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A DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE DIABETES EM JATAÍ (GO)

Elina Pereira da Silva (a), Jéssica de Lima de Souza (b) José Ricardo Rodrigues

Rocha(c)

(a) Graduada em Geografia, Unidade Acadêmica Especial de Estudos Geográficos,

Universidade Federal de Goiás – Regional Jataí, elina.geografia@gmail.com

(b) Graduada em Geografia, Unidade Acadêmica Especial de Estudos Geográficos,

Universidade Federal de Goiás – Regional Jataí, jessicalsufg@gmail.com

(c) Doutorando em Geografia, Unidade Acadêmica Especial de Estudos Geográficos,

Universidade Federal de Goiás – Regional Jataí, josérocha90@hotmail.com

Eixo: Geotecnologia e modelagem aplicada aos estudos ambientais

Resumo

No Brasil aconteceu vários fatos importantes relacionado a saúde, entre eles, pactos pela saúde,

com a estratégia familiar (ESF) junto com atenção primária pela saúde. Em Jataí também 60% da

população foi cadastrada nas unidades básicas de saúde. Desta forma, o objetivo central da pesquisa foi

levantar e especializar os dados de ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis (diabetes) entre os

anos de 2010 e 2013, a fim de conhecer a dinâmica destas ocorrências de acordo com as unidades de

saúde de atenção primária da cidade de Jataí, Goiás. Assim, percebeu-se que nos anos de 2010 a 2013 os

maiores casos de indivíduos cadastrados e acompanhados ocorreram na unidade do Conjunto Rio Claro

e, os menores na unidade do CAIC e Estrela Dalva. Assim verificou que a cidade de Jataí necessita

urgentemente de um planejamento e uma reestruturação na área de atenção básica, com a construção de

mais unidades de saúde, para que a cidade não fique com várias áreas descobertas como constatado e,

uma reorganização na nas equipes de saúde das unidades básicas de saúde.

Palavras chave: Diabetes, Saúde, geoprocessamento, planejamento familiar

1. Introdução

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As doenças crônicas no Brasil são consideradas um grande problema de saúde pública

por serem as que mais causam mortes.

De acordo com Schmidt et al (2011 p.74), é grande o crescimento nos casos de

doenças crônicas no país. O autor enfatiza que “as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)

se tornaram a principal prioridade na área da saúde no Brasil – 72% das mortes ocorridas em

2007 foram atribuídas a elas”.

Goulart (2011, p. 8), coloca que:

Os índices de morte por DCNT já estão mais elevados em países de baixa e média

renda do que em países ricos. Quase dois terços das mortes prematuras em adultos

(entre 15 e 69 anos) e três quartos de todas as mortes adultas são atribuíveis a tais

condições. Pode-se dizer que em todos os países do mundo as DCNT constituem o

principal problema de saúde pública, seja para homens ou para mulheres e, melhor

dizendo, um grave problema para todos os sistemas de saúde pública.

Assim, as Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) são responsáveis pelas principais

causas de óbito no mundo e, no Brasil, sendo caracterizada como um problema de saúde pública,

atingindo principalmente as camadas menos favorecidas da população. Desta forma, Goulart (2011),

ainda enfatiza que a idade é sempre um fator a ser considerado, sendo que os idosos enquadram-se em

um grande grupo de risco.

A geografia tem contribuído bastante com a área da saúde, principalmente com as ferramentas

de geoprocessamento. As técnicas de processamento e espacialização de dados são utilizadas para

analisar o perfil de algumas doenças cardiovasculares, o que se torna de grande importância para o

profissional da saúde.

A geografia nos traz uma ferramenta que é o mapeamento digital como enfatiza Souza et al

(2002, p.29).

O Mapeamento Digital, portanto, é uma técnica emergente. A utilização de

computadores apresenta grandes vantagens para as mais variadas áreas do

conhecimento, tais como a: Geografia, Geologia, Engenharia, Cartografia,

Arquitetura, Geomorfologia, Gestão Urbana, dentre outras.

O uso dessa técnica constitui em fazer uma análise mais abrangente do espaço a ser analisado.

No caso da geografia da saúde, é de suma importância pois com ela se consegue avaliar a real situação

de um determinado espaço físico.

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Segundo Leite (2008, p. 16), “o mapeamento das doenças é fundamental quando se considera a

necessidade de vigilância diante de uma epidemia, já que muitas doenças possuem um padrão

geográfico bem definido”.

Sendo assim, os estudos sobre geografia da saúde e a interação com o SIG, são de extrema

importância para o desenvolvimento de pesquisa nesta área. O objetivo central da pesquisa é levantar e

espacializar os dados de ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis (hipertensão e diabetes)

entre os anos de 2010 e 2013, a fim de conhecer a dinâmica destas ocorrências de acordo com as

unidades de saúde de atenção primária da cidade de Jataí, Goiás.

Neste contexto, objetivou-se georreferenciar as Unidades Básicas de Saúde da Cidade de Jataí

de acordo com os Setores e regiões de planejamento, e consequentemente levantar os dados de

ocorrência de hipertensão e diabetes por unidade de saúde, estabelecendo relações com faixas etárias;

e, posteriormente, analisou-se a distribuição espacial das ocorrências de doenças crônicas, bem como a

abrangência de atendimento de cada unidade de saúde, indicando “pontos cegos” e áreas onde a

atenção primária ainda é precária ou não acontece por parte do poder público.

2. Procedimentos Metodológicos

O recorte espacial compreende a área urbana do município de Jataí, com população censitária

total de 88.006 habitantes (IBGE, 2010). A microrregião Sudoeste de Goiás, onde Jataí está inserida

(Figura 1), atualmente tem presenciado um aumento populacional com a instalações de usinas de

bicombustíveis e multinacionais voltadas para a produção de alimentos.

Na cidade de Jataí, de acordo com os dados do IBGE (2010), a faixa etária que possui maior

porcentagem de população está entre 20 a 29 anos, sendo que a de homens está entre 20 a 24 e a de

mulheres entre 24 a 29 anos (ambos com 4,7% da população). Verifica-se que há um decréscimo na

população à medida em que tende-se a aumentar a faixa etária.

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Figur

a 1 - Localização da cidade de Jataí GO.

Fonte: autor

Ainda na primeira fase, elaborou-se um roteiro de entrevista semiestruturada, realizada com a

coordenadora do programa de agentes comunitários de saúde (PACS) visando levantar os números de

postos de atendimentos existentes na cidade. Também questionou-se sobre o planejamento das

atividades dos agentes e sobre quais setores da cidade seriam atendidos e os procedimentos para o

acompanhamento das famílias inscritas no programa.

Na segunda fase da pesquisa, foi feito o levantamento dos dados de diabetes dos anos de 2010

a 2013, cedidos diretamente pela secretaria municipal de saúde por meio da coordenação do PACS.

Estes dados foram gerados através de visitas feitas por agentes comunitários de saúde de atenção

primária aos usuários do programa com hipertensão e/ ou diabetes, cujas visitas são realizadas

mensalmente para se ter um maior controle sobre os atendidos pelo programa.

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Os dados fornecidos pela secretaria municipal da saúde de certa forma são suficientes, pois os

mapas das áreas de saúde foram confeccionados de acordo com as unidades de saúde e sua área de

abrangência. Desta forma, através desses mapas, pretende-se mostrar onde ocorrem os maiores e os

menores casos de hipertensão e diabetes, bem como as áreas descobertas pelos programas ou que

apresentam maiores carências em relação a estes atendimentos.

Na terceira fase da pesquisa, os casos de diabetes em Jataí foram espacializados com o uso do

ArcGIS 10.1® licenciado pela Universidade Federal de Goiás. Para se ter melhor padronização da

confecção e da leitura dos mapas, adotamos as classes de intervalos iguais utilizando o método da

amplitude, que considera os valores máximo e mínimo para estabelecer os intervalos de classes.

A área de estudo compreende os bairros adjacentes às unidades de saúde da cidade, onde

existem equipes de agentes de saúde em atuação. De acordo com a secretaria municipal de saúde, são

11 unidades básicas de saúde distribuídas na cidade. Segundo mapeamento recente da Prefeitura

Municipal (2013), o município de Jataí contém 85 bairros. As unidades de saúde foram

georreferenciadas em campo com apoio de aparelho GNSS Garmim76CSx e espacializadas sobre o

mapa base da cidade elaborado pela Prefeitura Municipal (2013) utilizando o software ArcGis10.1®

licenciado para o Laboratório de Geoinformação da UFG/Regional Jataí. Foram utilizadas ferramentas

das extensões 3D Analyst, Geoestatistical, Spatial Analyst Tools e Spatial Statistics Tools para

espacializar e analisar os dados levantados junto ao Ministério da Saúde, IBGE e Prefeitura Municipal

de Jataí.

A Figura 2 traz uma ampliação dos limites dos 85 bairros de Jataí, elaborado a partir da base

cartográfica de 2013 da Prefeitura Municipal e, no quadro 01, encontram-se os nomes de cada um dos

bairros numerados no mapa, importante para compreender os resultados do mapeamento

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Unidades Básicas de Saúde Abrangencias das Unidades Básicas de Saúde

Figura 2 – Abrangência dos bairros pelas Unidades Básicas de Saúde de Jataí

Fonte: Prefeitura Municipal de Jataí, 2013.

3. Resultados e discussões

3.1 Distribuição dos casos de diabetes em Jataí (GO) nos anos de 2010 a 2013

De acordo com Figuras 3 A e B e 4 A e B , de 2010 e 2011 na classificação, os menores casos

de diabéticos cadastrados e acompanhados foram na unidade do CAIC e na UBS Estrela Dalva, que

são unidades que atendem um número menor de bairros e áreas de expansão urbana, todos variando de

06 até 43 no número de atendimento ao cadastrado e ao acompanhado. Neste contexto, os bairros que

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são atendidos por essas UBS, de acordo os setores censitários de 2010 do IBGE, apresentam uma

variação populacional de 751 a 1000 habitantes por setor censitário.

Ainda para o ano de 2010, os diabéticos acompanhados tiveram maior incidência região

central da cidade que é coberta pela a Policlínica, que atende os setores Santa Maria, Central, Santa

Maria 2 e Divino Espírito Santo. Já nos setores Aeroporto, Granjeiro, Conjunto Rio Claro 1 e 2, José

Bento, Epaminondas e Bela Vista 1, abrangidas pela UBS do conjunto Rio Claro com 89 indivíduos

acompanhados.

Vale ressaltar, ainda, que os dados da Policlínica encontram-se superestimados pelo fato de

usuários de outros setores não atendidos pelas UBS serem registrados pelos agentes de saúde nesta

unidade.

Figura 3 – Mapa de diabéticos: A) cadastrados e B) acompanhados, Jataí (GO), 2010.

Fonte: Secretaria Municipal da Saúde

Organização: Silva (2014).

De acordo com Figura 4 A e B, as áreas em branco são aquelas descobertas pelo atendimento

dos agentes de saúde específicos das unidades mais próximas de acordo com a secretaria municipal de

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saúde. As áreas com maior número de diabéticos cadastrados foram a UBS Conjunto Rio Claro com

137 indivíduos, na Policlínica com 127 e na Av. Goiás com 167 indivíduos, e as áreas com menor

número de cadastros foram as unidades do CAIC com 25, e no do Conjunto Estrela Dalva com apenas

14 indivíduos cadastrados no de 2011. Ainda, observa-se um crescimento dos diabéticos cadastrados e

acompanhados de 2010 para 2011 nas UBS Conjunto Rio Claro e na Avenida Goiás, com 111 e 115

acompanhamentos, respectivamente. As UBS do CAIC e do Conjunto Estrela D’Alva, novamente,

apresentaram os menores valores. Esses valores que são menores tanto da unidade Estrela Dalva

quanto no CAIC, são pelo fato de que a população destes bairros de acordo com o censo de

distribuição da população estes hà de 251 a 500 pessoas. Assim, verificou-se que todos os pacientes

cadastrados não foram acompanhados, desta forma os dados demonstraram que no ano o número de

casos de agravamento da doença não foram total ao número de cadastrados.

Figura 4 – Mapa de diabéticos: A) cadastrados e B) acompanhados, Jataí (GO), 2011.

Fonte: Secretaria Municipal da Saúde

Organização: Silva (2014).

Os diabéticos cadastrados e acompanhados no ano de 2012 e 2013, de acordo com a

classificação as Figuras 5 A e B e 6 A e B, a taxa de maiores indivíduos cadastrados e acompanhados

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continuou sendo na área de abrangência da unidade do conjunto rio claro, e que de acordo com o

IBGE de 2010 na distribuição por distritos censitários ,são os locais onde nos mostra a Figura 2, os

maiores índices de população em alguns bairros, e que de acordo com a classificação vai de 251 a

1.310 a habitantes nessa localidade. Com uma pequena oscilação no ano de 2013 nas unidades do

Colméia Park e Av.Goiás, compreendendo que nestes locais hà um grande número de habitantes que

vão de 751 a 1.310. As menores ocorrências continuam sendo nas unidades de saúde da Estrela Dalva

e CAIC, que de acordo com a Figura 2 contém até 1.000 habitantes por distrito censitários nestes

bairros onde essas UBS abrangem. Estes com menores índices de acompanhamento e cadastramento

são os bairros nos extremos do município de Jataí, são bairros antigos que foram criados desde a

década de 60 até a década 90 segundo Silva (2009).

Figura 5 – Mapa de diabéticos: A) cadastrados e B) acompanhados, Jataí (GO), 2012.

Fonte: Secretaria Municipal da Saúde

Organização: Silva (2014).

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Figura 6 – Mapa de diabéticos: A) cadastrados e B) acompanhados, Jataí (GO), 2013.

Fonte: Secretaria Municipal da Saúde

Organização: Silva (2014).

3. Considerações Finais

A análise compreendeu o período entre 2010 e 2013, quando pôde-se observar um equilíbrio

com os maiores índices de atendimento na unidade de saúde do Conjunto Rio Claro. Os diabéticos

acompanhados e cadastrados apresetnaram menores índices na unidade de saúde do CAIC e estrela

Dalva, que não passaram da média de 43 indivíduos atendidos.

Os maiores casos de atendimento e acompanhamento de indivíduos hipertensos nos anos de

2010 a 2013 ficaram nas unidades de saúde do Conjunto Rio Claro, Policlínica e Av. Goiás, que foi

reduzindo gradativamente. Assim, os menores casos permaneceram nas unidades do CAIC e Estrela

Dalva.

O maior número de casos de indivíduos cadastrados e acompanhados se deu na maioria na

unidade do Conjunto Rio Claro, neste caso teríamos duas hipóteses, sendo que a 1° seria de que de

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acordo com censo 2010, por distritos censitários esta unidade de saúde abrange mais bairros com até

1310 pessoas nesses bairros adjacentes, 2° ou talvez deva de ser o fato de que é única unidade de

saúde que contém 3 equipes de estratégia familiar.

Os menores casos de cadastramento e acompanhamento, se fixaram na unidade do CAIC e

Estrela Dalva, o fato neste caso talvez não seja os distritos censitários, pois de acordo com o mapa de

distribuição populacional há um volume de médio para grande nestes bairros onde de fato suas

unidades de saúde abrange, talvez seria o fato de ter apenas 1 agente de saúde para cada unidade.

3. Referências Bibliográficas

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