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1 A EXPANSÃO CANAVIEIRA NA BACIA DO RIO IVINHEMA NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL Jodenir Calixto Teixeira Universidade do Estado de São Paulo-UNESP [email protected] Antonio Nivaldo Hespanhol Universidade do Estado de São Paulo-UNESP [email protected] Resumo A expansão das áreas ocupadas por lavouras de cana de açúcar no Brasil tem ocorrido num ritmo acelerado nos últimos anos para atender a crescente demanda de etanol e de açúcar. Essa produção, atualmente, vem se expandindo em direção ao interior do país e ocupando novos espaços agrícolas. Dentre as novas áreas ocupadas por essa lavoura está o Mato Grosso do Sul, em especial, a região da bacia hidrográfica do rio Ivinhema, no sudeste do Estado. A expansão da cana de açúcar nessa porção do estado representa uma ameaça à permanência das lavouras tradicionais da região e tende a substituir, principalmente, a produção de alimentos. Este texto originou-se a partir do projeto de Pesquisa intitulado “Os efeitos econômicos e socioespaciais da expansão canavieira na bacia do rio Ivinhema-MS”, em desenvolvimento junto ao curso de pós graduação em Geografia da FCT/UNESP. Palavras-chave: Produção agropecuária. Cana-de-açúcar. Reorganização espacial. Introdução Este texto originou-se a partir do projeto de pesquisa denominado “Os efeitos econômicos e sócioespaciais da expansão canavieira na bacia do rio Ivinhema-MS”, em desenvolvimento junto ao curso de pós graduação em Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), visando o doutoramento nessa área. A pesquisa tem como objetivo principal analisar os impactos socioeconômicos da expansão canavieira nos municípios que possuem seus territórios total ou parcialmente localizados na bacia do rio Ivinhema em Mato Grosso do Sul. Se constituem objetivos específicos da pesquisa: a) mapear o avanço da atividade canavieira na última década na bacia do Ivinhema; b) identificar os agentes envolvidos nesse processo; c) mapear as áreas de produção de grãos nessa bacia; d) demonstrar a evolução produtiva desse espaço agrario nas últimas décadas e sua importancia na economia nacional; e) identificar o papel dos pequenos produtores nesse espaço produtivo e os impactos que essa nova configuração está produzindo sobre eles.

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A EXPANSÃO CANAVIEIRA NA BACIA DO RIO IVINHEMA NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

Jodenir Calixto Teixeira Universidade do Estado de São Paulo-UNESP

[email protected]

Antonio Nivaldo Hespanhol Universidade do Estado de São Paulo-UNESP

[email protected]

Resumo A expansão das áreas ocupadas por lavouras de cana de açúcar no Brasil tem ocorrido num ritmo acelerado nos últimos anos para atender a crescente demanda de etanol e de açúcar. Essa produção, atualmente, vem se expandindo em direção ao interior do país e ocupando novos espaços agrícolas. Dentre as novas áreas ocupadas por essa lavoura está o Mato Grosso do Sul, em especial, a região da bacia hidrográfica do rio Ivinhema, no sudeste do Estado. A expansão da cana de açúcar nessa porção do estado representa uma ameaça à permanência das lavouras tradicionais da região e tende a substituir, principalmente, a produção de alimentos. Este texto originou-se a partir do projeto de Pesquisa intitulado “Os efeitos econômicos e socioespaciais da expansão canavieira na bacia do rio Ivinhema-MS”, em desenvolvimento junto ao curso de pós graduação em Geografia da FCT/UNESP. Palavras-chave: Produção agropecuária. Cana-de-açúcar. Reorganização espacial. Introdução Este texto originou-se a partir do projeto de pesquisa denominado “Os efeitos

econômicos e sócioespaciais da expansão canavieira na bacia do rio Ivinhema-MS”, em

desenvolvimento junto ao curso de pós graduação em Geografia da Faculdade de

Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), visando o

doutoramento nessa área. A pesquisa tem como objetivo principal analisar os impactos

socioeconômicos da expansão canavieira nos municípios que possuem seus territórios

total ou parcialmente localizados na bacia do rio Ivinhema em Mato Grosso do Sul.

Se constituem objetivos específicos da pesquisa: a) mapear o avanço da atividade

canavieira na última década na bacia do Ivinhema; b) identificar os agentes envolvidos

nesse processo; c) mapear as áreas de produção de grãos nessa bacia; d) demonstrar a

evolução produtiva desse espaço agrario nas últimas décadas e sua importancia na

economia nacional; e) identificar o papel dos pequenos produtores nesse espaço

produtivo e os impactos que essa nova configuração está produzindo sobre eles.

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Com o intuito de atingir aos objetivos propostos estão sendo adotados os seguintes

procedimentos metodológicos: Levantamento bibliográfico sobre a questão agraria no

Brasil e no Mato Grosso do Sul, com enfoque na expansão canavieira; levantamento

bibliográfico sobre a região em estudo, caracterizando os municípios que a compõem;

coleta de dados sobre a produção agropecuaria dos municípios que pertencem à bacia do

rio Ivinhema, em órgãos públicos (INCRA, AGRAER, IBGE); Coleta de dados gerais

referentes aos municípios que compõem a bacia, junto ao IBGE e nas Prefeituras

municipais; visitas em parte das propriedades da região (pequenas, médias e grandes)

com registro fotográfico; aplicação de formulários e realização de entrevistas com

produtores da região, usineiros e autoridades estaduais e municipais; organização dos

dados coletados em gráficos e tabelas; análise dos dados e redação final com base nos

referenciais bibliográficos e na pesquisa de campo.

A expansão canavieira no território brasileiro As lavouras de cana de açúcar são cultivadas no Brasil desde o inicio do período

colonial, se constituindo na materia prima para o abastecimento dos grandes engenhos

instalados na região Nordeste do país (PRADO JÚNIOR, 1987). Nas últimas décadas a

cana de açúcar passou a ser cultivada em outras regiões, em especial, no Centro-Sul,

com destaque para o Estado de São Paulo.

A partir da década de 1970 houve um considerável crescimento do setor do agronegócio

canavieiro, relacionado inicialmente com a necessidade de uma maior produção para

atender o Programa Nacional do Álcool (PROALCOOL) e, atualmente, impulsionada

pela ampliação da demanda de etanol e açúcar nos mercados nacional e internacional.

Para Castro et. al. (2010), podemos dividir o ciclo da cana de açúcar no Brasil em três

fases: quando chega e se expande no Nordeste no período da colonização; quando se

expande em decorrência do PROALCOOL, na década de 1970, no Centro-Sul, em

especial no Sudeste, e quando se expande em direção ao norte e noroeste do Centro-Sul,

principalmente na década de 2000, associada à crise energética mundial, ligada aos

combustíveis.

Nessa última fase a produção superou todas as outras fases anteriores e, segundo

Fischer et. al. (2008) apud Castro et. al. (2010) entre os anos de 2000 e 2007 pelo

menos 300 mil hectares ao ano foram transformados em canaviais.

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Segundo Souza (2010) a expansão canavieira provocou uma serie de impactos

sócioambientais no espaço agrario, tais como: maior concentração fundiaria, disputas

territoriais com a produção de alimentos e exploração acentuada da força de trabalho.

Diante disso, o Governo Federal criou, em 2009, o chamado Zoneamento

Agroecológico da cana de açúcar (ZAE), que segundo a EMBRAPA (2009) objetivou o

ordenamento dessa produção no território brasileiro.

Outro fato a ser considerado na expansão desse setor é o considerável aumento na

produção de carros flex a partir de 2003 e a valorização do açúcar no mercado

internacional.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)

houve um aumento de 240% na área plantada de cana de açúcar no Brasil, entre os anos

de 1979 a 2009, passando de 2,39 para 8,14 milhões de hectares. Atualmente o país é

responsável por 33% da produção mundial de cana de açúcar.

Uma grande preocupação diante desse avanço do setor canavieiro no Brasil é a

substituição das áreas de cultivo de alimentos pela cana de açúcar. No caso do Estado

do Paraná, Souza (2010) salienta que:

Na década de 1980 as culturas de arroz, feijão e cana-de-açúcar ocupavam juntas cerca de 507 mil hectares, dos quais 89,9% estavam dedicadas ao cultivo de arroz e feijão, sendo que a cana ocupava apenas 10,1% desta área. Com o avanço da monocultura canavieira na década de 1980, ocorreu uma inversão radical no espaço agrário setentrional do Paraná. Em 2006, estas três culturas ocupavam cerca de 535 mil hectares, sendo que a cana-de-açúcar passa a ocupar agora 73,7% desta área, enquanto o arroz e feijão dividem 26% desta porção espacial (SOUZA, 2010, p. 151).

No Brasil não há uma política que regulamenta o uso do solo agrícola, assim, o espaço

produtivo se configura de acordo com o interesse de determinados grupos, ou seja, a

força do capital determina o (re)arranjo produtivo espacial. A organização espacial

produtiva se dá de acordo com o tipo de produção mais rentável num determinado

momento histórico, favorecendo, evidentemente, aos capitais vinculados a esses setores

produtivos.

Os dados do IBGE demonstram uma evolução constante da área plantada de cana de

açúcar no Brasil, a partir do ano de 1990. Porém, a partir de 2000, a expansão ocorreu

com maior intensidade (figura 1).

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Figura 1: Evolução da área plantada de cana de açúcar no Brasil

Fonte: IBGE – Organização: TEIXEIRA, Jodenir Calixto

A tentativa do Governo Federal em ordenar a produção canavieira, com a criação do

Zoneamento Agroecológico da cana de açúcar (ZAE), não resolve o problema da

substituição da produção de alimentos pela cana de açúcar, visto que as áreas destinadas

ao zoneamento dessa produção são, geralmente, grandes produtoras de gêneros

alimentícios, considerando que, [...] foram excluídas deste zoneamento apenas porções espaciais geograficamente localizadas nos biomas da Amazônia, do Pantanal e da Bacia do Alto Paraguai, terras indígenas, remanescentes florestais, áreas de proteção ambiental, áreas com cobertura vegetal nativa, dunas, mangues, escarpas e afloramento de rochas, áreas urbanas e de mineração, além de áreas já ocupadas pela cana-de-açúcar. Soma-se a essas exclusões as terras com declividade superior a 12%, tendo em vista a premissa da mecanização no âmbito da proibição da queima dos canaviais para as áreas de expansão (SOUZA 2010, p. 155).

Pelo fato do ZAE apontar que há cerca de 64,7 milhões de hectares de terras que

poderão ser utilizadas para o plantio da cana de açúcar, dos quais 37,2 milhões se

encontram ocupadas por pastagens, a EMBRAPA (2009) afirma que não será necessaria

a utilização de áreas produtoras de alimentos para promover essa expansão. Devemos

salientar, no entanto, que esse fato não se dá na prática, pois por falta de uma política de

melhor regulamentação da produção, os produtores de cana de açúcar procuram espaços

que facilitem essa expansão, o que inclui áreas de produção de gêneros alimentícios.

Oliveira (2008) alerta sobre essa questão ao analisar os dados do IBGE, demonstrando

que, entre 1990 e 2006, houve uma significativa redução da produção dos alimentos devido à

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Área plantada de Cana-de-açúcar (ha)

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expansão da área plantada de cana de açúcar, que cresceu, nesse período, mais de 2,7 milhões de

hectares. Segundo esse autor, se tomarmos como referencia os municípios que tiveram a

expansão de mais de 500 hectares de cana no período, verificaremos que ocorreu a redução de

261 mil hectares de feijão e 340 mil hectares de arroz.

Reforçando essa afirmação, Souza (2008) demonstra que 85% da produção de cana de

açúcar, produzida no país, encontra-se na região Centro-Sul, grande produtora de

alimentos, com destaque para a região Sudeste, em especial, o Estado de São Paulo com

cerca de 60% da produção canavieira.

Na verdade, o que norteia o processo de territorialização da produção canavieira

é a possibilidade de obter cada vez mais renda a partir dessa atividade, o que segundo

Souza (2010) reordenará o espaço agrario das regiões já inseridas na economia

nacional/internacional como grandes produtoras de alimentos. Quanto mais facilidade a

região oferecer para essa expansão maior será a busca de sua ocupação com essa

lavoura, possibilitando uma maior margem de lucro. Levando-se em conta que a única racionalidade que conta é a racionalidade econômica capitalista, ganha esta disputa por território aquela atividade que apresentar as melhores possibilidades de extração de renda fundiária para um mesmo solo (SOUZA, 2010, p. 160).

Assim, segundo Thomáz Júnior (2008), o Centro-Sul é a porção territorial do país mais

cobiçada pelo agronegocio nacional, com destaque para a produção canavieira.

Conforme Castro et. al (2010, p. 174-175) “[...] a lógica do processo pressupunha a

instalação de novas usinas, numa nítida descentralização espacial concentradora”,

considerando que a expansão se dá dentro de uma mesma região, porém em direção ao

interior do país. É bom ressaltar que, onde a monocultura da cana de açúcar expandiu

em decorrência do Proálcool, ou seja, na região Sudeste e Sul, ela também substituiu

outras importantes culturas.

O avanço da produção canavieira no Estado de Mato Grosso do Sul O direcionamento do cultivo da cana de açúcar para o Centro-Oeste, nesta atual fase de

expansão canavieira, se dá objetivando ocupar as áreas de cerrado, sobretudo, as áreas já

agrícolas, preferencialmente de solos férteis, para atender a grande demanda atual por

este produto.

Dessa forma, essa região que passou a integrar a economia nacional como produtora de

grãos e pecuaria a partir da década de 1970, diante do processo de modernização da

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agricultura implantado no país (TEIXEIRA e HESPANHOL, 2006), passa a ser,

atualmente, alvo do agronegocio canavieiro, com base agroindustrial, diante da

crescente instalação de usinas.

De acordo com Nassar et al (2008) apud Castro et al (2010) o aumento das áreas de

cultivo de cana de açúcar no Centro-Oeste nos últimos anos substituiu mais as áreas

agrícolas do que as áreas de pastagem, com um equilíbrio maior no ano de 2008. [...] o avanço das novas usinas dar-se-á em áreas do sudoeste de Goiás e do Sudeste de Mato Grosso do Sul, onde tradicionalmente se cultivava soja e produtos associados. Logo, a discussão que caberá é se tal competição pode ser considerada uma disputa da cana com culturas alimentares (CASTRO et al, 2010, p. 180).

Sobre essa questão, Azevedo (2008) enfatiza que a atividade canavieira passa a se

territorializar em áreas tradicionais da pecuaria, como é o caso de Mato Grosso do Sul.

No entanto, o que se observa nesse Estado é que a produção avança, como já

ressaltamos, sobre as áreas ocupadas com a produção de grãos.

Para exemplificar o crescimento desse setor no Mato Grosso do Sul, Azevedo (2008)

compara que entre os anos de 2005 e 2008 o número de agroindústrias canavieiras

instaladas no Estado aumentou de 9 para 14 e mais 32 encontram-se em fase de

implantação, com meta de estarem em pleno funcionamento, pelo menos 31 unidades

produtivas, no ano de 2015, o que garantiria uma produção de 5,9 bilhões de litros de

álcool.

Assim, o autor destaca que, Do ponto de vista do agronegócio, Mato Grosso do Sul aparece no cenário midiático como um dos mais dinâmicos, na medida em que representa uma fronteira agrícola-econômica para a expansão de capitais, seja na agricultura ou na própria indústria. Contudo, no que tange propriamente ao campo, ampara-se largamente no discurso da produção da soja, da carne e, mais recentemente, da cana-de-açúcar, os quais sustentam a sua economia e expressam sua situação frente aos demais Estados da federação (AZEVEDO, 2008, p. 26).

Devemos salientar, no entanto, que desde as décadas de 1970 e 1980 ocorreram

investimentos, devido ao Proálcool, na implantação de usinas no Mato Grosso do Sul.

No final da década de 1980 elas totalizavam 9 usinas e o Estado apresentava 94.538

hectares de área plantada com lavouras de cana de açúcar (PEREIRA et al, 2007). Em

2008, a área plantada totalizava, segundo o IBGE, 341.926 hectares, ficando entre os

seis Estados de maior área de cultivo de cana de açúcar do país.

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Os dados do IBGE demonstram uma evolução constante da área plantada de cana de

açúcar no Mato Grosso do Sul, a partir do ano de 1990. Porém, a partir de 2000, a

expansão ocorreu com maior intensidade (figura 2).

Figura 2: Evolução da área plantada de cana de açúcar em Mato Grosso do Sul

Fonte: IBGE – Organização: TEIXEIRA, Jodenir Calixto

Os dados estatísticos do Estado disponibilizados pela Secretaria de Estado de Meio

Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (SEMAC) demonstram uma

redução das principais lavouras no Mato Grosso do Sul e a expansão da área plantada

com lavouras de cana de açúcar (tabela 1).

Tabela 1: Área colhida das principais lavouras de Mato Grosso do Sul (ha)

Lavouras 2005 2006 2007 2008 2009

Algodão herbáceo 63.718 29.499 46.249 44.224 36.716

Arroz em casca 51.538 42.160 41.948 35.419 34.167

Feijão em grão 20.812 32.470 19.785 16.838 17.609

Mandioca 32.492 29.337 27.356 29.041 23.934

Trigo 95.559 49.492 31.814 42.682 43.154

Soja em grão 2.025.155 1.903.852 1.718.031 1.731.376 1.708.723

Cana de açúcar 136.803 152.747 191.577 341.926 372.963 Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal, Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. In: Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (2009)

Para Azevedo (2008, p. 32)

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Área plantada de cana-de-açúcar (ha)

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Esse cenário de expansão da monocultura da cana-de-açúcar e de implantação de novas unidades nos coloca atentos à possibilidade de haver um novo enquadramento de Mato Grosso do Sul na divisão territorial e internacional do trabalho.

Conforme dados da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrario, da Produção, da

Industria, do Comercio e do Turismo (SEPROTUR) o Estado conta hoje com 14 usinas

instaladas distribuídas em 12 municípios. São elas: Angélica Agroenergia LTDA

(Angélica), Alcoovale S/A – açúcar e álcool (Aparecida do Taboado), Debrasa/CBAA

(Brasilândia), Destilaria Centro-Oeste Iguatemi LTDA - Decoil (Iguatemi), Tavares de

Melo Açúcar e Álcool S/A (Maracaju), Usina Naviraí S/A – Açúcar e Álcool (Naviraí),

Usina Santa Fé / Safi Brasil Energia (Nova Alvorada do Sul), Enérgética Santa Helena

LTDA (Nova Andradina), Tavares de Melo Açúcar e Álcool S/A (Rio Brilhante), Usina

Rio Brilhante (Rio Brilhante), Usina Eldorado LTDA (Rio Brilhante), Usina Santa

Olinda S/A – açúcar e álcool (Sidrolândia), Companhia Agrícola Sonora Estância

(Sonora) e Central Energética Vicentina (Vicentina).

Ressaltamos que o Brasil vivencia, desde a década de 1990, o chamado processo de

descentralização industrial e são oferecidos incentivos para que as empresas se instalem

no interior do país, em regiões menos industrializadas, como é o caso do Centro-Oeste.

As vantagens vão desde concessão de terrenos para a instalação da empresa até a

isenção fiscal por vários anos. O Estado de Mato Grosso do Sul tem oferecido essas

vantagens, o que também contribui para a instalação de novas usinas.

É notorio o interesse dos grandes empresários do setor sucroalcooleiro em instalarem

novas usinas no Mato Grosso do Sul, considerando que o Estado possui: estoque de

terras para sustentar a expansão da atividade; preço da terra ainda atrativo; organização

sindical frágil; grande interesse do Estado em facilitar a instalação dessas empresas. Mato Grosso do Sul criou uma estratégia para promover a atração das usinas sucroalcooleiras para o estado. De forma geral e simplificada, o pacote de incentivos compreende a isenção ou descontos nas alíquotas de impostos, dentre outros benefícios (PEREIRA et al, 2007, p. 10).

Sobre o assunto, Santos e Silveira (2001, p. 112) afirmam que: As mudanças de localização de atividades industriais são as vezes precedidas de uma acirrada competição entre os Estados e os municípios pela instalação de novas fábricas e, mesmo, pela transferência das já existentes.

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A expansão canavieira na bacia do rio Ivinhema em Mato Grosso do Sul Pereira et al (2007) observam que as novas instalações de usinas no Mato Grosso do Sul

ocorrerão na bacia hidrográfica do Paraná, com grande concentração na sub-bacia do rio

Ivinhema. Dos 12 municípios que detém usinas no Mato Grosso do Sul, 7 estão nessa

sub-bacia. Esse fato justifica nossa preocupação, considerando que grande parte dos

municípios localizados nessa região do estado é grande produtora de grãos.

A bacia do rio Ivinhema abrange uma área de 4,64 milhões de hectares, correspondendo

a 5,27% da bacia do Paraná em territorio brasileiro. Sua localização se dá entre os

paralelos 20° 51’ e 23° 14’ de latitude Sul e os meridianos 52° 21’ e 55º 27’ de

longitude Oeste. Encontra-se totalmente no estado de Mato Grosso do Sul, limitando-se

com o Paraguai a Oeste e com os Estados de São Paulo e Paraná a Leste (figura 3). Seu

rio principal, o Ivinhema, nasce a partir da junção dos rios Vacarias e Brilhante,

percorrendo 205 km até desaguar no rio Paraná (FARIA e FRATA, 2008).

Essa região apresenta as seguintes características físicas: Clima tipo Aw (tropical com

verão chuvoso e inverno seco), com precipitação variando entre 1400 e 1700 mm; a

forma de relevo predominante é o planalto com suaves ondulações, esculpido sobre

litologias areníticas cretácicas do Grupo Bauru, o que originou latossolos com maior

fertilidade em sua porção superior (latossolo roxo) e com menor fertilidade em sua

porção inferior (latossolo vermelho-amarelo); a vegetação predominante é o cerrado

(SOUZA, 2007).

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Figura 1: Localização da Sub-bacia do rio Ivinhema no Estado de Mato Grosso do Sul e em relação a bacia do rio Paraná

Fonte: FARIA e FRATA (2008)

Com uma população de aproximadamente 600 mil habitantes, segundo dados do IBGE,

essa região é composta por 25 municípios: Anaurilândia, Angélica, Antônio João,

Batayporã, Caarapó, Deodápolis, Douradina, Dourados, Fátima do Sul, Glória de

Dourados, Itaporã, Ivinhema, Jateí, Juti, Laguna Carapã, Maracaju, Naviraí, Nova

Alvorada do Sul, Nova Andradina, Novo Horizonte do Sul, Ponta Porã, Rio Brilhante,

Sidrolândia, Taquarussu e Vicentina (figura 4).

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Figura 2 – Municípios localizados na bacia do rio Ivinhema - MS

Fonte: GONÇALVES (2009)

De acordo com os dados do censo agropecuário do IBGE de 2006, os municípios dessa

bacia apresentaram uma produção de 4,13 milhões de toneladas de grãos,

correspondendo a mais de 3% da produção nacional, com destaque para as lavouras de

soja e milho. De acordo com o censo essa região possui uma área ocupada com

produção de grãos de 923 mil hectares, 2.497 mil hectares ocupados com pecuaria e

175,8 mil hectares ocupados com lavouras de cana de açúcar.

Sobre a produção agropecuaria dessa bacia Faria e Frata (2008) destacam que a

produção principal está em sua parte alta, região colocada entre as maiores zonas

produtoras de grãos do país, principalmente de soja e milho, enquanto que na parte

baixa predomina a pecuaria bovina. Porém, do total de produção de cana de açúcar

apresentado, 6,05 milhões de toneladas foram colhidas na parte alta da bacia, numa área

de 125,28 mil hectares, enquanto que na parte baixa colheu-se 2,75 milhões de

toneladas, numa área de um pouco mais de 50 mil hectares.

O que nos chama a atenção nesses dados é que o avanço da cana de açúcar é bem maior

na parte alta da bacia, de solos mais férteis, onde predomina a produção de grãos, do

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que sobre a parte baixa, de solos menos férteis, onde sobressai a pecuaria bovina. Isso

nos induz a levantar a hipótese de que já está havendo uma disputa entre as áreas de

plantio de cana de açúcar com as áreas tradicionalmente voltadas para a produção de

grãos, e isso tende a se aprofundar com a instalação das usinas previstas, o que gerará

grandes impactos econômicos, sociais e ambientais na região.

Analisando o avanço canavieiro no Mato Grosso do Sul, Faria e Frata (2008, p. 55),

trazem dados ainda mais alarmantes do que os oficialmente apresentados, ao afirmarem

que: Uma das regiões de maior expansão do plantio da cana-de-açúcar e instalação de usinas para a produção de energia elétrica, etanol, açúcar, são os 4,64 milhões de hectares da sub-bacia do rio Ivinhema, território que deverá contar com 60 unidades produtoras até a safra 2014/2015.

Atualmente estão em funcionamento seis usinas nessa bacia, porém, de acordo com

esses autores, existem 37 em fase de implantação, além de 17 planejadas. Se de fato isso

ocorrer, a área ocupada com cana de açúcar aumentaria 20 vezes, passando a ocupar 2,2

milhões de hectares e mais de 30% da área plantada com cana de açúcar em todo o país.

Com esses dados estima-se que cerca de 50% da parte alta da bacia estará ocupada pelos

canaviais em 2015.

A tabela 2 demonstra a evolução da área plantada com cana de açúcar em cada um dos

municípios da bacia do rio Ivinhema nos últimos anos. Tomando como referencia os

anos de 2005 a 2011 notamos uma pequena diferença em relação aos dados

apresentados pelo IBGE no ano de 2006. No entanto, demonstram um crescimento

considerável dessa lavoura, elevando-se de 159.806 ha para 502.063 ha, com a

participação de quase todos os municípios.

Tabela 2: Evolução da área plantada com cana de açúcar nos municípios da bacia do rio Ivinhema - MS (ha)

Municípios

Safra

2005/06

Safra

2006/07

Safra

2007/08

Safra

2008/09

Safra

2009/10

Safra

2010/11

Anaurilândia ----------- ----------- ----------- 546 1.560 1.980

Angélica ----------- 1.496 3.641 12.239 18.760 23.285

Antônio João ----------- ----------- ----------- ----------- ----------- -----------

Batayporã ----------- ----------- ----------- 1.583 2.977 4.175

Caarapó ----------- ----------- ----------- 890 9.442 12.806

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Deodápolis ----------- ----------- 398 745 847 1.076

Douradina ----------- ----------- ----------- ----------- 157 157

Dourados ----------- 352 1.184 5.051 14.291 19.731

Fátima do Sul ----------- ----------- ----------- 79 106 394

Glória de Dourados ----------- ----------- ----------- 31 31 31

Itaporã ----------- ----------- 2.880 4.420 6.245 6.308

Ivinhema ----------- ----------- 146 1.983 7.686 15.389

Jateí ----------- ----------- ----------- 788 2.202 2.253

Juti 720 781 780 976 2.053 5.773

Laguna Carapã ----------- ----------- ----------- ----------- 3.279 9.861

Maracaju 16.307 17.574 19.389 25.092 33.245 35.398

Naviraí 13.249 17.720 19.978 21.721 21.918 21.555

Nova Alvorada do

Sul

13.418 14.964 19.403 22.332 28.450 37.004

Nova Andradina 18.559 17.881 20.341 22.593 21.743 23.959

Novo Horizonte do

Sul

----------- ----------- ----------- ----------- ----------- 4.445

Ponta Porã ----------- ----------- ----------- 1.346 8.222 13.687

Rio Brilhante 15.301 22.181 36.400 59.453 75.708 79.098

Sidrolândia 8.475 9.228 11.631 15.718 27.298 28.219

Taquarussu ----------- ----------- ----------- 144 3.232 3.421

Vicentina ----------- ----------- ----------- 1.618 1.710 1.910

Total 159.806 182.061 226.958 310.711 425.539 502.063

Fonte: CANASAT – mapeamento da cana via imagens de satélite de observação – disponível em: http://www.dsr.inpe.br/laf/canasat/. Organização: TEIXEIRA, Jodenir Calixto

Sem dúvida, é notoria a expansão da cana de açúcar nessa porção do estado, o que

justifica a nossa preocupação em entender as repercussões econômicas e sócioespaciais

desse fato.

Considerações finais Apesar das lavouras de cana de açúcar serem cultivadas no Brasil desde a sua

colonização, só nas últimas décadas que essa produção se expandiu grandemente no

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território brasileiro, para atender principalmente a grande demanda por etanol e açúcar

nos mercados nacional e internacional.

A região de maior concentração desse cultivo é o Centro-Sul, com grande destaque para

o Estado de São Paulo. Porém, na década de 2000, essa prática vem se estendendo para

outros estados, em especial, para o Mato Grosso do Sul.

A expansão canavieira vem provocando significativas alterações no espaço agrário

dessa região, com a substituição de antigas áreas de lavouras e pecuárias, o que faz com

que essas produções sejam prejudicadas, pela ausencia de uma política que regulamente

o uso do solo agrícola.

A força do capital é determinante nesse processo. Assim, o estado de Mato Grosso do

Sul, representa o novo foco de expansão da cana de açúcar, principalmente na região da

bacia do rio Ivinhema a sudeste do Estado, envolvendo 25 municípios. Essa região tem

despertado grande interesse nesses produtores e um número cada vez mais elevado de

usinas tem se instalado nessa área. Considerando que essa região é tradicional na

produção de grãos, novas questões surgem em torno desse fato: todos os atores

envolvidos nesse processo estão sendo considerados? O que vai acontecer com o

pequeno produtor nessa nova configuração desse espaço agrario? Quais os impactos que

ocorrerão sobre a economia desses municípios e sobre a qualidade de vida da

população?

Essas questões só poderão ser respondidas com o desenvolvimento dessa pesquisa e as

respostas serão apresentadas em um outro momento.

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