A CRIANÇA E O MUNDO NATURAL - VERSÃO PRELIMINAR

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MANDALA DO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL DE

CONTAGEM

CADERNO:

A CRIANÇA E O MUNDO NATURAL

CONTAGEM

2010

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A CRIANÇA E O MUNDO NATURAL

Ensina a teus filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é nossa mãe. Tudo quanto

fere a terra – fere os filhos da terra. [...]. O homem não tece a teia da vida. Ele é um de

seus fios. O que ele faz para a teia faz para si próprio.

Chefe Seattle

1. DELIMITAÇÃO

Esse campo de experiências, na Educação Infantil, diz respeito aos

fenômenos físicos, químicos e biológicos, bem como ao meio ambiente e à

sustentabilidade.

2. FUNDAMENTAÇÃO

2.1. O QUE É ESSE CAMPO DE EXPERIÊNCIA E QUAL O SEU

SIGINIFICADO?

O campo de experiências do mundo natural envolve as manifestações da

natureza: físicas, químicas e biológicas. As experimentações e sentidos que as

crianças vivenciam nestas manifestações, contribuirão para o seu

desenvolvimento e o do meio em que vivem, visto que o homem, por ser um

sujeito sociocultural se constitui através das interações com o meio ao mesmo

tempo em que o modifica. Assim, as crianças devem ser incentivadas a

levantar hipóteses, observar, pesquisar, manipular, testar as hipóteses, concluir

e construir conhecimentos sobre a natureza e sobre a sustentabilidade.

As manifestações da natureza: físicas, químicas e biológicas ampliam o

conhecimento das crianças em relação a fatos e acontecimentos, pois elas

tem curiosidade e desejo de conhecer o mundo, e é experimentando que o

fazem.

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Os fenômenos físicos são todas as transformações da matéria, em que não

ocorre alteração de sua composição ou propriedades químicas. São exemplos

a ebulição, a evaporação da água, o cortar o papel. Relacionam-se com a

luz, o som, o magnetismo, a eletricidade entre outros. Já os fenômenos

químicos, são aqueles em que ocorrem mudanças na composição da

substância. A matéria, após sofrer uma reação química, não pode mais voltar a

ser como era anteriormente. Exemplo: queimar papel, misturar cores,

descolorir tecidos etc. Os fenômenos biológicos são aqueles observáveis nos

seres vivos, como a respiração, a fotossíntese, a digestão, os batimentos

cardíacos, o movimento.

A esse conjunto de fatores físicos, químicos e biológicos chamamos meio

ambiente. Nesse sentido, é importante ressaltar que

[...] meio ambiente não se resume a recursos naturais. Nem tão pouco ao que está ao redor do homem, pois este é parte desse meio, integrando-o e interagindo com ele. O homem faz parte do meio ambiente, devendo, portanto cuidar, preservar e mantê-lo para que as futuras gerações também possam

usufruir de forma sustentável. (SCARDUA, 2009, p. 57)

No mundo natural, o entendimento dessas manifestações experimentados

pelas crianças as afirmam como seres que vivem sua própria natureza.

Crianças mergulham na exploração do meio ambiente, buscam significados

dos fatos que observam, vivenciam, experimentam e imaginam. A criança

maravilha-se diante das descobertas, sem a intenção racional do mundo

adulto.

Paula Toller e Dunga, em uma composição, dizem dessa curiosidade sobre

os fenômenos e acontecimentos que as cercam:

(...)

Por que os ossos doem

Enquanto a gente dorme

Por que os dentes caem

Por onde os filhos saem

Por que os dedos murcham

Quando estou no banho

Por que as ruas enchem

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Quando está chovendo

(...)

Por que o fogo queima

Por que a lua é branca

Por que a Terra roda

Por que deitar agora

Por que as cobras matam

Por que o vidro embaça

Por que você se pinta

Por que o tempo passa

Por que que a gente espirra

Por que as unhas crescem

Por que o sangue corre

Por que que a gente morre

Do que é feita a nuvem

Do que é feita a neve

(...)

A Educação Infantil deve aproveitar esses momentos de indagações e

curiosidade e estimular as crianças para que busquem as respostas e

construam conhecimentos, enriquecendo as possibilidades de experimentar e

sentir, possibilitando a integração entre seres humanos e natureza. É

fundamental que

[...] as crianças tenham contato com diferentes elementos, fenômenos e acontecimentos do mundo, sejam instigadas por questões significativas para observá-los e explicá-los e tenham acesso a modos variados de compreendê-los e representá-los. (BRASIL, 1998, p. 166)

Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil -

DCNEI - propõem no Art. 9º que,

As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira, garantindo experiências que: [...] VIII – Incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento. O questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e a natureza. [...]

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X – promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais. (BRASIL, 2009)

Assim, quanto mais as crianças experimentam o meio em que vivem, maior

será o sentimento de pertencimento. A intenção, portanto, é de possibilitar a

elas experiências para atuar no meio modificando-o, mas de forma sustentável,

preservando e conservando-o. É importante que a criança conheça e

compreenda a natureza, tratando-a com respeito e admiração, reconhecendo-

se parte integrante dela.

2.2. COMO O CONHECIMENTO SOBRE ESSE CAMPO DE EXPERIÊNCIA

FOI CONSTRUÍDO HISTORICAMENTE PELA HUMANIDADE?

A função da ciência [...] é oferecer uma descrição do mundo natural cada vez mais completa, baseada em experimentos e observações que podem ser repetidos ou ao menos contrastados por vários grupos. Com isso, a ciência contribui para aliviar o sofrimento humano, seja ele material ou de caráter metafísico.

Marcelo Gleiser

O Homem distingue-se dos outros seres, pelo sentimento da descoberta, pela

curiosidade, capacidade de conhecer o mundo em que vive e ter consciência

de suas sensações e seus desejos. Ele questiona-se sobre o mundo, sobre os

fenômenos. Porque chove? O que é relâmpago? O que é trovão? Por que

morremos? Por que fica escuro à noite? Por que a lua não cai? Muitas

indagações que o homem coloca a si próprio são curiosidades que podem dar

origem ao estudo do mundo natural. Para respondê-las, o homem traçou um

caminho que perpassa pelo conhecimento mítico e religioso, pelo

conhecimento racional filosófico e pelo conhecimento experimental científico.

Segundo Coutinho e Cunha (2004), o conhecimento mítico baseia-se na

intuição e surge para tranquilizar as inquietações humanas. O conhecimento

mítico antecede a ciência e diz da vontade de um Deus ou de deuses. O

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pensamento mítico considera infinitas verdades para as curiosidades naturais

humanas, e suas respostas eram baseadas na observação direta da natureza.

O conhecimento mítico e religioso, fundamenta-se, portanto, apenas no

princípio da autoridade: a verdade sobre a fundação do mundo, origem e o

destino do homem, bem como seu comportamento ético.

O conhecimento filosófico é racional. Baseia-se na especulação em torno do

real, busca a verdade. Diz-se que é uma atitude. É sistemático, mas não

experimental. Busca o sentido da existência e respostas para suas próprias

indagações. Quem é o homem? De onde veio? Qual é o sentido da vida?

No início do século VI, na cidade grega de Mileto, Tales, considerado o primeiro

filósofo, iniciava a direção dos estudos da ciência. Tales de Mileto fazia

observações quanto a água, sua necessidade e quantidade no corpo humano,

a vida que ela trazia e o que causava sua falta. Verificava também que esse

elemento encontra-se em diversas estados: líquido, sólido e gasoso, levando-o

a concluir que tudo surgiu a partir da água.

De acordo com Almeida (2004), apesar de Tales acreditar em deuses, sua

observação não era sistemática, mas também não era mítica e desafiava

aqueles que conheciam suas idéias a contrapô-las, o que é uma característica

da ciência. Surgiram assim outros pensadores, apresentando diferentes teorias

que foram se afastando das concepções míticas. Outro exemplo é o de

Demócrito, da cidade de Abdera , que desenvolveu a teoria atomista de que

tudo seria composto por pequenas partículas. Ele acreditava que o mundo

natural tinha suas próprias leis.

Porém, esses e outros filósofos, em particular Platão, verificavam que muitas

coisas mudavam constantemente na natureza, como a sucessão das estações,

as sementes que viravam árvores, e se perguntavam como eles poderiam ser

estudados se eles estavam em constantes mudanças. Para Platão se uma

coisa fosse verdadeira em um momento e falsa em outro, não poderia ser

conhecida. Aristóteles viria a discordar de Platão, não acreditando que a

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realidade da natureza fosse somente aparência. Para ele ciência significava

conhecer os objetos da natureza, considerando as particularidades de uma

realidade única e universal. Por exemplo, na natureza, mesmo que as coisas

sejam diferentes, todas tem algo em comum e que para perceber isto, a

observação sistemática era necessária.

O homem passou então, a lançar mão da razão para tentar interpretar os

mistérios da natureza, por meio do conhecimento racional filosófico que tem

como principal característica a busca por explicações na realidade das coisas.

Na idade média, predomina uma visão teocêntrica em que a sabedoria

provinha da Bíblia e de Deus como criador de todas as coisas. Para entender

a natureza era preciso conhecer as Escrituras Sagradas. Porém, começa a

surgir a necessidade de um fundamento teórico racional à fé cristã, no qual o

homem deveria compreender para crer. Os conceitos de Aristóteles foram

adaptados a doutrina cristã e se tornou autoridade no estudo da natureza.

Também na idade Média, temos os alquimistas, que colocavam que o mundo

natural era algo misterioso e cheio de simbolismos a serem decifrados.

Baseavam-se na idéia da transformação do metal, das matérias brutas, da

manipulação de fórmulas em laboratórios, experimentando fogo, água, ar e

terra, tentando transforma tudo em ouro, em busca da Pedra Filosofal. Porém,

essas práticas eram consideradas ilícitas, sendo os alquimistas vistos como

pessoas de hábitos estranhos por, passar, por exemplo horas e horas

contemplando uma planta.

Na idade moderna, o conhecimento experimental científico desponta como a

forma de explicar o que antes as divindades e a religião respondiam. O homem

se vê desafiado a interpretar as questões e socializá-las, garantindo, assim a

sua sobrevivência e um maior controle da natureza. O saber teórico descarta a

utilização da intuição, pois, essa está sujeita a erros e enganos. Os métodos, a

verificabilidade, a mensuração tornaram-se os critérios aceitos para alcançar a

verdade. Acreditava-se que a ciência e a tecnologia, garantem uma melhor

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qualidade de vida. O homem, cada vez mais se vê como o centro do universo

e proprietário dos recursos naturais.

Galileu, foi considerado o percussor da Ciência Moderna, ao buscar dar

autonomia a ciência, tirando-a da sombra da tradição aristotélica. Sua teoria

lançou uma nova concepção da natureza vista como um mecanismo cujo

funcionamento se regia por leis rigorosas. Como uma máquina, o mundo era

formado por peças que se ligavam entre si. Um sujeito persistente poderia

conhecer essas peças e entender seu funcionamento.

Esse mecanicismo ganhava cada vez mais adeptos, e no ano em que morre

Galileu, nasce Isaac Newton, responsável pela grande síntese mecanicista ao

dar explicação sobre os fenômenos físicos que ocorriam entre a terra e o céu.

Newton cria a teoria da gravitação universal entendendo que o universo era

dinâmico e não estático como pensavam os antigos.

David Hume (1711 -1776) questionava a relação causa-efeito entre diferentes

fenômenos físicos. Para ele, nem a mais completa observação dos

acontecimentos nos permite ter valores universais, mas apenas particulares.

Esse posicionamento de Hume, levou Kant (1724-1804) a tentar encontrar um

resposta, e em “Crítica da Razão Pura”, ele concluiu que o entendimento que

se devia aplicar a universalidade do conhecimento, se aplica no próprio sujeito

que conhece, não dependendo da experiência ou da análise de conceitos.

Sua teoria foi considerada subjetiva, pois dependia da capacidade de conhecer

de cada um e não do mundo em si.

No século XIX, com o desenvolvimento tecnológico, a vida das pessoas sofrem

alterações e as novas invenções científicas transformavam a sociedade. Os

seres humanos e a ciência estreitavam suas relações. Devido ao progresso

das ciências naturais e contraponto o idealismo de Kant, surge a teoria

positivista com Auguste Comte (1798-1857), que considera a ciência como

estado de desenvolvimento do conhecimento humano. Defendia que só a

ciência poderia satisfazer a nossa necessidade de conhecimento. Comte,

instaura as ciências como investigação do real, do certo.

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O desenvolvimento das ciências nos séculos XIX e XX, junto com o

pensamento positivista de Comte, conduzia a um clima anticientífico que

marcará os próximos tempos.

Esse clima foi marcado por teorias da física, que no início do século XX

abalaram a mecânica clássica, mostrando que o modelo de Newton não era a

única verdade sobre o mundo. A ciência que se desenvolvia era regida por

possibilidades e incertezas. Albert Einstein elaborou a teoria da relatividade

que reinterpretava as teoria de Newton e que sustentava a ideia de que os

movimentos do universo são relativos e não absolutos.

O momento é de transformações profundas. Se por um lado, o mundo era

otimista diante dos progressos científico, tecnológico e econômico, de outro,

havia um pessimismo diante da falta de sentido da vida. O desenvolvimento

trouxe guerras, devastação, poluição entre outros problemas que

questionavam a idéia de progresso que a ciência trazia e que tanto marcou

as séculos anteriores.

Esta tendência do pensamento culminou no fim do século XX com o pós-

modernismo. Segundo essa corrente que domina os meios intelectuais de hoje,

nada pode ser realmente conhecido, pois todo conhecimento é erguido em

bases ideológicas que ele não pode questionar. Mesmo a ciência seria apenas

uma entre várias formas de conhecer a realidade, nada dizem respeito à

verdade. Assim, o conhecimento científico não é a única possibilidade de

interpretação da natureza e os demais conhecimentos também contribuem para

a construção do conhecimento.

Podemos dizer que temos hoje outros saberes circulando, novas formas de

relacionamento com a realidade, formas marcadas pela ambigüidade e

complexidade, o que possibilita novas alternativas de ação e um certo

relativismo. O tempo atual não é o das certezas, mas sim das incertezas, da

mutabilidade, da busca, do questionamento. Trabalhar com as crianças

buscando, não verdades absolutas, mas formas de compreender e atuar no

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mundo , marcadas inclusive pela provisoriedade, é fundamental. Instigar o

pensamento crítico, a dúvida, a pesquisa, a investigação e a vinculação entre

o conhecimento do mundo natural e o mundo social, entendendo que “todo o

conhecimento científico-natural é científico-social” (SANTOS, 1988) pois é

produção humana.

2.2. COMO A CRIANÇA POR MEIO DESSE CAMPO DE EXPERIÊNCIA

APRENDE, SE DESENVOLVE E TORNA-SE PROGRESSIVAMENTE

HUMANA?

As indagações das crianças sobre os mistério da natureza e da existência,

sobre os conhecimentos básicos para o dia a dia, sobre tempo, causa e

espaço, sobre objetos e substancias demonstram que as crianças percebem

que na natureza as coisas estão integradas. Ao darem explicações, utilizam

conceitos dos adultos, mesmo sem entender seu significado e ao esbarrarem

com o desconhecido, explicam de forma imaginária a partir de seu olhar sobre

o mundo.

A criança, num primeiro momento, não tem clareza do que é real e do que é

imaginação, formula conceitos espontâneos baseados na interpretação dos

fenômenos ao seu redor em que misturam-se pensamento mágico e lógica.

Nos momentos em que dialoga com os pares e com a educadora, ela

confronta as hipóteses levantadas anteriormente, a partir de experiências

vividas e reelabora os conceitos espontâneos. Esse processo acontece ao

longo da vida, alguns conceitos se transformam em conceitos científicos outros

permanecerão no campo do espontâneo.

No interação com o outro e com o meio em que vivem, as crianças

experimentam o mundo para investigá-lo. Quanto mais contato com a

natureza, mais elementos elas terão para experimentar. Água, árvores, flores,

terra, ventos, bichos são exemplos de manifestações da natureza. Assim, elas

usam todos os sentidos, cheiram, observam, tocam, escutam, o que contribui

para sua aprendizagem e desenvolvimento.

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Elas, em geral, são muito curiosas e gostam do contato com a natureza, de olhar como as formigas se comportam, de abrir as torneiras e brincar com a água,[...] querem subir nas árvores, enfim, procuram [...] [em] cada canto [...] um vestígio

de natureza com a qual possam ter contato. (SCARDUA, 2009, p. 61)

A locomoção é um passo para a descoberta do mundo. Se antes de andar o

bebê percebia sons e movimentos, caminhando ele se aproxima deles. Ao

aproximar-se, pode explorar suas propriedades, descobrindo o mundo por meio

de ações práticas. Pega, empurra, morde e observa o que acontece. Repete

movimentos e os organiza cada vez mais. Agindo sobre o meio físico cria uma

forma de conhecê-lo. A criança descobre que sua ação produz uma reação.

Essas ações são expressas em atos, às vezes não verbalizadas e/ou

traduzidas pelos adultos. A percepção de mundo e as noções de tempo e

espaço vão sendo ampliadas.

Assim, é por meio da exploração do espaço e dos objetos que a criança amplia

suas possibilidades de investigar, de conhecer, de comunicar suas experiências

através de gestos, palavras, imagens, jogos e brincadeiras e de reapresentar o

mundo. Torna-se importante, portanto, que os espaços ocupados pelas

crianças e a disponibilização de objetos sejam estruturados de forma mais

diversificada possível de forma a provocar desafios.

O processo de conhecimento do mundo natural pela criança, é bem parecido

com o que a humanidade percorreu e percorre. O pensamento fantasioso

assemelha-se ao conhecimento mítico e sua postura investigativa de busca de

explicações diante da curiosidade se aproxima do conhecimento cientifico.

Cabe aqui aos educadores, o papel da escuta, ouvindo o que as crianças

dizem e propondo novas investigações, sem a intenção de mostrar o certo ou

errado, mas talvez, demonstrando as diferenças e relações entre o mito e a

ciência, incentivando-as aos novos conhecimentos, contrapondo e

argumentando com novas idéias.

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Nesse processo, é importante que a criança seja instigada a sentir o ar, respirá-

lo profundamente, sentir o calor do sol e olhá-lo pelo horizonte, pisar na terra e

regá-la, ver a árvore balançar, subir e observar suas folhas caindo,

experimentar seus frutos e cheirar suas flores, ouvir o barulho da chuva, dos

trovões e do canto dos pássaros. Ao fazer isso, a criança estreita uma

relação física com a natureza e exprime desejos do seu corpo que também é

natureza. Aos adultos cabem, dar significados a essas sensações e sua ação

seria de encorajar as crianças a se conhecerem e conhecerem o meio em que

vivem.

3. OBJETIVOS

Na Educação Infantil, em relação ao mundo natural, possibilitaremos às

crianças:

estabelecer relações com objetos e pessoas através da exploração

investigação, pesquisa, questionamento crítico, análise, coleta de

informações e obtenção de respostas;

demonstrar respeito por si, pelos outros, pelos demais seres vivos e

pelo ambiente em que vive;

construir conhecimentos sobre os fenômenos físicos, químicos e

biológicos, relacionando-os às experiências do cotidiano;

desenvolver o prazer da descoberta, através de perguntas, da

curiosidade e da postura investigativa;

compreender o mundo ao seu redor, pensar e agir sobre ele de

maneira positiva;

perceber-se como parte integrante de um ecossistema;

desenvolver o pensamento lógico;

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4. EXPERIÊNCIAS

Na Educação Infantil, em relação ao mundo natural, serão possibilitadas às

crianças as seguintes experiências:

participar de jogos que movimentam as mãos, os braços, pés, pernas,

corpo, cabeça;

cheirar, morder, apertar, sacudir, manipular, tocar, explorar objetos

diversos utilizando as mãos, a boca, o corpo;

encontrar objetos ou brinquedos escondidos dentro de caixas

fechadas;

explorar o ambiente engatinhando pelos espaços da instituição;

encaixar potes, empilhar latas, enfileirar toquinhos e demais objetos;

arremessar objetos e observar os efeitos – ação e reação;

rasgar revistas, jornais com o auxilio de outras crianças ou de adultos;

comparar objetos com propriedades diversas: peso, volume, massa,

espessura, textura, cores;

caminhar sobre tábuas de diferentes tamanhos e em diferentes

organizações espaciais;

deslocar utilizando velocidades variadas nos escorregadores,

gangorras, balanços;

observar o movimento do sol, comparar as sombras, brincar de teatro

de sombras;

brincar de faz de conta com utensílios domésticos com texturas

variadas: borracha, plástico, tecido, couro, vidro;

brincar com areia, água, argila, barro, pedrinhas, gravetos, folhas;

misturar tintas e descobrir as novas cores produzidas;

produzir de forma artesanal massinha de modelar;

interagir com animais e plantas;

observar o comportamento de animais que estão presentes na

instituição ou em outros espaços;

plantar flores, cultivar hortas regando, colhendo;

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recolher todo o lixo produzido nas excursões, nas atividades

pedagógicas e destiná-los para locais corretos;

acompanhar o processo de amadurecimento de frutos;

observar o processo de decomposição dos resíduos orgânicos

através da compostagem;

discutir com outras crianças e/ou adultos sobre os problemas que

ameaçam nosso planeta;

investigar, formular hipóteses sobre um determinado tema buscando

entender o trabalho do cientista;

utilizar instrumentos como lupas, lunetas, microscópios;

observar o comportamento dos objetos físicos: queda dos corpos,

flutuação de objetos, direção e distância e agir sobre os mesmos

prevendo as reações;

colecionar objetos, classificando-os de acordo com suas

propriedades;

soltar pipa, fazer cataventos, balões e bolinha de sabão, percebendo

o ar;

subir em árvores;

tomar banho de mangueira;

perceber, nos momentos das refeições, a quantidade necessária para

alimentar sem desperdiçar os alimentos;

identificar diferenças e semelhanças entre os seres vivos;

perceber a transformação, o surgimento de novas substâncias em

atividades de culinária tais como fazer bolo, gelatina, massinha,

docinhos;

montar e desmontar aparelhos velhos, relógios etc.;

entender o funcionamento de pilhas, lâmpadas, baterias;

discutir o funcionamento de telefones, computadores, lanternas,

espelhos, calculadoras, funis, peneiras ;

coletar dados referentes a observações de fenômenos do cotidiano;

formular hipóteses, testá-las e socializar com os pares;

reaproveitar resíduos sólidos (sucata) para fabricação de brinquedos,

para ornamentação da instituição, etc.;

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observar a natureza;

realizar pesquisa e entrevistas com os pais, com a comunidade;

5. SABERES E CONHECIMENTOS

A partir das experiências relacionadas acima e de muitas outras, as crianças

construirão os seguintes conhecimentos e saberes:

inércia

velocidade

queda dos corpos

flutuação dos corpos

noção de força

mudanças de estados físicos

equilíbrio

eletromagnetismo

som

movimento

energia

matéria

calor

luz

transformação

mistura

fusão

biodiversidade

corpo humano

saúde

alimentação

sustentabilidade

estações do ano

ar

clima

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água

solo

universo (planetas, estrelas,satélites)

reciclagem

preservação/conservação

uso adequado dos bens naturais

compostagem

equilíbrio ecológico (cadeia alimentar)

resíduos sólidos (lixo)

desequilíbrio ambiental (desmatamento, poluição, etc)

fenômenos naturais ( vulcões, terremotos, tsunami, etc.)

meio de comunicação

propaganda/consumismo

6. DINAMIZAÇÃO DO CAMPO DE EXPERIÊNCIA DO CURRÍCULO NA

RELAÇÃO COM OS ELEMENTOS DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

As possibilidades de trabalhar os conhecimentos do mundo natural são

variadas diante da própria infinidade de conhecimento construído pelo homem

em relação a esse mundo. É impossível delimitar conteúdos específicos, mas é

necessário provocar o encantamento, a curiosidade. Algumas posturas

precisam ser garantidas como observar, perguntar, levantar hipóteses, explicar,

utilizar fontes diversas de informação e representação, além de preocupar-se

com a aproximação em relação a alguns princípios básicos.

Cabe ao profissional da Educação Infantil possibilitar espaços, ambientes e

situações onde as crianças vivenciem, explorem, experimentem, observem o

meio natural em que vivem ao mesmo tempo em que interagindo com o

profissional e outras crianças, possam superar obstáculos, emitir opiniões,

avaliar as ações e tomar decisões expressas através da fala, desenhos,

gestos. Ao valorizar o poder de agir das mesmas com atividades que tenham

significado, contribuímos para desenvolver nas crianças a capacidade de

transformar e provocar mudanças no meio, nos elementos, nos objetos e nas

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pessoas, de criar novas formas de atividades e participação e de construir sua

identidade e autonomia.

Em relação aos espaços dentro ou fora da sala, esses devem ser acolhedores,

educativos, de modo a propiciarem maior aproximação das crianças com a

natureza, oportunizando-as brincar com água, barro, areia, grama, subir em

árvores, observar os pássaros, o sol, a chuva, as nuvens, cultivar diversas

plantas e despertar o sentimento de preservação do meio.

Na organização dos espaços faz-se necessário que eles sejam desafiadores,

com brinquedos interessantes e experiências estimulantes. Uma possibilidade

é a criação de cantos nos quais as crianças sintam-se seguras e tenham

autonomia para escolherem o que e onde desejam explorar.

Organizar os instrumentos de trabalho requer que o profissional utilize dos

variados recursos tecnológicos, de objetos com diferentes texturas, cores,

pesos, formas, sonoridades, sabores, temperaturas e também disponibilize os

materiais de uso coletivo em locais de fácil acesso para que as crianças

utilizem os quando desejarem.

Quanto a organização do tempo é necessário propor momentos em que a

exploração do mundo natural ocorra associada a momentos de reflexão,

permitindo à criança estabelecer relações. É importante também considerar

que o tempo ocioso é uma eternidade na visão da criança e os tempos de

espera entre uma atividade e outra devem ser evitados. Ao organizar rotinas

diárias o profissional precisa fixá-las em local visível, onde a criança, ao

consultá-las, possa se orientar em relação ao tempo e as atividades do dia.

No que se refere à organização das crianças, é importante garantir espaços

coletivos para que as crianças possam nas relações com os pares, com

crianças de outras idades e com os adultos, dizer, ouvir e refletir sobre os

saberes e os conhecimentos do mundo natural.

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Trabalhar esse campo de experiência não significa focar em conceitos ou

linguagem científica, mas sim propiciar a construção de conhecimentos e

saberes como o respeito pelos seres vivos, o uso consciente dos recursos

naturais, o reconhecimento da importância de cada um para a construção de

um mundo melhor, entre outros. Para isso, as crianças precisam aprender a

observar, levantar hipóteses, compará-las e socializá-las.

A manipulação de objetos, os ensaios e erros e possíveis hipóteses levantadas

pelas crianças só terão significado se forem orientadas, mediadas pelo

profissional da Educação Infantil. O escutar atento da fala das crianças dará

pistas de qual caminho seguir. Portanto, é papel do educador privilegiar as

brincadeiras e as atividades coletivas, encorajando as crianças a buscarem

respostas para as inúmeras indagações que elas se colocam.

Diante do exposto, é necessário que os profissionais:

considerem que a criança é um sujeito de direitos que constrói e

reconstrói cultura;

favoreçam o contato da criança com fatos diversos, desafiando-as a

pensar sobre o que observa;

descartem a crença de que as crianças nada sabem e que tudo é

necessário lhes ensinar pois elas trazem consigo vários saberes e

conhecimentos, construídos nas relações com seus familiares e pessoas

mais próximas;

respeitem o ritmo de cada criança, garantindo a participação de todos;

selecionem e testem os experimentos antes de serem realizados com as

crianças, evitando assim, atropelos ou a falta de algum material;

coloquem em discussão diversos temas, possibilitando a reflexão;

entendam que o raciocínio utilizado pela criança ao dar determinada

explicação, é feito de acordo com uma lógica própria;

reflitam sobre a prática pedagógica, com o intuito de romper com

fazeres sem intencionalidade;

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coloquem-se em postura de ouvinte em relação ao que as crianças tem

a dizer;

observem os interesses manifestados pelas crianças e lançem desafios;

compreendam, considerem e valorizem as idéias e hipóteses das

crianças;

planejem e prevejam possíveis situações e as diversas maneiras de

conduzi-las, estando sempre aberto ao imprevisível;

trabalhem o registro das hipóteses por meio das diferentes linguagens.

proporcionem variadas fontes de informação às crianças como:

jornais,revistas, livros, etc.;

extrapolem os espaços da instituição, propiciando maior aproximação

das crianças com o meio, com a natureza.

proponham excursões e passeios em parques, museus, praças,

zoológicos, e na comunidade;

elaborarem perguntas e aguardem as respostas sem pressa, permitindo

que as crianças formulem suas hipóteses;

estimulem a curiosidade e a criatividade das crianças;

possibilitem que as crianças re-signifiquem as experiências e construam

conhecimentos e saberes, ampliando seu universo cultural, através da sua

ação sobre os objetos, conhecendo as propriedades e as funções dos

mesmos;

privilegiem o desenvolvimento da criticidade, para que a criança possa

agir de forma positiva no mundo que a rodeia;

entendam o raciocínio utilizado pela criança ao dar determinada

explicação;

considerem os possíveis erros como etapa do processo de construção

de conhecimento;

selecionem atividades e informações que agucem o desejo da criança

querer aprender;

estabeleçam uma relação de parceria com as famílias, baseada no

diálogo e no respeito;

incentivem a postura investigativa: observação, a formulação de

hipóteses, a experimentação e a partilha de resultados com os colegas.

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7. REFERÊNCIAS

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FICHA TÉCNICA

PREFEITA MUNICIPAL Marília Aparecida Campos

VICE – PREFEITO Agostinho da Silveira SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA Lindomar Diamantino Segundo

SECRETÁRIO ADJUNTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA Dimas Monteiro da Rocha

COORDENADORA DAS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA Maria Elisa de Assis Campos

AUTORES (AS) DO DOCUMENTO CONSULTORIA PEDAGÓGICA Fátima Regina Teixeira de Salles Dias Vitória Líbia Barreto de Faria

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO INFANTIL Lucimara Alves da Silva Rosalba Rita Lima Valma Alves da Silva ASSESSORES (AS) DE EDUCAÇÃO INFANTIL DOS NÚCLEOS REGIONAIS DE EDUCAÇÃO

Cibelle de Souza Braga – NRE Industrial/Riacho Darci Aparecida Dias Motta – NRE Sede Érica Fabiana Beltrão Pereira – NRE Vargem das Flores Liliane Melgaço Ornelas – NRE Eldorado Maria Elizete Campos – NRE Petrolândia Micheli Virgínia de Andrade Feital – NRE Eldorado Sandro Coelho Costa – NRE Industrial/Riacho Silvia Fernanda Mutz da Silva – NRE Ressaca/Nacional Sônia Maria da Conceição Félix – NRE Sede

GRUPO DE TRABALHO RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO CADERNO A CRIANÇA E O MUNDO NATURAL Deize de Oliveira do Carmo Assunção - E.M. José Silvino Diniz Luzia Ferreira Gomes - Anexo Eustáquio Junio Matosinhos Maria Elizete Campos – Coordenação do Grupo Solange Rocha de Oliveira Amaral - CEI Jardim das Oliveiras

CO-AUTORES (AS)

Profissionais da Educação Infantil da Rede Municipal e da Rede Conveniada de Contagem