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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO. Por: Madeleine Leandra Dias Orientadora Profª: MARY SUE PEREIRA Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO.

Por: Madeleine Leandra Dias

Orientadora

Profª: MARY SUE PEREIRA

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO

Apresentação de monografia á Universidade Candido Mendes como Requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Ambiental

Por: Madeleine Leandra Dias

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar por me dar a oportunidade de realizar mais uma graduação, os meus pais a quem devo tudo o que sou aos meus amigos e familiares por entenderem os motivos de minha ausência e também ao Rodrigo por toda a paciência.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia ao Ivan sem ele tudo seria mero pensamento.

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RESUMO

Muito se tem escrito e falado sobre os grandes problemas da humanidade, causados pela superpopulação e por prejuízos advindos de uma era industrial muito desenvolvida, mas cada indivíduo tem uma visão diferente do que acontece com o ambiente. Este trabalho se propôs a acoplar a "educação ambiental na escola, como uma forma de socialização dos indivíduos das séries iniciais, em busca de um mundo melhor e conscientizar que a educação ambiental deve estar presente, já nas primeiras séries escolares. Produzindo a conscientização da necessidade de proteção do meio ambiente e, principalmente da camada de ozônio", pretendendo sanar a falta de informação sobre as principais causas da destruição dela e suas conseqüências. O objetivo principal é orientar e criar indivíduos das futuras gerações mais corretos em relação ao que se trata de preservação do planeta, em todas as esferas de uma sociedade ecologicamente correta. O desenvolver de ações educativas junto aos alunos das séries iniciais, tanto do ensino privado quanto do público sobre questões e problemas ambientais, requer uma linguagem clara e especifica, pois a adequação a faixa etária das crianças, não necessita de uma linguagem técnica, através de palestras,cartilhas,etc., conscientizando os alunos da necessidade de proteção da camada de ozônio e de todo o resto dos elementos da natureza existente no planeta. A educação ambiental na escola é hoje o instrumento muito eficaz para se conseguir criar e aplicar formas sustentáveis de interação sociedade-natureza. Este é o caminho para que cada indivíduo mude de hábitos e assuma novas atitudes que levem à diminuição da degradação ambiental, promovam a melhoria da qualidade de vida e reduzam a pressão sobre os recursos ambientais.

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METODOLOGIA

A execução deste trabalho baseou-se na preocupação da formação do

pensamento e caráter das crianças desde as séries iniciais, por meio da

educação Ambiental, centrando-se na busca de conceitos pré estabelecidos

para o desenvolvimento e busca de melhores condições de vida, para as

gerações futuras, sem deixar de lado os acontecimentos e preocupações com

acamada de ozônio e muitos outros elementos a serem protegidos em nosso

planeta.

Foram utilizadas consultas e análises bibliográficas focadas na literatura

pertinente ao tema, com base em autores como Kirchhoff, Roloff e

Tupinambá, Casiccia, Azevedo, Correa, além de análise de produções

teóricas encontradas em sites referentes as questões Ambientais, e estudos

da legislação ambiental voltado a educação e seus termos mediante ao meio

ambiente.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

E SUA VISÃO COMO DISCIPLINA 12

CAPÍTULO II

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E FORMAÇÃO DO PROFESSOR 23

CAPÍTULO III

A CAMADA DE OZÔNIO 26

CAPÍTULO IV

DESENVOLVIMENTO, MEIO AMBIENTE

E PRÁTICAS EDUCATIVAS 31

CONSIDERAÇÕE FINAIS 37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38

ÍNDICE 42

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INTRODUÇÃO

Este estudo tem como temática: “A formação do pensamento dos

alunos das séries iniciais em relação à preservação do meio ambiente e, a

busca de novos meios de sustentabilidade e qualidade de vida”, pretendendo

sanar a falta de informação das futuras gerações em relação ao meio que os

envolve.

O objetivo geral deste trabalho é oferecer propostas educativas que

sejam eficazes ao enquadramento de uma educação voltada especificamente

aos alunos das séries iniciais, onde a criação de um pensamento é mais

propicia a novos modelos de preservação e solução dos problemas

ambientais. Objetivando o aclamar da evolução do ensino, deixando de lado a

curta preocupação em relação à preservação da natureza que toma conta de

todo o planeta, aperfeiçoar o que já era ensinado, mostrando que educação e

preservação ambiental vão além das simples informações que eram dadas no

ensinamento passado pelos professores, conscientizar os alunos de que a

não preservação da natureza, já afeta o processo de vida do ser humano.

Pretendeu-se, com os objetivos específicos, demonstrar a

importância de se trabalhar em defesa do meio ambiente e identificar os

principais problemas ambientais relativos aos possíveis fatores causadores,

da diminuição dos recursos naturais do planeta e, visando meios mitigadores

para enfraquecimento dos impactos negativos na natureza.

A escola educa e por sua vez também é responsável a garantir o

desenvolvimento da criança em seus diversos aspectos: Físico, Psíquico,

Cognitivo e Social. A educação ambiental é uma forma abarcante de

educação, através de um processo pedagógico participativo que procura

infiltrar no aluno uma consciência critica sobre os problemas do ambiente.

É indiscutível a acoplagem de assuntos voltados para a defesa do

meio ambiente dentro dos ensinamentos escolares. Os indivíduos necessitam

ser conscientizados e, para que esta tomada de consciência se alastre entre

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presente e futuras gerações são extremamente importantes que se trabalhe a

educação ambiental dentro e fora da escola, incluindo projetos que envolvam

os alunos. Transformar a Escola no centro de criação e aprimoramento

educacional em relação ao Meio Ambiente, não significará uma total baixa nos

impactos negativos, mas sim fomentar medidas benéficas de grandes

proporções as futuras gerações. Pois, devido ao emaranhado de culturas e

pensamentos variados, se torna mais fácil a criação de uma conduta humana

favorável a natureza em que vive o homem

Transformar a escola em formadora da personalidade

preservadora do aluno requer uma abordagem passo a passo, mostra que

cada elemento e recurso da natureza são importantes. Aferir com clareza que

a camada de ozônio (que antes era somente vista como importante para

combater os raios ultravioletas) é um ícone muito importante, pois sem ele,

poderia não haver vida no planeta e há evidencias científicas de que

substâncias fabricadas pelo homem estão destruindo a camada de ozônio e,

ela está se tornando mais fina em várias partes do mundo, especialmente nas

regiões próximas do Pólo Sul e Pólo Norte.

Justifica-se o tema deste trabalho, a importância da aplicação por

parte de todas as disciplinas, já que se trata de um assunto interdisciplinar, a

educação ambiental, desde as séries iniciais até o ensino superior, focando o

desenvolvimento de ações solucionadoras das questões e problemas

ambientais, principalmente visando à melhoria da qualidade de vida da

presente e futuras gerações.

A humanidade evoluiu. A população humana cresceu. A natureza

já não tem mais pontos de referência na sociedade atual. As pessoas estão

arrastadas pelas novas tecnologias e cenários urbanos, e existe pouco da

relação natural que havia com a cultura da terra. Para que a situação não

piore, é preciso agir, proteger o ambiente.

Uma das formas que pode ser utilizada para o estudo dos

problemas relacionados ao meio ambiente é através de uma das diversas

disciplinas do currículo Escolas, podendo assim alcançar a mudança de

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comportamento de um grande número de alunos, tornando-os influentes na

defesa do meio ambiente para que se tornem ecologicamente equilibrados e

saudáveis.

Porém, estes projetos precisam ter uma proposta de aplicação,

tratando de um tema específico de interesse dos alunos, juntamente da

proposta pedagógica da escola.

A ação direta do professor na sala de aula é uma das formas de

levar a Educação Ambiental à comunidade, pois um dos elementos

fundamentais no processo de conscientização da sociedade dos problemas

ambientais é o educador.

Este tem o poder de desenvolver, em seus alunos, hábitos e

atitudes sadias de conservação ambiental e respeito à natureza,

transformando-os em cidadãos conscientes e comprometidos com o futuro do

país.

Através dessa Educação Ambiental na escola, os alunos podem

entender, por exemplo, os caminhos que produtos químicos que consomem o

ozônio podem usar para destruir a camada de ozônio, que protege a Terra

dos raios ultravioleta. Essa preocupação ambiental também é de extrema

importância para toda a sociedade, que pode buscar alternativas que não

comprometam ainda mais a saúde do planeta.

As crianças, principalmente das grandes cidades, já aprenderam a

conviver com a poluição atmosférica e, com isso, acostumaram-se ao fato,

perdendo o ar de novidade e a capacidade de indignação. Mas o problema

continua, e quanto mais cedo os alunos tiverem consciência dele, melhor.

No caso da camada de ozônio, várias são as maneiras que existem

para se trabalhar na escola, como por exemplo: os professores de português

e redação podem sugerir que os alunos escrevam textos sobre o que sabem

a respeito, trabalhar textos de jornais e revistas, livros didáticos, vídeos e

muitos outros. O importante é trabalhar o tema e de forma a conscientizar dos

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problemas existentes, pois, sabe-se, que o mesmo ozônio capaz de filtrar os

raios ultravioleta do Sol,garantindo a vida na Terra, é poluente quando se

forma em baixas altitudes, associado a poluição em grandes cidades, por

exemplo.

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CAPÍTULO I

CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUA VISÃO COMO

DISCIPLINA

Conforme Varine (2000, p. 62), "a natureza é um grande patrimônio

da sociedade. Conseqüentemente, a Educação Ambiental se torna uma

prática social, com a preocupação da preservação dessa sua riqueza". De

acordo com o autor, o meio ambiente está sendo atacado, agredido,

violentado, devendo-se isso ao veloz crescimento da população humana, que

provoca decadência de sua qualidade e de sua capacidade para sustentar a

vida, não basta apenas denunciar os estragos feitos pelo homem na natureza,

é necessário um processo educativo, com atitudes pró-ambientais e sociais.

De acordo com a Lei 9.795/99,

Entende-se por educação ambiental os processos

por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem

valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e

competências voltadas para a conservação do meio

ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia

qualidade de vida e sua sustentabilidade (LEI 9.795, 1999,

art. 1º).

Promover a educação ambiental a fim de conquistas sociáveis ao

todo o meio educativo, tratá-la como uma disciplina e levar a humanidade a

um despertar para a necessidade de preservar o meio ambiente e impedir a

destruição da própria espécie.

A Educação Ambiental como disciplina, além de ser um processo

educacional das questões ambientais, alcança também os problemas

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socioeconômicos, políticos, culturais e históricos pela interação de uma forma

ou de outra destes campos com o meio ambiente. Sua aplicação nas séries

iniciais tem a função de auxiliar na formação da cidadania, de maneira que

extrapola o aprendizado tradicional, fomentando o crescimento do cidadão e

conseqüentemente da Nação, daí a sua importância. Educação Ambiental

como disciplina incrementa a participação comunitária, conscientizando todos

os participantes, professores, alunos e a comunidade estudada, ante a

interação necessária para o seu desenvolvimento.

A lei 9.795/99, em seu art. 10, § 1º diz que "A educação ambiental

não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino".

Porém, a educação é sempre mais efetiva se começada pela criança. A

mente humana em formação é mais receptiva aos ensinamentos, razão da

importância de um livro didático e os conceitos que ele descortina aos seus

leitores e da importância do professor bem formado, passando mensagens

irrepreensivelmente corretas.

Promover a não destruição futura e ensinar práticas para uma

melhor condição de vida para as gerações futuras, através da educação

ambiental como disciplina no currículo escolar, torna-se mais objetivado a um

rumo correto dos meios que se esperam em relação ao meio ambiente, em

vez de gastar milhões tentando reconstruir o que já não há mais solução.

Juridicamente, no Brasil, o parágrafo 1º, VI, do art. 255 da

Constituição Federal, determina ao Poder Público a promoção da Educação

Ambiental em todos os níveis de ensino. Mas, apesar desta previsão

constitucional, bem como o fato da Educação Ambiental já ser reconhecida

mundialmente como ciência educacional e também recomendada pela

UNESCO e a Agenda 21, pouco foi feito no Brasil para a sua implantação

concreta no ensino. O que existia era fruto dos esforços de alguns abnegados

professores e educadores, não havendo a atenção que merece o tema pelo

Poder Público e as entidades particulares de ensino.

Porém, com a publicação da Lei 9.795, de 27/4/99, que dispõe

sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação

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Ambiental e dão outras providências, a questão tomou força, pois a

implantação e aplicação da Educação Ambiental como disciplina passou a ser

obrigatória. A citada lei define juridicamente Educação Ambiental como “o

processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores

sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a

conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à

sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade" (art.1º). O surgimento e

desenvolvimento da Educação Ambiental como método de ensino está

diretamente relacionado ao movimento ambientalista, pois é fruto da

conscientização da problemática ambiental. A ecologia, como ciência global,

trouxe a preocupação com os problemas ambientais, surgindo à necessidade

de se educar no sentido de preservar o meio ambiente.

Na questão da educação ambiental para crianças, segundo

Portugal (1997), existem três vertentes de opiniões visando afirmar as

melhores formas de se proceder essa educação, no caso específico voltada

aos alunos do primeiro grau. A primeira vertente defende que deve haver uma

disciplina específica para tratar do assunto, a ser incluída no currículo escolar,

tal qual a Matemática, o Português etc.

Há, nesta vertente, aqueles que defendem extensões diferenciadas

nos assuntos e no tempo de duração da disciplina. A segunda vertente

defende que a educação ambiental deva fazer parte do conteúdo

programático da disciplina de Ciências. Já a terceira vertente defende que a

educação ambiental deva ser passada aos alunos sem pré estabelecimentos

de disciplinas e de professores específicos, isto é, a educação ambiental deve

ser ministrada por todos os professores indistintamente, de forma natural e

em doses homeopáticas, encaixando o assunto, onde puder caber em suas

disciplinas, no desenrolar das aulas, como pílulas de informações.

Para Portugal (1997), a desvantagem na adoção do critério

defendido pela primeira vertente é que uma disciplina fixada num espaço-

tempo poderá acarretar esquecimento, os ensinamentos transmitidos, e a

educação ambiental é algo para ser reciclada. A desvantagem na adoção do

critério defendido pela segunda vertente é a exclusividade que se daria ao

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professor de Ciências de ensinar, ao seu modo, as ciências ambientais tão

multifacetadas, além do que a educação viria como uma obrigação, podendo

levar alguns alunos a se desgostarem do assunto para o resto da vida. A

desvantagem na adoção do critério defendido pela terceira vertente (disciplina

livre) é que muitos professores rejeitariam intimamente a idéia ou não iriam se

esforçar para buscar encaixes apropriados dos tópicos das ciências

ambientais em suas disciplinas.

A própria Lei 9.795/99, que institui a Política Nacional de Educação

Ambiental, diz que a Educação Ambiental "deve estar presente, de forma

articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em

caráter formal e não formal" (art. 2º). Cabe às instituições educativas,

portanto, "promover a educação ambiental de maneira integrada aos

programas educacionais que desenvolvem" (Lei 9.795/99, art. 3º).

Conforme Freire (1975), muito se discute em torno de uma melhor

definição para a introdução da dimensão ambiental na educação escolar.

Propõem-se objetivos, princípios, estratégias e recomendações acerca do

desenvolvimento da

Educação Ambiental, considerando aspectos sociais, culturais,

históricos e políticos que conduzem à destruição do meio ambiente em que

vivemos e fazemos parte. A educação, sendo trabalhada a partir da realidade

concreta dos alunos envolvidos, viabiliza e resgata a dimensão

contextualizada dos conteúdos, pois os alunos são desafiados a superarem

situações cotidianas problematizadas ao se perceberem como ser do mundo

e como mundo, uma vez que "só existe saber na invenção, na reinvenção, na

busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo,

como mundo e com os outros" (p. 93).

A Carta da Terra (2000, princípio 14) indica que se deve "integrar

na educação formal e aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos,

valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável",

oferecendo a todos, especialmente crianças e jovens, oportunidades

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educativas que possibilitem contribuir ativamente para o desenvolvimento

sustentável.

Se trabalhadas em uma disciplina específica, ações educativas

junto aos alunos, sobre os problemas ambientais, podem representar além de

uma conscientização, uma multiplicação de informações a respeito do tema,

onde as próprias crianças envolvidas podem agir como multiplicadores.

Ao divulgar os resultados do último Censo

Escolar, o INEP deu destaque ao fato de que 65% das

escolas de ensino fundamental inseriram a questão ambiental

em suas práticas pedagógicas. Cumprem sua obrigação, já

que se trata de um dos temas transversais ao currículo

obrigatório. [...] No entanto, sabemos que, devido à

precariedade da infra-estrutura de nossos estabelecimentos,

torna-se difícil para os professores abordar a questão de

maneira adequada e com conhecimento de causa. Por isso

temos que aplaudir aquelas escolas que se empenham em

formar cidadãos e futuros profissionais segundo a ótica do

desenvolvimento sustentável. É pouco e os poderes públicos

precisam não só fornecer mais recursos humanos e

financeiros a fim de que essas ações sejam multiplicadas,

mas avaliar sua eficácia (MARANHÃO, 2005, pág. 4).

A ação direta do professor na sala de aula é uma das formas de

levar a Educação Ambiental à comunidade, pois um dos elementos

fundamentais no processo de conscientização da sociedade dos problemas

ambientais é o educador, porque este pode buscar desenvolver, em seus

alunos, hábitos e atitudes sadias de conservação ambiental e respeito à

natureza, transformando-os em cidadãos conscientes e comprometidos com o

futuro do país.

Através da Educação Ambiental na escola, os alunos podem

entender, por exemplo, que produtos químicos consomem o ozônio e são

ameaças presentes e futuras à camada que protege a Terra dos raios

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ultravioleta. Essa preocupação ambiental também é de extrema importância

para toda a sociedade, que pode buscar alternativas que não comprometam

ainda mais a saúde do planeta.

Através da Educação Ambiental na escola, os alunos podem

entender, por exemplo, que produtos químicos consomem o ozônio e são

ameaças presentes e futuras à camada que protege a Terra dos raios

ultravioleta. Essa preocupação ambiental também é de extrema importância

para toda a sociedade, que pode buscar alternativas que não comprometam

ainda mais a saúde do planeta.

O disposto no art. 225 da Constituição Federal Brasileira deve ser

cumprido, onde diz, em poucas palavras, que o meio ambiente sadio é um

direito de todos.

De acordo com Maranhão (2005), a natureza desconhece as

fronteiras que criamos e afirma:

As conseqüências de sua destruição atingem

todas as nações e é preciso que todas assumam o

compromisso de combater o problema em seus territórios.

Entretanto, após séculos de agressão, uso e abuso dos

recursos naturais, não vem sendo fácil convencer os

indivíduos (e seus governos) de que são apenas partes de um

sistema com o qual devem viver em harmonia, sob pena de

sofrerem os efeitos que tornarão sua estadia no planeta cada

vez mais penosa: entre eles o aquecimento global, gerado

pela concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera,

acompanhado por mudanças violentas nos fenômenos

climáticos; a escassez de água; a desertificação que torna os

solos estéreis a atividades agrícolas (p. 7).

De acordo com o autor, no Brasil, ocorreram algumas vitórias com

a promulgação da Lei 9.795/97, que institui a Política Nacional de Educação

Ambiental, e da Lei de Crimes Ambientais (13/02/98). Lei que, infelizmente,

não é cumprida com a severidade requerida. Um exemplo está na Amazônia,

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cuja área desmatada, segundo o Fundo Mundial para a Natureza, cresceu

44% na década de 90 (15% só entre 1999 e 2000). A extração de 80% da

madeira da floresta é ilegal. Já o tráfico de animais chegou ao terceiro lugar

no ranking das atividades criminosas mais lucrativas do país, depois do

tráfico de armas e de drogas: 12 milhões de animais são capturados todos os

anos (MARANHÃO, 2005).

Ainda conforme Maranhão (2005), nos problemas ambientais tem-

se, ainda, a desertificação, que atinge 55% do semi-árido do Nordeste e é

causada pela exploração inadequada do solo. Apenas 3% da água da Terra

são próprios para consumo. O Brasil possui 8% deste tesouro na bacia

amazônica e em lençóis freáticos que, no entanto, são ininterruptamente

contaminados pelo lixo: 63% do lixo brasileiro vão parar em cursos de água

doce devido à coleta ineficiente.

Os dramas que hoje a natureza enfrenta foram causados por

gerações e gerações que desconheciam o delicado equilíbrio

homem/ambiente e construíram um modelo de desenvolvimento predatório. A

solução está em preparar as novas gerações para um modelo de

desenvolvimento alternativo.

Segundo Bateson (1987), foi com a Revolução Industrial que o

homem começou realmente a transformar a face do planeta, a natureza de

sua atmosfera e a qualidade de sua água. O impacto da espécie humana

sobre o meio ambiente tem sido comparado, por alguns cientistas, às grandes

catástrofes do passado geológico da Terra. A humanidade deve reconhecer

que agredir o meio ambiente põe em perigo a sobrevivência de sua própria

espécie.

É a vida que está em jogo. Com o rápido crescimento da

população, criou-se uma demanda sem precedentes, que o desenvolvimento

tecnológico pretende satisfazer, submetendo o meio ambiente a uma

agressão que está provocando o declínio cada vez mais acelerado de sua

qualidade e de sua capacidade para sustentar a vida.

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A educação ambiental torna-se uma efetiva propulsora na analise

em relação a questão do lixo, que é uma das mais preocupantes e diz

respeito a cada ser humano. Abordar a problemática da produção e

destinação do lixo no processo de educação é um desafio, cuja solução passa

pela compreensão do indivíduo como parte atuante no meio em que vive.

Atualmente a luta pela preservação do meio ambiente, e a própria

sobrevivência do homem no planeta, está diretamente relacionada com a

questão do lixo urbano, problemas que com educação/reeducação tornam-se

viáveis de solução.

A sociedade de consumo em que vivemos tem

como hábito extrair da natureza a matéria-prima e, depois de

utilizada, descartá-la em lixões, caracterizando uma relação

depredatória com o seu habitat. Assim, grande quantidade de

produtos recicláveis que poderiam ser reaproveitados a partir

dos resíduos, é inutilizada na sua forma de destino final. Isso

implica em uma grande perda ambiental, devido ao potencial

altamente poluidor do mau gerenciamento dos resíduos

gerados, comprometendo a qualidade do ar, solo e,

principalmente as águas superficiais e subterrâneas, além do

desperdício de recursos, especialmente os não recicláveis,

inviabilizando sua obtenção no futuro (AZEVEDO, 1996, p.

45).

A problemática do lixo vem sendo agravada, entre outros fatores,

pelo acentuado crescimento demográfico, especialmente nos centros

urbanos, resultantes do êxodo rural e da falta de um planejamento familiar. O

conhecimento do problema passou a incluir no seu universo de análise,

preocupações, por exemplo, com a velocidade do processo de produção de

resíduos sólidos nas cidades e com os fatores que influenciam esse processo

que é superior à velocidade natural dos processos de degradação. A questão

dos resíduos sólidos, no meio urbano, representa impactos ambientais

relevantes que afetam e degradam a qualidade de vida urbana.

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No entanto, conforme Correa (2001),procura-se desenvolver

atitudes e ações de conservação e preservação do ambiente natural, na

comunidade, demonstrando que a utilização de práticas de proteção ao meio

ambiente resulta no proveito próprio e comunitário, ajudando a desenvolver

uma postura social e política preocupada e comprometida com a questão da

vida na Terra. Assim, fica mais fácil reconhecer os prejuízos e benefícios que

causa o lixo acumulado na saúde pública e a importância da redução, da

reutilização e da reciclagem do lixo para a natureza.

No presente trabalho, defende-se a disciplina específica por

entender-se que recebendo as informações na escola, com professor

capacitado e comprometido somente em preparar ações educativas sobre os

problemas ambientais, os alunos terão mais oportunidades para desenvolver

hábitos de defesa e conservação do meio ambiente.

A ação do professor é fundamental, porque é ele quem vai

proporcionar aos alunos as condições necessárias à mudança de

comportamento que se espera deles para que se tornem cidadãos

conscientes da importância das suas atitudes em relação à preservação da

natureza e de atuarem como multiplicadores no ambiente em que vivem.

O fato de uma escola manter uma disciplina específica não quer

dizer que a educação ambiental será desenvolvida apenas dentro da

disciplina, pois, como diz na sua definição, ela é um processo e, portanto,

deve ser trabalhada por todos, em todas as etapas do desenvolvimento do ser

humano. Essa é uma realidade trazida pela preocupação com os problemas

ambientais que, devido à sua gravidade não podem mais ser ignorados.

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1.1 Educação Ambiental: Aspectos Formal

O aspecto formal da Educação Ambiental refere-se às instituições

de ensino, em todos os graus, privado ou da rede oficial. A Lei nº. 9.795/1999

prescreve que a Educação Ambiental não deve ser implantada como

disciplina específica no currículo de ensino.

Dessa forma, entende-se que o meio ambiente deve estar inserido

em um currículo interdisciplinar, e não constituir uma disciplina específica.

Para o legislador, somente uma abordagem interdisciplinar seria

adequada, ou seja, um enfoque que não apenas leve a questão ambiental

para dentro das disciplinas, mas provoque uma comunicação metodológica

entre elas, tornando essa atividade uma preocupação unitária da escola,

como um todo.

A procura de diversas opiniões em busca de uma solução para o

desenfreado gasto do ambiente natural do homem torna-se indispensável e

eficaz, tanto no âmbito formal da educação quanto no não formal.

É inaceitável a não utilização da instituição chamada escola, para a

veiculação de informações e aprendizados voltados para a melhoria e

preservação do planeta, a intenção é educar para que possa haver uma

melhoria de vida e que as riquezas naturais possam ter seu verdadeiro valor

em seu local de origem, e deixar o homem ciente de que a vida dele pode não

mias existir sem a natureza, pois são dependentes dos diversos tipos de

vegetação e seres vivos que se encontram nela.

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1.2 Educação Ambiental: Aspecto Informal

O aspecto não-formal da Educação Ambiental refere-se aos

processos e ações de educação realizada fora do ambiente escolar. Tal

modalidade tem aplicabilidade abrangente na educação popular, contribuindo

para o aperfeiçoamento da consciência dos problemas ambientais e para a

busca de soluções práticas, a partir de reflexões e debates dentro da própria

comunidade em que o cidadão está inserido.

Os espaços para o desenvolvimento da Educação Ambiental sob

esse aspecto envolvem as casas de cultura, as associações civis, as

entidades profissionais e religiosas, entre outras.

Uma vez que a Educação Ambiental é um processo de efeitos

sociabilizastes, atinge os indivíduos, contudo, seu alvo principal são os grupos

sociais, as comunidades, inserindo-os nas preocupações e soluções para o

meio ambiente. Desta forma a educação ambiental não formal toma

proporções grandiosas tornando-a uma pratica efetiva e duradoura,

conquistando os melhores resultados, pois envolve toas as camadas sociais,

derrubando as barreiras políticas, econômicas e culturais, pois leva a camada

social a um pensamento de preservação do meio em que vive, através de

uma educação adquirida fora do espaço escolar, porém com resultados

gratificantes.

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CAPÍTULO II

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E FORMAÇÃO DO

PROFESSOR

Há um reconhecimento de toda a comunidade educacional no

sentido de que a Educação Ambiental é um instrumento necessário para se

atingir o ideal de uma sociedade sustentável, pois umas das poucas áreas

sociais que ainda tem possibilidade de influenciar com ampla magnitude a

todas as camadas sociais é a educação, desde que seja trabalhada de modo

a produção e preparação de cada individuo para que possam viver em

sociedade.

Há quatro características fundamentais que alicerçam

historicamente a Educação Ambiental, sendo eles: o exponencial crescimento

populacional, a depredação dos recursos naturais, os sistemas produtivos que

fazem uso de tecnologias poluentes e de baixa eficiência energética e, por

fim, os sistemas de valores que propiciam a expansão ilimitada do consumo

material.

Isso pode ser verificado nas várias formulações de políticas

públicas, movimentos sociais e propostas de incorporação do estudo do

ambiente associado à ciência, tecnologia e sociedade no âmbito escolar.

Assim, a preparação de professores competentes para atuarem

como agentes de mudança tem sido considerada prioritária, uma vez que tal

formação mostra-se bastante complexa face aos conhecimentos, atitudes e

habilidades exigidos para se alcanças as várias metas da Educação

Ambiental.

Dentre as principais dificuldades encontradas na adoção de

mudanças no ambiente escolar estão à idéia equivocada de que a Educação

Ambiental é um tema somente para as aulas de Ciências e Biologia, as

limitações decorrentes dos aspectos infra-estruturais, tais como falta de

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recursos didáticos específicos, tempo para a preparação de novas propostas

metodológicas, grande número de alunos por salas e, por fim, as políticas

institucionais contrárias a um trabalho orientado para a mudança de valores e

atitudes diante da realidade.

Ainda, somam-se aqui as dificuldades de o professor lidar com uma

proposta de educação abrangente, uma vez que trata-se a Educação

Ambiental de um tema relativamente recente, no tocante a sua inclusão nos

programas de formação docente.

É bem verdade que qualquer proposta inovadora de ensino leva

refletir sobre um de seus elementos mais essenciais para sua efetiva

implementação: o educador. É nesse sentido que se deve observar também a

sua formação.

Assim, o papel do professor deve ser permanentemente analisado

e revisto com profundidade em uma sociedade em aceleradas mudanças.

Faz-se necessário oportunizar ao professor uma reflexão mais profunda, séria

e compromissada do seu papel social, da sua ação pedagógica.

Analisar dados coletados em estudos realizados dentro de um

estabelecimento escolar, com o objetivo de graduar os conhecimentos em

relação às matérias ambientais dos educadores atuantes em todas as etapas

do ensino, torna-se extremamente primordial para a construção de um modelo

de ensino aprendizado de qualidade.

Construir valor social, base de conhecimento, atitude e

competência para a conservação do meio ambiente a ser utilizado

coletivamente são processos inerentes a educação ambiental. O Órgão

Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) possui o objetivo

de implementar em nível nacional as diretrizes da educação ambiental.

Visa também articular a coordenação e supervisão de projetos

relacionados à educação ambiental. Participa nas negociações referentes ao

financiamento dos projetos de educação ambiental.

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Há uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o

Ministério da Educação (MEC), principalmente na realização de Conferências

de Meio Ambiente nas Escolas e comunidades. Esses eventos mobilizam

secretarias estaduais e municipais de educação, ONG´s e grupos sociais.

O PNEA possui, no sentido amplo, articular ações educativas de

proteção e recuperação dos recursos naturais e de conscientizar o cidadão a

se relacionar da melhor maneira com esses recursos.

Nos fins do século XIX, surgiu no Brasil um pensamento

conservacionista. No século XX, sobretudo na década de 70, há a emergência

do pensamento ambientalista aliada às lutas pela democracia. Em 1973, o

poder executivo cria a Secretaria Especial do Meio Ambiente, inserida no

Ministério do Interior, e tinha o objetivo de esclarecer e orientar a respeito do

uso adequado aos recursos naturais.

Em 1981, a Política Nacional de Meio Ambiente estabeleceu a

necessidade de inclusão de educação ambiental em todos os níveis de

ensino. No início da década de 90, época da Eco-92, foram criadas duas

instâncias no poder executivo, o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental

do MEC, e a Divisão de Educação Ambiental do IBAMA. Em 1992, foi criado o

Ministério do Meio Ambiente.

Finalmente, em 1999, foi criada a Diretoria do Programa Nacional

de Educação Ambiental – ProNEA, e em abril de 1999, é aprovada a Lei n°

9.795/99, em disposição a criação da Política de Educação Ambiental, que

passa a integrar o Plano Plurianual do Governo em 2000.

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CAPÍTULO III

A CAMADA DE OZÔNIO

Conta Scapin (1995) que há muito tempo atrás, as geladeiras

usavam um gás venenoso para retirar calor. O gás era a amônia e tornava a

refrigeração perigosa.

As geladeiras ainda funcionam retirando calor. Os químicos

inventaram um novo gás que se comportava como a amônia, mas não era

perigoso. Esse gás é o clorofluocarboneto, que era inerte. Inerte significa que

não reage com nenhuma substância. Parecia perfeito. Porém, na década de

1970, os cientistas descobriram que se adicionar energia solar a uma

molécula de CFC, ela se divide. Nessa época o CFC era usado em sprays e

em espuma plástica. As pessoas pararam de consumir os sprays com o CFC.

Mas não pararam de usá-lo em geladeiras e ar condicionados. Esse é o

problema.

O ozônio é composto de átomos de oxigênio. A molécula de

oxigênio que se respira é composta de 2 átomos de oxigênio. É representado

como O2. O ozônio é composto de 3 átomos de oxigênio e é representado

O3. Não é muito estável e pode se quebrar em O2 e O (oxigênio atômico)

muito facilmente. Há muito ozônio nas camadas altas de nossa atmosfera. O

ozônio possui o tamanho e o formato exatos para absorver a energia do Sol,

na faixa de ultravioleta, danosa à vida. O ozônio forma uma camada que

absorve os raios ultravioleta do Sol. Essa camada protege a Terra.

O clorofluocarboneto e outros produtos químicos sobem até a

estratosfera, que é o local da atmosfera onde está a camada de ozônio.

Quando a luz solar de alta energia atinge uma molécula de CFC, ela se

quebra e produz um ou mais átomos de cloro, dependendo do tipo da

molécula de CFC. O átomo de cloro atinge uma molécula de ozônio. Através

de reações químicas heterogêneas (DESSLER,2000), o ozônio se transforme

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em oxigênio molecular. O oxigênio não possui nem o tamanho nem a forma

exatos para absorver a radiação solar que é perigosa.

Segundo Dessler (2000), o ozônio é uma substância química

natural da atmosfera terrestre. É um gás que se forma de 3 átomos de

oxigênio atômico. Seu símbolo é O3. A camada de ozônio é uma região da

atmosfera terrestre, em torno de 20 a 30 km de altura, onde a concentração

do gás ozônio é maior. A camada de ozônio tem importância fundamental

para a vida no planeta Terra. É ela que absorve a radiação UV-B do Sol, e

assim não permite que esta radiação, prejudicial à vida, chegue até a

superfície da Terra. Radiação solar, em geral, é a energia que vem do Sol.

Esta energia é distribuída em vários comprimentos de onda: desde o

infravermelho até o ultra-violeta (UV), passando pelo visível, onde a energia é

máxima.

Na parte do UV, existe o UV-C, que é totalmente absorvido na

atmosfera terrestre; o UV-A, que não é absorvido pela atmosfera; e o UV-B,

que é absorvido pela camada de ozônio. A radiação UV-B do Sol é

responsável por inúmeras seqüelas nos seres vivos.

Segundo Kirchhoff (2004), o dia 16 de setembro foi designado

como "Dia Internacional do Ozônio", um dia que deveria servir de meditação

para todos porque representa uma enorme conquista recente da Humanidade

civilizada. Trata-se de um acontecimento que poderia (e poderá ainda) trazer

conseqüências desastrosas para os seres vivos, que é o aumento da radiação

ultravioleta pela destruição da camada de ozônio. O Homem moderno criou

substâncias artificiais que destroem a camada de ozônio, mas uma vez

identificado o problema, a sociedade, através de seus governos, soube sentar

à mesa de negociação e dar início ao saneamento do problema.

Um número considerável de publicações mostra que o conteúdo

total de ozônio na atmosfera vem diminuindo ao longo das últimas décadas.

Além disto, no Continente Antártico detecta-se uma considerável diminuição

do conteúdo total de ozônio durante os períodos de primaveras. Esta

diminuição é conhecida como “Buraco na Camada de Ozônio”, sendo sazonal

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e manifestando-se do início da primavera austral até novembro de cada ano,

limitando-se à Antártica e regiões circunvizinhas (Chubachi,1984;

Farman,1985; Stolarski, 1986). Por convenção, define-se a aparição do

“Buraco” e a extensão de sua área geográfica quando o conteúdo total da

coluna de ozônio é menor ou igual a 220 UD (Unidade Dobson: 1 UD =

2,69.1019 moléculas/cm2 em condições de temperatura 0 °C e pressão 1

atm).

Efeitos secundários do “Buraco de Ozônio Antártico” já foram

observados em latitudes tropicais, como por exemplo a 30°S em 1993, na

região sul do Brasil (Kirchhoff, 1996). Neste caso, a perturbação no ozônio

total foi causada pela injeção de massa de ar pobre em ozônio proveniente

diretamente da região antártica, provocando uma redução temporária na

coluna total de ozônio da região.

A expansão da região de abrangência do “Buraco” também foi

observada sobre extremo sul do continente sul-americano (Casiccia, 1995;

Kirchhoff, 1993; Kirchhoff , 1995; Kirchhoff, 1997). Ou seja, o fenômeno da

redução de ozônio sobre a Antártica já está atingindo regiões povoadas.

Quando os cientistas perceberam, nos anos 80, que produtos

químicos lançados pelo homem na atmosfera vinham corroendo a camada de

ozônio, governos de todo o mundo firmaram o Protocolo de Montreal,

proibindo a produção dos gases artificiais, como os CFCs, que agridem o

ozônio (WMO, 1999).

Apesar do Protocolo, o buraco na camada de ozônio sobre a

Antártida continua abrindo todo o ano. Na verdade, em 2005 o buraco da

Antártida atingiu as proporções máximas, cobrindo uma área de 24 milhões

de km 2.

Mas, enquanto o ozônio sobre a Antártida continua a sofrer no

resto do planeta a situação parece caminhar para uma solução. Nos últimos 9

anos, o volume de ozônio vem se mantendo constante, interrompendo o

declínio registrado nos anos 80. Os cientistas descobriram que, na alta

estratosfera (acima de 18 km de altitude) a recuperação do ozônio pode ser

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totalmente explicada pela restrição aos CFCs. Mas, na baixa estratosfera (de

10 km a 18 km) o ozônio recupera-se num ritmo melhor do que o previsto

apenas pelo efeito da proibição dos gases danosos. Os cientistas supõem

que essa boa surpresa seja fruto do regime de ventos.

Segundo Roloff e Tupinambá (2003), o buraco de ozônio sobre a

Antártida cresceu mais que o esperado, cobrindo uma área três vezes maior

que a do território brasileiro, registrado pela OMM (Organização

Meteorológica Mundial). O recorde absoluto foi registrado em setembro de

2000, quando ele chegou a 29,78 milhões de quilômetros quadrados.

Explica Kirchhoff (2004) que o buraco na camada de ozônio é um

fenômeno que só acontece na Antártica, isto é, na região do Pólo Sul. É um

fenômeno cíclico. É uma destruição violenta de ozônio na atmosfera, durante

a primavera de cada ano, quando mais da metade da camada é destruída.

Nestas ocasiões, a radiação UV-B aumenta muito. É um fato, registrado por

medidas em vários locais do mundo, que a camada de ozônio está

diminuindo, numa taxa média anual de 4% por década. Como a camada é o

único filtro natural protetor contra a radiação UV-B, esta radiação deve

aumentar nos próximos anos. A radiação UV-B está sendo monitorada em

todo o mundo, inclusive no Brasil pelo INPE e UFSM. Ainda não há

evidências concretas mostrando um aumento do UV-B nos últimos anos. Mas

tudo leva a crer, teoricamente, de que a radiação UV-B deverá aumentar nos

próximos anos.

O autor assegura que não é perigoso ficar no Sol, a não ser

quando a exposição é exagerada. Existem hoje meios de se determinar para

cada paciente, o tempo que pode ficar exposto ao Sol sem se queimar, e sem

o risco de ter câncer de pele no futuro. É perfeitamente possível ficar mais

tempo no Sol, com alguns cuidados que protegerão adequadamente, como o

uso do guarda-sol, de chapéu, camiseta, óculos, etc. No entanto, a maneira

tecnologicamente mais correta de se proteger do Sol nos dias de hoje é

através do uso de protetores solares químicos, disponíveis no mercado, e

produzidos por empresas competentes. Devem-se passar estes filtros solares

mais de uma vez durante a exposição ao Sol. Os filtros solares normalmente

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vêm com uma indicação numérica, bem visível, estampada no frasco, por

exemplo, 15. Este é o chamado fator de proteção.

Mediante a tantas informações técnicas em relação acamada de

ozônio, a serem aplicadas as crianças das séries iniciais, a escola torna-se

obrigada a uma adaptação linguisticamente propicia a idade dos alunos,

porém sem deixar o as principais informações fora do objetivo de ensino.

Métodos de ensino aprendizagem inovadores e caracterizados com

o cotidiano da comunidade em que vive as crianças tornam-se a ferramenta

principal da socialização e conscientização de cada aluno, em relação ao

meio ambiente e na busca de uma melhor qualidade de vida.

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CAPÍTULO IV

DESENVOLVIMENTO, MEIO AMBIENTE E

PRÁTICAS EDUCATIVAS

A reflexão sobre as práticas sociais, em um contexto marcado pela

degradação permanente do meio ambiente e do seu ecossistema, envolve

uma necessária articulação com a produção de sentidos sobre a educação

ambiental.

A dimensão ambiental configura-se crescentemente como uma

questão que envolve um conjunto de atores do universo educativo,

potencializando o engajamento dos diversos sistemas de conhecimento, a

capacitação de profissionais e a comunidade universitária numa perspectiva

interdisciplinar. Nesse sentido, a produção de conhecimento deve

necessariamente contemplar as inter-relações do meio natural com o social,

incluindo a análise dos determinantes do processo, o papel dos diversos

atores envolvidos e as formas de organização social que aumentam o poder

das ações alternativas de um novo desenvolvimento, numa perspectiva que

priorize novo perfil de desenvolvimento, com ênfase na sustentabilidade

socioambiental.

Tomando-se como referência o fato de a maior parte da população

brasileira viver em cidades, observa-se uma crescente degradação das

condições de vida, refletindo uma crise ambiental. Isto nos remete a uma

necessária reflexão sobre os desafios para mudar as formas de pensar e agir

em torno da questão ambiental numa perspectiva contemporânea. Leff (2001)

fala sobre a impossibilidade de resolver os crescentes e complexos

problemas ambientais e reverter suas causas sem que ocorra uma mudança

radical nos sistemas de conhecimento, dos valores e dos comportamentos

gerados pela dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspecto

econômico do desenvolvimento.

A partir da Conferência Intergovernamental sobre Educação

Ambiental realizada em Tsibilisi (EUA), em 1977, inicia-se um amplo processo

em nível global orientado para criar as condições que formem uma nova

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consciência sobre o valor da natureza e para reorientar a produção de

conhecimento baseada nos métodos da interdisciplinaridade e nos princípios

da complexidade. Esse campo educativo tem sido fertilizado

transversalmente, e isso tem possibilitado a realização de experiências

concretas de educação ambiental de forma criativa e inovadora por diversos

segmentos da população e em diversos níveis de formação. O documento da

Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade, Educação e

Consciência Pública para a Sustentabilidade, realizada em Tessalônica

(Grécia), chama a atenção para a necessidade de se articularem ações de

educação ambiental baseadas nos conceitos de ética e sustentabilidade,

identidade cultural e diversidade, mobilização e participação e práticas

interdisciplinares (Sorrentino, 1998).

A necessidade de abordar o tema da complexidade ambiental

decorre da percepção sobre o incipiente processo de reflexão acerca das

práticas existentes e das múltiplas possibilidades de, ao pensar a realidade de

modo complexo, defini-la como uma nova racionalidade e um espaço onde se

articulam natureza, técnica e cultura.

Refletir sobre a complexidade ambiental abre uma estimulante

oportunidade para compreender a gestação de novos atores sociais que se

mobilizam para a apropriação da natureza, para um processo educativo

articulado e compromissado com a sustentabilidade e a participação, apoiado

numa lógica que privilegia o diálogo e a interdependência de diferentes áreas

de saber.

Mas também questiona valores e premissas que norteiam as

práticas sociais prevalecentes, implicando mudança na forma de pensar e

transformação no conhecimento e nas práticas educativas.

A realidade atual exige uma reflexão cada vez menos linear, e isto

se produz na inter-relação dos saberes e das práticas coletivas que criam

identidades e valores comuns e ações solidárias diante da reapropriação da

natureza, numa perspectiva que privilegia o diálogo entre saberes.

A preocupação com o desenvolvimento sustentável representa a

possibilidade de garantir mudanças sociopolíticas que não comprometam os

sistemas ecológicos e sociais que sustentam as comunidades.

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A complexidade desse processo de transformação de um planeta,

não apenas crescentemente ameaçado, mas também diretamente afetado

pelos riscos socioambientais e seus danos, é cada vez mais notória. A

concepção “sociedade de risco”, de Beck (1992), amplia a compreensão de

um cenário marcado por nova lógica de distribuição dos riscos.

Os grandes acidentes envolvendo usinas nucleares e

contaminações tóxicas de grandes proporções, como os casos de Three-Mile

Island, nos EUA, em 1979, Love Canal no Alasca, Bhopal, na Índia, em 1984

e Chernobyl, na época, União Soviética, em 1986, estimularam o debate

público e científico sobre a questão dosriscos nas sociedades

contemporâneas. Inicia-se uma mudança de escala na análise dos problemas

ambientais, tornados mais freqüentes, os quais pela sua própria natureza

tornam-se mais difíceis de serem previstos e assimilados como parte da

realidade global.

Ulrich Beck identifica a sociedade de risco com uma segunda

modernidade ou modernidade reflexiva, que emerge com a globalização, a

individualização, a revolução de gênero, o subemprego e a difusão dos riscos

globais. Os riscos atuais caracterizam-se por ter conseqüências, em geral de

alta gravidade, desconhecidas a longo prazo e que não podem ser avaliadas

com precisão, como é o caso dos riscos ecológicos, químicos, nucleares e

genéticos.

O tema da sustentabilidade confronta-se com o paradigma da

“sociedade de risco”. Isso implica a necessidade de se multiplicarem as

práticas sociais baseadas no fortalecimento do direito ao acesso à informação

e à educação ambiental em uma perspectiva integradora. E também demanda

aumentar o poder das iniciativas baseadas na premissa de que um maior

acesso à informação e transparência na administração dos problemas

ambientais urbanos pode implicar a reorganização do poder e da autoridade.

Existe, portanto, a necessidade de incrementar os meios de

informação e o acesso a eles, bem como o papel indutivo do poder público

nos conteúdos educacionais, como caminhos possíveis para alterar o quadro

atual de degradação socioambiental. Trata-se de promover o crescimento da

consciência ambiental, expandindo a possibilidade de a população participar

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em um nível mais alto no processo decisório, como uma forma de fortalecer

sua co-responsabilidade na fiscalização e no controle dos agentes de

degradação ambiental.

Há uma demanda atual para que a sociedade esteja mais motivada

e mobilizada para assumir um papel mais propositivo, bem como seja capaz

de questionar, de forma concreta, a falta de iniciativa do governo na

implementação de políticas ditadas pelo binômio da sustentabilidade e do

desenvolvimento num contexto de crescente dificuldade na promoção da

inclusão social.

Nessa direção, a problemática ambiental constitui um tema muito

propício para aprofundar a reflexão e a prática em torno do restrito impacto

das práticas de resistência e de expressão das demandas da população das

áreas mais afetadas pelos constantes e crescentes agravos ambientais. Mas

representa também a possibilidade de abertura de estimulantes espaços para

implementar alternativas diversificadas de democracia participativa,

notadamente a garantia do acesso à informação e a consolidação de canais

abertos para uma participação plural.

A postura de dependência e de desresponsabilização da população

decorre principalmente da desinformação, da falta de consciência ambiental e

de um déficit de práticas comunitárias baseadas na participação e no

envolvimento dos cidadãos, que proponham uma nova cultura de direitos

baseada na motivação e na co-participação da gestão ambiental.

Vincular a Educação Ambiental ao desenvolvimento democrático,

político e social dentro e fora da escola, objetiva um fomento de ideias aptas a

melhoria social em todas as esferas da sociedade, quebrando assim um

paradigma de que a escola só ensina a ler contar e escrever. Deixar claro que

a escola é o local apropriado para o incentivo e prática das novas atitudes

sociais voltadas para a melhoria da qualidade de vida das futuras gerações

através da Educação Ambiental torna-se o fator de evolução na melhoria do

pensamento do ser humano em busca de um planeta melhor em todos os

aspectos.

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4.1 Atores, Práticas e Alternativas da Educação Ambiental

Nestes tempos em que a informação assume um papel cada vez

mais relevante, ciberespaço, multimídia, internet, a educação para a

cidadania representam a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas

para transformar as diversas formas de participação na defesa da qualidade

de vida. Nesse sentido cabe destacar que a educação ambiental assume

cada vez mais uma função transformadora, na qual a co-responsabilização

dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo tipo de

desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável.

Entende-se, portanto, que a educação ambiental é condição

necessária para modificar um quadro de crescente degradação

socioambiental, mas ela ainda não é suficiente, o que, no dizer de Tamaio

(2000), se converte em “mais uma ferramenta de mediação necessária entre

culturas, comportamentos diferenciados e interesses de grupos sociais para a

construção das transformações desejadas”. O educador tem a função de

mediador na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los

como instrumentos para o desenvolvimento de uma prática social centrada no

conceito da natureza.

A problemática da sustentabilidade assume neste novo século um

papel central na reflexão sobre as dimensões do desenvolvimento e das

alternativas que se configuram. O quadro socioambiental que caracteriza as

sociedades contemporâneas revela que o impacto dos humanos sobre o meio

ambiente tem tido conseqüências cada vez mais complexas, tanto em termos

quantitativos quanto qualitativos.

O conceito de desenvolvimento sustentável surge para enfrentar a

crise ecológica, sendo que pelo menos duas correntes alimentaram o

processo. Uma primeira, centrada no trabalho do Clube de Roma, reúne suas

idéias, publicadas sob o título de Limites do crescimento em 1972, segundo

as quais, para alcançar a estabilidade econômica e ecológica propõe-se o

congelamento do crescimento da população global e do capital industrial,

mostrando a realidade dos recursos limitados e indicando um forte viés para o

controle demográfico ( Meadows et al., 1972).

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Uma segunda está relacionada com a crítica ambientalista ao

modo de vida contemporâneo, e se difundiu a partir da Conferência de

Estocolmo em 1972. Tem como pressuposto a existência de sustentabilidade

social, econômica e ecológica.

Estas dimensões explicitam a necessidade de tornar compatível a

melhoria nos níveis e qualidade de vida com a preservação ambiental. Surge

para dar uma resposta à necessidade de harmonizar os processos ambientais

com os socioeconômicos, maximizando a produção dos ecossistemas para

favorecer as necessidades humanas presentes e futuras. A maior virtude

dessa abordagem é que, além da incorporação definitiva dos aspectos

ecológicos no plano teórico, ela enfatiza a necessidade de inverter a

tendência auto destrutiva dos processos de desenvolvimento no seu abuso

contra a natureza ( Jacobi, 1997).

Dentre as transformações mundiais das duas últimas décadas,

aquelas vinculadas à degradação ambiental e à crescente desigualdade entre

regiões assumem um lugar de destaque no reforço à adoção de esquemas

integradores. Articulam-se, portanto, de um lado, os impactos da crise

econômica dos anos 80 e a necessidade de repensar os paradigmas

existentes; e de outro, o alarme dado pelos fenômenos de aquecimento global

e a destruição da camada de ozônio, dentre outros problemas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A reflexão sobre as práticas sociais, em um contexto marcado pela

degradação permanente do meio ambiente e do seu ecossistema, cria uma

necessária articulação com a produção de sentidos sobre a educação

ambiental, desta forma a introdução do ensinamento ao que diz respeito à

preservação a natureza, deve ser inserida já nos primeiros anos escolar da

criança. Objetivando o provimento de medidas mitigadoras em busca do

desenvolvimento social e sustentável das futuras gerações, através da

educação ambiental.

A dimensão ambiental configura-se crescentemente como uma

questão que diz respeito a um conjunto de atores do universo educativo,

potencializando o envolvimento dos diversos sistemas de conhecimento, a

capacitação de profissionais e a comunidade escolar, em todos os seus

graus, principalmente os inicias, numa perspectiva interdisciplinar. O desafio

que se coloca é de formular uma educação ambiental que seja crítica e

inovadora em dois níveis: formal e não formal. Assim, ela deve ser acima de

tudo um ato político voltado para a transformação social. O seu enfoque deve

buscar uma perspectiva de ação holística que relaciona o homem, a natureza

e o universo, tendo como referência que os recursos naturais se esgotam e

que o principal responsável pela sua degradação é o ser humano.

O dever da educação ambiental é, descaracterizar por completo a

menção de que o homem não deve se preocupar com á natureza, e sim, criar

características acolhedores ao cultivo e preservação ao meio que lhe envolve.

A educação é um momento da práxis social transformadora, não

sendo possível revolucionar a sociedade apenas com uma nova educação

coerente com a perspectiva “ambiental”, mas igualmente não sendo viável

fazer isto sem a mesma. Revolucionar significa transformação integral de

nosso ser e suas condições objetivas de existência; é a coincidência da

modificação das circunstâncias com a alteração de si própria, o movimento de

constituição como ser natural. Eis o desafio que está posto para todos.

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A educação, por outro lado, também é uma prática política porque

implica sempre na escolha entre possibilidades pedagógicas que podem se

orientar, tanto para a mudança quanto para a conservação da ordem social.

A educação ambiental constitui-se, assim, como uma prática

duplamente política por integrar o processo educativo, que é inerentemente

político e a questão ambiental que também tem o conflito em sua origem.

Por tanto, considerar que, apesar do homem ser o responsável

pela degradação ambiental não são todos os homens igualmente

responsáveis.

Existe uma hierarquia na responsabilização dessa degradação que

precisa ser considerada na negociação e na busca de soluções para a crise

socioambiental. Há agentes econômicos, países, classes sociais e setores

produtivos que inegavelmente infringiram e continuam infringindo danos de

maior magnitude ao ambiente e que deveriam oferecer uma contribuição

diferenciada na superação desses problemas.

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ÍNDICE

AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 12

CONCEITOS E CARACTERISTICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

E SUA VISÃO COMO DISCIPLINA 12

1.1 Educação Ambiental: Aspecto Formal 21

1.2 Educação Ambiental: Aspecto Informal 22

CAPÍTULO II 23

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E FORMAÇÃO

DO PROFESSOR 23

CAPÍTULO III 26

A CAMADA DE OZÔNIO 26

CAPÍTULO IV 31 DESENVOLVIMENTO, MEIO AMBIENTE E PRÁTICAS EDUCATIVAS 31 4.1 Autores, Práticas e Alternativas da Educação Ambiental 35 CONSIDERAÇÕES FINAI 37

REFERÊNCIAS BLIOGRÁFICAS 38

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ÍNDICE 42