A Evolução Dos Sistemas de Armas Após o 11 de Setembro de 2001

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8/10/2019 A Evolução Dos Sistemas de Armas Após o 11 de Setembro de 2001 http://slidepdf.com/reader/full/a-evolucao-dos-sistemas-de-armas-apos-o-11-de-setembro-de-2001 1/22 - 161 - R. Santos et al / Proelium VII (3) (2012) 161-182 Rogério F. dos Santos  a1 , Élio T. dos Santos  a , Celso J. P. Freilão Braz  a a  Academia Militar, Rua Gomes Freire, 1169-244, Lisboa, Portugal ABSTRACT Inserted into the cycle of conferences recently held about September 11th, 2001, the theme of this article, about the development of weapons systems is deemed as absolutely relevant, as the ten-year period since that event, allowed us to ascertain clearly what were the most signicant developments within this issue and to assess the consolidation of some trends that may be in effect within the near future. Due to constraints of space and time, already evident at the time of the confe- rence, the scope of the article is limited to land weapons systems, specically those that traditionally are within the domain of the infantry, cavalry and artillery units. Thus, after a brief framework, including the characterization of the assets used by nowadays asymmetric threat, we shall discuss briey the different te - chnologies and systems that are already or about to be available to maneuver forces within the theater of operations, with the dual purpose of provide them superiority over the threat and maximize their due protection. We will make a brief reference to unmanned aerial systems and network warfare assets, but only on the perspective of immediate interaction with the troops on the terrain.  Next, we will discuss the specic case of the artillery and ground re support, emphasizing the respective operational environment, the combat organization, the evolution of the weapons and ammunition, the targeting and the command and control.  A E VOLUÇÃO  DOS  S  ISTEMAS   DE  A  RMAS  A  PÓS  O 11  DE  S  ETEMBRO  DE  2001 1 Contacto do primeiro autor – Tel.: 214985660  Email: [email protected] (Rogério Santos); [email protected] (Élio Santos); celsojorgebraz@ hotmail.com (Celso Braz) Recebido em 8 Maio 2012 / Aceite em 28 Maio 2012  Proelium VII (3) (2012) 161-182

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R. Santos et al /  Proelium VII (3) (2012) 161-182

Rogério F. dos Santos a1, Élio T. dos Santos a, Celso J. P. Freilão Braz a

a Academia Militar, Rua Gomes Freire, 1169-244, Lisboa, Portugal 

ABSTRACT

Inserted into the cycle of conferences recently held about September 11th,2001, the theme of this article, about the development of weapons systems isdeemed as absolutely relevant, as the ten-year period since that event, allowedus to ascertain clearly what were the most signicant developments withinthis issue and to assess the consolidation of some trends that may be in effectwithin the near future.

Due to constraints of space and time, already evident at the time of the confe-rence, the scope of the article is limited to land weapons systems, specicallythose that traditionally are within the domain of the infantry, cavalry andartillery units.Thus, after a brief framework, including the characterization of the assetsused by nowadays asymmetric threat, we shall discuss briey the different te-chnologies and systems that are already or about to be available to maneuverforces within the theater of operations, with the dual purpose of provide themsuperiority over the threat and maximize their due protection. We will makea brief reference to unmanned aerial systems and network warfare assets, but

only on the perspective of immediate interaction with the troops on the terrain. Next, we will discuss the specic case of the artillery and ground re support,emphasizing the respective operational environment, the combat organization,the evolution of the weapons and ammunition, the targeting and the commandand control.

 A E VOLUÇÃO  DOS   S  ISTEMAS   DE  A RMAS  A PÓS   O 11  DE   S  ETEMBRO  DE   2001

1 Contacto do primeiro autor – Tel.: 214985660

  Email: [email protected] (Rogério Santos); [email protected] (Élio Santos); [email protected] (Celso Braz)

Recebido em 8 Maio 2012 / Aceite em 28 Maio 2012

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We will end, by issuing some conclusions about the developments achievedduring the period in question and about some predictable tendencies.

  Keywords:  Weapons Systems, Force Protection, Infantry Weapons, CombatVehicles, Ammunitions.

RESUMO

Inserido no ciclo de conferências recentemente realizado sobre o 11 de se-tembro de 2001, o tema do presente artigo, acerca da evolução dos sistemas

de armas, torna-se absolutamente pertinente, já que os dez anos passadosdesde aquele evento, permitem aquilatar com alguma clareza quais os de-senvolvimentos mais significativos neste âmbito e verificar a consolidaçãode algumas tendências que marcarão o futuro próximo.Por limitações de espaço e de tempo, já patentes aquando da realização dasconferências, o âmbito do artigo circunscreve-se apenas aos sistemas de armasterrestres, tradicionalmente no domínio da infantaria, da cavalaria e da artilharia.Assim, depois de um breve enquadramento, incluindo a tipicação dos meiosusados pela atual ameaça assimétrica, abordaremos com brevidade as diversastecnologias e sistemas que já estão ou começam a estar ao dispor das unidades

de manobra terrestre nos teatros, com a nalidade dupla de lhes granjear supe-rioridade sobre as suas ameaças e de lhes maximizar a devida proteção. Faremos

 breves alusões a sistemas de armas aéreos não tripulados e sistemas de guerra emrede, mas sempre na perspectiva de imediata interação com as tropas no terreno.De seguida, abordaremos o caso especíco da artilharia e do apoio de fogosterrestres, dando relevo ao respetivo ambiente operacional, à organização parao combate, à evolução dos materiais e das munições, à aquisição de objetivos eao comando e controlo.Acabaremos, ensaiando algumas conclusões acerca da evolução no período em

causa e de algumas tendências visíveis.Palavras-chave:  Sistemas de Armas, Proteção da Força, Armas de Infantaria,Veículos de Combate, Munições.

1.  INTRODUÇÃO

A Academia Militar através do Departamento de Ciências e Tecnologia Militarares,decidiu assinalar a passagem do décimo aniversário dos atentados do 11 de setembro

de 2001, ocorridos em Nova Iorque e Washington, com um ciclo de conferências

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interno, dedicado ao evento e suas consequências, mormente na perspetiva das váriasciências militares. Uma dessas óticas pretendeu, com toda a pertinência, abordar aevolução dos sistemas de armas no período em questão. De facto, sem uma mudançatão radical na arte de fazer a guerra, decerto terão havido mudanças signicativas,entre outras matérias, nas armas e nos meios empregues, em teatros de operaçõesde alta intensidade, um dos quais perdura também desde essa data.Tendo o atual campo de batalha dimensões tão díspares como os que lhe são confe-ridos pelas componentes terrestre, aérea, marítima, submarina, subterrânea, espaciale ainda dos espaços electromagnético e cibernético (Powell, 2010), seria necessário,com justiça, dedicar no mínimo uma palestra para cada uma delas. Assim, foi decididolimitar o âmbito da conferência e respetivo artigo, aos sistemas de armas terrestres,tradicionalmente no domínio da infantaria, da cavalaria e da artilharia, de alguma

forma a especialidade dos professores envolvidos na preparação da conferência.Muito haveria a dizer sobre os sistemas de armas aéreos, navais e espaciais, quelogicamente também têm evoluído continuamente. A componente aérea é essencialna conduta das operações e está fortemente presente em todos os teatros, com ointuito de granjear a supremacia e apoiar fortemente as operações terrestres e na-vais. Mas, obviamente tal componente seria por si só tema para outra conferênciaou ciclo. Referiremos apenas com brevidade a eminência dos veículos aéreos nãotripulados, já que alguns deles, pela sua nalidade e simplicidade de operação são

mesmo controlados pelas tropas terrestres.A vital importância que as sociedades da informação, comunicação e conhecimentodetêm, a par das suas evidentes vulnerabilidades, veio trazer a guerra a uma novadimensão de conito, o espaço cibernético. Também neste caso, pela vastidão e com- plexidade do tema, seria impossível ir mais além do que uma breve referência aossistemas de guerra infocentrada em rede.Desde que o homem, ainda no longínquo Paleolítico, começou a fabricar utensílios –armas –, primeiro para caçar e posteriormente para fazer a guerra, foi inerente a neces-sidade de desenvolver artefactos cada vez mais sosticados, que conferissem ao caçador

e, sobretudo, ao combatente, vantagens signicativas tanto no ataque como na defesa.

É sabido que o sucesso das sociedades e dos seus exércitos na guerra depende de

múltiplos fatores concorrentes, como sejam a organização, a estratégia, a tática, a lide-rança, o moral, a formação e o treino, entre outros (Boot, 2006). Igualmente importante, para não dizer fundamental, tem sido a inovação e a superioridade do armamento.De facto, inovações importantíssimas ao nível dos sistemas de armas, como foram oaparecimento do arco, das armas de metal, do combate montado – a cavalaria -, dasmáquinas pesadas de guerra, da pólvora, dos canhões, do mosquete, da metralhadora,do avião, do carro de combate, ou da arma atómica, conferiram aos seus primeirosutilizadores uma enorme vantagem que decidiu os respetivos conitos a seu favor.A necessidade da detenção da superioridade no âmbito dos sistemas de armas por

 parte dos exércitos atuais mantém-se, evidentemente temperada pela conjuntura política e económica. É sabido que as guerras são os maiores laboratórios para

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a investigação e desenvolvimento de novas armas e sistemas e que os períodos pós-guerra são, pelo contrário, os de maior contenção orçamental.Para poder perceber a lógica da evolução dos sistemas de armas após o 11 desetembro de 2001, é preciso identicar igualmente os eventos precedentes maismarcantes, a começar pelo colapso da União Soviética e o nal da Guerra Fria,que fez terminar a corrida a sistemas de armas estratégicos de elevada letalidadeou a produção de inúmeros sistemas táticos pesados destinados a conitos demovimento e objetivos profundos – as guerras de terceira geração (Lind, 2004).O m da Guerra Fria trouxe consigo uma mudança notória da conitualidade,com o emergir de novas ameaças: catástrofes ambientais, eclosão de nacionalis-mos, estados falhados, terrorismo transnacional, emergência de novas potênciasnucleares e proliferação de armas de destruição massiva. As guerras de 4ª geração,

que se tinham tornado emergentes desde a conferência de Bandung em 1954, passaram agora a proeminentes, em detrimento das guerras de 3ª geração. Paraadaptação a tal vicissitude, os conceitos estratégicos dos países e alianças e asciências militares das forças armadas tiveram que ser convenientemente alterados.Outros agentes muito importantes para as tendências evolutivas dos sistemasde armas e que convém ter em mente, têm sido (Powell, 2010):

• A pressão dos órgãos de comunicação social, cada vez mais presentes nosteatros e com um considerável poder de inuência na opinião pública;

• As políticas dos estados, formuladas com o objetivo de garantir o menor

número de baixas possível nos conitos atuais;• Os custos associados à formação e ao treino cada vez mais técnicos e se-letivos dos soldados contemporâneos;

• A evolução do conceito de Proteção da Força2  (Force Protection), enm, ocorolário lógico dos agentes anteriores.

2.  EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA

As armas e sistemas de armas têm sofrido, ao longo dos séculos, uma permanente

evolução causada pelo surgimento de sucessivas novas ameaças, com ecáciaofensiva e destrutiva acrescida e cada vez mais de difícil contenção. A evoluçãotecnológica, não sendo o único fator de valorização das forças militares, seráum dos fatores fundamentais para a denição da organização e emprego dasforças militares, sendo preponderante na qualidade do poder militar.A tecnológica tem sofrido enormes progressos que proporcionaram a evoluçãodos sistemas de armas cada vez mais sosticados. Esta evolução vem exigir, nos

3  No âmbito da NATO, entende-se por Proteção da Força como “todas as medidas e meios para minimizara vulnerabilidade do pessoal, instalações, equipamento e operações face a qualquer ameaça e em todas assituações, a m de preservar a liberdade de ação e a ecácia operacional da força”.

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vetores da formação e do treino, maior exigência aos militares, requerendo eleva-das aptidões psicotécnicas e manutenção das qualicações de forma a manter umnível de prontidão operacional adequado. A título de exemplo seguem-se algunssistemas elucidativos das exigências de formação e treino anteriormente referidas.

2.1 Sistema Avançado Soldado Integrado C4I – Francês

O Sistema FELIN consiste no equipamento indi-vidual do Soldado do futuro francês. O sistema écomposto por um computador portátil, sistema GPS,rádio integrado de voz e dados, equipamentos óticosavançados, uniforme e equipamento de combate

com colete e capacete balístico, incluindo armase respetiva dotação de munições, rações alimen-tares, água e 24 horas de autonomia de energia.O sistema FELIN inclui um total de cerca de 150subsistemas, prevê-se que o sistema tenha cincocongurações para diferentes níveis de comando,com peso máximo do sistema de 24 kg. O exércitofrancês pretende adquirir para cada um dos 20 re-gimentos, 1.000 sistemas, como ilustra a Figura 1.

2.2  Remote Weapon System (RWS) da Kongsberg 

O Remote Weapon System é um sistema au-tomático de tiro comandado à distância, comsistemas óticos avançados, para armas ligeirasou pesadas, como ilustra a Figura 2. Pode serinstalado em viaturas de combate terrestre ouem plataformas marítimas ou aéreas. Estes sis-temas equipam as modernas viaturas militares,

 permitindo que o apontador tenha a capacidadede adquirir alvos e fazer tiro do seu interiorsobe proteção da blindagem do veículo.

O RWS é composto de duas partes:

• A montagem xa no exterior da viatura, giro-estabilizada com capacidadede rotação de 360 graus e de cerca de -20 a +60 graus de elevação. Dispõede sensores que incluem uma câmara de vídeo de visão diurna, uma câmaratérmica para operação noturna e um telêmetro a laser. Também está equipa-do com um sistema integrado de controlo de tiro que fornece as correções

Fonte: Adaptado de Military of China (2011).

Figura 1: Sistema FELIN.

Fonte: Adaptado de Hybrid ABC (2010).

Figura 2: Sistema Remote Weapon System.

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 balísticas adequado a respetiva arma. O peso da estação depende da armautilizada e em função dos diferentes módulos colocados.

• O grupo de controlo montado no interior da viatura inclui um monitor, painelde controlo e manípulo de comando e tiro do sistema de armas.

2.3  Forceeld Ballistic Camera

O Forceeld Ballistic Camera é um Sistemasapoio à proteção da Força não letal que

 permite através de uma camara de vídeoa visualização e registo digital de uma

determinada áreas ocupadas ou inacessíveis,como ilustra a Figura 3. Consiste num

 projétil contendo a camara sendo lançado balisticamente para a área pretendida atravésde um lança granadas de 40 mm. Duranteo voo, a camara necessita de apenas umafração de segundos para a captação e gra-vação da imagem da área sobrevoada pelo

 projétil ao longo da sua trajetória. A camara utilizada no projétil é de baixo

custo, cada projétil custa na ordem dos 40 € e pode ser reutilizável.

3.  ARMAS E TÉCNICAS DO “NOVO” TERRORISMO TRANSNACIONAL

Embora se verique uma assimetria evidente entre as forças oponentes nosatuais cenários, as armas e técnicas do “Novo” terrorismo transnacional não

 podem ser menosprezadas. As guerrilhas e grupos insurretos afetos ao terrorismoutilizam geralmente armas de fácil aquisição, manutenção e operação, tais como

 por exemplo a ubíqua espingarda de assalto  AK-47 Kalashnikov  ou o versátillança granadas foguete  RPG-7   que pode ser empregue contra uma grandemultiplicidade de alvos. Todo este armamento tem características de empregomuito simples e versátil (de aprender, de manusear e de dissimular), é de fácil

 profusão nos teatros e tem enormes efeitos letais. Algumas metralhadoras ligeirasou mesmo pesadas, como a  DShK  12,7 mm, morteiros médios e lança foguetesmúltiplos completam a panóplia de armas à disposição de forças insurgentes.

 Não poderemos deixar de considerar a possibilidade de utilização de armasde destruição massivas (biológicas; químicas; radiológicas), sendo que estasameaças já existiam, mas o colapso da URSS aumentou o risco de tráfego de

materiais perigosos, retirados de arsenais debilmente controlados.

Fonte: Adaptado de Ashima Devices (2010).

Figura 3: Sistema forceeld Ballistic Camara.

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e aumentar a sua ecácia no combate ao terrorismo. Contudo, devido à granderapidez das evoluções tecnológicas identicam-se grandes diculdades na integra-

ção de alguns destes sistemas. Sobretudo, devido a ausência de experimentaçãoadequada e consequente ausência de doutrina e treino bem denidos. Sendo porisso, muitas vezes ajustado e adaptado às forças através de requisitos operacionaisurgentes, os quais a indústria de defesa desenvolve possíveis soluções que mesmoantes de serem convenientemente testadas são implementas nas forças em operações.Atendendo a estas considerações, leva-nos a armar que a evolução dos sistemasde armas não estão diretamente relacionadas com o 11 de setembro de 2001,mas sim, com as naturais necessidades das operações e dos desenvolvimentostecnológicos que têm vindo a ocorrer.Vamos de seguida apenas destacar algumas dessas inovações entretanto ocorridas de

forma a evidenciar exemplos no âmbito dos diversos sistemas de armas ocidentais.

5.1  Armamento Ligeiro Comuns e Calibres

Ao nível dos armamentos comuns e respetivos calibres destacamos a inecácia docalibre 5,56 mm em termos de alcance, efeito supressivo, poder vulnerante e derru-

 bante, quando comparado com o 7,62 x 39 mm da AKM, AK-47, com a consequenteadoção de ecazes contramedidas por parte das guerrilhas e grupos insurgentes.A tendência atual aponta para a necessidade de um calibre intermédio, que se en-

contra em estudo previsivelmente deverá situar-se nos 6,5 mm; 6,7 mm ou 7 mm.

5.2 Veículos Aéreos Não Tripulados (UAV)

O poder aéreo mantém-se essencial e continua a evoluir, embora sem grandes revo-luções. A importância da supremacia aérea para apoio às operações táticas terrestresé fundamental. Este apoio tem vindo a ser complementado com os UAV, permitindomenor risco que aeronaves tripuladas e provendo engenhos cada vez mais ecientes,versáteis e orientados para a missão (United States Army, 2012). Permitem aumentar

as capacidades da força de combate, reduzir as sua vulnerabilidades e poupar recursoshumanos. Alguns UAV, de pequenas dimensões, transportados, operados e mantidos pelas tropas terrestres, permitem-lhes aumentar a capacidade de supressão imediata,vigilância e reconhecimento, iluminação do campo de batalha, etc.Começaram a ser produzidos em série, tornaram-se mais baratos e têm vindoa ser utilizados em profusão nos teatros de operações do Iraque e Afeganistão.

5.3 Veículos Terrestres Não Tripulados (UGV)

A tendência atual é para o automatismo de veículos terrestres – os robôs. Alguns já atuam sem intervenção humana, um determinado número de ações autónomas

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 programadas (deslocamentos, vigi lância ,iluminação de alvos, combate, etc.), como

ilustra a gura 5.Os UGV, são mais difíceis de conceber do queos UAV devido à diversidade de obstáculos noambiente em que podem ter de ser empregues,

 podem usar rodas e lagartas para os seus deslo-camentos, embora haja já protótipos ecientesde veículos bípedes e quadrúpedes.Para além, da robotização ser aplicada a veí-culos de dimensões normais, com o progresso da nanotecnologia verica-se oseu emprego em modelos reduzidos.

5.4 Viaturas de Transporte e Proteção de Colunas

 Neste tipo de viaturas destaca-se o programa americano das  Mine Resistant

 Ambush Protected   (MRAP), que teve como objetivo substituir as viaturasHMMVW e garantir viaturas com níveis de proteção que garantissem maiorsegurança às principais ameaças nos teatros de operações do Iraque e Afega-nistão, nomeadamente IED e RPG.Atualmente os americanos têm um programa em curso, para uma viatura blindada

ligeira – a Joint Light Tactical Vehicle, que face às restrições económicas tem vindoa ser sucessivamente protelado. Este projeto assenta nas tendências dos requisitosurgentes operacionais – maior proteção e capacidade de carga, mas com menor peso.

5.5  Viaturas Blindadas de Combate

 No âmbito das viaturas blindadas de combate [carros de combate (CC) e via-turas blindadas de combate de infantaria (VBCI)] deparamo-nos com dois tiposde plataformas: rodas 8x8 e lagartas. Embora se verique uma forte tendência

 para as viaturas de rodas, sobretudo por terem uma sustentação económica mais baixa e serem menos pesadas, as viaturas de lagartas continuam a fazer parteintegrante das forças mesmo nos teatros mais recentes.Atualmente apenas a Coreia do Sul com o  K2 Black Panther, o Japão com o Type

10 e a Turquia com o Altay, desenvolveram projetos recentes para equipar as suasforças com novos CC a medio-prazo. A Índia também já concluiu os requisitos

 para o seu novo projecto de carro de combate, o FMBI, que passará agora àfase de desenvolvimento. Os EUA e outros países parecem apostados em tentardesenvolver um tipo de veículo que reduza os elevados custos de projeção para

os teatros, mas que proporcione um elevado poder de fogo (face a uma ameaça

Fonte: Adaptado de United States Army (2004).

Figura 5: MULE-ARV.

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que não terá CC nem armas anticarro pesadas). Note-se que uma pequena unidadede CC ao ser projetada irá requerer que os demais elementos de armas combina-

das (infantaria, artilharia, engenharia, AAA, etc.) da respetiva Brigada ou  BattleGroup, sejam também eles devidamente mecanizados e blindados, incrementandoas diculdades de projeção. A Rússia e a China e mesmo outros países europeusocidentais, parecem expectantes antes de decidirem por novos projetos complexose onerosos. Entretanto os seus parques de viaturas blindadas vão envelhecendovisivelmente, como se viu no conito da Rússia com a Geórgia, em 2008, semlhe retirar, todavia, protagonismo em conitos mais simétricos.Os carros de combate embora sem grandes inovações continuam a ser os ve-ículos de decisão e os que melhor proteção oferecem. Veja-se o seu emprego

 pelos EUA no Iraque (Kinzey, 2003); EUA, Canada, Dinamarca e Reino Unidono Afeganistão; Israel no Líbano. Persistem em ser os únicos a garantirem amobilidade, o poder de fogo e precisão, a proteção e a inuência psicológicanas operações. Ainda assim, a maioria dos modelos em serviço tem mais de20 anos, alguns até mais de 30. Os incrementos são mais visíveis ao nível dossistemas avançados de controlo de tiro, das munições e das blindagens reativas.Salienta-se também o surgimento de desenvolvimento ao nível dos sistemas de

 proteção ativos, ecazes contra múltiplas e variadas armas anticarro, possibili-tando o desenvolvimento de viaturas mais ligeiras, de acordo com a Figura 6.Releva-se ainda a tentativa de desenvolvimento de blindagens eletromagnéticas,

aplicáveis a diversos tipos de plataformas blindadas, especialmente ligeiras.Todavia, estas tecnologias ainda não amadureceram.

Fonte: Adaptado de Littman (2012).

Figura 6: Trophy Active Protection System.

Várias potências, fruto das suas experiências com CC nos modernos teatros,estão a tentar adaptar os mesmos às vicissitudes do combate urbano. É o casodos EUA com o  M1A2 Abrams TUSK (Tank Urban Survival Kit), da França

com o  Leclerc AZUR (Action en Zone URban), da Alemanha com o  Leopard

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2 PSO (Peace Support Operations)  e até da Rússia com o BMPT, um veículo blindado concebido de propósito para o apoio ao CC em ambiente urbano.

5.6 Sistemas de Apoio de Fogos

Os sistemas de apoio de fogos são desenvolvidos no parágrafo sobre a “Evo-lução dos sistemas de armas de Artilharia pós 11Set01”.Destaca-se, mesmo assim, o inovador sistema de morteiros duplos 120 mm auto-

 propulsados AMOS (Advanced Mortar System) desenvolvido pela Patria Hägglunds,uma joint-venture sueca-nlandesa. O sistema permite um impressionante poder defogo, direto ou indireto, possuindo um sistema de carregamento automático, dois

sistemas de navegação (inércia e GPS) e um sistema avançado de cálculo de tiro.

6. GUERRA DA INFORMAÇÃO

Um sistema de guerra em rede é hoje em dia uma necessidade nos exércitosocidentais modernos. Resulta da revolução das tecnologias de informação (TI),que atualmente permitem a circulação de informações recolhidas no campo de

 batalha, quase imediata e na totalidade dos escalões de comando.O ciberespaço passou a ser uma dimensão cada vez mais importante, não sóde controlar mas também de proteger. As capacidades ofensivas dos exércitosmodernos dependem do domínio deste espaço. O seu controlo garante o apoiodos diferentes escalões de comando e controlo, possibilitando a escolha ecazdos sistemas de armas para bater determinado alvo, reduzindo fratricídios eeconomizando meios. Porém, ainda existem inúmeras fragilidades nas arqui-teturas das TI que, ao contrário de muitas outras aplicações militares, sãodesenvolvidas com base nos avanços cientícos civis. A sua vulnerabilidade

 perante as ações de agentes hostis, tais como hackers  amadores, pacistas,grupos de pressão (Wikileaks), permite às ameaças assimétricas vantagensque têm sido exploradas neste domínio. Estima-se igualmente que todas as

 potências militares estejam desenvolvendo elevadas capacidades, defensivas eespecialmente ofensivas, capazes neutralizar e bloquear arquiteturas fundamen-tais de controlo e suporte aos sistemas considerados vitais para as sociedadesavançadas, em especial as das grandes urbes metropolitanas.

 Na guerra em rede, realça-se, uma vez mais, a necessidade de soldados cadavez com mais capacidades psicotécnicas, com maior formação técnica e mais

 bem treinados, mas contudo mais caros. A sua preservação, à custa de medidas

de proteção da força cada vez mais relevantes, é uma realidade adquirida.

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7. O CASO ESPECÍFICO DOS SISTEMAS DE ARMAS DE ARTILHARIA

7.1  Ambiente Operacional

De acordo com Romão e Grilo (2008), o ambiente operacional contemporâneo émarcado pela emergência de nacionalismos, antagonismos regionais étnicos e religio-sos, a par de ameaças globais como o terrorismo, o crime organizado transnacionale a proliferação de armas de destruição maciça. Face a este cenário, os Estadosassumem cada vez mais uma política de segurança e defesa afastada, garantida porforças militares projetáveis para teatros de operações longínquos e por períodos

 prolongados (sustentáveis), integradas em forças combinadas (interoperáveis), ecapazes de executar operações em todo o espectro da conitualidade (exíveis).

As forças, comparativamente ao passado, são caracterizadas pela maior dispersão emenor número, dotadas de elevada mobilidade tática, que lhes permita concentrarrapidamente potencial de combate para lançar ataques em profundidade, voltandoa dispersar uma vez concluída a missão. A uidez e a ausência de frentes linearese zonas de retaguarda traduz-se no aparecimento do campo de batalha não linear.

 Nestes conitos assimétricos, caracterizados pela intervenção de forças irre-gulares, o combate adquire um carácter predominantemente urbano, onde asforças hostis conseguem obter abrigo e apoio, levantando sérios problemas emtermos de proteção da força e de identicação, localização e ataque a objetivos.

7.2  Reexos na Organização e Emprego da Artilharia de Campanha

O novo ambiente operacional coloca signicativos desaos ao emprego daArtilharia de Campanha.O ambiente urbano em que decorrem as operações táticas, caracterizado pela

 proximidade da população local, implica que os fogos letais de Artilharia deCampanha sejam mais criteriosos e precisos e menos volumosos, de forma aminimizar os danos colaterais sobre a população, infraestruturas energéticas,económicas, históricas ou religiosas, evitando assim que as operações táticastenham implicações aos níveis operacional, estratégico ou mesmo político.A assimetria e ampla extensão dos teatros de operações conduzem à dispersão dasunidades da força, cabendo às unidades de Artilharia de Campanha não só acom-

 panhar as unidades de manobra, como ainda cobrir os ancos, as retaguardas e osintervalos não controlados pelas forças de manobra. Esta vasta extensão da Zonade Ação implica um incremento dos alcances e a capacidade de apoio em 360º.A fugacidade dos objetivos, materializada por uma ameaça com elevada mobi-lidade e reduzido efetivo, implica uma efetiva redução do tempo de resposta.

 Num cenário em que o combate se realiza predominantemente em áreas ur-

 banas, e onde a ameaça é frequentemente constituída por forças irregulares

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inseridas no meio da população (entre as quais procuram abrigo), decorremnaturalmente restrições de emprego de meios letais.O carácter conjunto e combinado dos últimos conitos requer, por sua vez, a inte-roperabilidade das unidades de Artilharia de Campanha com as forças aliadas, emespecial no que se refere ao Comando e Controlo, munições, doutrina e procedimentos.Uma vez abordadas as implicações gerais para a Artilharia e Campanha, veja-mos agora quais as incidências em cada uma das componentes do Sistema deArtilharia: Armas e Munições, Aquisição de Objetivos e Comando e Controlo.

7.2.1  Armas e munições

A Artilharia de Campanha deverá dispor de sistemas de armas e munições que

 permitam o seu emprego ecaz e a obtenção dos efeitos desejados em todo oespectro de operações, desde a simples demonstração de força à destruição daforça hostil, bem como garantir a interoperabilidade com as forças aliadas, deforma a garantir a sua integração e a segurança coletiva. É portanto necessárioque a componente “Armas e Munições” garanta:

• Mobilidade

Os sistemas de armas disponíveis deverão permitir o seu emprego em todoo espectro do conito, sendo consequentemente dotados de elevada mo-

 bilidade estratégica e tática, que permita uma rápida projeção por meios

aéreos associados a forças de entrada inicial e a participação em operaçõesde elevada mobilidade. Neste quadro agura-se naturalmente o emprego dosobuses 105 mm M119 Light Gun, e 155 mm M777 Light Weight  3.Os atuais obuses 155 mm autopropulsados (M109A6 e PzH2000), para alémde apresentarem prazos de projeção mais alargados (fazendo uso de meiosde transporte terrestres e marítimos, ajustados ao seu peso e volume), ca-recem de mobilidade tática, pelo que o seu potencial emprego se restringeessencialmente à execução de fogos a partir de Zonas de Posições xas.A título adicional, verica-se ainda que as atuais restrições orçamentais,que afetam os exércitos dos países da União Europeia e da NATO, resultam

claramente numa redução dos custos inerentes à operação e manutenção dossistemas de armas. São disso reexo a retração dos efetivos dos Exércitosnacionais e o esforço visível de redução do peso logístico e nanceiro, as-sociado à aquisição e manutenção dos sistemas de armas. Neste capítulo, osmeios blindados encontram-se em clara desvantagem, quando comparadoscom os meios ligeiros. Se a este facto associarmos a necessidade de projeção

3 O obus 105 mm M119 Light Gun equipa presentemente o Grupo de Artilharia de Campanha (GAC) daBrigRR. Prevê-se ainda que futuramente, tal como previsto em LPM, o obus 155mm Light Weight venhaa equipar o GAC da BrigInt.

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das forças, torna-se por demais evidente que estes últimos tenderão a assumircada vez mais preponderância no atual panorama económico, político e militar.

• Reduzido tempo de resposta No atual ambiente operacional é imperativo maximizar a precisão (evitandodanos colaterais e o fratricídio) e, simultaneamente, minimizar o tempo deresposta face à fugacidade dos objetivos. De acordo com as lições aprendidas pelos nossos aliados, a duração média das missões de tiro não deve excederos 2 minutos, entre o pedido inicial e o tiro sobre o objetivo (Cobb et al,2005). Este procedimento só é possível através da utilização constante deelementos de tiro aferidos 4 e a localização precisa dos sistemas de armas, bemcomo pela transmissão automática de dados entre os sensores e as unidadesde tiro, pelo que se torna imperiosa a utilização de Sistemas Automáticosde Comando e Controlo (SACC), em uso no Exército Português desde 2005.Adicionalmente, assistimos ao emprego de sistemas automáticos de carrega-mento, pontaria e localização, acoplados aos sistemas de armas disponíveis.São disso exemplo os obuses PzH2000, Caesar ou Archer, capazes de entrarem posição, executar 3 salvas e sair de posição num tempo inferior a 2minutos. (Oliveira e Santos, 2010)

• Precisão

Uma vez que o emprego de munições convencionais no ataque a objetivos pontuaisapresenta uma reduzida taxa de ecácia e um elevado risco de danos colaterais,

em especial quando localizados em áreas urbanas, o ataque a este tipo de objetivos passa atualmente pelo emprego munições com guiamento por GPS (granadas 155mm M-982 Excalibur e foguetes M-30 GMLRS Unitary), com um erro circularinferior a 10 metros. Concorrentemente encontram-se em fase de desenvolvimentodispositivos de precisão (montados na espoleta) que permitirão transformar asmunições convencionais de 105 mm ou 155 mm em munições de precisão   5.O incremento da precisão passa ainda pela implementação de sistemas automáticos/digitais de pontaria, observação avançada, transmissão de dados e de localização.

• Alcance

Para fazer face à vasta dimensão das Zonas de Ação que caracterizam osatuais Teatros de Operações, o alcance das bocas de fogo deverá atingir os40 km6, o que já é possível com os novos obuses de 52 calibres, como é ocaso do PzH2000, Caesar ou Archer.

4 Valores corrigidos de direção, elevação e graduação de espoleta, que contemplem as condições balísticas demomento (temperatura e densidade do ar, direção e velocidade do vento e velocidade inicial da boca de fogo,entre outras), permitindo impactos a 50 metros (ou menos) do objetivo, utilizando munições convencionais.

5 Alocução do TCOR ART Michael Borg, Comandante do Treino de Apoio de Fogos da Força Tarefa“Vampire”, no âmbito do Seminário de Artilharia de 2008.

6 Minimum Military Requirement / Capabilities Statements 2008.

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Conforme denido nas Force Proposals 2008, as Brigadas deverão dispor, até 2018,de meios de Artilharia de Campanha orgânicos com alcances iguais ou superiores a

25 km, podendo empregar uma panóplia variada de munições que inclui as minasdispersáveis anticarro (ACAr) e munições de guiamento terminal. As unidades deArtilharia de Campanha de escalão superior a Brigada, características das forçasmultinacionais, deverão ter alcances superiores a 40 km (Cardoso, 2008).

 Não é pois de estranhar que, pese embora a sua reduzida mobilidade, oobus PzH2000 opere no atual TO do Afeganistão, ao serviço do ExércitoHolandês, tirando partido do seu superior alcance.Concorrentemente, assiste-se à primazia do emprego de munições assistidas,com alcance acrescido, como a Excalibur (EUA) ou a BONUS (França).

• FlexibilidadeAs unidades de Artilharia de Campanha deverão ser modulares, de forma a permitir o seu emprego de acordo com a missão e o Teatro de Operações, bem como a sua adequação à natureza das várias fases do conito.A experiência recolhida no teatro de operações do Afeganistão tem de-monstrado que, na fase de estabilização, a Artilharia de Campanha poderáatuar com unidades de pequeno escalão, que poderão ir até Pelotão (2 a 3Secções). No entanto é necessário acautelar a possibilidade de escalada doconito, que exija o emprego de fogos de massa, a executar por uma oumais Baterias, pelo que o desao passa por dispor de uma organização que

 permita a rápida transição (no tempo e no espaço) de uma situação para outra.

 No domínio das Armas e Munições há ainda a referir que, face às atuaisrestrições orçamentais que afetam os Exércitos dos países da NATO, se podeconstatar a existência de duas linhas de evolução:

 – A manutenção dos atuais sistemas de armas, prolongando a sua vida útilatravés de melhoramentos pontuais. Esta é a linha seguida pelo Reino Unidoe Estados Unidos da América;

 – O abandono, total ou parcial, dos sistemas de lagartas e a adoção de obusesligeiros, rebocados ou motorizados, obtendo assim capacidade de projeção, aredução de efetivos e a diminuição do peso logístico. Esta é a linha seguida

 pela França (parcialmente), Suécia, Noruega e Canadá (Santos, 2008).

7.2.2  Aquisição de Objetivos

Face à assimetria da ameaça, é fundamental garantir a capacidade de aquisição em 360º.O eventual emprego de Baterias em operações autónomas requer ainda que asmesmas sejam dotadas dos sistemas de Aquisição de Objetivos que propiciem

a deteção, localização e identicação de objetivos, situação que já se encontra

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acautelada nos atuais quadros orgânicos dos Grupos de Artilharia de Campanhados elementos da componente operacional do Sistema de Forças do Exército.

Para além da adoção de radares com capacidade de pesquisa em 360º, há aindaque relevar o emprego de meios complementares, como é o caso dos sensoresterrestres remotos (acústicos e/ou sísmicos), contribuindo de modo integrado

 para a Common Operational Picture  (Imagem Operacional Comum)7. Os sen-sores acústicos, como meios passivos, permitem ao Comandante da Força umamonitorização contínua do campo de batalha, ao mesmo tempo que comple-mentam a ação de outros meios (tais como radares de localização de armas8).Estes sistemas tecnologicamente avançados, precisos e áveis, que operamcom guarnições reduzidas, apresentam custos consideravelmente baixos quandocomparados com outros meios de deteção de armas (Salvado, 2009).Tal como preconizado nas  NATO Capability Statements (FP08), estes meiosdeverão ainda operar em redes digitais integradas (permitindo a sua inserçãoem sistemas ISTAR   9  e a partilha da Common Operational Picture  e dispor decapacidade de rápida projeção em apoio das forças de manobra (Almeida, 2009).Quanto aos sistemas ISTAR, é indispensável relevar o emprego crescentedos UAV, os quais providenciam uma imagem em tempo real dos objetivos,

 permitindo não só o seu preciso e atempado ataque, bem como a posterioravaliação de danos ( BDA – Battle Damage Assessment ), permitindo apurarse os efeitos pretendidos foram obtidos, bem como reformular a combinação

arma/munição a empregar no ataque a futuros objetivos.

7.2.3 Comando e Controlo

A interoperabilidade requerida pela natureza multinacional da força, onde as unidadesde Artilharia de Campanha se inserem, requer ainda a compatibilidade de sistemas,desde as armas e munições ao Comando e Controlo das operações, facilitando destemodo a Direção Tática e Técnica do Tiro 10 (nomeadamente a partilha de bases dedados e permuta de informações táticas e técnicas) e as operações de reabastecimento

de munições (permitindo a realização de acordos no âmbito do remuniciamento e/ou a permuta de munições entre unidades de tiro de diferentes nações).

7 Imagem digital que integra a informação disponível sobre as Forças Amigas, Área de Operações e forçashostis, ilustrando, em tempo quase real, a situação tática de momento.

8 Radares de deteção, localização e identicação de unidades de Artilharia (obuses, morteiros, foguetes e mísseis) hostis.9 Designação NATO que engloba todos os sistemas de Informações, Vigilância, Aquisição de Objetivos e Reco-

nhecimento.10 Por Direção Tática entende-se a designação das unidades de tiro e a seleção da munição mais adequada à

obtenção dos efeitos desejados. A Direção Técnica, por sua vez, traduz-se no cálculo dos elementos de tiro(direção, elevação e graduação de espoleta), a utilizar pelos sistemas de armas (obuses, foguetes ou mísseis).

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Face à natureza da ameaça, que exige fogos precisos e oportunos, o recurso a SistemasAutomáticos de Comando e Controlo, interoperáveis, é uma realidade incontornável.

7.3  Reexos nos Sistemas de Armas de Artilharia Antiaérea

Tendo em consideração a supremacia aérea aliada, que caracteriza os teatrosde operações contemporâneos, o esforço de Defesa Aérea tem-se centradono desenvolvimento de sistemas de armas com capacidade contra ataques demísseis, foguetes ou artilharia (C-RAM - Counter-Rocket, Artillery and Mor-

tar ), bem como contra UAV . Paralelamente, e pelos motivos já apresentados,a implementação de sistemas de comando e controlo interoperáveis, operandoem rede digital, assume-se como imprescindível (Borges, 2008).

8.  CONCLUSÕES

A permanente procura da superioridade no campo de batalha dita a evolução tecno-lógica do armamento. Sempre assim foi, na história da evolução do armamento, econtinua a ser. Também as necessidades advenientes dos conitos em curso acabam

 por gerar os mais signicativos “laboratórios”, acelerando a investigação e desenvol-vimento (I&D) de sistemas de armas considerados prementes no campo de batalha.O nal da Guerra Fria e a nova conitualidade ditaram tendências importantessobre a evolução dos sistemas de armas contemporâneos. De facto, aquele foium marco signicativo, que diminuiu bastamente a probabilidade de aconte-cimento de guerras da terceira geração em larga escala e forçou a alteraçõesmaiores nos conceitos estratégicos dos países e das suas alianças. Mercê daadoção de um novo conceito estratégico em 1999, que lidasse melhor com anova conitualidade que sucedeu à détente da Guerra Fria, os países membrosda NATO, entretanto alargada, tentaram adaptar as suas forças armadas a taldesiderato. Nessa conitualidade, tornar-se-ia ainda mais evidente o terrorismo

transnacional, um fenómeno que não sendo novo, adquiriu uma dimensão maiorao conseguir efetuar o que nenhum estado constituído tinha conseguido até aí:atacar com espetacularidade os Estados Unidos no seu território. A NATO aban-donou então a sua postura eminentemente defensiva, em prol de um conceitode forças expedicionárias em operações de contraterrorismo.O 11 de setembro, em si, não foi um marco signicativo na evolução do arma-mento, exceto nos sistemas defensivos de proteção da força. A procura de siste-mas de proteção (barreiras físicas, detetores de metais, explosivos e substâncias

 perigosas, equipamentos de videovigilância, empasteladores de frequências rádio,

etc.) – que são armas defensivas - passou a ser uma prioridade em termos de I&D.

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 No estabelecimento de dois teatros mais signicativos, Afeganistão e Iraque, temsido evidente que os clássicos sistemas de armas concebidos para a Guerra Fria,

apesar de ainda ecazes sob o ponto de vista tático, são extremamente onerososdo ponto de vista logístico e inconvenientes do ponto de vista estratégico, jáque se pretende forças que entrem e saiam rapidamente de teatros remotos. Aênfase tem sido a de maximizar o poder de fogo, mantendo a proteção masabdicando das pesadíssimas blindagens metálicas e compostas. Esta mudançademonstra-se com o m de programas demasiado ambiciosos como o  Future

Combat System (FCS) americano, em proveito de necessidades mais imediatasdas forças destacadas, como é o caso das viaturas MRAP.A evolução das TI e da nanotecnologia têm tido um impacto signicativo sobrea evolução do armamento. Esta é uma revolução que começou antes do 11 de

setembro e que está em curso, como sabemos. São especialmente importantesos incrementos ao nível do comando e controlo, da robotização, da guerra emrede e da informação. E esta parece ser a tendência a seguir pelas potênciasmais relevantes. Soldados cada vez mais sosticados, mais caros e em menornúmero. Adoção de UAV e UGV em massa, cada vez mais automatizados, paradesempenhar missões de maior risco e de rotina.E as forças assimétricas das ameaças insurgentes? Provavelmente continuarão a lutarcom as “suas armas”: simples, abundantes, baratas, dissimuláveis, mas letais. O usointenso e habilidoso de engenhos explosivos continuará a ser a maior ameaça que

elas colocarão. Todavia, a obtenção de armas de destruição massiva ou o recursoa métodos ecazes de ciberguerra são hipótese que urge prevenir e neutralizar. No âmbito dos sistemas de armas de Artilharia e apoio de fogos, as característicasdo atual ambiente operacional obrigam a repensar a organização e emprego dasforças terrestres, as quais deverão ter capacidade para atuar em todo o espectrode operações, com uma organização exível e modular, de forma a facilitar aconstituição de unidades de acordo com a missão, as características do teatrode operações e a tipologia do conito.

 Neste contexto, caberá à Artilharia superar os desaos que lhe são colocados:

• Minimizar os danos colaterais, através do incremento da precisão (na locali-zação dos Objetivos e das Unidades de Tiro, aferição dos elementos de tiroe munições com sistemas de guiamento);

• Assegurar a cobertura de vastas Zonas de Ação, dispersando o dispositivo(articulação das Baterias em Pelotões) e incrementando os alcances dos ma-teriais e munições (assistidas);

• Minimizar o tempo de resposta dos seus fogos, fazendo uso dos SistemasAutomáticos de Comando e Controlo, da transmissão automática “ sensor-to-

 shooter ” e de sistemas automáticos de carregamento, pontaria e localização,

acoplados aos sistemas de armas;

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• Flexibilizar a sua organização, possibilitando a adequado apoio a toda atipologia de operações e às diferentes forças tarefa constituídas de acordo

com a missão e características do teatro de operações;• Ser interoperável com as forças aliadas, facilitando o Comando e Controlo.

 No âmbito estrito do Comando e Controlo, constatamos que as dimensões dasáreas de operações (que obriga à dispersão da forças), a natureza multinacio-nal das forças e a fugacidade dos objetivos, levantam novos desaos no querespeita à Direção Tática e Técnica do Tiro, pelo que os Sistemas Automáticosde Comando e Controlo e as comunicações de longo alcance e interoperáveis,são essenciais. O Comando e Controlo será cada vez mais assegurado com orecurso a Sistemas Automáticos de Comando e Controlo, possibilitando a rápida

integração dos dados recolhidos pelos meios ISTAR (onde os UAV assumem um protagonismo crescente), o processamento das notícias e a difusão das informa-ções, bem como o emprego, coordenação e sincronização de fogos conjuntos.

 No domínio da Aquisição de Objetivos prevê-se ainda:

• O incremento de emprego dos UAV;

• A capacidade de pesquisa em 360º dos sistemas radar, necessidade evidenteface à natureza assimétrica dos atuais conitos.

Quanto à Artilharia Antiaérea, destacam-se como linhas prioritárias de evolução:

• A obtenção das capacidades antimíssil e contra UAV;

• O desenvolvimento dos Sistemas Automáticos de Comando e Controlo e deInformações, operando em rede digital e interoperáveis.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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 Rogério da Piedade Fernandes dos Santos

Coronel de Cavalaria do Exército Português. Professor Regente da UnidadeCurricular - Elementos de Armamento (Academia Militar). Licenciado emCiências Militares, na especialidade de Cavalaria.

 Élio Teixeira dos Santos

Tenente-Coronel de Artilharia do Exército Português. Professor Regente da Uni-dades Curriculares - Tática de Artilharia I, Tática de Artilharia II, Sistema deArmas de Artilharia e Tiro I e Sistema de Armas de Artilharia e Tiro II (Acade-mia Militar). Licenciado em Ciências Militares, na especialidade de Artilharia.

Celso Jorge Pereira Freilão Braz 

Major de Cavalaria do Exército Português. Docente da Unidade Curricular -

Elementos de Armamento e Sistema de Armas de Cavalaria (Academia Militar)Licenciado em Ciências Militares, na especialidade de Cavalaria.

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8/10/2019 A Evolução Dos Sistemas de Armas Após o 11 de Setembro de 2001

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