A Folha dos Valentes

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V al en es Maio 2013 ANO XXXVII PUBLICAÇÃO MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA a folha dos 424 16.º Encontro Nacional da Juventude Dehoniana 04 . - Ambiente DIGITAL 05 . - JMJ com RUMO 12 . - Padre José Vieira ALVES 20 . - Vieira GLOBAL 32 . - Um PAPA “do outro mundo” 38 . - 16.º Encontro Nacional JD 16.º Encontro Nacional da Juventude Dehoniana 04. - Ambiente DIGITAL 05. - JMJ com RUMO 12. - Padre José Vieira ALVES 20. - Vieira GLOBAL 32. - Um PAPA “do outro mundo” 38. - 16.º Encontro Nacional JD

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Maio de 2013

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Valen esMaio 2013 ANO XXXVII

PUBLICAÇÃO MENSALDISTRIBUIÇÃO GRATUITA

a folha dos

424

16.º Encontro Nacional

da Juventude Dehoniana

04.-Ambiente DIGITAL05.-JMJ com RUMO12.-Padre José Vieira ALVES20.-Vieira GLOBAL32.-Um PAPA “do outro mundo”38.-16.º Encontro Nacional JD

16.º Encontro Nacional

da Juventude Dehoniana

04.-Ambiente DIGITAL05.-JMJ com RUMO12.-Padre José Vieira ALVES20.-Vieira GLOBAL32.-Um PAPA “do outro mundo”38.-16.º Encontro Nacional JD

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FICHA TÉCNICA

Director: Paulo Vieira Administrador: Ricardo Freire Secretária: Margarida RochaRedacção: Magda Silva, Marco Costa, Romy Ferreira.

Correspondentes: Maria do Espírito Santo (Açores), Amândio Rocha (Angola), André Teixeira (Madeira), Joaquim António (Madagáscar), Tiago Esteves (Lisboa).

Colaboradores: Adérito Barbosa, Alícia Teixeira, André Teixeira, António Augusto, Fátima Pires, Feliciano Garcês, Fernando Ribeiro, Florentino Franco, Francisco Costa, J. Costa Jorge, João Chaves, José Agostinho Sousa, José Armando Silva, José Eduardo Franco, Juan Noite, Jorge Robalinho, Manuel Barbosa, Manuel Mendes, Natália Carolina, Nélio Gouveia, Olinda Silva, Paulo Cruz, Paulo Rocha, Rosário Lapa, Victor Vieira.

Colaboradores nesta Edição: Eduardo Novo, Joaquim Costa, Cláudia Moreira, Marcelo Ferreira, Maurília Araújo, Bruna Loh, Grupo de Jovens “Os Samaritanos” e grupo de Jovens “Guiados por Jesus.

Fotografia: AFV, Rita Resende, Inês Pinto, Lusa.

Capa: Rita Resende, no Encontro Nacional JD.

Grafismo e Composição: PFV.

Impressão: Lusoimpress S. A. - Rua Venceslau Ramos, 284430-929 AVINTES * Tel.: 227 877 320 – Fax: 227 877 329

ISSN – 0873-8939

Depósito Legal – 1928/82

Tiragem – 3200 exemplares

Redacção e Administração:Centro DehonianoAv. da Boavista, 24234100-135 PORTO – PORTUGALTelefone: 226 174 765 - E-mail: [email protected]

Proprietário e Editor:Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) * Rua Cidade de Tete, 10 - 1800-129 LISBOATelefone: 218 540 900 - Contribuinte: 500 224 218

isenta de registo na ERC ao abrigo do decreto regulamentar 8/99 de 9/6, artigo 12º, nº 1 a

http://www.dehonianos.org/valentes/index.html . http://www.dehonianos.org/juventude/http://www.facebook.com

da atualidade

dos conteúdos

do mundo

do bem-estar

da juventude

da família dehoniana

sumário:

Ajude a revista de acordo com as suas possibilidades!

Envie o seu donativo (cheque ou vale) para:Centro Dehoniano

Av. da Boavista, 2423 — 4100-135 PORTOTel.: 226 174 765 — E-mail: [email protected]

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Associação de Imprensade I nspiração Cr istã

03 > alerta! > Em maio

04 > sal da terra > Ambiente digital

05 > atualidade > JMJ com rumo

08 > recortes dehonianos > Notícias SCJ

09 > entre nós > Tarde Dehoniana 2013

10 > com Dehon > Viagens de Dehon em Paris

12 > memórias > Padre Joaé Vieira Alves

15 > comunidades > A Casa Porvincial

18 > vinde e vereis > Guardar no coração e meditar

19 > onde moras > “Eis a tua Mãe”

20 > doses de saber > Vieira global

22 > pedras vivas > A Ti Deolinda

24 > JMJ no Porto > Embarca neste Porto

25 > palavra de vida > Partiram a pregar por toda a parte

26 > leituras > Uma mochila para o universo

28 > sobre a bíblia > Da comunhão eucarística à eclesial

30 > sobre a fé > A unidade e a Eucaristia

32 > reflexo > Um Papa “do outro mundo”

34 > outro ângulo > Mensagem do 16.º Enc. Nacional JD

35 > nuances musicais > Braguinha da Madeira

36 > novos mundos > Escrever no ar

37 > minha rede > Placar virtual

38 > jd-Nacional > 16.º Encontro Nacional JD

40 > jd-Açores > Testemunhos

42 > jd-Lisboa> Testemunho

43 > jd-Madeira> Testemunho

44 > jd-Porto > Testemunhos

46 > agenda-JD > Calendário de atividades

47 > tempo livre > Passatempos

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PUBLICAÇÃO MENSALDISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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Em maio

VPaulo Vieira

alerta! –03 da atualidade

Maio começa praticamente com o Dia da Mãe e vai por aí adiante com a espiritualidade mariana destacada, em Tempo Pascal até ao Pentecostes.

Já se veem peregrinos pelas estradas rumo a Fátima. Maria é, sem dúvi-da, o modelo do cristão e da Igreja, mas é como Mãe que a aclamamos e a Ela nos dirigimos nos encomendamos.

Fala-se de “primavera da Igreja” e é bom que se sinta a alegria e o entu-siasmo da nossa identidade e da nossa missão, mas é o Pentecostes e o dom constante do Espírito Santo que nos pode renovar e dar impulso verdadeiro à missão.Ainda ontem, no Encontro dos Antigos Alunos do Seminário Missionário Padre Dehon, do qual daremos conta na edição de junho, tive ecos da pertinência da nossa revista, como ligação da Família Dehoniana…

No mês anterior chamámos a atenção para a dificuldade económica em que a nossa revista se encontra e para o facto de termos tido de cancelar o envio da mesma aos leitores que não colaboravam nem davam outra espécie de notícias há mais tempo. Já tivemos algumas respostas generosas as quais muito agradecemos. Na verdade o envio pelos correios encareceu as despesas de impressão continuam e pre-cisamos de “equilibrar as contas”. Desta vez assinalamos nas folhas de rosto as datas daqueles leitores que “não estão em dia”, salientando sempre que não é por motivos eco-nómicos que deixareis de receber A Folha dos Valentes, se ela é útil e agradável e disso nos derdes sinal.

E lembramos o que vai na página anterior, sobre o modo como nos ajudar. Transferência bancária para o NIB indicado. ou vale de correio, ou cheque em nome de Centro Dehoniano.

Que o Espírito Santo nos inspire e a nossa Mãe nos abençoe a todos.

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04– sal da terrada atualidade

É importante que o nosso rasto digital seja católico

VPaulo Rocha

Ambiente digital

JMJ 2013Com rumoO mês de maio inclui, numa agenda sempre muito preenchida,

o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Acontece em cada ano no Domingo da Ascensão, este ano a 12 de maio, o dia em que se celebra o último momento da vida de Jesus na Terra: a Sua subida aos céus. O simbolismo dessa comunicação, entre o céu e a terra,é assumido na celebração deste Dia Mundial, quenormalmente conta com mensagens estimu-lantes por parte do Papa, que olha para os media como um ambiente para o anúnciodo Evangelho, como o é o adro ou o inte-rior da igreja. Também na que é dirigida ao Dia Mundial deste ano, escrita ainda pe-lo Papa Bento XVI (foi divulgada no Vati-cano no dia 24 de janeiro).Quando se refere ao tema dos meios de comunicação social, a Igreja Católica fá-lo com competência. E tem demonstrado saber utilizar e estar mos media, os clássi-cos e os novos; aqueles que promovem a comunicação de massas e os que ligam redes de pessoas em grupos com afinidades culturais, religiosas ou de entretenimento. E, este ano, propõe que se estudem e se concretizem boas práticas de presença nasredes sociais, tornando-as meios de “fé e de verdade”. O desafio é lançado a todos. Não apenasa quem fala na televisão ou escreve para os jornais.De facto, cada vez que se coloca um “gosto”, é possível estar a cumprir o desafio deixado pelo Papa. A partilha de mensagens ou o comentário a fotos ou vídeos fazem o rasto digital de cada perfil. E é fundamental que desse perfil faça parte o atributo “católico”.Em causa não está a concretização de qualquer projeto muitoespecial, a elaboração de um plano para que a utilização dos meios de comunicação seja coerente com opções de vida que motivam a participação em celebrações ou encontros católicos.Também neste âmbito, nada mais é necessário do que o teste-munho, a capacidade de deixar transparecer para o ambiente digital convicções e opções de vida. Esse o desafio!

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atualidade –05 da atualidade

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JMJ 2013Com rumo

A próxima Jornada Mundial da Juventude é já de 23 a 28 de Julho, no Rio de Janeiro, no Brasil. O mundo inteiro está a mobilizar-se para viver as primeiras Jornadas com o Papa Francisco. O P.e Eduardo Novo, Diretor do DNPJ apresenta as jornadas e a preparação do lado português...

Artigo MISSÃOPRESS

Como nasceram as JMJ?As Jornadas Mundiais da Juventude nasceram de um sonho, uma intuição profética do Beato João Paulo II, que operou uma revolução no campo da pastoral juvenil. Em 1984, Ano Santo da Redenção por celebrar os 1950 anos da morte e ressurreição de Jesus, o papa celebrou com os jovens em Roma, na vés-pera do Domingo de Ramos o chamado «Jubileu Internacional da Juventude» e entregou aos jovens uma grande cruz de madeira. Mas é em 1985, proclamado pela ONU ano Internacional da Juventude, que um novo encontro em Roma com os jovens, faz ganhar o nome de Jornada Mundial da Juventude, e desde aí, de três em três anos, milhões de jovens sentiram já a alegria de estar, de partilhar momentos de oração, de reflexão e união com outros jovens de todo o mundo e com o papa, olhando juntos o futuro e renovando o seu próprio compromisso, abrindo assim para uma nova maneira de ser cristão “um cristianis-mo sorridente”.

O que é a participação?A participação na Jornada não é meramente tu-rística ou cultural, é sobretudo uma caminhada de fé, uma peregrinação interior e por isso requer um corpo preparado para a peregrinação e um coração aberto para as maravilhas que Deus tem reservado para cada um. São catequeses, teste-munhos, partilhas, exemplos de amor ao pró-ximo e à Igreja, festivais de música e atividades culturais que possibilitam o Encontro com Deus, celebrando a Festa da Fé.

Uma experiência de Fé, uma experiencia cultural, uma experiência de solidariedade…“Mestre que hei-de eu fazer?” Há mais de 20 séculos, um jovem questionou Jesus desta forma. Tantas gerações passadas e Cristo continua a ser a grande questão a todo o coração juvenil.Na sua mensagem para a XXVIII JMJ, o Papa sai ao encontro das inquietações do tempo presente para atualizar a resposta se Cristo a partir das palavras do próprio Jesus “ Ide e fazei discípulos entre todas as nações (Mt 28,19).Ao lançar à juventude dos cinco continentes este desafio, esta “urgente chamada” Bento XVI antecipa-se na resposta convidando-os a viver uma experiência radical: “Deixai-vos amar por Cristo e sereis as testemunhas de que o mundo precisa”. Vindos de Madrid “Firmes na Fé” vamos fazer discípulos a caminho do Rio, viajemos então pelas JMJ.

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06– atualidadeda atualidade

Jornada Mundial da Juventude - Rio 2013 Artigo MISSÃOPRESS

O que trouxemos de Madrid?As Jornadas de 2011 em Madrid, estão ainda mui-to presentes na memória dos jovens portugueses, os jovens que lá se encontraram com Bento XVI, afirmaram a sua fé e sentiram a renovação da fé. Tomaram consciência de todo o apoio da Igreja, no encontro com os bispos portugueses, sentiram o alento de estar entre outras culturas, falaram ou-tras línguas, cantaram em castelhano e sentiram a alegria e o incentivo do Papa no encontro com Deus. Na Praça de Cibeles e em Quatro Vientos os jovens gritaram um decidido “sim”: a fé é possível também hoje, ou melhor, é a aventura mais boni-ta que possa ocorrer na vida! Foi uma verdadeira epifania de uma Igreja jovem, cheia de alegria e impulso missionário, “uma cascata de luz e de Esperança”

Que marca deixa uma JMJ?Para o jovem que caminha para ser apóstolo con-firmado na fé, e que a cada dia necessita ser cati-vado por Deus através de outros jovens e agentes de pastoral juvenil, a participação numa Jornada Mundial da Juventude torna-se um marco na vida de cada um, uma oportunidade única de alimen-tar o dom da fé. Afinal a educação, a formação e construção da personalidade de cada jovem passa também por este tipo de experiências de “tocar o desconhecido” para que, na alegria do encontro com Deus, se tornem mensageiros dessa Alegria e missionários da Nova Evangelização.

JMJ Rio 2013O Papa Bento XVI escolheu o país do samba e da praia para esta jornada. A Igreja do Brasil, com o seu Cristo Redentor de braços abertos acolherá jovens do mundo inteiro, dando testemunho da universalidade da Igreja em tempos de nova evan-gelização. “Ide e fazei discípulos de todos os povos” (Mt,28,19) é o verdadeiro convite à missão que cada jovem deve acolher na decisão de ir à JMJ Rio 2013. O tema do Rio insere-se muito bem no Ano da Fé, convocado pelo Papa emérito em Novembro passado. Aliás a correspondente nota pastoral da Congregação para a Doutrina da Fé menciona explicitamente que a jornada do rio oferecerá aos jovens uma ocasião privilegiada para experimen-tar o gosto que provem da fé em Jesus Cristo, em comunhão com o Santo Padre na grande família da Igreja.O Papa na sua mensagem remete também para a missão continental que se esta levar a cabo pelos países da América Latina e Caribe. Proveniente da 5ª conferência da Aparecida, o Documento de Aparecida reconhece a necessidade de todo o Continente se colocar em estado de missão. É pois providencial que a Jornada do Rio esteja em plena sintonia com estes 2 acontecimentos: o Ano da Fé vivido pela Igreja universal e com a missão continental das igrejas particulares latino ameri-canas. O Papa, coloca assim a JMJ RIO 2013 numa perspetiva de uma igreja em estado permanente

Francisco

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VEduardo Novo

de missão: uma nova cultura, uma cultura missio-nária. O tema da Jornada convida-nos a partilhar e a transmitir a nossa Fé aos outros.A Jornada Mundial da Juventude Rio 2013 já co-meçou, sobretudo com a peregrinação da cruz e do ícone: “Bote Fé”, mas não apenas no Brasil. Acontece já uma verdadeira peregrinação à Jornada, na medida em que é uma grande oportu-nidade para aprimorar a nossa opção preferencial pelos jovens, ao mesmo tempo que nos organi-zamos melhor como Igreja que também se faz jo-vem, nas suas diversas pastorais, nos movimentos, e em novas comunidades.A Jornada Mundial do Rio trará novidades pasto-rais, como a “Semana Missionária” (as Pré-Jornadas) que proporcionará aos jovens uma experiência de

missão através da fé, solidariedade e cultura.Acolheremos o Papa Francisco, com a Alegria pró-pria da juventude, e que estará em Copacabana e Guaratiba para os Atos Centrais, que são cinco momentos: a Missa de abertura, Boas Vindas ao Santo padre, a Via-sacra, a Vigília e a Missa de Envio. Foram desde logo escolhidos os patronos da JMJ Rio 2013, entre eles, Nossa Senhora da Aparecida, protetora da Igreja e das famílias, Santa Teresinha, padroeira das missões e Beato João Paulo II, ami-go dos jovens…O hino da JMJ é já um convite à missão e começa a ser reproduzido em várias línguas, mas será em português que “A Esperança do amanhecer “ eco-ará cantada por todos os jovens.

A preparação da JMJ em Portugal

O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil acompanha toda esta dinâmica de preparação para a JMJ Rio 2013 com entusiasmo, colhendo os frutos de Madrid assim, o DNPJ publicou em parceria com a Editora Paulinas o livro que contem todas as men-sagens proferidas por Bento XVI em Madrid.O DNPJ participou nas reuniões internacionais de preparação da JMJ Rio 2013 e mantem o contacto com o comité organizador local, também pela ora-ção unindo-se à Vigília dos Jovens Adoradores, todas as segundas sextas-feiras do mês e incentivando os jovens portugueses à participação.O DNPJ aposta no diálogo interinstitucional e man-tem-se em permanente diálogo e estreita colabora-ção com o Cônsul de Portugal no Brasil.Iniciou também o itinerário catequético que está a ser preparado de modo a ser utilizado por todos os jovens. Tem já disponível o site www.rio2013.dnpj.pt com informação e formação disponível (inscrição, semana missionária…). Evangelizando pela arte, o Festival Nacional Jovem da Canção Mensagem com o tema da JMJ Rio 2013 “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”(Mt 28,19) foi uma verdadeira FESTA DA MÚSICA, onde as vozes dos 80 jovens participantes se uniram no final, também para ser missionários, carregados da “ESPERANÇA DO AMANHECER”... O projeto YOUthTRAVEL é a peregrinação e visita a todas as dioceses e seus animadores juvenis, Dia na diocese; com vista à formação permanente e proxi-midade com todos os secretariados diocesanos, ani-madores juvenis, catequistas, religiosos e religiosas, professores de EMRC…

Rio In Douro e Festival JotaO DNPJ não pode não deixar de ter uma sensibilida-de especial para com aqueles que não participam da JMJ no Rio, assim incentiva e irá colaborar na di-namização e promoção de atividades que “tragam a Jornada a Portugal”: Rio in Douro e Festival Jota dão já o mote.O Fátima Jovem está também impregnado de JMJ, olhando já o futuro, nesta Peregrinação Nacional de Jovens a Fátima, estará o Pe Omar Raposo que inte-gra o COL Rio 2013 e é também Reitor do Santuário do Cristo Redentor que fará o convite de viva voz à participação na JMJ Rio 2013. Com uma aposta na formação nos workshops e a presença do musical “Alegria da Fé” que conta com a participação da Vânia Fernandes, e que será apresentado também no Rio, faremos uma antevisão da JMJ Rio 2013.E porque as JMJ não são apenas cinco dias no Rio, mas um antes e seguramente um depois, o DNPJ tentará fazer do caminho de preparação para o Rio 2013, uma verdadeira peregrinação. Peregrinar é a força da Igreja na Humanidade no caminho com os homens, o testemunho da nossa procura, o desejo de descobrir no caminho percorrido, na paisagem exterior que se modifica, o chamamento, o dom, o sinal de uma peregrinação interior que nos trans-forma e nos conduz, que faz de nós construtores de um novo futuro. Por isso aceitemos o desafio de nos “pormos a caminho”, com a diversidade das nossas vivências, na unidade da mesma fé em Cristo e animados no mesmo espírito, em perma-nente missão!

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VManuel Barbosa

Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)08– recortes dehonianos

da família dehoniana

SEMANA DA PROVÍNCIA EM ALFRAGIDE Logo a seguir à Páscoa, de 3 a 5 de abril, 60 Dehonianos portugueses, vindos das várias comunida-

des, reuniram-se em Semana da Província, que decorreu em Alfragide, no Seminário Nossa Senhora

REITORES DEHONIANOS EM ROMA De 8 a 13 de abril de 2013 decorreu em Roma o encontro dos Reitores dos Seminários Maiores

Dehonianos (Escolasticados). Participaram 18 Reitores, o Conselho Geral da Congregação e alguns co-laboradores da Cúria Geral. De Portugal participou o Padre Constantino Tiago, em representação do Padre Manuel Barbosa, Reitor de Alfragide.

SUB-10 DEHONIANOS EM AVEIRO No dia 25 de abril, reuniram-se na Casa do Sagrado Coração, em Aveiro, 9 Dehonianos com menos

de dez anos de Profissão Perpétua. Foi um dia de encontro, partilha de vida, reflexão e oração. Além da presença constante do Superior Provincial, es-teve também o Padre Joaquim Martins, Pároco de Esgueira, que apresentou o seu testemunho de como vive, constrói e con-duz uma Comunidade de Fé.

Objetivos do encontro: ajudar reciprocamente a encontrar modos de estimular os formandos a conhecer, aprofundar e interiorizar a espiritualidade dehoniana; encontrar linhas de ação comuns nas diversas dimensões da formação (espiritu-alidade, internacionalidade, economia, apostolado social); criar um espírito de comunidade cada vez mais forte entre os formadores da Congregação para que se sintam apoiados uns pelos outros, bem como a colaboração internacional dos vários Escolasticados.O encontro constou de conferências, momentos de partilha e confronto de experiências, de oração e de convívio. Particularmente importante foi a apresentação e estudo do principal documento sobre a formação na Congregação. Assim reza a parte final da mensa-gem final:«Olhando para o futuro, sentimos a urgência de dar passos concretos que nos ajudem a permanecer neste espírito de comunhão que encontra no sint unum a sua raiz e o seu vértice e, por isso, assumimos algumas propostas do Conselho Geral: constituição de uma equipa que se encarregue de apresentar de modo sistemático a espiritualidade dehoniana nos Escolasticados; periodicidade dos encontros de formadores a nível internacional; promoção de escolasticados internacionais e continentais».

de Fátima. Foi um tempo de encontro, convívio, celebração e aprofundamento do tema “Firmes na Fé”, com o contri-

buto das interpelações de vários convidados. A presença do Padre Domingos Pestana, Superior do Distrito de Angola, ajudou a apro-fundar a comunhão com os missionários de Angola e Madagáscar.

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VTiago Pereira

entre nós –09 da família dehoniana

Na vivência do Ano da Fé, que nos diz a experiência de Fé do Padre Dehon?

Assim, na fidelidade a esse compromis-so, o Seminário Nossa Senhora de Fátima acolheu, no passado dia 17 de Março, mais uma

Tarde Dehoniana 2o13

Na Carta Constitutiva da Família Dehoniana vem afirmado que “Conscientes que a espiritualidade do Padre Dehon não é apenas vivida pelos SCJ mas também por tantos homens e mulheres que vivem na dimensão de consagra-ção ou laical, acolhemos com coração aberto a realidade da Família Dehoniana como uma graça que pode reforçar a nossa identidade e o sentido de pertença ao Instituto”.

tarde Dehoniana organizada e orientada pelo Secretariado Regional da Família Dehoniana de Lisboa. Foi um encontro inter-geracional onde Consagrados e Consagradas, Leigos comprometidos, jovens e menos jovens, procuraram respon-der a uma questão tão simples mas ao mesmo tempo tão in-quietante: na vivência do Ano da Fé, que nos diz a experiência de Fé do Padre Dehon?Foi uma tarde marcada pela Fé e pelo conhecimento ou reconhecimento da experiencia de Fé do Padre Dehon, tão rica e actual, tão estimulante e cuja linguagem ainda hoje é perceptível. O nosso fundador, formado no Séc. XIX, esteve na vanguarda do pensamento e, como salientou o Pe. Manuel Barbosa, foi sempre fiel à Igreja do seu tempo. Em família e como família, fomos desafiados a partilhar, em pequenos grupos, algumas características da experiencia de Fé do Fundador; fomos convidados a celebrar a Eucaristia, presidida pelo Superior Provincial, Pe. Zeferino Policarpo; fomos convocados à partilha fraterna num lanche ofereci-do pela comunidade religiosa.Foi bom sentirmos que a presença da Espiritualidade Dehoniana continua a fazer sentido e dar sentido a tantas vidas marcadas pela necessidade de conformarem a sua vida a vida de Cristo.

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10– com Dehonda família dehoniana

VIAGENS E PEREGRINAÇÕES DE LEÃO DEHON

Estudante em Paris (1859-1864)

A estadia parisiense vai durar cinco anos (1859-1864). Este período veio a revelar-se um tempo muito rico e fecundo de maturação e de cresci-mento pessoal a todos os níveis: humano, social, cultural, intelectual e espiritual. Diz-nos ele nas suas Memórias: «Em Paris recebi muitas graças. Recebi um grande desenvolvimento intelectual. Aprendi a conhecer o mundo sem me “sujar”. Adquiri o gosto pela literatura, pela arte e pelas viagens».Na verdade, do ponto de vista académico foram anos de sucesso: a 12 de Julho de 1960 obtem com suces-so a chamada Maturidade Ciêntífica (exame de admis-são) que lhe permite entrar no Politecnico. Não se sentido inclinado para as ciências, abandona o Politecnico e inscreve-se no Curso de Direito. No terceiro ano (1861-1862), superados os exames consegue o Bacharelato (26 de julho de 1862) e a Licenciatura em Direito (18 de agosto 1862). Aos 19 anos tinha terminado os seus estudos de jurisprudência e estava livre para preparar o seu doutoramento. Apesar do estudo de Direito lhe deixar boas recordações, considerava-o como uma passagem, para satisfazer as pretensões do seu pai e obter a sua autorização para ir para o seminário de Santa Clara, desta vez em Roma». No quinto ano de universidade (1863-1864) participou de apenas alguns cursos e dedicou-se a preparar o doutoramento que concluirá brilhantemente a 2 de Abril de 1864, com o te-ma “La Tutelle”. Tinha 21 anos. Era maior e como prometera ao seu pai, tinha estudado e atingido o objetivo. Agora esperava permissão para seguir a sua vocação.

A estadia em Paris revelou-se importante e até fun-damental no desenvolvimento humano e espiritu-al de Dehon. Do ponto de vista da vida quotidiana, Paris é o oposto do Colégio de Hazebrouck. No en-tanto, o jovem Leão Dehon continuou um estilo de vida que favorecia sua sensibilidade cristã e a sua vocação sacerdotal. Na paróquia de Saint-Sulpice, frequentou assiduamente (diariamente) a missa da manhã e o sacramento da confissão, tornou-se

catequista, increveu-se na Conferência de São Vicente de Paulo da paróquia de Saint-Nicolas-du-Chardonet, na qual fez a experiência do ódio social, do abandono e da pobreza que cara-terizava a classe operária, frequentou as conferências Quaresmais do jesuíta

padre Felix sobre o “Progresso do Cristianismo” e procurou a direção espiritual do Padre Prevel. Ao mesmo tempo, Leão Dehon aproveitou a sua longa estadia em Paris para abrir-se à vida social, política e cultural. Admitido ao Circulo Católico de Saint Sulpice (26 dicembre 1859) teve oportunida-de de conhecer profundamente a realidade social, política e religiosa francesa do XIX. Havia jornais e revistas, palestras sobre vários assuntos e deba-tia-se os diversos movimentos culturais, políticos, literários, religiosos e artísticos.

Entusiasmado e empenhado,o estudante de Direito não perdia uma oportunidadpara cultivar-se com viagens.

École Polytechnique de Paris, criada em 1795.

Júlio Dehon estava radiante e feliz com o sucesso escolar do seu filho no colégio de Hazebrouck e sonhava para ele uma grande carreira a nível nacional. Pensava no Politecnico e numa carreira científica. Quando Leão Dehon lhe maifestou o desejo de entrar no seminário e ser padre, todos os seus sonhos foram por terra. Para o pai foi um verdadeiro «choque». Não podia aceitar para o seu brilhante filho a ideia do sacerdócio, porque era algo que na situação socio-política da França revolucionária do tempo era verdadeiramente problemático e depois porque essa vocação não correspondia em nada às suas ambições de sucesso social, prestígio e poder. Sem contempla-ções, o pai recusou e, esperando que com o tempo mudasse de opinião, enviou o filho para Paris, com o intuito de frequentar o Politecnico. Leão Dehon obedece.

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VFrancisco CostaConvento Trapista de Monts-des-Cats

1. Inglaterra (maio-junho 1861)O jovem, entusiasmado e empenhado es-tudante de Direito não perdia uma opor-tunidade para cultivar-se e alargar os seus conhecimentos e «experiências» com via-gens. Visitava as Igrejas, Santuários, Museus, Castelos e Conventos em Paris e seus arredo-res como turista, estudioso e peregrino da fé. e seus arredores. Nos meses de abril a junho de 1861, com o intuito de aprender a língua inglesa, faz uma viagem a Inglaterra, na companhia de um primo, Leoncio Wateau e visitou Londres e arredores. Acolhido por uma família católica, visitou a Abadia de Westminster com suas relíquias, a Catedral de São Paulo, as peque-nas e artísticas igrejas católicas, o Castelo de Windsor, que lhe lembrava a grandeza, riqueza, harmonia, arte e fé do passado, o Parlamento, a Torre e o Porto de Londres. Ficou impressionado com a grande biblio-teca e a arte oriental do Museu Britânico e a tipografia do jornal “Times”. Apreciou muito os costumes do povo inglês, o seu pragmatis-mo, a sua seriedade e as corridas de cavalos. Do ponto de vista religioso, reconhece a se-riedade religiosas do povo inglês embora la-mente a apostasia e o cisma da fé e um certo puritanismo farisaico.

2. Inglaterra, Escócia, Irlanda (abril-junho 1862)Durante os meses de abril a julho de 1862, Dehon vol-tou a Inglaterra, com seu primo Leonzio Wateau, para aperfeiçoar o inglês. Durante uma visita à Abadia de Westminste encontra-se com o padre Poisson que co-nhecia do Círculo Católico, que o apresentará a Leão Palustre. Este contou-lhes o seu desejo de visitar toda a Inglaterra, Escócia e Irlanda e fê-lo com tal entusias-mo que convenceu Leão Dehon. Os quatro companheiros empreenderam então esta longa viagem, da qual tiraram poucas notas. Dehon foi o cicerone e o ecónomo da viagem. De Inglaterra impressionaram-no as Universidades de Oxford e Cambridge, as grandes cidades indus-triais (Birmingham, Leeds, Birmingham, Manchester, Liverpool) e os castelos medievais (Chester, Lencaster, Carlslile e Warwick). Com a sensibilidade romântica da época, Dehon extasia-se com a pluralidade e o pitoresco da paisagem dos Lagos Cumberland e Windermere «o rei dos lagos ingleses».Já na Escócia visitam os grandes mosteiros em ruínas, algumas cidades de algum interesse histórico e cultu-ral, incluindo Edimburgo «uma das capitais mais pi-toresca, original e impressionante do mundo». A via-gem segue pelas montanhas (Highland), o Lago Ness, as IIlhas Híbridas, a Gruta de Fingal, a Ilha de Jona, sagrado pela memória da presença de S. Columbano. Numa das travessias de barco são surpreendidos por ventos fortes, chuva, ondas fortes que ameaçaram afundar a barcaça. Todos ficaram enjoados menos Dehon que ajudou os barqueiros a remar para terra. Os últimos dias da viagem são dedicados à visita da Irlanda. Maravilhado com a beleza dos lagos, mon-tanhas, desfiladeiros, cachoeiras, ruínas de castelos e abadias, o que mais o impressionou foi a miséria pungente dos irlandeses. A protestante Inglaterra desprezava de muitos modos os católicos, sobretudo tirando-lhes o direito à sua terra.Regressados a Londres obtiveram uma audiência do Arcebispo de Westminster, o Cardeal Wiseman, que lhes falou muito sobre Roma, onde ele tinha acabado de voltar, e de Pio IX. Esta audiência parece ter tido um enorme influxo na decisão vocacional do Jovem Dehon.

Como complemento da sua educação, Dehon procurou aulas de piano e pintura. No Círculo Católico conheceu o Padre Poisson, um padre de Chartres, liberal, rico e galicano e, através dele, travou co-nhecimento com Leão Palustre, um jovem estudante de arqueologia, que o introduziu no mundo das artes plásticas, em particular, da pintura e de arquitetura. Esta entrada no mundo da arte e da litera-tura alargaram os horizontes de Dehon e marcaram uma abertura de espírito que Dehon conservará por toda a vida. Entre os dois estudantes estabeleceu-se uma amizade profunda com base num ideal compartilhado de consagração a Deus e os mesmos interesses pela arqueologia e pelas viagens. Neste período, Dehon realizou quatro viagens que tiveram um grande influxo na sua formação e na sua vida.

Londres, no século XIX.

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Homem corajoso que transmitia alegria e paz.

12– memóriasda família dehoniana

Padre José Vieira Alves

Padre José Vieira Alves (1934-2000)

Depois do Padre Manuel de Gouveia – o primeiro aluno do Colégio Missionário a alcançar, se bem que como estagiário, o campo das Missões, para servir as quais os Dehonianos se haviam estabeleci-do em Portugal e fundado o primeiro seminário, o Colégio Missionário do Funchal – é a vez de falar de um outro pioneiro, o Padre José Vieira Alves, também ele do grupo dos primeiros alunos do dito seminário, e o primeiro que, ordenado sacerdote, seguiu para o mesmo campo de apostolado, a Missão de Moçambique.

José Vieira Alves era natural da freguesia da Ponta do Sol (Madeira), onde nasceu a 5 de dezembro de 1934, penúltimo de 14 irmãos e último dos que superaram a tenra idade. Duas suas irmãs também haveriam de consagrar-se à vida religiosa, na Congregação das Irmãs da Apresentação de Maria, uma delas também missionária, em Angola.

Ingressou no Colégio Missionário já com 13 anos, em 1948, fazendo parte do segundo grupo de alunos. Desse pequeno grupo aca-bou por ficar sozinho, pelo que os superiores da altura passaram-no para o primeiro grupo, de que fazia parte o já referido Manuel de Gouveia. Fez, portanto, parte também do primeiro grupo que, em 1952, rumou para Coimbra, para o estudo da filosofia, naquele que viria a chamar-se o Instituto Missionário Sagrado Coração. Após os três anos de Coimbra, o José Alves seguiu para a Itália, a fim de fazer o noviciado, em Albissola (Savona), professando a 29 de se-tembro de 1956. Regressou a Portugal para o estágio de vida religiosa – prefeito – no Colégio Missionário (1956-1958). Fez parte também do primeiro grupo de prefeitos portugueses. Findo o estágio, regressou à Itália para fre-quentar, em Bolonha, o curso de teologia. No final do terceiro ano desse curso, como então era habitual, foi ordenado sacerdote, realizan-do-se a Ordenação no Colégio Missionário do Funchal, a 18 de junho de 1961. Foram festas grandes a Ordenação no Colégio Missionário e, dias mais tarde, a 2 de julho, a Missa Nova, na Ponta do Sol.

Terminado, em 1962 em Bolonha, o 4º ano de teologia, o Padre José Alves regressa a Portugal, seguindo, em dezembro desse mes-mo ano, para as Missões de Moçambique. O seu primeiro serviço em terras moçambicanas foi o de prefeito dos estudos, como então se dizia, no Seminário São Francisco Xavier de Milevane (Zambézia). Aí se manteve e traba-lhou até à sua transferência, em Outubro de 1971, para o Guruè, então Vila Junqueiro.Em vista de um serviço missionário mais qualificado, passou um ano em Bruxelas, de julho de 1972 a outubro de 1973, frequentan-do o Instituto Lumen Vitae. Novamente em Moçambique, integrou-se no grupo de traba-lho do catequistado de Nauela, até 1975, ano da independência de Moçambique.

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>>O José Alves, seminarista em Coimbra, na primeira fila, de gravata.

Foto antiga do Funchal

José Alves, ao centro, junto ao Padre Colombo.

A partir daí e com a extinção de grande parte das estrutu-ras missionárias e das casas de formação, o Padre José Alves trabalhou sucessiva-mente nas Missões do Ile e de Namarroi. Mas, com o agravar-se da situação de guerra civil, foi forçado a ir para Maputo, indo colaborar no serviço da formação dos jovens seminaristas deho-nianos moçambicanos, um serviço não fácil pela compli-cada situação sócio-política do país.Em Julho de 1978, tendo sido possível a abertura e organi-zação da Casa Coração de Jesus, sempre em Maputo, foi-lhe pedido para integrar a primeira equipa formadora dessa estrutura de formação para a vida religiosa e sacer-dotal da Congregação.

Entretanto, com o progressivo, ainda que lento, re-gresso do país à normalidade, as estruturas formativas dehonianas foram-se definindo e estabilizando, de modo que se tornou possível a abertura da casa de formação do Fomento, nas redondezas da capital, e destinada a proporcionar aos professos a possibilidade de frequentar o Seminário Regional. O Padre José Alves foi chamado a trabalhar aí como formador, desde finais de 1993, até que, dois anos mais tarde, foi nomeado superior da Casa Padre Dehon de Maputo, passando também a assumir a responsabilidade da paróquia de Infulene, nos arredores da cidade.

A sua disponibilidade ao serviço do crescimento, pri-meiro, da Região e, finalmente, da Província dehoniana de Moçambique, voltou a manifestar-se uma vez mais, quando, em janeiro de 1998, lhe foi pedido que acom-panhasse os estudantes moçambicanos de teologia nos Camarões. Foi então que aceitou transferir-se para esse país, onde porém veio a encontrar a realidade du-ra de uma doença que não lhe permitiu permanecer lá muito tempo. Dali seguiu para Portugal à procura de alívio para os seus males. Impossibilitado de regressar à amada terra moçambicana, acabou por solicitar a transferência para a Província Portuguesa.

O José Alves, com os pais, à partida para Coimbra.

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Padre José Alves (continuação)14– memórias

da família dehoniana

VJoão Chaves

No Colégio Missionário, pouco antes de falecer.

(cf. Unânimes, 2000-8)

Colocado na comunidade do Colégio Missionário, integrou a equipa educado-ra, prestando a sua colaboração como diretor espiritual, além de outros serviços frequentemente pedidos à comunidade pelas religiosas e párocos vizinhos, até ao momento em que a gravidade da doença o atirou para um leito do hospital, onde viria a escrever o último e edificante capí-tulo da sua oblação ao Coração de Jesus. Faleceu a 17 de Novembro do ano 2000. Por vontade expressa da família, ficou sepultado na sua terra natal.

O Superior Provincial de então, atual Superior Geral, Padre José Ornelas Carvalho, na homilia fúnebre, realçou os méritos do Padre José Alves, num agradecimento bem expressivo: fora um missionário que transmitia alegria e paz; fora corajoso, sem ser destemido, porque a sua coragem provinha de uma grande fé e sensibilidade pelos outros; tivera a coragem de deixar a sua ilha, a sua pátria, tornando-se irmão de gente de outras terras, de outras culturas e raças; ajudara – aludindo ao seu trabalho de formador – tantos jovens a descobrir, co-mo ele, o caminho da consagração a Deus e ao serviço dos irmãos; fora generoso no socorrer os que sofriam, conduzindo-os ao hospital, matando a fome e agasalhando os pobres das Missões que servira…

Já regressado definitivamente à Madeira, a quem lhe perguntou se valia a pena voltar a Moçambique, respondeu: “Sim, e mais do que nunca. Após uma vida vivida em Moçambique, compreendi que aquele po-vo tem a própria cultura e baseia a própria vida sobre princípios tradicionais bastante válidos, mas Jesus Cristo continua a ser para aquela gente uma alegre notícia, uma grande novidade, pela qual vale a pena dar até a própria vida… Como não gostar de viver com aquele povo?”.Fora esse o sonho desde criança e a reali-zação da inteira vida do Padre José Vieira Alves.

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Casa Provincial

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Uma casa essecialmente de seriços e de hospitalidade

comunidades –15 da família dehoniana

Relatadas as várias obras – seminários e casas de formação, colégios, paróquias, centros de diversa finalidade – em que se concretizou a presença dehoniana em Portugal, justifica-se uma referência tam-bém à sede da animação e coordenação dessa múltipla presença: a Casa ou Cúria Provincial, hoje na Rua Cidade de Tete, nº 10, Olivais Sul (Lisboa), última de outras sedes que a precederam de quando foi criada, em outubro de 1954, a Região Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus.

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Casa Provincial (continuação)

16– comunidadesda família dehoniana

Até à criação da Região, ou seja de 1946 a 1954, não se pode falar de uma casa coordenadora das várias até então criadas: o Colégio Missionário, fundado em 1947); a Igreja italiana do Loreto, ao Chiado (Lisboa), assu-mida pelos Dehonianos em 1951; o Instituto Missionário Sagrado Coração de Coimbra, criado em 1952 e a Casa do Sagrado Coração de Jesus, em Aveiro, aberta em 1953; todas estas casas dependiam diretamente do Superior da Província Italiana, com sede em Bolonha.Com a criação da Região, é nomeado primeiro Superior Regional o P.e Ângelo Colombo, que meses antes terminara o mandato de Superior Provincial da Itália. Colocado em Aveiro, como superior da comunidade local, acumula com es-te cargo o de Superior Regional e também o de superior da comunidade da Igreja do Loreto.Das primeiras atas do Conselho Regional resulta que praticamente a sede do Governo Regional era a casa do Superior Regional, a de Aveiro, mas já na reunião do Conselho de 4 de abril de 1955 transparece a anomalia de essa sede não estar em Lisboa. A anomalia desaparecerá com a nomeação do P.e Aimone (José) Benetti para Superior Regional (16.7.1955 – 15.7.1958); vindo do Colégio Missionário do Funchal, é na igreja do Loreto de Lisboa que vai residir.A coabitação porém de duas autoridades e atividades – Superior Regional e Reitor da Igreja Italiana – revelar-se-ia complicada e com momentos de tensão. Assim, já a meados de 1956, se pensa seriamente na transferência do Superior Regional para outra comunidade já instituída (Colégio Missionário, Casa do Sagrado coração, Instituto Missionário e Colégio Luís de Camões). Para permitir a acumulação dos car-gos de Superior Regional e Superior da comu-nidade, os superiores locais das referidas casas puseram, em maio desse ano, os seus cargos à disposição do Superior Geral, gesto que o competente Conselho Provincial, o da Itália, não aceitou, ficando sem efeito as demissões e caindo a possibilidade de a sede da Região sair

da Igreja do Loreto. O Conselheiro Geral, P.e Bernardo Salandi, na Visita Canónica que fez à Região, em 1961, realçará aliás a vantagem de manter essa sede em Lisboa, dada a sua situação geográfica, podendo e devendo dar acolhimento e apoio a tantos confra-des da Congregação de passagem por Lisboa.O novo Superior Regional, P.e João Batista Carrara (16.7.1958 – 15.7.1964), dotado de um tempera-mento alegre e conciliador, ajudará a superar as difi-culdades de coabitação dos dois cargos e valências da comunidade. Em 1961, o P.e Luís Gasperetti, até então Reitor da Igreja Italiana do Loreto, regressa definitivamente à Itália, estabelecendo o Conselho Regional, na sua reunião de 7 de junho desse ano, que a partir daí o Superior Regional, obviamente se de nacionalidade italiana, passasse a ser também Reitor da dita igreja. A 6 de Janeiro precedente, o P.e Eduardo Ferreira de Sousa, que, já sacerdote, professara a 29 de setembro de 1959, fora nomeado representante legal da Região junto do Estado para os atos legais de efeito civil, uma formalidade exigi-da pelo mesmo Estado, de todo inofensiva e pacífica aos efeitos práticos.Também no mandato de Superior Regional do P.e António Colombi (16.7.1964 – 27.12.1966), a per-manência da sede da Região na Igreja do Loreto foi serena e normal, nada se registando em particular.Com a passagem, a 27 de dezembro de 1966, da Região a Província, voltará obviamente a pôr-se a questão da sede do Superior Provincial. No primeiro Capítulo Provincial de 1967, ventilaram-se algumas propostas nesse sentido; uma delas foi pedir ao Cardeal Patriarca a concessão de uma capela da capital com residência anexa, onde a comunidade da Casa Provincial pudesse também desempenhar algum apostolado; outra foi o aluguer de um apar-

A Casa Provincial, na Rua Cidade de Tete, em Lisboa.

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VJoão Chaves

tamento, possivelmente num condomínio que estava para ser construído junto da Igreja do Loreto. Transferido, nos finais de novembro de 1969, o Seminário Nossa Senhora de Fátima do Prior Velho para Alfragide, também para lá se transferiu o Superior Provincial, deixando de acumular o cargo de superior local, que desempenhara relativamente à comunidade do Prior Velho, embora residindo no Loreto.Sucedendo o P.e Gastão Canova (1.2.1970 – 1.5.1973), volta a pôr-se a questão da sede do Superior Provincial. Já na primeira reunião do novo Conselho, a 13 de fe-vereiro de 1970, a questão é debatida: reconhece-se a vantagem de o Superior Provincial não residir no Escolasticado, para uma maior liberdade de ambas as estruturas, mas a mudança ainda não é consensual. Na reunião de dezembro de 1971, volta-se a debater a questão: o Provincialado necessita de instalações funcionais e independentes e de suficiente liberdade para as relações pessoais; a decisão será deixada para o Capítulo Provincial do ano seguinte. E o Capítulo de 1972 debateu e pronunciou-se sobre a questão; as moções 25 e 26 estabelecem uma sede própria para o Superior Provincial, de modo a garantir-lhe maior liber-dade e reserva no desempenho do cargo.Segue o Provincialado do P.e José Moisés de Gouveia (21.5.1973 – 30.6.1976), que procura atuar as mo-ções capitulares relativas à sede da Casa Provincial. Na sua reunião de julho de 1973, o novo Conselho, entre a adaptação do edifício do escolasticado, com a criação de um espaço totalmente separado para o Provincialado, e a transferência deste, opta por esta úl-tima. Caberá aos padres Canova e Moisés procurar para o efeito um apartamento em Lisboa. Encontrou-se um de 12 assoalhadas, que satisfaria bem as exigências de uma Casa Provincial, e chegou-se também a pensar na compra do antigo seminário dos Inglesinhos, no Bairro Alto, então à venda. Nenhuma das duas propostas che-gou porém a bom termo, e a procura continuou.

Na reunião do Conselho de abril de 1974, já se pensa em criar a comunidade da Casa Provincial, e consulta-se em propósito o Governo Geral, que aconselha a encontrar primeiro a sede. E esta foi finalmente encon-trada: a atual, em Olivais Sul, na Rua Cidade de Tete, nº 10, bem perto do aeroporto. Cria-se, em julho, a primeira comunidade da Casa Provincial, constituída pelo Superior Provincial (P.e Moisés), pelo P.e Júlio Gritti, secretário da atividade missionária, e pelo P.e Sérgio Filippi, na qualidade de ecónomo local. Na reunião de setembro, o Conselho aprova a transferência da Cúria Provincial. Obtidas as devidas autorizações do Governo Geral e do Patriarcado, e mobilada e prepa-rada a casa, a comunidade para lá se trans-fere a 1 de Maio de 1975. O acontecimento foi registado na crónica da casa, na primeira página do respetivo livro: “Foi já à tardinha escuro quando cá chegámos. Juntara-se as quatro comunidades scj da zona de Lisboa (Cúria, Alfragide, Loures e Loreto)… A en-trada na nova casa deu-se no regresso de um passeio que as referidas comunidades fizeram a Mafra, Peniche, Cabo Carvoeiro, Óbidos e Caldas da Rainha numa camioneta emprestada do Externato João XXIII”. A ceri-mónia constou de concelebração eucarística, seguida de “saboroso e alegre jantar”, prepa-rado pelas empregadas de Alfragide…No Provincialado do P.e António Tomás Correia (1.7.1982 – 30.6.1988), precisamente a meados de 1984, foi posta à venda a contí-gua vivenda do nº 8 da referida Rua. A opor-tunidade era aliciante, dando a possibilidade de fazer das duas vivendas uma só. Obtidas das devidas autorizações superiores, fez-se a compra. Foram logo feitas as necessárias ligações, mas as grandes obras de reestrutu-ração seriam iniciadas no Provincialado do P.e José Ornelas Carvalho (1.7.2000 – 27.5.2003), precisamente em de 2002. Na Casa Provincial residem o Superior, o Ecónomo e o Secretário Provinciais, com os respetivos ofícios, e um ou outro confrade. Ali também residiram provisoriamente os párocos da Vialonga, Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, e alguns religiosos estu-dantes durante as obras de reestruturação do Seminário Nossa Senhora de Fátima de Alfragide. É também a casa onde geralmente se hospedam os confrades de passagem por Lisboa. Uma Casa, portanto, eminentemente de serviço e hospitalidade.

A Igreja de N.ª Sr.ª do Loreto, em Lisboa, onde funcionou a sede da Região e, depois, da Província.

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dos conteúdos18– vinde e vereisMaria ensina-nos a cultivar a interioridade e a disponibilidade

“Guardar no coração e meditar”

VFernando Ribeiro

Lamentavelmente, a nossa tendência vai no sentido de nos deixarmos distrair. São tantas as vozes e os ruídos, são tantas as luzes e as sombras que dificultam o discernimento. Mesmo quando nos consideramos sérios, honestos e disponíveis sentimos grande dificuldade em nos concentrarmos naquilo que é verdadeiramente essencial. E facilmente tomamos as aparências por realidades consistentes.Não se pode dizer que seja questão de má vontade, nem sequer de leviandade. Somos assim por natureza e nem sempre nos apercebemos da necessidade de sermos diferentes. Deixamo-nos levar com demasia-da facilidade. Somos vítimas das nossas limitações. E tudo se complica, quando intervêm questões de idade e de influências exteriores.No entanto, como dizia, é-nos indispensável uma atitude de atenção, sem a qual os múltiplos e sucessivos “vinde” correm o risco de ecoar no deserto das nossas vidas. O mês de Maio propõe-nos a figura de Maria, a Virgem de Nazaré, que, como refere, o Evangelho, cultivava uma atitude

“Vinde”. A vida cristã, nas suas mais diversas manifestações, corresponde a um “vinde”, ou, por outra, a sucessivos “vinde” que são apelo, convite, chamamento. É o Senhor que o pronuncia. A iniciativa é d’Ele. A nós competem-nos duas atitudes. Por um lado, a devida atenção ao chamamento, pro-curando de alma aberta e coração generoso percebê-lo nas muitas formas como se manifesta; por outro a disponibilidade.

de recolhimento e interioridade que lhe permitia “guardar tudo no coração e meditar”. Faz-nos falta considerar o seu exemplo e obter a sua intercessão.O exemplo de Maria inspira-nos a segunda atitude – a da dispo-nibilidade. Ela é, como sabemos aquela criatura de eleição com quem Deus verdadeiramente pôde contar. É exemplar a sua posição no momento certamen-te dramático em que, abordada pelo Anjo da Anunciação, toma conhecimento com surpresa e desconcerto da proposta de Deus e a aceita sem reservas nem condições. Declara-se “es-crava”, quer dizer, completamen-te destituída de vontade própria. E tinha, como sabemos, os seus projetos! E, como escrava, colo-ca-se por inteiro à disposição de Deus: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.Deus fez depender da sua acei-tação livre a realização do seu projeto de amor e de salvação para toda a humanidade.

Estava Ela consciente do alcance da sua atitude e das respetivas consequên-cias? Tudo leva a crer que não. Ela precisou de acre-ditar, de correr o risco da fé. Contou, com certeza, com a iluminação e a força do Espírito que ampara a fraqueza humana, quando ela não oferece resistência. Mas precisou de acreditar.E porque acreditou e por-que aceitou, Deus fez as maravilhar que sabemos. Ela pôde “ver”. E tal como para Ela, também para nós se cumprirá, no tempo e no modo que só Deus conhe-ce, a garantia do “vereis”, de que bem precisamos. “Veremos” os passos a dar, as escolhas a fazer, as deci-sões a tomar, a orientação a dar à nossa vida e a cada um dos nossos dias.Quem quer que sejamos. Não deixemos de cultivar as duas atitudes que, em suma, se resumem na aten-ção e na disponibilidade, uma e outra indispensáveis para o sucesso da nossa vida. A atenção permitir-nos-á reconhecer os “vinde” com que o bom Deus não deixa de nos solicitar. A dis-ponibilidade fará com que a nossa vida seja conduzida pelo Espírito que nos foi da-do e em nós quer realizar as sua maravilhas. Recorramos a Maria: ao seu exemplo e à sua intercessão.

N.ª Sr.ª dos índios Siouxno Dakota do Sul, no s EUA.

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dos conteúdos

Maria, verdadeiro modelo da v ida cr istã

onde moras –19

“Eis a tua Mãe”

VFátima Pires

Gosto de Imaginar Maria vivendo em Nazaré, na casa dos seus pais, aprendendo a viver determinados valores,a rezar e a escutar Deus que falava no mais íntimo do seu ser. Ela era a escolhida por Deus para ser Mãe de Seu Filho. O seu amor, a sua profunda fé, humildade e confiança, a extrema disponibilidade, o seu ser de mulher totalmente livre para aceitar e responder afirmativamente aos apelos de Deus, permitiram que Deus descesse até ela, que viesse habitar no meio de nós. Não foi certamente fácil para Maria desempenhar tal missão, ela vivia, para Jesus, no mais íntimo do seu ser, ia meditando as palavras de Jesus, e aceitava os desafios da missão. Maria vivia a profunda alegria, fruto da resposta contínua à vontade de Deus. Nela o Filho de Deus assume a natureza humana, encarna e nasce por obra do Espirito Santo. Ela torna-se a Mãe de Deus, Mãe da Igreja, Mãe de todos os crentes, nossa Mãe. A devoção a Maria é fonte de profunda vida cristã. Ao dizer “Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1,38), ao pronunciar o sime acolhendo o convite de Deus, ela cooperou livre e activamente na História da Salvação.Maria estava totalmente voltada para seu Filho, escutava-O atentamente, não apenas com os ouvidos, mas especialmente com o coração. Ela acompanhou todos os passos de Jesus desde o nascimento à morte na cruz.Maria é o verdadeiro modelo de vida cristã. Como me relaciono com Maria? O que aprendo com ela?Também para mim e para ti, Deus tem um projecto! Que nos deixemos contagiar pelo coração desta Mãe! Que ela nos ensine o seu modo de viver, que criemos espaço no mais íntimo do nosso ser para escutar o Mestre.Ele fala-nos continuamente!

Nas palavras do Mestre do alto da cruz para sua mãe “Mulher eis o teu filho” e para João “eis a tua Mãe” Jesus entrega-nos Maria com o doce nome de Mãe. Maria é para nós Mãe, mas também Modelo! Neste mês de Maio que lhe é dedicado, mês em que iniciaram as aparições em Fátima, lugar de verdadei-ras conversões, convido-vos a olharmos para Maria de Nazaré.

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20– meias doses de saberdos conteúdos

Fernando Pessoa chamou-lhe “Imperador da Língua Portuguesa”

Vieira global

A realização, no espaço de uma década, de dois centenários de Vieira muito comemorados, os 300 anos da morte em 1997 e os 400 anos do nascimento em 2008, tiraram definitivamente este autor de uma certa secundarização de que tinha sido objeto durante os últimos séculos da sua receção, vítima de polémicas e leituras ideo-logicamente condicionadas.Também o facto de nunca se ter publicado a obra de Vieira na sua totalidade e a falta de oferta editorial da grande parte dos seus escritos têm dificultado os estudos vieirinos em perspetiva mais abrangente e de modo a motivar análises de conjunto fundadas no seu legado escrito. Apesar desta limitação que projetos recentes estão a tentar colmatar, diversos estudos inova-dores entretanto realizados têm sido de grande importância para a recuperação e valorização do património imaterial que constitui a obra de Viera para além da muito revisitada e estudada parené-tica. Na verdade, Vieira ficou mais conhecido e foi acima de tudo celebrado pela sua oratória, tanto nas retumbantes pregações que fez nas tribunas barrocas do seu tempo, como no legado escrito que deixou através dos seus sermões escritos. Tendo elevado através do verbo falado e escrito a língua portuguesa a um aperfeiçoamento nunca visto no plano da prosa, de tal modo que muitos escritores modernos e contemporâneos lhe re-conheceram mérito inigualável de afinamento

da língua e de inspiração para a escrita em por-tuguês, não são menos relevantes as suas preo-cupações e intervenções em favor da reforma da sociedade, da política e da economia portuguesa, começando pela mentalidade vigente obstrutiva de progressos novos, necessários e urgentes. Os diagnósticos críticos que operou e as pro-postas reformistas que apresentou, apesar de não terem encontrado no seu tempo grande aceitação nem resultados, mantiveram-se válidas nos séculos seguintes, vindo a ser lembradas por figuras como D. Luís da Cunha no século XVIII e concretizadas por políticos como o Marquês de Pombal, apesar de não lhe reconhecer a pater-nidade devido ao preconceito antijesuítico que passou a guiar toda a política pombalina desde o Terramoto de Lisboa de 1755. Vieira afrontou criticamente a sociedade do tempo com uma ousadia pouco vulgar. Pôs em causa uma sociedade de privilégios e de regalias hereditárias, defendendo que a “verdadeira fidal-guia está na ação”; considerou pouco cristã uma

O Padre António Vieira tem sido, nas últimas dé-cadas, alvo de um renovado interesse da parte de estudiosos de várias áreas disciplinares, que vêm engrossando, em Portugal, no Brasil e em universidades de outros países onde se ensina e investiga a língua portuguesa, aquilo que pode-mos designar o pequeno exército de especialis-tas vieirinos.

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VEduardo Franco

sociedade que segregava e diferenciava os cristãos-novos dos cristãos-velhos e apoiava um tribunal reli-gioso, ou seja, a Inquisição que perseguia e matava; advogou o regresso dos hebreus expulsos, elite que tinha contribuído para erguer o Portugal universal dos descobrimentos; imagi-nou e anunciou um mundo novo a que chamou Quinto Império, onde caberiam ju-deus, índios e outros povos, raças e culturas com uma vi-são integradora que anteci-pa ideários do ecumenismo

religioso contemporâneo; criticou os excessos dos colonos brancos no uso da mão-de-obra esclava-gista no Brasil e apresentou propostas de legisla-ção que minorasse esta chaga do projeto colonial português, defendendo a dignidade os escravos como seres humanos de pleno direito. Vieira foi um missionário, um crítico social, um homem de diálogo enquanto diplomata, um re-formista político e um anunciador de uma utopia de um mundo melhor como solução global para os problemas graves do mundo do seu tempo. No entanto, como profeta de um mundo melhor, projetando transformações importantes na huma-nidade futura, não deixou de ter os pés assentes na terra e revelar-se um grande estratega político e social. Os seus aparentes delírios utópicos, em nome dos quais acusado e incompreendido, como bem aponto Eduardo Lourenço tinham mais um sentido de reforço, de “sobrecompensação psico-lógica” do ânimo coletivo do povo português do que seriam sonhos distraídos da realidade.

No terreno movediço da militância política onde se quis empenhar ao serviço do seu rei e do seu reino revelou visão, mérito e posições corajo-sas, mas também aí experimentou o drama das contradições e multiplicou os inimigos que lhe seriam implacáveis.Vieira revelou-se, ao longo da sua dedicação ao serviço de Portugal e do Rei Restaurador D. João IV, um homem com grande sentido de realismo político. Um das suas grandes preocupações abundantemente expressas nos seus escritos era precisamente a angariação e multiplicação de recursos materiais para garantir o sucesso do independência de Portugal reconquistada a Espanha, assim como a recuperação e afirmação do seu império colonial contra as ambições im-perialistas das novas potências europeias emer-gentes, particularmente a holandesa. As intervenções, as propostas, os projetos e pareceres do Pregador de D. João IV, o mais fa-moso jesuíta português do século XVII a quem Fernando Pessoa chamou de “Imperador da Língua Portuguesa”, têm implicações e conteú-do políticos e económicos que merecem estudo no contexto do Portugal, do Brasil e do mundo do seu tempo. Este ano, o leitor amante da cultura, da cria-ção literária, da ciência e da beleza começará a dispor, finalmente, da obra toda de um dos maiores e mais proficientes oradores e escrito-res da Língua Portuguesa de todos os tempos. O Círculo de Leitores e a Universidade de Lisboa estão a disponibilizar para o grande púbico os escritos totais daquele que inspirou Fernando Pessoa a considerar que “a minha pátria é a lín-gua portuguesa”.

O historiador José Eduardo Franco, nosso ilustre articulista de longa data nestas páginas, a quem prestamos a nossa homenagem, é o coordenador da edição das Obras Completas de António Vieira, edição essa lançada no passado mês de abril.

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22– pedras vivasdos conteúdos

A Ti Deolinda

Andava duas horas a pé para “botar” o terço a participar na missa...

A freguesia tinha pouca gente e era pobre, mas era composta por ruma sé-rie de aldeia, perdidas na serra, como a maior parte das freguesias do nordeste transmontano. Mas era gente de uma invejável fé e generosidade. A missa da novena era às 06h30, mas às 06h00 rezavam o terço… Às 05h00 despertava-me o bamboar do sino, que o velho sacristão puxava com tanta gana como se em cada puxão quisesse arrancar alguém da cama, para trazer to-da a gente para a Igrejinha paroquial… A mim, que dormia ali mesmo ao lado da torre, fazia-me saltar da cama logo à segunda ou à terceira badalada… No primeiro foi um sobressalto tão gran-de, que até me pareceu um pesadelo! Aquilo era de madrugada!… E pensava eu que acordar àquela hora da “madrugada”, como eu achava que era, deveria ser um crime e que iria ter a Igreja às moscas… E quando o sino tocou segunda vez, às 05h30, já o adro estava cheio de gente conversadora e bem disposta, como se todos fossem de uma mesma família e aquilo fosse a conversa depois do almoço. O único ensonado era mesmo eu, que apesar do banho, não despertara ainda… Dei

umas voltas à Igreja e aquela aragem fresca da manhã ajudou-me a despertar, para que às 06h00 estivesse no terço. No fim da missa dessa manhã meti conversa com a Ti Deolinda… Tinha sido ela a “botar” o terço como por lá diziam de quem o iniciava. Disse-lhe que tinha estranhado vê-la chegar tão cedo, que me pareceu que tinha grande dificuldade a andar, tão curvada vinha agarrada a um pau que a amparava: – Olá, bom dia. Então como se chama esta Senhora, que hoje veio tão cedo e que “botou” tão bem o terço?...

Era maio e estava em Trás-os-Montes, numa freguesia dos ar-redores de Bragança, a pregar numa festa de Nossa Senhora. Quem conhece a região sabe que está semeada de Santuários Marianos, alguns de grande envergadura e beleza… Já organi-zei várias peregrinações para aqueles e muitos ainda não foram visitados…

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VAntónio Augusto

A Ti Deolinda

– Sou a Deolinda. Dizia a minha mãe, que o Senhor já chamou para Ele há uma porrada de anos, que o meu nome quer dizer que sou “Linda para Deus!” E olhe, que sinto isso mesmo… Não é que me ache mais bonita que as outras, mas o meu nome é que é!... É por isso que nunca me custou vir para a Igreja, nem me custa agora. E olhe que os anos já pesam um bocadito, que já passam oito de dois carros (um carro são 40 alqueires, eram, portanto 88…). O Senhor Padre acha que eu vim cedo? Cedo era quando eu saí de casa, que moro muito longe, a mais de duas horas de caminho… E como não há luz, anda-se sempre aos trambolhões. Por isso é que me agarro ao pau, para me amparar. Olhe que eu saí de casa ainda não eram três e meia, mas perder a missinha e a pregação é que não perco. Era só o que me faltava!... E depois que é que o meu nome começava a querer dizer? Que eu era mentirosa, porque o nome dizia que eu sou “Linda para Deus” e eu não era… Está boa, está! Se o meu nome diz que sou “Linda para Deus” (acho que é na língua que o papa fala), é isso mesmo que eu tenho que ser! Fiquei espantado com tanta alegria pelo signi-ficado do próprio nome. Mas voltei a referir e a elogiar a forma como “botou” o terço. – Ah, senhor! Já o “boto” desde os meus 6 anos. Lá em casa éramos nove filhos e “botaba-se” à vez…

Genuína esta velha senhora, que aos 88 anos de idade ainda era capaz de andar a pé mais de duas horas, para vir “botar” o terço e participar na missa das 06h00 da manhã… – A minha pena é morar numa aldeia muito lon-ge da Igreja, que se morasse aqui à beira, não me escapava nada! De certeza que não. Quem aos 88 anos é capaz de se levanta da cama àquelas horas da madru-gada, para andar mais de duas horas pelos mon-tes abaixo até chegar à Igreja Paroquial, imagino o que não faria se estivesse ali ao pé… Acho que nesse dia comecei a gostar muito do nome Deolinda e a pensar que levantar cedo não era bem aquilo que eu pensava (uma chati-ce!), mas algo de extraordinário! Já se passaram uns sete ou oito anos, e lembro-me da Deolinda tantas vezes! Se estiver viva já passa dos 94 anos, mas bem os merece, que pessoas daquela têm-pera não deveriam envelhecer nunca (a não ser por fora!...).Só sei uma coisa: Morta ou viva, sempre que me lembro da Ti Deolinda, como todos lá na aldeia lhe chamavam, louvo a Deus pelo seu exemplo e rezo por ela. Oxalá que neste mês de Maio despertem muitas pessoas como a Ti Deolinda!

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Não podendo ir ao Rio de Janeiro, teremos Rio in Douro24– JMJ no Porto

dos conteúdos

Gostavas de participar nas Jornadas Mundiais da Juventude no Rio de Janeiro? Mas na realidade não consegues…“Embarca neste Porto” e entra no Rio in Douro! Rio in Douro acontece nos dias 27 e 28 de Julho no Cabedelo(Canidelo-Gaia, bem junto ao rio... Douro e ao mar... Atlântico).Propõe uma forma alternativa de “viver” e “celebrar”essas mesmas Jornadas na nossa cidade e no “nosso” Rio.Será um “mega encontro” dos jovens, da diocese do Porto e não só,que queiram viver e experimentar, em clima de festa, de alegria, de oraçãoe de partilha, o mesmo “espírito” das Jornadas Mundiais da Juventude.Para te inscreveres, podes fazê-lo em grupo ou individualmente, só tens que aceder ao site www.rioindouro.org e lá encontrarástodas as informações necessárias.

Contamos contigo!

Prevê-se a che-gada dos jovens, no dia 27

de manhã, a 4 pontos circun-dantes, de onde partirão em ca-minhada para o recinto do encon-tro. Aí, na tarde e noite de sábado e na manhã de domingo, haverá espaço e tempo para workshops, oração, festa, alimentação, vigília, eucaristia, ligações em direto

ao Rio de Janeiro…

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VJosé Agostinho Sousa

dos conteúdos

A m i s s ã o d e a n u n c i a r f a z p a r t e d a i d e n t i d a d e d o c r i s t ã o

palavra de vida –25

Eles part iram a pregar por toda a parteNo mês de maio, a dificuldade é sempre a escolha: com tantos e tão ricos motivos de celebração, quase se lamenta ter de optar por um e deixar os outros. Maio é um mês pascal e este ano nele celebra-mos as grandes solenidades da Ascensão, do Pentecostes e da Santíssima Trindade, além, claro, da celebração contínua do mês de Maria. Optámos pelo texto do Evangelho da solenidade da Ascensão (Mc 16, 15-20), que nos fala da missão deixada perpe-tuamente por Jesus à sua Igreja de ir pelo mundo anunciar a Boa Nova do Reino, batizar em nome de Deus Trindade Santíssima e a todos levar a misericórdia e o perdão dos pecados.

Ide por todo o mundo…A missão terrena de Jesus estava terminada: tinha anunciado a Boa Nova do Reino, tinha deixado o seu testamento em forma de doutrina, dera a sua vida como prova maior de amor, abrira as portas da vida para sempre pela sua res-surreição. Agora ia para junto do Pai. Mas a missão, essa ainda não terminara: o Reino de Deus era para todos os povos e a todos deveria chegar. Jesus deixa aos discípulos a responsabilidade de continuar o que Ele havia come-çado. Não os deixa sós nem desamparados nessa árdua tarefa, promete acompa-nhá-los com a força do Espírito. O importante é que a dinâmica começada nos caminhos da Galileia e da Judeia não pare: o Reino é de eternidade e deve por isso ser perpétuo o seu anúncio.

Eles partiram a pregar…A prova de que não caiu no vazio o mandato de Jesus é o facto de estarmos agora a escrever e a refletir sobre ele! Os discípulos partiram de facto e a Boa Nova tem sido transmitida de geração em geração. Tantas vezes contra ventos e marés, o Reino é anunciado e vai chegando a todos os povos. Sinal da universalidade dessa dinâmica do Reino é o facto de escrever estas linhas nos Estados Unidos da América, no Estado de Dakota do Sul. Também aqui se cumpre esse mandato de Jesus. Dei por mim a pensar como é que foi possível, como é que a Congregação chegou aqui, a esta terra que parece de ninguém. Foi certamente guiada pelo Espírito, nessa vontade de corresponder fielmente ao desafio deixado por Jesus. É que também aqui há gente disponível para acolher a novidade do Reino, tam-bém aqui o Espírito quer falar aos corações e abri-los ao dom gratuito do pão partido, do sangue derramado e do túmulo vazio da manhã de Páscoa. No primeiro domingo – e até agora único – passado em Chamberlain, Dakota do Sul, tive a alegria de participar na celebração eucarística em que 17 crianças da nossa escola celebraram os sacramentos da Iniciação Cristã! Foi mais um sinal deste mandato do Senhor que tem perdurado no tempo e que assim continuará enquanto Deus queira.

Que cada um de nós se sinta parte deste mandato do Senhor e que sejamos testemunhas entusiastas desta Boa Nova do Reino, em todo o tempo e em todo o lugar, pela ação do Espírito, com a interceção da Virgem Maria e em comunhão com toda a Igreja.

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26– leiturasdos conteúdos

De que preciso?

Uma mochila para o universo

Este livro está em dividido em 21 rotei-ros para conhecer e gerir emoções. Por exemplo, diz que um abraço deve durar pelo menos seis segundos e que um pensamento negativo debilita o sistema imunitário pelo menos durante seis horas. Apela a alargarmos os círculos de empatia, de pensamento positivo e de otimismo. Como outros escritos a circular no merca-do, ela quer apresentar algumas noções básicas e universais de emoções. Também quer dar-nos a entender que temos um cé-rebro moldável e que podemos moldá-las e assim ganhamos liberdade. O livro está cheio de exemplos como podereis ver. Entrevistou um monge tibetano que pro-punha um exercício de autoaceitação. Pediu aos transeuntes para se verem ao espelho e dizerem alguma coisa amável. Eles aceitaram o desafio: consegues Joaquim, força. Ou mulher acredita.É que temos um cérebro primitivo programado para sobreviver. Por exemplo, a inveja torna-nos mais competitivos, menos resignados. Quando vivíamos em tribos, não havia problema nenhum. Na sociedade atual, a comparação social é muita, sentimo-nos insignificantes e a inveja que aumen-ta na proporção inversa da autoestima, pode fazer grandes estragos. E faz mesmo. Estar de costas para o mundo faz mal à saúde e contagia. A neurociência trouxe-nos um novo pa-radigma: mostrou que é possível mudar a química cerebral pelos comportamentos e emoções. É que educar para o otimismo confere mais hipóteses de sobrevivência. Para vivermos bem, não precisamos de muitas coisas.

Há dias folheando uma revista, encontrei um artigo sobre a filha do divulgador científico espanhol Eduardo Punset e levou-me a comprar e a ler o livro. Elsa Punset, formada em humanidades, educação, jornalismo, filosofia, nascida em Londres e a viver em Espanha acaba de lançar um livro saído em Portugal intitulado Uma mochila para o universo. Em Espanha, já vendeu mais de 150.000 exemplares.

Capítulo 1: – Gosto de ti, mas não estou apaixonadoCapítulo 2:– Ser escravo sem saberCapítulo 3:– As emoções propagam-se como um vírusCapítulo 4:– A linguagem secreta das pessoasCapítulo 5:– A balança da felicidadeCapítulo 6:– A escola da sorteCapítulo 7– Uma mochila para o universo

Escrevo-vos apenas o título dos capítulos do livro, comen-

tando alguns roteiros.

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VAdérito Barbosa

Uma mochila para o universo

No roteiro 1 (De quanto amor carecemos?), a autora apresenta-nos alguns elementos curiosos. O amor guia-nos, dá-nos esperança, entristece-nos e motiva-nos.Além de apontar a empatia como alicerce do amor, lança algumas questões: de quan-tos amigos precisamos para nos sentirmos bem? Como tornar-me amigo de alguém? Como podemos alargar o nosso círculo de amigos? Por que gosto de estar dependente

dos contatos e dos amigos da internet? O ato de ver as mensagens do Twitter ou do Facebook ou de responder a um email poderá provocar mais dependência do que o consumo álcool ou de tabaco. Este vício não tem cus-tos, nem efeitos secundários evidentes e, alivia a nossa necessidade premente de pertencer a um grupo e de ter acesso à informação.Como aprendemos a falar?Por que nos interessa tanto estar ao corrente do que sabem e pensam os outros? Faz parte do nosso ADN. Acreditamos precisar dos outros para nos protegerem, nos estimarem, alertar dos perigos e das oportunidades que apareçam. As conversas ajudam-nos a sentirmo-nos integrados e informados. No entanto, num grupo, há o fenómeno de excluirmos alguém o que torna muito doloroso para o prejudicado. A bisbilhotice tem uma parte sombria no sentido de denegrir alguém, prejudicar ou mesmo assassinar a sua imagem pública. Não são raras as vezes que o feitiço se vira contra o feiticeiro. As pessoas que gostam de en-gendrar intrigas têm grandes níveis de ansiedade.

A maldade tem um preço alto, porque os humanos estão programados para amar, partilhar e compreender. É melhor substituir a necessidade de bisbilhotar por uma atitude amável e carinhosa.Já no roteiro 2 (Gestos que expressam e consolidam o amor), coloca-nos algumas questões. Que ideia te transmitiram do amor? Para que serve apaixonar-se? Qual é a primeira etapa da paixão? E quando é que a paixão acaba?Como manter viva uma relação de amor? Qual é o meu estilo amoroso? Erótico? Carinhoso? Brincalhão?Há pontos muito interessantes que encontramos ao longo do livro os atalhos para vencer o stress.Assim como a mudança de opiniões. Diz que custa mais aos humanos mudar de opi-nião do que os chimpanzés.Porque temos tanta relutância e mudar de opinião? Como podemos mudar de opi-nião?Porque temos tanta preguiça de deitar mãos à obra? Continua a autora a referir que o cérebro opõe-se a começar qualquer atividade, pro-cura desculpas, adia o momento de começar. É o que se chama tecnicamente procras-tinar. Cerca de 24% das pessoas assumem-se como preguiçosas, ou seja, uma em cada quatro pessoas não arregaça as mangas por preguiça…E mais? Só lendo o livro.

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08 – recortes dehonianos28– sobre a bíbliados conteúdos

“Vós sois Corpo de Cristo” (1Cor 12, 27)

À narração da instituição da Eucaristia e a algumas considerações sobre o que se realiza quando se celebra a mesma Eucaristia (por exemplo, “Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha”, em 11,26), os capítulos 12-14 serão dedicados à unidade da comuni-dade, apesar da diversidade de dons.

De um modo geral, pode dizer que a Primeira Carta de Paulo “à igreja de Deus que está em Corinto” (1Cor 1,2) será motivada pela resposta a questões concretas do andamento daquela comunidade cristã. No entanto, parece que a diversidade destas questões converge para a grande questão: uma comunidade dividida que terá de encontrar motivos para se sentir unida. A questão, porém, do ponto de vista paulino resolve-se apenas pelo funda-mento de tal unidade, que tem origem na própria divindade. Disso é bem testemunha este passo que agora trazemos à discussão: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, eu, como sábio arquiteto, assentei o alicerce, mas outro edifica sobre ele. Mas veja cada um como edifica, pois ninguém pode pôr um alicerce diferente do que já foi posto: Jesus Cristo” (3,10-11).Entre as causas para a divisão da comunidade, Paulo enuncia também a má qualidade da celebração da Ceia do Senhor, a Eucaristia (cf. 11,18-22). Há divisões, sobretudo porque se distinguem as pessoas: entre pressas para tomar cada um a sua própria ceia, uns ficam sem comer e outros ficam em-briagados.Paulo aproveita deste caso caricato desta comunidade (note-se que não é caso isolado: Tiago chama a atenção para um caso semelhante de parciali-dade e distinção de pessoas em Tg 2,2-4) para propor a tradição (em latim, traditio, tal como o verbo tradere, que significa “receber”) tal como a recebera do Senhor, por meio dos apóstolos que tomaram parte na Última Ceia do Senhor (1Cor 11,23-25).Na estruturação da mesma Carta, à narração da instituição da Eucaristia e a algumas considerações sobre o que se realiza quando se celebra a mesma Eucaristia (por exemplo, “Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha”, em 11,26), os capítulos 12-14 serão dedicados à unidade da comunidade, apesar da diver-sidade de dons. O hino do amor (1Cor 13) permeia dois capítulos mais reflexi-vos sobre a unidade da comunidade. Até que, a certa altura, soa bem forte a afirmação perentória e, por isso mesmo, válida para toda a Igreja ainda hoje: “Vós sois Corpo de Cristo” (12,27).

Da comunhão eucarística à comunhão eclesial

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VRicardo Freire

Poderemos, porém, tirar conclusões que vão para além das próprias afirmações de Paulo. Na verdade, se Cristo é visível por ter Corpo, tal como nós temos corpo (na filosofia, o Corpo assume exatamente esta dimensão relacional), Ele queria perpetuar a sua presença no meio de nós, para além da sua vida física, até à morte. Dizemos, e bem, que a Eucaristia realiza em cada dia os acontecimentos de salvação da Páscoa de Jesus: à entrega de Jesus no Corpo da Eucaristia correspon-de a entrega do seu Corpo na cruz. Se levarmos este raciocínio ao seu extremo, diremos que a Igreja, ao ser Corpo de Cristo – partindo da realidade sacramental da Eucaristia – é a presença do mesmo Cristo no meio do mundo de hoje.E assim, nas pegadas dos Padres da Igreja, e mais recentemente do Beato Papa João Paulo II (2003), po-demos afirmar com toda a certeza: por um lado, é a Igreja que, com o poder que lhe foi dado por Jesus, realiza, faz a Eucaristia. Por outro lado, tendo em conta que a comu-nhão eclesial (o facto de sermos comunidade) parte da comunhão com o Corpo de Cristo (comunhão, no sentido de estarmos unidos a Ele pela participação no sacramen-to da Eucaristia), então é também verdade que é a Eucaristia que faz, realiza plenamente a Igreja.

Há duas reflexões que se impõem. A primeira tem a ver com o modo como Paulo, no contexto desta Carta, usa a expressão “Corpo” para se referir ao “Corpo de Cristo”. Umas vezes, usa-a como conceito para “pão da Eucaristia” que é Corpo de Cristo (tal como em 10,16 ou 11,24, onde “meu Corpo” é o “Corpo de Cristo”, porque palavras colocadas na boca de Jesus); outras vezes, porém, Paulo usará a expressão “Corpo de Cristo” para se referir à Igreja, baseado na imagem do Corpo que, tendo muitos membros”, não deixa de ser um só Corpo (como em 12,27, em conclusão de toda a reflexão sobre a dimensão corpórea da Igreja). O próprio magistério da Igreja haveria de continuar nesta linha, a ponto de distinguir, por meio de adjetivos estas duas realidades que são “Corpo de Cristo”: o Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja, e o Corpo Eucarístico de Cristo, que é a Eucaristia.Mesmo assim, podemos dizer que as duas realidades depen-dem uma da outra. Disso dá testemunho esta mesma Carta aos Coríntios. De facto, a própria reflexão sobre a Eucaristia/Ceia do Senhor, propriamente dita tinha sido introduzida a propósito de uma outra questão com uma pergunta retórica de afirmação “sim”: “O cálice de bênção, que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que parti-mos não é comunhão com o corpo de Cristo? Uma vez que há um único pão, nós, embora sendo muitos, somos um só corpo, porque todos participamos desse único pão” (10,16-17). Nesta frase, a expressão “Corpo de Cristo”, que aparece em primeiro lugar refere-se a Cristo presente na Eucaristia conforme a sua afirmação: “Isto é o meu Corpo”, ao passo que a última referência, “somos um só corpo” – que depende da comunhão com o “único pão” – se refere à própria Igreja.

Da comunhão eucarística à comunhão eclesial

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Amamos a Igreja se nos mantivermos na sua unidade e caridade

30– sobre a fédos conteúdos

A u n i d a d e e a E u c a r i s t i a ( I )

Na Eucaristia, nos sinais sacramentais do pão do vinho, está presente e cele-bra-se aquela união íntima e espiritual, aquela unidade entre Cristo Cabeça e os seus membros e a unidade dos fiéis entre si.

No seu Comentário ao Evangelho de S. João (Tract. 26), Santo Agostinho define o sacramento da Eucaristia como “sinal de unidade”. Isto é, na Eucaristia, nos sinais sacramentais do pão do vinho, está presente e celebra-se aquela união íntima e espiritual, aquela unidade entre Cristo Cabeça e os seus membros e a unidade dos fiéis entre si. Esta unidade é fruto do Espírito Santo, dom de Cristo à sua Igreja. Numa palavra, e segundo o Quarto Evangelho, este Espírito oferecido no alto da Cruz e derramado no coração daqueles que acreditam em Cristo é a própria vida do Filho de Deus, é o Espírito Santo que procede do Pai e do Filho, gerador de vida, de uma vida nova. Assim sendo, é o Espírito que faz a Igreja, que a congrega e que sustém o Corpo de Cristo. Este Corpo unido e presente neste mundo é constituído por muitos e diversos povos, por homens e mulheres, por santos e pecadores. Neste sentido, o Santo Bispo in-siste constantemente nesta ideia: a Igreja de Cristo, presente e peregrina neste mundo, é terrestre e celeste; é uma Igreja mista, com bons e maus cristãos. Este modo de ver a Igreja coloca de lado a existência apenas de uma Igreja de puros ou de santos, tal como sustentavam alguns grupos heréticos, por exemplo, os donatistas.

Na verdade, ao falarmos da eu-caristia e da unidade da Igreja em Santo Agostinho, mais con-cretamente no seu comentário ao quarto evangelho, temos que ter sempre como pano de fundo a luta anti-donatis-ta. Neste contexto, o Bispo de Hipona utiliza, para se referir à unidade eclesial, duas imagens bíblicas do Espírito Santo: mani-festa-se sob a forma de pomba e, no Pentecostes, sob a forma de línguas de fogo.

Para o Santo Doutor, a pomba é a “ave da paz”; é simples, inocente, “sem fel, pacífica nos ós-culos e sem garras cruéis”. O seu gemido é um “gemido de amor” (Cf. Tract. 6). O Espírito Santo manifestou-Se assim, sob a figura de pomba, porque a pomba simboliza a unidade e a ca-tolicidade da Igreja. Diz-nos o Santo Bispo: “És tu a pomba, ó Católica! De ti foi dito: uma só é a minha pomba, ela é única para a sua mãe (Ct 6,8). Sim, esta palavra foi dita a teu respeito” (Tract. 6,11). Assim sendo, para o cristão só há um caminho: aderir à sua unidade e manter com os irmãos uma paz verdadeira. Esta uni-dade constrói-se na multiplicidade dos povos, cuja reunião constitui a Igreja Católica.

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VNélio Gouveia

No Pentecostes o Espírito Santo manifesta-Se “dividido em línguas e unido numa pomba”. Esta divisão não tem nada a ver com a ruptura ou o cisma, mas, diz-nos que a Igreja não é uma sei-ta de horizontes limitados e particulares, mas é una e católica (Cf. Tract 6,3). O Bispo de Hipona insiste muito neste aspecto para se distanciar dos donatistas. Diz-nos ele: “Foi às nações que os Apóstolos foram enviados. E, se foram enviados às nações, foram-no a todas as línguas. Repartido nas línguas, um só na pomba, foi isto que o Espírito Santo revelou (...). Na pomba a unidade, nas línguas a reunião das nações” (Tract. 6,10). Em síntese, a Igreja Católica, difundida entre as nações, fala, sob o impulso do Espírito Santo, as línguas de todos os povos e o cristão fala-as também. Por isso se pode dizer: “toda a língua é minha, isto é, daquele Corpo a que pertenço (...). A Igreja é o Corpo de Cristo, e neste tu és mem-bro. Sendo tu membro do Corpo que fala todas as línguas, podes estar certo de que falas todas as línguas. A unidade dos membros realiza-se na caridade; e a mesma unidade fala, como falava outrora um único homem” (Tract. 32,7).

A unidade, dom do Espírito, congrega os cristãos e torna-os membros de Cristo e é a caridade que realiza a unidade. O pecado fundamental dos donatistas e dos demais cismáticos é a quebra da unidade, a rejeição da caridade (Cf. Tract. 12,9). Portanto, estão contra Cristo e dividem a sua Igreja, agem como abutres e desprezam o ensinamento da pomba (Cf. Tract. 5,12-13). Mas, a pomba nada mais deseja do que trazê-los de novo à arca e espera vê-los produzir frutos de ca-ridade. Por isso a Igreja, a Unidade de Cristo, não se cansa de apelar a esses que a abandonaram: “Vem reconhece a paz, regressa às entranhas da pomba!” (Tract. 6,21). Esta atitude do Bispo de Hipona é profunda-mente eclesial, é de alguém que está verdadei-ramente possuído pelo Espírito Santo, pelo amor de Deus. Na verdade, como ele próprio não se cansa de afirmar: nada deve temer mais o cristão do que a possibilidade de se separar do Corpo de Cristo, do qual é membro por graça (Cf. Tract. 27,6). Separar-se do Corpo de Cristo, alimentar a discórdia, constitui, para Santo Agostinho, uma recusa, é como negar a obra redentora de Cristo que veio libertar os homens do poder demoní-aco, de toda a espécie de divisão causada pelo pecado, e oferecer a pacificação, o seu Espírito santificador; veio entregar a sua própria vida (Cf. Tract. 26,13). Com esta atitude de zelo pastoral, Santo Agostinho parece-nos indicar algo muito importante: frente aos cismáticos, que se sepa-ram da Igreja, mutilando-a, rasgando o que é inconsútil, os que permanecem no seio da Igreja Católica devem ter uma atitude de acolhimento dinâmico e trabalhar, cada vez mais, com fideli-dade e responsabilidade pela unidade eclesial, correspondendo, assim, aos apelos do Espírito. Para que isto seja possível é necessário amar a Igreja, pois quanto maior for este amor, tanto mais jorrará no coração do fiel a abundância do Espírito Santo. Diz-nos o Santo Doutor: “Também nós recebemos o Espírito Santo, se amarmos a Igreja, se estivermos unidos pela caridade, se a nossa alegria estiver no nome e na fé de cató-licos. Acreditemo-lo, irmãos, é de acordo com a medida do seu amor à Igreja que cada um possui o Espírito Santo (...) Sim, temos o Espírito Santo, se amarmos a Igreja. E amamo-la, se nos man-tivermos na sua unidade e caridade. (...) Tende a caridade, e tereis tudo. Sem ela, nada te apro-veitará, sejam quais forem os bens que possuas” (Tract. 32,8).

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Deixa falar o coração para chegar ao coração de todos32– reflexo

dos conteúdos

Um Papa “do outro mundo”

Transmite uma imagem que conforta, fala sem papéis, deixa falar o coração para chegar ao coração de todos. Não está para muitas forma-lidades, mas com uma linguagem que todos compreendem transmite a profundidade da fé e o essencial da vida cristã. Fala e percebe-mos o que nos quer dizer. Mais importante, as suas palavras são acompanhadas por gestos que exprimem uma liberdade total, age com amor e em liberdade. Pretende ser um pastor próximo do seu rebanho, procura estar com as pessoas. Esta atitude é um sinal para a Igreja e ao mesmo tempo um desafio neste momento difícil para a história da humanidade. Dá ao mundo uma mensagem e um sinal de amor e esperança. Fazem parte dos seus discursos os pobres, os pequeninos, e ao mesmo tempo a bondade, ternura e a caridade.

Sabias que:Tem sido com fé, esperança e alegria que acompa-nho os primeiros tempos do pontificado do Papa Francisco.No dia 13 de março, pelas 18h, o mundo estava com o olhar atento à chaminé na Capela Sistina. E eis que saiu fumo branco, um grito ecoou logo na Praça de S. Pedro: “Habemmus Papam”. Mais tarde pela voz do cardeal Jean-Louis Tauran ficamos a saber que o no-vo Papa eleito era o cardeal Jorge Mario Bergoglio, e que escolhera o nome de Francisco.Entre aplausos, o som dos sinos da Basílica de S. Pedro, a surpresa era geral. Depois de alguma espera surge o Papa Francisco à varanda. Começa por pa-recer nervoso, apesar dos seus 76 anos, mostra uma frescura física. E começam as surpresas. Dirige-se à multidão que o aclama com simplicidade e pedindo que rezem por ele, de repente faz-se um silêncio em toda a Praça. Os mais distraídos não percebem o que se está a passar, estavam todos a rezar pelo Papa.Os dias que se seguiram foram revelando um Papa diferente. Como ele próprio disse: “os cardeais foram buscar um papa ao fim do mundo”. Mas quase que apetece dizer que ele é de outro mundo. Na verdade surpreendeu tudo e todos a sua eleição. Falava-se de que seria mais novo, teria que ter um conjunto de ca-racterísticas. A verdade é que foi ele o eleito, e uma vez mais se prova que a vontade dos homens e dife-rente da de Deus. Hoje estamos todos, crentes e não crentes, de olhos nele, à espera não tanto do que ele vai dizer, mas do que vai fazer. Realmente cada dia que passa ele tem atitudes e gestos que não se viam antes. Podemos lembrar alguns desses momentos que até agora deixaram tantos de boca aberta, de tal forma que ele, Papa Francisco, já é referido por muitos que não pertencem à Igreja. As suas atitudes e gestos são como os de Jesus, marcados pela sim-plicidade, disponibilidade, proximidade e facilidade como contacta com o seu próximo. Revela em tudo um profundo humanismo. Apresenta-se sempre sorridente, alegre e bem-disposto. Desde a sua pri-meira saída para a Basílica de Santa Maria Maior, até à saudação espontânea dos fiéis no fim da missa dominical, são muitos os momentos em que o Papa Francisco revela aquilo que quer e espera da Igreja: anunciadores e testemunhas do amor de Deus.

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VFeliciano Garcês

Faz silêncio e reza: Procura um local sossegado.

Lê com calma as passagens do evan-gelhos.

Daquilo que acompanhas do papa Francisco, o que te chamou mais à aten-ção?

Sentes algo de novo nos apelos e gestos do Papa Francisco?

Como viver na bondade e na ternu-ra?

Faz uma oração a Deus.

A Palavra de Deus diz: Jo 15, 9-17. Jesus considerava os man-damentos e prescrições um peso dema-siado para os crentes, de tal forma que começou por os reduzir, até ficarem, no fim da sua vida, só um, o mandamento novo. Apresenta-o também como sendo o seu mandamento. A medida do amor deixa de ser como a ti mesmo, mas “como Eu vos amei”. Pelo seu amor Ele continua a atuar em nós. A vivência do amor une-nos ao Pai do céu. Jesus antes de apelar ao amor e à caridade aos outros, desafia a viver esses sentimentos entre nós, os crentes.

Tenho de: O texto do evangelho diz-nos que Deus é amor e que quem ama está unido ao Pai. Lemos no evangelho que o único mandamento deixado por Jesus é o seu mandamento, que consiste no amor que nos torna irmãos e amigos entre nós e com Deus.Que poderei fazer para viver em bondade e ternura?

A Igreja, à imagem do Papa Francisco, é convi-dada a seguir um caminho de serviço. Das suas palavras podemos retirar um apelo a identificar-mo-nos com o evangelho de Jesus Cristo na re-alidade da vida, nas alegrias e nos sofrimentos. Pede-nos que como cristão não tenhamos me-do da ternura e da bondade, laços que unem todas as criaturas.A Igreja tem a missão de evangelizar todos os meios e ambientes, o Papa Francisco pede a consciência do poder da missão, que é serviço, numa total disponibilidade para levar Jesus Cristo ao mundo. Deus faz novas todas as coisas, por isso mais surpresas nos esperam por parte do Papa Francisco. Uma coisa é certa, pelo sorriso, bon-dade e afeto já converteu muitos e fez outros regressar à Igreja.

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16º Encontro nacional da Juventude Dehoniana34– outro ângulo

do mundo

VOs participantes no ENJD

M E N S A G E M

De 12 a 14 de Abril de 2013, uma centena e meia de jovens reuniu-se em Alfragide, pa-ra o XVI Encontro Nacional da Juventude Dehoniana. Foi a celebração da caminhada do Ano da Fé, com o tema: “Acreditar mais: Jovens Dehonianos com Fé”.

A Fé moveu-nos dos vários centros – Açores, Algarve, Coimbra, Lisboa, Madeira e Porto – e vivemos refletimos e celebrá-mos a mesma Fé no convívio, na amizade, na oração, nas atividades criativas e no Festival de Canções.

Eis o nosso credo em Jesus Cristo, a quem entregamos o nosso coração:

– Cremos na fé da Igreja, a nossa família, onde vemos o nosso futuro e compro-misso de servirmos a humanidade sempre mais e melhor;– Cremos na espiritualidade dehoniana, na força do amor feito coração aberto numa cruz. Esse amor de relação belo e profundo é vivido de uma maneira diferente e celebrado na eucaristia.– Cremos na vida em comunidade, lugar de partilha de festa e comunhão. Ela gera o amor fiel, fonte de felicidade e de paz que faz seu ninho na família e que se realiza sempre mais em dar do que em receber;– Cremos nas nossas possibilidades de jovens feitos para amar e ser amados, disponíveis e generosos, movidos pela fé, capazes de olhar o futuro com oti-mismo e alegria;– Cremos no voluntariado, a forma mais elevada de amar sendo feliz fazendo os outros felizes;– Cremos na criatividade como forma de viver o amor que é o nosso um sinal mais.– Cremos na vocação, aceitamos que a nossa vida se orienta para um objetivo belo e sublime que queremos descobrir na relação com Aquele que desde sempre pensou em nós e nos chama.

Apaixonados por Jesus Cristo e pela sua maneira diferente de viver, somos enviados para as nossas comunidades, para dar testemunho e viver de uma maneira diferente e comprometida.No próximo ano, faremos memória dos 100 anos do início da Primeira Grande Guerra refletindo sobre a nossa dimensão de “profetas do amor e servidores da reconciliação”. Faremos os nossos encontros apenas a nível regional em cada Centro e, de 3 a 10 de agosto de 2014, teremos o Encontro Europeu da Juventude Dehoniana, com o tema “A Paz é contigo!”.Alfragide, 14 de abril de 2013.

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Page 35: A Folha dos Valentes

O Braguinha é um instrumento de cordas peculiar que se distingue pela sua pe-quenez comparativamente ao de uma viola, visto os dois terem semelhanças anatómicas.As suas origens, apesar de não estarem totalmente comprovadas, remon-tam ao séc. XVII, sendo então denominado Machete ou pequena viola. Determinados autores fazem referência como oriundo da cidade de Braga, outros porém relacionam a sua origem à dos antigos trajes denominados por bragas utilizados por camponeses madeirenses.Este instrumento de cariz solista estava associado a chamada música tradicional, folclore ou mais sucintamente ao bailinho. Hoje é fre-quente a sua presença em grupos de folclore, em grupos de música tradicional, em festas e romarias, nomeadamente nesta altura das visitas do Espírito Santo. Sendo um instrumento pequeno e tocado da mesma postura do que a viola tende-se a minimizar as suas qualidades eruditas por se mais simples de tocar.No entanto, o Braguinha como instrumento solista é também usado na composição de música chamada erudita, como podemos apreciar nas peças do autor do séc. XIX, Candido Drummond de Vasconcelos, revistas pelo professor Manuel Morais. Aí podemos apreciar as Marchas, waltz, Quadrilhas, Polkas e vários outros temas de elevando grau de dificuldade de execução.O braguinha é um instrumento com quatro cordas afinadas Ré, Si, Sol, Ré, que apresenta uma sonori-dade aguda. Com o toque de todas as cordas soltas obtêm-se o acorde de Sol maior.A sua expansão além fronteiras pode ser obser-vada em escritos acerca da diáspora madeiren-se do séc XIX, nomeadamente para o Hawai e para o Brasil.Sem haver a exatidão científica há grandes possibilidades do famoso Ukelele havaiano ser uma evolução do Braguinha levado da madeira por emigrantes. Segundo escri-tos da época, um emigrante chamado João Fernandes tocava de forma pe-culiar o braguinha que os havaianos lhe chamavam Ukelele que queria dizer “pulga saltitante”.

VFlorentino Franco

Uma espécie de miniatura da viola

nuances musicais –35do mundo

Instrumentos tradicionais: Braguinha da MadeiraA cultura é um atributo importante na definição étnica de um povo. A música é por vezes a corrente cultural mais abrangente. Nela podemos

identificar vivencias diárias, influências e nomenclaturas específicas.Neste âmbito, faço neste artigo uma pequena apresentação de um instrumento tradicional madeirense. O Braguinha.

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36– novos mundosdo mundo

VAndré Teixeira

Substituir o teclado pela escrita “no ar”...

Caro leitor… Estou, neste momento, do outro lado do mun-

do, em Timor, em Missão. E digo-te isto porquê? Porque estou a dar aulas de informática. Parece tudo

normal, não é? Mas não. Tive de ensinar o que é um te-clado, como se carregam nas teclas, para que servem,

etc. E depois lembrei-me: “porque raio estou a ensinar isto, se já existe forma de escrever sem teclado?”.

Aqui vai a explicação:

Escrever no ar

Christoph Amma, um alemão do Instituto de Tecnologia Karlsruhe, criou um equipamento que permite substituir o teclado pela escrita direita, feita em pleno ar.Ele nem tinha como objetivo criar este aparelho,até porque o projeto era noutra diretriz. Mas, o resultado ficou à vista!Agora trata-se de usar somente uma luva.“A luva de escrever no ar é usada para escrever letras com a ponta do dedo, como se estivéssemos a usar um quadro invisível; [assim] a interação é incorporada de forma transparente no dia-a-dia,” diz ele.A luva possui sensores de aceleração e giroscópios para detetar os movimentos da mão com muita precisão. “Ao contrário dos sistemas baseados em câmaras, estes são muito pequenos, portáteis e robustos.”O maior trabalho, contudo, é feito pelo software que recebe e interpreta os movimentos. Baseia-se num algoritmo desenvolvido pelo Engenheiro, que descarta qualquer movimento que não se pareça com escrever num quadro invisível à frente do utilizador. Possui uma “taxa de erro de 3%,”, diz Amma.A meu ver, a desvantagem será utilizar este sistema na rua… Imagina só o que as pessoas não vão pensar de ti se te virem a escrever no ar? “Tá maluquinho aquele!”Deixa lá, nós JD’s somos parte de um Novo Mundo!

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Placar virtual

minha rede –37 do mundo

Um utensílio que poderá servir quem comunica muito através da Internet

VVictor Vieira

Dei com esta fer-ramenta por acaso, como muitas das minhas incursões pe-la Internet. Por vezes,

Olá amigos leitores! Desta feita trago

até vós um género de placar, só que,

em vez da cortiça ou outro material

fisicamente acessível, é totalmente vir-

tual. Falo do Padlet, basta visitarem o

seguinte endereço, http://padlet.com/,

e estarão perante uma ferramenta

muito interessante para publicar todo

o tipo de informações, seja em jeito de

brincadeira, seja num tom mais sério.

dou por mim a indagar por novidades e deparo-me, em certas ocasiões, com instrumentos cibernéticos interessantes. Este é um deles.Certamente, este utensílio servirá mais a uns do que a outros. Mas não custa expe-rimentar, com o único senão a ser a utiliza-ção em língua inglesa, que hoje em dia se espera já não seja uma dificuldade.Uma das utilizações mais frequentes do “Padlet”, que anteriormente se chamava de “Wallwisher”, acontece com professores que optam por criar uma “parede” (wall) – é assim mesmo que se chama a página criada por cada placar virtual – para par-tilharem informações ou pedirem comen-tários a um tema/tópico em particular. Eu próprio tenho utilizado com os meus alunos com, posso dizer, relativo sucesso, pois “obrigo-os” a responder a algumas tarefas através deste software online.

Ao criarmos uma parede placar, podemos atribuir-lhe um nome, elaborar uma curta descrição, modificar a imagem que serve de fundo ou as cores associadas e es-taremos aptos a colocar comentários como se se tratasse de afixar post-its num qualquer placar de cortiça numa sala de aula, num escritório ou mesmo lá em casa.Interessante é que podemos limitar o acesso deste placar criado por nós ou torná-lo público. A opção será sempre em função do objetivo em mente. Ao iniciarmos um pla-car, é gerado um endereço curto automaticamente, mas podemos personalizá-lo a nosso gosto. Para já, podem visitar o seguinte endereço criado a propósito d’A Folha dos Valentes, http://padlet.com/wall/folhadosvalentes, e deixar o vosso primeiro post-it. Para isso basta clicar duas vezes no ecrã e escrever a vossa mensagem.Falta apenas referir que podem também partilhar ima-gens ou vídeos (através da indicação do link), enviar ficheiros ou carregar uma imagem a partir da vossa we-bcam. Podem, além disso, partilhar nas redes sociais ou embeber nalgum blogue ou site da vossa autoria.

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38– jd-Nacionalda juventude

Celebração de mais um ano de caminhada

A c r e d i t a r m a i s

16º Encontro Nacional da Judentude Dehoniana

Unidos pelo lema “Acreditar mais” foi com muita alegria e entusiasmo que no passado fim-de-semana de 12 a 14 de Abril os jovens dehonianos se reuniram no 16º Encontro Nacional da Juventude Dehoniana.

O Encontro teve início na sexta-feira, pelas 23 horas, no Seminário Nossa Senhora de Fátima (Alfragide), com a presença do Superior Provincial dos Dehonianos. A casa encheu-se de inúmeras vozes dos mais variados sotaques e pronúncias, oriundas de todo o país, que juntas cantavam a fé que unia os jovens dehonianos. Do Porto ao Algarve, da Madeira aos Açores, de Lisboa a Coimbra todos fizeram questão de marcar presença. Feitas as apresentações de cada centro num clima bem-disposto e descon-traído, os jovens dehonianos iniciaram mais um encontro repleto de fé, de convívio e de vida.No sábado, os jovens foram interpelados a com-preenderem a sua fé nos ambientes em que se inserem. Através de pequenos diálogos, a que chamamos “À conversa com…”, a fé foi apresen-tada como um dom presente no quotidiano das nossas vidas desde o seio da família à vivência da sociedade, partindo da experiência do mun-do à luz da proposta da Igreja. A parte da tarde, os jovens tiveram a oportunidade de adquirir ou aperfeiçoar um conjunto no âmbito da for-mação humana quer em vista da preparação de futuras atividades dos vários centros, quer considerando o interesse e o desenvolvimento humano de cada um. Assim, durante a tarde de sábado realizaram vários workshops culturais que abrangeram artes marciais, teatro, música e artes plásticas. O final da tarde foi marcado pelo momento exclusivamente dehoniano onde se

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VJoaquim Costa

A c r e d i t a r m a i s

16º Encontro Nacional da Judentude Dehoniana

procurou transmitir os elementos mais importantes do carisma dehoniano e se visualizou a mensagem do Superior Geral dos Dehonianos, o Pe. José Ornelas, preparada para o Encontro.A noite de sábado, para além dos ne-cessários ensaios para o Festival de Domingo, foi marcada por um intenso momento de oração. Num clima de pro-funda intimidade os jovens celebraram intensamente a vigília de sábado ex-pressão da fé como dimensão de grupo e como vivência de comunidade. Este momento juntamente com a Eucaristia de domingo foi um dos momentos mais significativos da fé celebrada e vivida.O último dia, o Domingo, foi marcado como disse, pela Eucaristia preparada em conjunto por todos os centros e presidida pelo Superior Provincial. Na parte da tarde, por volta das 15 horas teve lugar o Festival JD no qual pela música todos os centros procuraram expressar o lema “Acreditar mais”. Num clima simpático e alegre saiu vencedora a música “Fé, força que nos une”, trazida pela Madeira. Terminado o Encontro, com a fé renova-da, os jovens foram partiram para suas casas como sinais vivos da fé que conti-nua hoje a iluminar o mundo.

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Page 40: A Folha dos Valentes

40– jd-Açoresda juventude

“Acreditamos mais”, graças à experiência inesquecível, inigualável...

Testemunhos JD-Açores

Pela primeira vez, o Grupo do Jovens “Guiados Por Jesus”, da Paróquia de Nossa Senhora da Miseri-córdia, Cabouco, Ilha de São Miguel (Açores), participou, com muito entusiasmo, no Encontro Nacional da Juventude Dehoniana, que conta já com 16 edições.Desde o início da criação do grupo, a 16 de Outubro de 2011, um dos seus objectivos passou por participar neste encontro nacional. Com a graça de Deus e muito trabalho árduo, consegui-mos amealhar o dinheiro necessário para a nossa participação neste XVI Encontro Nacional.O nosso envolvimento nesta iniciativa proporcio-nou o crescimento do grupo, em termos de Fé, união e amizade. Hoje, sentimo-nos um grupo mais coeso e com uma Fé mais amadurecida. Na verdade, “acreditamos mais”, graças à experiência inesquecível, memorável, inigualável, excelente, porreira e linda. Como alguém confidenciou, foi um “sonho”.

Deste encontro, trouxemos uma vontade maior em espalhar mais a Fé em Jesus Cristo, de incen-tivar os jovens a encontrar os caminhos do amor e da Fé Cristã.Partimos para este encontro, com muita ansiedade e regressámos a casa com um sorriso na cara e um aperto no coração. Trouxemos amigos que ficarão para a nossa vida, os quais esperamos reencontrar brevemente.Um abraço e o nosso muito obrigado a todos os que tornaram possível essa nossa aventura, que deveras nos fez “acreditar mais”.

VGrupo de jovens “Guiados Por Jesus”

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Page 41: A Folha dos Valentes

Somos nós, cristãos, as mãos, os pés, a boca e o coração de Jesus

jd-Algarve –41 do mundo

Neste Ano da Fé, o Grupo de jovens “Os Samaritanos” participou, uma vez mais, no Encontro Nacional de Juventude Dehoniana, que se realizou em Alfragide, sendo o tema “Acreditar mais”.Nós como grupo de jovens unidos na fé e na esperan-ça, levámos toda a nossa alegria e vontade de servir, contagiando novos elementos para a nossa missão.Neste fim-de-semana partilhámos sorrisos, abraços e experiências, guardando tudo no nosso coração. “Deus está em nós, está em mim e em ti. Só tens de deixar-te levar.”Agora, firmes na fé pretendemos, com o exemplo do nosso testemunho de vivência comprometida, partilhar na nossa paróquia, a alegria para assim nos assumirmos fortes, alegres na esperança e ativos no amor.

VGrupo de jovens “Os Samaritanos”

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Page 42: A Folha dos Valentes

42– jd-Lisboado mundo

Um encontro muito completo

Testemunho JD-Lisboa

Para o meu primeiro Encontro Nacional da Juventude Dehoniana penso que ter começado com o XVI Encontro foi sem dúvida uma ótima escolha.Para mim este encontro foi um encontro muito completo, pois para além de nos proporcionar con-versas sobre temas que muitas vezes nos causam dúvidas, como por exemplo em que consistem os Novos Movimentos Religiosos, foi nos dado nas Missas às Dúzias também a conhecer um pouco mais sobre o porque da Eucaristia ser como é. Para além de todo este conhecimento que nos foi transmitido, se me perguntarem sem dúvida que para além do Festival onde tínhamos músicas com letras fantásticas, algo de que gostei imenso foi das “After Party Lounge”. Um encontro que para o qual vieram vários centros, mas onde lá, só se encontrava um, a Juventude Dehoniana, esta família que vindos de todos os sítios do país que partilham a mesma fé.

VBruna Loh

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Page 43: A Folha dos Valentes

jd-Madeira –43 da juventude

Este 16º ENJD foi inesquecível! Foram três dias de muita alegria, diversão, união e partilha. Um encontro que superou todas as expectativas.Começando com o reencontro de caras conhecidas e ami-gos, com a alegria e a diversão vivida com as apresentações e o “stand up comedy”, passando por todos os momentos de oração e união com Deus e acabando da melhor maneira possível com o festival da canção.Um dos momentos que mais marcou-me foi as “à conversa com…”, em que ouvimos o testemunho de pessoas extra-ordinárias de como vivem a sua fé na família e no seu dia-a-diaMas sem dúvida os momentos mais altos do encontro fo-ram a Vigília e a Eucaristia, foram os dois momentos em que senti que estávamos ali todos unidos dispostos a levar algo mais… a “Acreditar mais”.O festival de canções foi bastante divertido, as canções eram muito bonitas e apesar dos nervos correu tudo bem e aca-bou por acontecer o inesperável… Ficámos em 1º lugar!Foi um encontro muito emocionante, acho que um dos me-lhores que já participei…Obrigada JD!

Testemunho JD-Madeira

Acabou por acontecer o inesperável... Ficámos em 1.º lugar!

VMaurília Araújo

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Page 44: A Folha dos Valentes

44– jd-Portoda juventude

Importante para a minha vida daqui em diante...

Aqui estou eu, fazendo uma pequena refle-xão do maravilhoso fim-de-semana vivido em Alfragide no ENJD, em que não tenho grandes dúvidas que até hoje este foi um dos fins-de-semana mais enriquecedores que tive a nível de aprendizagem.Vivi momentos incríveis de oração, parti-lha, comunhão, união e amizade propor-cionados por todos os participantes, que me permitiu aumentar/renovar a minha fé e “Acreditar mais”.Foram realmente dias muito proveitosos uma vez que na bagagem trago o espírito de Ser Fermento mais aprimorado, atra-vés da partilha de ideias, que me vai ser bastante útil a nível pessoal, profissional e como elemento do grupo, que permite assim desenvolvermos mais atividades na nossa paróquia, onde tentamos sem-pre que as pessoas “sejam alguém, sejam felizes, porque alguém assim o quis”, e penso que foi o que aconteceu nesse fim-de-semana a todos nos que nos reunimos em Alfragide fomos todos alguém e todos muito felizes porque a nossa fé e o nosso “Acreditar mais” em Deus assim o quis...Do fundo do coração: Muito obrigado JD.

VMarcelo Ferreira

Testemunhos JD-Porto

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Page 45: A Folha dos Valentes

Confesso que quando me convidaram a participar no 16.º Encontro Nacional da Juventude Dehoniana, aceitei sem saber o que ia fazer, pensei: “bem, nada me impede de participar e de aprender novas coisas, sejam elas quais forem”. Pois bem, no dia da viagem estava ansiosa pela hora da partida, alias, estávamos todos. Chegámos atrasados à apresentação, mas dizem que o melhor vem sempre no fim, não é? Estavam todos os grupos reunidos, ainda conseguimos assistir a uma ou outra apresentação, até que o padre Paulo apresenta o nosso grupo, e aí começamos a sentir algo de especial naquele encontro. Todos os dias havia a oração da manha e da noite, naqueles dias era bom levantar cedo, para aproveitar o máximo, e a ver-dade é que naquele encontro renovei a minha alma e o meu coração, conheci pessoas maravilhosas, aprendi tanto, que só tenho vontade de voltar para lá. No ultimo dia, estávamos todos mais tristes não só por dei-xarmos aquele seminário mas também por sabermos iríamos voltar à rotina, daqueles dias tirei o máximo proveito, desde os workshops, “à conversa com...”, as orações, a nossa importante participação na eucaristia. Comprometo-me a participar naqueles encontros todos os anos, até que força maior me impeça de fazê-lo. Aqueles dias são gratificantes para toda a gente, principalmente para jo-vens que ainda não sabem bem que rumo seguir na sua vida, que não têm consciência que Deus está connosco em todos os momentos, como ouvimos na canção do grupo dos Açores “Deus está em nos, em mim, em ti...”, só temos de acreditar. “Vem daí, junta-te a nós, em Deus acreditar, vem daí, junta-te a nós e deixa-te levar...”, foi esta a mensagem que transmitiu a canção do nosso grupo. É completamente impossível dizer o que senti, o quão aquilo é importante para a minha vida dali em diante. Confesso que agora penso em muita coisa de maneira diferente, aqueles dias... Não há palavras para descrever o que aquilo significa. Apenas se sente. É bom também conhecer todas aquelas pes-soas que vêm dos Açores, da Madeira, Algarve, Porto e Lisboa, todos os dos Secretariados, padres, pessoas magníficas.Penso que tudo o que disse aqui, falei por todos aqueles jovens que estiveram presentes no encontro nacional, e acredito que isto não vá acabar, porque cada vez mais as pessoas sentem-se mais confiantes com estas participações. “Eu venho do Sul e do Norte,Do Oeste e do Leste, de todo o lugar...”Muito obrigada a todos, do fundo do coração!VCláudia Moreira

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Page 46: A Folha dos Valentes

(Padre Dehon)

VPaulo Vieira

DEHUMOR

46– agendada juventude

JD-Açores Junho09 − Compromisso da JD Açores.

JD-LisboaMaio04-05 − Fátima Jovem18 − Mulheres de Fé.

Junho02 − Peregrinação Dehoniana a Fátima.

JD-MadeiraJunho02 − Peregrinação Dehoniana a Fátima.

JD-PortoMaio02 − AdOração no Centro Dehoniano. 05 − Dia Solidário – Lar Pinheiro Manso. 19 − CFA - em Besteiros.

Junho02 − Peregrinação Dehoniana a Fátima.02 − Dia Solidário – Lar Pinheiro Manso. 10 − Caminhada para as FM - Besteiros.23-24 − S. João no CD e na cidade.

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Page 47: A Folha dos Valentes

tem piada curiosidades

VPaulo Cruz

Solução de abrilOs soldados são dispostos como mos-trado na figura ao lado, em forma de estrela. Dessa maneira existirão 5 filas, e cada fila possuirá 4 soldados.

quebra-cabeçasmover um palito

passatempos –47 tempo livre

ciência1. As marés são provocadas pela força de atração solar e lunar. Quando o Sol e a Lua formam um ângulo reto em relação à Terra, essas forças de atração tendem a anular-se, produzindo marés de amplitude mínima ou marés baixas. Quando os dois astros estão na mesma linha, a atração torna-se máxima e provoca as marés de

Tem 6 palitos dispostos como mostra a figura.Podendo mover apenas 1 e 1 só palito torne esta igualdade verdadeira (claro que não vale pôr um palito por cima do sinal de igual transformando-o em diferente).

grande violência.

2. O céu da Terra é azul porque as moléculas de azoto e de oxigénio, que formam a maior parte da atmosfera, filtram a compo-nente azul da luz solar. Já em Marte, o céu é cor-de-rosa, em Urano é verde, em Vénus é amarelo-laranja, em Júpiter é preto e não se veem estrelas, e em Plutão é negro, mas estrelado.

3. A Lua que vemos é a de há poucos segundos atrás – tempo que a luz demora a percorrer a distância entre a Lua e nós.

4. Da Terra vê-se sempre a mesma face da Lua. A face oculta nunca está visível porque o seu movimento de rotação (rotação em torno do seu eixo) tem exatamente a mesma duração do seu movimento de translação (em torno da Terra), que é de vinte e sete dias e oito horas.

5. A distância entre a Terra e o Sol pode variar entre 147 000 000 km e 152 000 000 km, pois a trajetória que a Terra descreve em torno do Sol é elíptica.

bem v istoO homem diz ao farma-cêutico:– Há algo de errado com a minha vista. É que ando sempre a ver manchas.– Sim, mas… Já viu um oftalmologista?– Não, só vejo manchas.

Ao passar pelo nadador-salvador, perguntou-lhe:– Quanto é?O nadador-salvador, na brincadeira, decidiu res-ponder-lhe:– Cinquenta cêntimos!O alentejano paga e vai-se embora.Passados uns dias o alen-

bom negóc ioDisseram a um alentejano que a água do mar fazia bem às varizes.O homem foi à praia e encheu um garrafão.

tejano passa novamente pela praia quando a maré estava baixa e exclama:– Eh, lá... Isto é que é negócio!

bêbado bom observadorUm homem muito bêbado chega a um bar e senta-se ao lado de outro que estava descansado numa outra mesa. Diz o bêbado:– Ó amigo, desculpe-me lá, mas eu não pude resistir. É que o senhor é a cara chapada da minha mulher!E responde o homem:– Ouça lá! Você quer gozar com a minha cara, é?E continua o bê-bado:– Não… a sério! Tirando o bigode a semelhança é incrível!Admirado o ho-mem:– Bigode? Mas que bigode?! Eu não uso bigode!E responde o bêbado:– Pois não, mas usa a minha mulher!

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Page 48: A Folha dos Valentes

INFORME-SE e vá: com o seu Grupo Missionário; com a sua paróquia; com as nossas casas (Colégios, Seminários, ABC...).

P R O G R A M A

10h00 – Terço11h00 – Eucaristia14h00 – Sessão no Centro Paulo VI – Testemunho de um missionário – Representação de quadros ligados às aparições de Fátima – Fado com Nuno da Câmara Pereira17h30 – Procissão do Santíssimo

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