A Cultura Popular e o Estado Brasileiro - Para Começar o Debate
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7/26/2019 A Cultura Popular e o Estado Brasileiro - Para Comear o Debate
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A CULTURA POPULAR E O ESTADO BRASILEIRO
- PARA COMEAR O DEBATE -
Flvia Salazar Salgado1
res!o
O presente artigo pretende dar incio a uma reflexo sobre a genealogia do conceito de culturapopular e de suas noes correlatas - folclore e cultura de massas - a fim de entender os usospolticos daqueles que vm historicamente realizando a sua medio com a alta cultura ou acultura erudita e com o !stado" #ara tanto$ parte do conceito de cultura popular$ definido
por %a&thin em sua an'lise da obra de (abelais que revela o poder regenerador do c)micopopular e procura entender a sua apropriao ao longo da hist*ria e$ especificamente$ no%rasil$ seu deslocamento da praa p+blica ,s mascaradas de salo$ at o entendimento das
polticas de registro do patrim)nio imaterial"
"alavras-#$ave
cultura popular$ folclore$ cultura de massas$ polticas culturais$ patrim)nio imaterial"
1 .estranda do #rograma ##/012 3 /0120(4 ! 2!((52O(5415646!7 do 54/7 3 5nstituto de 4rtes e/omunicao 7ocial da 088 3 0niversidade 8ederal 8luminense 3 flavia"sededepeixe9gmail"com
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1. E%saio de !a e&%ogra'ia( ! e)e!"lo
:oite adentro$ fogueira l' fora$ pr*xima a uma das paredes da sala recm-construda$
uma extenso da casa que tem feies bem mais simples do que o pr*prio salo" O rio no
est' longe dali$ desconfia-se que ele quem delimita o terreno e a florestinha que cobre o
barranco abaixo que est' logo ali$ em curva$ uns passos alm da fogueira" 7abe-se$ depois$ ser
o rio /ricar" 7o %enedito est' posto no alto de uma das quatro paredes que delimitam o
salo$ vigia tudo$ abenoa" 4ntes do ensaio$ o aquecimento com forr* e cachaa" 4s mulheres
passam servindo a comida e o doce" 4s bebidas so vendidas$ numa vendinha improvisada"
;oras a fio de aquecimento e muito rodopio daqueles senhores pretos$ muito pretos$ muito
senhores$ tirando as
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O 2icumbi acontece nas terras que$ desde decreto de @AAF$ foram identificadas como
territ*rio quilombola$ na regio do 7ap do :orte$ municpios de /onceio da %arra e 7o
.ateus$ !sprito 7anto" 7eus pequenos stios se encontram$ ho
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#ara o entendimento do conceito e suas variaes$ no entanto$ buscou-se$ aqui$ uma
espcie de genealogia que recorre ao entendimento hist*rico da tradio europia 3
iluminadora dos processos que acontecem do lado de c' do equador$ ao menos$ na virada dos
sculos I5I e II$ assim como a troca mais recente com os demais pases da 4mrica 1atina"
3. A &radi,o ero"+ia do #o%#ei&o . da "ra,a "/0li#a s !as#aradas
2O homem medieval sentia no riso$ com uma acuidade particular$ avit*ria sobre o medo$ no somente como uma vit*ria sobre o terrormstico ?terror divinoC e o medo que inspiravam as foras da natureza$mas antes de tudo como uma vit*ria sobre o medo moral queacorrentava$ oprimia e obscurecia a conscincia do homem$ o medo detudo que era sagrado e interdito ?tabu e man'C$ o medo do poderdivino e humano$ dos mandamentos e proibies autorit'rias ?"""C" 4oderrotar esse medo$ o riso esclarecia a conscincia do homem$ revelava-lhe um novo mundo" :a verdade$ essa vit*ria efmera s* durava operodo da festa e era logo seguida por dias ordin'rios de medo e deopressoG mas graas aos clares que a conscincia humana assimentrevia$ ela podia formar para si uma verdade diferente$ no oficial$sobre o mundo e o homem$ que preparava a nova autoconscincia do(enascimento" ?%a&thin$ JBKL$ p" LKC
/ategoria erudita$ cunhada para designar tudo aquilo que no se enquadra no mundo
dito erudito$ toda alteridade ?/;4(25!($ JBBMC$ o conceito de cultura popular $ a despeitoda simpatia e de toda a manipulao demagoga que o epteto Npopular desperta ?%O0(65!($
JBBPC$ um simplificador$ um redutor dos sentidos e da variao imensa de saberes$ costumes$
linguagens e manifestaes que ficam sob o seu guarda-chuva"
7ua origem est' ligada a nossa tradio europia$ onde a cultura que acontecia nas
praas p+blicas$ na literatura recreativa e nas festas mantida , distHncia da cultura oficial$ ao
longo de sculos$ na 5dade .dia" Q somente no (enascimento ?sc"I=5C$ com a crise do
regime feudal$ que essa cultura das praas p+blicas comea a ser incorporada , cultura oficial$pelas mos da literatura de um (abelais$ um 7ha&espeare$ um /ervantes e um %occaccio que
trazem para dentro da literatura oficial a lngua falada nas ruas$ reveladora de outras formas
de conceber o mundo$ num exerccio de incorporao de mil anos de riso popular extraoficial
, cultura letradaD
4 cultura popular que$ durante sculos$ formara-se e defendera sua vida nasformas no-oficiais da criao popular 3 espetaculares e verbais 3 e na vidacorrente no-oficial$ iou-se aos cimos da literatura e da ideologia a fim defecund'-las e$ em seguida$ , medida que se estabilizava o absolutismo e seinstaurava um novo regime oficial$ tornou a descer aos lugares inferiores da
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hierarquia dos gneros$ decantando-se$ separando-se em grande parte dasrazes populares$ restringindo-se e$ finalmente degenerando" ?%4R2;5:$JBKL$ p" P@C
>'$ no sculo seguinte$ com a estabilizao do novo regime e a formao dos estadosabsolutistas calcados na filosofia racionalista de 6escartes e na esttica do classicismo$ a
seriedade$ ainda que menos dogm'tica que aquela da 5gre
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7obre a diviso entre a cultura tradicional popular ou folcl*rica e a cultura popular
operada a partir da viso herderiana$ %4R2;5: dir' queD
4 concepo estreita do car'ter popular e do folclore$ nascida na poca pr-romHntica e concluda essencialmente por ;erder e os romHnticos$ excluiquase totalmente a cultura especfica da praa p+bica e tambm o humorpopular em toda a riqueza das suas manifestaes" ?%4/2;5:$ JBKL$ p"@K C
Os sculos I=55 e I=555 e suas 1uzes so de gradual recolocao da cultura popular
no seu devido lugar$ o de encanto da canalha" :a literatura que se produz$ a partir da$ o
riso$ o baixo sexual e a linguagem da rua$ a imediata gratificao e o apelo sensorial 3
desvendados por (abelais$ /ervantes e 7ha&espeare$ como parte de uma tradio popular 3a do c)mico popular - vo aos poucos restringindo-se$ na literatura oficial$ , expresso dos
personagens que representavam a base da pirHmide social"
:o por acaso as leituras da obra de (abelais passam gradualmente da tentativa de
decifrar seu conte+do grotesco - atravs do mtodo histrico-alegrico- como aluses diretas
a fatos e personagens hist*ricos reais$ o que empobrece seu alcance e$ sobretudo$ a sua
revelao de uma tradioG at o rep+dio explcito aos seus exageros$ na medida em que se
constr*i passo a passo a nova cultura oficial e seu ideal de cultura cl'ssica$ erudita$ deelite$ superior"
#ara %4R2;5: essa gradual dificuldade de identificao da verdadeira chave de
compreenso da obra de (abelais$ que inclui entre os que passam a repudiar as qualidades da
sua obra$ crticos perspicazes como =oltaire$ no sc"I=555 e .ichelet$ no sc"I5I$ d'-se em
funo do sumio do seu correspondente hist*ricoD a tradio c)mica popular@" :o que ela
desaparecesse das ruas e das festas populares$ mas a sua identificao pelas classes mais
abastadas que$ durante sculos$ descera dos castelos para os meses de carnaval ou$ como
mostra %4R2;5:$ participara ativamente da sua realizao"
:o con
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!m termos estticos$ impe-se o cnone clssico$ como base do pensamento e em
oposio ao cnone grotesco que caracterizaria a cultura popular e a tradio do risoambivalenteD
!liminam-se tudo que leve a pensar que ele no est' acabado$ tudo que serelaciona com o seu crescimento e sua multiplicaoD retiram-se asexcrescncias e brotaduras$ apagam-se as protuberHncias ?que tm asignificao de novos brotos$ rebentosC$ tapam-se os orifcios$ faz-seabstrao do estado perpetuamente imperfeito do corpo e$ em geral$ passamdespercebidos a concepo$ a gravidez$ o parto e a agonia" 4 idade preferida a que est' o mais longe possvel do seio materno e do sepulcro$ isto $afasta ao m'ximo dos Numbrais da vida individual" /oloca-se nfase sobre aindividualidade acabada e aut)noma do corpo em questo" ?op"cit$ p"@PC
:a origem dos estados nacionais$ do sculo seguinte$ no entanto$ assiste-se a retomada
do cHnone grotesco de imagens incompletas em transmutao e hibridismo entre formas
vegetais e animais$ do princpio do nascimento e da morte$ desta vez$ no entanto$ a partir de
parHmetros romHnticos que nos so mais familiares$ na medida em que moldam at os dias de
ho
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quase enciclopdica$ em que o fio condutor a biografia de um her*i sem car'ter que nasce
numa desconhecida 4maz)nia$ povoada por bichos mticos$ 5aras belas e ferozes e que$ a
custa de uma macumba bem feita$ vence um gigante italiano comedor de gente para$
finalmente$ com alguma melancolia$ decidir-se por virar estrela"
:o incio do sc"II$ dois so os caminhos do grotescoD o realista e o modernista"
!nquanto o primeiro$ basicamente fixa as imagens carnavalescas em tipos fixos que
enveredam para o naturalismo$ o segundo$ expresso nas correntes surrealistas e
expressionistas$ por exemplo$ tender' a reproduzir as caractersticas do grotesco romHntico"
#ara a viso que$ ainda ho
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34 Ro!"e%do #o! a razo dalis&a . do!i%ados e do!i%adores
#ara pensar o estado da arte dos debates em torno da cultura popular que representam$
em grande medida$ desdobramentos daquela tradio europia$ o historiador francs (oger
/;4(25!( prope a sntese ?JBBM$ p" JLBCD J" de um lado$ tm-se o discurso da cultura
popular como um sistema simb*lico coerente e aut)nomo em relao a cultura letrada 3
herdeira dos estudos folcloristas e sua busca por uma essencialidadeG @" por outro lado$
estariam os discursos que percebem a cultura popular em suas dependncias e carncias em
relao , cultura dominante 3 aqueles que identificaram na formao dos !stados 4bsolutistas
e na relao com a 5gre
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54 Os es&dos 'ol#l6ri#os e da #l&ra "o"lar %o Brasil
:o %rasil$ o olhar sobre a cultura popular remonta aos estudos iniciados por 7ilvio
(omero$ no final do sculo I5I$ na emergncia da (ep+blica e sob a necessidade de se for
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%rasileiro de JBMJ e$ mais tarde a /ampanha de 6efesa do 8olclore %rasileiro so a expresso
maior dessa gerao ?/4(=41;O$ JBB@C" 2rata-se$ basicamente$ de desenvolver programas
para a preservao$ compilao e estudo do folclore$ de acordo com uma viso que se
prope a focar os valores tradicionais em ameaa permanente pelo avano da urbanizao e
da cultura de massa$ pela industrializao e os meios modernos de comunicao"
/omo na viso romHntica e essencialista$ apontada por /;4(25!( ?JBBMC trata-se de
procurar preservar a cultura autntica do povo$ numa referncia clara as razes culturais e
sua origem mtica"
Q$ neste momento$ que se inicia um importante di'logo latino-americano e uma intensa
troca que$ de acordo com /4(=41;O determinar' o mesmo clima intelectual que levou ,
/arta del 8olclore 4mericano$ escrita em /aracas$ em JBLA$ por folcloristas de v'rios pases
latino americanos$ assim como a criao do 5nstituto 5nteramericano de !tnomusicologia Y
8ol&lore ?5:56!8C$ naquela mesma cidade"
:o di'logo aberto pelo 5nstituto ao longo dos seus dez anos de existncia$ no entanto$ h'
um forte questionamento dos pressupostos te*ricos e conceituais em torno da preservao e
compilao da cultura tradicional frente ao ineg'vel papel e impacto dos meios de
comunicao de massa e uma ateno , cultura popular urbana" 4s contribuies de :stor
Sarcia /anclini$ neste momento$ so destacadas por /4(=41;O ?JBB@D @MC"
6e um lado$ o pesquisador argentino radicado no .xico questiona a viso apocalptica$
segundo a qual as expresses do folclore esto em vias de desaparecimentoG por outro lado$ o
folclore ou a cultura tradicional popular apenas um fragmento do que a cultura popular e$
na linha proposta por /;4(25!($ ser' preciso estudar os usos e as interpretaes populares
das novas tecnologias da comunicao$ mais do que admiti-las como dominao ou
homogenizao consumadaG finalmente e$ em funo do que acabamos de dizer$ a noo de
autenticidade utilizada por diversos autores posta em cheque$ sobretudo num momentomarcado pela heterogeneidade e hibridao$ da a sugesto de que se abandone a
diferenciao entre folcl*rico e popular e se adote o entendimento de que se trata de
empreender o estudo das culturas populares$ no plural ?/4(=41;O$ JBB@D @MC"
4 reao daqueles primeiros folcloristas$ representados por 5sabel 4retz$ diretora do
5nstituto venezuelano$ ao longo de todos aqueles anos$ de que preciso garantir o estudo da
produo do bem cultural que circula e usado pelos grupos sociais ou comunidades
?JBB@D@MC e cuidar$ nas palavras do pr*prio >os >orge de /4(=41;O$ do perigo de que uma
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viso de cultura popular$ to generalizadora$ conduza a uma paralisao conceitual e$ logo$
operacional e poltica"
6e acordo com o autor$ preciso ver que no fundo$ enormes diferenas continuampulsandoD
se por um lado toda a promessa da ind+stria cultural est' ligada basicamentea experincia do transit*rio$ os outros universos culturais trabalham sempredentro de uma tradio$ comentando-se e autoreferindo-se constantemente?ZC contribuindo$
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Outras contradies poderiam ser assinaladas$ tais como as levantadas por 41=!7
?@AJJC em sua an'lise do desenvolvimento das polticas de registro de bens do patrim)nio
imaterial$ sua difcil operacionalizao por parte dos produtores desses bens e da consequente
manipulao dessa prerrogativa por parte do pr*prio estado$ nas suas instHncias estaduais e
municipais$ em franco acordo com a ind+stria do turismo local e a ind+stria cultural que lhe
d' apoio e que banaliza$ desenraza e$ sobretudo$ aliena o bem registrado de seus produtores
de origem"
4s polticas em torno da promoo e do reconhecimento da diversidade cultural como
aponta 4nt)nio 8l'vio #5!(0//5 e :ancY 8(47!( parecem ser outra grande contradio
desse !stado brasileiro$ a despeito do apreo concedido , cultura popular$ claramente
identific'vel no seu esforo de constitucionalizao da cultura$ no aumento expressivo de
inverso direta ao fomento , cultura$ numa clara poltica de distribuio regional dos recursos$
entre outras medidas que vm sendo compiladas e analisadas em trabalhos como o de 41=!7
?@AJJC e 4nt)nio 4lbino /anelas (0%5. ?@AJJC"
/ilada da diferena$ o discurso e as polticas em torno da aparentemente simp'tica e
inclusiva noo de diversidade cultural refora os sentimentos essencialistas que dividem os
grupos historicamente invisibilizados e marginalizados tanto em termos simb*licos como
materiais$ dando-lhes a iluso de uma visibilidade simb*lica$ onde se um +nico$ em meio
a muitos outros +nicos$ autnticos$ ao mesmo tempo em que se tira de foco a condio
material da existncia de cada grupo$ a questo da distribuio e da
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no como substantivos$ como nos tempos de ;erder$ mas como entidadesprocessuais$ como movimentos coordenados de v'rios grupos ligados entre sihistoricamente a caminho da convivncia plural$ isenta de qualquer direomoralizante a riori$ porm$ viva$ pulsante" 6ada a desproporo do poder de
difuso entre a ind+stria cultural e as tradies folcl*ricas e populares locais eregionais$ construir esse pluralismo cultural seria
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/4(=41;O$ >os >orge de - O lugar da cultura tradicional na sociedade moderna" 5nD
/eminrio (olclore e #ultura "oular0 as !rias faces de um de)ate" 5nstituto :acional do
8olclore$ coordenadoria de !studos e #esquisas$ (io de >aneiroD JBB@D @F-FK"
/;4(25!($ (oger - /ultura popular revisitando um conceito historiogr'fico" 5nD*studos
1istricos" (io de >aneiro$ vol"K$ n] JP$ JBBM$ p"JLB-JB@"
8!((!5(4$ 7imone (aquel %atista 3 7aberes das 8estas e das %rincadeiras" 5nD 2Donos do
lugar20 a territorialidade 3uilom)ola do /a4 do 5orte $ */" 6outoramento em #rograma de
#*s-Sraduao em Seografia" Orientador #rof"6r"/arlos Talter #orto-Sonalves$ :iter*i$
#rograma de #*s-graduo em Seografia - 088$$