A Fisioterapia No Idoso Institucionalizado Com Alzheimer Estudo de Caso

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 A FISIOTERAPIA NO IDOSO INSTITUCIONALIZADO COM ALZHEIMER: ESTUDO DE CASO PORTELLA, Bruna Maria Almeida 1 ; HANSEN, Dinara ² ; BIANCHI, Patrícia Dall’Agnol ²  Palavras-chave: Alzheimer. Idosos. Fisioterapia. Saúde. A doença de Alzheimer ocasiona o declínio intelectual, culminando em quadro de demência para o idoso. As alterações cerebrais iniciam-se com esquecimentos das atividades diárias, levando ao comprometimento da fala, memória, atenção, chegando a um severo comprometimento físico e mental sendo impossível viver sem o cuidado integral de terceiros. Este cuidado integral causa desgaste à família que vivencia uma verdadeira revolução domiciliar, levando, na maioria das vezes, a institucionalização do idoso. Desta forma buscou- se descrever o caso de uma paciente do Asilo Santo Antônio de Cruz Alta com diagnóstico de Alzheimer, atendida pelo 6º semestre do curso de Fisioterapia/UNICRUZ. No asilo há 59 idosos, com idades variando de 60 a 105 anos, e que possuem diversas patologias. A paciente estudada tem 77 anos e apresenta em sua história pregressa: hipertensão, demência do tipo Alzheimer e uma queda relacionada à labirintite. A mesma faz uso de medicamentos antidepressivos e, ao inicio do tratamento fisioterapêutico, não deambulava. Na avaliação não nos foi relatado nenhum tipo de AVE, contudo há presença de rigidez muscular em membro superior e inferior direitos, de modo que seja visível comprometimento funcional da perna direita durante a deambulação e encurtamento dos flexores dos dedos do pé, fazendo com que os dedos toquem a planta do pé. Esta característica pode estar relacionada aos padrões musculares característicos da doença de Alzheimer. O tratamento fisioterapêutico consta de alongamentos e mobilização articular de membros superiores e inferiores, exercícios de fortalecimento de membros inferiores e cintura pélvica e exercícios respiratórios. Salienta-se que, devido ao déficit cognitivo, a paciente nem sempre responde adequadamente às ordens como “respire fundo” e “solte o ar pela boca”. Além dos exercícios físicos também são trabalhadas atividades lúdicas como sentir texturas e visualização de fotografias de familiares. Ao início do tratamento a paciente não deambulava, assim como não havia muitas expressões faciais e diálogos. Após seis sessões, houve a primeira deambulação com auxílio, e já ocorria uma maior clareza nas respostas verbais, afirmações e ao executar ordens, embora ainda  pouco. Até o presente momento percebe-se que, embora seja uma doença de característica  progressiva, o tratamento fisioterapêutico está contribuindo na preservação das funções motoras presentes, e melhorando o estado de humor da paciente. Acredita-se que, com o avanço do tratamento, será possível uma maior resposta da paciente, com consequente melhora no ganho das funções motoras. Evidencia-se através do exposto ser essencial o acompanhamento fisioterapêutico e multiprofissional aos pacientes com Alzheimer para que se possa melhorar ou estabilizar, mesmo que temporariamente a evolução da doença, o que já representa um ganho relevante à qualidade de vida destes indivíduos. 1  Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cruz Alta, bolsista de Projeto de Iniciação Científica. Voluntária do Grupo Interdisciplinar de Estudos em Envelhecimento Humano (GIEEH). 2 Docentes da Universidade de Cruz Alta, pesquisadoras do Grupo Interdisciplinar de Estudos em Envelhecimento Humano (GIEEH).

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a fisioterapia no idoso institucionalizado com alzheimer estudo de caso

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  • A FISIOTERAPIA NO IDOSO INSTITUCIONALIZADO COM

    ALZHEIMER: ESTUDO DE CASO

    PORTELLA, Bruna Maria Almeida1; HANSEN, Dinara

    ; BIANCHI, Patrcia DallAgnol

    Palavras-chave: Alzheimer. Idosos. Fisioterapia. Sade.

    A doena de Alzheimer ocasiona o declnio intelectual, culminando em quadro de

    demncia para o idoso. As alteraes cerebrais iniciam-se com esquecimentos das atividades

    dirias, levando ao comprometimento da fala, memria, ateno, chegando a um severo

    comprometimento fsico e mental sendo impossvel viver sem o cuidado integral de terceiros.

    Este cuidado integral causa desgaste famlia que vivencia uma verdadeira revoluo

    domiciliar, levando, na maioria das vezes, a institucionalizao do idoso. Desta forma buscou-

    se descrever o caso de uma paciente do Asilo Santo Antnio de Cruz Alta com diagnstico de

    Alzheimer, atendida pelo 6 semestre do curso de Fisioterapia/UNICRUZ. No asilo h 59

    idosos, com idades variando de 60 a 105 anos, e que possuem diversas patologias. A paciente

    estudada tem 77 anos e apresenta em sua histria pregressa: hipertenso, demncia do tipo

    Alzheimer e uma queda relacionada labirintite. A mesma faz uso de medicamentos

    antidepressivos e, ao inicio do tratamento fisioteraputico, no deambulava. Na avaliao no

    nos foi relatado nenhum tipo de AVE, contudo h presena de rigidez muscular em membro

    superior e inferior direitos, de modo que seja visvel comprometimento funcional da perna

    direita durante a deambulao e encurtamento dos flexores dos dedos do p, fazendo com que

    os dedos toquem a planta do p. Esta caracterstica pode estar relacionada aos padres

    musculares caractersticos da doena de Alzheimer. O tratamento fisioteraputico consta de

    alongamentos e mobilizao articular de membros superiores e inferiores, exerccios de

    fortalecimento de membros inferiores e cintura plvica e exerccios respiratrios. Salienta-se

    que, devido ao dficit cognitivo, a paciente nem sempre responde adequadamente s ordens

    como respire fundo e solte o ar pela boca. Alm dos exerccios fsicos tambm so trabalhadas atividades ldicas como sentir texturas e visualizao de fotografias de familiares.

    Ao incio do tratamento a paciente no deambulava, assim como no havia muitas expresses

    faciais e dilogos. Aps seis sesses, houve a primeira deambulao com auxlio, e j ocorria

    uma maior clareza nas respostas verbais, afirmaes e ao executar ordens, embora ainda

    pouco. At o presente momento percebe-se que, embora seja uma doena de caracterstica

    progressiva, o tratamento fisioteraputico est contribuindo na preservao das funes

    motoras presentes, e melhorando o estado de humor da paciente. Acredita-se que, com o

    avano do tratamento, ser possvel uma maior resposta da paciente, com consequente

    melhora no ganho das funes motoras. Evidencia-se atravs do exposto ser essencial o

    acompanhamento fisioteraputico e multiprofissional aos pacientes com Alzheimer para que

    se possa melhorar ou estabilizar, mesmo que temporariamente a evoluo da doena, o que j

    representa um ganho relevante qualidade de vida destes indivduos.

    1 Acadmica do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cruz Alta, bolsista de Projeto de Iniciao Cientfica.

    Voluntria do Grupo Interdisciplinar de Estudos em Envelhecimento Humano (GIEEH). 2

    Docentes da Universidade de Cruz Alta, pesquisadoras do Grupo Interdisciplinar de Estudos em

    Envelhecimento Humano (GIEEH).