A Cultura Da Figueira
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Cultura da Figueira
Engº Agrº Esp.José Luiz Bortolossi
ORIGEM
• Originária da região arábica mediterrânea, Mesopotâmia,
Armênia e Pérsia
• Relatos de cultivos até mesmo a 639 a.C
• Brasil, introduzida na época da primeira expedição
colonizadora de Martim Afonso de Souza – 1532
CLASSIFICAÇÃO
Família: MoraceasGênero: FicusFigueira: Ficus carica L.
Abrange cerca de 2.000 espécies, a maioria das quais, interessantes apenas para a jardinagem;
Existem 25 variedades de figo, mas apenas duas tem expressão: Roxo de Valinhos (90%) e Pingo de Mel (10%).
DESCRIÇÃO DA PLANTA
• A planta apresenta folhas caducas, sistema radicular
fibroso, no geral pouco profundo;
• Caracterizada pela presença de células lactíferas,
principalmente nos ramos e pecíolo foliar
• Exsudam uma substância denominada de ficcina
FICCINA: enzima proteolítica responsável por
queimaduras de 2º grau quando em contato com a pele
DESCRIÇÃO DA PLANTA
• Porte arbustivo, conduzido em sistema de sucessivas
podas drásticas;
• O figo não é um fruto
• É um: sicônio
DESCRIÇÃO DA PLANTA
Sicônio = infrutescência na qual as flores ou os frutos individuais crescem justapostos, atapetando o interior de um receptáculo suculento
Desenvolvimento dos frutos ocorrem partenocarpicamente
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CLIMA
• Desenvolve satisfatoriamente nas regiões subtropicais
temperadas
• Grande capacidade de adaptação climática
• Há registros de cultivo no Brasil desde as regiões
temperadas do Rio Grande do Sul, até mesmo nas
regiões semi- áridas nordestinas
FRUTIFICAÇÃO
• FIGOS - geralmente
crescem solitários nas axilas
das folhas;
• Algumas cultivares podem
apresentar 2 figos num
mesmo nó.
FRUTIFICAÇÃO
Dependendo da cultivar, do clima e do
sistema de cultivo - pode produzir mais de
uma colheita por ano
• Figueiras submetidas a podas brandas
produzem, além da SEGUNDA colheita -
uma carga de figos precoces
• Primeira colheita:
Sobre ramos de um ano
FRUTIFICAÇÃO
Segunda colheita (Brasil):
Abrange os figos
produzidos nos ramos do
ano, isto é, ramos novos
ainda em crescimento
Podas drásticas:
Exploração apenas
da segunda colheita
CULTIVARES
• Roxo de Valinhos – única cultivar comercial no Brasil
• Pingo de Mel
PROPAGAÇÃO
• Pode ser propagada por estaquia, mergulhia,
rebentões e enxertia;
• Estaquia é o processo mais indicado
• Feita logo após a poda de inverno - junho a agosto
• São utilizados ramos com um ano de idade, de plantas adultas;
• Devendo- se evitar que se desidratem antes do preparo das estacas
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• Estacas - 20 a 30 cm de comprimento, com 5 gemas;
• 1,5 a 2,5 cm de diâmetro
PREPARO DAS ESTACAS:
• Retirar os ramos colocando- os na água para hidratá- los;
• Cortes: devem ser feitos com ângulo reto logo abaixo de um nó da base, e em bisel um pouco acima de um nó do ápice, ou vice versa.
ÉPOCA DE PREPARO DAS ESTACAS:• Retirada das estacas: junho a agosto, conforme
o clima da região;
• Quanto mais cedo melhor o enraizamento:– Regiões quentes – junho-julho.– Regiões mais frias, sujeitas a geadas tardias
– julho-agosto.
• Quando atrasar o estaqueamento, manter as estacas envoltas em sacos de estopa úmidos e deixe enterrada em areia;
CUIDADOS:
• Desinfetar o material:– 4 litros de água + 1 litro de água sanitária a 2%;– Mergulhar as estacas nesta solução por 15 a 30
minutos;– Em seguida, lavar em água corrente.
• Retirar as gemas (3) que ficam enterradas;
• Parafinar a ponta superior da estaca para evitar a perda de água;
• Manter a umidade do solo/substrato constante até o pegamento
PLANTIO EM VIVEIRO• Selecione o local: próximo de casa, bem
drenado, sem suspeita da presença de nematóides;
• Se usar sacos plásticos (18 cm), a terra usada deverá estar livres da presença de nematóides;
• Abrir sulcos com 30 cm de profundidade e a 1 metro um do outro;
• Adubar com 100 g/m.linear de adubo fosfatado (SFS) + 5 litros (1/4 latão) de esterco de curral curtido;
• No centro do sulco a cada 20 a 25 cm, espetar uma estaca, enterrando ¾ . Ter o cuidado de não plantar na posição inversa.
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CUIDADOS PÓS PLANTIO:
• Comprima levemente a terra em volta as estacas (evitar o arranquio e retirada do ar próximo da estaca – bolsas de ar);
• Regue bem e faça um camalhão de terra junto as estacas, deixando de fora apenas as pontas;
• Cubra as estacas ao longo dos sulcos com palha ou capim seco;
• Caso não chova, irrigue o viveiro 2 a 3 vezes por semana;
ESTAQUIA EM LOCAL DEFINITIVO
• Com relação as estacas, tome os mesmos cuidados anteriores;
• Prepare o solo com antecedência: limpeza, correção da acidez (V = 70%), subsolagem;
• Demarque as linhas/covas conforme o espaçamento desejado;
• Prepare as covas ou sulcos com 30 dias de antecedência:– Covas:
• 50 cm X 50 cm X 50 cm– Adubação:
• 10 litros de esterco de frango de corte• 500 g de Super Fosfato Simples• 500 g de calcário dolomítico.
• Plante de 1 a 3 estacas por cova. Quando tiver certeza que a estaca enraizou e brotou com segurança, retire as mais fracas;
Cuidados durante o crescimento da muda
• Enquanto não chover, regar de 2 a 3 vezes por semana;
• Selecione um broto vigoroso, reto e mantenha apenas este crescendo na vertical, sem brotações laterais;
Tanto no viveiro como no local definitivo, devem ser tomados os seguintes cuidados:
Cuidados durante o crescimento da muda
• A partir de 15 a 20 cm de crescimento dos brotos pulverizar com calda bordalesa a 1% ou outro fungicida, repetindo a cada 7 a 10 dias;
• Mantenha livre de invasoras ao redor da muda;
• Caso o plantio seja feito no local definitivo ou através de mudas formadas em sacos plásticos (plantio com 15 a 20 cm de altura – outubro), estas plantas ao atingirem 60 cm devem ser despontadas para emitirem as pernada em número de 3.
PLANTIO A PARTIR DE MUDAS DE UM ANO
• Mudas provenientes de viveiros idôneos;• Preparo do solo e covas com
antecedência de 30 dias;• Época de plantio:
– 15 de junho a final de julho – regiões quentes– Final de julho a final de agosto – regiões frias
• Espaçamentos:– Em função do manejo;– Uso de maquinário;– 3 x 3 m; 3 x 2,5 m; 3 x 2 m; 3 x 1 m.
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INÍCIO DA BROTAÇÃO_____________________________________________________60 DIAS APÓS A PRIMEIRA_____________________________________________________60 DIAS APÓS A SEGUNDA_____________________________________________________60 DIAS APÓS A TERCEIRA
QUARTO ANOAPÓS O PLANTIO
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INÍCIO DA BROTAÇÃO_____________________________________________________60 DIAS APÓS A PRIMEIRA_____________________________________________________60 DIAS APÓS A SEGUNDA_____________________________________________________60 DIAS APÓS A TERCEIRA
TERCEIRO ANOAPÓS O PLANTIO
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INÍCIO DA BROTAÇÃO_____________________________________________________60 DIAS APÓS A PRIMEIRA_____________________________________________________60 DIAS APÓS A SEGUNDA_____________________________________________________
60 DIAS APÓS A TERCEIRA
SEGUNDO ANOAPÓS O PLANTIO
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INÍCIO DA BROTAÇÃO_____________________________________________________60 DIAS APÓS A PRIMEIRA_____________________________________________________60 DIAS APÓS A SEGUNDA_____________________________________________________60 DIAS APÓS A TERCEIRA
PRIMEIRO ANOAPÓS O PLANTIO
ADUBOS- GRAMAS POR PLANTAURÉIA SUPER FOSFATO CLORETO
SIMPLES. POTÁSSIO(NITROGÊNIO) (FÓSFORO) (POTÁSSIO)
ÉPOCAIDADE DO POMAR
SUGESTÃO DE ADUBAÇÃO
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PODA
Plantio das mudas - junho ou julho
• Primeira poda - agosto – frio, geadas (1o ano)
• Primeira poda de formação - corte da única haste a 50 cm
de altura (1o ano)
PODA
• Deixa- se crescer três ramos inseridos a partir de 40 cm
do solo;
• Inverno seguinte – cada ramo (ano anterior) é cortado a
20 a 30 cm do ponto de inserção no tronco (2o ano);
• Logo acima de uma gema convenientemente
posicionada;
PODA
• Cada ramo - crescido no último
ciclo vegetativo - é cortado a
mais ou menos 5 a 10 cm da
base (2 a 3 internódios) - 3º ano
em diante;
5 a 10 cm
PODA
• Efetuada a poda, em poucos
dias inicia- se um novo ciclo
vegetativo.
• Após a brotação, deixam- se dois
brotos bem posicionados -
eliminando- se os demais;
• Desta forma - o número de
ramos produtivos é duplicado em
relação aos do ramo anterior.
PODA
É necessário que sejam escolhidos apenas um ou dois brotos em cada ramo podado, sendo retirados todos os demais.
PODA
Esta operação pode ser executada com a mão, se as brotações forem recentes ou com o auxílio de um canivete ou tesoura, o que tecnicamente é recomendável, porque são evitados descolamentos da casca e fissuras provocadas por danos mecânicos ao retirar brotações mais desenvolvidas.
Nos cortes, deve ser pincelada pasta bordalesa ou tinta a base de água após a poda, como proteção da planta.
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PODA
• As figueiras podem ser conduzidas com doze ramos, os quais darão à planta uma forma de taça;
• Ou ainda serem podados da mesma forma que nos anos anteriores, elevando- se para vinte e quatro o número de ramos produtivos, sendo estabilizados com a poda nos anos seguintes
1º ano
2º ano
4º ano
3º ano
DOENÇAS
• Ferrugem Cerotelium fici (Cost.)
Arth (forma imperfeita)
ControleDeve iniciar com os tratamentos de inverno, poda e
eliminação de todos os órgãos passíveis de se constituírem em fonte de inóculo para a próxima estação de crescimento, inclusive folhas infestadas caídas desde a brotação até a maturação das frutas.
Para o controle da ferrugem, as plantas devem ser pulverizadas com calda bordalesa a 1%, produtos a base de cobre ou fungicidas específicos;
Procurar sempre atingir a face inferior da folha
OUTRAS DOENÇAS:
• Antracnose ou Podridão do figo– Colletotrichum gloesporioides
• Murcha ou seca da figueira– Ceratocystis fimbriata E.
• Podridão dos figos maduros– Rhizopus nigricans
– Phytophthora sp.
PRAGAS
• Broca dos ponteiros, broca dos ramos:
•Azochis gripusalis (Walk, 1859)•A mariposa põe os ovos sobre os ramos ou na base do
pecíolo da folhas, geralmente de outubro a fevereiro,podendo a postura estender-se até abril.
Controleassociando-se os métodos culturais, físico e químico.
PRAGAS
• Broca do tronco• Colobogaster cyanitarsis (Laporty e Gory, 1837)• A fêmea faz a postura nos ramos e/ou no tronco, durante os meses de novembro a fevereiro
Controleassociando-se os métodos culturais e químicos
Químico - feito preventivamente, pincelando-se os troncos, após a poda de inverno, com uma mistura de:
•Diazinon 40 - 1kg; •Fungicida cúprico – 1 kg•100 litros de água limpa
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COLHEITA• COLHEITA:
– Inicia- se já no primeiro ano a partir de janeiro, se o objetivo for frutas verdes para figo em calda;
– No segundo ano, a colheita ocorre antes e estende-se até março;
– O momento da colheita depende do destino da fruta:• Se é para figo em calda a fruta deve estar ainda verde;• Se o destino é o consumo in natura, polpa ou schmier o fruto
deve estar maduro.– O tipo de embalagem deve ser discutido com o
comprador.
• PRODUTIVIDADE:– 10 a 12 t. quando destinado a figo em calda;– 20 a 22 t. quando para consumo in natura (frutos
maduros ou inchados)
COMERCIALIZAÇÃO
1. Compota figo verde2. Compota figo maduro3. Figo tipo “rami”4. Figo cristalizado5. Polpa de figo6. Figada7. Geléia8. Figo seco ou desidratado9. “in natura”