A Escolha Profissional .

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11/08/2015 A escolha profissional ... http://www.eduvale.br/colegio/imprimir.php?id_editoria=&id=528 1/2 Orientação vocacional A escolha profissional ... A escolha profissional do adolescente frente às demandas familiares e ao mercado de trabalho atual Escrito por Clarisse Macedo Gonçalves Pereira Resumo: Este artigo trará uma breve e geral explanação sobre a escolha profissional do adolescente frente às demandas familiares e mercado de trabalho atual. Estamos inseridos em uma sociedade com constantes modificações. No que se refere às profissões, deparamonos com um número cada vez mais expressivo, não somente de novas profissões, mas principalmente de novas especializações advindas destas. O grande número de profissões da atualidade impõe ao jovem uma difícil tarefa: a de escolher apenas uma dentre tantas possibilidades igualmente atraentes. Outro aspecto que influencia a escolha dos jovens é a família, essa tem um papel muito importante na hora da escolha. Por fim, vale a pena lembrar que escolher implica, necessariamente, abrir mão de alguma coisa que não foi escolhida. Para tanto é preciso coragem e determinação. E esses atributos não são inatos, são construídos. Portanto, são acessíveis a quem se disponha a conquistálos. Palavraschave: Adolescente, escolha profissional, família, mercado de trabalho. INTRODUÇÃO A adolescência é uma fase da vida que se expressa através da necessidade da afirmação, da insegurança e da esperança com o tornarse adulto. A autora Neves (1979) já comentava a ideia de que a fase em que o adolescente “transita” se fundamenta intensamente em seu desenvolvimento físico, intelectual, moral e social, com características bem definidas que devem necessariamente ser levadas em consideração por todos que o circundam. O aluno do Ensino Médio, na faixa etária de 14 a 18 anos geralmente, chega ao 3º ano com inúmeras dúvidas em relação à opção profissional. A indefinição e falta de objetividade interferem, quase sempre, no rendimento escolar, sendo as metas, quando estabelecidas, mecanismos de incentivo natural em relação aos estudos. Neste sentido, Levenfus (1997) nos diz que a consolidação da identidade profissional é a última tarefa da adolescência e que os jovens, nesta etapa, são empurrados por uma sociedade que dita que a escolha profissional deve ocorrer ao fim do ensino médio, mas nem sempre essa etapa coincide com o momento que o jovem adquire a maturidade necessária para tal escolha. Atualmente, existe uma multiplicidade de carreiras pelas quais os jovens podem optar para inserirse no mercado de trabalho. Essa multiplicidade de atividades dificulta na hora de fazer suas opções. Segundo Neiva é necessário que o adolescente conheça o mínimo de cada profissão, pelo menos as atividades principais de cada uma delas. As expectativas e os desejos das famílias muitas vezes deixam os jovens inseguros e os obriga à determinada escolha. A influência da família ocorre de diversas maneiras. Segundo Soares (2002), a pessoa, desde o nascimento, é acompanhada pelos desejos e pelas fantasias de seus pais e familiares em relação ao seu futuro. Os pais criam uma expectativa sobre os filhos, cuja necessidade de atender estas expectativas varia de acordo com a pessoa e grupo social no qual está inserido. A família, ao incentivar certos comportamentos e atitudes das crianças e reprimir outras iniciativas, interfere no processo de apreensão da realidade dessas crianças, determinando em parte a formação de seus hábitos e interesses. (Soares, 2002, p.74) Sem ter muita consciência das influências que sofre e, principalmente, sem ter informações suficientes sobre a profissão que está escolhendo, o jovem faz sua opção e ingressa na Universidade sem ter muita clareza das suas escolhas. Atualmente, o jovem vive tempos conflituosos ocasionados pelas mudanças no mercado de trabalho, que exige indivíduos mais competitivos, adaptativos e competentes. Há necessidade de se orientar o aluno para a escolha certa, numa reflexão sobre aptidões, bem como para a demanda profissional. A escolha de uma profissão é um momento difícil para o jovem, pois decidir por uma determinada profissão significa ter consciência do papel que irá desempenhar e da realização pessoal e econômica que poderá ter futuramente. A escolha profissional é o momento determinante na vida de todo adolescente. A escolha profissional, nos dias de hoje, devese ao fato da diversidade de opções, que parece confundir ainda

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Orientação vocacional

A escolha profissional ...

A escolha profissional do adolescente frente às demandas familiares e ao mercado de trabalhoatual

Escrito por Clarisse Macedo Gonçalves Pereira

Resumo: Este artigo trará uma breve e geral explanação sobre a escolha profissional do adolescente frente àsdemandas familiares e mercado de trabalho atual. Estamos inseridos em uma sociedade com constantesmodificações. No que se refere às profissões, deparamo­nos com um número cada vez mais expressivo, nãosomente de novas profissões, mas principalmente de novas especializações advindas destas. O grande número deprofissões da atualidade impõe ao jovem uma difícil tarefa: a de escolher apenas uma dentre tantaspossibilidades igualmente atraentes. Outro aspecto que influencia a escolha dos jovens é a família, essa tem umpapel muito importante na hora da escolha. Por fim, vale a pena lembrar que escolher implica, necessariamente,abrir mão de alguma coisa que não foi escolhida. Para tanto é preciso coragem e determinação. E esses atributosnão são inatos, são construídos. Portanto, são acessíveis a quem se disponha a conquistá­los.Palavras­chave: Adolescente, escolha profissional, família, mercado de trabalho.

INTRODUÇÃO

A adolescência é uma fase da vida que se expressa através da necessidade da afirmação, da insegurança e daesperança com o tornar­se adulto. A autora Neves (1979) já comentava a ideia de que a fase em que oadolescente “transita” se fundamenta intensamente em seu desenvolvimento físico, intelectual, moral e social,com características bem definidas que devem necessariamente ser levadas em consideração por todos que ocircundam.O aluno do Ensino Médio, na faixa etária de 14 a 18 anos geralmente, chega ao 3º ano com inúmeras dúvidas emrelação à opção profissional. A indefinição e falta de objetividade interferem, quase sempre, no rendimentoescolar, sendo as metas, quando estabelecidas, mecanismos de incentivo natural em relação aos estudos. Nestesentido, Levenfus (1997) nos diz que a consolidação da identidade profissional é a última tarefa da adolescência eque os jovens, nesta etapa, são empurrados por uma sociedade que dita que a escolha profissional deve ocorrerao fim do ensino médio, mas nem sempre essa etapa coincide com o momento que o jovem adquire a maturidadenecessária para tal escolha.

Atualmente, existe uma multiplicidade de carreiras pelas quais os jovens podem optar para inserir­se no mercadode trabalho. Essa multiplicidade de atividades dificulta na hora de fazer suas opções. Segundo Neiva é necessárioque o adolescente conheça o mínimo de cada profissão, pelo menos as atividades principais de cada uma delas.As expectativas e os desejos das famílias muitas vezes deixam os jovens inseguros e os obriga à determinadaescolha. A influência da família ocorre de diversas maneiras. Segundo Soares (2002), a pessoa, desde o nascimento, éacompanhada pelos desejos e pelas fantasias de seus pais e familiares em relação ao seu futuro. Os pais criamuma expectativa sobre os filhos, cuja necessidade de atender estas expectativas varia de acordo com a pessoa egrupo social no qual está inserido. A família, ao incentivar certos comportamentos e atitudes das crianças e reprimir outras iniciativas, interfere noprocesso de apreensão da realidade dessas crianças, determinando em parte a formação de seus hábitos einteresses. (Soares, 2002, p.74)

Sem ter muita consciência das influências que sofre e, principalmente, sem ter informações suficientes sobre aprofissão que está escolhendo, o jovem faz sua opção e ingressa na Universidade sem ter muita clareza das suasescolhas.Atualmente, o jovem vive tempos conflituosos ocasionados pelas mudanças no mercado de trabalho, que exigeindivíduos mais competitivos, adaptativos e competentes. Há necessidade de se orientar o aluno para a escolhacerta, numa reflexão sobre aptidões, bem como para a demanda profissional. A escolha de uma profissão é ummomento difícil para o jovem, pois decidir por uma determinada profissão significa ter consciência do papel queirá desempenhar e da realização pessoal e econômica que poderá ter futuramente.

A escolha profissional é o momento determinante na vida de todo adolescente. A escolha profissional, nos dias de hoje, deve­se ao fato da diversidade de opções, que parece confundir ainda

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mais. O momento da escolha é sempre muito difícil pelas características da própria escolha. O adolescenteprecisa optar não só pela profissão que terá, mas por quem ele quer ser, qual o estilo de vida que ele quer levar,isto em um momento em que ele não sabe nem quem ele é, ou seja, para complicar ainda mais, já é sabido queeste momento é determinado por intensos conflitos de identidade.Conflitos estes, que, segundo Neiva (1995)geram ansiedade no jovem que dificilmente consegue resolvê­los sozinho. Neste sentido, é necessário que haja ainterferência de um profissional.

O mercado atual de trabalho oferece muitas possibilidades, e é preciso que o profissional atenda à demandadesse mercado para que possa manter sua carreira profissional.A escolha tem que trazer realização pessoal, não adianta escolher uma profissão que garanta alta remuneração,mas que seja um sacrifício exercê­la. Nascemos com alguns determinantes genéticos que podem facilitar o exercício de uma determinada profissão,porém, se o ambiente não proporcionar ao indivíduo a oportunidade, talvez esse sujeito nunca chegue a exercerdeterminada função. Portanto, a família tem um papel fundamental no sentido de captar os interesses ehabilidades do filho e proporcionar a ele experiências diversas a fim de facilitar o encontro do sujeito com umaatividade que lhe seja prazerosa e mais fácil de exercer.

Na hora da escolha, o jovem deve ter um nível de autoconhecimento bom o bastante que o permita respondersobre o que gosta de fazer, quais suas habilidades, o que espera do futuro, além de estar a par da situação domercado atual.Logo, e, hoje mais do que ontem, o jovem precisa se preparar desde cedo. Ele precisa entender o que estáacontecendo no mundo. Ele precisa se preparar, ele precisa entender e se posicionar. E frente a isso, as profissões do futuro no mercado de trabalho brasileiro, que advirá o surgimento de muitasvagas nos próximos anos, são: tecnologia, saúde, energia e turismo.Quase 54 milhões de brasileiros já usam a internet regularmente, mas menos de 14 milhões têm computador emcasa. E esse é apenas um dos indícios do grande potencial de crescimento desse mercado no nosso país.

“Ele tem diploma de pedagogia. Fez mestrado em psicologia e doutorado em educação matemática. Luciano Meirase reinventou profissionalmente. Hoje ele é consultor de tecnologia.”Segundo o psicólogo e consultor em tecnologia, seus estudos em educação matemática levaram a pensar deforma clara e concisa que a tecnologia pode ser um suporte bastante importante para processos deaprendizagem.No Brasil, uma mulher vive hoje em média mais de 76 anos. Um homem, quase 69 anos. Vidas mais longas que estão gerando mais investimentos em saúde. São gastos com assistência médica eremédios, além de pesquisas para combater doenças. Mesmo com a desaceleração da economia mundial a partir da crise do fim do ano passado, a demanda porenergia vai continuar. E as alternativas ao petróleo vão ser ainda mais importantes. O Brasil pode ser um protagonista nesse cenário, com os biocombustíveis e o gás natural das jazidas do pré­sal.O que vai abrir mais espaço para agrônomos, biólogos, engenheiros agrícolas e de petróleo. O Brasil, que além do litoral e do clima quente também tem áreas de serra e de frio, tem plenas condições deexplorar nosso potencial turístico. O que se traduz em vagas para quem trabalha com hotelaria e gastronomia,além de arquitetura e engenharia civil.

REFERÊNCIASBOCK, Silvio Duarte. Orientação profissional: a abordagem socio­historica. São Paulo: Cortez, 2002.LEVENFUS, Rosane S. Psicodinâmica da escolha profissional. Porto Alegre, 1997.NEVES, Ilka De Guittes; SIQUEIRA, Olgair Krob. Nova dinâmica de orientação educacional. 6. ed.,rev. e ampl. Porto Alegre: Globo, 1979.NEIVA, Kathia C. Entendendo a orientação profissional. São Paulo, Paulus, 1995.RAPPAPORT, Clara R. Escolha, vocação e adolescência & A infância da escolha. In: Escolhendo aprofissão. São Paulo: Ática, 2002, p7­10 e 32­36SOARES, Dulce Helena Penna, A Escolha Profissional: Do Jovem ao Adulto, S.P: Summus, 2002.

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