A Expansão Marítima Portuguesa

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A Expansão marítima portuguesa Crise do século XIV e as Condições para a Expansão Marítima Portuguesa Como te recordas, Portugal no século XIV viveu um período de crise através da fome, da Peste Negra e das guerras Fernandinas, ao que se seguiu a revolução de 1383-85. Assim, no início do século XV, Portugal era um reino independente, em Paz, com uma nova Dinastia, a de Avis, mas pobre devido: • à escassez de cereais que aí persistia; • ao querer pôr fim ao benefício que os comerciantes muçulmanos possuíam, devido às relações comerciais que efectuavam entre a Europa e o Oriente; à falta de ouro, necessário para as trocas comerciais. Tendo realizado um tratado de paz com Castela em 1411, Portugal não podia conquistar terras castelhanas, logo as atenções portuguesas voltaram-se para a expansão marítima. A procura de novas terras interessava a todos os grupos sociais: . A NOBREZA queria aumentar os seus domínios senhoriais e obter novos cargos e títulos; . O CLERO pretendia espalhar a Fé Cristã em territórios de infiéis; . A BURGUESIA pretendia obter mais lucros fazendo comércio em novos territórios, com novos e mais produtos; . O POVO tinha a esperança de melhorar as suas condições de vida; Por fim, o REI queria resolver os problemas do reino. A nível político também tínhamos todas as condições favoráveis, estávamos em paz com Castela desde 1411, tinha-se iniciado uma nova Dinastia e a maioria dos países Europeus estava envolvida na guerra dos 100 anos. CONDIÇÕES QUE TORNARAM POSSÍVEL OS DESCOBRIMENTOS: As Condições naturais: uma boa localização geográfica; uma extensa linha de costa; a existência de bons portos naturais; As Condições humanas: povo habituado a lidar com o mar, devido à pesca e ao comércio marítimo com o Norte da Europa e o Mar Mediterrâneo; conhecimentos adquiridos, que resultaram do contacto com outros povos, como os Árabes, sobre o uso de instrumentos, os astros e o cálculo matemático. Embora Portugal tivesse todas estas condições favoráveis para se lançar na expansão marítima, precisava de superar ainda os medos e as superstições que havia naquela época. De facto, o conhecimento sobre o mundo era muito pequeno. No início do século XV, os europeus, além do seu continente, sabiam

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A Expansão marítima portuguesa

 Crise do século XIV e as Condições para a Expansão Marítima Portuguesa

 

Como te recordas, Portugal no século XIV viveu um período de crise através da fome, da Peste Negra e das guerras Fernandinas, ao que se seguiu a revolução de 1383-85.

Assim, no início do século XV, Portugal era um reino independente, em Paz, com uma nova Dinastia, a de Avis, mas pobre devido:

• à escassez de cereais que aí persistia; • ao querer pôr fim ao benefício que os comerciantes muçulmanos possuíam, devido às relações comerciais que efectuavam entre a Europa e o Oriente; • à falta de ouro, necessário para as trocas comerciais.Tendo realizado um tratado de paz com Castela em 1411, Portugal não podia conquistar terras castelhanas, logo as atenções portuguesas voltaram-se para a expansão marítima.

A procura de novas terras interessava a todos os grupos sociais:. A NOBREZA queria aumentar os seus domínios senhoriais e obter novos cargos e títulos;. O CLERO pretendia espalhar a Fé Cristã em territórios de infiéis;. A BURGUESIA pretendia obter mais lucros fazendo comércio em novos territórios, com novos e mais produtos;. O POVO tinha a esperança de melhorar as suas condições de vida;Por fim, o REI queria resolver os problemas do reino.

 A nível político também tínhamos todas as condições favoráveis, estávamos em paz com Castela desde 1411, tinha-se iniciado uma nova Dinastia e a maioria dos países Europeus estava envolvida na guerra dos 100 anos. 

CONDIÇÕES QUE TORNARAM POSSÍVEL OS DESCOBRIMENTOS:

As Condições naturais:    uma boa  localização geográfica;  uma extensa  linha de costa;  a existência  de bons portos naturais;

As Condições humanas: povo habituado a lidar com o mar, devido à pesca e ao comércio marítimo com o Norte da Europa e o Mar Mediterrâneo; conhecimentos adquiridos, que resultaram do contacto com outros povos, como os Árabes, sobre o uso de instrumentos, os astros e o cálculo matemático.

 

Embora Portugal tivesse todas estas condições favoráveis para se lançar na expansão marítima, precisava de superar ainda os medos e as superstições que havia naquela época. De facto, o conhecimento sobre o mundo era muito pequeno. No início do século XV, os europeus, além do seu continente, sabiam da existência de uma pequena parte do Norte de África e de uma parte da Ásia. Esse desconhecimento levou ao surgimento de Lendas. Dizia-se por exemplo que os barcos que navegassem para   sul  da  costa  africana   seriam engolidos  pelo  “Mar  Tenebroso”.  Nessa   zona,  existiriam grandes  ondas, monstros marinhos, o mar ardia como fogo e o calor seria tanto que os homens brancos ficavam pretos. Outras Lendas diziam as terras a sul do cabo Bojador seriam povoadas por seres fantásticos e maravilhosos, como animais estranhos e homens monstruosos, com um só olho, com cabeça de cão, sem cabeça, com uma só perna que atacavam quem se aproximasse.Todas estas Lendas e personagens misteriosas incutiam o medo nos navegadores, que os impediam de navegar no oceano Atlântico, tornando assim os Descobrimentos portugueses numa aventura incomparável. As viagens portuguesas significaram o fim de muitas Lendas e imprecisões sobre mares, terras e povos longínquos. 

 

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Instrumentos e Técnicas de Navegação Ao longo do século XV, os portugueses utilizavam uma navegação de cabotagem, utilizando barcos pequenos com um único mastro com uma vela quadrangular como o barinel e a barca. Estas embarcações não permitiam superar as dificuldades de navegar para sul com baixios, ventos e as correntes marítimas desfavoráveis. Para superar  estas dificuldades  era necessário  abandonar a navegação costeira  e avançar  para o mar alto, passando a navegação a ser feita pelos Astros, a chamada navegação astronómica, orientada pela Estrela Polar (hemisfério norte) e pelo Cruzeiro do Sul (hemisfério sul), através da utilização de novos instrumentos como o astrolábio, a balestilha, o quadrante e a bússola. O quadrante  permitia  determinar   a  distância   entre  o  ponto  de  partida  e  o   lugar  onde  a  embarcação   se encontrava, cujo cálculo se baseava na altura da Estrela Polar. Tinha a forma de um quarto de círculo, graduado de 0º a 90º. Na extremidade onde estavam marcados os 90º tinha duas pínulas com um orifício por onde se fazia pontaria  ao astro.  No centro tinha um fio de prumo. Observando a posição do fio de prumo lia-se a graduação que indicava a altura do astro. O astrolábio  servia  para  medir  a  altura  dos  astros,  para  permitir  que   fosse  calculada  a   latitude.  Era  mais vantajoso que o quadrante, não só   A balestilha que ajudava a determinar a latitude a que um navio se encontra. Mede a altura de um astro ou a distância angular entre dois astros. A bússola que permite definir a direcção e o rumo a seguir. Os dados recolhidos por estes instrumentos eram anotados e usados na elaboração de  cartas náuticas, que continham indicações para a navegação, como as linhas de rumo. Simultaneamente assistiu-se ao desenvolvimento da matemática, da astronomia e da cartografia. Por outro lado,  surgiu um novo tipo de barco, a Caravela,  que era mais rápida e leve, possuía dois ou três mastros com velas triangulares que permitia bolinar, isto é navegar com ventos contrários. 

Ceuta, uma cidade apetecível

Ceuta no Norte de África era uma cidade famosa no século XV. Desta cidade vinham para a Europa numerosas mercadorias como ouro, marfim, escravos e especiarias (pimenta, noz-moscada, canela, cravinho...), através de Rotas Comerciais dominadas pelos Muçulmanos, que provinham do Oriente ou do centro de África.

 A cidade de Ceuta além da sua importância económica, representava também um importante ponto estratégico devido à sua localização geográfica, no Estreito de Gibraltar, entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico. Quem a dominasse controlaria a entrada e saída de barcos no Mar Mediterrâneo. Perante estes factos,  a expansão marítima portuguesa virou-se para esta cidade.  Assim, em 1415 D. João I acompanhado pelos filhos mais velhos, D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique, partiu de Lisboa a comandar uma forte armada que tinha como destino o norte de África, para conquistar Ceuta. A sociedade pensava que com a conquista desta cidade traria a solução para muitos dos seus problemas. Uns queriam espalhar a Fé Cristã, outros possuir mais terras e cargos e outros apenas melhorar as suas condições de vida. Os Mouros foram apanhados de surpresa, sendo que, em apenas um dia a cidade de Ceuta foi conquistada e ficou nas mãos dos portugueses. Era o início da Expansão Portuguesa, ou seja, o alargamento do território português para outros continentes.

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 No entanto os resultados esperados não foram os melhores, pois os mercadores muçulmanos desviaram as rotas de comércio que passavam pela cidade que, a partir de então passou a ser alvo de permanentes ataques.

Ceuta tornou-se completamente inútil para a expansão portuguesa, não correspondendo às expectativas que a sua conquista suscitara.

Perante este cenário os portugueses tentaram um outro caminho: o das viagens marítimas, através das quais procuraram atingir directamente as zonas produtoras de ouro.

Neste momento é abandonada a política de conquista com que se iniciaramos descobrimentos, mais do agrado da nobreza que assim faria sentir o seu valor no aspecto militar, passando-se a uma política de descoberta, de cariz sobretudo comercial.

 Com D. João II (1481-95) a exploração da costa Africana prosseguiu metodicamente e foi com ele que surgiu o plano de atingir a  Índia pelo Atlântico Sul.  Após ser “dobrado” oCabo das Tormentas,  por Bartolomeu Dias iniciou-se   um  momento   culminante   da   expansão   Portuguesa.   Provou-se   que   era   possível   chegar   à   Índia navegando pelo Atlântico e terminando a ideia que o Oceano Indico era um mar fechado.

Os  espanhóis   iniciam-se  nas  descobertas  e  Cristovão  Colombo,  ao   serviço  dos   reis  de  Castela   descobre  a América. Portugal e Castela vão lutar pelo domínio dos territórios descobertos, sendo que estes conflitos só são resolvidos com a intervenção do Papa que levou os dois reinos a assinar o  Tratado de Tordesilhas em 1494. Com esse tratado o mundo ficava dividido por um meridiano que passava a 370 léguas a ocidente de Cabo Verde. Ficando as terras descobertas a oriente desse meridiano para Portugal e as descobertas a ocidente para Castela.

D. João II acabou por não ver o seu sonho realizado. Após a sua morte, sucedeu-lhe o seu primo D. Manuel I que decidiu   continuar   os   descobrimentos.   Em  1497  nomeou  Vasco da Gama  capitão-mor   de   uma   armada constituída por quatro navios: as naus S. Gabriel, S. Rafael e Bérrio, mais uma embarcação com mantimentos. O objetivo desta armada era chegar à Índia por mar. A viagem durou um ano e em maio de 1498 os portugueses chegam a Calecut.

Quando Vasco da Gama chega à Índia, os portugueses foram no início bem recebidos. No entanto, começaram a sentir algumas hostilidades e para garantir o domínio português partiu de Portugal uma armada em Março de 1500.   Esta   nova   armada,   chefiada   por  Pedro Álvares Cabral,   era   constituída   por   treze   navios. Esta armada desvia-se um pouco da sua rota e avista a “Terra Nova”, desembarcando em Porto Seguro onde deu o nome de Terra de Vera Cruz, tinha-se descoberto o Brasil.