,pois esta soprosidade faz parte de um estilo de cantar, de tornar a voz mais um instrumento dentroda musica e no o principal deles. O cantor de hard rock tem a voz rouca e spera, mas pode-seutilizar outro modo de cantar este estilo de msica. A qualidade da voz cantada abre discusso paraas caractersticas vocais mais freqentes em cada estilo de msica. impossvel se discutir aqualidade sem falar de estilo, ao contrrio da voz falada, na qual a qualidade vocal tem relao diretacom a patologia.

    H vrias maneiras de se nomear as qualidades e caractersticas vocais. Utilizamo-nos da vozrouca(moderada/suave), suave, fluida, spera, soprosa, com quebra de sonoridade, tensa, pastosa,trmula, estrangulada, infantil e diplofnica(bitonal).

    H outros nomes diferentes dos utilizados acima, mas estes combinados entre si quando necessriosso suficientes para definir precisamente uma qualidade vocal.

    RITMO

    um aspecto que avaliamos apenas na voz falada, pois na cantada depender do estilo, melodia eharmonia da msica e da maneira como o cantor interpreta a cano. Na fala usamos um ritmo lento,acelerado, muito acelerado e adequado.

    TESSITURA

    A tessitura e a extenso so dois aspectos a serem avaliados apenas na voz cantada. Quando ocantor disfnico tem queixa apenas na voz cantada no h necessidade de avaliao dos doisaspectos. Pesquisar a tessitura do cantor, que seriam as notas confortveis dentro da sua extensovocal, quando o cantor est totalmente disfnico, algo que no tem muito sentido.

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    Quando o cantor apresenta a queixa de dificuldade nos agudos ou quebra de sonoridade napassagem, solicita-se que emita a escala completa para se avaliar a dificuldade, mas no h comoclassificar definitivamente a regio onde esse cantor deve produzir sua voz cantada sem esforo ouprejuzo do trato vocal, pois a hora da avaliao um momento atpico. Conforme o trabalhofonoteraputico evolui deve-se rever a tessitura, assim como a extenso vocal.

    A classificao vocal das vozes masculinas em tenor, bartono e baixo e das femininas em soprano,mezzo-soprano e contralto tm relao com o canto lrico, muitas vezes empregada no cantopopular, porm para auxiliar na definio da tessitura do que para classificar uma voz dentro de umrepertrio especfico. Considerando-se as formas diferentes de configurao gltica do canto popularpara o lrico, no acredita-se na importncia dessa classificao para o canto popular.

    REGISTRO

    o modo de vibrao variado das pregas vocais de acordo com vrios pitchs, fornecendo diferentesqualidades vocais que so chamados de registro, que nada mais do que a produo de freqnciasconsecutivas que se originam da mesma maneira da freqncia fundamental. Deve ser avaliadoapenas na voz cantada, pois trata-se de um conceito dividido em registro basal(fry), modal(peito ecabea) e falsete.

    BRILHO

    Tem relao direta com o uso das cavidades de ressonncia e a produo de formantes. Quanto maisamplo for o uso dessas cavidades maior ser a riqueza de harmnicos amplificados, fazendo com quea voz parea cheia, preenchendo todo o ambiente.

    A posio da laringe no pescoo responsvel pelo colorido do som produzido. No bel canto, com alaringe baixa, temos um som mais lmpido e alegre, enquanto no canto dramtico, com laringe alta, osom escuro mas cheio de nuanas.

    PROJEO

    Termo advindo do canto, mas muito utilizado no meio teatral e em oratria. Tem relao direta comrespirao, presso subgltica e superiormente com a boca aberta. No possvel se ouvir um cantorcom projeo com a articulao totalmente travada. Na avaliao deve-se evitar termosqualitativos(boa projeo/pssima projeo).Deve-se gravar a voz do cantor para registro, solicitandosonorizaes especficas, como vogais(/a/e/i/) prolongadas, escalas ascendente e descendente emstacatto e ligatto, fala encadeada(dias da semana, meses do ano) e conversa espontnea.

    Havendo gravaes antigas e recentes, interessante ouv-lo para compreender o processo dedesenvolvimento da voz cantada. A avaliao in locco fundamental para comparar dados ao vivo, epara conhecer o ambiente de trabalho do cantor.

    ALTERAAO DE VOZ NO CANTO DISFONIA FUNCIONAL

    As alteraes de voz mais comumente encontradas nos cantores so chamadas de disfoniasfuncionais, que podem ser causadas por uso inadequado dos msculos voluntrios da fonao, queincluem os msculos da laringe, faringe, mandbula, lngua, pescoo e sistema respiratrio. Odesalinhamento postural tambm um achado clnico freqente. Algumas disfonias podem seratribudas a tcnicas vocais incorretas tais como: Coordenao pneumofonoarticulatria pobre, usoexcessivo ou inadequado da vlvula larngea, foco ressonantal inadequado, dificuldades no controledinmico de pitch e loudness.

    Por definio, a disfonia funcional a alterao vocal que decorre geralmente do mau uso ou abusode um aparelho fonador anatmica e fisiologicamente intacto, mas que tambm pode ser resultado deum mecanismo compensatrio mal adaptado, como conseqncia de uma condio orgnicapreexistente. Mesmo nos casos de alterao vocal onde a funo larngea normal ao exame clnico,ou quando h presena de sinais de tenso muscular larngea anormal, a disfonia classificada comfuncional.

    A disfonia funcional com abuso vocal prolongado pode levar ao desenvolvimento de alteraesorgnicas secundrias, como os ndulos vocais. Apesar desses serem considerados entidadespatolgicas individualizadas, eles so resultado de uma disfonia funcional precedente.

    CLASSIFICAO

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    H vrias propostas para a classificao das disfonias funcionais. Alguns autores propem abordagensmais amplas referindo-se aos mecanismos casuais e outros baseiam-se nos aspectos clnicos-sintomticos. importante haver uma diferenciao entre cada subgrupo de pacientes portadores dedisfonia funcional.

    Podemos classificar as disfonias funcionais em quatro tipos, que so: as disfonias psicognicas, adisfonia por habituao, o uso inapropriado de registro e as sndromes de abuso vocal.

    DISFONIAS PSICOGNICAS

    Podem ser divididas em dois subtipos: as conversivas e as recidivantes. O padro recidivantenormalmente associado a um perfil psicoptico e o conversivo, s caractersticas histricas e oaparecimento da alterao vocal associado a alguma fator desencadeante. A qualidade vocal caracterizada por afonia ou disfonia severa, com sonoridade pobre. A laringoscopia pode ser normalou evidenciar fenda gltica triangular posterior(com reduo da amplitude e assimetria da ondamucosa), ou ainda triangular em toda a extenso(fenda pararela). Pode ser observada a constriosupragltica ntero-posterior parcial, projeo medial de pregas ventriculares ou inconsistncia nosachados laringoscpicos.

    DISFONIA POR HABITUAO

    Inicia-se por uma laringite viral ou cirurgia das pregas vocais, o que propicia uma compensaoinadequada do trato vocal organicamente comprometido. A disfonia persiste mesmo aps odesaparecimento do processo viral ou da cicatrizao cirrgica. A terapia fonoaudiolgica pr-cirrgica pode evitar este tipo de alterao. Sintomas como fadiga vocal e odinofonia podem serobservados. A qualidade vocal pode apresentar soprosidade, aspereza, diplofonia ou fonaoventricular. A sonoridade geralmente pobre e a laringoscopia pode ser normal, mostrar aproximaode pregas ventriculares, constrio supragltica ntero-posterior parcial ou ainda fechamentosupragltico esfinctrico.

    USO INAPROPRIADO DE REGISTRO

    A alterao vocal ocorre em homens durante o crescimento, manifesta-se depois da puberdade comodificuldade em abaixar o pitch e acompanha-se de "quebras" no registro. Pode ocorrer em ambos ossexos, porm no to evidente nas mulheres em decorrncia do seu tom habitual de fala. Algunsfatores psicolgicos podem levar a inibies durante este perodo de transio e estabelecer umpadro de fonao em falsete. Estes casos devem ser diferenciados daqueles em que existamcomprometimentos hormonais ou conversivos. No h sintomas associados. A qualidade vocalcaracteriza-se por pitch anormalmente alto e sonoridade pobre.

    A laringoscopia geralmente normal, mas pode haver tenso gltica. A laringe pode tambm estarelevada e sua trao para baixo pode mostrar mudana de registro vocal para um pitch maisadequado.

    SNDROMES DE ABUSO VOCAL

    As alteraes vocais decorrentes das sndromes de abuso vocal so geralmente flutuantes ouintermitentes e mantm-se por perodos prolongados. Os aspectos mais comumente observadosnestas alteraes so: fadiga vocal, reduo da extenso dinmica da voz, odinifonia, padrorespiratrio inadequado e sindromes tencionais msculo-esquelticas. Outros sintomas, comoalteraes ressonantais e de pitch, tambm podem ser observados. As sndromes de abuso vocalpodem ocorrer com freqncia tambm em profissionais da voz.

    A qualidade vocal dos pacientes portadores de sndrome de abuso vocal mostra caractersticas desoprosidade e aspereza, sonoridade pobre, quebras na voz, pitch geralmente agravado e ataque vocalbrusco.

    A laringoscopia pode ser normal, mas tambm pode apresentar aproximao de bandas ventriculares,constrio supragltica ntero-posterior parcial e ainda fechamento supragltico do tipo esfinctrico.

    Outros fatores devem ser observados em profissionais da voz com alteraes relacionadas ao abusoou mau uso vocal. Algumas alteraes na voz falada muitas vezes no ocorrem na voz cantada, ouocorrem em menor grau. Como exemplo, uma boa tcnica de canto no implicar em uma voz faladaadequada. O apoio respiratrio tambm pode mostrar-se deficiente somente na voz falada. Apesardisso, a extenso vocal no afetada. A avaliao de profissionais da voz deve ser cuidadosa,levando-se em conta as variveis entre a voz falada e cantada.

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    Como alteraes orgnicas secundrias temos: ndulos de pregas vocais, edema de reinke e lceras egranulomas, os quais passaremos a discertar.

    NDULOS DE PREGAS VOCAIS

    So leses secundrias associadas s alteraes funcionais da voz, caracterizando-se por alteraona camada superficial da lmina prpria, representada histologicamente pela presena de tecidoedematoso e/ou fibrocolagenoso associado a um espessamento do epitlio das pregas vocais, comqueratinizao superficial e acantose entre as cristas epidrmicas. Apresentam-se como lesesesbranquiadas, em torno da borda livre na juno do tero mdio de ambas as pregas vocais , que,ao entrarem em contato durante a fonao, assumem a silhueta de um "beijo". Apresenta aspectoendurecido e algumas vezes edematoso, principalmente em crianas. H um aumento de massa erigidez da cobertura, assim como interferncia na vibrao mucosa contralateral. Na maioria doscasos h presena de fenda triangular mdio-posterior.

    A incidncia desta alterao em adultos maior no sexo feminino e est sempre associada ao abusovocal e ao estresse. a disfonia funcional mais comum entre as crianas, predominando no sexomasculino. Em cantores, pode ocorrer secundariamente execuo do canto fora da extensoadequada e por pobre apoio respiratrio.

    Os sintomas vocais mais comuns so fadiga vocal, alteraes de pitch , alteraes ressonantais eextenso dinmica reduzida.

    A qualidade vocal mostra caractersticas de soprosidade, aspereza, quebra vocal e ataque vocalbrusco.

    EDEMA DE REINKE

    uma leso de aspecto edematoso e por vezes polipide, o que lhe rendeu a denominao dedegenerao polipide, ou ainda, plipo edematoso de pregas vocais. geralmente bilateral, pormquase sempre assimtrica. Estende-se ao longo de toda a borda livre das pregas vocais na maioriados casos. Apresenta crescimento progressivo, podendo obstruir completamente a glote comconseqente asfixia, em seu estgio mais avanado. Interfere na vibrao mucosa contralateral eest freqentemente associado ao tabagismo crnico e, em menor escala, ao hipotireoidismo e aorefluxo gstroesofgico. A fonoterapia pode reduzir a leso em alguns casos, ainda que ocorramelhora importante da qualidade vocal nos casos com leses pouco exuberantes. Entretanto, oencaminhamento posterior para tratamento cirrgico necessrio.

    A disfuno vocal geralmente estvel, de longa durao, e predomina no sexo feminino. Osprincipais sintomas associados so fadiga vocal, alteraes ressonantais e extenso vocal reduzida. Aqualidade vocal apresenta caractersticas de rouquido, com pitch agravado, sonoridade pobre equebras vocais.

    ULCERAS E GRANULOMAS

    So as nicas leses orgnicas localizadas fora da borda livre das pregas vocais, decorrentes dedistrbios funcionais da laringe. So associadas a processos inflamatrios extralarngeos ousecundrios entubao endotraqueal prolongada. Nos casos funcionais, so provocados por traumafonatrio na apfise vocal das aritenides, em pacientes com importante tenso muscular larngea eataque vocal brusco. Geralmente so leses pequenas que comprometem o fechamento gltico.Quando so de grandes dimenses, outras possibilidades diagnsticas devem ser aventadas.

    O estabelecimento da alterao vocal geralmente agudo(de dias a semanas), s vezes intermitentepor meses. Os sintomas mais freqentes associados so odinofonia e fadiga vocal.

    A qualidade vocal manifesta-se sob forma de disfonia varivel, com pitch grave e ataque vocalbrusco. A laringoscopia mostra ulcerao do processo vocal uni ou bilateral, ou granuloma, comhiperfechamento gltico posterior. Outros fatores observados em pacientes portadores de lceras ougranulomas so apoio respiratrio pobre, uso de ar residual, freqente associao ao refluxogastroesofgico, hbito de pigarrear e tossir e abuso vocal.

    TERAPIA FONOAUDIOLGICA PARA CANTORES

    A terapia vocal do cantor no difere completamente do processo teraputico de um paciente queapresenta disfonia funcional. O foco do tratamento, este sim, ser diferente. Com a queixa bemdefinida em relao aos aspectos da voz falada e cantada, inicia-se a terapia que trabalhar[a

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    simultaneamente os aspectos que forem necessrios, tanto da voz falada quanto da cantada.

    Na terapia com cantores, o ouvido adquire importncia na conduo das orientaes, na forma deutilizao da voz, assim como na maneira de realizao dos exerccios propostos.Quando se trabalhacom o cantor, no se deve ficar centrado na patologia larngea ou no distrbio da fonao e sim namaneira como o cantor est utilizando seu aparelho vocal para produo da voz dentro do estilo einterpretao desejados.

    Pode-se compreender o estilo do canto e tentar, juntamente com o cantor, por meio de exerccios,possibilitar que produza, de maneira satisfatria e sem prejuzo do trato vocal, a voz cantadadesejada. O fonoaudilogo no deve discutir a escolha de repertrio, mas esclarecer as possibilidadesde cada voz, localizando o pitch confortvel e a tessitura adequada para o cantor assim comodemonstrar aspectos anatomofisiolgicos existentes, mas muitas vezes desconhecidos, que possamfacilitar ou limitar a produo de algum tipo de voz cantada.

    necessrio possuir algum conhecimento de termos musicais que, em geral, esto presentes naterapia com o cantor, como por exemplo grave, agudo, oitava, glissando, stacatto, escalaascendente ou descendente, acorde e outros que podem aparecer conforme o tipo de canto adotado.

    O cantor, em geral, questiona o profissional para saber como se procedem os exerccios e outrasduvidas, pois natural que a pessoa que tem na voz cantada seu instrumento profissional possuauma curiosidade maior em relao a sua voz, bem como receio em ser examinado peloOtorrinolaringologista e ansiedade em tratar as dificuldades que se manifestam na voz.

    Aparecem alguns questionamentos por parte do cantor, porm esses so um desafio constante paraquem trabalha com a rea da voz e tem conscincia da influncia da vida emocional e psquica naquesto da comunicao.

    As questes da sade vocal devem ser tratadas com pacincia e esclarecimento, sem virar uma listade proibies, pois o ideal passar informaes aos poucos e obter o retorno do cantor sobre averdadeira compreenso dos porqus sobre sua voz.

    No fcil estabelecer um limite sobre onde comea a terapia fonoaudiolgica do cantor, pois o inciode cada processo depender de cada indivduo. No existe hierarquia dentro da terapiafonoaudiolgica. Na voz tudo ocorre ao mesmo tempo. As necessidades do de cada caso e sempreque possvel devem ser trabalhadas no conjunto.

    No caso dos cantores fundamental trabalhar a parte respiratria no sentido de conscientizar o papelda respirao na emisso da voz cantada, mostrando preferencialmente a respirao costo-diafragmtica, como a mais adequada para a sua voz. O trabalho articulatrio visando a aberturavertical e preciso sonora dos fonemas tambm tem destaque na rotina teraputica. Os exercciosque auxiliam no abaixamento da laringe tem demonstrado timo resultado, mesmo nos casos decantores populares, permitindo um movimento vertical livre nos graves e agudos. Exerccios deresistncia tambm so indicados para cantores que costumam cantar muitas horas por semana.Massagem digital na laringe depois de cantar, ou antes de dormir, promove a vasodilatao quepossibilitar um maior relaxamento noturno, levando a uma qualidade vocal mais satisfatria para osdias seguintes no uso intensivo da voz.

    No possvel abordar a parte de exerccios, pois cada indivduo tem seu problema e os exercciosdevem ser aplicados de maneira pessoal, O terapeuta tem que experimentar os exerccios consigomesmo e, posteriormente, observar como cada paciente realiza ou reage diante daquele exerccio. Demaneira geral, acredita-se que o terapeuta no necessita ser um cantor ou msico para poder prestaratendimento, porm deve ouvir as queixas do paciente e saber que as dvidas que ocorrerem duranteo processo teraputico podero ser investigadas e respondidas por ambos, paciente e terapeuta.

    CONCLUSO

    Estivemos analisando alguns os problemas possveis a serem apresentados na estrutura funcional dalaringe e cordas vocais, nos profissionais da voz, em especfico com os cantores.

    Apresentamos alguns mtodos a serem aplicados na avaliao e tratamento de tais problemas, pormtal explanao no esgota o assunto.

    Ficou claro porm que, para a eficcia levantamento dos problemas apresentados, bem como orespectivo tratamento, h necessidade de se recorrer ao profissional mdico da voz, especificamenteao Otorrinolaringologista e ao Fonoterapeuta para a obteno de sucesso para a resoluo dos

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    distrbios que possam ocorrer com a voz.

    Creio porm que deve haver um relacionamento muito aproximado entre o profissional da voz, omdico da voz e o preparador vocal, pois suas atividades se interagem e, com essa aproximao oresultado pode se tornar mais produtivo, fazendo com que a voz do profissional possa ser melhorelaborada para um bom resultado profissional.

    Com este tipo de relacionamento, creio que os cinco profissionais da voz Otorrinolaringologista,Fonoaudiologista, Professor de Canto, Preparador Vocal e Cantor podero crescer em conhecimentoe sucesso profissional, onde cada um individualmente alcanar a satisfao pessoal de aplicar o seutrabalho de modo direto, com conhecimento e bem feito.

    BIBLIOGRAFIA

    Mestrado em Distrbios da ComunicaoUm Sculo de Cuidados com a Voz Profissional Falada: A Contribuio da FonoaudiologiaThelma Mello Thome de SouzaPUC/ So Paulo / 1998

    Tpicos em Fonoaudiologia 1995Irene Queiroz MarchezanClia BolaffiIvone C.Dias GomesJaime Luiz ZorziEditora LOVISE

    Avaliao Fonoaudiolgica da VozLeslie Piccollotto FerreiraPaulo Augusto de Lima PontesEditora Guanabara Koogan 1996

    Tpicos em Fonoaudiologia Enfoque MultiprofissionalMarta A. Andrada e SilvaHenrique Oliveira CostaEditora LOVISE 1995 Vol 1 SP.

    Um Pouco de Ns Sobre VozLislie Piccollotto FerreiraEditora Pr Fono Carapicuiba -1994

    Voz Cantada Evoluo, Avaliao e TerapiaHenrique Olival CostaMarta Assumpo de Andrada e SilvaEditora LOVESE 1998 SP

    Fundamentos em FonoaudiologiaTratando os Distrbios da VozSilvia Maria Rebelo PinhoEditora Guanabara Koogan 1998 RJ

    Voz Profissional O Profissional da VozLeslie Piccolloto FerreiraIara B. de QuinteiroEdwiges Maria MoratoEudsia AcuaEditora Pr-Fono Carapicuiba - 1995

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