A Educação a Distancia Não Fará Nem Um Sentido Se o
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Tecnologia e metodologia como interligá-las
A educação a distancia não fará nem um sentido se o “aluno” de tal modalidade
não entender suas características, identificando suas estratégias de aprendizagem para
só depois, melhor organizar seus estudos.
Estudar a distância, não é fácil como muitos acreditam. O esforço, a disciplina, a
responsabilidade, a automotivação, o autoconhecimento, a autodisciplina, devem ser
dobrados para que logremos êxitos.
Cada estudante tem uma forma própria de aprender e apreender, levando em conta
que devem “conhecer-se a si mesmos,” para organizar melhor seus estudos assim como,
seu rendimento pessoal, tornando sua experiência mais significativa.
É preciso, desenvolver práticas de pesquisador, fazer análise critico-reflexiva de
tudo que os textos nos propõem, cumprir horários e regras “sem ter um professor ao
lado”, você cobrando resultado de si mesmo, mas sem esquecer que não esta só e que a
interação com as demais pessoas do curso é fundamental para que a aprendizagem se dê
de fato.
Na educação à distância, motivação é a palavra chave, ninguém persiste em meio a
tanta dificuldade se não houver um proposito. E este proposito é seu, é único, a
motivação tem que vim de você.
Aretio (1994), argumenta, que a grande vantagem da aprendizagem dos adultos é
ser uma atividade que ocorre voluntariamente, apoiada numa grande bagagem de
experiências. Assim, ele aponta algumas características consideradas fundamentais para
a aprendizagem na vida adulta:
• a aprendizagem é uma atividade interna;
• é regida por motivações intrínsecas e favorecida pelos estímulos externos;
• é mais rica quando baseada na interdisciplinaridade;
• é mais efetiva quando os objetivos a atingir estão claros;
• o clima afetivo do grupo é um condicionante para a aprendizagem;
• deve contemplar os diferentes estilos de aprendizagem, necessidades e experiências
vividas dos alunos adultos.
AUSUBEL, ( 1976) , afirma que “De todos os fatores que influem na
aprendizagem, o mais importante consiste no que o aluno já sabe”.
VALENTE, ( 2000), diz que é importante para o aluno gerar e não só consumir
conhecimento, e completa, na trajetória escolar de alunos, constatamos que,
geralmente, são encorajados a ser “receptores passivos” de informações e incorporam a
crença de que a aprendizagem depende de um professor, aquele que sabe e conduz toda
a dinâmica das aulas. Esse modelo não auxilia os alunos a desenvolver a autonomia
necessária para a sua aprendizagem e, assim, continuar aprendendo por toda a vida. O
ideal seria um sistema educacional que estimulasse o aluno a “buscar a informação,
aprender como usá-la, convertendo-a em algo pessoal”, tornando-se um aprendiz
permanente e desenvolvendo as habilidades de “caçador-ativo”.
Na pagina dezoito do caderno de estudos, o ícone atenção nos alerta que o pior
inimigo da educação a distância é o adiamento, o deixar pra depois só dificulta a
aprendizagem e a fruição dos pensamentos.
Até entendermos o nosso estilo de aprendizagem as dificuldades são muitas,
quando tivermos esta compreensão, as dificuldades suavizarão.
O caminho para entendermos o nosso estilo de aprendizagem, é tão individual! Já
dizia CAVELLUCCI, (2003, p.1-2), quanto o processo da atividade em si.
LINARD, (2000, p.3), apresenta a autonomia não como simples qualidade, mas
como um mundo superior de conduta integrada ( meta-conduta); e, para a maior parte
dos indivíduos, esta conduta não faz parte do seu repertório, ela deve ser aprendida.
Para ser bem sucedido na aprendizagem a distância , não há segredos, há processos
que devem ser seguidos fielmente: organização, administração do tempo, otimização do
tempo, local apropriado para estudar, criar um grupo de estudo para minimizar as
dificuldades, freguentar sempre que possível seu polo de apoio, buscar orientação dos
tutores (presencial e a distancia), assim como acessar regularmente ao ambiente de
aprendizagem. Desta forma, provavelmente, não teremos muito problemas em concluir
um curso na modalidade de educação à distância.
As tecnologias contribuem para o sucesso da metodologia e didática desta
modalidade. De acordo com a citação de Aretio,(1987), a educação à distância, é um
sistema tecnológico de comunicação de massa e bidirecional, que substitui a interação
pessoal, em aula, de professor e aluno, como meio preferencial de ensino, pela ação
sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e o apoio de uma organização
tutorial que propiciam a aprendizagem autônoma dos estudantes.
Moore, 1996 – diz que a Educação a distância é a aprendizagem planejada que
geralmente ocorre em lugar diverso do professor e, por causa disso, requer técnicas
especiais de desenho de curso, técnicas especiais de instrução, métodos especiais de
comunicação através de várias tecnologias bem como arranjos essenciais
organizacionais e administrativos.
Poderíamos aqui, citar inúmeros autores e definições mas, tanto Aretio quanto
Moore, esclarecem que seria bem mais difícil, quiçá, impossível, estudar a distância sem
uso das tecnologias, principalmente nos dias atuais.
Professor e aluno estão fisicamente separados, porém, são tantos meios
tecnológicos que o aluno nunca esta só, é bem verdade, que a aprendizagem é individual
mas, o apoio do tutor à distância e principalmente presencial (porque temos mais
contato), na maiorias das vezes, quase sempre, impulsiona ou desestimula o aprendiz, a
comunicação é bidirecional e imprescindível.
Embora para muitos soe como algo novo, a educação a distância já “atravessa” longas
datas. Desde meados de 1728, anunciava-se curso nesta modalidade em Boston.
No Brasil, desde 1941, surge o Instituto Universal brasileiro, o que mais chama
atenção até hoje, quando a internet é vista como principal ferramenta da educação a
distancia, o instituto ainda opta por transmitir suas aulas por apostilas enviadas pelos
correios. A afirmativa do instituto é pouco aceitável; dizem que o motivo é o perfil do
publico atendido são pessoas na maior parte empregadas, com certa escolaridade
(ensino médio), mas que buscam registro profissional, e que o computador restringe a
possibilidade de estudo. Afirmam ainda, que com as apostilas, o aluno pode estudar no
ônibus por exemplo.
É estranho pensar desta forma em dias atuais, quando a grande maioria das pessoas
com perfil supracitado, carregam consigo tablets, notbooks, iphones, aparelhos celulares
de ultima geração; que talvez, esta explicação se torne obsoleta.
Infelizmente, em meio a tanta tecnologia, mudam os nomes e não mudam as
práticas, tecnologia nova com metodologia ultrapassada pode não alcançar o objetivo
traçado.
De que adianta um belo power point copiado da internet(muitas vezes
descaracterizado do original que o criador dedicou-se tanto a fazer), e levado por
professores para ser lido em sala de aula? De que adianta falarmos tanto em tecnologias,
em modernidade, pós- modernidade, se continuamos a depender do “bom e velho”
quadro negro e um pedaço de giz para “transmitir” o saber?
E ainda que as usemos todas as tecnologias e não aperfeiçoemos as nossas práticas
metodológicas e didáticas, de nada valerá. Transformemo-nos em multiplicadores de
motivação, sejamos incentivadores da busca pelo saber, pelo conhecer, pelo acreditar,
pelo desenvolver, pelo agir, e o mais importante sem dissociar teoria da pratica, nem a
pratica da teoria pois, serão sempre indissociáveis. Devemos sim buscar novas
metodologias e didáticas criatividade para unir a tecnologia e prover de fato o
conhecimento, não o conhecimento “forjado”, “repetitivo”, mas o conhecimento
aprendido e apreendido como diz a letra da musica de Leila Pinheiro: viver é afinar um
instrumento de dentro pra fora e de fora pra dentro. “aqui ,atrevidamente trocado em
miúdos”, concluímos dizendo que: “ APRENDER é afinar um instrumento de dentro
pra fora e de fora pra dentro”
REFERÊNCIAS
ARETIO, Lorenzo Garcia. Para uma definição de educação a distância. In: Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro: v.16 (78- 79), set/dez. 1987.
ARETIO, Lorenzo Garcia. Educación a distancia hoy. Madrid: Uned, 1994.
AUSUBEL, David P. Psicologia educativa: um punto de vista cognoscitivo. México: Editorial Trillas, 1976.
CAVELLUCCI, Lia. Estilos de aprendizagem: em busca dasdiferenças individuais (2002).Disponívelem:www.iar.unicamp.br/disciplinas/am540_2003/lia/estilos_de_aprendizagem.pdf. Capturado em: 20/08/2004.
LINARD, Monique. A autonomia do aprendende e as TIC. Palestra apresentada no IIº Rencontres Réseaux Humains/Réseaux Technologiques, organizado pelo Centro audiovisual da Universidade de Poitiers, França. In Réseaux Humains/Réseaux Technologiques: présence à distance. Paris, Centre National de Doccumentation Pédagpgique, 2000. Tradução Maria Luiza Belloni. Disponível em: http://www.comunic.ufsc.br/artigos/art_autonomia.pdf
LINARD, Monique. A autonomia do aprendente e as TIC. Disponível em www.comunic.ufsc.br, acesso em 21/07/2004.
MOORE, Michel G., KEARSLEY, Greg. Distance education: a systems view. Belmont (USA) : Wadsworth Publishing Company, 1996.apud caderno de educação a distância UEMANET p.36
VALENTE, José Armando. Criando oportunidades de aprendizagem continuada ao longo da vida. In: Pátio: Revista Pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2000.