A DENGUE EM SOBRAL (CE): ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO PERÍODO DE 2008 A 2011

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INTA INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA Ana Louise Ponte Moreira 1 Antonio Ilário Nunes da Ponte Débora Freire Madeira Evana Lima Nunes Rafaelly Maria Pinheiro Siqueira 2 A DENGUE EM SOBRAL (CE): ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO PERÍODO DE 2008 A 2011 RESUMO A dengue é uma doença emergente no mundo e, devido a ausência de uma vacina preventiva eficaz, de tratamento etiológico e quimioprofilaxia efetivos, o único elo vulnerável para minimizar a sua transmissão é o controle do mosquito Aedes aegypti, seu principal vetor. Há facilidades para sua proliferação e limitações para reduzir seus índices de infestação, geradas pela complexidade da vida urbana atual. Em Sobral, este é um problema que tem se mostrado de difícil controle, pois ao se observar índices que minimizam em um período (2009-2010), logo a seguir eclode um índice bem mais alto (2011) de casos da doença. Optou- se por um estudo exploratório-descritivo com o objetivo de revelar os dados epidemiológicos dos últimos quatro anos no município de Sobral e o que a Secretaria de Saúde do município realizou para erradicar a epidemia. As técnicas adotadas foram a de levantamento de dados bibliográficos e coleta dos índices da doença, principalmente em Sobral (CE). Sendo um estudo descritivo, apresentam- se os resultados na forma descritiva a partir dos gráficos e tabelas. Concluiu-se que a participação social é de suma importância para a solução de problemas como o da dengue. INTRODUÇÃO A dengue é hoje a principal doença emergente no mundo. Na ausência de uma vacina preventiva eficaz, de tratamento etiológico e quimioprofilaxia efetivos, o único elo vulnerável para reduzir a sua transmissão é o mosquito Aedes aegypti, 1 Alunos da disciplina de Patologia do Curso de Farmácia do Instituto de Teologia Aplicada - Faculdades INTA, Sobral (CE). 2 Professora da disciplina Patologia do Curso de Farmácia do Instituto de Teologia Aplicada - Faculdades INTA, Sobral (CE)

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INTA – INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

Ana Louise Ponte Moreira1 Antonio Ilário Nunes da Ponte

Débora Freire Madeira Evana Lima Nunes

Rafaelly Maria Pinheiro Siqueira2

A DENGUE EM SOBRAL (CE): ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO

PERÍODO DE 2008 A 2011

RESUMO

A dengue é uma doença emergente no mundo e, devido a ausência de uma vacina preventiva eficaz, de tratamento etiológico e quimioprofilaxia efetivos, o único elo vulnerável para minimizar a sua transmissão é o controle do mosquito Aedes aegypti, seu principal vetor. Há facilidades para sua proliferação e limitações para reduzir seus índices de infestação, geradas pela complexidade da vida urbana atual. Em Sobral, este é um problema que tem se mostrado de difícil controle, pois ao se observar índices que minimizam em um período (2009-2010), logo a seguir eclode um índice bem mais alto (2011) de casos da doença. Optou-se por um estudo exploratório-descritivo com o objetivo de revelar os dados epidemiológicos dos últimos quatro anos no município de Sobral e o que a Secretaria de Saúde do município realizou para erradicar a epidemia. As técnicas adotadas foram a de levantamento de dados bibliográficos e coleta dos índices da doença, principalmente em Sobral (CE). Sendo um estudo descritivo, apresentam-se os resultados na forma descritiva a partir dos gráficos e tabelas. Concluiu-se que a participação social é de suma importância para a solução de problemas como o da dengue.

INTRODUÇÃO

A dengue é hoje a principal doença emergente no mundo. Na ausência de

uma vacina preventiva eficaz, de tratamento etiológico e quimioprofilaxia efetivos,

o único elo vulnerável para reduzir a sua transmissão é o mosquito Aedes aegypti,

1 Alunos da disciplina de Patologia do Curso de Farmácia do Instituto de Teologia Aplicada -

Faculdades INTA, Sobral (CE). 2 Professora da disciplina Patologia do Curso de Farmácia do Instituto de Teologia Aplicada -

Faculdades INTA, Sobral (CE)

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seu principal vetor. As dificuldades de combater este mosquito, em grandes e

médias cidades, são muitas. Há facilidades para sua proliferação e limitações

para reduzir seus índices de infestação, geradas pela complexidade da vida

urbana atual (BRASIL, 2001).

De acordo com Brasil (2007) os objetivos do controle do dengue devem ser

estabelecidos com base nos conhecimentos científicos e técnicos disponíveis.

Assim, não sendo possível evitar casos de dengue em áreas infestadas pelo

Aedes aegypti, é possível prevenir epidemias de grandes dimensões por meio do

aprimoramento da vigilância epidemiológica, e é possível e factível reduzir a

letalidade da doença, dos níveis atuais de 5 a 6% para cerca de 1% das formas

graves. A elaboração e execução de planos estratégicos de organização da

assistência aos casos suspeitos de dengue têm mostrado, tanto em outros

países, como em algumas cidades brasileiras, ser um instrumento muito útil na

redução da letalidade.

A epidemia de dengue mostrou que os investimentos públicos necessários

para a superação das condições de receptividade e de vulnerabilidade que

propiciam o aparecimento e a manutenção das doenças transmissíveis entre as

camadas populares da população é insuficiente se não houver a participação da

mesma.

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A

Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de

pessoas se infectem anualmente, em mais de 100 países, de todos os

continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de

hospitalização e 20 mil morrem em conseqüência da dengue (BRASIL, 2007).

O único meio de evitar a expansão da dengue continua sendo com a

participação consciente da população, utilizando-se de estratégias de combate de

controle do vetor com mais rigor. É importante que a sociedade sinta-se

responsável por sua saúde e dos seus familiares e ou visinhos, pois o trabalho

coletivo nesses casos é de grande relevância para eliminar o vetor da dengue.

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A magnitude do problema da dengue torna este estudo relevante, ao

buscar informação epidemiológica revelando o quadro de propagação da doença

e mostrando que a Secretaria de Saúde de Sobral através da Fundação Nacional

de Saúde e, mais especificamente o Centro de Zoonose conseguiu minimizar

durante o período de 2009-2010, voltando a eclodir em 2011.

Material e Métodos

Para elaboração do trabalho foi realizada a busca de material bibliográfico

e de projetos de pesquisa sobre a temática: monografias, dissertações, teses,

artigos e livros. As buscas foram efetivadas pela internet: publicação de artigos

em revistas eletrônicas e sites que fornecem dados sobre o assunto de interesse

procurado.

Levantamentos bibliográficos foram efetuados na biblioteca da

Universidade Federal do Ceará e Universidade Estadual Vale do Acaraú.

Para o estudo da manifestação de ocorrências da dengue e de sua

expansão no município e distritos de Sobral - CE foi utilizado o banco de dados

pertencente à Secretaria da Saúde de Sobral, com dados do SISFAD (Sistema de

Informações da Febre Amarela e Dengue) e do SINAN (Sistema de Informação de

Agravos de Notificação) no período de 2008 a 2011.

Aspectos gerais sobre a Dengue

Através de ampla divulgação pela mídia, sabe-se que a dengue é uma

doença infecciosa, que se apresenta de forma benigna ou grave, uma vez que

depende de vários fatores como o vírus e a cepa envolvidos, infecção anterior

pelo vírus da dengue e os fatores individuais como doenças crônicas, tais como o

diabetes, a asma brônquica, a anemia falciforme. A transmissão é pela picada da

fêmea do mosquito Aedes aegypti, e não há transmissão através do contato direto

com um doente ou através das suas secreções, nem por meio de fontes de água

ou alimento.

Os sintomas da Dengue já são amplamente divulgados pelos meios de

comunicação: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo e náuseas, mas se sabe,

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porém que a doença pode também não apresentar nenhum sintoma. Quando

aparece as manchas vermelhas na pele, os sangramentos (nariz, gengivas), dor

abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar a evolução

para Dengue hemorrágica.

De acordo com Brasil (2006) quando esse quadro se apresenta é grave e

necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal. É importante procurar

orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas, pois as manifestações

iniciais podem ser confundidas com outras doenças, como febre amarela, malária

ou leptospirose e não servem para indicar o grau de gravidade da doença.

Para tratar a doença o paciente é orientado a ingestão de muito líquido,

como água, sucos, chás, soros caseiros, etc. Não devendo utiliza-se de

medicamentos à base de ácido acétil salicílico (AAS) e antiinflamatórios, que

podem maximizar o risco de hemorragias. Os sintomas podem ser tratados com

paracetamol.

A melhor forma das larvas dos mosquitos não se expandirem, ainda é o

combate dos focos de acúmulo de água, que são os locais propícios para a

criação do mosquito transmissor da doença. A regra geral é que a população não

deixe acumular água em latas, copos plásticos, embalagens, tampinhas de

refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas

d'água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros

(BRASIL, 2006).

A Dengue é uma das principais doenças transmitidas por vírus no mundo e

é um problema, especialmente grave, em países tropicais como o caso do Brasil,

onde o clima quente e os hábitos, principalmente da população urbana oferecem

condições para o desenvolvimento e a proliferação de seu mosquito transmissor,

o Aedes aegypti.

O vírus da Dengue, pertence à família dos Flávios e o seu genoma é de

RNA simples de sentido positivo (pode ser usado diretamente como mRNA para a

síntese protéica). Produz cerca de 10 proteínas, sendo 7 constituintes do seu

capsídeo, e é envolvido por envelope bílipidico. Multiplica-se no citoplasma e os

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vírus descendentes invaginam para o retículo endoplasmático da célula-hóspede,

a partir do qual são depois exocitados. Têm cerca de 50 nanômetros de diâmetro.

São causados pelos complexos de anticorpos produzidos. O grande número de

vírus dos vasos, levando a hemorragias. Os vírus infectam principalmente os

macrófagos (WIKIPEDIA, 2011).

Transmissão e Epidemiologia da Dengue

A Dengue é a mais prevalente e grave doença causada por Flavivirus

transmitidos por insetos. Há 100 milhões de casos dos quais 250.000 graves por

ano incluindo alguns milhares de mortes. É transmitido por mosquitos dos

gêneros Aedes aegypti ou menos freqüentemente Stegomyia, em climas ou

estações quentes. Existe endemicamente em África, Ásia tropical, regiões

tropicais limítrofes do Pacífico, Caraíbas e América do Sul, incluindo Brasil

(WIKIPEDIA, 2011).

A Dengue é transmitido através da picada de uma fêmea contaminada do

Aedes aegypti. O mosquito só pode contaminar outra pessoa antes de passarem

12 dias depois de ter sugado o sangue de uma pessoa já contaminada. Não há

perigo de pegar Dengue através do contato com um doente ou através de água

ou comida. Um único mosquito desses em toda a sua vida (45 dias) pode

contaminar até 300 pessoas. O reservatório da infecção são os macacos, mas os

seres humanos também podem transmitir o vírus aos mosquitos que o passam a

outros seres humanos (BRASIL, 2002).

Progressão e Sintomas da doença

O período de incubação é de três a sete dias após a picada. Dissemina-se

pelo sangue (viremia). Os sintomas iniciais são inespecíficos como febre alta

(freqüentemente ultrapassa os 40ºC) de início abrupto, mal-estar, falta de apetite,

dores de cabeça e musculares e por vezes sangramento fácil das gengivas e

nariz. Mais tarde pode provocar hemorragias internas e coagulação intravascular

disseminada, com danos e enfartes em vários órgãos, que são potencialmente

mortais. Ocorre freqüentemente também hepatite e por vezes choque mortal

devido às hemorragias abundantes para cavidades internas do corpo. Há ainda

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exantemas cutâneos típicos (manchas vermelhas na pele), e dores agudas das

costas (origem do nome, doença “quebra-ossos”) (BRASIL, 2002).

A síndrome de choque hemorrágico da Dengue ocorre quando pessoas

imunes a um sorotipo devido a infecção passada já resolvida viajam e são

infectadas por outro sorotipo. Os anticorpos produzidos não são específicos

suficientemente para neutralizar o novo sorotipo, mas ligam-se aos vírus

formando complexos que causam danos endoteliais, produzindo hemorragias

mais perigosas que as da infecção inicial (WIKIPEDIA, 2011).

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico é normalmente é feito por PCR, isolamento viral através de

inoculação de soro sanguíneo em culturas celulares; ou por sorologia. As pessoas

em áreas endêmicas que têm sintomas como febre alta devem consultar um

médico para fazer análises. É aconselhável ficar em repouso e beber líquidos. É

importante evitar a automedicação, porque pode ser perigosa, usando apenas a

prescrição médica. Não é aconselhável usar remédios à base de ácido

acetilsalicílico (AAS), como aspirina ou outros AINEs, porque eles facilitam a

hemorragia. Caso o nível de plaquetas desça abaixo do nível funcional mínimo

(trombocitopenia) justifica-se a transfusão desses elementos (BRASIL, 2002).

Prevenção da Dengue

O controle é feito basicamente através do combate ao mosquito vetor,

principalmente na fase imatura do inseto. Deve-se evitar o acúmulo de água em

possíveis locais de desova dos mosquitos. Quanto à prevenção individual da

doença, aconselha-se o uso de janelas teladas, além do uso de repelentes.

É importante tratar de todos os lugares em que ele pode se desenvolver.

Porém é mais fácil e eficiente o controle dos locais onde se encontram as fases

imaturas do inseto, neste caso a água. O mosquito da Dengue coloca seus ovos

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em lugares com água parada (mesmo limpa). A melhor atitude é observar em

casa, na escola e na rua, nas regiões endêmicas, se há algum local com essas

condições que possa oferecer perigo (SOBRAL, 2006).

Atitudes simples podem ajudar a diminuir a disseminação da doença como

por exemplo, a troca da água por areia molhada nos pratinhos das plantas;

limpeza das calhas e das lajes de casa; lavagem das vasilhas de água dos

animais e colocando as garrafas vazias de cabeça pra baixo. A lavagem dos

recipientes é fundamental, uma vez que embora na fase larvar os insetos estejam

na água, os ovos são depositados pela mãe na parede dos recipientes,

aguardando a subida do nível da água para eclodirem.

Participação Popular

No que se refere às discussões que há alguns anos vêm sendo

intensificadas sobre os destinos técnicos e políticos do sistema nacional de

saúde, tem sempre se destacado a questão da participação popular.

Especificamente, no caso da saúde, a participação popular teve papel

importante nas formulações da 8a Conferência Nacional de Saúde, que aconteceu

em 1988, no que se refere à construção e fortalecimento das propostas

progressivas de reorientação da política do setor. As discussões deste período

resultaram na saúde como “direito de todos e dever do Estado”, e, mais tarde,

firmou-se com a Lei Orgânica da Saúde, em 1990. Essa lei constituiu uma

importante ferramenta na configuração jurídico-política da apresentação de um

novo modelo assistencial, capaz de ter impacto sobre a saúde da população

(VALLA, 2003).

É a primeira garantia que o Estado concede ao cidadão na Constituição o

direito à saúde e, desta maneira a sociedade civil organizada viabiliza

concretamente a sua influência sobre as políticas de saúde. Dentro dos princípios

norteadores das políticas públicas de saúde, a participação popular tem caráter

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deliberativo, oferecendo condições para que a população determine qual é a

política de saúde que interessa para a população.

No Brasil, a participação social está garantida, em todos os níveis, através

dos conselhos federais, estaduais e municipais. Esses órgãos são permanentes e

estão em combinação com as conferências nacionais, estaduais e municipais de

saúde, que também compõem o conjunto de instituições do estado e está

normatizada em lei e é composto por representantes do governo, prestador de

serviço, profissionais de saúde e usuários, sendo que estes têm paridade com a

soma de outros setores (PUSTAI, 1991 apud SOUZA, 2004).

A Dengue no Mundo e no Brasil

Sabe-se que a Dengue é um dos principais problemas de saúde pública no

mundo, infectando aproximadamente 100 milhões de pessoas anualmente, em

mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. De acordo com a

Organização Mundial da Saúde (OMS) a cada ano cerca de 550 mil doentes

necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em conseqüência da Dengue.

Este número revela a gravidade e os impactos sociais da doença, no Brasil

em que as condições sócio-ambientais são favoráveis para a expansão do Aedes

aegypti possibilitando sua dispersão, desde sua re-introdução no ano de 1976, e

o, consequente, avanço da doença.

No mundo interio, conteceram várias e grandes epidemias de Dengue,

como em 1779, na ilha de Java, nas Américas; Cuba, em 1782, e no Brasil, a

epidemia de 1846, e outra em Boa Vista (Roraima), entre 1981 e 1982

(BARRADAS, 2009).

Em 1986, aconteceu a grande epidemia, que iniciou-se no Rio de Janeiro e

seguio para Ceará e Alagoas. No ano seguinte, em 1987, chegou à Bahia, Minas

Gerais, Pernambuco e São Paulo, o que a tornou endêmica nestes locais. No ano

de 1990, foi detectado um surto de Dengue no Rio de Janeiro, incidindo,

especialmente, nas pessoas que já haviam ficado doentes na epidemia de 1986

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(GUEDES, 2002). De acordo com documentos do Ministério da Saúde, a primeira

epidemia de Dengue do Brasil, ocorreu em Boa Vista em 1981 (BRASIL, 2001).

Teixeira et al (2009) comparando sobre a transmissão da febre amarela

ressalta que o índice larvário doméstico deve ser acima de 5% e para a

disseminação da Dengue o índice pode ser menor de 2%, o que norteia para um

trabalho de saúde pública para controle da Dengue ser mais difícil do que para a

febre amarela urbana, ainda que o mosquito seja o mesmo.

No dia 26 de março de 2007 (12ª semana epidemiológica) o boletim do

Ministério da Saúde informava a notificação de 134.909 casos suspeitos de

Dengue em todo o país, com 74,8% dos casos em seis estados: Mato Grosso do

Sul - 55.567 casos; São Paulo - 12.221 casos; Rio de Janeiro - 8.765 casos; Mato

Grosso - 8.493 casos; Minas Gerais - 8.115 casos; e, Paraná - 7.806 casos.

No Ceará o histórico de casos de Dengue apresenta-se desde 1986, sendo

que as três maiores incidências foram nos anos de 1994 (47.789 casos), 2001

(34.390 casos) e 2006 (25.569 casos), respectivamente. Em relação à vigilância

virológica, 04 sorotipos do vírus da Dengue já foram detectados e estes vírus

estão sendo isolados nos municípios do interior maximizando o risco da

ocorrência de casos graves da doença.

O primeiro sorotipo (DEN 1) foi isolado no ano 1986. Em 1994 foi detectado

o sorotipo 2 (DEN 2) e, em março de 2002 o sorotipo 3 (DEN 3). De acordo com o

Informe Semanal de Dengue da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, até o

dia 20 de abril de 2007 foram notificados 8.417 casos suspeitos de 163

municípios, sendo 3.412 positivos (confirmados laboratorialmente) e 5.005

negativos.

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Figura 1 – Número de casos confirmados de Dengue por mês, no Ceará, de 2004 a 2007.

Mas a realidade em 2007, já era outra, especialmente, no interior do

Estado do Ceará, como será observado posteriormente.

A Dengue em Sobral (CE)

Durante vários anos, a Prefeitura Municipal de Sobral, através da

Secretaria da Saúde e Ação Social, em parceria com a população sobralense

desenvolveu um intenso trabalho com o objetivo de eliminar o mosquito da

Dengue. Ao longo do ano os agentes sanitaristas realizaram mais de 350.000

visitas domiciliares, ultrapassando uma média mensal de 61.000 imóveis

visitados, totalizando seis ciclos completos em todo o município. Essa grande

mobilização obteve resultados expressivos no combate ao Dengue, um deles, em

especial, sobre o índice de infestação predial, que corresponde ao número de

imóveis onde foram encontradas larvas do mosquito da Dengue – Aedes aegypti

de acordo com a FUNASA (BRASIL, 2003).

O ano de 2006 foi iniciado com índice de infestação predial de 1,18%, ou

seja, para cada 100 imóveis, 1,18 possuíam larvas do mosquito da Dengue. No

período das chuvas, o índice de infestação foi de 3,37% dos imóveis, sendo

registrados 392 casos confirmados da doença no mês de julho. Contudo, em

dezembro, após o sexto ciclo de visitas, o ano foi finalizado com o resultado

histórico de 0,85% de índice de infestação predial, o menor dos últimos 7 anos.

Este índice estava abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde que é de 1%.

A minimização dos focos do mosquito da Dengue também significa minimização

do número de casos da doença e a conseqüente diminuição do risco de um surto

da doença em 2007. Todavia não se pode descuidar, principalmente, com a

chegada das chuvas o mosquito encontra outros locais para se reproduzir como

lagos, açudes, calhas, canos, recipientes plásticos atirados a céu aberto, dentre

outros que acumulam água (SOBRAL, 2006).

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Para a segurança da população, esta deve manter controlada, em níveis

aceitáveis, a população do mosquito. Este controle só será mantido se tomarmos

atitudes que nos garantam, de uma vez por todas, sanar este problema. Assim,

da mesma forma que a grande maioria das pessoas dedica pelo menos uma hora

por semana para suas atividades religiosas, a proposta da Secretaria Municipal

de Saúde do município de Sobral foi de que cada cidadão/cidadã sobralense

dedicasse pelo menos 15 minutos semanais à busca e a definitiva eliminação de

possíveis focos do mosquito da Dengue em sua residência ou local de trabalho

(SOBRAL, 2006).

A redução do índice de infestação predial em Sobral se deve, além do

trabalho de todos os profissionais da Secretaria da Saúde e Ação Social, a uma

participação decisiva e fundamental da população sobralense, que compreendeu

que combater a proliferação do mosquito da Dengue não é uma tarefa exclusiva

do poder público, mas de toda a sociedade. Todos foram conclamados para se

unir no combate incansável ao mosquito da Dengue, monitorando nas residências

e locais de trabalho, locais que possam servir como criadouros (SOBRAL, 2006).

Em Sobral são realizados seis ciclos de visita durante o ano (vigilância

vetorial), para a identificação e eliminação de focos do mosquito e orientação da

população quanto a medidas de controle da Dengue. A cada ciclo são

inspecionados 66.495 imóveis. Atualmente (durante o 2° ciclo de visitas 2007)

67,2% dos imóveis já foram inspecionados, apontando um índice infestação geral

de 2,22%, com 2,43% na sede e 1,30% nos distritos.

Segundo o Informe Epidemiológico da Secretaria de Saúde de Sobral, até

o dia 23 de abril de 2007, foram notificados 269 casos suspeitos de Dengue. Na

sorologia (exame que confirma a infecção por vírus da Dengue) realizada pelo

Laboratório Central do Ceará – LACEN em 229 amostras enviadas, 41 casos

foram confirmados, 120 casos foram descartados e 68 aguardam resultado. A

classificação dos casos confirmados de Dengue em Sobral, até 23 de abril de

2007, pelo LACEN corresponde a: Dengue Clássico - 38 casos Dengue clássico

com complicação - 2 casos, FHD - 1 caso.

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Comparando o número de casos confirmados observa-se, em 2006, o

registro de 80 casos até a 14ª semana, contra 41 casos em 2007, ou seja, em

relação ao mesmo período de 2007, o número de casos confirmados em 2006 foi

48,7% maior. O índice de infestação vetorial, que representa o percentual de

imóveis em que foram encontrados recipientes contendo larvas do mosquito

Aedes aegypti, em relação ao número total de prédios inspecionados pelos

agentes sanitaristas.

O Combate Estratégico da Dengue em Sobral-Ceará

A descoberta de um foco crescente do Aedes aegypti, transmissor da

Dengue, em uma unidade hospitalar de Sobral vem alarmando as autoridades. O

alerta foi dado pelo então coordenador de endemias e zoonoses de Sobral,

Raimundo Vieira Neto, que preferiu não revelar o nome da instituição uma vez

que o trabalho de combate ao mosquito vem sendo feito de forma sistemática.

Apesar do aumento de casos confirmados da doença no Município nas últimas

semanas, a maior preocupação do Centro de Zoonoses agora é com o aumento

dos focos do mosquito nas áreas residenciais.

De acordo com Vieira Neto apud Linhares (2004), os índices de infestação

são altos e continuam a crescer, principalmente, com a falta de adoção de

medidas preventivas pela população. A cada 40 dias, uma equipe de cerca de

120 agentes comunitários realizam um ciclo de visitas pedagógicas e técnicas em

domicílios de todo o Município, com o objetivo de conscientizar a população., no

ciclo que está em andamento, já foram encontrados 1.533 focos do mosquito em

37.237 domicílios visitados. No ciclo anterior, de 58.946 imóveis visitados, 2.079

estavam com foco do mosquito. Diz ainda que o caso mais alarmante foi de uma

unidade hospitalar de Sobral, onde foram encontrados quatro focos de infestação

na primeira visita, oito na segunda e 12 focos do mosquito transmissor na última

visita. Apesar de estar em contato com a direção do hospital, em busca de

providências urgentes diz ser preocupante a falta de conscientização das pessoas

em adotar as medidas de combate ao mosquito. Naquele ano, 90% dos focos do

mosquito em Sobral estavam nos domicílios. Para ele, mesmo com as visitas dos

agentes comunitários feitas constantemente, são em média seis visitas por ano

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em cada residência do município, há ainda um comportamento descuidado da

população.

No ano de 2007, o bairro com maior índice de infestação era o Sinhá

Sabóia, com 9% de seu território infestado com focos do mosquito. De cada dez

casas, uma apresenta o foco do Aedes aegypti. Já em relação aos distritos,

Taperuaba é o que lidera os casos de infestação. Nos últimos três anos em

Sobral, esse índice cresceu de 2,42%, no primeiro ciclo de visitas, para 4,48% no

último ciclo. Apesar disso, Vieira garante que ainda não está declarada a

epidemia de Dengue no município. Isso porque o número de casos confirmados

ainda não é tão preocupante. De 333 casos notificados ao Centro de Zoonoses

até o mês de junho, 31 foram confirmados, todos de Dengue clássica. Ainda

assim, o coordenador alerta que os casos confirmados vêm crescendo nas

últimas semanas. Foram quatro confirmações em abril, cinco em maio e nove em

junho.

Na tentativa de reverter o quadro, o Centro de Zoonose ainda vem nos dias

de hoje, trabalhando em campanhas preventivas. As inspeções são cíclicas e

cada domicílio recebe em media uma visita a cada dois meses, totalizando no ano

cinco a seis ciclos, ao final de cada ciclo é calculado os índices de infestação pelo

mosquito. Dois índices são os mais usados: o de infestação Predial (percentual de

prédios encontrados com recipientes contendo água e larvas em relação ao

número total de prédio inspecionado) e o de Bretal (percentual de recipientes

encontrados com larvas em relação ao número total de prédio).

O trabalho desenvolvido pelo Centro de Zoonose e, principalmente, a

conscientização da população em participar ativamente na eliminação dos locais

para a proliferação do mosquito, faz com que o número de casos de Dengue em

Sobral (CE) venha sendo minimizado nos últimos anos, como se observa nas

Tabelas a seguir. Esclarecendo-se que os dados destas Tabelas foram fornecidos

a estas pesquisadoras pelo Centro de Zoonose de Sobral (2011).

Para Gomes apud Linhares (2004) nenhum deles é suficientemente capaz

de medir a intensidade de infestação, pois no primeiro, é terminado o prédio pode

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ter vários recipientes positivos para larvas, mas é considerado como prédio

infestado no caso de índice de Bretal, não se diferencia o tipo de recipiente,

contabilizando da mesma forma um tonel de água com larvas e um prato de

xaxim, embora o número de larvas no tonel seja muito maior que no prato.

Figura 2. Índice de Infestação predial até a 15ª semana epidemiológica de 2007, dos bairros de Sobral

Figura 3. Índice de Infestação predial até a 15ª semana epidemiológica de 2007 dos distritos de Sobral.

De acordo com o Jornal Diário do Nordeste, na seção Ceará, do dia

23/6/2007, com a manchete “Dengue clássica aumenta 15%”, viu-se que as várias

campanhas preventivas realizadas em escolas, universidades, bairros e, nas

próprias residências, não vinha sendo suficientes para minimizar os elevados

números da Dengue no Estado. Em apenas uma semana, os casos de Dengue

clássica passaram de 11.091 para 12.818, representando um crescimento de

15%.

Na semana correspondente ao dia 16/02/2007, de acordo com o boletim

divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA), foram

15

notificadas 23.986 ocorrências suspeitas da doença, dentre estas, 12.818 foram

confirmadas em 146 municípios. Em relação a Dengue hemorrágica, tipo mais

grave da doença, na mesma semana foram detectados 358 casos suspeitos,

destes, 115 foram confirmados, 157 descartados com outra classificação e 86

continuam sob processo de investigação epidemiológica. Conforme os últimos

dados, o número de ocorrências confirmadas passou de 109 para 115,

representando um aumento de 5%.

Tabela 1 – Freqüência por Classificação segundo Distr Resid 2008

Distr Resid Dengue Clássico

Dengue com complicações

Febre Hemorrágica do Dengue Descartado Total

198 ARACATIACU 1 0 0 76 77

202 JAIBARAS 1 0 0 26 27

208 PEDRINHAS 2 0 0 82 84

200 PATRIARCA 0 0 0 18 18

201 BONFIM 0 0 0 13 13 203 RAFAEL ARRUDA 1 1 0 13 15 209 ALTO BRASILIA 4 0 0 79 83 214 ALTO CRISTO 0 0 0 16 16

216 TAMARINDO 0 0 0 92 92

226 CAIOCA 3 0 0 20 23

211 COELCE 2 1 0 79 82

212 ALTO NOVO 5 0 0 28 33 215 PADRE PALHANO 8 1 0 161 170 217 DOM EXPEDITO 2 0 0 170 172 218 EXPECTATIVA 5 0 0 291 296

225 BILHEIRA 0 0 0 6 6

227 BARACHO 0 0 0 2 2

197 TAPERUABA 3 0 0 59 62

204 APRAZIVEL 0 0 0 56 56

205 JORDAO 1 0 0 81 82

199 CARACARA 0 0 0 57 57 207 SINHA SABOIA 6 0 0 619 625

16

210 JUNCO 4 1 0 231 236

219 CAIC 0 0 0 34 34

221 VILA UNIAO 1 0 0 146 147

223 CENTRO 4 0 1 77 82 213 TERRENOS NOVOS 6 1 0 199 206

220 SUMARE 5 0 0 154 159

222 SANTA CASA 2 0 0 49 51

224 TORTO 0 0 0 11 11

Total 66 5 1 2945 3017

FONTE: Centro de Zoonose de Sobral, 2011

Observa-se que no ano de 2008 aconteceram no município de Sobral, 66

casos de dengue clássico, 5 com complicações e um de febre hemorrágica. No

ano de 2009, verifica-se que o número de dengue clássico diminuiu para 28 e não

foi registrado nenhum caso com complicação ou com febre hemorrágica.

Freqüência por Classificacao segundo Distr Resid - 2009

Distr Resid Dengue Clássico Descartado Total

198 ARACATIACU 2 29 31

202 JAIBARAS 0 5 5

208 PEDRINHAS 0 14 14

200 PATRIARCA 0 18 18

201 BONFIM 2 18 20

203 RAFAEL ARRUDA 1 16 17

209 ALTO BRASILIA 1 35 36

214 ALTO CRISTO 0 1 1

216 TAMARINDO 1 11 12

226 CAIOCA 0 13 13

211 COELCE 1 39 40

215 PADRE PALHANO 1 40 41

217 DOM EXPEDITO 1 101 102

218 EXPECTATIVA 2 85 87

225 BILHEIRA 0 3 3

227 BARACHO 1 5 6

197 TAPERUABA 1 26 27

204 APRAZIVEL 3 43 46

205 JORDAO 0 4 4

199 CARACARA 1 45 46

207 SINHA SABOIA 0 249 249

210 JUNCO 2 84 86

206 PATOS 0 6 6

219 CAIC 1 13 14

221 VILA UNIAO 1 46 47

17

223 CENTRO 3 36 39 213 TERRENOS NOVOS 2 64 66

220 SUMARE 0 63 63

222 SANTA CASA 0 30 30

224 TORTO 1 7 8

Total 28 1149 1177 FONTE: Centro de Zoonose de Sobral, 2011

Vê-se que o ano de 2010, a seguir, os números diminuíram

assustadoramente, o que leva a concluir que o trabalho desenvolvido pela

Secretaria da Saúde de Sobral, de convocar os seus colaboradores e a população

em geral, para acabar com o mosquito da dengue vem obtendo resultados, um

vez que no ano de 2010 foi notificado o número total de dengue clássico de 16

casos, sendo o bairro do Junco o que mais foi atingido.

NOTIFICAÇÃO/INVESTIGAÇÃO DENGUE - Sinan NET / Sinan Online

Freqüência por Classificacao segundo Distr Resid 2010

Distr Resid Dengue Clássico Descartado Inconclusivo Total

198 ARACATIACU 0 5 1 6

202 JAIBARAS 0 1 3 4

208 PEDRINHAS 3 6 2 11

200 PATRIARCA 0 2 1 3

201 BONFIM 0 1 0 1

203 RAFAEL ARRUDA 0 4 3 7

209 ALTO BRASILIA 0 2 0 2

216 TAMARINDO 0 7 2 9

226 CAIOCA 0 1 3 4

211 COELCE 1 5 1 7

215 PADRE PALHANO 1 14 1 16

217 DOM EXPEDITO 0 4 1 5

218 EXPECTATIVA 0 12 1 13

227 BARACHO 0 0 1 1

197 TAPERUABA 0 3 2 5

204 APRAZIVEL 2 10 6 18

205 JORDAO 0 3 1 4

199 CARACARA 1 6 0 7

207 SINHA SABOIA 1 32 14 47

210 JUNCO 4 22 11 37

206 PATOS 1 7 1 9

219 CAIC 0 5 0 5

221 VILA UNIAO 0 3 1 4

223 CENTRO 1 2 3 6

18

213 TERRENOS NOVOS 1 25 2 28

220 SUMARE 0 19 4 23

222 SANTA CASA 0 3 0 3

224 TORTO 0 1 0 1

Total 16 205 65 286 FONTE: Centro de Zoonose de Sobral, 2011

No ano de 2011, de acordo com a Tabela abaixo, dos dados fornecidos

pelo Centro de Zoonose, mostram um aumento, o que pode ser explicado pela

troca de gestor, uma vez que o vice-prefeito assumiu a prefeitura, o que pode ter

contribuído para uma nova visão do trabalho que estava sendo desenvolvido e

que este não venha trazendo a eficácia do trabalho realizado pela gestão anterior.

NOTIFICAÇÃO/INVESTIGAÇÃO DENGUE - Sinan NET / Sinan Online 2011

Freqüência por Classificacao segundo Distr Resid

Distr Resid Ign/Branco Dengue Clássico Descartado Inconclusivo Total

198 ARACATIACU 0 2 25 0 27

202 JAIBARAS 1 1 13 0 15

208 PEDRINHAS 4 9 21 1 35

200 PATRIARCA 1 0 16 0 17

201 BONFIM 0 1 8 0 9

203 RAFAEL ARRUDA 0 1 15 1 17

209 ALTO BRASILIA 0 2 8 0 10

216 TAMARINDO 2 2 7 0 11

226 CAIOCA 2 0 2 1 5

211 COELCE 6 9 35 2 52

215 PADRE PALHANO 2 3 20 1 26

217 DOM EXPEDITO 6 3 46 1 56

218 EXPECTATIVA 7 5 43 1 56

225 BILHEIRA 0 1 4 0 5

197 TAPERUABA 3 1 8 0 12

204 APRAZIVEL 2 9 23 0 34

205 JORDAO 1 0 1 0 2

199 CARACARA 3 5 14 0 22

207 SINHA SABOIA 30 5 54 5 94

210 JUNCO 14 10 69 0 93

206 PATOS 1 0 8 0 9

219 CAIC 2 1 5 1 9

221 VILA UNIAO 0 2 25 0 27

223 CENTRO 7 4 18 0 29

19

213 TERRENOS NOVOS 10 1 50 0 61

220 SUMARE 0 5 35 0 40

222 SANTA CASA 1 1 25 0 27

224 TORTO 1 3 12 0 16

Total 106 86 610 14 816 FONTE: Centro de Zoonose de Sobral, 2011

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente estudo, foi realizado um estudo descritivo, de casos de

Dengue começando pelo seu aspecto histórico onde procurou-se dar um enfoque

da presença do mosquito no Mundo, no Brasil, no Ceará e em Sobral (CE).

Os dados e análise do estudo constam de fontes secundárias, ou seja,

reportagens retiradas de jornais de circulação nacional e local; do próprio Centro

de Zoonose de Sobral, e, de livros e revistas especializados no assunto.

Não houve a possibilidade de trabalhar com um determinado número de

pessoas, uma vez que, este estudo não levou em conta pesquisa de campo.

Entretanto, foi dada maior ênfase aos aspectos sintomatológico e preventivo,

embora tenha sido necessária uma referência ao histórico do Dengue no tempo e

no espaço.

Considera-se que a Dengue pode ser enquadrada entre as chamadas

doenças tropicais, razão porque tem sua área específica, pois o agente

transmissor necessita de um habitat que lhe seja propício. A causa da incidência

está na falta de saneamento básico, todavia é mais um trabalho de educação

individual. Portanto, torna-se imprescindível um trabalho educativo junto à

população, pois sem o apoio e a boa vontade desta os órgãos governamentais

têm um poder bastante limitado no sentido de erradicar o agente transmissor.

Mediante ao exposto a conscientização da comunidade é tão importante

como o interesse da Fundação Nacional de Saúde. Foi verificada que a Dengue

existe, pois ficou documentada como epidemia em vários países do mundo, por

20

isso vem despertando o cuidado dos órgãos competentes em âmbitos local,

nacional e internacional.

Verificando-se, portanto, que o trabalho que vinha sendo desenvolvido pelo

poder local de Sobral (CE) estava dando certo, quando houve uma minimização

dos casos, o que, no entanto, não aconteceu no ano de 2011, pois um grande

número de casos foi detectado e notificado.

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