A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS...

22
»*_ \O VI ,uw »e jv.Eiuo, «__Airr.--,___-__, 10 »fc maio »i_ it»n M. *1»9 —uniu ¦¦¦)¦¦ A^ ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIQNANTES O SACCO DE CEREJAS 1) Um dia a mãi de fulio deu-lhe para sua merenda cerejas, que estavam em um sacco de papel fechado com um elástico. E disse- lhe : 2) Vai comel-as no jardim mas não saias, não vás á estrada porque ouvi dizer que anda por ahi um bando de ciganos. 3) Julio era desobediente; sahiu do jardim e,atravessando a estrada,foi se sentar na orla da floresta, comendo as cerejas e atirando os caroços no sacco. 4) De repente, sentiu-se agarrado e amorda- Çado. Eram os ciganos, que gostam muito de roubar creanças e, tendo-o visto alli sósinho... 5) ... levaram-o pela floresta para obrigal-o a aprender exercícios difficeis de circo fulio não teve outro remédio :ompanhal-os; mas guardou... sena 6) ... os caroços de cereja e o elástico no bolso e ficou com o sacco de papel na mão,fingindo que se servia d'elle para se garantir do sol. 7> Os ciganos tinham-o deixado amor- daçado, para que elle não pudesse, com "In grito atrahir a attenção dos soldados Qe policia, que andavam. exactamente á procura dos ciganos. Em certo momento os soldados passaram tão pertod'elles que os ciganos ficaram immo- veis O menor rumor poderia denunciai-os. 9) fulio sabia que, se gritasse, os ei- ganos matal-o-hiam. Mas tirou do bolso um caroço de cereja e, com um canivete, fez d'elle um assobio.... {Concilie na pagina seguinte) "REDACÇÀO E ADMINISTRAÇÃO. *"* do Ouvidor 164-RIO DE JANEIRO (_? _itolio__Qã.o d'0 MALHO)(*"¦»«" «¦»»» *<"> "»*•'"Mdo 5°° reU)

Transcript of A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS...

Page 1: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

»*_ \O VI ,uw »e jv.Eiuo, «__Airr.--,___-__, 10 »fc maio »i_ it»n M. *1»9—uniu ¦¦¦)¦¦

^ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIQNANTES

O SACCO DE CEREJAS

1) Um dia a mãi de fulio deu-lhe para suamerenda cerejas, que estavam em um saccode papel fechado com um elástico. E disse-lhe :

2) Vai comel-as no jardim mas não saias,não vás á estrada porque ouvi dizer queanda por ahi um bando de ciganos.

3) Julio era desobediente; sahiu dojardim e,atravessando a estrada,foi sesentar na orla da floresta, comendo ascerejas e atirando os caroços nosacco.

4) De repente, sentiu-se agarrado e amorda-Çado. Eram os ciganos, que gostam muito deroubar creanças e, tendo-o visto alli sósinho...

5) ... levaram-o pela floresta paraobrigal-o a aprender exercícios difficeisde circo fulio não teve outro remédio

:ompanhal-os; mas guardou...sena

6) ... os caroços de cereja e o elásticono bolso e ficou com o sacco de papel namão,fingindo que se servia d'elle para segarantir do sol.

7> Os ciganos tinham-o deixado amor-daçado, para que elle não pudesse, com"In grito atrahir a attenção dos soldadosQe policia, que andavam.

exactamente á procura dos ciganos.Em certo momento os soldados passaram tão

pertod'elles que os ciganos ficaram immo-veis O menor rumor poderia denunciai-os.

9) fulio sabia que, se gritasse, os ei-ganos matal-o-hiam. Mas tirou do bolsoum caroço de cereja e, com um canivete,fez d'elle um assobio....

{Concilie na pagina seguinte)"REDACÇÀO

E ADMINISTRAÇÃO. *"* do Ouvidor 164-RIO DE JANEIRO

(_? _itolio__Qã.o d'0 MALHO) (*"¦»«" «¦»»» *<"> "»*•'"Mdo 5°° reU)

Page 2: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

O SACCO DE CEREJAS(CONCLUSÃO)

O TICO-TICO

1Q) Depois, disfarçadamente, iníroduziuo caroço de cereja, assim preparado, emuma das ventas do cão, que acompanhavaos ciganos.

11)0 animal incommodado com aquillocomeçou a soprar com força para expelliro caroço, que produziu um silvo. — (juemassobiou—perguntou o chefe dos ciganos.

I _) Mas já o caroço tinha saltado do nariz, d^cão c elle não poude descobrir _T esperteza deJúlio. Entretanto os soldados tinham ouvido oassobio...

jjf3 JJJJJÍBR^^SWri JBBa mfF^faí

mfrWíP3i»i; _¦ ___rSa<"i /

WMft ¦ fBwiB ___¦/¦____¦ ¦¦^ \

^^^ .

\Z) .. .e, não sabendo de onde elle vinha, ti-nham parado a pequena distancia para ver seouviam mais alguma cousa. Então Júlio...

1 li .. .apanhou no chão um galhosecco e, tirando do doIso o elástico, fezrapidamente uma forquilha, com aqual atirou um caroço...

lõ) . ..com mão tão certeira, que foi batermesmo no nariz dc um dos soldados. Os sol-dados ainda ficaram mais desconfiados. ¦•

HPl' 7^S_H ___________ ^^K _^_______B -^ Si^mmY ^_JJJJJ__^^ _ J *T^ fi ^^^lOT

*?_B__i ll ^ii si^*^x3P 1-iBffL iáãJíY. ^)ip>^*^r

yN_7 ^K BBm B^^BB^^BABfl^kSB^^v^ ¦* ^\^\ - w Bi __^__________n___________________i^ ' Jr_____P_fl í*______nv\j

•s__ v—r^4^m\ _Mr .-^TV^^/ ^^fK^*?/ ,ym^ V________________»_____*______j mmW f * _9______________F ^Êmm^-**^\ ____________*!¦** -^______ ________

16) .. .mas não sabiam para que lado haviam de se dirigir e iam se afastar. Os ciganos já estavam muito satisfeitos, pensando..

17; .. .que poderiam fugir, quando Júlio,levando á bocca o sacco de papel soproudentro d'elle enchendo-o bem de ar...

18)... depois,segurando com todo o cuidadoa bocca do sacco, para que o ar não fugisse-ergueu a mão direita...

I _...edeu subitamente umafortepancada no sacco, que rebentoucom grande estrondo. D'essa vezo ruído indicou sem duvida a di-recção aos soldados...

20) ...estes precipitaram-se sobre os ciga-nos, que nâo puderam fugir e, sob a ai:dos revólvcrs dos soldados, entregaram-sc aprisão.

81) Voltando para casa Júlio ouviu uma s^vera reprehcnsão por suadesobedi.ncia, vatambém ouviu elogios pela intellige:que dera provas.

Page 3: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

O TICO-TICO_E .X: P3 E _D I _EU _NT T _E

CondicGcsda assignatura:interior: 1 anno, 11 $000, 6 mezes 6$000exterior: I » 20$000, 6 • 12S00O

Numero avulso, 200 réis. Numero atrazado, 500 réis.A empreza d'0 Malho publica todas as quartas-feiras,

O Tico-Tico, jornal íllustrado paracreancas.no qual collabo-ram escriptores e desenhistas dc nomeada.

PEDIMOS AOS NOSSOS ASSieVA-TES,ouja» n*»ignnliirn<> leriiiiiiani em !IO de JIAIEOmandarem rcformal-a* para que não üquem dosfal-<-ada* SI IAS COL_L.EC4.OES.

-V.

:" Cf --'f^

i r _FáiRHüEfh

Meus netinhos iVocês devem ter notado que

certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita fogo, em-quanto que outras se conservam, tor-nam-se rubras,sem produzir chammaalguma.

Este ultimo caso dá-se com oscorpos sólidos que nãosãosusceptiveisde se reduzirem a gaz ou vapor.

A chamma com effeito é um gaz ou um vapor quearde com producção de luz.

Fabricando uma vela, o fim que se quer obter é duplo:dar ao pavio o maior poder illuminativo, com o auxilio deuma mistura dc matérias graxas que devem queimar comella, e depois prolongar esse poder illuminativo.

Se examinarmos cuidadosamente a chamma de umavela, veremos que cila é constituída por quatro partes di-stinetas.

Estas tém cores e propriedades differentes.Na base da chamma em A ella é azul. E' a menos quente

de todas. E' azul porque se acha carregada de muitos va-pores c de gaz. Além d'isso a volatilização abundante da

cera que está nas proximidades impede a elevação datemperatura.

Esta parte, finalmente,contém muito pouca quantidadede carvão incandescente,que dá a côr branca á chamma.

Contém no emtanto muito oxydode carbono, que tornaa chamma azul.

Na gravura em frente,meus netinhos,po-derão ver em sombra e assignalado coma lettra 1!, um espaço escuro, queoecupao centro dacharrma.

Esta parle é escura, porque' encerra osgazes que escapam á combustão. E issoacontece quando a vela está fora do con-tacto do ar que, como sabem, é indispen-,savel a toda a combustão. Ha, portanto, nomeio da chamma da vela uma parte quenão arde.

A chamma propriamente dita, a parteílluminativa da vela, encontra-se na regiãobrilhante, indicada pela lettra C; nesselogar arde a melhor parte dos gazes. Esseespaço encerra o carbono muito subdivi-dido levado á jncandescencia, que dá uma grande clari-dade á chamma.

A ultima parte de que falta fallar é do invólucro exte-terior D. da chamma. Esta parte é menos turoi queo carbono,em contacto como oxygenio do _T,transfonna-seem ácido carbônico. Aquece muito, mas não illumina.

Vovô

-:".•'

.íí

• /.%»

09 *í SIíí ^f3 X»

Isaura e Lauro Corria, filhos do Sr. M. MaCorria

_¦___'' ?"—""-" ___l~ _____ _2li I I

L-.lI »_ l, fc*__, r^ f*^L I ™m _F**__W IM r T -J^ ''^4FrrK $^^*3r*Tr^ &________e?__é____

_r ¥**ÍmÍ _k V ^s À \ è \_M P_*¦_> 9 f Ti - \_. \. \L % V ^ ^^-___/|r_r^ r^J~*u_*-TI Vm»Â /_kJN_i/ u\ __yv# Jk__ ç5-,«_l âm$ _M___fVUL ;É_-A" JLrJF

_^^ ii____iiiy v^^fyy ^^^_25^T ^y^%Ê^w

_àl ______U_l /l^___^_MÉ___Tl *_¦•'r ^_________F_- ^_____r &.__*«________________MMI____k '* __B - a» *•

__________¦ • -^Ti» Bv ' ;'•*___L >^4________í- ___ " ~>NK.

______^^_i **! *a '^—^^m^ y/r ^fllB j^B A ¦__r_______^^B_____B_P V ^

flraF *^ ™

_ff **f ***'.

...,.T-rM t? ,, „-._-_-. . ,i.tl j, <» dè Abril, na Escola Tiradcntes. En.:; a professora c à.UHHM*, .1 —1 -^ta commcmorat.a da data de-i u- ""'__. r>_-,,-. uiv--;-,. * ««•«destaca se o prefeito general Dr. Bento Ribeiro

Page 4: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

O T!GÓTICO

ess -"•pv\ /¦¦.jLj_,«jw,|iii.imiiri' awwaBawi-Ji),, u_iimni ~~ •><^V__- — ~__<ir ^9m\

- *s.^hbb&ô__* _«^ isyiwfc_j• T^ _____? _-5_!_i__f':^__jf__yi___r__ -^ ' -

__f 1' I' ÉÊSl _________ _Fí^¦^' *B_2__i» s_f . -__f LEB ^f^"^* s r

- ____MÉ - _JL" -Wr

x i Vy _____¦ __J__H___B*>- T_í " "Me _____M ____fi_____ ^íLmLi if n_ir--i_i-i-iiiill-|iB_- _F_i _PÍ ' T"" ^B -PvgL- ¦

t^m^0^ml^mm*mw-

Grupo de Sócios do Club Carnavalesco I,.' _ Ir.in.i laveis—Capitai

?<-*.-n

*#«

Alfaiataria SAMOS DUMOM *

Ternos de casimiro de pura lã, feitossob medida, a 48g000.

Y Grande secção de roupas sob me-dida, no sobrado.

O maior sortimento de roupas feitas, apreços baratissimos.

««tftftftf*tfr

}mkm®mmmtmt..*-

mm mmmmrmm®

i««»««

Enviam-se encommendas e amos- ?trás para o interior192, RUA SETE OE SETEMBRO, 192

RIO DE JANEIRO*?*

*^\

rtftftftftftftf »«•««.« «

— LÊR COIVI ATTENÇAOAOS QUE PRECISAM DE DENTADURAS

Munas ressoas que precisam de dentaduras, devido _ exi.ul-dado do* mus recursos, sao, muita,prof.s.i.nae. menos hábeis, que at illudcm _:„ W<Jo_ o. sen-mentó. .:p;ci_^Ih°8 "'8'm *"U',a pra,lca ' conh«c|-dentai. ¦_£.,."_! ""> _? e faci,ltar ¦ «o««08 obicr dentaduras,CcÀVi

* frt _i ' COr°a* d- ouro' bl-'l99-work, etc, o que- há

ema ao L?" *enero; r"0l"u Vbi"IU a-signado reduziro mais possivel a lua antiga latella Je preços, que flesmao alcance dos manos favorecido; da fortuna_£____£_*• * P. ' d° Carmo "¦ 71 • -«¦£«?* O. vido™

lüncclt:.Selu,Wo,5»e as desejarem. Acerta e fazbem n° bõ_.P,_, -'tamenU qual<iu,:r d«nla^r" <T« "So esteja• n.7Bn?fle™.„J.

' CO0"'U M 1»««« quebra», por PP.çá.

ÜS_f.1'CI.teISque n!° Puderem vir ao consultório serãoaitendidos em domicilio, sem augmenio de preçoDR. SÁ REGO (Especialista)

MtJDOtJ-SE RUA DO CARMO 71 Can,dV_u..dor

? i BICYCLETAStPARA

Meninos, meninas esenhoritasDE —

PEUGEOT E HÜMBERA dinheiro ou prestações

-_»íí »ENVIAM-SE CATÁLOGOS

mm DOS SANTOS & c.tf AVENIDA CENTRAL, I4EIG £_RIO DE JANEIRO £.;

'"M"*1- *__

Page 5: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

O TICO-TICO

wj \ .!___ (^JtlilíJ Io Li _n_U U_J_J^iM^_? ^J e-s, V~VV -r__*l^''.

Ui ^ \ \ ______ WJ^e^^^íü\é\ ÍMtM

&P.-ERNANI e Dina ficaram sós, a brincar no quin-tal, emquanto os pais, tendo que elfectuar di-versas compras, iam á cidade vizinha, depois

¦_/-»_• de terem feito muitas rccommendações.ts> — Sabes, Dininha — disse d'alli a pouco

Hernani — papai vai comprar para mim um lindo cavallo,muito grande, com arreios dourados, um cavallo verda-deiro, como aquelle que caminha com as rodas no casco.

Para mim elle promett.u um lindo boneco, alto as-sim, mais alio que vmcè—respondeu Dina, com aresde importância e levantando um palmo de bracinho.

E para que um boneco tão grande .Eu quero e... promplo.Hum ! vocô parece com papai quando diz :

eu quero.Cale-se Hernani, isto não é de sua conta.Ih I agora você está tal qual mamai quando

falia.Quando se cansaram de imitar papai e mamai,

os irmãosinhos reataram o brinquedo interrompido.De repente Hernani levantou a cabecinha emmol-durada de lindos cabellos louros com reflexos deluz e disse:

Escuta Didinha, quando vierem os nossosnovos brinquedos que bom seria se fizéssemosainda teu grau-de boneco mon- ^_tado em meugrande cavallo I

Que lin-do ! mas comoficaria alto, atéonde chegaria I

Até o te-lhado, com cer-teza.

Ambosolha-ram para o te-lhado, como sejá vissem o bo-necoe o grandecavallo.

Dc repenteDininha esta-

*->•*

cou e ficou a escutar com grande attenção. E' que ouviraum ruido esquisito, que parecia vir de muito longe. Her-nani tambem ouvira.

Será o trem ?- Não; devem ser papai e mamai que voltam de carro.

—Qual,o carro não faz este barulho; deve ser uma onça.Uil credo 1Não está ouvindo . E' um som rouco... deve ser um

elephante, um rhinoceronte, um...

Wrrèt ^

) - **'

'f^V-VVVif-V''' '' ja^^~_.

. .era um cachimbo com cabeça de homem,e á grande altura

Voava como vento

¦ O gigante Astarroth encontrou-a e condoeu-se ae sua sorte

Ui I Hernani, você está me assustando...Talvez seja uma formiga, um...

Por única resposta Dininha tapou com a mãosinha abocca de Hernani, antes que elle acabasse por fazer achamada de todas as feras do jardim zoológico.

Porém, como a curiosidade era maior que o medo,Dina quiz sair do quintal c verificar de que se tratava.

Hernani disse-lhe que não se afastasse, mas sua irmãnão lhe prestou attenção e abrindo aborta do quintaladiantou-se, por um campo, até que Hernani a perderadc vista.

O ruido exquisito vinha mesmo de longe, pois queDina já havia caminhado muito e o som parecia aindalonge. ElTa foi seguindo até que, chegando a uma ençru-zilhada do caminho ao outro lado de um capinzal, viuduas cousas que pareciam duas grandes pedras, quefossem muito parecidas com dous enormes sapatos. Deoutro lado sahia muita fumaça. ,

A menina adiantou-se mais e subiu até chegar no altode uma das pedras.

Quando Dina poude ver do outro lado teve tal i.r.-pressão de espanto, que quasi rolou lá de cima.

Page 6: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

O TICO-TICO eImagine m que o que ella julgara pedras eram as botas

de um enorme gigante, que estava deitado no chão, dor-mindo a somno solto e roncando.

Era sobre uma d'essas botas queDina subira.Na mão do gigante estava um cachimbo enorme,

accesso, um c.chimbo imitando cabaça dc gente a fazercaretas.

Assustada, a menina tratou de descer muito devagarsi-nho, para não despertar o gigante e quando afinal poude

( C -yy'y\i

£_Qu jf^) V\ jâ— ^ *' ri r^

V_L>*. .de repente viram-se envoividos pela fumaça. A cabeça do cachimbo

estava rindo e Juntando

p )r o pé no chão, soltou um suspiro de allivio e sahiu acorrer com quanta força tinha nas pernas.

Cansada porém de tamanha carreira, Dina teve quepatar e scntou-í-e a borda do caminho. Era tal o cansaçoque se apoderara d'clla, que d'alli a pouco começou acochilar, dorme... não dorme.

Neste instante um rumor de passos pesados despertou-ado meio somno e o medo voltou a dominal-a.

Era o gigante, que passava. Era muito maior do que oboneco que elle havia imaginado e, além d'isso, era vivo.

Dina encolheu-se toda para que o gigante não a vissee não a comesse; mas este movimento fez com que a terra,onde ella estava sentada, se desprendesse do logar c rolasseaté o leito do caminho.

O gigante, que ia passando sem ter dado pela pre-sença da menina, voltou-se áquelle ruido e viu Dina tre-ir.cr, transida de medi.

—Não te assustes, menina—disse o gigante, tirando oenorme cachimbo da bocca c abaixando-se para observai ade perto — não te assustes, que não te faço mal algum; ogigante Astaroth nunca faz mal a pessoa alg;

Quando ouviu esta palavra Dina ergueu-se, adquirindocoragem e encarou o gigante.

Klla tinha ouvido contar por vovó ^ue o gigante Asta-roth era o melhor dos gigantes, que protegia todos osmeninos e os viajantes extraviados por aquellas maltas.

O gigante tomou-a delicadamente na palma de sua mãoenorme, onde cabia uma casa, e approximando-a ao ouvidoperguntou .-

—Como te chamas, pequena"-—Eu chamo leu cila.—Ahi Di:ia, és tu que desejavas um grande bon.co,não é verdade .

E' sim — respondeu a menina, sorrindo.O gigante, sorrindo tamber _u:—1'ui.-,, íilhinha, fica sabendo que o boneco sou

s me levar com ligo p.ira onde qu'zercs.Dina abriu muito os olhos.

Voe. não rribeem roínha casa—respondeu ella—ondehei de pôr um boneco tão gran_

—Oh, lá isso é fácil—olha este meu cachimbo com carade gcnlc; pois esta cara é a minha, um pouco modificadapara que ninguém me reconheça. Este cachimbo tem opoder dc ir voando por onde quizeres. E' só guiai-o.—Então posso voltar para casa ?

—Podes; mas lembra-te de que amanhã a esta mesmahora quero fumar, como de costume, e para isso preciso domeu cachimbo; depois que eu fumar u-n pouco poderásdènovo dispor d'elle; agora, sobe para meu cachimbo c volta

para casa. Teus pais devem estar recciosospor ti.

Dina n3o esperou por um segundo pedido,subiu, entrou pela bocca do cachimbo e, de

Astaroth dcsappareccu comopor encanto.

O cachimbo começou a voar como umaeroplano. Km poucos segundos Dina chegouao quintal da sua caía e foi descer bem aolado de Ilernani, que ficou muito admirado.

—Que é isso, Dininha ?1-.' o meu boneco cachimbo-acroplano.

—Ora, você está doida; não acredito emsemelhante cousa. ,

—Então experin.enie._uba paia meu auto-movel-boneco-cachimbo-aero-plano-gigante evamos dar um passeio á Europa; depois va-mos visitar todos os leitores do Tico-Ticx;

J depois... Ilernani não se fez rogar e d'alli ainstantes o cachimbo levava Hcrnani e Dina avoar por cima de cidades, montanhas, mattas,rios e mares, sobre o inundo todo.

Emquanto passavam p ir _i:ra da China edo J.ipão, Dina contou a historia do giganteAstaroth, que era áquelle que roncava, produ-zindo o ruido de onça, de elephante, de for-miga, etc,

Então—disse Ilernani — teu boneca gi-gante é maior de que o cavallo que papai vaime trazer ?

Muito, muitíssimo maior — respondeuDina, com convicção.

Dc repente os dous irmãosinhos viramsahir fumaça do cachimbo e das narinas dafigura, que agora estava rindo. Num instante

ram envolvidos pela fumaça, que ameaçavasuffocal-os.

Apavorados, tomados de desespero, come-çaram a gritar. Como estavam a grande altura não podiamatirar-se porque iriam cahir dentro do vulcão Cotopaxi.Seria o mesmo que cahir na panella nas brazas.

Estavafn para morrer quando ouviram uma voz queDina reconheceu como sendo a do gigante Astaroth.

A voz dizia:— Não tenham medo—esse susto serviu-lhes de liçSo

para que outra vez sejam mais pontuaes. Lembra-te, DinaJe que a esta hora eu precisava do cachimbo para fumar ae?queceste meu pedide

m.. Era .1 fada da Floresta

Page 7: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

O TICO-TICO

Estou fumando, como vocôs estão vendo, e esta é aultima baforada. .

Daiü a pouco acabou a fumaça, o cachimbo desappa-receu ; Dina e Hernani acharam-se sentados sobre a mãodo gigante Astharoth.

O gigante caminhou ainda muito, levando-os na palma

da Floresta recebeu com muitos carinhos Dina e Hernani,deu-lhes muitos conselhos.mostrou-lhesmuitasmaravilhasepor fim,na despedida,recommendou-lhes que para o futurorespeitassem as promessas e as regras da pontualidade,senão o gigante Astaroth deixaria de lbes querer bem eos castigada..

O gigante Astarroth apresentou os amiguinhos a fada da floresta

Hernani e Dina, reconhecidos, prometteam seguir osconselhos da fada e . acordaram.

Tinham aJormecldo no quintal á espera de papai emamai—que ainda não haviam voltado da cidade.

da r.-.í" depois cn.rou num rio muito fundo e caudaloso,j. lhe chegava quasi á cintura.

Na outra margem, cercada por espessa floresta de arvo-res seculares Hernani e Dina viram uma linda moça, que osava. , ,' «.«_j a— Vcu agora ap meus amiguinhos a rada aa

io á outra margem,» gentil Fada M\x Yantok

FELICITAÇÕEStou oito annos dc edade no dia bdo corrente, a

alina Klac>. rupi'la da Exm»i fará. D. Libaniata leitora J"o Ticol¦

os (oram os abraços c brinquedos que recebeu a'e. ...

— Festejou seu an talião no dia ) do cor-nossa atniguinha e constante leitora d'0 Tico Tico,

¦', filha do Sr. João Vasqucz, capitalista deraça. „

- pregenitore;paracommemorarem essa data.oficre-miguinhas de Edith uma festa infantil e encanta-

—/, lenevtdes, gentil e intelligente leitora d c, fez ani: l do presente mez.

A's muitas fel - que recebeu Annita, juntamost votos de felicidade». " .

—Completou no dia 3 do corrente as suas sete prima-^atante Nicia Barbosa da Silva.

P\%^ JPVeja sd, coiíadinho! Priva-

ram-n'o da

PIÍOSPH ATINE FALIÈRES

Page 8: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

O TICO-TICO 8uO SR. X" E SUA PAGINA

UM LUCTADOR INVENCÍVELAqui têm vocês um lutador sem pernas, Hercules, que

ros foi apresentado ha dias. E', no entanto, um grande luta-dc r inven. ivel por qualquer outro e desafiamos quem oc< ;siga deitar por terra.

nariz, os olhos, pestanas, sobrancelhas e, finalmente,os ca-bellos e braços do lutador, vestido com algumas pincela-das cuidadosamente dadas, em sentido transversal.

Assim terão um lutador prompto para a luta a quem

\___-__3-_d4a__*-'''- _*>. /

Interior do ovo

/yik

ht%

Hercules, o lutador

Este lutador faz-se com um ovo, um ovo cuidadosa-mente esvaziado. Por um orifício praticado na extremidademais grossa, deita-se cera raspada; em seguida alguns¦r ¦_ dc chumbo. Feito isto aquece-se a extremidade me-

O boneco pro:npto

ninguém conseguirá deitar por terra.Um trabalho ainda mais interessante é um boneco

feito com um lenço.Todos vocês têm um d'csses objectos, mormente nesta

~~_fSr

\ /1 (i ;' N _:[/

^

ly ^ \\\|prompto para dansar o

Cak-Walk...

Tomem um lenço e dêem um nó emcada canto...

_^_m^__

"_

vie Jazer mil outras

diabruras.do ovo na chamma de uma vela, afim dc fundir a cera

<e prender o chumbo. Depois colloca-se sobre o orifíciocabeça-csculpida numa rolha.

cri algumas pennadas, faça-se o bigode, a bocea, o

Façam um quinto nô no meio de um dos lados eenrrolemjorlemcn t os dous nós de baixo

LUliJ-ilMllir

Cinema II ADIjOII. LOBORUA HADDOCK LOBO N. 20

O melhor iíairroc o que mais com-modidade ofícrece ás Mxrr.as. Famílias.

Entçada gratui ariças até 10 anno-, iquando acom-

panhadas por adulto.

í

estação, em que as constipações s3o muito freqüentes.Gomo vimos, a construcção acima, n3o carece de ex-

plicação alguma, basta acompanharem as gravuras, exceu-tando o que indicam as legei.

A Emulsào de Scott£' um alimento concentradoeniinentt.mente--;digerive! quenutre e fortifica*-* pessoas de-bilitadas, qualquer que seja acausa, tanto nas estações demuito calor como n^ mezesfrescos-do anno. ^

E.rija-Je sempre a "Marcaio Homem com o Tiacalfjau újCajtuj."

Page 9: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

9 O TICO-TICO

LEITORES ^ AMIGOS

#"^Jj Custodinha c Tonho, filhos do Sr. co- filSIfy roncl Raymundo Custodio, proprie- V^ f ./111 tario do seringal Amapá,no rio Yaco, '¦

Alto Purús

m HKB10 , ... ^iJ BhI «9 Jorge Salathé, de -1 annosHenrySalathé com 5 n- de edade, residente cmnos de edade morador Lucernc-Suissa

em Luce-rne—SuissaM j

SH He^B B-^

*«*!T» Reno e Anor Aguiar, mora- Miguel Romulo Badaró BisiHfj^fc. LM dores em Campinas Cestaiini ti W^aPTTL

' fi

i* - V, .

j/Lm), O galante n-i-ino Pi:dro valente _Tir3 ^JBàmkmi evelista, que hentem compic- ^*5jw(HrMTmwt knl rnais um anno de travc~ ¦Sm^I

i Estevcs dos Reis, mo-xadora cm Faria Lemos

O galante n*iino Piídro valentecycüsta, que hentem compic-tou mais um anno de travessaexistência e entende de auto-movei como gente grande

Lauro Silva, 4 annos, filhodoSr.M. C. Dias da Silva,commerciante cm VillaNova—Sergipe

Page 10: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

O TICO-TICO (O

BRINQUEDOS PARÁ QS DIAS DE CHUVA

Cartas y

.-. m\i.I ./ JU \* '

¦v..! '5. '—^

7 * -C#-^'.«A V A

¦-¦- ¦ ¦ ¦-

Voadoras

r%í,

*'_

0

yV1

;_«J_I.—

UMA CARRAPETA COLORIDA

Com um alfinete ou com a ponta de uma tesoura,façam um pequeno orifício no meio de uma carta, intro-duzam nesse orifício a ponta de um phosphoro e terão

. destarte a carrapeta que vcem em 1 - E se os pontos dacarta estiverem para cima olhem pois parecerão supper-postos. Se se tratar dc uma figura, verão em logar d'esta

ufa serie de círculos coloridos.Para tornar a carrapeta mais solida será bom por um pouco de cera

err. torno do orifício por onde passa o phosphoro.

A CARRAPETA QUE SALTA

Torneai a carrapeta entre o indicador e o pollegar e imprimam-lhenm movimen.j giratório; mas nessa oceasião deixem-n'a cahir sobre ocabo e não sobre a ponta, como vêem em 2. Ella dará um grande sa.to e

l

A CARRAPETA VOADORA

A.,* . . acarrapea girar sobre uma meza ou assoalho,A lig. 3 nv istra o que é precizo fazer para conse-

gu r isso E' ba.tamc dobrar a caria segundo as linhas pontuadas, mastendo o cuidado de levantar os cantos v e 3 e. baixar os cantos x e r, Assim

ansformarão a cart.i elice a-rca, façam-n a girar comoque ella se eleva nos ares, sempre girando.

MACHINA PARA FAZER VOAR AS CARTAS

ipcta ertre os dedos, aquifem um »V-- ' i,ldica a fig. 4 a carta naoe mais a'- >poru_r e ter doiys oiificios um,redondo/ um pouco maior .eiro de um lápis commura e uma fenda g;finalmente, dobra- quatro cintos da carta, como ha pod'estavez'r e k ,em «r abaisa _ar.a não deve girar a? .d coi

t nelle ei.complc- . como -.O fundodp lapi ..--etc! de alguns cemA base do carretei se «*« ° i;::

no alto do cirretel c e perto de orifício, mas cor-tando

"p. mera ago:

o orifício /enitorno d,

.A carta partKi

____

yffgmtf, fffPffi? "•» *m* "l* Í* O "51 ^ _.

''**H»-

Page 11: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

\

AS A VENTURAS DO CHÈQUÊNHO Por causa do Jagunço (CONTINUAÇÃO)

Ir —-^U..,.^ ^—V~- Xl IV'u

inMantcmovei..

2) .. .e boiava com as rodas para cima. Chiquinho vendo-se tão perto de seu fiel0^„tt?WpriSf?S °.pp^ím«dí

«írodXq^Lw» do auto- amigo L teve um momento de hesLção, abriu a carrocinha. Jagunço immediatamenteSílIUU . • M-trtTin— 1

-'ogar enxuto e serrrH^ olharem para3). . .pulou para a agua e, como sabe nadar perfeitamente e estava desconfiado com os 4) Chegaram antes de todos aiguardas civis,/ tratou de fugir, levando Chiquinho agarrado ao rescoço. correr..,

traz sahiram

Page 12: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

12 O REI INVULNERÁVEL O TICO-TICO

l) O príncipe Sérgio foi, um dia, eleito reide um pequeno paiz, onde havia mais de15annos todos os soberanos eram victimadospor assassinos revolucionários.

2) Entretanto, era sabido que, nesse paiz, osoberano t nha a seu serviço numerososguardas e policiaes secretos, que o cercavamconstantemente e...

3).. .tomava taes precauções que não comiacousa alguma sem que primeiramente o cozi-nheiro provasse os alimentos, para provar queelles não continham veneno.

4) Pois apezar d'isso todos os soberanos pe-reciam tragicamente assassinados pelos revolu-cionarios, que zombavam de todas as precau-ções. Sérgio era corajoso.. .

5)... e, subindo ao throno, começou por dis-pensar todos os guardas e policiaes secretos, deque seus antecessores se cercavam c resolveuviver sem cuidados...

li). ..como um cidadão qualquer. Atesahia pelas ruas a passeiar, absolutamentesò, sem ordenanças nem ajudantes de or-dens, causando espanto a toda a gente.

7; Os revolucionários e anarchistas, nãocomprehendendo aquella dtspreoccupaçãoheróica, julgaram que o novo rei tinha ai-guma armadilha preparada, e não se atre-veram a atacal-o

8) Mas os funecionarios da policia secreta,que tinham ficado sem emprego, com a re-solução dc Sérgio, planejaram um meio derehaver seus postos. Para isso um d elles...

0).. .contractou trez bandidos e encarregou-o-de atacar, mo rei, para obrigai -o a tomar p--ecauçó-sou matal-o, para que seu succe.sor restabelecessea policia secreta."^

íft« - —^ WÈLWp* 1

10) Um dos bandidos resolveu atacar o joven 11) Entretanto,Sérgio, que de nada sabia,con-rei, a punhal; outro comprometteu-se a dar-lhe tinuava a andar livremente por toda a parte,um tiro e o le-cçiro jurou que havia de enve- como se r.ão julgasse sua vida em perigo. Umnenal-o. dia, passeiando nas montanhas...

12). .cios arredores de,sua capital, divef'tia-se em observar sua sombra, que se d-5'tacava nitidamente na encosta dc uma mo"'tanha fronteira,. „,,

(Conclue n.i pagina seguinn-

_

Page 13: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

O TICO-TICO O REI INVULNERÁVEL, (conclusão) 13

13)...quando delle se approximou, péante pé, o primeiro bandido, que ergueu opunhal para feril-o ; mas o rei viu appare-cer o vulto ameaçador, junto de sua som-bra

14) ...e deu um salto para o lado. O bandido,impellido pela força com que vinha, rolou noprecipício, que havia ao lado e cahindo sobre opunhal morreu logo. Alguns camponezes, queviram a scer_ de longe

15) .. .começaram a dizer que aquiilo eramilagre, que o próprio punhal se voltara namão do assassino para castigal-o. Dias de-pois estava Sérgio em seu palácio, com asjanellas abertas, sentado.

1(5) deante de um espelho, quando pas-sou na rua o segundo bandido, que seapproximou para dar-lhe um tiro. Mas obandido enganou-se coma figura do reireflectida no espelho. Foi para ella...

17) .. .que fez pontaria. O tiro partiu o espe-Iho e os cacos saltando nos olhos do bandidocegaram-no. Quando o povo correu para ver deque se tratava encontrou o joven rei incólume eo bandido cego,sem saber como.

18) Então ainda mais o povo acreditou queSérgio tinha um encanto, que'o livrava dequalquer ataque, tornava-o invulnerável evoltava todo u mal para aquelles que o ata-cavam.

Cr Wl ^_J/rV^Tí\ _#_J

. A' vista d'isso os anarchistas ficaramjjjo impressionados que resolveram partir'•'aquelle paiz c trataram logo da viagem.

20) Entretanto o terceiro bandido resol-veu tentar ainda o veneno; pagou ao co-zinheiro do palácio para collocar em umaomeletle grande dose de arsênico.

21. ...maso rei comeu com toda a calma aomeletle e ficou muito tranquillo, sem sentir malalgum. E'qu . o medico do principe, para pre-venir qualquer traição...

acreditaram no que dizia o povo e, jul-trando'que o mal.tentado contra o reí.ia se voltarcontra elles.cahiram de joe.hos.pedindo perdão.

er^oVd^íidoir^i^hdro.Vue O rei então declarou ^

~ P^oava, para quenao sabiam disso, ao vel-o impassível... elles pudessem dar testemunho de que naohavia...

do""~) acostumára o rei a tomar veneno emessses c*da vez maiores, de modo queem venÇno já não produzia efTeito algum

24) meio de assassinal-o. O facto foi muitocommentado e,tornando-se geral a crença de queSergto era invulnerável, nunca mais houve ten-tativa de assassinato contra elle

Page 14: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

TICO-TICO14^ ^ ZE MACACO 0_

1) As risadas por demais estrondosas, e as cambalhotas do Zé 2) Zé Macaco, que não é de cera, não supportou a desconside-Macaco e família não podiam por mais tempo passar sem um protesto ração do homemsinho fardado, e subindo-lhe a mosca ao narizdo publico. atirou-se ao guarda, seguindo-se o conseqüente rolo, apitos, pança-

EÉfectivamente interveiu um guardado Cinema, que em tom daria, desmaios, etc, etc.áspero chamou Zé Macaco á ordem.

i—wts—;—ir ~%~ s\ ~^w fi/u j^-. ^z~- ^v7

_1_ O-

e 3) ;"..'.!'.'.'.'.'.' • • ¦

—>j —

4. O fon-fon do automóvel policial, phantasma vermelho ou viuva alegre, na gyria popular, veiu pôr termo ao formidável connicto.

U Macaco e imiíiadnham ficado em estado deplorável e foram apreciar a ultima fita no xadrez do pr.me.ro posto polic.al.

Page 15: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

17 O TICO-TICO

viv4 nriF rmnVTTk ATT extravagâncias de um gaiato!^¦-^1 JICK IiNDALL PORYANTOK fê>

(Continuação)

m

'\\ \ <r^^yy^'- ,;-wá.~ .@í7i-- A^vf

:::;—Jick nunca havia visto um bicho tão gordo e quizpejal-O, mas não conseguiu porque o tal bicho fugiu, le-vando nos dentes a grammatica chineza -Ainda assim,Jick conseguiu agarrar-se á sua cauda c.como tinha tr.uruc...

""^S -^:;^ Wí^El'34—sub^—^u-o, arrebatando-lhe a grammatica—Abriu

o livro até encontrar a gravura parecida com o bicho e viuque este se chamava: porco — E' assim que se aprendegeometria I

33—0 porco foi amarrado a um páu do palacete, masa . rrimeiro arranco lá se foi elle, carregando o castelloencantado de Jick Tjndall. Que pena 1 Um palacete tao so-lido ! Tão elegante I

$*" I—— r '

36—0 porco merecia um castigo e Jick. que gostava depresunto armou-se de um serrote feito com a dentadura deum jacaré c achou um meio de comer presunto sem mataio porco...

371 ...Deixara apenas a metade do p;r:o. Assimfiei; aproveitou-o para apanhar sem se abaixar. O po.-

Co servia-lhe de fonte... de caixa d"agua de bomba r.Bca ..

TO P\_ JNJAUT0-T>0P.CO • l|; '' V-^-ira--

3S) ...e graças a uma construcção especial serviu-lhetambem de carrinho auto-porco. A.' falta de gazolina o

rporco era movido a banha, que tinha bastante paragastar.

Page 16: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

o nco-Tico is

30) Só faltava montar no auloporco e Jiclt não perdeutão bella occasião e fez-se chaufjeur, atropelando vintebichos por minuto e servindo-se de uma orelha do porcopara buzina.

^_§p|fe^oJW

IPExaminaremos os seguintes tra-

balhos, recebidos durante a ulti-ma semana :"

Contos, vuitsos e df.scripções :— Sonho Presagiador, ArlindoMariz Carcia; Para velhaco, ve-lhaco e meio (traducção), HeraldoBarbosa; O irmão e a irmã. Ar-mando Diniz; Em acrostico, IIoI-slein de Séllos; Zé Macaco, JoséMaurício Vianna, Bondade deLuiz VX (traducção), ArmandoDiniz; Manhã de Primavera,Maria

de Lourdes Campos; A Jada da floresta, Haydée CardosoA princeza Vara, Nadyr Martins Cardoso; Não julgues opróximo pelas apparenaas (traducção), OswalJo Silva;Pmijjmilia matuta na cidade, João da Silva Coelho; (>¦¦pássaros. Philemont Amador; Ao Tico-Tico, Maria I.our-des dos Santos e Com Cara de Tola, de Antonio Augusto.

Desenhos de : — Ataulpho Soler, Carlos Nascentes Ti-noco, Nestor de Araujo, Maria de Lourdes dos Santos, Al-fredo de Almeida Soares, Maria Lourdes Campos, CésarAlmeida Campos, Adaucto C. Branco Vieira. Floriano Le-mos Guimarães, Armando Diniz c Walter Cordeiro da Rocha

Perguntas para concursos de : — Mario Ferreira di -.Santos, Maria Lourdes dos Santos, Diogenes dc Castro liacellos, Maria II. Corrêa, João da Silva Coelho, José Mcnde-,Josepha SUibin, Stella Barreto, Celina, Victorino Cru/. Pe-reira, Arlindo Mariz (ia: 'en Lorena Briasot.,Aloysio Meyrclles, Bedinba Pereira, Noel Falcão, Gcorgii ¦C. Chaves,Kaymunda Clelia dc Sampaio, 1». Levy da Rocha,Eunice Bai1 >so, Isaura Mattos, Ocmilda I.imaa. CarolinaPrates, José Júlio dc Calasans, Lauro Corrêa de Lei;..Maria Martha Ma.hado, Marina Prado Penteado, ClariCi»Ribeiro, Irene Thierc e Maximianó Gonçalves Paim.

WÍW^K fi. -f "n/-/ T\ -*-3èl ^TO-r

40) Mas como o chaujfeur não estava pratico do cami-nho houve - um encontrão, o auloporco, partiu-se çelòmeio e Jick Tyndil ficou com diversos pneumaticos reben-tados e o motor avariado Precisava construir uma garagepara concertos, com uma pharinacia ao lado.

(Continua)

AVISONo intuito de evitar que sejamos ludibriados, publi-

cando, como já tem acontecido, trabalhos de outrem assi-gnados por creanças, pedimos aos nossos innumerose gen-tis leitores que nos avisem quando tal acontecer, afim deque não publiquemos mais trabalhos assignados pelos iu-fractores d'cste regulamento.

Assim pois, todos os nossos collaboradores ficam, des-de agora, seientes de que os trabalhos enviados só verão aluz da publicidade quando forem de sua inteira autoria.

Não estão incluídas no presente regulamento as tradu-cções, que devem, comtudo, ser feitas pelas creanças queas,assignarem e vir acompanhadas da nota: — traducção.

1'odiuios aos iiii»ii« rollaboradores que, quandotu. «-mi a ri-in Iraliallio* (pergunta*, desenho . tor-sos, eonlos, otr.) o furam nti paprl separado «los ooti-«-ursos o «|iio osorovuui riu um só lado do pupi-l. A<4perguntas dcicm vir nroiupanliadas das resprcliiasSolllo:U-S.

^k=_í^r^., gywpf

Chiquinho e seu fielamigo Juagnço

(Desenho de Seta tiãoi Guimarães. Ke-

cife.

J fi *. • ¦

m

VESTUÁRIOS £ TODOS OS ARTIGOS PARA CREANÇASSORTIMENTO COMPLETO E VARIADO

NA TORRE EIFFEL. ouvidor, 97 e 99

Page 17: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

O TICO-TICO

Copos de... pap<II (JStíí

PPÊL Copos de... papelão „ 7II

? ^w <^ í i^ ~~~ ~~~ 6

C______t= r/ |., ;4 |'¦

f (Jç WW '#

!¦¦ ^**^ _______]

N^_ '/.'^

\ I

. V ,#i¦ i

_W^-___-*t®£ ___^r7~^"^--^--_»_.

Possuir copos e pratos de papelão, de maneira a não poderem ser partidosp;los creados, parece um sonho I... No emtanto, fornecemos hoje aos nossos amiguinhos alguns modelos, que poderão ser de grande utilidade.

Como em todos os nossos trabalhos, a primeira operação consiste cm collar sobreuma folha de papelão as figuras desenhadas nesta pagina; não todas ellas (pois as

que são numeradas de 1 a 8 não passam de modelos para o que vamos fabricai), masunicamente as figuras A B C D e E.

A figura A deve ser decalcada em duplo; e com elementos muito simples poderão reproduzir suecessivamente uma garrafa (fig. 1J, um copo de pé (fig. 2), outrode pé curto (fig. 3). um funil (fig. 4), uma leiteira (fig. 5), uma chicara (fig, 6), uniduplo centro de mesa (fig.

~) e um vaso de flores (fig. 8).

Com o pedaço de papelão A yc pedaços semelhantes) obterão, com effeito, col- f.lando a parte cm branco sob a parte opposta, um funil, que mais ou menos largo,

á vontade, constituirá a parte superior de todos os objectos que acabamos de etiu-

merar.O supportc do vaso ou do centro de mesa será feito com os pedaços B, C ou D,

que sa arredondarão em tubos, collando a parte em branco sob o bordo opposto.Finalmente a base dos differentes objectos será constituida por um funil da

papclfiO, semelhante á fig- A ou simplesmente de um disco de papelão liso.

•: w-.-K- «:tf^^^"^>

Page 18: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

O TICO-TICO 20

_ffT__»-\_ _!-.'-i__ ; -^v^ft-K -í__M_T *«/_» »vA___" otaÉ__i^<s»»_____i__>____E -"-_¦ •---•'-_;G^lE£?^__ffl W^__i?IM___WaJfeiV'; síM

resul-

-10 annos

RESULTADO DO CONCURSON. 513

Cm rapai subiu a uma la-ranjeira que tinha certo nu-mero de laranjas. AO descernão deixou laranjas e nem co-meu laranjas. Xo chão nãojoiencontrada nem uma laranja.

Quantas laranjas comeu elle e quantas deixou na ar-vore r

Em responder á pergunta acima consistia o concursoD. 513. Embora fosse muito animado, apenas i.iil leitoresacertaram coma solução verdadeira. __

Al<_ns leitores diziam que a laranjeira tinha cem la-ramas

"sem com s); outros afiirmavam que o rapaz nada

havia comido nem levado, porque a laranjeira nao tinhanenhuma laranja. .

Os que responderam que «havia duas laranjas e que orapaz comera uma e deixara outra c que, portanto, nao co-mera laranjas e, sim.laranjn. e não deixara laranjas,- foramos que acenaram e concorreram ao sorteio, cuj-tado foi o seguinte :

!¦ prêmio—IMaria 'l^oeha

residente no Alto da Bòa Vista, Tijuca—Capital-de edade.

2- prêmio—1055.Luiz Coelho Alves da Silva

de 12 annos de cdade.morador cm Bezerros, Pernambuco.

Enviaram-nos soluções :Victor de Mello, Raphacl de Azambuja Rutter, Cclita

Pontes, Archimedos de Lima Camara.Debqra Washington.Nelson Vasconcellos Almeida. Max Augusto DoerzopIl.Ma-ximiana Ferreira dV.lmeida, Dario V. Alves, BolestarvaFrvlin", Euclydes Xavier dos Santos. Jandyra Rocha Pinto,Helena de Oliveira Adams, Florinda Musa Escobar Cleliada Cesta e Silva, Humberto dc Barros Ferreira, AnnibalFernandes da Costa, José Maria da Costa Junior, Olga dcMesauita, Sylvio Fontes, ibrahim dc Mello, Antônio Itelho de Araujo, Paulo dc Azevedo, \.< l«a Dulce Mariettade Araujo Jorge, Alice Faria, 11 ira, Jofè ter-reira Pacheco, Oswaldo da Silva Barbosa, t.ui.hermeGreifo, Laudelina Graça, Helena G. Supücy, Noemi An-dres, Custodio da Fonseca, Maria José Lemgruber. JuciDiasdc Figueiredo, Martha do_ Santos Abreu, \\ aahtngtonWalfrido do Nascimento, Jayme F. Lima, Antônio da6iiva Barros, Maria Isabel S. da Silua Pinto, IracemaRosa, Oscalino Pinho. Maria Jorge. Mana Cândida Fer-reira, Nénzinha Mona, Erico Moita, Joé Motta, WaldoMotta, |osé Maciel, Joaquim Naegele. Hylda Hcrvans de

Zelia Silva, Antônio de Mello Alvarenga, AlbinaFernandes da Costa, Praxedes Brederodes de MendonçaV. Filho. Antônio Lulx Go Belmonte dosSantos, Luiz Cardicrc Netto, Ruth Sá Freire, José li: M.Noegcle, Maria Rocha, Edith Barbosa, Octadiio Pinto daCosta, Helena Monat, Vera Barbosa, Geozil Alvim, (.arlosFernandes, Clcveland de Souza Lima, J ¦.: ¦) lernandesBraga, AdaMurv Netto, Possidonio Botelho Pereira. Kc-niildo Ribeirode Queiroga, Brivaldo RibciCO dc Queiroga,FeiixVieira Cordeiro dc 11., I._ arecz, Luiz CochoAlves d>» Silva. Iramaya F. Mattos.Sicllita Freitas Barbosa,Moacyr Maciel de Paiva, Jurandyr Maciel de Paiva, Anto-iio Muna Velloso. Holophernes Ferreira,Nida B. da Silva,Amalia de Souza, Mario Lima c Silva, Maria do Carmo Dias

Leal, Donguinha Dias Leal, Homero Dias Leal, FilhoteDiasLeal, Ormindo da Rocha Santos. Luiz d'Avellar Drummond,Alarico Fonseca. Diva Souza Fialho, Almanzcn de SouzaFialho, Luiz F. Barata, José Maria Pinto Ribeiro, Escholas-tica da Conceição, Jeronvmo Monteiro. Estado Corrêa deSá Bcnevides, Lydia dos Santos, Abigailde Barros*.OctacilioTomanick, Paulo Lima, Adaucto de Assis, José Alvares No-gucira José de Sylos Cintra, Antonia de Araujo e Silva,Antônio Carcia Bento, Maria JoséPcrcz de Araujo, F.Braga,Benedicto Pinheiro dc Lima, Alba Fonseca. Cid Prado,<í-i Iherme Pcnfold Junior, Abilio Branco, Armando S. Di-niz 0<_ofrcdo Borges Gonçalves, Mario dos Santos, Manodc Oliveira Brandão, Noel Falcão. Aladym Condeixa dcAzevedo. Dinah Corrêa. Arlindo Mariz Garcia, GilbertoCama. Maria José da Rocha. Horado M. Raymundo, Deo-dato V. Muniz, Nestor de Araujo, Francisco Cavalcanti deAlbu -Agenor Senna, Scevola Senna Filho, AntônioGuerra Pinto Coelho, Maria da C. Fragoso, Odilia VieiraSalazar Paulo Alves d- Azevedo, Renato Besouchet, Hen-rique Gonçalves de Andrade Silva, Clara Alda Costa, Her-cilia G. Andrade Silva. João Watson Dias. Wanda dasChagas Leite. Ruth dc Mello Alvim. Manuel Braga, EzildaGomes Aracv Salles de Oliveira, Lino Lisboa de Almeida,Juvenal Pedrõsode Camargo, Carmelita d. Souza Leal,Nelson Delduquc, Vicente dc Carvalho. Antônio Mana Ki-cardo José Arruda de Souza.Thereza Gomes Pereira, Hay-décLefevre, Waldemar S. Queiroz de Barros, Alberto daCunha Pitta Junior, Luiz Loureiro da Cur.ha e vários ou-tres, cujos nomes a fukawie espaço nos obriga a retirar.

RESULTADO DO CONCURSO N. 556

RESPOSTAS 1[¦ - Opala-pala2 — Amora-aroma:;¦ — Azevedo-azedo

\ -Cancllapanella5 - Jararacac — Franca-FrançaTeve animação considerável o concurso, cujo sorteio

de0 com -0- a seguinte distribuição de prêmios :l" prêmio — I04f

Cleveland de S. Limacom 14 de annos de cdade.morador cm Imbetiba—Macahé.

2- prêmio — I'Ffoberto dataldo

12 annos, morador ncsia Capital á rua Aristides Lobo n.'.i7

Enviaram-nos soluções os leitores seguintes:lomes, Consuelo P. Jorge, Anísio Miranda,

Mario de Sampaio, Silvino Faria Filt-O, Maria Augustalerme Pcnfold, Arnaldo Pereira de Souza,

0 Alves de Azevedo. Maria das Dores Ferreira, Mariade Lourdes BarM b Gonçah 1 Helena de

tro Iramava Mattos, Djalma de Albuiucrque. Maidad0 iedes Martins dos Santos. Mana MarquesCayrcs. Raulino Dias, Antônio Martins do \ alie. Elvira daSilva Barbosa. Vicente dc Carvalho. Fernando MachadoVillela Pedro dc Azevedo Almeida, llaydcc Hamilton Ku-

lia M. Ccmplido, João Malfítano, Mano CornaI iir.a Laura Rosauro de Almeida, Nelson Delduque, New-1 >n Sampaio. Maria dos D_rcs dc Carvalho, Lcanidia Lopesda Silvai Amilcar Vian.ia Martins, Estellita de Azevedo.Clapso Gonzaga. José da Rocha Martins, René Ignacio.João Ferreira dc Macedo, Mariasinha Fernandes da CosiaMattos, Oswaldo Fernandes Braga, Haydée Cardoso, Nadyr

Page 19: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

21 O 1 ICO-TICOMartins Cardoso, Antônio Henrique Mattos Leal, AlfredinaFernandes da Costa Mattos, Mario dc Oliveira Brandão,Rosa LepestensCarollo, Helena de Ávila Machado, Mariado Carmo Dias Leal, Donguinha Dias Leal. Homero DiasLeal, Filhote Dias Leal, Carmen Silva, Olavo Leal Arnaut,Annita Bastos,'Olga da Rocha Santos, Archimedes Pereiiade Amorim, Saturnino de O. Ferreira, Ary Catunda Santos,Henrique Silva, José Marques de Oliveira, Paulo Lima,Elza Nogueira da Gama, Almerinda Athayde, Dijanira He-redia, Francisco Peixoto Assimas, Alba Fonseca, Carlos deSouza, Guilherme de Souza Bastos, Iracema Marcondes,Melita Schweitzer, Ncra Barbosa, Angelina Braga Araujo,Celina Pontes, Francisco Gomes Cruz, Waldemar de PaulaRibeiro, Pedro Lopes da Fonseca, Iracema Rosa, AbigailMaria Goulart, Maria Antônio, Tilandizia Sócrates. Elcono-ra M. Houson, Luiz Gonzaga Bicalho, Joaquim Vianna, Luizde Mello Alvarenga, Ferdinand Domingo, Celeste Rezendeda Silva, Wanda Dias de Figueiredo, L. de Oliveira Motta,Maria A. Souza, Romeu Braga, Stella de Mello Barreito,Zeca Cerqueira. Vivico Fausto de Sousa, Laura MariettaRey, Floriano Salvaterra Dutra, Jurema de Macedo. José.!e Castro Menezes, eugenia Tinoco, Arlindo Mariz Garcia,José Agenor Passos Moreira, Lúcia Lopes de Almeida,Deosiana A. Pinheiro, Nephtalina Silva Flovão, AdelaideMonteiro, Helena de O. Adams, Nilo Gracindo de Sá, Ire-ne Americano, Mercedes Christo, Vicente Barone, HelenaMonat, Antônio Garcia Bento, Hilda Magalhães Figueira,Ma ia Antoniettà Pinto, Maximiano Gonçalves Paim,João da Silva Coelho, Floriano Lemos Guimarães, EuricoPereira da Silva Pinto, Ermelinda de Araujo, Cezar Augus-ta Cataldo, Theoerito Teixeira de Miranda, Hugos deCastro, Luiz Fernandes Barata, Wilson Pinto Ribeiro,Nestor de Arau''o Nóél Falcão, José da Fonseca Rangel

Junior, Jayme da Gama Filgueiras Lima, Ataulpho Soler,Oswaldo D, Gomes, Ary Costa Lobo, Plinio Pereira, MariadCMagalhães Furtado, Pio Ribeiro de Campos, Clara deMagalhães Pacheco, Cândido da Neves, Dulce Baptista,Aurelia Martins, Noemia Lyra da Silva, Alda Gonçalves,Gilberto de Macedo Soares, Salvador da Pátria Brazileira,Albertino Carneiro, Armando S. Brita, Aurora Nunes, Elvi-ra Martins Ribeiro, Jurema Serzedello, Waldemar Cândidodo Sacramento, Ibrahim Mello, Julieta Moraes, EduardinhoPrates, Emílio de Souza Vianna, Álvaro dAvila B. Mello,Juliana Duarte Nunes, Plinio Pereira, Carolina Prates, Ju-dith Barata, Aloysio Guilherme da Silva, Antônio Coelhoda Costa Guedes, Aristeu Machado, Sylvia Andrade de Ma-galhães Gomes, José da Silva Ramalho, Jandyra Theoto-nio Silva, Martha Duarte de Vasconcellos, Carlos José daSilva, Stella Garcia da Silva, Zoraido Lima, Dulce JacyMonteiro Soudermann. Dolores Barbosa, Olinda Pinto daMotta, Francisco da Costa Maia, Aracy Rangel, Aura Silva,Emilio Maia Vianna, Graciema Antunes, Antônio RipperdeFreitas, Maria Apparecida, Stepple da Silva, Zely FabricioSilva, Agenor Belmonte dos Santos, Cario:; Wrencher, An-tonio Guerra Pinto Coelho, Argemiro Torres, José N. deCarvalho, Eduardo do E. Santo, Victorino Lopes Sampaio.Lydia dos Santos, Raphael Corrêa Logullo. Agostinho Ro-drigues, Maria do Carmo Peixoto, Edméa Machado, CelinaKuchembuck. Orlando Mares Guia, Moacyr de Gouvéa, Cie-veland de S. Lima, Maria Luiza do Oliveira, João DolbethLucas, Holophernes Ferreira, Armando Diniz. Edelvira Mo-raes, Henrique Carvalho, Ernesto da Cunha Velloso, RacheldaRocha Lamenhe, Olga Keunorthy, Lauro Corrêa de Lemos,Marianna Kopke Fróes, Roberto Cataldo, Magnolia Ferrei-ra Gomes, Maria da Gloria Corrêa, Antônio da Silva Barros,Alice Brandão da Silva e outros.

CONCURSO N. 5.1

PARA OS LEITORES DE TODOS OS ESTADOS E D'ESTA C-TITAL

Deve-se começar recortando, cuidadosamente osclrcu-que eslão nesta pagina; a dilTiculdade esti agora, cr.i

collal-cs sobre um papel de tíJf""'M_aneira que appareça

uma scena Interessante. Receberemos soluções até odia 4 de Julho, e daremos cor sorteio, dous prêmios deIOS00O.

Page 20: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

O TICO-TICO 22CONCURSO N. 5C2

PARA OS LEITORES DOS ESTADOS PRÓXIMOS E D'ESTA CAPITAL

Perguntas:

I" — Que é que o parafuso tem e os padeiros fazem?(De Maria de Lourdes Barcellos)

2- — Está nos nossos pés, mas c um vaso, se lhe tirarmosa 1* syllaba. N

Que 6 .(Enviada por José Arruda de Souza)

3- — A bebida, quando olha, guarda.Que é.(Pergunta remettida por Maximiano Gonçalves Paim)4' — Qual é a planta que os homens trazem ao pescoço,

quando ella tem a tônica na ultima syllaba?(Maria Antonietta U. de Lyra)

5' — Sc invertermos as syllabas de uma obrigação,vela-hemos transformada em côr.

Que é?(Enviada pela menina Ilaydée Cardoso)

Daremos 2 premies de 10$ cada um, que serão disUi-buidos por sorte entre os leitores que enviarem as respostasâs perguntas acima, acompanhadas do valle n. 5(3., desuas residências, edades e assignaturas. O vale deverá sercollado á margem da solução. Encerramos este concursono dia 23 de Maio.

Como o pobresinho podia comer ou cantar numa lu-gubre prisão?

Passado mais um dia, o gigante voltou e, vendo queelle não cantava, segurou-o pelo pescoço e torceu-lh'o

Mimi deu um grito e morreu .Hoje a floresta é triste ! as flores são murchas.por sen-

tirem falta n'aquelle que as alegrava !Sabem os leitores quem era Mimi ?Era um lindo Tico Tico 1 E o gigante?O gigante era um mau menino que cm vez de ir á es-

cola ia á floresta pegar passarinhos!Aluizio Franca dos Santos.

Os prêmios do TICO-TICOPor intermédio de nossos agentes c cm nosso escripto-

rio, directamente, foram pagos os seguintes prêmios:Theocrilo Teixeira dc Miranda,residente nesta Capital,

á rua do Campinho n. 105, 10$ do concurso n. 551; AuraJoppert da Silva, moradora á rua Darão de Mesquita S07,Capital, 103 do concurso n. £.3; Edgard Machado, resi-dente em Therczopolis, no Hotel Ilygino, 10$ do concursoi . 5.:.'!; Antônio Guerra Pinto Coelho. S. Domingos doPrata—Minas—10S do concurso n . 516; Alfredina da CostaMattos, moradora em l.arbaccna—Minas—10$ do concursoii 517 ; Alda Gonçalves, moradora á Avenida Passos 105—Capital — luS doconcurso n. 519.

AIUI HA TALENTO !MIMI E O GIGANTE

Mimi era feliz I Cantava todos os dias I Um dia clle-seaventurou em uma floresta pouco distante de sua casa;tinha chegado até á entrada d'cssa floresta, mas não . _aventurava ir mais longe por ser a mesma muito escora,Mimi estava mais contente esse dia do qac nos outros. Elleachou os raios do sol tão brilhantes, a sombra tão doce asflores tão bellas I

Perto passava um regato de umaagua pura, crytallina.Mimi abaixou-se para beber, quando se sentiu preso 1Voltou-se e viu que estava nas mãos de um gigante,

cem vezes maior de que elle. Mimi não era maior do que odedo do gigante. Foi então posto em um sacco. O pobre-sinho debatia-se para poder sahir, mas em vão ! O gigantecom isso ria-se a bom rirc pelo caminho inteiro dizia.

— Pensas que podes fugir ? Aqui estás seguro 1Chegaram afinal a casa do gigante, que era cercada por

um alto muro; a um canto via-se o fogo, e Mimi pensou terchegado seu ultimo momento, pois via sobre o fogo outrasvictimasparecidas com elle, que iam servi., certamente, dejantar ao gigante. Este não o matou, mas collocou-o emuma prisão de grades de ferro, deu-lhe um pouco d'agua,migalhas dc pão secco e deixon-o em paz, No dia . eguinleo gigante veiu velo c vendo o pão e a água intactos, in-troduziu á força na bocca dc Mimi um pedaço d'aquellc.

_¦__í^*6íJ_*^/j»v-t_

''xCfitzF'

Se todos tivessem a expsriencia, a pratica c o talento queeu—Manuel Piriquito dos AnzOcsFurtado—tenho, não haveria porcerto sobre a terra um tuber-culoso sequer. Corto os malespela raiz. Por exemplo: appa-re_ _ uma tosse e, záz ! faço usodo BROMIL; immediatamenter curado. E eis como se fogedas ganas da tuberculose.

Olliai para o futuro de vossos filhosDai-lhes Morrhuiua (principio activo do oleo d_liHado dc bacalhau; de

COELHO BARBOSA & C. ~MA*?$$I^assim os tomareis fortes e livres de muitas

moléstias na juventude

04

__B_,__. __f*__V

/v ¦ »| -agi rtiFSmmWZZm

/ ;_.'_. __f__v__^_______2, r_íkK_^*___^f_ k>_-_._v*?_J__ _^_£r • >...-¦**

PSaiuJ

NAO BEBAS MAIS.este vicio não é mais que a nossa ruína.

E' possivel agora curar . paixão para as bebidas embriagadoras.Cs escravos da embriaguez podem ser livrados d'_sie habito ainda conira a suavontade.

Ttm lido ir. -»(iri chama :e tomar e pipára ftf_bo« os :. ._üe e ptOc.c a^;.-

T-di. u-nl-am na família um ' d • >ARIOSTRA ' - ' abem o Pú Con, eia K

CRATIS •• um «.' _ dcpotiti Ind :_u!i

(rpara ler a uno*U_ »;-

COZA POWDKR Co. 76 Wardour Street - Londres 321Deposito*: ¦— noTOodõ Jan_;ro. Moreno DorliJo * C. rua do OuviJor, 112: Concha*.

eireJo ; Paii.' '.arquei de Olinda,rs . i,"..na-., D.-. II. D. s. Olive ICharca-. 13.1; M._'.ev.Jé_, Surra-o y Ferrua, Recoaqui-la, _..

¦ I

Page 21: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

ROBINSON SUISSO Cl I.VT/A l AÇAl > &/¦'ríiz levou o macaquinho e, chegando ao navio, seu primeiro cuidado

íoi levar o macaco para perto de uma cabra,para lhe dar leite.Depois procurámos também alimento e começámos nosso trabalho porfazer uma vela para nossa embarcação.Depois fizemos um bar- ^arco " era quasi noite quando o ter-

minámos.Içámos a bordo os >nvencionados para avisar minha mulher de

que dormiríamos a bordo.e _..iprcgámos o resto da tarde a trocar as pedrasque tínhamos no barco como lastro por uma carga mais útil.

Carregámos tudo o que nos pareceu bom. A pólvora e o chumbo tive-ram a preferencia; em seguida tomámos todos os utensílios.

Nosso navio, destinado a fundação de uma colônia nos mares do Sul,estava muito carregado de utensílios de toda a qualidade.

Desta vez não esquecemos as facas c colheres.Munimos-nosde grelhas,caldeirões, espetos, panellas, etc. Levámos também presuntos, salchichas e

/ / /¦ z-^^Ts^— .. ¦ _¦¦¦_ ---.a ¦_._¦¦- II ais

¦¦.. I I. ... II i ¦ a-—-. ., ,,._¦¦,

Amarrámos uma barrica de cada lado do corpo do burro

alguns saccos de milho, de trigo e de outros grãos. Levei também algumasmaças c cobertores de lã. Fritz, que nunca achava bastantes as armas,se muniu ainda de duas espingardas e de uma caixa cheia dc sabres, de pu-nhaesc de espadas.

Eu embarquei maisum rolo de vela e corda em grande quantidade. Umfogo brilhante em terra nos socegou sobre a sorte dus nossos queridos; paralhes responder accendemos quatro grandes lanternas,á vista das quaes ellesdispararam dous tiros de espingarda, para nos provar que as tinham visto.

CAPITULO VIUM REBANHO A NADO — O TUBARÃO — SF.GUNDO DESEMBARQUE

0 dia começava apenas a nascer, quando eu subi ao convez, munido deutn excellente óculo, que dirigi para a lenda, tentando vôr meus filhos, em-quanto que Fritz comia as pressas.

Resolvi então levar comnosco o gado. Coinmuni-quei o meu projecto a Fritz, e começámos a procuraro meio de transportar para terra uma vacca, um burro,uma porca, carneiros e cabras. Elle propoz construiruma jangada, mas julguei que seria mais fácil obrigaros animaes a nos seguirem a nado.

Fizemos experiência com um carneiro, ao qualamarrámosdous pedaços de madeira muito leve. Atira-do á água, o pobre animal esperneava como um louco,depois socegou e vimos que elle se sustinha naágua.

Começámos a confeccionar sals-a-vidas para osoutros bichos. Dous barris vasios foram presos aoslados do burro c da varca.

Passámos duas horas a prcparal-os assim.Atirámos depois os animaes a água, tendo tido o

ciidado de prendel-os com cordas para guial-os ncmar.

Descemos para nossa embarcação c partimos embôa ordem.

De repente, ouvi Fritz gritar com voz aguda :Meu pai, estamos perdidos; um peixe enormedirige-se para nós!

Saltamos logo sobre as armas, que felizmente es-tavam carregadas e no mesmo instante vimos passarcom a rapidez do relâmpago, quasi na superfície daágua, um monstruoso tubarão. Fritz fez fogo com tantafelicidade e destreza que attingiu-lhe a cabeça; o ani-mal voltou para a esquerda, c um longo rastro de san-gue provou-nos que estava bem ferido.

Ficámos no emtanto em guarda; Fritz tornou acarregar a espingarda, e eu fiz força de remos; mas oresto da travessia não foi perturbada, e chegámos dc-prensa a um logar em que os nossos animaes tomarampe e ganhámos facilmente a terra. Desembarcámos ccomeçámos a soltar os animae... Eu estava bem in-quieto por não ver meus filhos, porque já era tarde, enão sabia onde os procurar, quando resôou de repenteum grito de alegria e vimo-nos cercados por. elles.

Minha mulher mostrou-se satisfeitíssima.Tínhamos começado a desembarcar nossa carga

quando Jack veiu ao nosso encontro, magestosamentasentado rias costas do burro, entre os dous barris queainda não tínhamos tirado. Approximei-me para oajudar a descer, e reparei pela primeira vez que elletinha um cinto amarelto no qual tinha passado duaspequenas pistolas.

Quem te arranjou isso?Ku mesmo. Olhe também para os cães, meu

querido pai.Reparei então que os nossos dous valentes cães

tinham ao pescoço colleiras da mesma pelle, cheia depregos.

Mas como pudeste confeccionar tudo isto?A pelle do chacal serviu para tudo; eu cortei e

mamai cozeu.Depois, como nada tínhamos preparado para o jan-

tar mandei Fritt buscar um presunto. Meu» filhos todosme olharam admirados; disse-me então minha mulher:

Eu tenho aqui uma dúzia de ovos dc tartaruga—disse minha mulher — se quizeres farei uma fritada.

Como! — exclamei—ovos de tartaruga?Sim — continuou minha mulher — é uma historia

que contarei depois.

10

H__^_____«Í_^1^P -t\\ o

/A\\\ m \ í ^ o«K&S&i __

\V________ " /^___^rT_T_______________-¦7^MáW^z-7y~'

í2KS§fí>_i^--__2è_'

\Sfê^ ____í_r^*^^EElmmmm^LWÊmm^mmWm

Fritz tez Jogo, com tanta 'elwidaáe que o animaivoltou-se logo

E emquanto ella fazia a fritada, nós fomos desem-baraçar os animaes dos salva-vidas.

O porco resistiu tanto, que Fnlz foi buscar os douscães, que o pegaram cada um em uma orelha e o obri-garam a obedecer

Depois sentámo-nos perto do barril de manteiga, ejantámos munidos de colheres, de facas, de garfos e depratos.

CAPITULO VII

MINHA MULHER FAZ UMA NARRAÇÃO —COLLEIRAS DOSCÃES — A BETARDA — OS OVOS DE ÍARTARUGA —

AS ARVORES GIGANTESÇA8

— Fingia estar impaciente por ouvir a minha his-toria, dos ovos de tartaruga — disse minha mulher sor-rindo, e não me deixaste dizer uma palavra toda atarde.

Mas não importa; a palavra . como a água:quanto maior quantidade se guarda,mais depressa correDo primeiro dia de tua ausência não vale a pena faHar.porque nelle não houve nenhuma novidade.

Page 22: A ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00292.pdf · 2012-08-21 · certas substancias dão sempre cham-ma, quando se lhe deita

°íohIOoho

Mas esta manhã, tendo sahido da ten-da muito antes de meus filhos, e tendovisto teu signal, que me causou alegriaextrema, puz-me a pensar em nossa po-sição e nos meios de a melhorar. E'impossível, pensava eu, ficar todo o diasem abrigo, ao sol, nesta praia ardente;vamos antes para esse valle sombrio doqual meu marido e Frilz fizeram nostão bcllas descripções. Emquanto eu re-flectia assim, meus filhos acordaram.Jack, armado com uma faca, que amo-lava de vez em quando na pedra, foipara perto do chacal de Fritz e cortou

y -*—uai

mmmW/A^WÊLf

y^- IKvnf-IÉinl^ Ir illV^se? 9n_fc_>& JBrmm' AM"'ví-H I'_¦_ - TL ií ^ÍBej

01

Jack appareceu sentado sobreo burro

duas largas tiras de pelle das costas,queelle tentava desembaraçar de todas ascarnes. Eu o teria deixado só; mas ouviErnesto gritar :

Oh I — que porcaria IComol—exclamou Jack, onde está

a falta de asseio em fazer duas colleiraspara meus cães r>

Interpuz-me para terminar a contenda,que começava a esquentar-se; censureia repugnância de Ernesto, e ajudei Jack

-___-_.>__^.A.c_>^--r-.^c_e- <__.'<__. T_-__Ç_-C->-','--'--<--><^>

a terminar seu trabalho.porque suas mãos e suas roupas já estavam muito sujas. Quando aa duaa

.irasT.caram bem limpar elle as espetou com uma grande quantidade de pregos pontudos de

cabeças chTtas? depois, tendo cortado um pedaço de lona duas vezes mais largo, appl.cou-o do-

brado sobre às cabeças dos pregos, e pediu-me que cozesse a lona sobre essa pelle in-

Seta Agradeci lhe a honra que me fazia; mas, vendo o embaraço do pobre pequeno, que nao

sabTa como empregar a linha e a agulha que eu lhe tinha dado. tive emfim piedade d elle. e fiz-

lh£ "Q^nío6terminei as duas colleiras, elle me pediu para lhe cozer também uma outra: tira que

des-inára a lhe servir de cinto para guardar as pistolas. Consenti ainda uma vez. e. quando tudo

„coü prompto? eu observei-lheque.seccandn, as colleiras encolheriam. Por isso e aconselhadoror Ernesto Jack as pregou em uma taboa e deixou-as secor ao sol.F

Participei então a minha pequena família meu projecto de excursão, e fo. para elles uma

Brande ale/ria a idéia de fazerem essa viagem antes que seu pai e Frtis voltassem.g

Armamo nos do melhor modo possível; em vez de uma faca de caça levei um machado, e,

acompanhados pelos dous cães, partimos, seguindo, como você fizera ao longo do,no.Conduzidos por Turco, que reconhecia o caminho, chegámos bem depressa ao logar onde

tinham atravessado a agua. Saltando de pedra em pedra. Ernesto depressa chegou ao outro'ade

Vc .comi «em a! pernas mais cuius, seguiu-o mettendo-se na agua quando naoalcançava

as pedras com o pé. em risco de escorregar e beber um trago; quanto a mim.tomei aos hombros

apequena franz e fui o ultimo a passar. . .Encontrámos, como tinham dito. a vegetação adm.ravel do outro lado do no, e, pela pri-

meira vez depois de nosso naufrágio, meu coração se abriu á esperança, ao ver essa soberba

dureza tão rica e tão generosa. Reparei sobretudo em um pequeno bosque, á sombra do qualàuiz repousar um pouco; mas. para lá chegar, fomos obrigados a atravessa.- um campo cheio de

he vaMão a.tas. que pagavam acima da cabeça de nossos filhinhos e tivemos as maiores, d,f.-

culd-des para abrir passagem entre ellas. No emta.ito Jack tinha-se deixado ficar um pouco para.raz quando me voltei para o procurar, vi-o enxugando com a manga da camisa uma das pis-tolas e vi um lenço todo molhado seccando ao sol, no seu hombro. ,__>._;-__

O pobre pequeno, atravessando o rio, tinha molhado tudo quanto trazia nas •¦8-tent*.Emquanto eu ralhava por ter deixado molhar as pistolas, que por felicidade nao estavam

aindaTarregadas, ouvimos um grande ruido, e vimos levantar se de entre as hervas e voar de-

ante de nós um pássaro muito grande. _,;-_, maa i . oOs dous pequenos ciçadores improvisados; estupefactos, preparavam-se para atirar, mas já o

nassaro estava tão longe que o tiro nâo podia mais acertar nelle. .P

Franz pretendia que era uma águia Ernesto porém recordou-lhe que as águias não am-

nham nó chão EntãS todos elles começaram a se lamentar por ter perdido uma tSo bella

PreSi ogo outro pássaro levantou-se ainda do meio das hervas e abriu vôo mesmo deante• denós^

Não pude deixar de rir ao vêr meus pequenos caçadores, ainda u_a ^vcz/"«"'^ Pes^u0 *

oceasião Ernesto chegou a chorar de raiva, e Jack, tirando gravemente o chapéu, saudou o

fugitivo pássaro, dizendo:— Até outra vez, até outra vez, senhor pássaro „i_v_Approximavamo nos do logar de onde elle tinha voado, e Ernesto,

^ "n»d°éu™ i11"^

trrosseiro cheio de ovos quebrados, disse-nos que essa descoberta confirmava a idéa de quefcab-vamos de ver uma betarda. que elle tinha julgado reconhecer pelo ventre branco, as azascór de telha e pelos bigodes que tem no bico. .

Conversando assim, tínhamos chegado ao pequeno bosque. Uma multidão de pássaros de

toda a espécie esvoaçava entre os galhos, e meus filhos voltavam os olhos para todos os lados

com o vivo desejo de caçar alguns; mas as arvores eram tSo altas, que o tiro sem duvida nâo

tCrÍaMas que°arvores, meu amigo I Nunca poderás ver maiores; o que eu tinha tomado por uma

floresta era um grupo de dez a doze arvores maravilhosamente suspensas no ar por fortes esteios

formados de rTizes enormes, que pareciam ter impellido a arvore inteira para fora da terra e

cujo tronco só estava preso no chão por uma raiz collocada no meio e menor que as

°Utra/__* trepou sobre um d^esees esteios, e. com uma corda, tomou a altura, que era de trinta e

trez "pés.

Desde o chão até ao principio dos galhos - ntámos setenta pés e o circulo formadonelas raizes tinha uma circumferencia de quarenta passos.P

Os ramos são numerosos e dfto bôa sombra; a folha é semelhante & da nogueira, mas naome foi possível descobrir nessas arvores frueta alguma.

O terreno todo em redor, é coberto de grama fresca e curta, semeada por pequenos ar-

bustos, o que faz d'esse logar um delicioso sitio para repouso. Achei-o tao a meu gosto que re-

^'sentánTnofna grama perto de um rio e comemos com grande appetite. Nesse rnomento

os nossos cães, que havia um instante tínhamos perdido de vista, vieram para junto de nôs e

.__ <

_^1_____________ ___-E_íâ_à_*w _yli_^B_^_^_^__^_i-^_B_F^^_^^_^_^_r

i f HA \I_w\*l

Arranjámos nossa refeição junto auma barrica

deitaram-se a nossos pés, onde adormeceram, semmostrar desejo de partilhar de nosso jantar.

Depois de termos comido.tomámos o caminhoda tenda; nada vimos de extraordinário P^ami-nho até ao rio; mas ahi reparei que a margem es-

tava coberta de destroços dc_ um\esPenc'£Xcaranguejos, e vi que nossos cães tinham achado"mbem

meios de cuidar do seu sustento pescan-do umas espécies de mariscos dos quaes pare-ciam ser grandes grandes apreciadores.

No emtanto continuávamos a caminhar entreos destroços de barrotes e barris vasios que co-^Se^ííme

Bit, desappareceu por detraz de

um rochedo. Ernesto seguiu-a. e encontrou-aoecupada a desenterrar ovos de tartaruga, que ellacomia com satisfação. ¦ ___,_

Tratámos logo de enxotal-a e conseguimosapanhar pouco mais ou menos uma dúzia; comelles fiz a fritada que acabávamos de comer.

Nesse momento os nossos olhos voltaram-serara o mar c vimos uma vela dirigindo se paranós. Eu não sabia O que pensar. Ernesto aiurmou? ue era nosso bote de tinas; corremos rapidamentepara o rio, atravessamol-o de novo e chegamosa tempo de vel-os de.embarcar.

OfT-Oin»5» lithogrslphioa» d'0 MALHO