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  • HUMANITATIS

    INSTITUTO DE FORMAO TRANSPESSOAL

    Ana Lucia dos S. Bertotti

    Maria Jos Souza Feitosa

    Paulo Henrique Romero Doin

    Priscila Torres

    A DESCOBERTA DO PALHAO INTERIOR NO CAMINHO TRANSPESSOAL DE CURA

    SO PAULO

    2013

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  • Ana Lucia dos S. Bertotti

    Maria Jos Souza Feitosa

    Paulo Henrique Romero Doin

    Priscila Torres

    A DESCOBERTA DO PALHAO INTERIOR NO CAMINHO TRANSPESSOAL DE CURA

    Qualificao do Trabalho de Concluso de Curso, apresentado ao Instituto Humanitatis, como requisito para Formao em Psicologia Transpessoal aplicada.

    SO PAULO

    2013

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  • AGRADECIMENTOS

    Agradecemos primeiramente a Deus, por nosiluminar e abenoar nossa trajetria. Aos nossos

    guias espirituais, pela proteo e inspirao.

    Aos familiares pela compreenso de nossasausncias nos finais de semana, pelo incentivo ao

    nosso trabalho e por acreditarem no nossopotencial.

    A todo corpo docente, que contribuiu para a nossaformao, com primor e maestria. Especialmente, nossa querida mestra, Leyde, que com eficincia e

    dedicao, foi de suma importncia para nossaformao e transformao interior.

    s assistentes Renata e Ineke, que nos auxiliaram econduziram amorosamente, durante todo o ano,

    tanto nas vivncias, como nos momentos em quenecessitamos de algum apoio.

    Enfim, agradecemos aos queridos colegas da turmade 2013, do Curso de Formao em Psicologia

    Transpessoal Aplicada, do Instituto Humanitatis, e atoda equipe que estiveram empenhadas em nos

    mostrar que a Transpessoal um caminho infinitoreconhecimento de nossas almas.

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  • NO H NADA QUE UM HUMOR INTELIGENTE

    NO POSSA RESOLVER COM UMA GARGALHADA,

    NEM MESMO O NADA

    Armand Petitjean, Imagination et ralisation

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  • SUMARIO:

    1. INTRODUO Pg 06

    2. O RISO

    2.1. Os Gregos Arcaicos e o Mistrio do Riso Pg 07

    2.2. A Histria do Riso Pg 07

    2.3. Yoga do Riso Pg 08

    2.4. O Riso e a Cincia Pg 10

    2.5. O Riso e as Relaes Humanas Pg 11

    2.6. O Riso e a Sade Pg 12

    3. O PALHAO

    3.1. O Palhao Atravs dos Tempos. Pg 13

    3.2. O Palhao Europeu Pg 14

    3.3. O Bobo da Corte Pg 15

    3.4. Bess Pg 17

    3.5. Heyoka Pg 17

    3.6. O Louco Pg 19

    3.7. Representaes do Palhao Pg 22

    4. O PALHAO E O RISO, NO PROCESSO TERAPEUTICO

    4.1. Os Doutores da Alegria. Pg 24

    5. O CIRCO

    5.1. A Histria do Circo Pg 26

    5.2. O Circo no Brasil Pg 28

    6. CONCLUSO Pg 20

    7. VIVNCIA: RECONHECENDO SEU PALHAO INTERIOR Pg 30

    8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS Pg 31

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  • 1- INTRODUO

    ' S aquilo que somos, realmente

    tem o poder de curar-nos

    C. G. Jung

    Ser palhao no s colocar um nariz vermelho, uma roupa engraada e saber contaruma piada. O palhao um arqutipo social e sua funo muito sria, sincera erespeitosa. Ele a representao da falibilidade humana, do fracasso, da inadequao,do ridculo que existe em cada um de ns, do ridculo que presente na sociedade. "Eleno representa. Ele ", Jacques Lecoq.

    Este trabalho tem o objetivo de demonstrar a verdadeira importncia do palhao nasociedade e assim desmistificar a imagem do palhao, como apena um profissional decirco. Pois trabalhar esta linguagem exige muita dedicao, estudo e, por que no dizer,disposio, pois escolher colocar um nariz vermelho e se expor significa escolher tirartodas as armaduras, as mscaras, as representaes cotidianas e deixar com quetodos vejam o seu lado frgil, aquilo que voc chama de defeitos fsicos e psicolgicos,enfim, o seu ridculo o seu fracasso. Eis a funo do palhao. Quando isso exposto de maneira sincera e verdadeira, quandoeste lado frgil mostrado e quando se deixa rir dele, automaticamente existe umaidentificao de quem o assiste, seja uma identificao pessoal com a figura inadequadaque o palhao, ou uma identificao com o ambiente em que ele est inserido,justamente por que ele mostra as falhas desse ambiente, dessa sociedade. O palhaono aponta seus defeitos e nem os defeitos de ningum. Ele deixa que os outrosapontem, que os outros percebam. Ele mostra, de uma maneira sutil e sincera, o que todomundo tenta esconder.

    Para a execuo deste trabalho, o grupo utilizou de pesquisas bibliogrficas, atravs delivros e artigos da internet, e pode concluir que , partindo do conceito apresentado, afuno social que tem o palhao vai muito alm da imagem que lhe atribudo nos diasatuais. Vemos diversos grupos, como por exemplo, os Doutores da Alegria, quedesenvolvem suas atividades e pesquisas, utilizando-se dessa arte, tambm, para umobjetivo social, explorando ambientes diferentes, outras situaes e contextos.Vivenciando e registrando o que este arqutipo significa e o que ele capaz detransformar, a importncia dele em cada lugar, em cada ambiente por onde passa. Este um trabalho que no tem fim e isso muito bom. Quanto mais informao, maisdescoberta, mais material obtido para aprofundamento e desenvolvimento destapesquisa, deste ofcio.

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  • 2- O RISO

    2.1- OS GREGOS ARCAICOS E O MISTRIO DO RISO

    Tendo rido Deus, nasceram os sete deuses que governam o mundo...

    Quando ele gargalhou, fez-se a luz... Ele gargalhou pela segunda vez, tudo era gua. Na

    terceira gargalhada, apareceu Hermes; na quarta, a gerao; na quinta, o destino; na

    sexta, o tempo. . Depois, pouco antes do stimo riso, Deus inspira profundamente, mas

    ele ri de tanto que chora, e de suas lgrimas nasce a alma. Assim se exprime o autor

    annimo do papiro alqumico, que data do sculo III, o papiro de Leyde. O universo

    nasceu de uma enorme gargalhada.

    Deus acometido de uma crise de riso louco, como se, de repente, ele tivesse

    conscincia do absurdo de sua existncia. Nessa verso de criao, Deus no cria pela

    palavra, que j civilizao, mas por esse explodir de vida selvagem, e cada um dos seus

    sete acessos faz surgir do Nada, um novo absurdo, to absurdo quanto o prprio Deus: a

    luz, a gua, a matria, o esprito, e no final desse big bang cmico e csmico, Deus e o

    universo se encontram em um face a face eterno, perguntando-se um ao outro o que

    esto fazendo l: aquele que ri e sua gargalhada

    2.2. A HISTRIA DO RISO

    O estudo sobre a histria do riso vem nos mostrar que, diferentemente dos dias de hoje, o

    riso no costumava ser associado sempre positividade e alegria.

    Na maioria das vezes o riso ganhava conotao de zombaria, deboche, frequentemente

    associados sexualidade. Na antiguidade, na histria da Filosofia, as teorias do riso so

    muitas. Plato e Aristteles, por exemplo, diziam que o riso vem de certo sentimento de

    superioridade, pelo qual expressamos nosso desprezo por aqueles que julgamos

    inferiores.

    No incio do sculo XX, Henri Bergson escreveu um ensaio sobre o riso, que se tornou

    uma espcie de clssico na literatura filosfica sobre o tema. Nele, Bergson sugere a

    idia do riso como o rompimento com o mecnico, com o automatismo que permeia

    constantemente nossa vida cotidiana. E nos diz tambm, que rir um ato profundamente

    humano e social, pois ns, seres humanos, somos os nicos seres capazes de rir de

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  • alguma coisa. No muito distante da poca em que Bergson publicou seu ensaio sobre o

    riso, encontramos a obra de Freud, Os chistes e suas relaes com o inconsciente, de

    1905. Sua teoria consiste em dizer que o chiste (ou a piada) um mecanismo pelo qual

    liberamos impulsos socialmente reprimidos, frequentemente relacionados ao sexo e

    agressividade. Pelas piadas expressamos o que no temos coragem de falar, ou seja,

    proposies machistas, racistas, xenfobas e assim por diante.

    George Minois, na obra Histria do Riso e do Escrnio fala da histria do riso com o

    sendo a histria sobre a teoria do riso. Segundo ele, traar conjuntamente a histria da

    prtica e da teoria do riso no o mais fcil, mas tambm no o menos interessante.

    Minois, trata o riso e o escrnio como sendo uma resposta apropriada aos

    questionamentos do Ser humano sobre a existncia.

    Na poca moderna, filsofos como Kant tambm escreveram sobre o riso. Na sua Crtica

    da razo pura, ele dizia que o riso faz bem sade, pois massageia os intestinos e o

    diafragma. Essa idia seria retomada sculos mais tarde pelo mdico indiano Madan

    Kataria, que a partir de 1995 fundou os clubes do riso. Neles, as pessoas se renem para

    rir, pois supostamente isso tem uma finalidade curativa

    Hoje em dia, as teses de Bergson e Freud esto dando lugar a teorias neurocientficas e

    antropolgicas, que visam explicar os mecanismos de produo do riso por meio de

    estudos do crebro e do comportamento, no s de humanos, como tambm de primatas.

    H pesquisas sobre esse tema sendo feitas tambm por cientistas cognitivos, como o

    caso, por exemplo, do laboratrio do riso, criado na Inglaterra.

    2.3 YOGA DO RISO

    O Yoga do Riso uma atividade ldica com o objetivo de mudar o estado de nimo dos

    seus participantes , atravs de exerccios de relaxamento. O mtodo foi criado por Madan

    Kataria, um mdico indiano que concluiu que a gargalhada ajuda no processo de

    recuperao das doenas e dos desequilbrios emocionais.

    Hasya, em snscrito, significa sorrir, gargalhar, dar risadas. E o Hasya Yoga tornou-se,

    portanto, o yoga do riso. Na ndia j existem a