A Cura Espiritual

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1 A CURA ESPIRITUAL Irmandade dos Anônimos João Cândido (médium)

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A CURA ESPIRITUAL

Irmandade dos Anônimos João Cândido

(médium)

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“Lázaro, vem para fora.”

(Jesus Cristo)

“A tua fé te curou.”

(Jesus Cristo)

“Confessai vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros

para que sareis.”

(Tiago apóstolo)

“Pedi e dar-se-vos-á; batei e a porta se abrirá.”

(Jesus Cristo)

“Aqui e agora.”

(mestres orientais)

“Seja feita a Vossa Vontade, Pai, e não a Minha.”

(Jesus Cristo)

“Não cultivemos a auto piedade, pois é uma forma de

chantagem emocional, sobrecarregando os outros com a

solução dos problemas que nós mesmos podemos e devemos

resolver.”

(anônimos)

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ÍNDICE

Esclarecimento sobre o desenho da capa

Introdução

Primeira Parte: Auto obsessão

Capítulo I – Os erros

1 – O livre arbítrio

2 – As intenções

3 – As lesões espirituais

Segunda Parte: Alo-obsessão

Capítulo I – Implantes espirituais

1 – Caso narrado por Manoel Philomeno de Miranda

2 – Outros casos

Capítulo II – Plugamento de ovoides e magnetização

1 – Caso de Margarida

Capítulo III – Presença de Espíritos desequilibrados ou

malevolentes

1 – Obsessores encarnados

2 – Obsessores desencarnados

Terceira Parte: Auto conhecimento e cura

Capítulo I – Auto análise

Capítulo II – Viagens astrais

1 – Desobsessão

2 – Retirada de implantes negativos

3 – Elevação do nível vibracional

4 – Ciladas de iluminação

Capítulo III – Auto reforma moral profunda

1 – Mudança do estilo de vida

1.1 – Vida moralmente correta

1.2 – Viver o “aqui e agora”

1.3 – “Seja feita a Vossa Vontade e não a minha”

Oração à Mãe Santíssima

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ESCLARECIMENTO SOBRE O DESENHO DA CAPA

Idealizamos o paciente como uma pessoa movida de boas

intenções, mas pode ser o contrário.

Pintamos o perseguidor como uma pessoa negativa, pois

não há perseguidores bons.

No alto representamos a Justiça Divina e Seus

executores, cuja finalidade é acelerar a evolução espiritual dos

seus irmãos em humanidade.

A cor predominante que empregamos é o violeta, pois

simboliza a cura.

O ideal pretendido pelos trabalhadores da área da cura

espiritual é ajudar espiritualmente tanto o paciente quanto

seus perseguidores, pois todos são filhos de Deus, mas tudo

depende de uma série de fatores, mas, principalmente, do que

a Justiça Divina determinar a respeito de cada um.

A consulta à ficha cármica de cada um é o direcionador

principal para os Espíritos que trabalham na área da cura

espiritual e, com sua experiência, sabem o que devem fazer

em cada caso, tal qual o médico capacitado e idealista tem

condições de escolher o melhor meio de beneficiar seus

pacientes.

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INTRODUÇÃO

Para realizar-se a cura espiritual temos de considerar os

seguintes fatores: 1 – os equívocos morais praticados pelo

paciente provocam-lhe, gradativamente, lesões nos corpos

espirituais (pois não há um só corpo espiritual, mas vários,

que alguns resumem na expressão perispírito) e, se não houve

ainda a auto reforma moral profunda, continuam como

feridas expostas ou encobertas, gerando a auto obsessão, ou

seja, o complexo de culpa chama a punição, que vem sempre

através de disfunções psíquicas ou físicas ou as duas juntas,

sem contar que abrem brechas para as perseguições de outros

Espíritos e 2 – as irradiações mentais dos prejudicados ou de

outros Espíritos encarnados ou desencarnados que procuram

desequilibrar o paciente, tratando-se da alo obsessão.

Para ilustrar o item 1 utilizaremos uma expressão

utilizada por Bezerra de Menezes, que é a seguinte: “As

pedras perseguem o apedrejado.” no sentido de que, enquanto

não há a quitação dos débitos espirituais, a cobrança interna

e/ou externa continuam infelicitando a vida do devedor: essa é

uma realidade, que devemos compreender, a fim de não

querermos nem mais nem menos do que merecemos, ao

mesmo tempo em que devemos ser otimistas pelo fato de

estarmos gradativamente nos libertando dos erros do passado.

O que não devemos querer é que a Justiça Divina nos dê

carta de alforria com um mero pedido de perdão, ou, como

acreditavam os nossos antepassados, que bastasse o

arrependimento labial na hora da extrema unção.

Não minimizemos a Justiça Divina, mas também não a

encaremos como a de um Ditador, à moda de Júpiter, da

antiga crença dos romanos, ou seja, um deus arbitrário, ou

mesmo de Jeová, que punia seus filhos e filhos muito mais do

que os amava com desvelos de Pai.

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Foi Jesus quem mostrou a ideia do Deus verdadeiro,

chamando-O de Pai, pois que, acima de tudo, isso é o que Ele

é.

Quanto aos perseguidores, devemos, realmente, tomar

cuidado com eles, mas, em um mundo de provas e expiações

como é a Terra, já fazemos muito nesse sentido no dia a dia,

pois temos de nos precatar contra assaltantes nas vias

públicas; contra a agressividade gratuita de transeuntes,

parentes e conhecidos; contra os golpes de desonestidade dos

que procuram lucrar com a ingenuidade ou o descuido alheios

e assim por diante.

Dessa forma, como há encarnados malevolentes e

exploradores, há desencarnados com a mesma índole

negativa.

Não nos assustemos com o fato de termos inimigos

espirituais, que são obsessores, pois, apenas como ilustração,

mencionemos um fato acontecido com Divaldo Pereira

Franco, quando uma conhecida lhe disse, assustada, que tinha

ficado sabendo que tinha um obsessor, ao que Divaldo

respondeu-lhe que ficasse tranquila, pois ele tinha dezoito.

Todavia, temos de pensar que nosso objetivo na vida não

é curtirmos férias, mas Deus nos criou para a perfeição, o que

se alcança apenas vivendo, experienciando, aprendendo,

realizando no Bem e, na verdade, em qualquer uma das

situações possíveis, mesmo quando está agindo no Mal, a

criatura sempre estará adquirindo uma competência especial

para transformar-se em futuro instrutor daqueles que

cometeram os mesmo erros que ele.

Deus não castiga Suas criaturas, mas sim possibilita-lhes

o aprendizado em determinada área específica, de tal forma

que, para a maioria dos Espíritos, os erros são um

aprendizado doloroso.

Há quem, pela rebeldia ou preguiça que escolhe como

referencial de sua conduta, acabe trilhando o caminho do

filho pródigo da parábola, mas sempre chega a hora do

despertamento.

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Emmanuel, no seu livro “A Caminho da Luz”, fala de

Espíritos que vieram degredados de Capela, os quais até

aquela data, não tinham conseguido autorização para

retornarem ao seu mundo de origem, devido ao elevado

passivo de débitos que os caracterizava. Muitos deles serão

degredados para Quírom, mas chegará uma hora em que

despertarão para a responsabilidade com a Justiça Divina,

mesmo que sofram outros degredos, porque Jesus foi claro no

sentido de que “nenhuma ovelha se perderá”.

Mas, se por um lado, há a certeza da evolução de todos,

essa evolução deve ser o resultado do esforço de cada um,

porque Jesus também foi claro ao afirmar: “Pega a tua cruz e

segue-Me.”

Ele não carregará a cruz de ninguém, pois já tem a d’Ele

próprio, pois trata-se de um Espírito em evolução.

A Missão d’Ele é ensinar o caminho, mas cada um deve

seguir em direção ao progresso rumo à perfeição, que a todos

está garantida, pois Ele disse: “Vós sois deuses; vós podeis

fazer tudo que Eu faço e muito mais ainda.”

Dos Espíritos que passaram pela Terra somente Jesus

nunca errou, porque sempre optou por cumprir os ditames da

Lei Divina, escrita na essência divina que habita, desde o

início, na intimidade psíquica de cada ser.

Devemos entender que não são necessários livros para

registro da Lei Divina, porque Deus a escreveu no íntimo de

cada ser, no momento de criá-la, na fase sub atômica e, com a

evolução, essa consciência vai despertando, até chegarmos ao

ponto de detectarmos a Lei de Deus dentro de nós, que nos

cobra determinadas atitudes e posturas, sendo que quando

descumprimos nossos deveres, passamos a sofrer as

consequências respectivas, como uma verdadeira prisão

interna e, “de lá não sairemos até termos pago o último

quadrante.”

Ninguém deve comprazer-se no erro, pois isso custar-

lhe-á sofrimentos desnecessários, como acontece com o aluno

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relapso ou rebelde, que perde as oportunidades de aprender e,

depois, o conhecimento lhe fará falta no futuro.

Estudaremos, neste livro, o processo da cura espiritual.

Quanto à cura do corpo físico não a abordaremos

diretamente, apesar de que, em muitos casos, depende da cura

espiritual.

Lembremo-nos de que Jesus curou apenas um ou outro

doente dentre as centenas que Lhe estenderam a mão em

pedidos de súplica.

O que deve importar-nos, como Espíritos necessitados de

progresso espiritual, deve ser a nossa cura espiritual, pois

dela depende a nossa real felicidade e paz interior e devemos

ajudar os outros, se esses o quiserem, a também curar-se.

A cura espiritual, na verdade, representa uma Decisão

da Justiça Divina, a qual analisará se o paciente merece a

liberação das consequências dolorosas dos erros que praticou.

Devemos entender esta assertiva, a fim de não

desanimarmos quando não a conseguirmos imediatamente,

pois muitos fatores são levados em conta e não apenas as

ações da vida presente, pois o passado é composto de muitos

milhares de anos, normalmente referto de más ações, más

intenções e muitas inimizades.

Os trabalhadores categorizados da área da cura

consultam seus superiores hierárquicos sobre quais

providências devem ser tomadas em cada caso e não vão

atendendo precipitadamente aos pedidos dos doentes, os

quais, na maioria dos casos, querem sarar do corpo para

continuarem levando uma vida cheia de defeitos morais,

quando não de vícios ou desonestidades e, nesses casos, a cura

significaria incentivo indireto para mais débitos contraírem.

Por isso, inclusive, nem todos que pedem a cura a

recebem, principalmente se são pessoas ainda voltadas para o

Mal, apesar de elas próprias acharem que são muito boas.

Os Espíritos evoluídos são obedientes e não se

aventuram a criar situações temerárias, sendo que, antes de

iniciarem qualquer tratamento em favor de um paciente,

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consultam sua ficha cármica e fazem o que é possível e nada

além disso.

Portanto, quando não somos curados imediatamente,

devemos ter paciência, pois a Justiça Divina nos dará a carta

de alforria talvez mais cedo do que imaginamos, mas na

medida do nosso merecimento, a fim de que evoluamos

espiritualmente e não apenas fiquemos livres do aguilhão que,

na maioria das vezes, é o instrutor necessário para nos

transformarmos de sombras em luzes.

No episódio da ressuscitação de Lázaro vê-se claramente

que Jesus consultou ao Pai sobre o que deveria fazer e, ao

final, cumpriu a Decisão Paterna e determinou: “- Lázaro,

vem para fora.”

Alguém estranhará a associação da Saúde à Justiça, mas

é assim que acontece, pois somente ocorre a cura espiritual se

o paciente a merece.

A expressão “tua fé te curou” significa que o paciente se

colocou em sintonia com a Justiça Divina no sentido de

merecer a cura e esta efetivou-se pelo julgamento favorável da

Justiça Divina.

Devemos entender cada coisa no seu significado

espiritual, pois tudo que Jesus ensinou é espiritual, daí a

expressão: “Meu Reino não é deste mundo.”

Quanto aos perseguidores espirituais, de acordo com o

que a Justiça Divina deliberar a seu respeito, poderão

continuar exercitando seu livre arbítrio, dessa forma tentando

prejudicar aquele paciente, mas, conforme o caso", poderá ser

estabelecida uma limitação maior ou menor à atuação deles

Devemos entender que tem razão a frase: “Deus escreve

certo por linhas tortas”, ou seja, Ele permite que alguns

pratiquem o Mal, a fim de serem instrumentos do progresso

alheio, tanto que Jesus disse: “O escândalo é necessário, mas ai

daqueles que são seu instrumento.”

Cada criatura serve ao progresso geral, apenas que

umas obedecendo voluntariamente a Deus, com o coração

cheio de Amor, enquanto que outras servem como

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castigadoras dos que erram e essas pagarão pela maldade com

que agem.

Entendamos que “não cai uma folha de uma árvore sem

que Deus o consinta.” Também compreendamos a expressão:

“Todos os fios de cabelo de vossa cabeça estão contados.”

Em um mundo de provas e expiações, como é o caso da

Terra, sempre haverá perseguidores enquanto não forem

expurgados daqui os maus, sendo que há inclusive os

perseguidores gratuitos, que são como os assaltantes, que não

têm inimizade contra suas vítimas, escolhendo o primeiro que

passa, sendo que são Espíritos que se comprazem na prática

do Mal, inclusive por inveja à relativa paz e felicidade dos

bem intencionados.

O orgulho lhes domina o coração e a mente e rebelam-se

com a ideia de terem de submeter-se a quem quer que seja,

inclusive a Deus.

Querem viver segundo suas próprias inclinações, na

irreverência, na desordem, na insubmissão, como se fossem os

verdadeiros “donos do mundo”.

Enquanto não aprenderem com os sofrimentos, como o

filho pródigo, continuarão fazendo vítimas, as quais, todavia,

só serão atingidas se a Justiça Divina assim entender

conveniente.

Quem pensa que a Justiça Divina não atua com medidas

severas está redondamente enganado, pois, na Balança de

Deus, são colocados, em um dos pratos, o paciente e, no outro,

seus perseguidores.

A pesagem não está sujeita a erros e, por isso, devemos

confiar em que sempre será feita justiça a nós e aos outros,

pelo que devemos sempre dar graças a Deus e não odiar a

ninguém, mesmo a quem nos tenta prejudicar.

Ao nos curarmos teremos aprendido dias lições: 1 – viver

o “aqui e agora” e 2 – dizer sempre “seja feita a Vossa Vontade

e não a minha”.

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Que Deus abençoe a todos, tanto os que procuramos a

cura espiritual quanto os que ainda se comprazem no erro,

pois um dia despertarão.

PRIMEIRA PARTE:

AUTO-OBSESSÃO

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CAPÍTULO I – OS ERROS

As pessoas em geral estão tão acostumadas a pensar

apenas em termos materiais que há o risco de estranharem o

que temos a dizer agora, que é como se faz o registro das

mínimas movimentações interiores de cada Espírito, ou seja,

dos seus pensamentos.

Cada pensamento é registrado no próprio Espírito, o

qual, na verdade, não tem forma nem corpo e, mas, uma vez

que, no mundo terráqueo, tem de revestir-se de corpos

espirituais, esse registro se reflete nos chakras

correspondentes ao tipo de pensamento.

Por exemplo, um erro ou acerto com relação ao

sentimento ficará registrado no chakra cardíaco, um referente

à sexualidade no chakra genésico e assim por diante.

Dessa forma, quando encarna, a tendência é o corpo

físico assimilar as feridas espirituais, no caso dos erros, que

tendem a contaminar o corpo físico, provocando doenças

específicas.

Como a maioria das pessoas da Terra ainda não realizou

a auto reforma moral profunda, seus chakras estão

contaminados por registros negativos em grande quantidade.

A forma de livrar-se dessa carga negativa é modificar as

próprias intenções, para, aos poucos, ir drenando o lodo

moral.

Tenham certeza, prezados irmãos e irmãs, de que somos

medidos espiritualmente não pelo que fazemos, pois muito do

que exteriorizamos é hipócrita, mas sim pelas nossas intenções

mais secretas, pois elas retratam nossos pensamentos.

Por isso é que André Luiz afirma que mais da metade da

humanidade da Terra, ao desencarnar, vai penar nas zonas

purgatoriais: é justamente por causa das intenções

malevolentes, a frieza, a dureza de coração, as segundas

intenções, a hipocrisia, a maldade disfarçada etc. etc.

Depois de despertar para o Bem, cada Espírito tem de

limpar-se espiritualmente e assim vai fazendo, retirando do

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próprio mundo interior as faltas morais mais recentes e, aos

poucos, livrando-se das mais antigas.

Assim é que Espíritos da envergadura espiritual de um

Chico Xavier estão ressarcindo débitos de milhares de anos

atrás.

Aprendamos a pensar com clareza nessas informações,

porque o tempo é relativo, mas as dívidas só desaparecem

quando são saldadas.

A Justiça Divina é que dá a carta de quitação a cada um

quanto às dívidas que contraiu.

Pensemos com seriedade no que temos feito da própria

vida, pois o futuro nos cobrará o presente, tanto quanto o

presente nos cobra o passado.

Não contraiamos mais dívidas do que já temos e

comecemos a pagá-las com seriedade, até chegar a hora,

daqui a muitos milênios, de podermos passar à categoria de

servidores fieis, a quem se delegam tarefas de

responsabilidade na evolução espiritual das outras criaturas.

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1 – O LIVRE ARBÍTRIO

O livre arbítrio é fruto da evolução do Espírito que

ingressa na fase humana.

Os animais desempenham tarefas úteis no contexto

planetário, mas sua visão sobre o que fazem é mais restrita

que a humana, não sendo, portanto, cobrados pelo que

realizam em prejuízo das outras criaturas.

Mas, à medida que avançam em conhecimento na fase

humana, aplica-se a seguinte regra: “A quem muito é dado

muito será pedido.”

Quanto mais evoluído é um Espírito, mais obedece e

menos faz a própria vontade, porque sempre entende o

referencial moral: “Faça-se, Pai, em mim segundo a Vossa

Vontade.”

As criaturas humanas da Terra pensam diferente dos

Espíritos evoluídos, pois não consultam a própria consciência,

para acharem qual a Vontade de Deus, consubstanciada nas

informações que brotam do fundo da alma, e, assim, querem

realizar suas fantasias, o que lhes acarreta sérios sofrimentos,

até que, como o filho pródigo da parábola, voltem para a Casa

Paterna, ou seja, aprendam a obedecer à Lei interna, que

Deus inscreveu no íntimo de todas as criaturas.

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2 – AS INTENÇÕES

As intenções representam o nosso próprio retrato

espiritual.

Ninguém é o que faz no mundo exterior, mas o que pensa

quando está sozinho consigo próprio, segundo diz Emmanuel.

Mas as intenções têm raízes no passado longínquo e sua

origem deve ser pesquisada principalmente através da viagem

astral, que Hermínio Correa de Miranda e outros chamam de

regressão de memória.

Sem essa verificação no passado longínquo e no passado

recente, as possibilidades concretas de cura definitiva são

menores, pois a ferida estará, na melhor das hipóteses,

encoberta, mas não curada. Todavia, há casos em que basta

um choque profundo no doente espiritual para que ele caia

em si.

Apenas para comparação, informamos que, na Índia

antiga, colocavam-se pacientes psiquiátricos em um poço

cheio de serpentes para que, frente ao perigo iminente,

caíssem em si, despertando o instinto de sobrevivência.

Há casos de pessoas que são fortemente inclinadas à

corrupção, outras à mentira, outras à prática de crimes de

várias ordens, outras ao abuso da sexualidade, mais outras à

drogadição ou outros vícios, outras à descrença, ao

pessimismo, à desconfiança em relação aos outros, à baixa

auto estima e assim por diante.

As iniciativas de superfície, como, por exemplo, a

frequência a grupos de auxílio mútuo podem resolver, mas

também podem simplesmente mascarar o problema, cujas

raízes se perdem na noite dos milênios passados, em que a

criatura humana se comprometeu espiritualmente através de

condutas condenáveis e que, normalmente, ficaram impunes,

sendo que a impunidade piorou mais ainda a situação pessoal

perante a própria consciência, o que, na atualidade, tende a

gerar o complexo de culpa, pois se cobra uma punição que

não foi aplicada.

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Se tivesse havido a punição, a consciência não estaria

cobrando tanto.

Os atentados contra a própria consciência que passam

despercebidos são bombas que vão explodir algum dia.

Hermínio Corrêa de Miranda relata o caso de um

filantropo que vivia secretamente uma vida dissoluta e, depois

de desencarnado, pediu para reencarnar como tetraplégico,

para curar as feridas espirituais através do sofrimento que a

imobilidade corporal lhe proporcionaria.

Por isso, alertamos, é importante curar o Espírito e não

haver excessiva preocupação em sarar o corpo, porque há

muitos casos em que as doenças corporais são verdadeiros

remédios para o Espírito devedor.

O complexo de culpa é uma decorrência da cobrança da

própria consciência, sendo que a consciência é um juiz

incorruptível e exigente, cuja utilidade é indicar o caminho do

Bem, para a evolução dos Espíritos: em suma, é a Voz de Deus

dentro de cada criatura.

É recomendável, portanto, que se realize a viagem astral

com ou sem o auxílio de um terapeuta especializado nesse tipo

de trabalho, conforme o caso do paciente saber viajar sozinho

ou não, mas, ao detectar-se a série de erros praticados no

passado, vem a fase seguinte, que é a eliminação das

impregnações negativas, ou seja, das energias deletérias que

encharcaram a organização psíquica. A fase seguinte a essa

segunda é a da inserção da energia violeta no corpo espiritual,

porque essa é a luz da cura.

Esse exercício pode ser realizado uma única vez ou mais

de uma, conforme o caso, mas o importante realmente é a

intenção sincera e firme do paciente em realizar a auto

reforma moral profunda.

Caso contrário, a doença espiritual perdurará, pois,

mesmo curadas as feridas espirituais, o Espírito continuará

emitindo pensamentos negativos, que as reavivarão, sem

contar as induções negativas dos obsessores externos.

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Jesus, por exemplo, realizou a cura espiritual do

paralítico, em fração de segundos, devido ao Seu Poder

Mental, mas este voltou aos ambientes de viciação e contraiu

de novo a doença espiritual da qual poderia ter-se livrado

para sempre.

Essa lição é memorável, ensinando que o elemento

primordial da cura espiritual é a vontade firme e inabalável

do doente em auto reformar-se moralmente em profundidade.

Aqui vemos como as intenções representam uma

sedimentação multimilenária e assim deve ser tratada, para

haver a cura espiritual.

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3 – AS LESÕES ESPIRITUAIS

As lesões espirituais localizam-se nos chakras, conforme

o tipo de erro sedimentado no curso da biografia de cada

Espírito.

Imaginemos, por exemplo, o caso de uma pessoa que

pratique o sexo sem Amor com a maiúsculo: ela estará

injetando energias negativas no psiquismo alheio e sendo

inoculada desse tipo de energia deletéria.

Para livrar-se das energias que assimilou poderá gastar

muito tempo, sendo que, de acordo com a malícia que o

caracterizou, esse processo de retirada dos implantes pode

ocorrer daí a séculos ou milênios.

Vejamos como se deve proceder com seriedade.

Por isso Jesus alertou: “Todo aquele que olhar para uma

mulher cobiçando-a já cometeu adultério com ela no seu

coração.” Essa lição vale para todos os tipos de pensamento.

Quando emitimos um pensamento de inveja, malícia,

ódio, agressividade, pessimismo, descrença, corrupção,

desonestidade etc. etc. já cometemos uma infração à Lei

Divina e isso fica registrado no nosso psiquismo.

Somente ficaremos livres dessas manchas quando a

Justiça Divina, na Sua Perfeição, nos conceder o alvará de

soltura.

“Reconcilia-te depressa com teu adversário, enquanto

estás a caminho com ele, para que não suceda que ele te

entregue ao juiz, o juiz te entregue ao seu ministro e te

encerrem na prisão, sendo que de lá não sairás enquanto não

tiveres pago o último quadrante.”

Esse adversário nem sempre é outra pessoa, mas pode

ser nós mesmos, enquanto que o juiz é a nossa própria

consciência e a prisão são as feridas espirituais.

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SEGUNDA PARTE:

ALO-OBSESSÃO

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CAPÍTULO I – IMPLANTES ESPIRITUAIS

Os implantes espirituais podem ser realizados através do

conhecimento de técnicas avançadas ou sem esse

conhecimento.

Camilo, através da psicografia de José Raul Teixeira,

por exemplo, afirma que as pessoas que odeiam umas às

outras implantam plugs negativos umas nas outras pela

simples emissão de pensamentos negativos assimilados.

Há, todavia, cientistas do Mal, que realizam trabalhos

minuciosos de obsessão programada para produzir efeitos

devastadores.

Não devemos subestimar o poder do Mal, como alertava

Chico Xavier, porque os Espíritos devotados ao Mal no

mundo espiritual são os mesmos que, no mundo material,

espalham desgraças, corrupção, drogadição, sexolatria e todas

as outras formas de infelicidades.

Cuidemos para não sermos vítimas desses obsessores

perigosos, encarnados e desencarnados, pois eles estão por

toda parte, inclusive, possivelmente, dentro do nosso próprio

círculo familiar, na pessoa de parentes próximos, cônjuges,

filhos etc.

A convivência entre os bons e os maus é parte da

determinação divina, a fim de que uns aprendam com os

outros, ou seja, os primeiros exercitem a caridade e os

segundos assimilem os exemplos de espiritualização.

Não tenhamos horror aos maus, mas procuremos ajuda-

los, porém, sabendo não misturarmos nossas energias às deles

no sentido de sermos dominados pelas suas negatividades,

mas sim induzi-los ao Bem, na medida do possível.

Jesus é o mais importante referencial nesse sentido, pois

deixou-se acompanhar de muitos sofredores e desajustados,

procurando orientá-los, mas nunca se desviou do caminho do

Bem a pretexto de amá-los.

Os implantes negativos existem em quase todas as

criaturas ligadas à Terra e, gradativamente, à medida que vão

se sublimando, vão ficando livres deles, porque cada implante

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negativo representa um tipo de débito espiritual com

determinados seres ou situações.

Por isso, é importante a visão do passado cada vez mais

remoto, para que os débitos sejam todos quitados.

Chegará um ponto, daqui a muitos milênios, em que não

teremos mais nenhum débito a quitar e estaremos limpos das

mazelas do passado.

O conhecimento desta realidade é importante, a fim de

sabermos que o pior do Mal é quando ele está dentro de nós e,

com isso, as induções dos malevolentes, encontram eco no

nosso próprio íntimo.

Jesus foi tentado no período que antecedeu Sua Missão

Pública, mas o Espírito das Trevas que procurou convencê-

l’O a desistir da Tarefa nada conseguiu, porque Jesus é imune

ao Mal, porque não tem brecha nenhuma na Sua estrutura

espiritual de pura obediência à Lei de Deus.

As demais criaturas da Terra têm de limpar-se das

mazelas morais do passado e, por isso, estão sujeitas às

obsessões.

André Luiz, em excelente texto, fala sobre o assunto, na

linguagem espírita.

Transcrevemos, abaixo, o texto de André Luiz com

comentários de um dos nossos companheiros de trabalho

espiritual:

“PESSOA MENOS SUJEITA À OBSESSÃO”

“A pessoa menos obsedável...”

Inicia afirmando a possibilidade de qualquer pessoa estar

sujeita à obsessão. A prevenção depende de cada um,

adotando uma forma de pensar, sentir e agir conforme as

Leis Divinas. A cura, no caso de já instalada, também se

submete ao mesmo tratamento. Todavia, “é melhorar

prevenir do que remediar”...

Como se sabe, obsessão é a sintonia mental com Espíritos

encarnados ou desencarnados em estado de desarmonia

moral.

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“Não espera milagres de felicidade, inacessíveis aos

outros, mas se regozija pelo fato de viver com a

possibilidade de trabalhar.”

A Felicidade verdadeira decorre do grau de adequação do

pensamento, sentimento e ação às Leis Divinas: fora

desse referencial o que costumam haver são momentos de

euforia, que passam muitas vezes mais rápido do que se

imaginava.

Não há nenhum “milagre” de felicidade, mas sim

consequência do merecimento de cada um. A conquista

de bens materiais e outros benefícios que não têm a ver

diretamente com o aperfeiçoamento moral representaria

uma forma “milagrosa” de felicidade, que muitas vezes

esperamos, quando ainda não estamos despertados para a

real procura da nossa evolução espiritual. Nesse estado

de desacerto interior, vivemos correndo atrás dos

objetivos materiais e costumamos nos revoltar quando

não os alcançamos e nos decepcionar quando os

conseguimos, verificando que são meras “bolhas de

sabão”...

A Felicidade real é possível a todos. Se pretendemos uma

felicidade que somente nós poderíamos ter, já se pode ver

que o egoísmo está por trás dela. O egoísmo tem muitas

formas de manifestar-se, fazendo-nos querer com

exclusivismo, como se fôssemos “mais filhos de Deus que

os outros”...

Trabalhar é desempenhar qualquer atividade realmente

útil ao meio ou à coletividade onde vivemos. Somente se

pode considerar realmente trabalho as atividades “úteis”,

pois as inúteis ou prejudiciais “servem” apenas a quem as

exerce, visando dinheiro ou benefícios egoísticos. O

trabalho também produz regozijo em quem o exerce,

proporcionando igualmente o nosso desenvolvimento

intelecto-moral.

“Ama sem exigências, aceitando as criaturas queridas

como são, sem pedir-lhes certificados de grandeza.”

Page 23: A Cura Espiritual

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Amar é dar de si em pensamentos, sentimentos e ações.

Se há exigências em contrapartida, já não se trata de

amor, mas de egoísmo, que procura escravizar as outras

pessoas. Muito ainda temos desse egoísmo, mas

precisamos livrar-nos dele, sob pena de continuarmos a

repetir os fracassos do passado. Amar é querer beneficiar

as pessoas sem esperar nada em troca.

Cada ser humano é um verdadeiro universo, pois que

descreveu sua trajetória evolutiva de forma diferente das

demais: não há duas pessoas sequer parecidas, quanto

mais iguais!... Cada um tem suas peculiaridades, sua

forma particular de pensar, sentir e agir: devemos

respeitar a individualidade de cada um. Orientar aqueles

a quem nos compete é uma coisa, porém, cobrar delas

“certificados de grandeza” é outra coisa. “Cada um dá o

que tem”... O autor espiritual não nos aconselha a

omissão, mas sim o respeito aos outros. Muitos de nós

ainda não entendemos o que significa esse “respeito” e, a

todo momento, querem exercer domínio sobre os outros,

principalmente sobre os chamados “entes queridos”.

“Suporta dificuldades e provações, percebendo-lhes o

valor.”

Quando Jesus aconselhou: “Toma a tua cruz e segue-

me”, estava orientando-nos ao cumprimento dos nossos

deveres, dentro dos quais se incluem vivenciar com

sabedoria as “dificuldades” e “provações”. Nossa vida é

um misto de facilidades e dificuldades, na medida exata,

que as Leis Divinas estabelecem para cada criatura.

“Deus dá o frio de acordo com o cobertor”...

O valor das situações difíceis é justamente de nos

proporcionar novas lições, necessárias à nossa evolução

intelecto-moral. Se não houvesse dificuldades e

provações, estaríamos condenados à estagnação. Na

verdade, nem todas essas lições são novas, mas muitas

são aquelas antigas que ainda não aprendemos...

Page 24: A Cura Espiritual

24

“Não adota cinismo e nem preconceito em seus padrões

de vivência, conservando o equilíbrio nas atitudes e

decisões, dentro do qual sabe ser útil, com tranquilidade

de consciência.”

Cinismo é falta de respeito a pessoas, situações ou coisas:

trata-se de uma forma incorreta de pensar, sentir e agir,

que não condiz com a caridade, que devemos adotar em

todos os momentos.

Os preconceitos representam os atavismos do passado, as

formas equivocadas de analisar sem conhecimento

aprofundado dos assuntos. A pessoa preconceituosa

enxerga tudo com os olhos dos “tempos idos”, sem abrir a

inteligência e o coração para os novos conhecimentos e o

respeito ao valor de cada pessoa ou coisa.

Não só as atitudes e decisões devem ser direcionadas com

equilíbrio, mas também os pensamentos e sentimentos:

sem equilíbrio acabamos perdendo o rumo da própria

vida. A ponderação, a moderação, a avaliação do que é

certo ou errado, tudo isso faz parte da ideia de equilíbrio.

Somente com equilíbrio somos realmente úteis. Em caso

contrário, os prejuízos podem ser maiores que os

benefícios.

Jesus sempre pautou suas atitudes e palavras pelo

equilíbrio: até na “correção aos vendilhões do templo”,

que muitos interpretam de forma literal, agiu com

equilíbrio. Na verdade, no referido incidente, o alerta do

Divino Mestre para o respeito a Deus foi firme, mas não

violento, pois, em caso contrário, significaria uma forma

de desequilíbrio.

A tranquilidade de consciência é resultado do

cumprimento das Leis Divinas, pois é através da

consciência que se dá o contato direto entre nós e o Pai.

Se ela nos aprova é porque estamos pensando, sentindo e

agindo em sintonia com Deus.

“Estuda para discernir e não age impulsivamente,

subordinando emoções ao critério do raciocínio.”

Page 25: A Cura Espiritual

25

“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”, disse

Jesus. Estudar é imprescindível para saber discernir o

certo do errado, o Bem do Mal e aprofundar o

autoconhecimento. Sem estudar não há como evoluir.

Não se trata do mero estudo teórico, mas da prática do

que se aprendeu.

As ações devem ser ponderadas, pensadas

antecipadamente, e nunca precipitadas, atabalhoadas e

muito menos sob o domínio dos sentimentos negativos.

As emoções representam os sentimentos, que devem

passar pelo crivo da razão. Alguém que se deixe conduzir

pelas emoções descontroladas corre sérios riscos, pois

estará sempre “à beira do abismo”...

“É firme sem fanatismo e flexível sem covardia.”

Firmeza é determinação, persistência, vontade segura no

que se pensa, sente e realiza. Fanatismo é desequilíbrio

de quem não conhece o suficiente e cujo orgulho o faz

assumir atitudes arrogantes. Flexibilidade significa

aceitar pelo menos ouvir as opiniões contrárias e, se

estiverem corretas, mudar suas próprias afirmações

anteriores. Covardia é medo de assumir as atitudes que

lhe compete.

Jesus foi firme e flexível quando ensinou a Verdade sem

ter obrigado ninguém a segui-l’O: cada qual tem a

liberdade de aceitá-la ou não num determinado momento

e passar a viver segundo ela quando se sentir preparado

para tanto.

“Acolhe as críticas, buscando aproveitá-las.”

Toda crítica que alguém nos faça tem alguma utilidade:

no mínimo nos induz à humildade. Se o crítico tem razão,

devemos mudar nossa forma anterior de pensar, sentir ou

agir.

“Não interfere nos negócios alheios, centralizando o

próprio interesse no exercício das obrigações que a vida

lhe assinalou.”

Page 26: A Cura Espiritual

26

Quando Jesus aconselhou a “não enxergarmos o cisco

que está no olho do nosso irmão enquanto temos uma

trave no nosso próprio olho” estava nos ensinando a

investirmos na nossa própria reforma moral ao invés de

querermos desempenhar o papel de censores da vida

alheia.

“Aprende a entesourar valiosas experiências, à custa dos

próprios erros.”

Todo erro, se bem analisado, pode servir de experiência

para nossos futuros acertos. Arrepender-se dos erros

cometidos é saudável, mas o passo seguinte deve ser a

retificação, se possível, e seguirmos adiante. Jesus disse:

“Vai e não peques mais.” Não incentivou o remorso

improdutivo, mas sugeriu a correção de rumo, a iniciativa

de mudar de vida.

“Não cultiva hipersensibilidade neurótica e, em

consequência, se desliga com a maior facilidade de

quaisquer influências perturbadoras, entrando, de

maneira espontânea, no grande entendimento dos seres e

das coisas, dentro do qual se faz tolerante e compassiva,

afetuosa e desinteressada de recompensas para melhor

compreender a vida e desfrutar-lhe os infinitos bens.”

Ser sensível ao Bem é uma virtude, porque estaremos

captando tudo que conduz a Deus. Ser sensível ao Mal é

sintonizar com ele, com graves prejuízos para nós

próprios. Quando o autor espiritual fala em

“hipersensibilidade neurótica” estará querendo nos

advertir contra o hábito do melindre, de guardar mágoas

e outros sentimentos negativos.

Não assimilar qualquer influência perturbadora é um

exercício que se deve praticar a todo momento: há muitas

instigações ao desequilíbrio, mas devemos assumir uma

postura interior adequada para que nenhum pensamento

ou sentimento negativo se instale em nosso psiquismo e,

assim, nossas atitudes serão sempre de “entendimento dos

Page 27: A Cura Espiritual

27

seres e das coisas”, sem julgamentos maliciosos ou

rigoristas e sem análises negativas ou injustas.

A tolerância é uma das características dos Espíritos

evoluídos: não julgam os outros. Jesus falou: “Eu a

ninguém julgo.”

Ser compassivo é pacientar-se com os defeitos morais

alheios, pois não nos compete ser seus juízes, uma vez

que a própria Justiça Divina os analisa tanto quanto

analisa a nós também.

Ser afetuoso traz felicidade para quem assim procede

tanto quanto suaviza a vida dos que nos cercam.

Não pretender recompensas já é, em si própria, uma

recompensa espiritual, em termos de tranquilidade.

Somente se compreende, verdadeiramente, a vida quando

se procura conhecer a Verdade, que é representada na

Terra, pela vida e pela exemplificação de Jesus.

Os “infinitos bens” da vida são perceptíveis pelos que já

evoluíram muito. Quanto mais evoluirmos mais

descobriremos esses bens, que estão dentro e fora de nós,

à espera da nossa maior qualificação intelecto-moral.”

Page 28: A Cura Espiritual

28

1 – CASO NARRADO POR MANOEL PHILOMENO DE

MIRANDA

Narra o caso de um rapaz em quem tinha sido

implantado um chip que repetia induções mentais para a

prática do suicídio.

Há toda uma tecnologia voltada para o Mal,

desenvolvida por cientistas desencarnados, tanto quanto, no

mundo terreno, há cientistas que fabricam drogas cada vez

mais devastadoras etc. etc.

Felizmente, o rapaz foi libertado daquela situação e seu

obsessor desencarnado foi esclarecido, evitando-se uma

tragédia, que infelicitaria ambos, mas tudo depende do

merecimento, porque, no meio de milhões de casos

semelhantes, apenas alguns são bem sucedidos, uma vez que

falta merecimento na maioria desses casos.

De qualquer forma, Deus nunca desampara Suas

criaturas, mas as zonas purgatoriais do mundo espiritual

estão superlotadas de criaturas que se comprazem no Mal, na

rebeldia, na desordem moral, nos vícios e defeitos morais de

vários tipos, aprendendo ali como quem tem de passar pelas

penitenciárias terrestres para adquirir um mínimo de respeito

a si próprios e ao próximo.

Infelizmente, a maior parte da humanidade da Terra

ainda transita pelas faixas mais baixas da Ética e, por isso,

vive excruciada pelos sofrimentos físicos e morais, que, aliás,

faz por merecer pelas intenções escusas que alberga no

próprio íntimo.

Querer promover a anjos criaturas que são movidas por

segundas intenções, que vivem em função do “comer, dormir e

reproduzir” é ignorar a Lei de Causa e Efeito, que

determinada que se dê “a cada um segundo suas obras”.

Superemos nossos próprios condicionamentos negativos,

acumulados e sedimentados do passado e do presente, a fim

de melhorarmos nosso mundo interior, pois, em caso

contrário, estaremos sempre repetindo os mesmos erros e

estando sujeitos à auto e à alo obsessão.

Page 29: A Cura Espiritual

29

2 – OUTROS CASOS

Temos orientado o próprio médium no trabalho de sua

própria cura espiritual, através de viagens astrais, ocasiões

em que toma contato, por indução nossa, com suas mazelas

acumuladas do passado multimilenário, a fim de,

determinando-se à auto reforma moral profunda, iluminar o

próprio íntimo, dali extraindo implantes negativos, que se

constituem em indutores da continuidade nos vícios e defeitos

morais.

O tratamento demanda verdadeiro empenho em auto

reformar-se moralmente e humildade para reconhecer os

próprios erros e más inclinações.

Há pessoas que esbarram no orgulho e não admitem que

sejam tão viciosas e mal intencionadas e, por isso, rebelam-se

contra a ideia da própria inferioridade e não realizam o

trabalho de auto análise: o número dessas pessoas é muito

maior do que possa parecer.

Os que se ajoelham diante da própria consciência e

aceitam seu veredito é muito pequeno e somente esses se

curam espiritualmente.

Page 30: A Cura Espiritual

30

CAPÍTULO II – PLUGAMENTO DE OVOIDES E

MAGNETIZAÇÃO

Quem tiver a curiosidade sadia de ler o livro

“Libertação”, de André Luiz, poderá ver como os Espíritos

das Trevas providenciam o trabalho nefasto de plugamento de

ovoides aos corpos espirituais de pessoas obsidiadas e como

aproximam delas magnetizadores do Mal.

Não devem assustar-se com essas informações, pois

trata-se de uma realidade, mas que tende a solucionar-se com

o auxílio de emissários do Bem, que procurarão curar tanto as

aparentes vítimas quanto os aparentes agressores da paz

alheia, pois todos são devedores e todos merecerão a caridade

do Pai Celestial, que os ama igualmente.

No fundo, são todos Espíritos desviados do Bem, mas

que serão assistidos cedo ou tarde e se redimirão, pelos quais

devemos orar e os quais devemos tentar auxiliar de variadas

formas, inclusive através dos trabalhos de cura espiritual,

cuja técnica devemos aprender a praticar.

Page 31: A Cura Espiritual

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1 – CASO DE MARGARIDA

Margarida é uma afilhada espiritual da grande

missionária Matilde, que André Luiz menciona em

“Libertação”.

Atentemos para as advertências da mãe espiritual à filha

rebelde, que serve de alerta para nós todos. Transcrevemos

trechos do livro com comentários de um dos nossos

companheiros:

ORIENTAÇÕES A UMA RECÉM LIBERTA DE

OBSESSÃO

“...viver no corpo terrestre, entendendo os deveres divinos

que nos cabem, não é tão fácil, ante a glória infinita que

em companhia dele podemos recolher.”

- “deveres divinos que nos cabem”: cada um sabe, em sã

consciência, os deveres que lhe competem.

Apenas para ilustração, podemos dizer que, interpretando

a parábola que ficou conhecida como a dos

“trabalhadores da última hora”, podemos entender que o

“contrato de trabalho” prevê, implicitamente, todas as

tarefas que surgirem no decurso da jornada.

Como aprendizes das regras de conduta evangelizada,

costumamos recusar determinadas tarefas sob vários

pretextos, mas, quando assim procedemos, estamos

descumprindo os “deveres divinos que nos cabem”.

Em suma, como Jesus apontou o caminho da evolução,

aduzindo: “Sede perfeitos, como vosso Pai, que está nos

Céus, é Perfeito”, não devemos nos escusar de cumprir

todas as tarefas que surgirem e que nossa consciência

aponte como sendo nossas.

“Todos possuímos culposo pretérito a redimir.”

- “culposo pretérito a redimir”: pode parecer a alguns

que estejamos supervalorizando o lado negativo da nossa

personalidade, mas a verdade é que ninguém consegue

evoluir se não se redimir do seu “culposo pretérito”.

Sabemos que, de todos os Espíritos que passaram pela

Terra, somente Jesus descreveu uma trajetória evolutiva

Page 32: A Cura Espiritual

32

retilínea, não porque tenha sido predestinado para isso,

mas por opção Sua, a partir do momento em que, como

Espírito, adquiriu o livre arbítrio.

Os demais vão tomando ciência das suas vivências

passadas à medida que sua evolução comporta esse

conhecimento, e, com a consciência desperta, passam a

investir no trabalho de “alimpamento” do próprio mundo

interior, não através da procura propositada de

sofrimentos, cilícios físicos ou morais, mas através de

realizações nobilitantes no Bem.

Como disse Jesus: “Deus não quer a morte do pecador,

mas que se converta e viva”, ou seja, que evolua, que se

aperfeiçoe.

O grau de “limpeza” espiritual se traduz na maior ou

menor luminosidade de cada um, sendo, por exemplo, que

um Espírito do nível de Jesus é pura luz.

Ninguém precisa tomar conhecimento das próprias faltas

cometidas em reencarnações passadas para começar o

trabalho de auto redenção, pois, se analisar sua índole

atual e sua forma de pensar, sentir e agir, descobrirá

muitos pontos a serem retificados e poderá iniciar a auto

redenção “aqui e agora”.

Algumas pessoas recebem informes sobre seus feitos

passados, bons ou maus, enquanto que outras não, mas

isso não impede que procedam à auto reforma moral, o

que faz com que consigam não mais repetir os erros do

passado.

A “redenção” integral, todavia, acontece apenas numa

fase muito evoluída da trajetória de cada Espírito.

A todos, porém, é possível fazerem o máximo, pois a paz

da consciência abençoa a vida de quem se esforça no

Bem.

“É imperioso reconhecer, todavia, que, se a experiência

humana pode ser doloroso curso de renunciação pessoal,

é também abençoada escola em que o Espírito de boa

vontade pode alcançar culminâncias.”

Page 33: A Cura Espiritual

33

- “renunciação pessoal”: uma das mais funestas opções

que alguém pode adotar é a de ficar disputando com os

outros qualquer coisa, sendo que Jesus, ao dizer: “Se

alguém quiser te tomar a túnica, dá-lhe também a capa;

se alguém quiser te obrigar a dar mil passos, vai com ele

mais dois mil; dá a quem te pede e não voltes as costas ao

que deseja que lhe emprestes” estava, numa linguagem

simbólica, e não ao pé da letra, aconselhando a renúncia

construtiva.

O bom senso saberá diferenciar a renúncia construtiva da

omissão. Mas Jesus, na Sua superioridade espiritual,

afirmou também: “Eu não tenho uma pedra onde

recostar a cabeça.”

- “escola”: trata-se a Terra, como mundo de provas e

expiações, ou seja, uma escola onde devemos aprender as

noções básicas da Ética de Deus, que se constitui, para o

nosso nível, nas virtudes da humildade, desapego e

simplicidade.

Se não nos esforçarmos para aprender essas virtudes

básicas, deveremos aqui reencarnar até que as

assimilemos em definitivo.

Não devemos culpar os outros pelas nossas dificuldades

de assimilação das lições que devemos aprender e

vivenciar, mas sim entender que, na escola onde nos

matriculamos, encontraremos testes de vários tipos, todos

os dias, sob pena de, em nos rebelando, sermos

considerados como maus alunos.

“Para isto, no entanto, é indispensável se abra o coração

ao clima interior da bondade e do entendimento.”

- “bondade”: Jesus recusou o qualificativo de Bom,

afirmando que apenas Deus O é.

Realmente, a Bondade do Pai é Infinita, mas nós

podemos, dentro da nossa pequenez, ser bondosos com

nossos irmãos e irmãs, filhos e filhas de Deus, tanto

quanto nós o somos.

Page 34: A Cura Espiritual

34

Em cada pensamento, sentimento ou atitude devemos

enxergar em cada um deles uma manifestação de Deus,

pois que assim realmente é.

Jesus disse: “Se teus olhos forem bons, todo o teu corpo

terá luz”, o que pode ser traduzido por “Vejam em todos

seus legítimos irmãos e irmãs, filhos de Deus.”

- “entendimento”: trata-se da boa vontade, do desejo de

se entender bem com todos, respeitando a individualidade

de cada um, sua forma de ser e pensar, porque a nossa

maneira de ser é apenas mais uma no meio de uma

infinidade de outras.

Devemos aprender que ninguém é obrigado a concordar

conosco e que cada um é livre para pensar, sentir e agir

conforme mais lhe agrade, salvo situações especiais, que

são exceções e não regra. Atentemos para essa norma de

respeito aos outros.

Jesus mesmo exemplificou nesse sentido, pois, mesmo

sendo o Divino Governador da Terra, as Suas Lições não

foram ainda aceitas nem pela metade da humanidade

terrestre.

“Somos diamantes brutos, revestidos pelo duro cascalho

de nossas milenárias imperfeições, localizados pela

magnanimidade do Senhor na ourivesaria da Terra.”

- “diamantes brutos”: Jesus disse: “Vós sois deuses; vós

podeis fazer tudo que Eu faço e muito mais ainda”, mas o

progresso espiritual depende da nossa vontade de

superarmos velhos hábitos perniciosos, deixar para trás

nossas antigas preferências negativas e rumarmos para o

futuro glorioso da Luz.

Somos, basicamente, “diamantes brutos”, e nos compete

a auto lapidação, ou seja, o auto aprimoramento,

sobretudo, espiritual.

“A dor, o obstáculo e o conflito são bem-aventuradas

ferramentas de melhoria, funcionando em nosso favor.”

- “dor”: o que é a dor senão um sinal de alerta, a fim de

que se evitem males maiores?

Page 35: A Cura Espiritual

35

Procurar uma vida sem dores é almejar a estagnação, o

marasmo, é o avesso do progresso.

- “obstáculo”: cada obstáculo existe para ser vencido,

cada dificuldade é um desafio para o desenvolvimento

intelectual e espiritual.

- “conflito”: os conflitos só existem para quem lhes dá

oportunidade de surgimento e sustentação, porque os

mansos e pacíficos sempre estão em paz.

É isso que devemos fazer: ser mansos e pacíficos.

Ninguém presenciará um Espírito Superior em conflito

com quem quer que seja: miremo-nos nesses grandes e

nobres exemplos.

“Que dizer da pedra preciosa que fugisse às mãos do

lapidário, do barro que repelisse a influência do oleiro?”

- “mãos do lapidário”: Deus é nosso Lapidário: quem

melhor do que Ele para planejar nosso aperfeiçoamento,

invisível, fazendo-nos crer que tudo devemos a nós

mesmos. Iremos duvidar do acerto dos Seus planos?

- “influência do oleiro”: é Ele o Oleiro que nos molda,

nos embeleza até a perfeição possível a uma criatura

finita. Agradeçamos a estrada que Ele nos coloca à frente

e sigamos por ela, rumo a Ele, que nos aguarda no final,

mas que, na verdade, está conosco desde o começo.

Enxerguemos a Deus em tudo: no ar, na água, na terra,

no fogo, no céu, nas nuvens, nas montanhas, nos rios,

nas pessoas, nos animais, nas plantas, nos inúmeros

universos, nas dimensões que se interpenetram e n’Ele

próprio.

“Modifica as mais íntimas disposições, com referência

aos adversários.”

- “adversários”: quem é nosso adversário senão aquilo

que ainda está dentro de nós como a ferrugem enfeando a

peça de metal? Nossas imperfeições nos fazem impregnar

a imagem dos nossos irmãos e irmãs com as nossas

misérias morais. Quando estivermos redimidos, ou seja,

com o interior totalmente limpo, a ninguém veremos com

Page 36: A Cura Espiritual

36

fealdades morais, pois as nossas não mais nos toldarão a

visão da realidade, que representa a progressividade da

evolução individual.

“O inimigo nem sempre é uma consciência agindo

deliberadamente no mal.”

- “agindo deliberadamente no mal”: só age

deliberadamente no Mal quem está infeliz no seu interior,

querendo transmitir aos outros suas decepções consigo

próprio, enlameando os outros com sua lama interna.

O progresso espiritual não se compatibiliza com qualquer

iniciativa que não seja o Bem.

Aprendamos a pensar, sentir e agir dessa maneira.

“Na maioria das vezes, atende à incompreensão quanto

qualquer de nós; procede em determinada linha de

pensamento, porque se acredita em roteiro infalível aos

próprios olhos, nos lances do trabalho a que se empenhou

nos círculos da vida; enfrenta, qual ocorre a nós mesmos,

problemas de visão que só o tempo, aliado ao esforço

pessoal na execução do bem, conseguirá decidir.”

- “incompreensão”: respeitemos o nível evolutivo de cada

um, pois cada um tem Seu encontro pessoal com Jesus

numa época que ignoramos.

- “linha de pensamento”: a forma dos outros pensarem

deve enriquecer nossa bagagem de informações e

reflexões, sendo que, por isso, nunca devemos deixar de

ouvir os outros, mesmo quando sabemos que estão

contrários às Leis de Deus.

- “os próprios olhos”: cada um representa um universo à

parte.

Feliz de quem entende isso e não pretende eclipsar essa

maravilha que é o outro.

- “trabalho a que se empenhou”: cada um contribui como

lhe permite seu nível evolutivo, mas nada é inútil para

Jesus, que coloca cada um exatamente onde fará o

melhor que pode, mesmo que seja contribuindo para a

redenção alheia pelo sofrimento.

Page 37: A Cura Espiritual

37

- “problemas de visão”: cada qual vê do lado de fora

conforme sua paisagem íntima.

Melhoremos nosso mundo interior e tudo parecerá belo

como realmente é.

- “tempo”: nosso tempo passa e nós também passamos,

mas as marcas do Bem que deixarmos serão nossa

riqueza.

- “esforço pessoal na execução do bem”: tudo devemos

fazer para que o Bem aconteça, mesmo que seja levando

um copo de água em direção a uma floresta em

combustão, se assim nossa capacidade permite.

“O batráquio e a ave caracterizam-se por impulsos

diferentes, não obstante filhos do mesmo mundo.”

- “batráquio”: se não conseguimos ainda ser aves que

enfeitam o céu e cantam, pelo menos desempenhemos

nosso papel de batráquios com utilidade.

- “ave”: o simbolismo da diferenciação entre a ave e o

batráquio foi utilizado, na certa, como forma de mostrar

que devemos evoluir, deixando o terreno pantanoso e

insalubre das nossas mazelas morais para voarmos em

direção ao Mail Alto.

É necessário sabermos utilizar o inimigo, nele situando

nossa lição benfeitora.

- “utilizar o inimigo”: Chico Xavier dizia: “Quando uma

pessoa não gosta da gente ela tem sempre razão.” Essa é

a verdade verdadeira.

- “lição benfeitora”: muitas vezes quem mais nos

impulsiona ao progresso é quem consideramos com os

novos de desafetos, adversários, inimigos e outros. Esses

não fazem como fazemos: disfarçar nossos defeitos

morais.

A rigor, em vista da nossa posição de inferioridade,

seremos adversários naturais da obra dos Anjos, na

esfera menos elevada que atravessamos presentemente;

todavia, as Potências Angélicas não nos punem a

incapacidade temporária de compreensão ante os serviços

Page 38: A Cura Espiritual

38

divinos que lhes cabem na economia do Universo. Ao

invés de condenar-nos, identificam-nos as deficiências

compadecidamente e estendem-nos braços fraternos,

através de mil recursos invisíveis e indiretos, a fim de que

aprendamos a escalar o monte da sublimação, em marcha

para os cumes celestes.

- “adversários naturais da obra dos Anjos”: o que

conseguimos realizar no Bem ajuda sempre, mas está

muito aquém do trabalho dos Espíritos Superiores, que

atuam de forma inimaginável para nós, sendo que o

melhor que podemos fazer é cumprirmos nosso papel,

mesmo que pequenino, porque, em querendo avançar

muito em termos do nível das tarefas, não acabarmos

atrapalhando ao invés de ajudar.

Quando atuarmos junto ao Orientadores Elevados,

façamos apenas da nossa parte e deixemos o mais por

conta deles: assim cada um faz o que pode, tanto quanto

Jesus não vai explicar aos principiantes no Bem Seus

Planos acerca dos rumos evolutivos da humanidade da

Terra.

De qualquer forma, sejamos humildes e conscientes das

nossas próprias limitações e realizemos as tarefas que

forem surgindo, como “trabalhadores da última hora”,

ao invés de querermos assumir o papel de missionários do

Bem, que, na verdade, ainda não somos.

- “não nos punem a incapacidade temporária”: esses

missionários nos delegam tarefas secundárias, mas não

nos menosprezam por isso.

- “estendem-nos braços fraternos”: eles, sem que o

percebamos, muitas vezes, realizam “enxertias psíquicas”

em nós, a fim de termos condições de realizar

determinadas tarefas que estão acima da nossa

capacidade psíquica.

- “escalar o monte da sublimação”: a evolução espiritual

é obra de cada dia, de cada minuto, resultado de cada

tarefa cumprida.

Page 39: A Cura Espiritual

39

Em certo momento, depois de muitos anos de dedicação

diária, paramos para refletir e percebemos que

praticamente houve uma transmutação, como ocorreu

com Paulo de Tarso, que concluiu: “Não sou eu mais

quem vive, mas é Jesus que vive em mim.” Em grau

menor, chegaremos, talvez mais rápido do que pensamos,

a essa conclusão.

“...não percas os tesouros do tempo em considerações

inúteis.”

- “considerações inúteis”: são considerações inúteis todas

aquelas que ocupam o tempo que deveria ser destinado ao

trabalho no Bem.

“Enche as tuas horas de trabalho salutar com a possível

harmonia, fonte de toda a beleza.”

- “trabalho salutar”: há o trabalho salutar e o trabalho

sem elevação espiritual.

Das duas irmãs de Lázaro uma exercitava o trabalho

salutar, com vistas à própria elevação espiritual, mas

sabia a hora de interrompê-lo para ouvir as Lições

Memoráveis do Divino Amigo, enquanto que a outra, de

mente voltada exclusivamente para a materialidade,

apenas exercitava o trabalho obsessivo, sem nenhum foco

na própria elevação espiritual: eis uma diferença

importante.

A aparência nem sempre corresponde à essência.

Precisamos ser um misto de cigarras e formigas, como

duas polaridades complementares.

Há pessoas que, num extremo, se orgulham

arrogantemente de ser trabalhadoras, sem outro foco que

o da materialidade, enquanto que outras, no outro

extremo, simplesmente vivem a cantar, mas por pura

vocação para a ociosidade: sejamos um misto

“sublimado” das duas tendências, que uma das duas

irmãs sabia combinar bem e a que Jesus deu valor e

apontou como exemplo a ser seguido.

Aprendamos essa lição.

Page 40: A Cura Espiritual

40

“A vida, para toda alma que triunfa no carreiro áspero, é

serviço, movimento, ascensão.”

- “serviço”: a expressão “serviço” deve ser interpretada

no sentido de “servir” e não apenas no de trabalhar,

como explicado linhas atrás.

Jesus trabalhou até os trinta anos de idade, mas “serviu”

durante os trinta e três.

O significado de cada uma das palavras é diferente:

sejamos “servidores”, para evoluirmos.

Observe-se que Jesus falou: “O maior no Reino dos Céus

é o que mais servir a todos.” e não “O maior no Reino

dos Céus é o que mais trabalha.”

“E à rajada de luta que te conduzirá ao píncaro

luminoso, não te suponhas sozinha na jornada áspera.”

- “sozinha na jornada áspera”: ninguém está sozinho no

Bem ou no Mal.

Quem está lutando consigo mesmo na “jornada áspera”

da própria ascensão espiritual, de vez em quando,

costuma achar que está sozinho, mas sempre terá a

companhia dos seus Orientadores Espirituais e de Deus.

Mestres indianos, dentre os quais Yogananda, ensinam a

pensarmos sempre em Deus, diretamente: e que

companhia melhor do que a d’Ele?

Devemos aprender a ficar “sozinhos com Deus”, pois

nosso “espaço sagrado” deve ser preenchido por Ele.

Vejamos como Jesus nos ensinou isso: “Tu, porém,

quando fores orar, entra no teu quarto e, fechando a

porta, ora a Teu Pai em segredo, e Teu Pai, que sabe o

que se passa em segredo, te recompensará.”: eis a

aparente solidão, todavia, necessária, em certos

momentos, para o contato com Deus.

Veja-se que Jesus, em determinados momentos, se isolava

com Deus, não convidando ninguém para participar do

“banquete divino”.

“Outras, aos milhares, suam e sangram, em silêncio.

Passam na cena do mundo, sem o afeto de um esposo e

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sem a bênção de um lar. Não conhecem a dádiva de um

corpo normal, nem podem guardar os mínimos sonhos

que arregimentas no coração feminil. São homens

esquecidos e mulheres desamparadas que passam

despercebidos e humilhados, do berço ao túmulo.

Respiram em regime de tortura moral e seguem, estrada

afora, desprotegidos e dilacerados, aos olhos do mundo,

abafando os próprios soluços que, se ouvidos, lhes

acarretariam implacável punição. Entretanto, apesar do

espesso véu de lágrimas que lhes dificulta a marcha,

continuam caminhando impávidos, contando com um

amanhã, cada vez mais impreciso e distante, que parece

ocultar-se, indefinido, nos horizontes sem fim.”

- “em silêncio”: aprendamos a praticar, em determinados

momentos do dia, o “silêncio interior”, preenchendo-o

com a mentalização, a meditação e a oração.

O silêncio é tão importante que, dentro da sabedoria

indígena, as vogais são seis letras e a última é o

“silêncio”.

“Desculpa os outros, sem desculpar a ti mesma.”

- “desculpa”: deter-se na lembrança de ofensas recebidas,

mágoas sentidas etc., é conservar veneno na alma.

Tanto quanto devemos desculpar aos outros, cumpre-nos

desculpemo-nos a nós mesmos, compreendendo que todos

nos encaminhamos para um nível evolutivo mais elevado,

mas, que, por enquanto, ainda somos iniciantes e,

portanto, falhos.

“Dá, sem o propósito de receber.”

- “dá”: dar de si mesmo é o mais importante, mas dar do

que é material e que não nos fará falta é deixar de lado

uma carga desnecessária.

A forma de vida dos indígenas nos ensina que cada um

deve ter, no máximo, seu próprio teto e o indispensável

para a própria subsistência, pois o mais é um mundo de

superfluidades que não compensa carregar.

Page 42: A Cura Espiritual

42

“Não persigas o respeito humano que te faça aparecer

melhor que és, mas busca, em todo tempo e lugar, a

bênção divina na aprovação da própria consciência.”

- “respeito humano”: a vaidade nos faz, muitas vezes,

procurar a consideração das pessoas destacadas na

sociedade e, por conta disso, nos omitimos em muitas

situações que nos colocariam em conflito com seus

padrões de conveniência estagnante.

Não sejamos os Nicodemos da atualidade, pessoas que

têm receio de assumir posições corajosas e, por omissão

no Bem, se equiparam aos grandes criminosos, segundo a

lição de Matilde, a qual diz que ambas são igualmente

condenadas pela Justiça Divina.

“Não procures destacada posição, diante dos outros;

antes de tudo, aperfeiçoa os teus sentimentos, cada vez

mais, sem propaganda de tuas virtudes vacilantes e

problemáticas.”

- “destacada posição”: destaque sem utilidade no Bem é

caminho para os desastres morais. Todavia, se existe

utilidade no Bem, devemos “colocar a candeia sobre o

candeeiro, a fim de que dê luz a todos os que estão na

casa.”: “cada caso é um caso.”

“Em te socorrendo das diretrizes alheias, desconfia das

palavras que te lisonjeiem a fantasiosa superioridade

pessoal ou que te inclinem à dureza de coração.”

- “fantasiosa superioridade pessoal”: quem é superior a

quem? Jesus é superior à nossa humanidade e, a fim de

ensinar-nos, lavou os pés dos discípulos, aceitou as

agressões físicas que Lhe dirigiram e os xingamentos que

O injuriaram. Na nossa convivência, não devemos nos

comparar com ninguém, porque somente temos acesso a

poucos dados da sua biografia, que remonta a pelo menos

um bilhão e meio de anos.

“dureza de coração”: devemos ter coração de pai, mãe,

irmão ou irmã, filho ou filha.

Assim teremos “olhos bons”.

Page 43: A Cura Espiritual

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“Diante da fartura ou da escassez, recorda o serviço que

o Senhor te convocou a realizar e produze o bem em seu

nome, onde estiveres.”

- “fartura”: a fartura significa contentar-se com o

necessário, dispensando o supérfluo.

- “escassez”: a pior escassez é a que o egoísmo imagina

existir, mas que represente simples desejo de açambarcar

tudo que pode ser útil aos outros e que não nos fará

nenhuma falta.

- “produze o bem em seu nome”: fazer o Bem é sempre

uma homenagem a Deus.

“Lembra-te de que a experiência na carne é

demasiadamente breve e que a tua cabeça deve

permanecer tão cheia de ideais santificantes, quanto as

mãos repletas de trabalho salutar.”

- “a experiência na carne é demasiadamente breve”:

pretender prolongar indefinidamente a vida material é o

mesmo que querer parar a roda da evolução, pois é a

alternância nas duas realidades que impulsiona o

Espírito.

- “tua cabeça deve permanecer cheia de ideais

santificantes”: “cabeça vazia de ideais nobilitantes é

oficina onde a ferrugem emperra o maquinário ou o fogo

ameaça destruí-la.”

- “mãos repletas de trabalho salutar”: devemos procurar

ocupar o tempo com atividades realmente úteis: eis um

dos grandes segredos da felicidade.

“Para que atendas, porém, a semelhante programa, é

imprescindível abras o coração ao sol renovador do Sumo

Bem.”

- “abras o coração ao sol renovador do Sumo Bem”:

abrir o coração ao Bem é fazer o Bem naturalmente, em

toda parte e em favor de cada um que necessitar.

“De alma cerrada ao interesse pela felicidade do próximo,

jamais encontrarás a própria felicidade.”

Page 44: A Cura Espiritual

44

- “alma cerrada ao interesse pela felicidade do próximo”:

a felicidade alheia sempre será a minha igualmente, se eu

dela participar.

- “a própria felicidade”: a minha felicidade só será

perfeita depois que a de todos também a forem.

Por isso Matilde nunca conseguiria ser feliz vendo

Gregório dedicado ao Mal e Margarida vivendo

egoisticamente.

“A alegria que improvisares, em torno dos pés alheios, te

fará mais rica de júbilo.”

- “alegria que improvisares”: a alegria alheia ilumina

nosso interior quando ajudamos a edificá-la.

“Na paz que semeares, encontrarás a colheita da paz que

desejas.”

- “paz que semeares”: semear a paz se faz através de

atitudes, quando esse é o meio acertado; de silêncio

quando as palavras atrapalhariam e de prece e

mentalização quando nem o silêncio resolveria.

“Estes, são princípios da vida radiante.”

- “princípios da vida radiante”: Matilde procurou

condensar em poucas palavras tudo que a mente da filha

espiritual poderia assimilar.

“No insulamento, ninguém recolherá a suprema alegria.”

- “insulamento”: o egoísmo é o pior dos defeitos morais.

- “suprema alegria”: a suprema alegria é decorrente da

alegria real que se dá aos outros.

“Para a sabedoria divina, tão infortunado é o pastor que

perdeu o rebanho, quanto a ovelha que perdeu o pastor.”

- “pastor que perdeu o rebanho”: Jesus investe o máximo

que pode em cada um dos Seus pupilos, sem exceção.

- “ovelha que perdeu o pastor”: cada habitante da Terra

deve reconhecer na pessoa do nosso Governador Divino a

referência a ser seguida, sendo que muitos, por uma

questão de rebeldia, preferem reverenciar figuras de

muito menor grandeza e perfeição.

Page 45: A Cura Espiritual

45

“A desistência de ajudar é tão escura quanto o

relaxamento de extraviar-se.”

- “desistência de ajudar”: sem ajudarmos os outros não

evoluiremos espiritualmente.

Matilde fala aqui na omissão, tão grave quanto o Mal

declarado.

O número de omissos é maior do que o dos maus, mas

pecam tanto quanto aqueles outros.

Allan Kardec falou, com acerto, que há pessoas mornas

até no gozar: esses passam pelas reencarnações sem

muito fazerem de bom nem de mau e não evoluem.

- “relaxamento de extraviar-se”: refere-se à iniciativa de

filiar-se declaradamente ao Mal.

“O egoísmo conseguirá criar um oásis, mas nunca

edificará um continente.”

- “egoísmo”: manifesta-se sempre que pretendemos

aquilo que não é indispensável para nós.

“É indispensável aprenderes a sair de ti mesma,

auscultando a necessidade e a dor daqueles que te

cercam.”

- “aprenderes a sair de ti mesma”: tudo que Matilde

ensinou se resume nesse ideário: “aprenderes a sair de ti

mesma”.

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CAPÍTULO III – PRESENÇA DE ESPÍRITOS

DESEQUILIBRADOS OU MALEVOLENTES

Como há quem se sinta feliz em fazer o Bem

indistintamente, há criaturas que se comprazem no Mal e

conhecemos várias delas.

Infelizmente, na Terra há muita gente dessa categoria e,

passando ao mundo dos desencarnados, continuam

felicitando-se quando conseguem prejudicar as outras

pessoas.

O número de desequilibrados também é muito grande,

devido às inclinações negativas que se comprazem em manter.

A presença desses dois tipos de criaturas nas

proximidades de cada encarnado produzem mal estar quando

não induções para a própria prática do Mal.

Devemos tomar cuidado com os pensamentos negativos

que surgem na nossa mente, pois, muitas vezes, são induções

dessas criaturas desarmonizadas.

Page 47: A Cura Espiritual

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1 – OBSESSORES ENCARNADOS

Todo aquele que induz alguém ao Mal é um obsessor e os

há muitos no seio das nossas próprias famílias, que

aconselham ou incutem a desunião, a agressividade, o

pessimismo etc. etc.

Page 48: A Cura Espiritual

48

2 – OBSESSORES DESENARNADOS

Como o número d desencarnados é cerca de dez vezes

maior que o de encarnados, a quantidade de obsessores

desencarnados é imensa e, por isso, devemos tomar cuidado

para não “emprestarmos a cabeça” para esses irmãos e irmãs.

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TERCEIRA PARTE:

AUTO CONHECIMENTO

E CURA

Page 50: A Cura Espiritual

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CAPÍTULO I – AUTO ANÁLISE

Realizar a auto análise em profundidade é uma tarefa

que mais de noventa por cento dos habitantes da Terra,

mundo onde prevalecem os defeitos morais e vícios, detesta

fazer, porque seu orgulho lhes impede de reconhecer as

própria mazelas.

No trabalho da auto análise esbarramos com o orgulho,

que, normalmente, nos encaminha para dois desvios: 1 – a

depressão, que é a válvula de escape da auto piedade,

tentando mostrar aos outros que devem nos perdoar a

continuidade nos erros que acalentamos ou 2 – a revolta, que

nos faz agressivos e empedernidos declarada ou

disfarçadamente no erro.

São poucos os que resolvem assumir o trabalho da auto

reforma moral profunda, o que exige grande dose de

humildade e a intenção sincera de superarmos nossos vícios e

defeitos morais.

Como exemplos notáveis de pessoas que enfrentaram as

próprias mazelas morais e recomeçaram a vida em bases

novas podemos citar Paulo de Tarso, Zaqueu e Maria de

Magdala, os quais se esforçaram para domar o próprio

orgulho e mudaram da acomodação nas mazelas morais para

o combate permanente no sentido do auto aperfeiçoamento

espiritual.

Muitos procuram enganar aos outros e a si mesmos

apresentando alguma virtude como tentativa de compensação

de um defeito, mas Jesus disse: “Sede perfeitos, como vosso

Pai, que está nos Céus, é Perfeito.”

Como Espíritos, temos de, pela eternidade afora,

adquirir todas as virtudes e eliminar os correspondentes

defeitos.

Não adianta estarmos a justificar defeitos e vícios,

porque o prejuízo espiritual que decorre de cada um deles é

muito grande e de nada vale enganarmo-nos.

Quando Jesus disse: “A Amor cobre a multidão dos

pecados”, não estava querendo incentivar-nos à permanência

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no vício ou nos defeitos morais utilizando o Amor como forma

de compensação.

Cada virtude é uma virtude e cada vício ou defeito moral

é um vício ou defeito moral.

Sejamos honestos conosco próprios, ou seja, com Deus,

que nos fala através da nossa consciência e todas as intenções,

boas ou más, ficam registradas no nosso mundo interior,

causando saúde espiritual ou feridas no corpo espiritual, que

se transformam, respectivamente, em paz e felicidade ou

inquietação e doenças de várias ordens.

Auto analisar-se deve ser tarefa de todos os dias, como

quem faxina a própria moradia e não espera aparecerem teias

de aranha para tomar providências higienizadoras.

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CAPÍTULO II – VIAGENS ASTRAIS

Para quem já aprendeu a realizar viagens astrais elas

representam uma das melhores oportunidades de auto análise

e consequente projeto de cura espiritual, pois, durante essa

introspecção, os nossos Orientadores Espirituais nos mostram

nossos pontos fracos e, dentro do possível, dependendo do

mérito de cada um, eliminam focos espirituais infecciosos.

Recomendamos, a respeito, a leitura do nosso livro

coletivo “A Terapia Holística”, divulgado na Internet em

cienciacosmica.com.br.

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1 – DESOBSESSÃO

Recomendamos a leitura do livro “Obsessão e

Desobsessão Segundo André Luiz”, também de autoria do

nosso grupo sob o pseudônimo um anônimo, também

publicado na Internet em luizguilhermemarques.com.br.

Esse livro baseia-se no livro “Libertação”, de André

Luiz, que qualificamos como uma verdadeira enciclopédia

sobre o tema desobsessão.

Page 54: A Cura Espiritual

54

2 – RETIRADA DE IMPLANTES NEGATIVOS

No referido livro de André Luiz fala-se em retirada de

implantes negativos e Manoel Philomeno de Miranda trata

desse tema em vários dos seus livros.

Neste estudo atual já abordamos o assunto em páginas

anteriores e chamamos a atenção dos prezados leitores para a

importância desses desplugamento, pois, em caso contrário, as

pessoas vítimas dessa vampirização estarão sempre sujeitas a

recidivas nos seus defeitos morais e vícios ou nos sofrimentos

provocados pelos seus obsessores.

Ninguém deve se assustar com estas informações, pois o

mundo mental é a verdadeira realidade de cada criatura e

Jesus falou: “Onde cada um tiver o seu tesouro aí estará o seu

coração.”

A questão da sintonia espiritual é que define o

merecimento individual e, se nos acomodamos no Mal, não

vamos poder ficar isentos das consequências que isso

acarreta.

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3 – ELEVAÇÃO DO NÍVEL VIBRACIONAL

A elevação do nível vibracional decorre da intenção

sincera e firme de auto reformarmo-nos moralmente.

Não bastam palavras de ordem, expressões exteriores,

sem o desejo firme e partido do fundo do coração de nos

libertarmos dos próprios vícios e defeitos morais.

Zaqueu, Madalena e Paulo de Tarso não brincaram de

mudar de vida, mas mudaram de vida realmente.

Não ficaram preocupados com os comentários

zombeteiros ou a discriminação que passaram a sofrer,

porque levaram em conta seu compromisso com a própria

evolução espiritual.

Quem pretende auto reformar-se moralmente irá

encontrar pela frente muitas críticas e perseguições, mas isso

faz parte do número de testes que terá de enfrentar.

Jesus mesmo foi o exemplo mais expressivo de

perseguido por causa do Seu Compromisso com o Bem:

sigamos o caminho do Bem e deixemos os críticos falarem o

que quiserem.

Page 56: A Cura Espiritual

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4 – CILADAS DE ILUMINAÇÃO

“A quem muito é dado muito será pedido.” Essa frase

mostra que o nível de responsabilidade é individual.

Uma Madre Tereza de Calcutá não se permitiria nunca

uma indelicadeza com quem quer que fosse, porque é um

Espírito muito evoluído, enquanto que um Espírito primitivo

gosta, normalmente, de ofender as pessoas, achando até

natural sua conduta rude.

Quando alguém se propõe à auto reforma moral

profunda, passa a ser alvo das Trevas, que procuram

desanimá-lo de sair da mediocridade moral.

André Luiz alerta para essa situação.

A expressão “ciladas de iluminação” é muito adequada

para esclarecer sobre as armadilhas que o trevosos armam

contra os candidatos à elevação espiritual.

Mas é preciso sempre vigiar e orar, porque as tentações

de fora são aquelas que correspondem aos nossos pontos

fracos internos.

Mas quem tem real vontade de auto superar-se

espiritualmente vence, se tiver a prudência da serpente e

vigiar e orar.

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CAPÍTULO III – AUTO REFORMA MORAL PROFUNDA

A auto reforma moral tem de ser profunda, como a que

se propuseram Zaqueu, Maria de Magdala e Paulo de Tarso.

Quem fica no meio do caminho estará contrariando

aquilo que Jesus afirmou: “Seja o vosso falar sim sim, não

não; tudo o que disso passa procede do maligno.”

Nossa consciência registra cada intenção como boa ou

má: não há nenhuma que passe aos nossos arquivos internos

como “mais ou menos”.

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1 – MUDANÇA DO ESTILO DE VIDA

No livro “Vós Sois Deuses – o valor da Ciência Cósmica”

é mencionado o caso de um traficante de drogas que

abandona toda a riqueza adquirida com a vida no crime e vai

recomeçar em localidade distante, num outro estilo de vida,

de trabalho honrado.

Cada um deve verificar o qual tem de mudar na própria

vida para ser uma criatura do Bem no sentido mais elevado

da palavra.

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1.1– VIDA MORALMENTE CORRETA

Os antigos romanos entendiam que, para alguém ser um

homem de bem bastava “não lesar a ninguém, viver

honestamente e dar a cada um o que é seu”, mas isso é muito

pouco, porque sabemos que o aperfeiçoamento espiritual é

infinito e Jesus foi claro nesse sentido, dizendo: “Sede

perfeitos, como vosso Pai, que está nos Céus, é perfeito.”

Cada um tem de trilhar a estrada da própria evolução

espiritual e paga por todas as intenções negativas que tiver

bem como é promovido à custa do próprio esforço em superar

suas más inclinações.

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1.2 – VIVER O “AQUI E AGORA”

Jesus aconselhou: “Não vos preocupeis com o dia de

amanhã, pois o dia de amanhã terá suas próprias

preocupações”.

Naturalmente que o Divino Mestre não aconselhava a

falta de planejamento na nossa vida, mas sim que vivêssemos

cada dia de forma adequada, sem excessos para mais ou para

menos.

Divaldo Pereira Franco afirma: “Nenhum problema

merece nossa preocupação perturbadora”.

Realmente, os problemas se sucedem na vida de todas as

pessoas: fazem parte do crescimento intelecto-moral de cada

um, que Deus, nosso Pai de Bondade e Justiça, programa

individuadamente, como Professor Maior, que estrutura

nossa “alfabetização” intelecto-moral com suprema perfeição,

nos mínimos detalhes.

Preocupar-se com os problemas é natural, pois é sua

tomada de consciência, surgindo à frente uma das duas opções

inteligentes: resolver, mesmo que parcialmente, aqueles cuja

solução é possível e pacientar-se quando não há solução.

Todavia, a preocupação, ou seja, a avaliação dos

problemas deve ser realizada com calma, serenidade,

racionalidade e, de acordo com o caso, acompanhar-se de

pedido de ajuda aos que podem ajudar-nos, inclusive os

profissionais especializados.

O que não deve suceder são as preocupações

perturbadoras, ou sejam, o desequilíbrio emocional.

Os problemas costumam dizer respeito a nós próprios, às

pessoas a quem temos o dever de ajudar, ao nosso trabalho e a

várias outras situações, evidentemente.

Todavia, como aconselha Divaldo, em nenhum caso o

desequilíbrio emocional deve avassalar nosso psiquismo, pois,

senão, ao invés de nos posicionarmos como “solucionadores”,

assumiremos o papel de “agravadores” da situação.

Page 61: A Cura Espiritual

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Jesus conviveu com doentes do corpo e da alma

cotidianamente e nunca se desequilibrou com os desajustes

que era convidado a solucionar.

Até no incidente da admoestação aos vendilhões do

templo há que se analisar com bom senso a narrativa

evangélica, descartando a sugestão da interpretação literal de

que foi violento e arbitrário. Leia-se essa passagem com

“olhos de ver e ouvidos de ouvir” e não aferrado à

interpretação literal das palavras. Quando quiseram

apoderar-se d’Ele e lançá-lo precipício abaixo também não se

perturbou, mas evadiu-se cautelosamente, porque não havia

chegado a hora do Seu Testemunho mais marcante.

Também durante Sua prisão, julgamento e crucificação,

nunca perdeu o equilíbrio, pois sabia que tudo teria de

suceder-se para a confirmação das profecias dos antigos, o

que não deixaria dúvidas de que era realmente o Messias

esperado.

Preocupar-se com os problemas é sinal de

responsabilidade e seriedade, porém, perturbar-se com eles é

sintoma de falta de fé em Deus, rebeldia contra Sua

Programação para cada um e impaciência para viver o

próprio processo evolutivo e auxiliar os outros a viverem-no.

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1.3 – “SEJA FEITA A VOSSA VONTADE E NÃO A MINHA”

Recomendamos a leitura do livro “Seja Feita a Vossa

Vontade na Minha Vida – a Irmandade dos Anônimos”,

publicado na Internet em luizguilhermemarques.com.br.

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ORAÇÃO À MÃE SANTÍSSIMA

Sabemos que Teu Filho Jesus obedeceu-te a

determinação materna na célebre transmutação de água em

vinho nas bodas de Caná.

Sabemos, também, do poder que Deus te outorgou, em

nome do teu coração maternal, de realizar prodígios quando

faltam os recursos do merecimento e do valor moral de cada

um destes filhos e filhas de Deus.

Por isso, viemos te pedir, Mãe Santíssima, que ajude a

humanidade da Terra, que ainda aprende, sobretudo, pelo

sofrimento a Lei de Deus.

E, por isso mesmo, impede-nos de comprar a dignidade

alheia com dinheiro ou favores fingidos ou, ao contrário, nos

vendermos aos que querem nos usar na prática do Mal de

várias formas;

Desvia-nos da desonestidade no ganha pão de cada dia,

tanto quanto nunca induzamos alguém a procurar meios

condenáveis da sobrevivência material;

Espanta a nossa preguiça e faz de nós trabalhadores por

ideal e não em troca do dinheiro, que, se garante a

sobrevivência do corpo, não gera a felicidade, a qual é toda

espiritual;

Faz com que distribuamos entre os necessitados aquilo

que nos sobra, mas não apenas as migalhas, que nada

resolvem, nem para nós, para aplacar nossa consciência, nem

para eles, sem, contudo, criarmos o clientelismo sem trabalho;

Induze-nos a abrir clareiras do Bem na mente de todas

as criaturas humanas, sem receio de sermos tidos como

fanáticos ou lunáticos, porque essa é a maior contribuição que

podemos dar à humanidade.

Dá-nos coragem para falar em Jesus e exemplificar no

Bem, porque Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida para os

habitantes da Terra.

Ensina-nos a paciência, o perdão, a obediência à Lei de

Deus, o respeito aos nossos irmãos e irmãs de todos os Reinos

da Natureza, pois são filhos de Deus, tal como nós.

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Não te canses de ensinar-nos, Mãe Santíssima, que somos

filhos e filhas de Deus e devemos pensar na nossa evolução

espiritual e auxiliar a dos outros seres.

Roga por nós, Mãe, a Deus e pede a Jesus que sempre

nos ensine, através de mil modos, inclusive pelo pensamento,

pela boca dos Seus porta-vozes e pelas lições silenciosas e

sábias da Natureza.

FIM