A farsa do desenvolvimento sustentável

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A farsa do desenvolvimento sustentável – o mundo hoje O desenvolvimento sustentável é uma falácia, mais do que uma utopia. Ninguém sabe dizer o que, de fato, significa, na prática, “desenvolvimento sustentável”, ou “crescimento sustentado”. Sim, porque, na realidade, o que todo mundo sabe, mas não sabe como traduzir isso em termos viáveis, é que, no fundo, no fundo, “crescimento sustentável” quer dizer “crescimento zero” e eliminação dos “excessos” populacionais – o que, comumente costuma ser chamado de “controle populacional”. Como justificar isso perante o mundo? Como justificar que o mundo tem que parar de crescer social e economicamente, isso significando, inclusive, cortes populacionais? Todo mundo fala em “desenvolvimento sustentável”, porque é politicamente correto falar disso hoje em dia, mas pouca gente sabe o que é. E quem sabe, só sabe na teoria. Neste post apresentaremos considerações modernas preliminares sobre o desenvolvimento sustentável indicadas por Bjørn Lomborg em seu livro «O Ambientalista Cético». Como se verá, as idéias do malthusianismo continuam presentes – mas são falsas – pois o desenvolvimento humano continua fazendo com que mais e mais recursos estejam à disposição da Humanidade por muitos séculos à frente. Eis os textos de Lomborg. Os subtítulos foram acrescentados por mim para facilitar a leitura.

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A farsa do desenvolvimento sustentável – o mundo hoje 

O desenvolvimento sustentável é uma falácia, mais do que uma utopia. Ninguém sabe dizer o que, de fato, significa, na prática, “desenvolvimento sustentável”, ou “crescimento sustentado”. Sim, porque, na realidade, o que todo mundo sabe, mas não sabe como traduzir isso em termos viáveis, é que, no fundo, no fundo, “crescimento sustentável” quer dizer “crescimento zero” e eliminação dos “excessos” populacionais – o que, comumente costuma ser chamado de “controle populacional”.Como justificar isso perante o mundo? Como justificar que o mundo tem que parar de crescer social e economicamente, isso significando, inclusive, cortes populacionais? Todo mundo fala em “desenvolvimento sustentável”, porque é politicamente correto falar disso hoje em dia, mas pouca gente sabe o que é. E quem sabe, só sabe na teoria. Neste post apresentaremos considerações modernas preliminares sobre o desenvolvimento sustentável indicadas por Bjørn Lomborg em seu livro «O Ambientalista Cético». Como se verá, as idéias do malthusianismo continuam presentes – mas são falsas – pois o desenvolvimento humano continua fazendo com que mais e mais recursos estejam à

disposição da Humanidade por muitos séculos à frente. Eis os textos de Lomborg.  Os subtítulos foram acrescentados por mim para facilitar a leitura.  

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O desenvolvimento sustentável, segundo LomborgSerá possível que poluímos tanto que estejamos, na verdade, solapando a nossa vida, a nossa riqueza a longo prazo e as oportunidades para as gerações futuras?Objeção típica ao fato de que, em grande parte, todos os indicadores mensuráveis do bem-estar humano mostram melhoria, é a que ouvimos do Worldwatch Institute:«O século 20 tem sido extraordinariamente bem-sucedido para a espécie humana – talvez bem-sucedido demais. Com o crescimento de nossa população de um bilhão para seis bilhões e a explosão da economia para mais de 20 vezes seu tamanho em 1990, sobrecarregamos os sistemas naturais dos quais emergimos, e criamos a perigosa ilusão de que não dependemos mais de um ambiente saudável.»Paul Ehrlich [da Universidade de Stanford e autor do livro «A Bomba Populacional», de 1968, que defendia uma imediata ação para limitar o crescimento populacional] reitera a mesma idéia básica contra os economistas que gostam de observar que o PIB e a disponibilidade de alimentos per capita não param de crescer:«Mas há uma falha fatal nesse argumento: ele equivale mais ou menos a se vangloriar de poder emitir cheques cada vez maiores a cada mês, sem prestar atenção no saldo da conta.» 

O surgimento do conceito de desenvolvimento sustentávelO conceito-chave no núcleo de grande parte dessas críticas é a questão de ser ou não o nosso desenvolvimento sustentável. Este conceito foi, originalmente, apresentado pelo Relatório Brundtland, da ONU [mesmo organismo que deu origem ao IPCC], em 1987, e desenvolvimento sustentável significa apenas que a Humanidade assegure «a satisfação das necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades». Na verdade, esta é uma necessidade óbvia. Este é um julgamento moral, que a grande maioria considera, obviamente, verdadeiro. Temos de agir de modo que nossos descendentes vivam pelo menos tão bem quanto nós agora.A questão, sem dúvida, é se a nossa atual sociedade já é sustentável. A maioria dos ambientalistas está convencida de que a nossa atual sociedade é insustentável. «Na verdade, estamos nos comportando como se não tivéssemos filhos, como se não fosse existir uma próxima geração», afirma o Worldwatch Institute.O biólogo David Ehrenfeld [professor de biologia da Rutgers University, New Jersey, EUA (Husc)] argumenta que, se nossos ancestrais tivessem legado a devastação ecológica que estamos deixando para os nossos descendentes, as nossas opções de divertimento –

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talvez até de sobrevivência – atuais seriam bem limitadas. O biólogo Daniel Chrias [autor do livro «Lessons From Nature» (Husc)] é mais específico: nossa sociedade não é sustentável porque poluímos demais e porque consumimos os nossos recursos depressa demais. 

Temos que ter acesso aos recursos da Terra[Sobre recursos, Lomborg comenta que] …é fundamental para nossa existência ininterrupta que tenhamos acesso a uma grande quantidade de recursos da Terra. Alguns desses recursos são, natural e continuamente, recriados, como a energia solar, a água, o ar, as plantas e os animais. Estes recursos são renováveis.Outros recursos, como as matérias-primas e minerais da Terra, não são renovados (pelo menos não na escala de tempo humana) – e existem em uma quantidade fixa.Estes dois tipos de recursos diferem em seus problemas associados, e para avaliar a sustentabilidade de nosso atual desenvolvimento, precisamos examinar o nosso consumo de todos os recursos, renováveis e não-renováveis. 

Quanto aos recursos renováveis[resumo constante do capítulo sobre a Prosperidade Humana, no livro «O Ambientalista Cético» (Husc)]Não estamos super-explorando os nossos recursos renováveis. O Worldwatch Institute, no entanto, informa que a escassez de alimentos, provavelmente, será a primeira indicação do colapso ambiental. Porém, os alimentos devem continuar se tornando mais baratos e disponíveis, enquanto seremos capazes de alimentar ainda mais e mais pessoas.As florestas não foram erradicadas, e desde a Segunda Guerra Mundial (IIGM), a cobertuda florestal permanece quase constante. Conquanto florestas úmidas venham sendo derrubadas a um percentual de 0,5% ao ano, e alguns países tenham optado por explorar seus recursos florestais de forma insensata e míope, cerca de 80% da floresta úmida original continua intacta.A água é um recurso abundante e renovável, embora possa ser escassa, em parte por não ter sido antes tratada como recurso limitado e valioso. Basicamente trata-se de uma questão de melhor gestão dos recursos hídricos, em que o preço da água consiga assegurar uma quantidade razoável e suficiente de água para todos os propósitos. 

Quanto aos recursos não-renováveisNão há problemas sérios com os recursos não-renováveis, como a energia e as matérias-primas. As descobertas (novas) desses recursos aumentaram tanto que, apesar do grande aumento do consumo, os anos de suprimento ainda restantes vêm aumentando, em vez de diminuir – tanto para a energia quanto para as matérias-primas.Este também foi o tema dos comentários do secretário-geral da ONU, Coffi Annan (1997) à Commission on Sustainable Development:«Na década de 1970, não faltaram as previsões de que o mundo em pouco tempo ficaria sem combustíveis fósseis e outras matérias-primas essenciais. Desde então, porém, a demanda crescente tem sido geralmente acompanhada por descobertas de novas reservas [vide a descoberta brasileira de petróleo na camada do chamado pré-sal (Husc)] e pela substituição de recursos, em resposta à operação das forças de mercado e do avanço tecnológico. As preocupações se desviaram do esgotamento dos recursos para um pacote maior e mais complexo de questões relacionadas ao suprimento adequado de energia nos países em desenvolvimento, e aos impactos ambientais, e sobre a saúde dos padrões convencionais de uso de energia e materiais».

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Embora os recursos não-renováveis sejam, em princípio, extingüíveis, mais de 60% de nosso consumo consiste em recursos com reservas [já conhecidas (Husc)] para 200 ou mais anos. Com energia suficiente, teremos a oportunidade de explorar depósitos bem mais profundos do que os atuais, de novo aumentando, substancialmente, os tempos de exaustão em, talvez, milhões de anos. 

ConclusãoTemos muitas reservas de energia que podem durar futuro adentro. Temos acesso a fontes de energia renovável cada vez mais baratas e com o potencial de fornecer quantidades de energia bem maiores do que as usadas atualmente. Poderíamos produzir todo o consumo de energia do mundo com a atual tecnologia das baterias solares, cobrindo apenas 2,6% do deserto do Saara – e temos bons motivos para esperar que essas fontes de energia serão lucrativas e até mais baratas do que as atuais dentro dos próximos 50 anos.O nosso consumo de recursos essenciais, como alimentos, florestas, água, matérias-primas e energia, parece ter características tais que não deixarão as próximas gerações com menos opções, e sim com cada vez mais opções.Portanto, parece não haver qualquer fundamento para a visão pessimista de que a nossa sociedade só sobrevive emitindo cada vez mais cheques sem fundos.O BIRD (Banco Mundial) define desenvolvimento sustentável como o «desenvolvimento

que dura». Nesse aspecto, a nossa sociedade parece, sem dúvida, sustentável.Bjørn  Lomborg

O livro a ler é: «O Ambientalista Cético», de Bjørn Lomborg (Editora Campus/Elsevier, RJ).