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1 A CRISE HÍDRICA EM SÃO PAULO E QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA Fabiano F Toffoli 1 , Rosangela Pacini Modesto 2 , Arthur Coculo Pavese 3 , Geraldo Gilson de Camargo 4 1 CETESB, São Paulo, Brasil [email protected] 2 CETESB, São Paulo, Brasil [email protected] 3 CETESB, São Paulo, Brasil, [email protected] 4 CETESB, São Paulo, Brasil, [email protected] INTRODUÇÃO A crise hídrica em São Paulo atentou para a racionalização no uso da água e na busca de fontes confiáveis de água em quantidade e com qualidade, tanto para consumo humano como para os demais usos. Em 2009, o Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê [1] estimava uma demanda total da Bacia do Alto Tietê (BAT) em aproximadamente 64,70m³/s de água, considerando todos os usos outorgáveis. Desse total, estimava-se aproximadamente 11m³/s a demanda por águas subterrânea, o que corresponde a 17% do total. Já o uso de água subterrânea para abastecimento público atinge aproximadamente 2% do total da população (aproximadamente 450.000 pessoas), embora 12 dos 34 municípios da UGRHI possuam sistema misto de abastecimento, indicando que o uso das águas subterrâneas é utilizado de forma complementar ao abastecimento público, conforme estimativa realizada pela CETESB embasado em ANA [2]. Frente a esse cenário, observa-se ainda crescente uso das águas subterrâneas em soluções alternativas, pelos diferentes atores sociais. Estima-se ainda que cerca de oito mil poços tubulares, sejam estes outorgados ou irregulares, estejam em operação na Região Metropolitana de São Paulo. Por outro lado as informações acerca da disponibilidade hídrica são controversas, variando de uma disponibilidade de 11 a 33m³/s, em uma área de drenagem de 5.868 km². Mesmo as informações disponíveis sobre o consumo de água subterrânea são pouco confiáveis, em razão da fragilidade das informações disponíveis [1] [3]. A Rede de Monitoramento de Qualidade de Águas Subterrâneas da CETESB, estruturada em 1990, realiza conforme atribuição legal o monitoramento das águas brutas dos aquíferos do Estado, para fins de prevenção e controle ambiental. Cabe ainda ao Departamento de Águas e Energia Elétrica DAEE a administração das águas subterrâneas do Estado, nos campos da pesquisa, captação, fiscalização, extração e acompanhamento de sua interação com águas superficiais e com o ciclo hidrológico [4]. Complementando, à Secretaria da Saúde por meio da Vigilância Sanitária Estadual e Municipais, a fiscalização das águas subterrâneas destinadas ao consumo humano, quanto ao atendimento aos padrões de potabilidade. Ao Instituto Geológico da Secretaria de Estado do Meio Ambiente a execução de pesquisas e estudos geológicos e hidrogeológicos, o controle e arquivo de informações dos dados geológicos dos poços, no que se refere ao desenvolvimento do conhecimento dos aquíferos e da geologia do Estado [4]. Finalmente, cabe informar que quando a água subterrânea advir de fontes ou mesmo de poços tubulares profundos e for envazada para ser comercializada como água mineral, esta deverá ser licenciada pelo governo federal através do Departamento Nacional da Produção Mineral DNPM e nestes casos também será necessário estar em conformidade ambiental, cujo licenciamento estará a cargo da CETESB. Frente à situação singular de escassez de água nos últimos tempos e, considerando a estrutura institucional existente no Estado, as informações técnicas disponíveis e a demanda crescente por água para os diversos fins, o uso de água subterrânea apresenta- se como alternativa interessante para compor o abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, em perspectiva de uso complementar aos mananciais superficiais, sejam em áreas mais distantes ou ainda em áreas mais densamente ocupadas.

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A CRISE HÍDRICA EM SÃO PAULO E QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA

Fabiano F Toffoli1, Rosangela Pacini Modesto2, Arthur Coculo Pavese3, Geraldo Gilson de Camargo4

1 CETESB, São Paulo, Brasil [email protected]

2 CETESB, São Paulo, Brasil [email protected]

3 CETESB, São Paulo, Brasil, [email protected]

4 CETESB, São Paulo, Brasil, [email protected]

INTRODUÇÃO

A crise hídrica em São Paulo atentou para a racionalização no uso da água e na busca de fontes confiáveis de água em quantidade

e com qualidade, tanto para consumo humano como para os demais usos.

Em 2009, o Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê [1] estimava uma demanda total da Bacia do Alto Tietê (BAT) em

aproximadamente 64,70m³/s de água, considerando todos os usos outorgáveis. Desse total, estimava-se aproximadamente

11m³/s a demanda por águas subterrânea, o que corresponde a 17% do total.

Já o uso de água subterrânea para abastecimento público atinge aproximadamente 2% do total da população (aproximadamente

450.000 pessoas), embora 12 dos 34 municípios da UGRHI possuam sistema misto de abastecimento, indicando que o uso das

águas subterrâneas é utilizado de forma complementar ao abastecimento público, conforme estimativa realizada pela CETESB

embasado em ANA [2]. Frente a esse cenário, observa-se ainda crescente uso das águas subterrâneas em soluções alternativas,

pelos diferentes atores sociais. Estima-se ainda que cerca de oito mil poços tubulares, sejam estes outorgados ou irregulares,

estejam em operação na Região Metropolitana de São Paulo.

Por outro lado as informações acerca da disponibilidade hídrica são controversas, variando de uma disponibilidade de 11 a

33m³/s, em uma área de drenagem de 5.868 km². Mesmo as informações disponíveis sobre o consumo de água subterrânea são

pouco confiáveis, em razão da fragilidade das informações disponíveis [1] [3].

A Rede de Monitoramento de Qualidade de Águas Subterrâneas da CETESB, estruturada em 1990, realiza conforme atribuição

legal o monitoramento das águas brutas dos aquíferos do Estado, para fins de prevenção e controle ambiental. Cabe ainda ao

Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE a administração das águas subterrâneas do Estado, nos campos da pesquisa,

captação, fiscalização, extração e acompanhamento de sua interação com águas superficiais e com o ciclo hidrológico [4].

Complementando, à Secretaria da Saúde por meio da Vigilância Sanitária Estadual e Municipais, a fiscalização das águas

subterrâneas destinadas ao consumo humano, quanto ao atendimento aos padrões de potabilidade. Ao Instituto Geológico da

Secretaria de Estado do Meio Ambiente a execução de pesquisas e estudos geológicos e hidrogeológicos, o controle e arquivo

de informações dos dados geológicos dos poços, no que se refere ao desenvolvimento do conhecimento dos aquíferos e da

geologia do Estado [4]. Finalmente, cabe informar que quando a água subterrânea advir de fontes ou mesmo de poços tubulares

profundos e for envazada para ser comercializada como água mineral, esta deverá ser licenciada pelo governo federal através

do Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM e nestes casos também será necessário estar em conformidade

ambiental, cujo licenciamento estará a cargo da CETESB.

Frente à situação singular de escassez de água nos últimos tempos e, considerando a estrutura institucional existente no Estado,

as informações técnicas disponíveis e a demanda crescente por água para os diversos fins, o uso de água subterrânea apresenta-

se como alternativa interessante para compor o abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, em perspectiva de uso

complementar aos mananciais superficiais, sejam em áreas mais distantes ou ainda em áreas mais densamente ocupadas.

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Verifica-se ainda que a ocupação urbana de São Paulo reflete o histórico da ausência de planejamento no uso e ocupação do

solo, com a má distribuição locacional das atividades produtivas, bem como a existência de sítios vinculados ao processo de

gerenciamento de áreas contaminadas, nos mais diferentes estágios.

OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo apresentar os resultados da Rede de Monitoramento de Águas Subterrâneas Estado de São

Paulo operada pela CETESB na UGRHI 6, e considerando essas informações, as características hidrogeoquímica dos Aquíferos

presentes e a diversidade do uso do solo dessa região, discorrer acerca da viabilidade do uso dessas águas.

MÉTODOS E MATERIAIS

Para a realização deste trabalho foram utilizados os resultados analíticos da série histórica dos parâmetros determinados no

monitoramento de qualidade das águas subterrâneas, obtidos através da Rede CETESB de Monitoramento de Qualidade das

Águas Subterrâneas, especificamente para a Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos 6 – Alto Tietê.

A CETESB estruturou a Rede de Monitoramento de Qualidade das Águas Subterrâneas a partir de 1990, com o monitoramento

de poços de abastecimento público do Aquífero Bauru, localizados no Oeste Paulista [5].

A Rede conta atualmente com 282 pontos, incluindo poços tubulares de abastecimento, fontes de água mineral e nascentes. Seu

objetivo precípuo é o de avaliar a qualidade basal das águas subterrâneas. Os resultados do monitoramento determinam os

Valores de Referência de Qualidade das Águas Subterrâneas dos diferentes aquíferos do Estado, que a CETESB publicou em

2007, a partir dos resultados do monitoramento efetuado entre 1996 e 2006. Os resultados implicam ainda nas seguintes

informações:

Avaliar tendências de concentração das substâncias monitoradas;

Identificar áreas com alteração da qualidade;

Subsidiar as ações de prevenção e controle de poluição do solo e das águas subterrâneas;

Avaliar a eficácia dessas ações ao longo do tempo;

Subsidiar a Gestão dos Recursos Hídricos subterrâneos junto ao Sistema de Recursos Hídricos;

Subsidiar a classificação e enquadramento dos aquíferos, conforme a Resolução CONAMA 396/2008.

A operação da Rede envolve uma série de ações e procedimentos específicos. São realizadas duas campanhas semestrais nos

meses março/abril e setembro/outubro em que as equipes de laboratório especializadas efetuam as coletas das amostras

ambientais [5].

São determinados os seguintes parâmetros de campo: pH, Condutividade Elétrica e Temperatura. Nos laboratórios são

determinados: Alcalinidade de Hidróxidos, Alcalinidade de Carbonatos, Alcalinidade de Bicarbonatos, Sólidos Dissolvidos

Totais (103-105°C), Sólidos Totais (103-105°C), Cloreto, Fluoreto, Sulfato, Nitrogênio Nitrato, Nitrogênio Nitrito, Nitrogênio

Amoniacal, Nitrogênio Kjeldahl Total, Fósforo, Alumínio, Antimônio, Arsênio, Bário, Berílio, Boro, Cádmio, Cálcio, Cobre,

Cobalto, Chumbo, Cromo Total, Cromo Hexavalente, Estanho, Estrôncio, Ferro, Lítio, Manganês, Magnésio, Molibdênio,

Mercúrio, Níquel, Potássio, Prata, Selênio, Sódio, Vanádio, Urânio, Titânio, Zinco, Dureza Total e Carbono Orgânico

Dissolvido. Os seguintes parâmetros bacteriológicos: Coliformes Totais, Escherichia coli e Bactérias Heterotróficas. Além

desses, são realizados ensaios de compostos orgânicos voláteis.

Os procedimentos de coleta, acondicionamento e transporte obedecem o estabelecido no Guia Nacional de Coleta e Preservação

de Amostras: água, sedimentos, comunidades aquáticas e efluentes líquidos [6].

As determinações analíticas são realizadas nos laboratórios da CETESB e atendem aos protocolos estabelecidos por Standard

Methods for the Examinations of Water and Wastewater – APHA – AWWA – WEF, considerando os diferentes equipamentos

e limites de quantificação praticados por parâmetro determinado. A maioria dos parâmetros analisados possuem a certificação

NBR ISO/IEC 17.025/2005.

Após a emissão dos boletins analíticos, os resultados são validados pela equipe do Setor das Águas Subterrâneas e do Solo da

CETESB e inseridos em um banco de dados Microsoft Access, contemplando os resultados. Os dados são tratados

estatisticamente a cada três anos, que corresponde a uma série de seis resultados analíticos. Dessas informações é possível

determinar as características geoquímicas das águas, bem como avaliar as variações de qualidade e tendências, comparando-se

com os resultados das campanhas anteriores.

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Desde 2001, o 3º Quartil (75%) tem sido adotado como representativo do conjunto das amostras, ou seja, da qualidade da água

do período analisado, servindo como referência para comparação entre diferentes períodos e para definição dos Valores de

Referência de Qualidade [5].

Os resultados são agrupados em função dos sistemas aquíferos monitorados. É realizada a análise estatística descritiva de todos

os parâmetros, com a determinação de mínimos, máximos, medianas, 3º quartil e porcentagem de valores abaixo dos limites de

quantificação. As informações são tabuladas por aquífero para o Estado de São Paulo e para as UGRHIs nas quais os pontos

de monitoramento se localizam. Em 2007, a CETESB publicou os Valores de Referência de Qualidade das Águas Subterrâneas

para os diversos aquíferos do Estado [5].

Considerando-se esses resultados, é possível avaliar-se as tendências de alteração de qualidade das águas subterrâneas, por

ponto, UGRHI e aquífero, bem como para o Estado como um todo. Os pontos utilizados no monitoramento são poços tubulares

e nascentes, de modo a abranger a diversidade dos aquíferos do Estado. Para utilização dos poços tubulares são considerados

os seguintes critérios: possuir outorga do Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE; ter sido construído de acordo

com as normas ABNT NBR 12.244/1992 e NBR 12.212/1992, sendo o material de construção em PVC ou aço inoxidável; deve

extrair água de um único aquífero, possuir facilidade de acesso e proteção sanitária.

As amostras ambientais devem ser coletadas anteriormente à cloração e/ou fluoretação, de modo a obter-se amostras de água

bruta; para tanto é necessária a instalação de torneira no cavalete. Preferencialmente são inseridos na Rede pontos com o nível

d’água mais próximo à superfície, de modo a estar mais vulnerável às influências do uso do solo, e deste modo verificar-se

alteração da qualidade da água ao longo do tempo.

Na UGRHI 6, que abrange a Região Metropolitana de São Paulo, o monitoramento iniciou-se em 2003, com a implementação

de 15 pontos de monitoramento. Atualmente, a Rede conta com 26 pontos que monitoram os aquíferos Cristalino e São Paulo.

A Figura 1 apresenta a localização dos pontos de monitoramento na UGRHI 6. O Quadro 1 demonstra a evolução dos pontos

de monitoramento inseridos e retirados da Rede de Monitoramento CETESB.

Figura 1 – Localização dos pontos de monitoramento da Rede de Qualidade de Águas subterrâneas da CETESB na UGRHI 6.

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A Rede conta atualmente com três poços do Aquífero São Paulo (SP0169P, SP0170P e SP187P) e quatro nascentes (PC0180N,

PC0192N, PC0193N e PC0323N). Os demais pontos são poços de produção e de água mineral, todos pertencentes ao Aquífero

Pré-Cambriano. No decorrer das campanhas, alguns poços foram desativados, e na medida do possível foram substituídos por

poços localizados nas proximidades e semelhantes do ponto de vista hidroquímico e hidrogeológico.

O embasamento cristalino, que constitui o Aquífero Pré-Cambriano, abrange uma área de aproximadamente 57.000km2,

localizado em toda a porção leste do Estado. É composto por rochas ígneas e metamórficas, geralmente granitos, gnaisses,

migmatitos, filitos, xistos e quartzitos, que são, em sua origem, praticamente impermeáveis [3]. Entretanto, eventos tectônicos

afetaram esses maciços cristalinos e, aliados à ação das intempéries na superfície, formaram sistemas de falhas e fraturas e

porções de rochas alteradas, propiciando condições de percolação e acúmulo das águas subterrâneas, constituindo assim um

aquífero fraturado [3].

Semelhante aos basaltos do oeste do Estado, o potencial hídrico dessas rochas é limitado à ocorrência dessas zonas favoráveis,

o que resulta em grande variação das condições de produção, com valores extremos de 0 a 50m3/h, média de 7m3/h. [8].

O Aquífero São Paulo ocorre na Bacia de São Paulo, ocupando uma área de 1000km². É constituído por um pacote de rochas

sedimentares com litologia variada, caracterizada por predominância de camadas arenosas, intercaladas por lentes de argila

distribuídas irregularmente na porção central da Bacia do Hidrográfica do Alto Tietê, o que lhe confere vazões explotáveis que

variam de 10 a 40m³/h. É um aquífero livre a semiconfinado, espessura média de 100m, mas atingindo, em algumas áreas, até

250m. Embora recobrindo apenas 25% da área da Bacia do Alto Tietê, é o mais intensamente explorado [9].

Nos municípios de Mogi das Cruzes, Suzano, São Caetano do Sul, Embu Guaçu e Osasco, as vazões sustentáveis recomendadas

são inferiores a 10m³/h [9].

Geoquimicamente, as águas subterrâneas da UGRHI 6 apresentam dois tipos distintos, correlacionados geneticamente com o

meio que percolam, sejam eles: Aquífero Pré-Cambriano (granular/fraturado) e Aquífero São Paulo (granular) [7]. A porção

granular do Aquífero Pré-Cambriano refere-se ao manto de alteração, sobreposto à rocha sã fraturada.

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Quadro 1 – Evolução dos pontos de monitoramento da Rede de Qualidade de Águas Subterrâneas CETESB, entre março de 2003 e setembro de 2015.

mar/03 set/03 mar/04 set/04 mar/05 set/05 mar/06 set/06 mar/07 set/07 mar/08 set/08 mar/09 set/09 mar/10 set/10 mar/11 set/11 mar/12 set/12 mar/13 set/13 mar/14 set/14 mar/15 set/15

mar/03 set/03 mar/04 set/04 mar/05 set/05 mar/06 set/06 mar/07 set/07 mar/08 set/08 mar/09 set/09 mar/10 set/10 mar/11 set/11 mar/12 set/12 mar/13 set/13 mar/14 set/14 mar/15 set/15

PC0349P

PC0351P

PC0210P

PC0290P

PC0295P

PC0299P

PC0300P

PC0301P

PC0323N

PC0214P

PC0215P

PC0234P

PC0254P

PC0274P

PC0279P

PC0193N

PC0195N

PC0196P

SP0208P

PC0209P

PC0183P

PC0184P

SP0186P

SP0187P

PC0190N

PC0192N

SP0170P

PC0171P

PC0173P

PC0174N

PC0178P

PC0180N

PC0161P

PC0162P

PC0163P

PC0164P

PC0165P

PC0166P

PC0167P

PC0168N

SP0169P

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A inexistência de relações entre o conteúdo iônico das águas subterrâneas e a composição química e mineralógica dos aquíferos

indica a fraca correlação entre água/rocha nestes sistemas. Assim, prepondera a hidrólise e, subordinadamente, a dissolução de

minerais que preenchem falhas e fraturas no caso do aquífero fraturado (Aquífero Pré-Cambriano), e a hidrólise propriamente

dita no caso do aquífero poroso ou francamente sedimentar (Aquífero São Paulo), o que implica em um sistema aquífero menos

mineralizado neste último caso [7] [10].

As águas do Aquífero São Paulo são classificadas com base no diagrama de Piper como preponderantemente bicarbonatadas

cálcicas, enquanto as do Aquífero Pré-Cambriano são classificadas como bicarbonatadas mistas, cálcicas e sódicas e,

subordinadamente, cloro-sulfatadas sódicas e cálcicas. As águas do Aquífero Pré-Cambriano por sofrer menos hidrólise e dado

a sua extensão territorial, apresenta mais diversidade em seus tipos hidroquímicos [5] [10].

Com base nas determinações analíticas efetuadas para o monitoramento realizado pela CETESB, e as informações constantes

no último Relatório de Qualidade das Águas Subterrâneas, percebe-se que as águas do Aquífero São Paulo são menos

mineralizadas que as do Aquífero Pré-Cambriano, isso analisando os parâmetros: Cálcio, Sódio, Sulfatos e Cloretos, em seus

teores mínimos e máximos entre 2010 e 2012 [5], concluindo-se que a lixiviação no Aquífero São Paulo por ser maior, provoca

a diminuição destes teores.

Cabe colocar que a ocupação humana, principalmente nas áreas urbanas, pode ter alterado as condições geoquímicas das águas

subterrâneas, caso da região do Jurubatuba, onde foi criado perímetro de restrição a novos poços e, em alguns locais,

determinação de restrição de uso para consumo humano das águas subterrâneas [11]. Finalmente, anomalias associadas à

presença de flúor [12], consideradas como de origem natural por estudos isotópicos, foram constatadas em locais próximos à

calha do rio Tietê.

O conhecimento da disponibilidade hídrica de um aquífero é fundamental para sua adequada gestão, considerando os usos

múltiplos deste recurso, e pode ser obtida a partir da definição quantitativa de suas reservas.

As reservas podem ser classificadas em permanentes, reguladoras e exploráveis. As reservas permanentes correspondem ao

volume de água armazenada no aquífero abaixo da zona de flutuação sazonal do nível de saturação; as reservas reguladoras

correspondem ao volume de água da zona de flutuação sazonal, resultado da recarga dos aquíferos; as reservas exploráveis

correspondem a fração do volume de água armazenada que pode ser utilizada dentro dos limites de viabilidade técnica e/ou

econômica, representando 50% das reservas reguladoras [13].

As reservas permanentes dos aquíferos situados na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (BAT) foram estimadas por SABESP-

Cepas e FUSP [14] [1], multiplicando-se a área superficial das unidades aquíferas por sua vazão específica média e espessura

média saturada.

Os valores estimados por SABESP-Cepas [14] indicam uma reserva de 6.357Mm³ para o Aquífero Pré-Cambriano e 8.785Mm³

para o Aquífero São Paulo, somando 15.142Mm³. Quando a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) é considerada neste

cálculo o volume total é da ordem de 18.700Mm³. Os resultados obtidos por FUSP [1] apontam para uma reserva de 12.969Mm³

para o Aquífero Pré-Cambriano e 8.785Mm³ para o Aquífero São Paulo, totalizando 21.754Mm³. A diferença entre os valores

obtidos para as reservas permanentes do Aquífero Pré-Cambriano, nos dois trabalhos, refere-se às espessuras médias saturadas

consideradas, respectivamente, 50m e 100m.

A recarga dos aquíferos ocorre através de dois mecanismos distintos, a recarga natural que é resultado da infiltração no solo

das águas de chuva e, a recarga induzida, resultado da infiltração das águas provenientes de vazamentos das redes de

abastecimento e esgoto [15].

A recarga natural do Aquífero Pré-Cambriano se dá em decorrência das chuvas, que escoa através das camadas de rocha alterada

e zonas fissuradas, sendo, dessa forma, armazenada. Geralmente, a baixa transmissividade desse aquífero e a ausência de fluxos

de água em escala regional, condiciona a formação de unidades independentes, existindo aí um regime de escoamento próprio,

sem relacionar-se a áreas relativamente distantes, constituindo o escoamento básico de rios e riachos que drenam esses vales

[3].

O Aquífero São Paulo é livre, característica que facilita sua recarga pela infiltração da água de chuva. Por outro lado, sobre

esse aquífero assenta-se a maior parte dos municípios da Região Metropolitana de São Paulo [8].

Iritani [16], segundo estudo realizado na Universidade de São Paulo (Cidade Universitária), localizada sobre o Aquífero São

Paulo e cuja área é pouco impermeabilizada, determinou uma taxa de recarga de 250mm/ano, tomando como base o fluxo local

da água subterrânea.

Através da análise da variação do nível d’água no Aquífero São Paulo, realizada nos bairros de Sumaré e Pompéia localizados

no município de São Paulo, Menegasse-Velasquez [17] encontrou valores médios de recarga de 60mm/ano, para uma área com

índice de ocupação de 73%.

Hirata & Ferreira [14], com base em estudos prévios [3] [18] [16] [18] [15], estimaram a recarga natural dos aquíferos Pré-

Cambriano e São Paulo, obtendo a taxa média de 355mm/ano para áreas sem ocupação urbana, corroborando com a taxa de

recarga obtida por DAEE [3].

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Em trabalho realizado na Universidade de São Paulo (Cidade Universitária) e Vila Eulália (Município de São Paulo), Viviani-

Lima et al. [19] estimaram, respectivamente, valores de recarga natural (246mm/ano e 183mm/ano) e recarga induzida

(65mm/ano e 244mm/ano). A recarga total (natural + induzida) determinada para a USP foi de 311mm/ano e para a Vila Eulália

foi de 437mm/ano.

FUSP [1], considerando uma recarga de 355mm/ano para áreas não impermeabilizadas [3] e 437mm/ano para áreas

impermeabilizadas [19], e com o auxílio de imagens de satélite e técnicas de geoprocessamento, obteve as áreas

impermeabilizadas e não impermeabilizadas e as taxas de recarga para cada sub-bacia da BAT. Assim, foi possível estimar as

reservas reguladoras para cada sub-bacia, cujos valores somados representam 2.194Mm³/ano (69,6m³/s). A partir da reserva

reguladora da BAT foi calculada a reserva explorável (50% da reserva reguladora), cujo valor é 1.097Mm³/ano (34,8m³/s).

Enfim, estima-se que existam cerca de 8.000 poços tubulares extraindo 347Mm³/ano (11m³/s) [1], resultando em um excedente

hídrico subterrâneo de 23,8m³/s.

A Bacia do Alto Tietê, por sua localização e importância regional abriga o maior polo industrial brasileiro, concentrando

diversas atividades que apresentam diferentes potenciais de contaminação (baixo a elevado), que demandam supervisão

constante de seus processos produtivos e operações, para prevenção e controle da liberação de poluentes ao meio ambiente.

De acordo com o cadastro de áreas contaminadas e reabilitadas publicado pela CETESB [20], considerando o ano de 2014,

existem 5.148 áreas no Estado de São Paulo, das quais 2.675 (52%) estão localizadas na UGRHI 6. As atividades cadastradas

neste banco de dados, referentes à esta bacia, apresentam a seguinte proporção: comercial – 139 (5,2%); industrial – 498

(18,6%); resíduo – 68 (2,5%); posto de combustível – 1.945 (72,7%); e outros – 25 (1,0%).

O elevado índice de áreas contaminadas e reabilitadas representadas por postos de combustíveis está relacionado ao

desenvolvimento do programa de licenciamento iniciado em 2001, através da publicação da Resolução CONAMA 273 de 2000.

Este programa exige a realização de investigação confirmatória para verificação da situação ambiental dos empreendimentos a

serem licenciados [20].

Os principais grupos de contaminantes encontrados nas áreas cadastradas são os solventes aromáticos (basicamente os

componentes da gasolina), combustíveis líquidos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAHs), metais e solventes

halogenados [20], reflexo das atividades acima mencionadas.

Ressalta-se que existem 13 áreas no Estado de São Paulo declaradas críticas [20], em que os sítios contaminados abrangem

grande extensão territorial, listadas a seguir: Bairro do Jurubatuba, Bairro de Vila Carioca, Vila Guilherme (região do Shopping

Center Norte), Conjunto Cohab Vila Nova Cachoeirinha e Conjunto Cohab Heliópolis (Município de São Paulo); Aterros

Industriais Mantovani e Cetrin (Município de Santo Antônio de Posse); Condomínio Residencial Barão de Mauá (Município

de Mauá); Jardim das Oliveiras (Município de São Bernardo do Campo); Indústrias Reunidas Matarazzo (Município de São

Caetano do Sul); Assentamento Espírito Santo Núcleos I e II (Município de Santo André); USA Chemicals (Município de Porto

Feliz); e Bairro do Itatinga (Município de São Sebastião).

Dessas treze áreas declaradas, nove estão localizadas na UGRHI 6. Assim, existem restrições para a extração das águas

subterrâneas para os diferentes fins, seja por meio do sistema de abastecimento público ou ainda por meio das soluções

alternativas de uso da água. As soluções alternativas constituem-se pelos abastecimentos privados, sejam por meio de poços

tubulares construídos para abastecimento privado ou ainda por meio do uso de poços privados e posterior uso de caminhões-

pipa para distribuição.

O Mapeamento de Áreas Potenciais com Risco da Contaminação das Águas Subterrâneas, estudo contratado pelo CBH-AT

visou a identificação de novas áreas potencialmente críticas em disponibilidade e alteração da qualidade das águas subterrâneas,

identificando áreas de maiores riscos na Zona Norte de São Paulo, na Região do Jurubatuba, zona Sul da Capital e nos arredores

de Guarulhos[21].

O trabalho fez uso do Cadastro das Áreas Contaminadas e o Sistema de Informação de Fontes de Poluição da CETESB,

juntamente com o cadastro de outorga de poços tubulares do DAEE, relativos às características construtivas, geologia local,

análises físico químicas e bacteriológicas de poços, propiciando a sistematização dessa informação. Os poços da Rede de

Monitoramento CETESB não estão próximos às áreas definidas nesse estudo.

Os resultados são apresentados considerando as séries históricas dos resultados dos pontos monitorados que sistematicamente

vêm apresentando concentrações maiores que que os valores máximos permitidos constantes na Portaria 2914/2011 do

Ministério da Saúde, que estabelece os Padrões de Potabilidade, bem como apresenta a série histórica de substâncias indicadoras

de alteração da qualidade basal das águas subterrâneas, quais sejam: Nitrato, Cloreto, Sólidos Dissolvidos Totais, Sulfato. Esses

parâmetros são considerados adequados para avaliação da qualidade basal da água subterrânea [22].

Acrescente-se ainda que não foram considerados nessa análise a alteração da qualidade da água bruta decorrente de

contaminação microbiológica, visto que, embora o monitoramento CETESB avalie a qualidade da água bruta, o uso para

consumo humano pressupõe sua cloração, além da fluoretação. Ademais, a presença de contaminação microbiológica decorre

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normalmente da manutenção precária e sua contaminação ocorre na boca do poço, não havendo, necessariamente, associação

com a qualidade da água do aquífero.

Considera-se nesse trabalho a avaliação de oito poços significativos por sua série histórica, bem como dos resultados do

Monitoramento da Rede de Qualidade de Águas Subterrâneas operada pela CETESB.

Os pontos atualmente constituintes da Rede de Monitoramento CETESB que sistematicamente vêm apresentando concentração

de substâncias acima dos Valores Máximos Permitidos estabelecidos pela Portaria MS 2914/2011 e os que apresentaram em

2014 concentrações maiores que os VMPs serão avaliados no item seguinte, que considerará ainda o histórico de concentração

das diferentes substâncias, considerando o histórico das campanhas de monitoramento.

Os demais pontos de monitoramento não apresentam, ou não vem apresentando alterações de sua qualidade que ultrapassem

os valores máximos permitidos, ou ainda que esporadicamente apresentaram uma ultrapassagem dos VMPs, e desse modo não

farão parte da avaliação dos resultados. A nomenclatura “PC” corresponde ao Aquífero Pré-Cambriano, a “SP” ao Aquífero

São Paulo, e “P” significa poço e “N” nascente.

As informações apresentadas são aquelas ora disponíveis na série histórica do monitoramento efetuado pela CETESB. Assim,

alguns gráficos apresentam resultados até a primeira campanha efetuada no primeiro semestre de 2014 e as anteriores, até a

inserção do ponto na Rede de Monitoramento. Os pontos serão avaliados individualmente, considerando o histórico dos

resultados do Monitoramento da CETESB.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Em 2014, os pontos que apresentaram concentração de substâncias acima dos Valores Máximos Permitidos (VMPs) constam

na Tabela 1:

Tabela 1 – Pontos que apresentaram desconformidade na Rede de Monitoramento de Água Subterrânea CETESB (2014).

A avaliação dos poços de monitoramento que apresentam sistematicamente concentrações acima dos VMPs para as diversas

substâncias são avaliados abaixo, contemplando um número maior que os apresentados na tabela acima, em razão do histórico

do monitoramento.

O poço PC0349P da SABESP, situado no Jardim Oriental em São Paulo, foi inserido na Rede na segunda campanha de 2014,

bem como o SP0351P (P15), localizado no Aeroporto de Guarulhos não havendo, portanto, possibilidade de avaliação em razão

da ausência de histórico de resultados.

O ponto PC0299P (SBC Santa Cruz) foi incluído na Rede em abril de 2013, juntamente com os pontos PC0300P e PC0301P,

e estão localizados em São Bernardo do Campo, utilizados para abastecimento público. A inclusão do poço PC0299P constitui

iniciativa de ampliação da Rede, e não de substituição. O poço PC0301P substituiu o poço de monitoramento PC0279P, e

considerando a proximidade geográfica e as características construtivas e geoquímicas, os resultados serão apresentados de

modo agrupado.

Esses poços apresentaram concentração de Ferro e Manganês acima dos Valores Máximo Permitidos (Portaria 2914/2011) ao

longo das campanhas, como pode ser observado nos gráficos abaixo:

Município Descrição PontoParâmetro desconforme 1ª

camp/14Valor Máximo Permitido valor 1ª camp/14

Parâmetro desconforme 2ª

camp/14Valor Máximo Permitido valor 2ª camp/14

FERRO 300 µg L -1 352 FERRO 300 µg L -1 456

MANGANÊS 100 µg L -1 112 MANGANÊS 100 µg L -1 107

FERRO 300 µg L -1 508 - - -

MANGANÊS 100 µg L -1 320 - - -

FERRO 300 µg L -1 1587 FERRO 300 µg L -1 1209

ARSÊNIO 10 µg L -1 14,2 - - -

MANGANÊS 100 µg L -1 177 MANGANÊS 100 µg L -1 108

SBC – Tatetos SABESP PC0300P FERRO 300 µg L -1 352 - - -

FERRO 300 µg L -1 518 - - -

- - - MANGANÊS 100 µg L -1 161

- - - FERRO 300 µg L -1 1087

- - - MANGANÊS 100 µg L -1 234

MANGANÊS 100 µg L -1 321 MANGANÊS 100 µg L -1 171

Guarulhos P 15 - Aeroporto de

GuarulhosSP0351P - - - MANGANÊS 100 µg L -1 176

SBC – Sta Cruz P2 SABESP PC 0299 P

Mogi das Cruzes SPAL PC0173P

Biritiba Mirim Poço Irohi – SABESP PC0234P

Guarulhos SAAE - P17 SP0170P

SBC - Capelinha SABESP PC0301P

São Paulo SABESP - Jardim Oriental PC0349P

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Gráfico 1 – Série histórica de desconformidade para Ferro no

PC0299P.

Gráfico 2 – Série histórica de desconformidade para Manganês no

PC0299P.

Gráfico 3 – Série histórica de desconformidade para Ferro no

PC0300P.

Gráfico 4 – Série histórica de desconformidade para Manganês no

PC0300P.

Gráfico 5 – Série histórica de desconformidade para Ferro no

PC0279P e PC0301P.

Gráfico 6 – Série histórica de desconformidade para Manganês no

PC0279P e PC0301P.

O conjunto desses três poços localizados em São Bernardo do Campo apresentam, em seu conjunto, comportamento

semelhante, relativamente à concentração excessiva de Ferro e Manganês, entretanto sem apresentação de tendência de

alteração na concentração dos parâmetros indicadores.

O poço da SABESP localizado em Biritiba Mirim, denominado PC0234P, apresentou em 2014 resultados para Ferro e

Manganês acima dos padrões de potabilidade. A série histórica dessas substâncias nesse poço pode ser observada nos gráficos

abaixo:

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Gráfico 7 – Série histórica de desconformidade para Ferro no

PC0234P.

Gráfico 8 – Série histórica de desconformidade para Manganês no

PC0234P.

Gráfico 9 – Série histórica de desconformidade para Arsênio no PC0234P.

Observa-se que esse poço sistematicamente apresenta concentrações de Ferro acima do VMP em todas as campanhas, com

tendência de acréscimo ao longo do tempo. Entretanto, para Manganês observa-se ultrapassagem esporádica do VMP, sendo

que a primeira campanha de 2014 apresentou a maior concentração. Esse poço apresenta a ultrapassagem sistemática das

concentrações de Arsênio, como pode ser observado nas campanhas de 2012 e na primeira campanha de 2014. O Arsênio

passou a ser monitorado a partir de 2011.

O poço PC0162P, localizado na Escola Técnica Federal de São Paulo, neste município, foi inserido na Rede quando do início

de sua operação na UGRHI 6, em março de 2003. Esse poço apresenta de maneira regular não conformidade para os seguintes

parâmetros: Chumbo, Ferro e Fluoreto. Os resultados da série histórica podem ser observados abaixo:

Gráfico 10 – Série histórica de desconformidade para Chumbo no

PC0162P.

Gráfico 11 – Série histórica de desconformidade para Ferro no

PC0162P.

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Gráfico 12 – Série histórica de desconformidade para Fluoreto no PC0162P.

Os resultados apresentam concentração de Chumbo e Ferro acima dos VMPs de modo inconstante, contrariamente ao

Fluoreto, que em todas as campanhas apresentaram concentrações acima do VMP. Os resultados de concentração de Fluoreto

nesse poço corroboram as concentrações indicadas nas avaliações das características geoquímicas das águas subterrâneas

O Poço PC0163P, da Empresa Criss, está localizado no Município de Embu e apresentou dois eventos em que a concentração

de alumínio ultrapassou os VMPs. A série histórica pode ser visualizada abaixo:

Gráfico 13 – Série histórica de desconformidade para Alumínio no PC0163P.

Finalmente dentre os poços que apresentaram desconformidade em 2014, o ponto PC0173P localizado em Mogi das Cruzes

apresentou de maneira inédita resultados acima dos VMPs para Ferro e Manganês na primeira campanha de 2014. Não há

registros de outros resultados desconformes nesse ponto desde sua inserção na Rede, em março de 2003.

Dos poços avaliados do Aquífero São Paulo, destaca-se que os poços SP0170P e SP0169P estão localizados em Guarulhos,

pertencente à autarquia de abastecimento público, tendo sido incluídos no início do monitoramento na UGRHI 6, em março de

2003. Os poços apresentam desconformidade recorrente para Ferro e Manganês, conforme pode ser observado abaixo:

Gráfico 14 – Série histórica de desconformidade para Ferro no

SP0170P.

Gráfico 15 – Série histórica de desconformidade para Manganês no

SP0170P.

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Gráfico 16 – Série histórica de desconformidade para Ferro no

SP0169P.

Gráfico 17 – Série histórica de desconformidade para Manganês no

SP0169P.

A primeira campanha de 2004 do poço SP0170P apresentou concentração de 1800 µg L-1, não representada no gráfico acima,

sendo considerado valor anômalo.

O Conjunto de poços de monitoramento selecionados para avaliação dos parâmetros indicadores de alteração de qualidade de

água (Cloreto, Sólidos Dissolvidos Totais Nitrato e Sulfato) vem apresentando os seguintes resultados, como podem ser

observados nas Tabelas abaixo:

Tabela 2 – Série Histórica das concentrações de Cloreto nos Poços de Monitoramento.

NR – Campanha Não Realizada

VMP – 250 mg L -1

Campanha SP169P SP170P PC162P PC163P PC171P PC173P PC192P PC193P PC209P PC234P PC299P PC301P

1ª/2003 2,65 2,65 27,9 2,83 1,45 3,38 NR NR NR NR NR NR

2ª/2003 <0,50 <0,50 29 3,74 1,25 2,81 NR NR NR NR NR NR

1ª/2004 1,89 1,89 22,4 3,57 1,85 4,3 NR NR NR NR NR NR

2ª/2004 1,35 1,35 27,1 3,49 1,56 4,05 NR NR NR NR NR NR

1ª/2005 0,51 0,51 25,9 3,58 1,41 3,6 2,14 2,07 NR NR NR NR

2ª/2005 0,54 0,54 24,7 3,36 1,35 10 3,4 2,2 NR NR NR NR

1ª/2006 1,24 1,24 24,8 NR 1,53 NR 3,63 1,65 NR NR NR NR

2ª/2006 1,6 1,6 23,8 NR 1,53 10,7 4,3 1,65 15,7 NR NR NR

1ª/2007 0,8 0,8 26,8 3,4 1,74 10,5 3,98 2,19 NR NR NR NR

2ª/2007 0,86 0,86 27,3 3,42 1,67 9,58 3,69 2,3 17,2 NR NR NR

1ª/2008 0,8 0,8 NR 1,85 2,21 10,7 NR NR 16,8 NR NR NR

2ª/2008 0,7 0,7 24,2 3,46 1,71 9,91 3,58 2,25 11,5 NR NR NR

1ª/2009 0,81 0,81 25,1 4,04 1,88 9,37 3,98 2,22 17,9 NR NR NR

2ª/2009 <0,50 <0,50 NR 3,83 1,94 9,27 4,29 2,41 16,7 NR NR NR

1ª/2010 0,51 0,51 21 3,78 2,27 7,67 4,77 2,34 16,3 4,84 NR NR

2ª/2010 1,17 1,17 20,7 4,04 2,24 8,59 4,1 2,37 16,2 4,98 NR NR

1ª/2011 0,78 0,78 20,2 4,58 1,77 9,74 4,54 2,35 17,1 7,16 NR NR

2ª/2011 0,59 0,59 20,2 4,58 2,37 8,66 4,08 2,4 16,6 5,02 NR NR

1ª/2012 <0,50 <0,50 20,1 4,46 2,21 8,73 4,31 2,46 16,1 5,06 NR NR

2ª/2012 <0,50 <0,50 19,5 4,36 1,67 7,62 3,94 2,22 NR 4,89 NR NR

1ª/2013 <0,50 <0,50 19,4 4,56 2,28 8,27 4,56 2,28 NR 4,79 2,82 3

2ª/2013 <0,50 <0,50 18,6 4,49 NR 8,7 4,23 2,44 17,4 5,23 2,81 2,81

1ª/2014 <0,50 <0,50 NR 4,69 2,3 8,98 4,29 2,37 18 5,28 2,98 2,61

Série Histórica dos Resultados de Cloreto

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Tabela 3 – Série Histórica das concentrações de Sólidos Dissolvidos Totais nos Poços de Monitoramento.

NR – Campanha Não Realizada

VMP – 1000 mg L -1

Tabela 4 – Série Histórica das concentrações de Sulfato nos Poços de Monitoramento.

NR – Campanha Não Realizada

VMP – 250 mg L -1

Campanha SP169P SP170P PC162P PC163P PC171P PC173P PC192P PC193P PC209P PC234P PC299P PC301P

1ª/2003 244 139 297 186 122 195 190 <100,00 NR NR NR NR

2ª/2003 156 186 274 236 130 126 258 <100,00 NR NR NR NR

1ª/2004 153 227 315 213 129 178 261 <100,00 NR NR NR NR

2ª/2004 135 143 266 194 120 NR 194 <100,00 NR NR NR NR

1ª/2005 132 128 248 176 <100,00 140 <100,00 <100,00 <100,00 NR NR NR

2ª/2005 NR 132 268 196 298 NR <100,00 <100,00 <100,00 NR NR NR

1ª/2006 NR 142 262 NR 156 NR NR NR <100,00 NR NR NR

2ª/2006 150 130 266 NR 198 NR 302 <100,00 <100,00 252 NR NR

1ª/2007 134 116 244 214 168 NR <100,00 <100,00 <100,00 NR NR NR

2ª/2007 148 106 278 210 168 NR <100,00 <100,00 <100,00 250 NR NR

1ª/2008 148 138 176 168 NR 100 <100,00 NR 252 NR NR

2ª/2008 118 114 238 196 152 NR <100,00 <100,00 <100,00 246 NR NR

1ª/2009 118 122 290 224 154 NR <100,00 <100,00 <100,00 280 NR NR

2ª/2009 152 148 210 182 180 <100,00 <100,00 <100,00 204 NR NR

1ª/2010 120 120 258 198 174 116 <100,00 <100,00 <100,00 230 156 NR

2ª/2010 134 160 222 166 182 NR <100,00 <100,00 <100,00 242 218 NR

1ª/2011 132 <100,00 250 192 104 168 <100,00 <100,00 <100,00 230 154 NR

2ª/2011 114 <100,00 258 192 172 188 <100,00 <100,00 <100,00 290 184 NR

1ª/2012 <100,00 <100,00 <100,00 190 180 166 <100,00 <100,00 <100,00 NR 190 NR

2ª/2012 162 152 216 206 128 210 <100,00 <100,00 <100,00 198 234 NR

1ª/2013 128 82 204 200 168 156 <100,00 <100,00 <100,00 202 180 170

2ª/2013 144 142 194 192 NR 170 <100,00 <100,00 <100,00 <100,00 192 146

1ª/2014 116 128 NR 186 220 114 <100,00 <100,00 NR 216 134 <100,00

Série Histórica dos Resultados de Sólidos Dissolvidos Totais

Campanha SP169P SP170P PC162P PC163P PC171P PC173P PC192P PC193P PC209P PC234P PC299P PC301P

1ª/2003 <10,00 <10,00 <10,00 <10,00 <10,00 <10,00 <10,00 NR NR NR NR NR

2ª/2003 <10,00 <10,00 <10,00 <10,00 <10,00 <10,00 <10,00 NR NR NR NR NR

1ª/2004 <10,00 <10,00 13,40 10,90 <10,00 <10,00 11,60 NR NR NR NR NR

2ª/2004 <10,00 <10,00 14,30 <10,00 <10,00 NR <10,00 NR NR NR NR NR

1ª/2005 <10,00 <10,00 14,00 10,50 <10,00 <10,00 10,30 <10,00 <10,00 NR NR NR

2ª/2005 <10,00 <10,00 13,30 <10,00 16,70 NR <10,00 <10,00 <10,00 NR NR NR

1ª/2006 <10,00 <10,00 17,00 NR 16,70 NR NR <10,00 <10,00 NR NR NR

2ª/2006 <10,00 <10,00 12,70 NR 16,30 NR <10,00 <10,00 <10,00 NR NR NR

1ª/2007 <10,00 <10,00 12,90 <10,00 28,60 NR <10,00 <10,00 <10,00 NR NR NR

2ª/2007 <10,00 <10,00 12,30 <10,00 22,90 NR <10,00 <10,00 <10,00 NR NR NR

1ª/2008 3,54 1,96 NR 6,18 15,70 NR 6,41 NR NR NR NR NR

2ª/2008 3,61 2,02 12,30 6,22 24,80 NR 6,36 <1,00 <1,00 NR NR NR

1ª/2009 3,07 2,30 12,10 <1,00 22,00 NR 6,24 <1,00 <1,00 NR NR NR

2ª/2009 3,33 2,63 NR 7,30 26,90 2,18 6,99 <1,00 <1,00 NR NR NR

1ª/2010 3,23 3,21 12,70 8,00 40,70 1,70 6,30 1,35 <1,00 9,67 NR NR

2ª/2010 4,51 3,21 13,90 7,49 37,00 1,47 6,86 <1,00 <1,00 9,65 NR NR

1ª/2011 3,36 2,03 11,60 7,73 <1,00 1,33 6,66 <1,00 <1,00 9,39 NR NR

2ª/2011 2,86 2,59 11,60 7,73 29,50 2,14 6,97 <1,00 <1,00 9,61 NR NR

1ª/2012 3,12 2,26 10,40 7,58 32,40 1,98 6,96 <1,00 <1,00 9,59 NR NR

2ª/2012 3,13 2,33 11,90 8,54 4,48 2,00 7,54 <1,00 <1,00 8,80 NR NR

1ª/2013 3,43 2,81 10,90 8,15 34,50 1,84 7,38 1,03 <1,00 9,63 5,45 NR

2ª/2013 3,98 2,75 9,13 8,47 NR 1,39 7,57 <1,00 1,06 10,30 5,11 NR

1ª/2014 3,57 2,86 NR 8,64 24,30 1,88 7,68 <1,00 <1,00 10,00 1,28 NR

Série Histórica dos Resultados de Sulfato

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Tabela 5 – Série Histórica das concentrações de N-Nitrato nos Poços de Monitoramento.

NR – Campanha Não Realizada

VMP – 10 mg L -1

Os resultados demonstram que os parâmetros analisados se mantém constantes desde 2003 em todos os pontos, para todos os

parâmetros, sem a observação de tendência de alteração das concentrações, ao longo do tempo.

Todos os resultados indicam ainda que as substâncias indicadoras apresentam-se em concentrações muito abaixo dos Valores

Máximos Permitidos estabelecidos pela Portaria MS 2914/2011

CONCLUSÕES

As informações apresentadas evidenciam não ocorrer quaisquer tendências de alteração da qualidade das águas subterrâneas

dos pontos monitorados pela Rede CETESB de Qualidade das Águas Subterrâneas, da UGRHI 6, que abrange a Região

Metropolitana de São Paulo. Dos vinte e seis pontos monitorados pela CETESB nas duas campanhas semestrais, oito

apresentaram alguma desconformidade, relativamente à Portaria MS 2914/2011, principalmente por Ferro e Manganês.

A série histórica dos pontos que apresentam não conformidade, bem como dos demais pontos monitorados pela CETESB não

indicam alteração na concentração dos parâmetros indicadores Nitrato, Cloreto, Sulfato e Sólidos Dissolvidos Totais, o que

sugere a manutenção de sua qualidade ao longo desses anos em que foi realizado o monitoramento. A representatividade dos

pontos monitorados pela CETESB apontam que o uso ordinário das águas subterrâneas não representa risco à alteração de sua

qualidade.

Frente à disponibilidade hídrica subterrânea da UGRHI 6, e as características de recarga, é possível o uso mais intenso desse

recurso, a despeito das características hidrogeológicas da Bacia.

Considerando a diversidade do uso do solo da UGRHI 6, bem como as diferentes características hidrogeoquímicas, o uso das

águas subterrâneas, particularmente para consumo humano, configura-se alternativa consistente e viável, mesmo com a

existência de inúmeros sítios relatados no Cadastro de Áreas Contaminadas e áreas com potencial de contaminação, adotando-

se os instrumentos de gestão para o uso adequado desse recurso.

A crise hídrica que a Bacia Hidrográfica do Alto Tietê vem enfrentando nos últimos anos deverá intensificar o monitoramento

de qualidade das águas subterrâneas, uma vez que não é possível dissociar quantidade deste recurso com sua qualidade, pois os

custos envolvidos na remediação dos aquíferos contaminados é maior que o custo com prevenção dos episódios de

contaminação.

Campanha SP169P SP170P PC162P PC163P PC171P PC173P PC178P PC180P PC192P PC193P PC208P PC209P PC234P PC301P

1ª/2003 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 NR NR NR NR NR NR

2ª/2003 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 NR NR NR NR NR NR

1ª/2004 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 NR NR NR NR NR NR

2ª/2004 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 NR <0,20 NR NR NR NR NR NR

1ª/2005 0,33 0,29 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 NR NR NR NR

2ª/2005 NR <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 NR 0,45 1,16 0,63 NR NR NR NR

1ª/2006 NR <0,20 <0,20 NR <0,20 <0,20 NR NR 1,63 0,73 NR NR NR NR

2ª/2006 <0,20 <0,20 <0,20 NR <0,20 <0,20 NR <0,20 1,76 0,47 <0,20 4,77 NR NR

1ª/2007 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 NR 0,59 1,23 0,63 <0,20 NR NR NR

2ª/2007 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 NR 0,72 1,10 0,57 <0,20 4,42 NR NR

1ª/2008 <0,20 <0,20 NR 0,26 <0,20 <0,20 NR 0,91 NR NR NR 4,28 NR NR

2ª/2008 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 NR 0,81 1,23 0,55 <0,20 4,02 NR NR

1ª/2009 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 NR 0,91 1,19 0,63 <0,20 4,23 NR NR

2ª/2009 <0,20 <0,20 NR <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 0,83 1,42 0,65 <0,20 4,30 NR NR

1ª/2010 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 0,64 1,63 0,74 <0,20 4,18 <0,20 NR

2ª/2010 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 0,64 1,20 0,66 <0,20 4,43 <0,20 NR

1ª/2011 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 0,34 0,34 NR 0,70 1,35 0,71 <0,20 4,50 <0,20 NR

2ª/2011 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 0,73 1,12 0,61 <0,20 4,46 <0,20 NR

1ª/2012 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 0,74 1,16 0,64 <0,20 NR <0,20 NR

2ª/2012 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 0,30 0,30 <0,20 0,61 1,08 0,56 <0,20 4,42 <0,20 NR

1ª/2013 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 0,59 1,37 0,70 <0,20 4,41 <0,20 <0,20

2ª/2013 <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 NR NR <0,20 0,68 1,12 0,58 NR 4,69 <0,20 <0,20

1ª/2014 <0,20 <0,20 NR <0,20 <0,20 <0,20 <0,20 0,70 1,26 0,71 NR 4,69 <0,20 0,61

Série Histórica dos Resultados de N-Nitrato

Page 15: A CRISE HÍDRICA EM SÃO PAULO E QUALIDADE DA ÁGUA … · sedimentares com litologia variada, caracterizada por predominância de camadas arenosas, intercaladas por lentes de argila

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REFERÊNCIAS

[1] Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo - FUSP; Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê - CBH-AT. “Plano da Bacia Hidrográfica

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<http://www.fabhat.org.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=55>. Acesso em 30.ago.2015.

[2] ANA (Brasil). “Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água” Disponível em http://atlas.ana.gov.br/Atlas/forms/Metodologia.aspx. Acesso em

08.set.2015

[3] DAEE (São Paulo). “Estudo das Águas Subterrâneas Região Administrativa - Grande São Paulo”. 1975 – vol. 1.

[4] São Paulo (Estado). “Decreto Estadual 32.955, de 7 de fevereiro de 1991. Regulamenta a Lei Estadual nº 6.134, de 2 de junho de 1988. Dispõe sobre

a preservação dos depósitos naturais de águas subterrâneas do Estado de São Paulo, e dá outras providências”.

[5] CETESB (São Paulo). “Relatório de Qualidade das Águas Subterrâneas do Estado de São Paulo do Estado de São Paulo. 2010-2012”.

[6] CETESB (São Paulo) ANA (Brasilia). “Guia Nacional de Coleta e Preservação de Amostras: água, sedimento, comunidades aquáticas e efluentes

líquidos”. São Paulo/Brasília, 2011.

[7] Rosemberg, C; Viero, A P; Rosemberg, A. “Caracterização Geoquímica e Gênese dos Principais Íons das Águas Subterrâneas do Município de

Porto Alegre- RS”. RBRH, Revista Brasileira de Recursos Hídricos. 2003, vol. 8, n 4.

[8] São Paulo (Estado). Secretaria de Estado do Meio Ambiente. “As Águas Subterrâneas do Estado de São Paulo”. São Paulo, 2008.

[9] DAEE (São Paulo) et all. “Mapa de águas subterrâneas do estado de São Paulo”: escala 1:1.000.000: nota explicativa”. São Paulo. DAEE, IPT, IG,

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[10] Parisot, E.H & Rebouças. A.C. “Geoquímica de Aquíferos do Município de São Paulo”. Boletim Instituto de Geociências, USP. 1983. v. 14:55

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[11] Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê. “Deliberação CBH-AT, nº 01 de 16 de fevereiro de 2011”. Estabelece áreas de restrição e controle

para a captação e uso das águas subterrâneas no município de São Paulo, na região de Jurubatuba e dá outras providências.

[12] Pino, D.; Hirata, R. C. A.; Martins, V. T. S. “Estudos de isótopos de estrôncio, oxigênio e hidrogênio em um caso de contaminação de flúor no

município de São Paulo”. Simpósio 45 Anos de Geocronologia no Brasil. Boletim de Resumos Expandidos. São Paulo, 2009. p. 195-197.

[13] Rebouças, A. “Recursos Hídricos Subterrâneos da Bacia do Paraná”. (Tese de Livre-Docência São Paulo). Instituto de Geociências, Universidade

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[14] SABESP/Cepas/IGc-USP. “Diagnóstico Hidrogeológico da Região Metropolitana de São Paulo - Diagnóstico Final”. Convênio SABESP/CEPAS-

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[15] Hirata, R. & Ferreira, L. M. R. “Os aquíferos de la Bacia Hidrográfica do Alto Tietê: disponibilidade hídrica e vulnerabilidade a poluição”. 2001.

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Superficial”. (Tese de Doutorado). Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo, São Paulo. 1996. 124 p.

[18] Rocha, G. A.; Gonçalves, V. G.; Rebouças, A.; Barreto, L. M. B. “Hidrogeologia da Bacia de São Paulo”. IGc/USP e SBG/SP, Workshop Geologia

da Bacia de São Paulo. 1989. Atas, p.44-49.

[19] Viviani-Lima, Hirata R; Aravavena R. “Estimation of Groundwater recharge in the Metropolitan Area of São Paulo, Brazil”. IAH International

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[20] CETESB (São Paulo). “Relação de áreas contaminadas”. São Paulo, 2015. Disponível em:

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[21] Servmar Serviços Técnicos Ambientais Ltda - Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê - CBH-AT. “Projeto Mapeamento de Áreas com

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[22] Feitosa, F. A. C.; Manoel Filho, J. “Hidrogeologia: conceitos e aplicações”. 2 ed. 2000. Fortaleza. CPRM. 391 p.