A ética, o utilitarismo, e as touradas
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8/3/2019 A tica, o utilitarismo, e as touradas
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em http://premissasambiguas.blogspot.comDesde 1 de Janeiro de 2012 que as touradas na Catalunha esto proibidas.
Os defensores da tourada so vistos, provavelmente com alguma justia, como conservadoresdos quatro costados, sem nenhum tipo de flexibilidade para rever os valores e cortar com o
passado. Como valor absoluto, no tenho nenhuma simpatia pelo conservadorismo, e seriaat desastroso, em diversos pontos da histria, que o conservadorismo fosse o instrumentoprincipal a usar. Estaramos pior, sem dvida.
A tourada um espectculo violento, que no me inspira grande simpatia. A existncia desse
espectculo no sc. XXI pode ser difcil de justificar, no entanto tambm difcil justificar a sua
proibio. Qual ser o ethos na proibio das touradas? Uma espcie de auto-determinao do
animal, que segundo alguns nunca deveria viver apenas para o propsito de nos proporcionar
um espectculo. E qual ser o da no proibio? Uma reserva da liberdade humana, que neste
caso se sobreporia liberdade do animal. De lembrar que a deciso sobre essa liberdade
comeou a ser feita pelo ser humano na domesticao h milhares de anos.
No estudo da tica usam-se exemplos de situaes limite para tentar explorar questesmais profundas. H um instrumento clssico em que se pe a algum um cenrio emque h pessoas amarradas em carris, que morrero atropeladas por um pequeno vagodesgovernado. A nica forma de parar esse vago empurrando algum, normalmente umdesconhecido, para a linha, parando assim o carrinho e salvando as pessoas.Exploremos as situaes limiteUm crente no utiltarismo, que pretendesse maximizar o bem estar do maior nmero de
pessoas, responderia sem pestanejar que empurraria a pessoa. Um estudo recente revelou
que 10% dos seus participantes o faria. Posteriormente, com alguns testes, chegou-se
concluso que, desses, muitos tinham traos de psicopatia...
Por outro lado, a maioria das pessoas diria que nunca s suas mos morreria uma pessoa,
mesmo desconhecida, mesmo para salvar vrias, portanto preferiria no intervir.
A situao complica-se quando a questo que se pe ao utilitarista que a pessoa a empurrar
um familiar. Analogamente, para a maioria, a deciso ganha complexidade quando uma
das 3 pessoas lhe prxima. Aqui pode argumentar-se que quem seguir cegamente a sua
ideologia poder ser ainda mais frio do que os 10% mencionados acima. Nestes casos, a
porta para a escolha menos m, ou se quisermos cinzenta, -nos aberta pela liberdade, um
desejvel valor humano universal.
Um ltimo cenrio: e no caso de estar preso aos carris um animal de quem gostamos? Se
aplicarmos risca a crena de que os direitos e a igualdade dos animais devem ser um valor
humano universal, o que acontece?
Quer isto dizer que no devemos respeitar os direitos dos animais? Claro que no. Mas h
gradaes, e podemos no os querer no mesmo plano que a liberdade.
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