A Dieta de Jesus e Seus Discípulos

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A dieta de Jesus e de seus discípulos  x x x x x 

Transcript of A Dieta de Jesus e Seus Discípulos

  • A dieta de Jesus e de seus discpulos xxxxx

  • R i o d e J a n e i R o , 2 0 0 6

    Don Colbert, mdico

    A dieta de Jesus e de seus discpulos xxxxx

  • Ttulo originalWhat would Jesus eat?

    Copyright 2006 by Don ColbertEdio original por Thomas Nelson, Inc. Todos os direitos reservados.

    Copyright da traduo Thomas Nelson Brasil, 2006.

    SupeRviSo editoRialNataniel dos Santos Gomes

    tRaduoMaria Ins Duque Estrada

    CapaValter Botosso Jr.

    CopideSqueNorma Braga

    ReviSoMargarida Stelmann

    pRoJeto gRfiCo e diagRamaoJulio Fado

    CIP-BRASIL. CATALOGAO-NA-FONTE

    SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

    C652d

    Colbert, Don A dieta de Jesus e de seus discpulos : a receita definitiva para comerbem e viver mais / Don Colbert ; traduo de Maria Ins Duque Estrada. -Rio de Janeiro : T. Nelson, 2006 il.

    Traduo de: What would Jesus eat? Inclui bibliografia ISBN 85-60303-01-4

    1. Nutrio - Aspectos religiosos - Cristianismo. 2. Hbitosalimentares. 3. Dieta de emagrecimento. 4. Hbitos de sade. I. Ttulo.

    06-3838. CDD 241.689

    CDU 241.72

    Todos os direitos reservados Thomas Nelson BrasilRua Nova Jerusalm, 345 BonsucessoRio de Janeiro RJ CEP 21402-325Tel.: (21) 3882-8200 Fax: (21) 3882-8212 / 3882-8313www.thomasnelson.com.br

  • Este livro dedicado a meu pai, Don Colbert Senior, pelo amor e disciplina que me transmitiu. Ele tambm foi

    fundamental para que eu me encaminhasse a uma relao pessoal com Jesus.

  • S u m r i o

    Introduo: Qual era a dieta de Jesus? 9

    1. Investigue sempre o que voc come 172. O alimento que Jesus comia com mais freqncia 35 3. Um item bsico na dieta de Jesus 534. As carnes que Jesus comia 675. Outras formas de protena que Jesus comia 916. Os vegetais que Jesus comia 1017. As gorduras que Jesus comia 1318. O que Jesus bebia 1439. O que Jesus comia na sobremesa? 16910. Jesus fazia exerccios? 19111. Usando a dieta de Jesus para emagrecer 20712. O estilo mediterrneo de sade 22113. Um plano de alimentao diria e um

    cardpio para a semana 235

    Notas 249

    Bibliografia 257

  • que JeSuS faRia?Essa pergunta tem sido formulada muitas e muitas vezes

    nos ltimos anos. Costumo l-la em vrios lugares, desde adesi-vos de automveis at pulseiras.

    A maioria dos cristos que conheo quer verdadeiramente saber o que Jesus faria em cada momento, e quer verdadeiramen-te seguir o seu exemplo em qualquer situao de vida.

    Certamente desejamos amar e honrar nosso Pai celestial assim como fez Jesus.

    Queremos obedecer aos Dez Mandamentos como ele obedeceu.

    Queremos aprender a amar como Cristo amou e a ajudar as pessoas tanto no sentido espiritual quanto no sentido material.

    Queremos seguir os ensinamentos de Jesus no que se re-fere ao uso do nosso tempo, dos nossos talentos e dos nossos recursos financeiros.

    i n t r o d u o

    Q u a l e r a a d i e t a d e J e S u S ?

    O

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    a d i e t a d e J e S u S e d e S e u S d i S c p u l o S

    Mas tambm queremos comer como Jesus comia?Por que no? Ns procuramos seguir Jesus em todas as

    esferas de nossa vida. Ento, por que no em nossos hbitos alimentares?

    Jesus cuidava da sade das pessoas. Certamente seus mui-tos milagres de cura testemunham esse fato. Ele desejava que as pessoas fossem ntegras, e isso inclua o aspecto fsico, assim como o mental e o espiritual.

    Mas ser que Jesus ensinou alguma coisa sobre nutrio ou sobre como devemos comer?

    Minha opinio que ele ensinou, no necessariamente atravs do que disse, mas atravs do que fez. H centenas de exemplos na Bblia de prticas relacionadas alimentao sau-dvel. Jesus incorporou-as plenamente ao seu estilo de vida.

    Mesmo leitores casuais da Bblia sabem de muitas his-trias que se referem a alimentos ou em que os alimentos tm um papel de destaque. Jesus ensinou princpios espirituais fun-damentais usando uma variedade de analogias com o que co-memos. Ele tambm participava de festas bblicas e refeies comemorativas. Na ltima Ceia, instituiu um ritual em que os alimentos so a mais sagrada recordao da sua morte.

    A medicina e a cincia confirmam isso. Se comermos como Jesus comia, seremos mais saudveis. Ele nosso exemplo com relao a bons hbitos alimentares e disciplina, para que vivamos uma vida mais sadia e equilibrada.

    Mas, talvez voc diga, os tempos mudaram desde que Jesus viveu neste mundo h dois mil anos. A tecnologia pro-grediu. Temos muitos alimentos novos que Jesus desconhecia. Nossos padres alimentares so muito diferentes hoje.

    Sim... e no. Os tempos mudaram e nossos padres alimen-tares so diferentes, mas isso no necessariamente positivo!

    Hoje em dia, comemos gordura demais. Bife na manteiga, ovo frito, batatas fritas, cebola e outros vegetais fritos. Acrescente-se a isso biscoitos com alto teor de gordura cobertos com man-teiga, e pur de batatas preparado com leite gordo.

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    i n t r o d u o

    Quando pensamos em uma refeio completa, o que nos vem mente? Em geral, na nossa cabea, uma boa refeio aquela que inclui sobremesa. Muita gente acha que uma re-feio no adequada ou completa sem alguma coisa doce no final.

    Nossa alimentao atual segue padres muito diferentes dos de Jesus, fazendo-nos contemplar muito rpido o declnio de nossa sade.

    Em 1901, os Estados Unidos eram considerados a nao mais saudvel do mundo, entre cem naes estudadas. Por volta de 1920, o pas caiu para o segundo lugar. Em 1950, estava em terceiro. Chegando a 1970, estava em quadragsimo primeiro lugar. E, em 1981, desceu para o nonagsimo quinto!1

    Como pode uma nao descer do quadragsimo primei-ro lugar na rea da boa sade para o nonagsimo quinto em apenas onze anos? E de primeiro para nonagsimo quinto em exatamente um sculo? A resposta pode ser resumida em duas palavras: fast-food. A cultura americana do fast-food se expandiu por todo o mundo, chegando ao nosso pas na dcada de 50 e se consolidando definitivamente na dcada de 70.

    Em 1999, quando a rede McDonalds completava 20 anos de Brasil, o nmero de restaurantes havia aumentado dez vezes, 400 unidades em todas as regies brasileiras, com 36 mil funcio-nrios no total. De 2000 para 2002, o faturamento passou de R$ 1,46 bilhes para R$ 1,70 bilhes, e s em 2003 foram atendi-dos, em mdia, 1,5 milhes de clientes a cada dia. Isto, s com re-lao a essa cadeia de restaurantes. Infelizmente, verificamos que a saudvel combinao bem brasileira de arroz e feijo tem sido cada vez mais substituda pelos hambrgueres e batatas fritas.

    O motivo pelo qual a popularidade da fast-food cresceu de modo to impressionante simples: nosso ritmo de vida a torna quase obrigatria. As pessoas acham que esto muito ocupadas para preparar refeies tradicionais e vem a fast-food como uma alternativa para poupar tempo. Alm disso, muitas vezes

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    fica mais caro preparar uma refeio tradicional por pessoa do que comprar uma poro individual numa loja de fast-food. Isto porque no mais costumamos preparar rotineiramente as refeies em casa, e assim acabamos desperdiando grande par-te dos alimentos que compramos na feira.

    Em nossa cultura, os anncios constantemente nos bom-bardeiam e com freqncia estimulam nosso desejo por fast-food. Incentivos so oferecidos s crianas sob a forma de brinquedos includos na refeio e de playgrounds do lado de fora do restau-rante. Alm disso, h sempre um restaurante de fast-food a menos de um quilmetro das nossas casas. O resultado final que a nutrio saudvel sacrificada facilidade, ao custo e acessi-bilidade.

    A fast-food planejada para atrair quatro sentidos: viso, olfato, sabor e tato ou textura. Uma das maneiras mais simples de adicionar sabor e textura a um alimento adicionar gordu-ra. Uma das maneiras bsicas de adicionar sabor a um alimen-to adicionar acar. Alimentos que tm um brilho por cima desde roscas at glac de bolo contm grande quantidade de gordura. Alm de no terem praticamente qualquer valor nu-tritivo, as fast-foods costumam ter muito sal e poucas fibras.

    Comer uma dieta rica em sal, baixa em fibra, rica em gordura e em acar e praticamente isenta de nutrientes no seguir a dieta de Jesus.

    o v a l o r d e u m a d i e t a p r i m i t i v a

    Seramos mais sadios se nossa dieta fosse mais primitiva o tipo de dieta adotada por Jesus?

    A medicina diz que sim.H um relato cientfico surpreendente de quase sete d-

    cadas atrs que ainda vlido. O Dr. Weston A. Price, dentista,

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    estudou povos primitivos que viviam isolados da civilizao ocidental, inclusive comunidades na Sua e na Esccia em vila-rejos e aldeias afastadas do centro da sociedade de suas naes. Algumas das culturas que ele estudou consumiam dietas que incluam peixe, frutos do mar e caa; outras culturas adotavam uma alimentao que inclua carne e laticnios produzidos a partir de animais domsticos. Algumas tinham dietas que inclu-am frutas, cereais, legumes e vegetais; outros grupos quase no consumiam alimentos que precisavam ser plantados. Algumas culturas primitivas tinham o hbito de comer alimentos crus, enquanto outras consumiam basicamente alimentos cozidos.

    As dietas de todas essas culturas, entretanto, tinham cer-tas caractersticas em comum: nelas no havia alimentos refi-nados, desvitalizados, tais como acar branco ou farinha de trigo branca; no havia leite pasteurizado ou homogeneizado, alimentos em lata, leo hidrogenado ou refinado. Todas essas dietas incluam alguns produtos animais, e todas incluam sal. Esses grupos isolados preservavam seus alimentos usando sal, fermentao e mtodos de secagem, processos que conservam em grande parte o valor nutritivo do alimento.

    Ao todo, o Dr. Price investigou cerca de dezessete cultu-ras, entre elas a dos esquims do Alasca, tribos africanas, abo-rgines australianos, ndios tradicionais americanos, povos das ilhas dos mares do Sul, habitantes de remotas aldeias suas e de ilhas distantes da costa da Esccia.

    Depois de analisar as dietas desses grupos isolados, o Dr. Price comparou-as com a dieta americana atual. Repare que ele realizou essa pesquisa nas dcadas de 1930 e 1940, quando o valor nutricional da dieta americana era muito mais alto do que hoje.

    Eis o que o Dr. Price descobriu:

    todas as chamadas dietas primitivas continham uma quantidade de minerais e vitaminas hidrossolveis pelo menos quatro vezes maior que a dieta americana;

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    todas essas dietas continham uma quantidade de vita-minas lipossolveis pelo menos dez vezes maior que a dieta americana;

    nessas culturas isoladas, as pessoas praticamente no apre-sentavam perda de dentes e tinham uma alta resistncia a doenas.

    Em alguns casos, o Dr. Price teve oportunidade de estu-dar pessoas que pouco tempo antes tiveram acesso a alimentos processados, ocidentalizados. Ele descobriu que, quando a civi-lizao ocidental alcanou essas reas remotas e a dieta passou a incluir alimentos processados e aucarados, o nmero de cries aumentou rapidamente. No s a perda de dentes se acentua-va, como as doenas em geral comearam a aumentar. Crianas nascidas de pais que haviam consumido alimentos processados tinham maior incidncia de deformaes de face e mandbula. Um alto percentual de anomalias congnitas comeou a ocor-rer, e doenas agudas e crnicas foram registradas em nmeros crescentes. Quanto mais refinada era a comida, mas depressa declinava a sade dessas pessoas.

    O Dr. Price concluiu que a perda de dentes decorria prin-cipalmente de deficincias nutricionais e que as mesmas con-dies que provocavam a perda de dentes tambm causavam as doenas em geral. Ele se tornou ento um forte defensor da mudana dos hbitos alimentares do povo americano, propon-do o seguinte:

    que se escolhesse alimentos no manipulados, com seus nutrientes compactos;

    que se evitasse alimentos processados ou refinados;

    que se preferisse alimentos frescos, em seu estado natural.

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    Esses so os mesmos hbitos alimentares que formavam a base da dieta de Jesus!

    A dieta apresentada neste livro aborda um plano alimen-tar que privilegia basicamente:

    1. alimentos integrais;2. alimentos frescos;3. gua pura e alimentos sem pesticidas, fungicidas ou qual-

    quer outro tipo de aditivos;4. alimentos que no tenham sido misturados com acar

    ou impregnados com gordura, sal, aditivos ou conser-vantes qumicos.

    Este livro apresenta o modo como Jesus comia. Se voc quer de fato seguir Jesus em todas as reas de

    sua vida, no pode ignorar os hbitos alimentares adotados por ele. Esta uma rea em que voc pode segui-lo diariamente e colher grandes recompensas. Seguir Jesus em sua dieta requer um compromisso de mudana, o compromisso de sermos tudo aquilo para o que Deus nos criou e o compromisso de entregar nossos desejos aos ensinamentos de Deus. Em troca, Deus ir honrar essa deciso, dando-nos mais energia, melhor sade e uma sensao maior de bem-estar.

    Voc quer seguir o exemplo de Jesus e comer como ele comia? Ento vire a pgina e vamos comear.

  • alvez o paSSo maiS impoRtante para aprender a seguir o exemplo de Jesus e comer como ele comia possa ser resumido em duas perguntas.

    Faa a si mesmo estas duas perguntas-chave a respeito de tudo o que voc comer hoje:

    1. Por que devo comer isto?2. Jesus comeria isto?

    Se voc fizer estas duas perguntas em relao a cada boca-do de comida que introduz em seu organismo, e se as respon-der honestamente, ser forado a se defrontar com duas verda-des fundamentais sobre seu modo de vida:

    veRdade 1 A maior parte daquilo que comemos resulta de escolhas mal fundamentadas, equivocadas e quase sempre inconscientes.

    c a p t u l o u m

    i n v e S t i g u e S e m p r eo Q u e v o c c o m e

    T

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    a d i e t a d e J e S u S e d e S e u S d i S c p u l o S

    veRdade 2 A maior parte do que comemos em um dia pode no ser o que Jesus comeria se estivesse em nosso lugar.

    Desafio voc a examinar seriamente os motivos que o levam a comer o que come.

    a o r i g e m d a S n o S S a S p r e f e r n c i a S a l i m e n t a r e S

    Nossa memria tende a trabalhar contra ns quando se trata de escolher nossa alimentao com sabedoria.

    As preferncias de uma pessoa se formam de fato durante os primeiros quatro ou cinco anos de vida. Em outras palavras, o que papai e mame nos do de comer quando somos crianci-nhas ser provavelmente o que preferiremos pelo resto da nossa vida. Em geral, gostamos que nossa comida tenha a cor, a tex-tura, o cheiro e o sabor das comidas que comamos na infncia. possvel que associemos subconscientemente aquelas comidas alegria, a uma poca despreocupada em que nos sentamos seguros e tnhamos poucas inquietaes.

    Na idade adulta, as pessoas relembram o aroma ou o sabor do bolo, do sorvete, das barras de chocolate, pizzas, hambrgueres, cachorros-quentes e outras coisas que comiam habitualmente quando crianas. E podem ser irresistivelmente atradas para essas coisas quando o cheiro delas est no ar. Basta dar uma olhada nas comidas oferecidas nas feiras de produtores e nas pessoas que enfrentam longas filas para compr-las.

    Comemos principalmente por uma questo de hbito. E muitos dos nossos hbitos relacionados comida so maus hbitos.

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    Temos o mau hbito de comer alimentos altamente processados

    Ns dizemos que eles so alimentos prticos. Mas praticamente todos os alimentos prticos so altamente pro-cessados.

    Aproximadamente dez mil novos alimentos processa-dos so introduzidos a cada ano nos Estados Unidos. Cerca de nove em cada dez desses novos produtos alimentcios fracassam no porque so inferiores do ponto de vista nutritivo, mas porque lhes faltou uma campanha publicitria bem-sucedida.1 Em outras palavras, provavelmente comeramos ainda mais ali-mentos altamente processados se o que soubssemos sobre eles nos despertasse a vontade de experiment-los.

    Como mdico, tenho uma forte convico de que a ali-mentao fast-food e sua dependncia de alimentos processados so a principal razo da epidemia de doenas graves e difundi-das que vemos hoje em nossa sociedade. Essas condies adver-sas para a sade incluem a lista das quinze mais: obesidade, doenas cardiovasculares, cncer, diabetes, hipertenso, coleste-rol alto, distrbios de ateno, refluxo gastroesofgico, doena da vescula biliar, diverticulose, diverticulite, artrite, sndrome de fadiga crnica, fibromialgia e alergias. Quase todas as demais doenas degenerativas podem ser includas nessa lista. difcil encontrar uma famlia que no tenha casos de uma ou mais dessas doenas. Tambm difcil encontrar uma famlia que no consuma uma quantidade significativa de fast-food ou um alto percentual de alimentos processados. Como mdico no vejo isso como uma simples coincidncia.

    Os americanos provavelmente so o povo mais super-alimentado do mundo, e tambm o mais subnutrido: os trs alimentos mais consumidos nos EUA so po branco, caf e ca-chorro-quente.2 As estatsticas mostram que aproximadamente metade de todos os americanos que esto vivos hoje morrer de doenas cardiovasculares e que cerca de uma tera parte deles desenvolver cncer em algum estgio de sua vida.

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    a d i e t a d e J e S u S e d e S e u S d i S c p u l o S

    No Brasil, o consumo excessivo de gorduras e carboi-dratos segue o mesmo padro, com grandes quantidades de alimentos com calorias vazias alimentos volumosos mas sem um valor nutricional genuno para o corpo humano. Esses alimentos vo de batatas fritas a refrigerantes, do po branco a biscoitos, de cereais muito aucarados a margarina para citar apenas alguns dos principais representantes dessa categoria.

    Mas ento, o que h de errado com a fast-food e com os alimentos processados? Seu consumo leva a uma dieta com ex-cesso de acar e sal, excesso dos tipos nocivos de gordura, excesso de aditivos. Quando esses alimentos so combinados a uma percentagem excessiva e inadequada de carnes e laticnios, a sade fica comprometida.

    No mundo da medicina, ns constatamos o problema no s nos boletins laboratoriais e patolgicos que lemos, mas ao vivo, diariamente, nas pessoas que atendemos em nossas cl-nicas e consultrios. Vemos um nmero crescente de adultos com peso bem acima do normal ou com obesidade mrbida. O excesso de peso j atingiu 38,8 milhes de brasileiros adultos (40,6%), dos quais 10,5 milhes so considerados obesos. Por ano, 80 mil morrem de enfermidades decorrentes da obesida-de, como diabetes do tipo 2, um mal diretamente relacionado aos hbitos alimentares.

    Voc sabe que nos Estados Unidos tanto as companhias de aviao quanto os estdios esportivos esto planejando instalar assentos maiores nos avies e nas arquibancadas simplesmente porque aumentou o nmero de usurios com excesso de peso?

    As cadeias de fast-food norte-americanas proliferaram em todo o globo terrestre. E, quanto maior o nmero de cadeias de fast-food e de franquias em outros pases, maior a percenta-gem de obesos no mundo. Entre 1984 e 1993, o nmero de restaurantes de fast-food na Inglaterra quase dobrou, e tambm a incidncia de obesidade.3 Na China, o nmero de adoles-centes com excesso de peso quase triplicou na ltima dcada.

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    Na mesma dcada, alimentos ocidentais que foram introduzidos ali passaram a ser consumidos em grandes quantidades. No Japo, os jovens e muitos adultos parecem estar abandonando a dieta tradicional japonesa de vegetais, produtos base de soja, peixe e arroz integral e adotando uma dieta ocidentalizada. Resultado: a taxa de obesidade entre as crianas japonesas duplicou.4

    Os alimentos com calorias vazias so perigosos no s porque deixam de nutrir o corpo, mas tambm por retirar dele nutrientes essenciais.

    Muitas vezes o desejo por determinados alimentos pode ser sinal da carncia de um nutriente. Por exemplo, o acar comum e muitos alimentos processados so deficientes em vi-tamina B. Todos os alimentos que contm carboidratos de ce-reais integrais em seu estado natural possuem, inerentemente, quantidades significativas de vitamina B. Quando consumimos alimentos processados dos quais a vitamina B foi retirada no processo de produo e quando consumimos grandes quanti-dades de acar, em geral ficamos com deficincia de vitamina B. Como necessitamos da vitamina B, se no a ingerimos em quantidade adequada, tendemos a ansiar cada vez mais pelos carboidratos, na esperana de que eles supram os nutrientes ne-cessrios.

    Temos o mau hbito de comer acar e outros adoantes em excesso

    No Brasil, o consumo per capita anual de acar despen-cou de cerca de 16 quilos, em 1988, para pouco mais de 8 quilos, em 2003. A quantidade de sacarose, ou acar branco de mesa, est atualmente em queda, mas o consumo de outros adoantes, tais como xarope de milho com adio artificial de frutose, vem aumentando consideravelmente. Alm desse xaro-pe, presente em muitos refrigerantes, os ingredientes em geral vistos nos rtulos dos alimentos processados e dos alimentos doces so frutose, glucose, dextrose, xarope de milho, sacarose,

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    a d i e t a d e J e S u S e d e S e u S d i S c p u l o S

    malte de cevada, acar de beterraba, acar de arroz e mel. Os lcoois de acar, que tm um sabor doce mas no so me-tabolizados to facilmente quanto o acar, incluem sorbitol, manitol e xilitol. Muitas vezes esses lcoois de acar esto as-sociados aos gases intestinais, produzindo clicas abdominais e diarria.

    Os adoantes, inclusive os qumicos como ciclamato, sa-carina e aspartame, costumam ser adicionados a produtos, espe-cialmente queles rotulados como isentos de acar.

    O aspartame de longe o mais popular adoante artifi-cial do mundo. Ele adoa quase 200 vezes mais do que o a-car refinado quando usado na mesma quantidade. O aspartame contm dois aminocidos: fenilalanina e cido asprtico, assim como metanol. No corpo humano, esses elementos produzem substncias idnticas em composio ao lcool da madeira e ao formaldedo, ou formol (sim, o lquido usado para embal-samar cadveres). O aspartame vem sendo associado a dores de cabea, tonteira, mudanas comportamentais, problemas de sono, problemas visuais, alteraes de humor, insnia, zumbido nos ouvidos, confuso mental, anomalias cerebrais e anomalias congnitas. No recomendvel para mulheres grvidas ou que estejam amamentando, ou para crianas com menos de seis me-ses de idade.5

    A sacarina outro adoante artificial em uso h mais de cem anos. entre trezentas a setecentas vezes mais doce que a sacarose. Costuma deixar na boca um travo amargo. Doses ele-vadas de sacarina tm sido associadas a cncer na bexiga em animais de laboratrio.

    O mais novo adoante artificial no mercado a sucra-lose, vendida no mercado americano com o nome comercial de Splenda. A sucralose produzida pela clorificao da saca-rose. No existem pesquisas sobre os efeitos de longo prazo da sucralose. Em seres humanos, de acordo com a publicao The Medical Letter on Drugs and Therapeutics, sua segurana a longo prazo desconhecida. O uso da sucralose ainda no foi apro-

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    vado pela maioria dos pases europeus, onde ainda est sendo examinado, mas distribuda amplamente nos Estados Unidos. Pesquisas com ratos, camundongos e coelhos de laboratrio mostraram que a sucralose pode causar inmeros problemas: at 40% de encolhimento da glndula timo, aumento do fgado e do pncreas, atrofia dos folculos linfticos no bao e no timo, aumento do peso cecal, reduo da taxa de crescimento, menor produo de clulas vermelhas no sangue, hiperplasia da plvis, extenso do perodo de gravidez, aborto espontneo, reduo dos pesos do corpo do feto e da placenta e diarria.6

    Praticamente todos esses adoantes qumicos, e em espe-cial o aspartame, mostraram tendncias adicionais. Muitos estu-dos de casos publicados relataram que o consumo de bebidas dietticas leva a doses cada vez maiores. Uma ironia associada com esses adoantes que eles tambm tendem a ser relaciona-dos a um consumo maior de acar. J foi comprovado que o aspartame, especialmente, aumenta a nsia por acar.

    Ns ingerimos aditivos demais com a nossa comida

    Uma informao comumente constante dos rtulos dos alimentos processados que o produto foi enriquecido com a adio de vitaminas ou de minerais. Essas vitaminas e minerais raramente esto presentes numa forma que possa ser utilizada com facilidade pelo organismo humano.

    O que de fato adicionado aos alimentos processados? Acares e outros adoantes so adicionados para melhorar o sabor e, em alguns casos, para que as pessoas se viciem naquela comida. Os adoantes esto entre os aditivos alimentares mais comuns e que so consumidos em maior quantidade. O grosso desses adoantes usado na produo de bolos, tortas, refrige-rantes e cereais matinais.

    Os aromatizantes so acrescentados para melhorar o cheiro e o sabor e at, em alguns casos, para criar o sabor. Por exemplo, a maioria dos produtos identificados como de mo-

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    a d i e t a d e J e S u S e d e S e u S d i S c p u l o S

    rango na verdade no contm nada de morango! Mais de dois mil aromatizantes diferentes esto disponveis no mercado hoje mais de mil e quinhentos so sintticos, e aproximadamente quinhentos so naturais.

    Colorantes so adicionados para criar um visual mais atraente.

    Em muitos casos, sal e gorduras hidrogenadas so adi-cionadas para melhorar a textura e o sabor. Isso se aplica sobre-tudo a produtos que dizem em seus rtulos acar reduzido ou sem acar. Na grande maioria dos casos, os alimentos processados que exibem esses rtulos no tm absolutamente menos calorias o acar simplesmente foi substitudo por uma quantidade maior de gordura.

    Os conservantes so adicionados para prolongar a vida do produto na prateleira.

    De fato, mais de trs mil aditivos diferentes fazem parte da nossa alimentao rotineira.

    No preciso dizer que Jesus no comia alimentos pro-cessados, acar em excesso nem aditivos alimentares. O que ele comia era uma dieta baseada em princpios bblicos que tinham seu foco na sade e na integridade do corpo fsico. Es-tou cem porcento convencido de que, caso as leis dietticas da Bblia fossem promulgadas por Deus hoje, haveria uma etiqueta dizendo no comers colada aos alimentos processados ricos em acar, gordura hidrogenada, sal ou aditivos.

    u m p l a n o a l i m e n t a r b a S e a d o n a l e i l e v t i c a

    Os alimentos que Jesus comia se baseavam na lei levtica, a lei que foi dada aos israelitas por Deus atravs de Moiss. Os alimentos que Jesus comia em concordncia com a lei propor-cionavam-lhe as matrias-primas necessrias a um corpo sau-

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    dvel e a uma mente saudvel. Ele vivia e caminhava em divina sade. A boa nova para ns esta: os antigos segredos dietticos associados ao modo de vida de Jesus podem nos garantir uma sade melhor hoje!

    Mas, voc dir, eu no vivo sob a lei! Eu vivo sob a graa!

    Permita-me responder deste modo: Deus est lhe dando hoje a graa de aprender sobre a sua lei e de viver em confor-midade com ela. A lei que Jesus cumpriu inteiramente em sua prpria vida e em sua morte tinha a ver com a nossa reparao espiritual. No precisamos mais sacrificar animais ou derramar sangue para receber o perdo dos nossos pecados. Jesus sacri-ficou-se na cruz por nossos pecados. Quando aceitamos esse sacrifcio, ns nos libertamos da sujeio ao pecado em nossa vida e somos autorizados por Deus a entrar num novo relacio-namento com ele, a viver uma nova vida.

    Aceitar Jesus como nosso Senhor e Salvador, contudo, no nos liberta da obedincia aos Dez Mandamentos. Ao contr-rio, somos habilitados a querer segui-los e a de fato segui-los! O mesmo verdade para outras leis do Antigo Testamento que no se relacionam diretamente com a nossa salvao espiritual. Aceitar Jesus nos habilita a querer seguir essas leis e a de fato segui-las. O apstolo Paulo deixou bem claro em suas cartas que no fomos libertados da lei para continuar a pecar; fomos libertados por Cristo para nos afastarmos do pecado.

    Costumo encontrar cristos que sabem muito pouco acerca do que a lei levtica diz sobre comida. Eles no encaram as leis dietticas da Bblia como aplicveis aos nossos dias, em-bora aceitem as leis morais da Bblia como aplicveis.

    A lei levtica relacionada alimentao j aparece no pri-meiro captulo da Bblia.

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    a d i e t a d e J e S u S e d e S e u S d i S c p u l o S

    o p l a n o i n i c i a l d e d e u S p a r a n o S S a S a d e

    O plano inicial de Deus para o homem era que ele fosse vegetariano. No primeiro captulo da Bblia, lemos: Eis que lhes dou todas as plantas que nascem em toda a terra e produ-zem sementes, e todas as rvores que do fruto com sementes. Elas serviro de alimento para vocs (Gnesis 1:29).

    Alm disso, o plano inicial de Deus para cada criatura vivente era que fosse um herbvoro. Tambm lemos no Gnesis: E dou todos os vegetais como alimento a tudo o que tem em si flego de vida: a todos os grandes animais da terra, a todos as aves do cu e a todas as criaturas que se movem rente ao cho (Gnesis 1:30).

    Aqueles que viveram durante esse perodo vegetariano de Ado at No viveram vidas longas. Ado viveu 930 anos, Sete 912 anos, Enoque 905 anos, Jarede 962 anos e Matu-salm 969 anos, a maior longevidade registrada na Bblia.

    Depois do Dilvio, as pessoas passaram a viver perodos de tempo muito mais curtos. Abrao viveu 175 anos e Moiss 120. Certamente a expectativa de vida atual de cerca de 75 anos ainda muito mais baixa.

    H uma srie de especulaes sobre o motivo pelo qual os homens viviam at uma idade to avanada no perodo ve-getariano. Alguns especulam que havia muito mais oxignio na Terra nos tempos anteriores ao Dilvio a cada vez que es-ses ancestrais inspiravam, recebiam provavelmente muito mais oxignio do que ns, mesmo inspirando profundamente, po-demos obter hoje. Alguns especulam que existia uma barreira de umidade em torno da Terra, o que resultava numa presso baromtrica mais elevada. Este ambiente seria ideal para o cres-cimento das plantas e dos homens. H tambm especulaes de que o mundo antes do Dilvio tinha uma vegetao extrema-mente rica em nutrientes. Quem viveu da poca de Ado at a poca de No pode muito bem ter tido acesso a frutas e vegetais muito mais ricos em vitaminas, minerais e fitonutrientes.

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    A mudana aps o Dilvio tambm incluiu a introduo da carne na dieta humana um fator que pode estar ligado ao declnio do tempo de vida. Quando as guas baixaram e No e sua famlia puderam descer da arca, No construiu um altar para o Senhor e fez oferendas queimando aves e animais puros. O Senhor respondeu prometendo nunca mais amaldioar a terra com um dilvio. Ele abenoou No e seus filhos, e lhes disse:

    Sejam frteis, multipliquem-se e encham a terra. Todos os animais da terra tremero de medo diante de vocs: os animais selvagens, as aves do cu, as criaturas que se movem rente ao cho e os peixes do mar; eles esto en-tregues em suas mos. Tudo o que vive e se move servir de alimento para vocs. Assim como lhes dei os vegetais, agora lhes dou todas as coisas. Mas no comam carne com sangue, que vida (Gnesis 9:1-4).

    Deus no restringiu No e as geraes subseqentes a carnes simplesmente puras, mas indicou que todas as coi-sas que se moviam podiam ser consideradas carne. Certamente havia um aspecto de ordem prtica em tudo isso. Os animais saram da arca e estavam disponveis para No e sua famlia. Contudo, as plantas ainda precisavam ser cultivadas e, no caso da vinha e das rvores frutferas, poderiam se passar anos antes que as frutas estivessem disponveis.

    Fomos criados para ser onvorosO homem, desde os tempos da criao, sempre foi um

    onvoro, capaz de se alimentar tanto de plantas quanto de ani-mais. Contudo, a nossa anatomia foi planejada de tal modo que estamos melhor equipados para consumir mais produtos vege-tais do que produtos animais.

    Os seres humanos tm vinte dentes molares, que so usados para esmagar e triturar alimentos vegetais. Temos oito incisivos frontais, que so usados para morder frutas e vegetais. Apenas quatro dos nossos dentes, os caninos, so desenhados

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    para comer carne. Nossas mandbulas se movem vertical e hori-zontalmente para rasgar e esmagar nossa comida um verda-deiro carnvoro s move os maxilares verticalmente.

    O trato intestinal humano cerca de quatro vezes mais comprido do que a estatura de uma pessoa, o que favorece a ingesto de alimentos vegetais. O trato intestinal de um verda-deiro carnvoro muito mais curto, medindo apenas duas ou trs vezes mais que o comprimento do seu corpo. O estmago de um carnvoro tem at quatro vezes a quantidade de cido clordrico de que o estmago de um herbvoro. Por isso os car-nvoros so mais aptos a digerir carne mais depressa e a elimi-nar os resduos mais rapidamente atravs de um trato intestinal mais curto.

    Os primatas no humanos como macacos, gorilas e chimpanzs so onvoros. Eles comem basicamente frutas e vegetais, e s muito raramente consomem pequenos animais, ovos e lagartos. O gorila supre apenas cerca de 1 porcento de suas calorias totais com alimentos de origem animal, e o oran-gotango supre cerca de 2 porcento de suas calorias com tais produtos. Ns, humanos, tendemos a suprir mais de 50 porcento das nossas calorias com alimentos de origem animal. Nesse ter-reno, devamos aprender com os macacos!7

    Nossas mos so semelhantes s dos macacos e se desti-nam basicamente a segurar alimentos como frutos, vegetais, se-mentes, folhas e gros. No temos garras para dilacerar carne.

    Nossa saliva alcalina e contm ptialina, que nos ajuda a digerir carboidratos. A saliva dos carnvoros acidfera.

    Os carnvoros tm tambm rins e fgados maiores que os dos seres humanos, que lhes permite administrar a quantida-de excessiva de cido rico e os resduos nitrogenosos de uma dieta base de alimentos de origem animal. O fgado de um carnvoro secreta quantidades muito maiores de bile, para que ele possa decompor uma dieta de carne muito gordurosa.

    Nosso corpo simplesmente no foi criado para se adaptar a uma dieta rica em carne e em gorduras da carne.

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    Devemos tambm admitir que a carne que nossos an-cestrais comiam era carne selvagem, que quase sempre tem um teor baixo de gordura. O teor de gordura da carne de caa de cerca de 4 porcento, enquanto o bife domstico, que vem de um animal alimentado basicamente com milho, tem um teor de 30 porcento ou mais. A carne de caa tambm contm mais gorduras naturais poliinsaturadas e cidos graxos essenciais mega-3 que promovem a sade humana.

    Por que precisamos de leis alimentares?

    Foi s quando Moiss entrou em cena, mais de mil anos depois da poca de No, que Deus deu instrues alimentares com relao aos animais prprios e imprprios para consumo humano. Essas leis esto definidas claramente em Levtico 11 e Deuteronmio 14.

    Aparentemente, os animais dos sculos anteriores poca de Moiss no tinham doenas perigosas para o homem. Mas, na poca dos israelitas, o nvel de poluio e doena na Terra havia chegado a um ponto em que os animais de certos tipos tornaram-se veculos de bactrias, parasitas, vrus e toxinas no-civas espcie humana.

    u m a r e c a p i t u l a o S u c i n t a d a S l e i S d i e t t i c a S J u d a i c a S

    Muitas pessoas parecem pensar que grande parte da Lei de Moiss dedicada s regras dietticas. Mas apenas dois captulos e alguns versculos adicionais e espordicos menos de 150 ao todo tratam dessa questo, e muitos desses versculos repetem a mesma coisa. Vamos rever rapidamente o que Deus ordenou.

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    a n i m a i S p u r o S e i m p u r o S

    Os israelitas tinham permisso de comer animais que ti-vessem cascos fendidos ou divididos e que ruminassem. Lemos nos versculos de abertura de Levtico 11:

    Disse o SENHOR a Moiss e a Aro: Digam aos israelitas: De todos os animais que vivem na terra, estes so os que vocs podero comer: qualquer animal que tem casco fen-dido e dividido em duas unhas, e que rumina. Vocs no podero comer aqueles que s ruminam nem os que s tm o casco fendido. O camelo, embora rumine, no tem casco fendido; considerem-no impuro. O coelho, embora rumine, no tem casco fendido; impuro para vocs. A lebre, embora rumine, no tem casco fendido; conside-rem-na impura. E o porco, embora tenha casco fendido e dividido em duas unhas, no rumina; considerem-no impuro. Vocs no comero a carne desses animais nem tocaro em seus cadveres; considerem-nos impuros.

    As duas principais caractersticas identificadas aqui so que um animal puro tem cascos fendidos e ruminante. Um casco fendido um casco dividido ou partido.

    Animais cujo alimento passa do estmago para a boca para uma nova mastigao so conhecidos como ruminantes. O estmago de um ruminante consiste de quatro cmaras. O ali-mento entra no rmen, onde a digesto comea. Ento passa para o retculo, para mais uma digesto, e expulso para cima. O alimento volta ento para uma cmara chamada omaso, e final-mente para o abomaso, onde passa para o duodeno e o intes-tino. Essas quatro cmaras do estmago so semelhantes a uma mquina de lavar com quatro ciclos de lavagem e enxge. Por terem essas quatro cmaras, os ruminantes eliminam bactrias, toxinas, parasitas e outros perigos que de outro modo poderiam permanecer como parte da carne do animal.

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    Animais que tm cascos fendidos mas no so ruminan-tes eram proibidos o que inclua coelhos e porcos. Os cava-los no eram comuns entre os israelitas nos tempos bblicos, e esta provavelmente uma das principais razes para no terem sido mencionados pelo nome. Cavalos tambm so impuros de acordo com essa descrio porque, embora ruminem, no tm cascos fendidos. Uma srie de estudos mostrou que a carne de cavalo freqentemente contm parasitas, vrus e bactrias. Algu-mas doenas se associam comumente ao consumo de carne de cavalo nos lugares onde ela faz parte da dieta habitual.

    De acordo com a definio da Bblia, animais puros in-cluem gado bovino, carneiros e cabras. Em Deuteronmio 14:4-5, os animais so mencionados especificamente: So estes os animais que vocs podem comer: o boi, a ovelha, o bode, o veado, a gazela, a cora, o bode monts, o antlope, o bode sel-vagem e a ovelha monts.

    Leis adicionais relativas aos animais so mencionadas:

    Animais chamados de seres rastejantes so proibidos ao consumo. A Bblia descreve esses animais como a doninha, o rato, qual-quer espcie de lagarto grande, a lagartixa,o lagarto-pintado, o lagarto, o lagarto da areia e o camaleo (Levtico 11:29-30). Francamente, no conheo ningum que desejasse comer esses animais! (O mesmo vale para todo voador que anda sobre quatro ps, animais proibidos em Levtico 11:20).

    Um animal deve ser morto especialmente para consumo. Um animal no deve ser comido se morrer de morte natural ou se morrer de qualquer outra maneira que no seja uma morte intencional. Deuteronmio 14:21 diz: No comam nada que encontrarem morto. Vocs podero d-lo a um estrangeiro residente de qual-quer cidade de vocs, e ele poder com-lo, ou vocs podero vend-lo a outros estrangeiros.

    Um animal jovem no deve ser cozido no leite de sua me. Deu-teronmio 14:21 diz: No cozinhem o cabrito no leite da prpria me.

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    Um animal deve ter seu sangue drenado antes de sua carne ser consumida. As estipulaes referentes ao sangue esto em Deuteronmio 12. Eis alguns versculos extrados dessa passagem:

    No entanto, vocs podero abater os seus animais em qual-quer das suas cidades e comer quanta carne desejarem, como se fosse carne de gazela ou de veado, de acordo com a bno que o SENHOR, o seu Deus, lhes der. Tanto quem estiver cerimonialmente impuro quanto quem estiver puro poder com-la. Mas no podero comer o sangue: derra-mem-no no cho como se fosse gua. (vv. 15-16)

    Uma recomendao semelhante foi dada com relao aos animais domsticos:

    Vocs podero abater animais de todos os rebanhos que o SENHOR lhes der, conforme lhes ordenei... Mas no comam o sangue, porque o sangue a vida, e vocs no podero comer a vida com o sangue. Vocs no comero o sangue; derramem-no no cho como se fosse gua. (vv. 21-24)

    Toda a gordura animal deve ser queimada, no consumida. Por gor-dura animal refiro-me gordura que pode ser aparada de um pedao de carne, no gordura que est naturalmente entre-meada na prpria carne. Em geral a gordura que est imedia-tamente sob a pele do animal, e no caso de aves inclui a pele. Levtico 3:16 nos diz: Toda gordura ser do SENHOR.

    O que podemos concluir dessas leis alimentares bsicas com relao dieta de Jesus?

    Primeiro, podemos concluir que Jesus comia muitos fru-tos e vegetais. De fato, sua dieta provavelmente era rica tanto em cereais integrais quanto em vegetais e frutas em estado natural.

    Segundo, podemos concluir que Jesus comia apenas car-ne pura, aves e peixe. Tambm podemos concluir, a partir de uma viso lgica da histria de sua poca, que ele comia essas carnes puras na proporo em que elas existiam naquela poca.

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    Os peixes eram abundantes, e Jesus certamente tinha no peixe a sua principal fonte de carne. As aves tambm eram abundantes, e devem ter sido a segunda carne na dieta de Jesus. Carne na forma de carne de vaca, carneiro e cabra era menos freqen-te e, portanto, seria a carne menos presente em sua dieta.

    Terceiro, podemos concluir que Jesus comia somente animais que haviam sido mortos de acordo com os mtodos bblicos, que no comia animais jovens cozidos no leite da sua me, no comia o sangue nem a gordura do animal.

    Esses princpios dietticos no so difceis de seguir. En-tretanto, so leis que a maioria de ns no segue.(Vamos explo-rar essa questo nos captulos seguintes).

    r e S p o S t a S a n o S S a S Q u e S t e S - c h a v e

    Vamos voltar ao comeo deste captulo e tentar responder a nossas duas questes principais.

    1. Por que devo comer isto? Cada um de ns deve reexaminar o motivo pelo qual escolhemos comer aquilo que comemos. Em lugar de continuar com nossos hbitos inconscientes e irra-cionais, devemos ser deliberados e racionais a respeito daquilo que escolhemos botar dentro dos nossos corpos. Devemos dar uma olhada fria e severa nos maus hbitos em que incorremos, e escolher mudar quando nos encontramos em erro.

    2. Jesus comeria isto? Devemos fazer esta pergunta com freqn-cia. Jesus certamente no comia comida processada, alimentos com muito acar, muita gordura, pouca fibra. Ele comia frutas e vegetais naturais em grande quantidade, po de cereais inte-grais, peixe, um pouco de carne kosher e alguns derivados de leite.

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    a d i e t a d e J e S u S e d e S e u S d i S c p u l o S

    Se voc fizer apenas essas duas perguntas a respeito do que come, respondendo-as com sinceridade e iseno, j estar no caminho para seguir o exemplo de Jesus em seus hbitos alimentares.