Feira de Santana, 2 de abril de 2017

Na edição do Jornal Globo duas noticias chamam bastante a atenção. De um

lado a situação de pobreza e abandono vivida pelo casal Sebastião e Claudete, sem casa

e sem apoio, conforme reportagem de Marcelo Remigio, “O descaso com o risco” e do

outro, os privilégios e a vida de opulência que a Vale do Rio Doce dá ao seu novo

dirigente conforme o colunista Lauro Jardim. É uma realidade de injustiça e

desigualdade que brada aos céus, já criticada e denunciada pelos profetas, setecentos

anos antes de Jesus Cristo. De fato, a injustiça social não tem época. Parece uma

realidade onipresente e atemporal. Estou convencido que a fala firme e corajosa de um

profeta como Amós, diante da injustiça e desigualdade reinante em sua época, ainda

consegue ter a mesma força profética neste momento desastroso em que vivemos : “Por

que sei que são muitas as vossas transgressões , e enormes os vossos pecados: afligis o

justo, tomais resgate, e rejeitais os necessitados na porta. (Am 5, 12 s.) . “Se calarem a

voz dos profetas a pedras falarão”.

+Zanoni Demettino Castro

Arcebispo Metropolitano de Feira de Santana

Referencial da Pastoral Afrobrasileira