A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

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A consulta de eventos através do Social Media É o social media o principal meio de consulta e divulgação de eventos? Estudo Exploratório José Pedro dos Santos Cabral Ribeiro [email protected] Orientador Professor João Paulo Peixoto Mestrado em Gestão e Negócios IESF Business School Porto, Novembro de 2014

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A consulta de eventos através do Social Media

É o social media o principal meio de consulta e divulgação de eventos?

Estudo Exploratório

José Pedro dos Santos Cabral Ribeiro

[email protected]

Orientador – Professor João Paulo Peixoto

Mestrado em Gestão e Negócios

IESF – Business School

Porto, Novembro de 2014

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Abstract

The evolution of the Internet has been a big driver of the revolution that assists in the

communication world, a new society of communication mediated by the latest

information technology with tools that allow a direct connection between the elements

of social communities. The online media, especially social media, are of particular

importance both for the wider audience they reach, but also on ease of use and the

limited financial resources they need.

Social media and social networks are no longer seen as the future, but as present and

should be considered by stakeholders in a strategic and useful way for their goals are

achieved form.

In this study we sought to understand whether currently the main way to search events

is through social media and event consumers have difficulties in query and suggest

solutions to improve the search experience of the event.

Framed on the assumption of the use of technology, we studied the Technology

Acceptance Model, and one of its adaptations proposed by Gefen (2013) incorporating

the habit variable, which served as the inspiration and guide for the development of this

work.

The fieldwork was carried out by conducting a survey answered by 250 people with

results confirming that the social media is the primary means of dissemination.

It was also concluded that people recommend improvements in how events are currently

seeking, preferring to have a centralized way to aggregate and event information

disclosed by the major social networks.

This study is intended to contribute to a better understanding of the consultation and

disclosure of events through social media and also leaving clues for future

investigations.

Keywords: Social Networks, Social Media, Digital Media, Disclosure of events

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Resumo

A evolução da Internet foi a grande impulsionadora da revolução que se assiste no

mundo da comunicação, uma nova sociedade de comunicação mediada pelas recentes

tecnologias de informação com ferramentas que permitem uma ligação direta entre os

elementos das comunidades sociais. Os meios online, especialmente as redes sociais,

assumem particular importância quer pelo abrangente público que atingem, mas

também na facilidade de utilização e pelos poucos recursos financeiros que necessitam.

O social media e as redes sociais já não são encaradas como o futuro, mas sim como o

presente e devem ser considerados pelos vários stakeholders de forma estratégica e útil

para que os seus objetivos sejam atingidos.

Neste trabalho procurou-se perceber se atualmente a principal forma de consulta de

eventos é através do social media e se os consumidores de eventos tem dificuldades na

consulta e se apontam soluções para melhorar a experiencia da pesquisa de eventos.

Enquadrado no pressuposto da utilização de tecnologia, estudou-se o Modelo de

Aceitação Tecnológica, e uma das suas adaptações, a proposta por Gefen (2013) que

incorpora a variável Hábito, que serviu de inspiração e guia para o desenvolvimento

deste trabalho. O trabalho de campo foi realizado através da realização de um inquérito

respondido por 250 pessoas com resultados que confirmam que o social media é o

principal meio de divulgação.

Concluiu-se também que as pessoas preconizam melhorias na forma como atualmente

procuram eventos, preferindo ter de forma agregada e centralizada a informação dos

eventos divulgados pelas principais redes sociais.

Com este estudo pretende-se dar um contributo para uma melhor compreensão sobre a

consulta e divulgação de eventos através do social media, deixando também pistas para

investigações futuras.

Palavras-Chave: Redes Sociais, Social Media, Meios Digitais, Divulgação de eventos

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Índice de Figuras

Figura 1 Modelo Hipotético proposta STAM ................................................................... 19

Figura 2 Modelo de Aceitação da Tecnologia (TAM)...................................................... 23

Figura 3 Adaptação Modelo de Intenção Uso da Tecnologia (Gefen, 2003) .................. 24

Figura 4 Distribuição dos respondentes por género .......................................................... 26

Figura 5 Distribuição dos respondentes por número de eventos assistidos ..................... 28

Figura 6 Distribuição dos respondentes que são fãs ou seguem páginas redes sociais .. 29

Figura 7 Distribuição dos meios utilizados para consulta ou pesquisa de eventos ......... 29

Figura 8 Dificuldades na consulta ou procura de eventos ................................................ 30

Índice de Tabelas

Tabela 1 Distribuição por idade dos respondentes ............................................................ 27

Tabela 2 Distribuição por Habilitação Literária dos respondentes .................................. 27

Tabela 3 Distribuição por ocupação profissional .............................................................. 28

Tabela 4 Sugestões para melhorar a consulta ou procura de eventos. ............................. 30

Tabela 5 Onde consulta os eventos vs dificuldades na procura de eventos. ................... 31

Tabela 6 Onde consulta os eventos vs soluções para melhorar a experiencia................. 31

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Índice

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 6

2 REVISÃO TEÓRICA .................................................................................................................. 7

2.1 CONCEITOS ................................................................................................................................. 7

2.2 ESTUDOS ANTERIORES .......................................................................................................... 10

2.2.1 ESTUDO I .................................................................................................................................... 10

2.2.2 ESTUDO II ................................................................................................................................... 12

2.2.3 ESTUDO III ................................................................................................................................. 13

2.2.4 ESTUDO IV ................................................................................................................................. 15

2.2.5 ESTUDO V .................................................................................................................................. 18

3 ANÁLISE EMPÍRICA .............................................................................................................. 20

3.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................................................ 20

3.2 DADOS .......................................................................................................................................... 20

4 VARIÁVEIS A UTILIZAR NO MODELO E HIPÓTESES .................................................. 21

4.1 VARIÁVEIS .................................................................................................................................... 21

4.2 HIPÓTESES .................................................................................................................................... 22

4.3 MODELOS...................................................................................................................................... 23

5 METODOLOGIA ...................................................................................................................... 24

6 RESULTADOS ........................................................................................................................... 26

7 CONCLUSÕES .......................................................................................................................... 32

8 LIMITAÇÕES E INVESTIGAÇÃO FUTURA....................................................................... 33

9 IMPLICAÇÕES NA GESTÃO EMPRESARIAL................................................................... 34

9.1 PROMOTORES E ORGANIZADORES DE EVENTOS ............................................................................ 34

9.1.1 TRANSFERÊNCIA DOS MEIOS TRADICIONAIS PARA OS MEIOS DIGITAIS/SOCIAL MEDIA .... 35

9.1.2 UTILIZAÇÃO ATUAL DO SOCIAL MEDIA ................................................................................................ 35

9.2 EMPRESAS DE TECNOLOGIA .......................................................................................................... 35

10 AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... 36

11 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 37

11.1 ESTUDOS ANTERIORES .................................................................................................................. 37

11.2 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... 37

12 ANEXOS ..................................................................................................................................... 39

12.1 QUESTIONÁRIO ............................................................................................................................. 39

12.2 MENSAGEM ENVIADA POR LINKEDIN ............................................................................................ 42

12.3 MENSAGEM ENVIADA POR EMAIL.................................................................................................. 42

12.4 POST NO FACEBOOK ...................................................................................................................... 43

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1 Introdução

Os tempos modernos têm sido marcados por uma constante evolução tecnológica e o

desenvolvimento da Web 2.0 teve um impacto profundo com múltiplas repercussões nas

dinâmicas sociais e culturais, em particular, nos meios e formas de transmissão de

informação e comunicação.

Assistimos nos últimos tempos ao surgimento das aplicações de social media, e em

particular das redes sociais que revolucionaram a forma como as pessoas se informam

ou tomam conhecimento sobre o que está a acontecer, nomeadamente no que concerne a

eventos culturais e espetáculos.

Atualmente não é possível pensar em divulgação de informação sem associar de

imediato internet, Web 2.0, meios digitais e social media. A Web 2.0 refere-se a uma

nova geração de aplicativos ou ferramentas da Web que melhoram a capacidade dos

indivíduos em publicar a sua opinião, partilhar informações e colaborar com outros

através da internet.

O Youtube, Flickr, Facebook, Twitter e Google + são apenas alguns exemplos que

ilustram uma nova economia de produção colaborativa e partilha de informação online,

sendo o Facebook a rede social mais utilizada e mais popular. Estas novas ferramentas

aumentaram, facilitaram e modificaram a forma de comunicar entre os indivíduos, que

se reúnem online, formando grandes redes sociais. Esta comunicação em rede tem

aumentado exponencialmente.

Segundo o estudo A Internet em Portugal, Sociedade em Rede 2014, da Obercom

Observatório da Comunicação, 57,2% dos lares em Portugal têm acesso à internet e

72,9% da amostra afirma utilizar a Internet diariamente, sendo que 13,2% diz fazê-lo 3

ou 4 vezes por semana,

É esta crescente e continuada utilização das redes socias que motivou a realização deste

estudo.

Na Literatura disponível já se encontram vários estudos publicados, mas ainda assim

são relativamente escassos para a relevância que o tema merece e muito focados quase

exclusivamente sobre a rede social Facebook.

Na fase da análise empírica, investigar-se-á através dos resultados do inquérito

realizado, procurando compreender melhor o fenómeno da divulgação de eventos

através do social media, com o propósito de se ter uma visão mais abrangente

relativamente aos vários meios de divulgação que são utilizados, procurando perceber;

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onde se consulta ou procura os eventos e atividades, quais as dificuldades sentidas e

soluções que melhorem a experiência na procura de eventos.

Depois de grande reflexão e várias tentativas, encontrou-se o modelo que servirá de guia

e orientação para a análise e investigação das variáveis que melhor contribuem para a

realização da investigação proposta e formular as hipóteses que se pretendem testar.

A Análise Quantitativa foi realizada com recurso a inquérito por questionário aplicado

num meio digital, por forma a perceber as questões pesquisa.

Com este estudo pretende-se dar um contributo para uma melhor compreensão sobre a

consulta e divulgação de eventos através do social media, deixando também pistas para

investigações futuras.

2 Revisão Teórica

Tendo o presento estudo o objetivo de analisar junto dos consumidores de eventos qual

o impacto do social media na promoção e divulgação de eventos, neste capítulo

apresenta-se o enquadramento teórico deste tema. Nesse sentido, começa-se por abordar

de forma pormenorizada os conceitos envolvidos na realização deste trabalho e alguns

dos estudos mais relevantes e que contribuem de forma mais efetiuva para a realização

deste trabalho.

2.1 Conceitos

Social Media

Nos últimos anos verificou-se uma revolução na comunicação e a Internet revelou-se

um forte catalisador de mudanças na sociedade, tendo alterado drasticamente a forma

como o consumidor comunica, com quem comunica, e onde e quando comunica.

O aparecimento da Internet ofereceu aos consumidores novas formas para criarem os

seus conteúdos, partilharem as suas opiniões, preferências e experiências com outros

consumidores (Trusov et al., 2009).

Para as empresas, ofereceu a possibilidade de construir e manter relações entre as suas

marcas e os seus seguidores (Mangold e Faulds, 2009).

Com um número crescente de utilizadores nas plataformas digitais, observa-se um

abandono cada vez mais significativo por parte dos consumidores dos meios

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tradicionais de comunicação e publicidade como a rádio, as revistas, os jornais e a

televisão, em detrimento de um novo universo tecnológico onde os social media

assumem uma importância crescente (Mangold e Faulds, 2009).

Em Portugal, de acordo com o estudo A Internet em Portugal – Sociedade em Rede

2014 Obercom, praticamente a totalidade dos internautas portugueses utilizadores de

redes sociais têm perfil criado nas redes socias, com destaque para o Facebook que mais

à frente neste documento abordaremos com mais detalhe.

O social media ou redes sociais são, plataformas ou instrumentos como o Hi5, o Orkut,

Facebook,V Kontakte, QQ, Zing, Mixi e muitas outras (Cardoso, 2011)

Tendo por base a importância que as redes sociais têm assumido, num estudo realizado

pela Pew Research Center em 2013 nas Organizações de Arte financiadas pela NEA

(National Endowment for the Arts) nos EUA constatou-se que 97% têm presença em

pelo menos uma de 30 redes sociais que foram dadas nas respostas e 56% tem presença

em 4 a 9 redes sociais.

Classificação dos social media

Na literatura há várias abordagens quanto à classificação dos social media, a que não é

alheio o fato de nos últimos anos terem aparecido novos tipos de social media. As

diferentes aplicações de social media têm sido então agrupadas em várias categorias de

acordo com as suas especificidades. Kaplan e Haenlein (2010) classificam os social

media em seis diferentes categorias: projetos colaborativos, blogues, comunidades de

conteúdo (por exemplo, Youtube); websites de redes sociais (por exemplo o Facebook),

virtual games worlds e virtual social worlds.

Mangold e Faulds (2009) destacam os websites de redes sociais, as comunidades de

conteúdo como o Youtube e Flickr, blogues de utilizadores e blogues/websites de

empresas, websites colaborativos como a Wikipedia, virtual worlds; comunidades de

comércio; websites de redes sociais profissionais; entre outros.

Facebook

Dada a importância que o Facebook assume atualmente na sociedade e a importância

que tem na divulgação de eventos, vamos debruçar mais a fundo na análise desta rede

social.

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O Facebook é atualmente a maior rede social e um fenómeno de popularidade a nível

mundial. A prová-lo estão as estatísticas que apontam para mais de 1,35 mil milhões de

utilizadores ativos em Setembro de 2014 e uma média de 864 milhões de utilizadores

diários. (Facebook, 2014)

Portugal não foge à tendência onde o Facebook é a rede social com mais utilizadores,

onde 98,0% dos internautas portugueses utilizadores de redes sociais têm perfil criado

na rede Facebook (A Internet em Portugal – Sociedade em Rede 2014 Obercom).

Eventos

Um evento é definido como uma celebração que envolve um acontecimento especial, na

medida, em que se refere a um marco propositado, planeado e organizado (Duarte,

2009).

Os eventos culturais possuem uma característica distinta: a relação com alguma das

artes. Neste caso compreende-se por “artes” a música, pintura, escultura, cinema, a

representação, onde ainda se podem englobar as peças de teatro, os festivais, concertos e

espetáculos de música, feiras artísticas, entre outros (Duarte, 2009).

As funcionalidades mais populares entre os utilizadores de redes sociais em Portugal

dizem respeito a comunicação direta, como é o caso da Divulgação de Eventos que no

estudo da Obercom de 2014 surge com quase 36%.

Divulgação de Eventos

O social media, especificamente o Facebook, tem uma relação positiva sobre o

comportamento e atitudes Valenzuela, Park, & Kee’s (2008) e entre a leitura dos

convites recebidos para eventos culturais e a aceitação e participação neles, e que a taxa

de participação em eventos é maior naqueles que leem os convites. (Rebelo, Márcia e

Alturas, Bráulio, 2011)

Por outro lado para Vicente, Cristiana de Brito (2012) não há uma forte relação entre a

aceitação de convites e participação em eventos divulgados através do Facebook ou

seja, mesmo que a tendência de que quem lê os convites seja a de participar mais nos

eventos culturais, isto não acontece com a maioria dos utilizadores.

De acordo com o estudo do Pew Research Center realizado nos EUA em Agosto de

2011, a percentagem de pessoas que assistiu a eventos nos 12 meses anteriores

aumentou significativamente no caso de pessoas que seguem nas redes sociais artistas,

grupos, galerias ou locais.

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“No que diz respeito aos fatores que determinam a participação num evento promovido

pelo Facebook, mais de metade dos utilizadores identificou o interesse pelo evento e o

interesse pelo artista como os factores que mais influencia a decisão de participar num

evento.” Cristiana de Brito Vicente (2012).

Os meios digitais de divulgação de eventos têm uma eficácia muito mais elevada

comparativamente com os meios tradicionais como cartazes e jornais (Ferreira, Bruno

(2013).

No estudo da Pew Research Center (2) efetuado a organizações de Artes e publicado em

Janeiro 2013, quando questionados a dar exemplos específicos de resultados positivos

do uso de social media, as organizações forneceram muitos exemplos positivos,

relacionados com o aumento da participação em eventos e mais venda de entradas.

Uma das principais razões pela utilização do social media é manter-se atualizado quanto

à realização de eventos (Zammit, 2012).

2.2 Estudos Anteriores

Apesar de ser um tema ainda recente, já há alguns estudos sobre o envolvimento do

social media na promoção e divulgação de eventos, embora da análise efetuada, a

maioria dos trabalhos existentes incidirem principalmente sobre o Facebook e também

alguns sobre a criação e desenvolvimento de plataformas para a promoção e divulgação

de eventos.

O Facebook é atualmente a rede social com maior número de utilizadores em todo o

mundo, razão pela qual a maioria dos estudos incide sobre esta rede social.

Dos vários estudos consultados, apresentam-se de seguida aqueles que se consideram

mais relevantes para o tema em discussão neste documento.

2.2.1 Estudo I

O estudo realizado em 2012 por Cristiana de Brito Vicente1 do ISCTE – Instituto

Universitário de Lisboa, sobre Redes Sociais Online e Consumos Culturais: Facebook,

um estudo de caso, trata esta rede social como agenda cultural do ponto de vista do

consumidor, analisando o tipo de eventos culturais que circulam nesta rede social online

1 Mestre em Comunicação Cultura e Tecnologias de Informação

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para perceber se as pessoas chegam mesmo a ir ao evento e procurando saber se

consomem in loco essa cultura e quais os perfis sociais destes.

Do ponto de vista metodológico foi aplicado um conjunto de questionários online a

utilizadores de Facebook que receberam convites para eventos culturais, tendo sido

recebidas 442 respostas, das quais foram validades 341.

Relativamente à amostra esta caracterizou-se por ser bastante jovem, com idade média

de 25 anos, sendo que 66% com idade entre os 18 e os 25 anos. Relativamente ao

género 65,71% dos respondentes são feminino e 34,29% masculino.

No que diz respeito às habilitações literárias, de acordo com a autora “se tivermos em

conta o facto de esta amostra compreender um total de 303 respostas, é possível afirmar

que estamos perante uma amostra com um bom nível de escolaridade”, pois mais de

60% tem formação superior, com 40% de licenciados e 21,8% com pós-

graduação/mestrado.

No que se refere à situação profissional dos inquiridos 52, 4% são estudantes, 27,9%

estão empregados, 10,3% trabalham e estudam ao mesmo tempo, 4,7% encontram-se

desempregados. Os reformados/aposentados são 0,9% e os inquiridos que responderam

sem atividade profissional são 0,6%.

O estudo avalia ainda a utilização do Facebook à frequência de utilização, verificando-

se que mais de metade dos inquiridos (263) revelou aceder à sua página do Facebook

todos os dias, correspondendo a 77,1% da amostra composta por 341 utilizadores desta

rede social e que 63,5% tem a sessão ligada todo o dia ou acede pelo menos 2 vezes por

dia ao Facebook.

Das outras questões colocadas, as que interessam para o estudo que vamos realizar são

as referentes à participação em eventos culturais para os quais tenham recebido convite

pelo Facebook. O estudo analisa a participação nos eventos através da resposta dada ao

convite, verificando-se que de facto quem opta por “aderir” aos convites participa, em

média, mais do que a maioria das vezes (3,36), escala de medida – (1) nunca ou quase

nunca a (5) sempre ou quase sempre.

Outra questão interessante é a relacionada com os fatores que influenciam a participação

em eventos, e que de acordo com as respostas, as que têm um valor médio mais

próximo de 8 (Influenciam totalmente) são o interesse pelo evento (7,25) e o interesse

no artista/grupo artístico (7,19), que exercem assim um papel mais determinante nas

práticas culturais dos utilizadores da plataforma.

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12

Das conclusões do estudo de Cristina de Brito Vicente, no que diz respeito aos fatores

que determinam a participação num evento promovido pelo Facebook, ao contrário do

que se julgava, “as críticas dos amigos sobre os eventos” e “ a companhia dos amigos”

não influenciam (segundo o discurso dos inquiridos) a decisão dos utilizados quando o

que está em causa é a participação num evento.

Através do questionário realizado reuniu-se um conjunto de variáveis para compreender

melhor as potencialidades da plataforma na divulgação de eventos e verificou-se que a

maioria dos inquiridos concorda e concorda completamente que passou a receber mais

informação cultural através do Facebook do que qualquer outro meio de informação

(55%) e cerca de 80% dos utilizadores concorda que o Facebook é um bom meio de

promoção de eventos. É esta última afirmação que se vai procurar enquadrar na

investigação a realizar.

Este estudo revela também uma crescente tendência para a partilha de informação por

via das TIC, evidência empírica que conforme refere a investigadora, “servirá de

chamada de atenção” aos agentes implicados no campo cultural e sua promoção, no

sentido de repensarem as vias tradicionais de promoção de conteúdos”. Esta conclusão

vai contribuir para o enquadramento geral do estudo que se pretende realizar.

2.2.2 Estudo II

A dissertação de Mestrado de João Arantes2, A Importância da Comunicação Online na

Gestão de Eventos: o Caso do Barcelona Festival of Song, centra-se na importância da

comunicação online relativamente à gestão de eventos, principalmente no processo de

comunicação do Barcelona Festival of Song. Trata-se de um estudo de caso sobre o

referido festival, ao qual se procedeu a uma auditoria ao processo de comunicação.

Para tal, o autor procurou responder a questão “Qual a importância da comunicação

online para a promoção/divulgação dos eventos?”, testando 3 Hipóteses:

H1 – Os meios online potenciam de forma eficaz a comunicação dos eventos;

H2 – A comunicação online é um benefício para a comunicação de eventos;

H3 – A comunicação online dá mais visibilidade aos eventos.

2 Mestre em Ciências da Comunicação

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13

Das conclusões retiramos que o autor provou as hipóteses enunciadas, utilizando como

base os resultados na auditoria ao BFOS. Relativamente à H1, os meios online

potenciam eficazmente a comunicação dos eventos visto que uma média de 25 pessoas

responderam “vou” ou “talvez” aos convites para os eventos do festival realizados

através do facebook. Há também a pessoas que compareceram aos eventos, e que apesar

de não terem respondido ao convite feito no facebook disseram que tomaram

conhecimento dos mesmos através de meios online. A Hipótese 2, o investigador

acredita que ficou comprovada com o enquadramento teórico e as fontes usadas, que

reflete a crescente importância dos meios online e o crescente investimento nos mesmos

por parte das empresas e instituições, que no caso do BFOS é provada pelo uso quase

exclusivo destes meios. Por fim a H3, ficou provada com a assistência aos eventos dos

BFOS, uma média de 120 pessoas em cada evento, e pelo número de participantes, 6, no

curso de verão.

Conclui este estudo que se conseguiu demonstrar que os meios online de comunicação

são realmente importantes e cada vez mais indispensáveis nos processos de

comunicação de todo o tipo de eventos e principalmente dos eventos musicais. É esta

conclusão, num contexto mais geral de eventos, que se vai procurar confirmar no

âmbito do estudo a desenvolver.

2.2.3 Estudo III

Em 2011 Márcia Rebelo3 e Bráulio Alturas

4 apresentaram na Conferencia Anual da

Academia de Marketing, na Escola de Gestão da Universidade de Liverpool o Artigo

Redes Sociais como ferramenta de Marketing - Estudo da participação em eventos

culturais promovidos pelo Facebook.

Este estudo aborda o tema das redes sociais incidindo na participação em eventos

culturais divulgados através de redes sociais, especialmente pelo Facebook. A questão

principal deste estudo e que despertou o interesse é: Quais são os principais fatores que

levam à aceitação de convites e participação em eventos culturais promovidos através

do Facebook? Para responder a esta questão levantaram-se 4 hipóteses nas quais os

autores se basearam para desenvolver um modelo conceptual que identifica os fatores

3 Master pelo ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa

4 Professor Assistente no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa

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14

que influenciam os utilizadores do Facebook para aceitar convites enviados através

desta rede social e participar nos eventos.

A abordagem metodológica foi definida em 2 fases. A primeira para saber os fatores

determinantes para aceitar convites enviados pelo Facebook e para que tipo de eventos

os utilizadores gostariam de receber convites pelo Facebook. Para tal procedeu-se à

realização de um estudo preliminar que consistia no envio de 2 questões para uma

amostra de 50 utilizadores de Facebook, que foi respondido por 34 indivíduos. Desta

forma, as variáveis consideradas em algumas questões do questionário, tiveram a sua

origem nas respostas ao estudo preliminar.

A segunda fase, quantitativa, consistiu na realização de um questionário construído

primeiramente com questões fechadas ou indicadores, contribuindo assim para

quantificar as variáveis mais significativas. O questionário apresentava algumas das

razões que poderiam ser ou não, as principais razões para utilizarem o Facebook. Este

questionário online foi realizado a 396 utilizadores do Facebook.

Com base na análise das respostas os autores identificaram as 5 principais razões

indicadas foram “estar perto dos amigos” (40.4%)," partilhar ideias" (26.5%), "por

divertimento" (25,5%), "pertencer a uma rede social" (20.5%) e “aprender coisas novas"

(19.9%). Apesar de não terem sido indicadas pelos respondentes como uma das 5

principais razões, é relevante o facto de 42,9% terem indicado que “receber convites

para eventos culturais” é uma das razões para usarem o Facebook, apesar de só 2%

indicarem que é a principal.

Há outros indicadores retirados do inquérito referentes ao envio de convites que não têm

interesse para o estudo que vamos realizar, pelo que não se vai fazer referência.

Relativamente ao grau de concordância dos utilizadores do Facebook sobre a

divulgação de eventos culturais através desta rede social, 68,9% dos entrevistados

revelaram que concordam que "o Facebook é uma boa maneira de promover eventos

culturais". Em relação ao fato de mais entidades culturais promoverem os seus eventos

em redes sociais, 55,6% dos entrevistados concordam com esta afirmação. Cerca de

66,2% dos entrevistados também concordam que as entidades devem promover seus

eventos culturais através do Facebook, afirmando que os comerciantes também devem

promover os eventos através desta rede social (69,7%).

Outra questão importante prende-se com a percentagem de 53,8 dos respondentes

acreditarem que se receberem mais convites, participam em mais eventos.

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Do universo de 396 utilizadores do Facebook que responderam ao inquérito, 24%

disseram que recebem mais convites para eventos culturais através de outros meios do

que do Facebook, enquanto 19,4% consideram que recebem mais convites para eventos

culturais através do Facebook do que outros meios de divulgação.

Márcia Rebelo e Bráulio Alturas (2011) concluem que a rede social Facebook é uma

boa forma de promover eventos culturais. Enquadrado no social media e por se tratar da

principal rede social, esta conclusão o que se vai procurar reafirmar no trabalho que se

vai desenvolver.

2.2.4 Estudo IV

Em 2013 Marco Silva5 apresentou a Tese de Mestrado em Sistemas e Tecnologias de

Informação para organizações, Plataforma para Divulgação de Eventos, que se

concentrou na criação de uma plataforma Web que pretende colmatar uma necessidade,

que inicialmente era uma carência pessoal, mas que após abordar outras pessoas,

verificou-se que essa mesma necessidade é partilhada por um grande número de

indivíduos e entidades.

A plataforma que se propôs desenvolver tinha como principal objetivo tornar-se um

ponto de referência para a divulgação e consulta de eventos das mais variadas áreas,

disponibilizando às entidades que assim o pretendam a possibilidade de divulgar os seus

eventos, e noutra perspetiva disponibilizar informação sobre os eventos que irão ocorrer

num determinado dia e local a quem pretenda estar informado.

No desenrolar doe projeto, efetuaram-se análises sobre os vários serviços que já existem

nesta área, de forma a conseguir perceber os seus pontos fortes e fracos, que

contribuíram para a melhoria da plataforma em desenvolvimento. Para o autor esta é a

primeira plataforma deste tipo, pois as existentes na área da propagação de eventos não

podem ser consideradas como pontos de referência, mas no entanto foram analisadas

aquelas que desempenham funções semelhantes ou que se aproximem do pretendido

para este projeto.

A avaliação da plataforma será efetuada posteriormente ao seu desenvolvimento, ficando

em aberto neste projeto a implementação de novas funcionalidades e a inclusão de novas

pessoas no futuro, com vista a receber novas ideias e futuros melhoramentos. Prioritário

5 Mestre em Sistemas e Tecnologias de Informação para as Organizações

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16

será a sua restruturação ao nível visual, de forma a tornar a sua interação mais apelativa e

agradável, e também o desenvolvimento de uma aplicação para acesso por dispositivos

móveis.

Para alcançar o principal objetivo de desenvolvimento de uma plataforma para divulgação

de eventos, elaborou-se uma pesquisa sobre o que as pessoas e instituições pretendem num

serviço deste género, focando-se na satisfação dos futuros clientes da plataforma,

contribuindo com ideias, correções e melhorias para o desenvolvimento do projeto, de

forma a torná-lo mais próximo dos seus utilizadores.

Esta plataforma pretende ser um intermediário entre quem divulga os eventos e quem

pretende estar informado sobre os acontecimentos nacionais, tendo como meta, tornar-se

um ponto de referência em Portugal, que para o autor é um objetivo difícil de alcançar mas

não impossível.

Tendo por base a premissa anterior, foi elaborada uma pesquisa para compreender se as

pessoas e instituições utilizam ou têm conhecimento de alguma plataforma que lhes permita

a consulta ou divulgação de eventos; e caso utilizem, perceber se estão satisfeitos com a sua

experiência de utilização, e respetiva plataforma.

Os inquéritos realizados tiveram dois grupos alvos distintos, por um lado as instituições

com potencial interesse em divulgar os seus eventos, e também as pessoas em geral que

terão ou poderão vir a ter, interesse numa solução que lhes possibilite ermita ficar

informadas sobre os acontecimentos a decorrer no país.

Relativamente às instituições, verificou-se que a esmagadora maioria (96%) faz divulgação

dos eventos e que cerca de 41% gasta mais de €300,00 mensais, dos quais 32% gastam mais

de €300,00.

Quando questionados sobre se conhecem alguma plataforma de divulgação de eventos,

tendo em conta que as afirmativas referiam-se essencialmente às suas páginas institucionais,

e ainda um pequeno grupo de instituições que referiu o uso de redes sociais como páginas

de divulgação, concluiu-se que o valor de cinquenta e dois porcento de respostas

afirmativas, será na realidade muito inferior se pensarmos numa plataforma especifica para

divulgação de eventos. À questão sobre o uso de plataformas web para divulgação dos

eventos, mais de metade dos inquiridos (58%), afirma a sua utilização, embora a grande

maioria utilize as suas páginas institucionais, não um portal específico para esse fim.

As instituições foram também questionadas sobre a importância de uma plataforma de

divulgação de eventos, as respostas dos inquiridos mostram que uma plataforma deste tipo

será muito bem aceite e terá utilidade para as instituições, conforme atestam 76% dos

inquiridos que escolheram o valor 4 e 5, numa escala de escala de valores em que o valor

Page 17: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

17

mais elevado, cinco, representa muito importante e o valor um, representa pouco

importante.

Concluindo, de acordo com as respostas, para as instituições inquiridas pode-se afirmar, que

a maioria tem necessidade e pretendem fazer divulgação dos seus eventos, pese embora

algumas já o fazerem utilizando a internet, mas sem terem um local especifico para o efeito.

Relativamente aos questionários realizados a pessoas individuais, verificou-se que 51% são

do sexo feminino e 49% masculino, e que a grande maioria (86%) estão ativos

profissionalmente.

Quando questionados se têm conhecimento de alguma plataforma internet para divulgação

de eventos, 83% dos inquiridos responderam negativamente, se bem que dos que

responderam conhecer 55% indicaram o Facebook.

Por fim, os inquiridos manifestaram bastante interesse numa plataforma de divulgação de

eventos, como se atesta pelos 70% dos inquiridos que escolheram o valor 4 e 5, numa escala

de valores em que o valor mais elevado, cinco, representa muito importante e o valor um,

representa pouco importante.

Conclui-se que embora exista um grande interesse por parte de pessoas em utilizar a

internet para consulta de eventos, os inquiridos não conhecem ou não há ainda não existe

uma plataforma em Portugal que sirva de ponto de referência para o efeito.

Foi colocada outra questão relevante quer para as pessoas individuais quer às instituições,

relativamente à importância de uma aplicação móvel para divulgação de eventos, que revela

que 77% dos indivíduos e 75% das instituições, escolheram 4 e 5, numa escala de valores

em que o valor mais elevado, 5, representa muito importante e o valor um, representa pouco

importante.

Por último, os inquiridos foram também questionados sobre a importância da integração

com as diferentes redes sociais existentes e responderam que tanto as pessoas individuais

como instituições acham esta funcionalidade uma mais-valia para a plataforma.

Neste trabalho avaliam-se outras questões, assim como são apresentados os detalhes

técnicos para o desenvolvimento da plataforma, mas que pelo facto de não serem relevantes

no âmbito do estudo que vamos desenvolver, não se vai fazer referência.

Este estudo revela pistas quanto a soluções para melhorar a experiencia das pessoas no

processo de consulta de eventos através do social media, que se vai procurar comprovar no

âmbito deste trabalho.

Page 18: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

18

2.2.5 Estudo V

O trabalho levado a cabo por Woojin Lee6 and Cody Morris Paris

7 (2013) propõe um

Modelo de Aceitação de Tecnologia Social (STAM), como uma extensão do Modelo de

Aceitação de Tecnologia (TAM), para examinar a influência da confiança, da força das

relações e satisfação percebida, na formação de atitudes por parte dos consumidores em

relação a Facebook e à intenção na participação em eventos. O objetivo deste estudo é

investigar como a confiança e a força das relações sociais entre os usuários do Facebook

impacta as intenções subsequentes e comportamentos futuros em relação aos eventos.

Este objetivo leva a duas questões importantes:

1. Como é que a confiança e a força das relações entre os utilizadores do Facebook

melhora a sua atitude para com a aceitação de páginas de eventos no Facebook?

2. Como é que esta aceitação de páginas de eventos do Facebook impacta nos

utilizadores em assistir ao evento.

Para endereçar estas questões, este estudo propõe um modelo de aceitação de

Tecnologia Social (STAM), que é uma extensão do Modelo de Aceitação de Tecnologia

(Technology Acceptance Model - TAM) incorporando os fatores de partilha de

conhecimentos. Esta fundamentação teórica fornece a base para explorar o papel que as

relações desempenham na utilização de páginas do Facebook como ferramenta de

marketing.

6 Ph.D., Professor Assistente, School of Community Resources & Development, Arizona State

University 7 PhD. Conferencista Sênior e Coordenador do Programa de Ciências Sociais em Middlesex University

Dubai.

Page 19: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

19

.

Figura 1 Modelo Hipotético proposta STAM

A modelo STAM proposto, é uma extensão da TAM e incorpora os fatores de partilha

de conhecimentos, incluindo confiança, força dos relacionamentos, e prazer percebido.

Além disso, este estudo testa a extensão do modelo TAM dentro do contexto das

intenções de utilizadores do Facebook para participar em eventos especiais para os quais

foram convidados através de "páginas de eventos do Facebook.

Os dados deste estudo foram recolhidos através de inquérito web disponibilizado na

Primavera de 2009 ao longo de 8 semanas selecionadas em que aconteceram eventos

especiais em Phoenix, Arizona, EUA. O inquérito online foi enviado para 800

indivíduos que se tornaram fãs de 3 diferentes páginas de eventos do Facebook, ao qual

responderam cerca de 20% obtendo assim uma amostra de 155 respostas válidas.

As características demográficas dos 155 entrevistados indicam que 43% eram do sexo

masculino e 57% eram do sexo feminino. Relativamente à idade 52,3% tinham entre 18

e 24 anos, 25,8% entre 25 e 34 anos, 14,8% entre 35 e 44 anos e com mais de44 anos

7,1% dos respondentes.

Curiosamente, a maioria dos entrevistados (93,5%) indicaram que tinham sido

previamente convidados para um evento através de Facebook diferente do evento em

estudo, e quase metade dos participantes (54%) responderam que tinham anteriormente

procurado informações sobre eventos locais através do Facebook. Setenta e um por

cento dos entrevistados relataram que já tinham estado no festival / evento antes desta

visita. Este estudo conclui que, após testado empiricamente o modelo STAM, os fatores

prévios que influenciam a adoção do Facebook, sugerem que os fatores de partilha de

conhecimento (confiança, força das relações e motivações hedónicas) têm um efeito

significativo sobre os utilizadores. Outras conclusões estão alinhadas com estudos

Page 20: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

20

anteriores, nomeadamente, no que diz respeito ao facto da confiança poder aumentar as

interações sociais dos usuários e que pode afetar o prazer percebido e mais interessante,

a força dos laços sociais no Facebook teve um efeito mais significativo sobre prazer

percebido que a confiança das informações fornecidas pelo Facebook. O prazer

percebido e a facilidade de uso percebida são preditores mais fortes do que a utilidade

de uso percebida, no contexto dos sistemas de hedônicos, como sites de redes sociais.

Este estudo contribuiu significativamente para a identificação do modelo que vai servir

de suporte à investigação que se pretende realizar, bem como o facto de este comprovar

o forte impacto que a atitude para usar o Facebook tem sobre a intenção em assistir a

um evento.

3 Análise Empírica

3.1 Definição do problema

Atualmente assiste-se a uma disseminação de informação pela Web, onde se inclui a

divulgação e promoção de eventos. A mudança dos meios tradicionais para os meios

digitais tem sido uma realidade nos últimos tempos e para tal muito contribuiu o

exponencial aumento de utilização das redes sociais. Paralelamente, apesar de em menor

escala, os meios tradicionais de divulgação ainda continuam a ser utilizados pelo que em

muitos casos há uma duplicação de recursos e esforço por parte de quem pretende promover

eventos.

No contexto empresarial este tema tem impacto na estratégia de marketing e de

comunicação pelo que é oportuno efetuar-se um análise ao estado atual e perceber como

esta mudança está a ser encarada pelos consumidores e utilizadores das redes sociais.

O problema que se coloca neste estudo é perceber se o social media é atualmente o

principal meio de consulta de eventos e se é essa a tendência de futuro.

Para tentar responder ao problema avaliar-se-á junto dos consumidores de eventos qual

o impacto que o social media tem na pesquisa de eventos e quais as dificuldades

sentidas bem como se apontam soluções que possam melhorar a sua própria experiencia

de utilização das redes sociais na pesquisa de eventos.

3.2 Dados

Pela dificuldade em constituir uma amostra probabilística, a investigação recaiu sobre

uma amostra não probabilística por conveniência e pelo método snowball. Face aos

Page 21: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

21

objetivos propostos para esta pesquisa, entendeu-se que a amostra permitiria analisar as

questões de investigação, pelo que não se justificava a procura de uma amostra

representativa da população.

Este trabalho utiliza uma amostra de 250 indivíduos, que voluntariamente responderam

a um inquérito online de 11 perguntas de resposta rápida, disponibilizado no Google

Docs durante 3 semanas, de 25/9 a 20/10 de 2014.

Para realizar este questionário, foi disponibilizado um inquérito online divulgado

através do perfil do Facebook para os 255 amigos e para as 530 conexões do Linkedin

do autor, bem como através do envio por correio eletrónico para mais 20 contactos.

Foi pedido também a divulgação pelos contatos de cada um, pelo que apesar de não se

conseguir quantificar, o universo será seguramente superior aos 805 indivíduos. São

indivíduos tanto do género masculino como feminino, de várias nacionalidades, mas

maioritariamente portuguesa, com idade superior aos 13 anos e com acesso à internet.

4 Variáveis a utilizar no modelo e Hipóteses

4.1 Variáveis

Esta fase revelou-se um desafio constante, na medida em que a ideia inicial

relativamente ao modelo a utilizar foi sendo questionada quando se avançava na

definição do problema e consequentemente das hipóteses que se pretendiam levantar.

O Modelo TAM pressupõe a existência de variáveis externas que influenciam a intenção

comportamental. Como o modelo TAM foi adaptado com incorporação da variável

Hábito proposta por Gefen (2003), consideramos esta variável para o estudo.

A variável externa Hábito refere-se aos indivíduos que no 6 meses anteriores à

realização do inquérito para este estudo, assistiram a eventos e que responderam utilizar

o social media para consultar eventos.

As variáveis dependentes consideradas nesta investigação são a Facilidade de Uso

Percebida e Intenção de Utilizar Tecnologia, que foram avaliadas com base nas opções

que foram colocadas aos inquiridos para cada uma:

Page 22: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

22

Facilidade de Uso Percebida

normalmente não encontro com facilidade na minha área geográfica coisas que

pretendo ver ou fazer

a informação está dispersa por diversos sítios

a informação e agendas estão desactualizadas e tenho de pesquisar em vários sítios

nos sites onde vou é dificil encontrar de forma rápida a agenda do dia

não tenho dificuldades em encontrar o que procuro ver, escutar ou fazer

Intenção de Utilizar Tecnologia

Estou bem servido com os meios que utilizo

Um mapa com tudo o que se passa, na hora ou para o futuro

Uma aplicação ou plataforma que me dê recomendações baseada nos meus gostos e

actividade dos amigos/família.

Um directório / guia com os espaços, locais ou promotores mais activos.

uma app mobile (aplicação móvel) com mapa

Uma agenda que me indique em 2 passos o que há para ver e fazer conforme o meu

gosto ou local

4.2 Hipóteses

O Objetivo Geral deste estudo é o perceber no contexto da pesquisa e consulta de

eventos e junto dos consumidores de ventos, qual o contributo do social media, pelo que

para tal vamos investigar o seguinte:

Esta é a grande questão, a hipótese que vamos testar e procurar responder com a

realização deste estudo.

Hipótese

O social media é o principal meio de consulta e pesquisa de eventos

Page 23: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

23

4.3 Modelos

Como este estudo tem por base a utilização da tecnologia, ao longo da pesquisa efetuada

foi possível identificar diversas teorias que tentam prever o impacto da tecnologia no

comportamento humano. Dessa pesquisa, o modelo que se entendeu melhor enquadrar-se

no âmbito do estudo em questão é o modelo proposto por Davis e Venkatesh em 1996,

designado por Teoria de Aceitação da Tecnologia (TAM – Tecnhology Acceptance

Model). Este modelo afirma que para existir uma resposta comportamental é necessário

existir uma intenção, sendo que esta intenção resulta de respostas cognitivas ou crenças,

e estas por sua vez dependem de estímulos externos. Neste caso concreto, Davis e

Venkatesh (1996) definem que os estímulos externos são as variáveis externas, as

respostas cognitivas são a utilidade percebida e a facilidade de uso percebido, a intenção

comportamental é o consumo de eventos, enquanto a resposta comportamental é

definida como sendo o uso dos recursos atuais.

O modelo de aceitação tecnológica pressupõe que o uso atual e real de um sistema é

sempre precedido por uma intenção comportamental. Os efeitos das variáveis externas

na intenção comportamental são neste contexto mediados pela utilidade percebida e pela

facilidade de uso percebida. Assim, a utilidade percebida e a facilidade de uso afetam a

intenção comportamental de um individuo na utilização de determinado sistema e

consequentemente o uso real do sistema. ((Davis e Venkatesh, 1996 e 2000).

Figura 2 Modelo de Aceitação da Tecnologia (TAM)

No entanto Gefen (2003) sugere que os estudos do modelo TAM não avaliam os aspetos

relativos ao hábito para os utilizadores experientes com o uso da tecnologia, focando-se

essencialmente nos novos utilizadores. Por este facto é que Gefen propõe, que o fato

hábito seja considerado, na medida em é importante constructo para a explicação da

atitude e intenção de uso da tecnologia, principalmente quando os envolvidos ganham

experiência. No seu entendimento, os hábitos complementam o modelo TAM, e vice-

versa, especialmente na aplicação sobre os constructos Utilidade Percebida e Facilidade

Page 24: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

24

de Uso percebida. A justificação do impacto dos hábitos nos comportamentos é o fato

de que, uma vez automáticos ou sem uma decisão consciente, são praticamente

incorporados, com uma maior facilidade, nas ações do dia-a-dia. (Alves da Costa Filho,

et. Al, 2014). Desta forma o hábito é incorporado no modelo TAM, como uma variável

independente que influencia a principal variável dependente, intenção de uso, bem

como as outras duas variáveis independentes, utilidade percebida e facilidade de uso.

Figura 3 Adaptação Modelo de Intenção Uso da Tecnologia (Gefen, 2003)

Para a realização deste trabalho, o modelo TAM com incorporação da variável proposta

por Gefen vai ser utilizado como modelo de orientação e inspiração para análise e

investigação da hipótese colocada.

O Objetivo Geral deste estudo é o de investigar se atualmente o principal meio de

consulta e pesquisa de eventos é o social media.

Partindo para a procura de resposta, na sequência da revisão da literatura e tendo como

enquadramento o Modelo TAM, vamos também analisar tendências e outras linhas de

evolução no contexto da pesquisa de eventos através do social media.

5 Metodologia

No presente capítulo é apresentada a metodologia adotada na componente empírica,

bem como todo o processo de construção do questionário, definição da amostra, recolha

e tratamento dos dados.

Hábito

Facilidade de

Uso Percebida -

PEOU

Utilidade

Percebida - PU

Intenção de Uso

da Tecnologia

Page 25: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

25

Como ainda há poucos estudos que conjuguem o consumo de eventos através da sua

pesquisa utilizando o social media, este trabalho é um estudo exploratório que assentou

a sua estrutura inicialmente na revisão da literatura, que nos conduziu à identificação do

Modelo de Aceitação de Tecnologia TAM. Tratando-se de tecnologia e da sua

utilização, entendeu-se como útil ao desenvolvimento do trabalho utilizar como

referencia e guia de investigação o Modelo de TAM, que destaca o impacto das

variáveis externas nos constructos Utilidade Percebida, Facilidade de Uso Percebida e

Intenção de Uso de Tecnologia, no entanto para este estudo vamos nos focar apenas nos

dois últimos. A avariável externa considerada foi o Hábito, conforme proposto por

Gefen, na medida em que é um importante constructo para a explicação da atitude e

intenção de uso da tecnologia, e que no seu entendimento, os hábitos complementam o

modelo TAM,

O enquadramento através do Modelo, considerou os constructos referidos, pelo que se

procedeu à realização de um questionário de 11 perguntas, onde para além da

caracterização sociodemográfica da amostra, se procurou perceber as questões de

pesquisa, 1- onde consulta ou procura os eventos e atividades, 2- quais as dificuldades

sentidas e 3 – soluções que melhorem a experiencia na procura de eventos.

Para a variável Hábito, considerou-se o conjunto de meios de divulgação

maioritariamente aceites por forma a conseguir-se dar um leque alargado mas ao mesmo

tempo não muito extenso, mas que ainda assim abrangesse os meios mais comuns.

Quanto ao constructo Facilidade de Uso Percebida, não os avaliando em concreto

procurou-se no entanto enquadra-los, assim como quanto à Intenção de Uso, pelo que ao

nível do questionário foram disponibilizada opções de resposta que apontam

alternativas relativamente às dificuldades sentidas e que soluções podem ser apontadas

para melhorar a experiencia de utilização.

Para procurar resposta e testar a hipótese colocada, utilizou-se o subconjunto dos

indivíduos que assistiram a eventos nos 6 meses anteriores à realização do inquérito.

Após a recolha dos resultados dos dados referentes aos inquéritos realizados sobre as

variáveis em estudo, seguiu-se o necessário tratamento feito através do programa SPSS

que permitiu a caracterização da amostra, preparando assim os dados para o estudo

empírico. Obtiveram-se 250 respostas, que foram todas consideradas validas, a um

inquérito online de 11 perguntas de resposta rápida, disponibilizado no Google Docs

durante 3 semanas, de 25/9 a 20/10 de 2014 e divulgado através de social media –

Facebook, Linkedin, Google + e Email.

Page 26: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

26

Com os dados obtidos do tratamento realizado no SPSS, procedeu-se à análise e

interpretação dos resultados para avaliar a Hipótese colocada e no enquadramento do

objetivo geral do estudo, apontar tendências e linhas de evolução futura.

6 Resultados

Dos dados sociodemográficos da amostra verifica-se que 72% dos indivíduos que

responderam ao inquérito são do género masculino e 28% feminino, conforme figura 4.

Figura 4 Distribuição dos respondentes por género

Quanto à faixa etária verifica-se que a maioria dos inquiridos tem entre 30 e 40 anos

representando 62,4% da amostra, seguido da faixa etária dos 45 a 54 anos com 25,2%.

As faixas com menores percentagens de respostas encontram-se nas franjas, quer nos

maiores de 65 anos, quer nos menores de 18, que representam 1,2% das respostas cada.

Os restantes 10% estão distribuídos pela faixa dos 18 a 24 anos com 6% e a faixa etária

dos 55 a 64 anos com 4%.

28%

72%

Page 27: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

27

Tabela 1 Distribuição por idade dos respondentes

Frequência Percentagem (%)

13-17 3 1,2

18-29 15 6,0

30-44 156 62,4

45-54 63 25,2

55-64 10 4,0

+65 3 1,2

Total 250 100,0

No que concerne ao grau de ensino, conforme tabela 2, verifica-se que a maioria dos

respondentes possui habilitações académicas ao nível da Licenciatura/Bacharelato com

45,6% e Mestrado com 41,2%. Há 2,4% dos inquiridos que possuem Doutoramento e

10,4% habilitações ao nível do Ensino Secundário. Há apenas 1 inquirido com Ensino

Básico.

Tabela 2 Distribuição por Habilitação Literária dos respondentes

Frequência Percentagem

(%)

Ensino Básico 1 0,4

Ensino Secundário 26 10,4

Licenciatura/Bacharelato 114 45,6

Mestrado/Pós Graduação 103 41,2

Doutoramento 6 2,4

Total 250 100,0

Na Tabela 3 pode-se verificar que relativamente às respostas sobre a situação face ao

emprego, 66,8% são trabalhadores por conta de outrem, seguido de

Empresários/Empregador com 13,2%. Os Trabalhadores Independentes são 9,6% dos

inquiridos, enquanto há 5,2% de desempregados. Verifica-se que 3,2% são estudantes e

1 Trabalhador Estudante. No total de inquiridos há 1,6% de Aposentados.

Page 28: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

28

Tabela 3 Distribuição por ocupação profissional

Frequência Percentagem

(%)

Desempregado 13 5,2

Aposentado/a 4 1,6

Estudante 8 3,2

Trabalhador Estudante 1 ,4

Trabalhador por conta de outrem 167 66,8

Trabalhador Independente 24 9,6

Empresário/Empregador 33 13,2

Total 250 100,0

Relativamente ao número de ventos assistidos nos últimos 6 meses, verifica-se que 50%

dos respondentes assistiram entre 1 a 3 eventos, 22,4% assistiram a mais de 6 eventos e

que 19,6% dos respondentes assistiram entre 4 e 6 eventos. Apenas 8% dos indivíduos

que responderam ao inquérito não assistiram a nenhum evento nos últimos 6 meses,

conforme se pode verificar na Figura 5.

Figura 5 Distribuição dos respondentes por número de eventos assistidos

50%

19,6%

22,4%

8%

Page 29: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

29

Quanto à questão colocada se nas redes sociais segue ou é fã de algum artista, local ou

instituição, 66,8% responderam que sim, enquanto 33,2% dos inquiridos responderam

que não.

Figura 6 Distribuição dos respondentes que são fãs ou seguem páginas redes sociais

Quando questionados sobre onde procuram eventos e atividades, a maioria indica

utilizar os meios tradicionais e meios digitais/social media com 70,8%, enquanto

aqueles que consulta exclusivamente os meios tradicionais são apenas 4,4%. Os que

utilizam apenas os meios digitais/social media são 24,8%.

Figura 7 Distribuição dos meios utilizados para consulta ou pesquisa de eventos

66,8%

33,2%

70,8%

24,8%

4,4%

Page 30: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

30

Relativamente à questão sobre as dificuldades na consulta ou procura de eventos, 66,8%

indica que encontra dificuldades, enquanto os restantes 33,2% não tem dificuldades na

consulta ou procura de eventos.

Figura 8 Dificuldades na consulta ou procura de eventos

Para os respondentes da consulta efetuada, 15,2% está bem servida com os meios

disponíveis, enquanto os restantes 84,8 indica algumas sugestões. 43,2% aponta para

uma aplicação ou plataforma web, 11,6% para uma aplicação móvel e 30,0% uma

aplicação móvel e uma aplicação ou plataforma web.

Tabela 4 Sugestões para melhorar a consulta ou procura de eventos.

Frequency Percent

Estou bem servido com os meios que utilizo 38 15,2

Uma aplicação ou plataforma Web 108 43,2

uma app mobile (aplicação móvel) 29 11,6

uma app mobile + plataforma ou aplicação 75 30,0

Total 250 100,0

Como se pode verificar na Tabela 5, 66,5% do total de 230 pessoas que consomem

eventos encontram dificuldades na sua pesquisa, sendo que destas apenas 2,2% utilizam

apenas os meios tradicionais para a pesquisa de eventos.

66,8%

33,2%

Page 31: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

31

Tabela 5 Onde consulta os eventos vs dificuldades na procura de eventos.

Onde consulta ou procura os eventos e

actividades

Dificuldades que encontra ao procurar por eventos

culturais ou atividades públicas?

Sem dificuldades Com dificuldades Total

Meios Tradicionais

Count 4 5 9

% 44,4% 55,6% 100,0%

% of Total 1,7% 2,2% 3,9%

Social Media

Count 17 37 54

% 31,5% 68,5% 100,0%

% of Total 7,4% 16,1% 23,5%

Meios Tradicionais e

Social Media

Count 56 111 167

% 33,5% 66,5% 100,0%

% of Total 24,3% 48,3% 72,6%

Total

Count 77 153 230

% 33,5% 66,5% 100,0%

% of Total 33,5% 66,5% 100,0%

È notório que a grande maioria dos consumidores de eventos não está bem servido com

os meios que tem à disposição para a pesquisa de eventos independentemente do meio

que utiliza para consultar eventos. Das soluções apresentadas a que é escolhida pela

maioria dos respondentes, é uma aplicação ou plataforma para consulta de eventos.

Tabela 6 Onde consulta os eventos vs soluções para melhorar a experiencia

Onde consulta ou procura os

eventos e actividades

Qual ou quais as soluções que achava que melhorariam a sua experiência na procura

de actividades culturais, formação ou lazer?

Estou bem servido com

os meios que utilizo

Uma aplicação

ou plataforma

uma app mobile

(aplicação móvel)

uma app mobile +

plataforma ou aplicação Total

Meios Tradicionais

Count 2 5 2 0 9

% 22,2% 55,6% 22,2% 0,0% 100,0%

% of Total 0,9% 2,2% 0,9% 0,0% 3,9%

Social Media

Count 14 19 6 15 54

% 25,9% 35,2% 11,1% 27,8% 100,0%

% of Total 6,1% 8,3% 2,6% 6,5% 23,5%

Meios Tradicionais

e Social Media

Count 18 80 16 53 167

% 10,8% 47,9% 9,6% 31,7% 100,0%

% of Total 7,8% 34,8% 7,0% 23,0% 72,6%

Total

Count 34 104 24 68 230

% 14,8% 45,2% 10,4% 29,6% 100,0%

% of Total 14,8% 45,2% 10,4% 29,6% 100,0%

Page 32: A consulta de eventos através do social media - Mestrado Gestão e Negócios - IESF

32

7 Conclusões

O Objetivo Geral deste estudo é o de perceber no contexto da pesquisa e consulta de

eventos e junto dos consumidores de eventos, qual o contributo do social media, pelo

que nos propusemos a testar e procurar responder ao seguinte:

Hipótese: O social media é o principal meio de consulta e pesquisa de eventos.

Pela análise dos dados verifica-se que a esmagadora maioria das pessoas utiliza o social

media para consultar eventos, sendo utilizado em exclusivo por 24,8% dos respondentes

e utilizado em conjunto com os meios tradicionais por 70,8%. Apenas 4,4% dos

respondentes utiliza exclusivamente os meios tradicionais para consultar eventos.

Podemos assim concluir que esta hipótese foi comprovada.

Estes resultados confirmam a tendência que se verifica de abandono dos meios

tradicionais de comunicação em detrimento de um novo universo tecnológico onde o

social media assume uma importância crescente.

O social media é atualmente o principal meio de consulta e pesquisa de eventos e

consequentemente de divulgação, corroborando assim as conclusões dos estudos

promovidos por João Arantes e Cristiana Vicente.

No entanto, conclui-se que os meios tradicionais continuam a ser um espaço importante

e que deve merecer a atenção dos agentes económicos, reforçando assim a conclusão do

estudo de Cristiana Vicente de que os agentes implicados no campo cultural devem

repensar as vias tradicionais de promoção de eventos.

Apesar de se ter comprovado que o social media é o principal e maior meio de pesquisa

e consulta de eventos, verifica-se que há ainda um enorme potencial de crescimento

porque:

1. O inquérito mostra de forma inequívoca que as pessoas, 66,5% dos inquiridos que

consomem eventos, sentem muitas dificuldades na pesquisa de eventos. Esta

percentagem ainda é maior, 68,5% no caso de quem utiliza exclusivamente o social

media/meios digitais para consultar eventos. Mitigando as causas, haverá melhorias

no processo de consulta e consequentemente contribuirá para o aumento da

utilização do social media.

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2. Os resultados do inquérito mostram que apenas 25,9% das pessoas que utilizam

exclusivamente o social media para consultar eventos considera estar bem servida

com os meios que utiliza. Este valor diminui para 14,8% quando avaliado o total das

respostas, pelo que este é um indicador importante e que apresentam também um

significativo potencial de melhoria relativamente aos meios que são disponibilizados

e utilizados para consulta de eventos.

3. São apontados caminhos a seguir para melhorar a experiencia de utilização,

conforme se pode extrair das respostas ao inquérito, onde as pessoas que utilizam o

social media para consulta de eventos, quer em exclusivo quer conjuntamente com

os meios tradicionais, apontam como solução a utilização de uma Aplicação ou

Plataforma (43,1%), enquanto 9,6% sugerem a utilização de uma APP Mobile

(Aplicação Móvel) e 29,5% uma Aplicação ou Plataforma em conjunto com uma

APP Mobile.

8 Limitações e Investigação Futura

O estudo apresentado não está isento de limitações, no entanto entende-se que o seu

contributo está em consonância com os objetivos propostos para a sua realização.

Estudos e investigações futuras podem contribuir para colmatar as limitações

verificadas, e que se indicam:

a) Poucos estudos no contexto português, o que condiciona o levantamento do estado

da arte sobre o tema.

b) A amostra utilizada não ser probabilística, o que impede que os resultados sejam

generalizados à restante população, pelo que a principal sugestão para investigações

futuras é a da realização do questionário a uma amostra representativa da população.

c) Outra das limitações está relacionada com a conceção do questionário, pelo que se

recomenda a aplicação de escalas sobre respostas dos consumidores e desempenho

empresarial já desenvolvidas e aplicáveis para aferir comportamentos.

d) O reduzido tempo em que o inquérito esteve disponível para resposta, limitou

claramente o número de respostas, pelo que se recomenda a disponibilização para

resposta por um período superior permitindo assim um maior número de respostas, o

que dá maior consistência à amostra.

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Por último, ponderando o elevado investimento que atualmente as organizações,

principalmente os organizadores e promotores de eventos fazem na sua divulgação,

justifica que se continue a investigar e monitorizar o seu real contributo para esse fim,

pelo que para investigações futuras sugere-se:

a) Ao nível do modelo, aplicar o TAM ou uma das suas adaptações, referido neste

estudo, para investigar a aceitação individual das tecnologias da informação no

contexto da utilização do social media para consulta e pesquisa de eventos e para

avaliar de forma efetiva os constructos inerentes ao modelo, nomeadamente a

Facilidade de Uso Percebida, Utilidade percebida e Intenção de Uso de

Tecnologia.

b) Efetuar um estudo para avaliação na perspetiva dos promotores e organizadores

de eventos.

c) Outra das linhas de investigação que se sugere é a de se efetuar uma avaliação

mais detalhada por tipo de eventos consumidos.

9 Implicações na Gestão Empresarial

Conforme se comprovou, verifica-se uma tendência efetiva de crescimento de utilização

dos meios digitais, especialmente do social media, pelo que na estratégia de marketing e

de comunicação as organizações têm que considerar este como o meio privilegiado. No

entanto e apesar do abandono que se verifica dos meios tradicionais de comunicação

estes continuam a ser um espaço importante e que deve merecer a atenção dos agentes

económicos.

Nas conclusões do estudo, constatou-se que quem utiliza o social media para consultar e

pesquisar eventos depara-se com dificuldades, pelo que por si só este é um indicador a

ser considerado pelas organizações.

Na sequência do anteriormente exposto, há também um conjunto de recomendações

sugeridas que constituem oportunidades de melhoria e inclusivamente de negócio e que

devem ser consideradas m várias áreas que de seguida se identificam

9.1 Promotores e Organizadores de Eventos

È claro o impacto que o social media tem atualmente e conforme podemos comprovar

no estudo realizado, as pessoas utilizam cada vez mais este meio para consultar os

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eventos. Do ponto de vista empresarial, este comportamento tem um forte impacto junto

dos promotores e organizadores de eventos e que impacta nos seguintes pontos:

9.1.1 Transferência dos meios tradicionais para os meios digitais/social media

Apesar de se verificar uma transferência da divulgação de eventos dos meios

tradicionais para os meios digitais, os primeiros não devem ser descurados e totalmente

descartados, pois ainda há um conjunto significativo de pessoas que consultam estes

meios e que em alguns casos é o único meio de consulta de eventos. Como tal o desfaio

que se coloca é o de conseguir conjugar ambos os meios de divulgação por forma a

aumentar a eficácia.

9.1.2 Utilização atual do social media

O social media como meio de divulgação de eventos é utilizado por um número

crescente de organizações e entidades, pelo que é importante que a experiencia de

pesquisa de eventos por parte dos consumidores de eventos seja a melhor possível, o

que de acordo com o estudo realizado não é o que se verifica. Como tal, deverá ser uma

preocupação destas entidades contribuir para que sejam procuradas e implementadas

soluções que contribuam para melhorar, no âmbito do social media, a consulta e

pesquisa de eventos e que eliminem ou minimizem as dificuldades apontadas no estudo

realizado:

Dificuldade em encontrar na área geográfica coisas que se pretende ver ou fazer

Informação e agendas desatualizadas obrigam a pesquisar em vários sítios

Informação está dispersa por diversos sítios

9.2 Empresas de Tecnologia

De acordo com as dificuldades apontadas e com base nas sugestões indicadas, constata-

se que há desafios colocados não só às empresas de promoção e organização de eventos,

mas também às empresas de tecnologia, por forma a desenvolver e implementar as

soluções apontadas, nomeadamente:

Portais ou Plataformas Web de agregação de eventos

Agenda ou Mapa com referência geográfica

APP Mobile (Aplicação Móvel)

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Obviamente que com o evoluir da tecnologia algumas das dificuldades vão sendo

ultrapassadas, no entanto e dada a premência do tema, há claramente uma oportunidade

de negócio efetiva que poderá ser aproveitada pelas empresas de tecnologia, para

responder ao desafio que a divulgação e consulta de eventos através do social media

representa.

10 Agradecimentos

Aos meus pais, por tudo.

À Marcia por seres a mulher da minha vida.

Aos meus filhos, que consiga ser um exemplo para eles.

Ao meu amigo Pedro Rodrigues, pelas conversas, paciência e fundamentais contributos

para a realização deste trabalho.

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11 Referências

11.1 Estudos Anteriores

1. Arantes, J. (2014). A Importância da Comunicação Online na Gestão de Eventos: o

Caso do Barcelona Festival of Song, Universidade do Minho, 2014.

2. Lee, W. & Paris, C. M. (2013). Knowledge Sharing and Social Technology

Acceptance Model: Promoting Local Events and Festivals Through Facebook.

Disponível em http://dx.doi.org/10.3727/108354213X13736372326118

3. Rebelo, M. & Alturas, B. (2011). Social Networking as a Marketing Tool: Study of

Participation in Cultural Events Promoted by Facebook. Academy of Marketing

Annual Conference 5th-7th July 2011.

4. Silva, M. P. P, (2013). Plataforma para divulgação de eventos/ Marco Paulo

Pereira da Silva; - Viseu: Instituto Superior Politécnico de Viseu. Escola Superior

de Tecnologia e Gestão de Viseu. Departamento de Informática, 2013. Disponível

em http://repositorio.ipv.pt/bitstream/10400.19/2008/1/Tese_CD.pdf

5. Vicente, C. B. (2012). Redes sociais online e consumos culturais : facebook, um

estudo de caso. Lisboa: ISCTE-IUL, 2012. Dissertação de mestrado. Acedido

Setembro 8, 2014. Disponível em :http://hdl.handle.net/10071/5158.

11.2 Bibliografia

1. Bento, A.C.F. & Pires, P. J. & Hernandez, J. M. C. (2007), Modelo Technology

Acceptance Model - TAM Aplicado aos Automated Teller Machines - ATM'SRAI -

Revista de Administração e Inovação 2007, 4. Acedido Outubro 27, 2014.

Disponível em :<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=97317205004> ISSN 1809-

2039.

2. Cardoso, D. (2011). As Redes Sociais Como Ferramentas de Divulgação de

Eventos. Fasci-Tech – Periódico Eletrônico da FATEC, São Caetano do Sul, v.1,

n.5, Out/Dez 2011, p. 30 a 40. Acedido Julho 8, 2014. Disponível

http://www.fatecsaocaetano.edu.br/fascitech/index.php/fascitech/article/view/45.

3. Duarte, J. (2009).“Organização e Gestão de Eventos – Métodos e Técnicas e a sua

Aplicação na Actividade das Empresas de Eventos – Estudo de Caso: Dice

Eventos”. Monografia de Licenciatura em Ciências da Comunicação, Porto,

Universidade Fernando Pessoa.

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4. Facebook (2014). Newsroom, Company Info. Acedido Novembro 17, 2014.

Disponível em http://newsroom.fb.com/company-info )

5. Ferreira, B. (2013). A Influência das mídias sociais na divulgação de um evento, Um

estudo de Caso sobre o evento Experiencie. Universidade Federal Rio Grande Do

Sul.

6. Gefen, D. (2003). Tam or just plain habit: a look at experienced online shoppers.

Journal of End User Computing, Hershey, v. 15, n. 3, p. 1-13, Jul/Sept. 2003.

7. Kaplan, A. & Haenlein, M. (2010). “Users of the world, unite! The challenges and

opportunities of Social Media”. Business Horizons Vol. 53, Nº 1, pp. 59–68.

8. Mangold, W. & Faulds, D. (2009). “Social Media: The new hybrid element of the

promotion mix”, Business Horizons.” Vol. 52, Nº 4, pp. 357- 365.

9. Obercom (2014). A Internet em Portugal Sociedade em Rede 2014. Acedido

Setembro 2, 2014. Disponível em http://www.obercom.pt/client/?newsId=548&file

Name=internet_portugal_2014.pdf

10. Thomson, K. & Purcell, K. & Rainie, L. (2013). Arts Organizations and Digital

Technologies. Acedido Junho 4, 2014 em http://www.pewinternet.org/2013/01/04/

section-4-social-media-use/

11. Trusov, M. & Bucklin, R. & Pauwels, K. (2009). “Effects of word-of-mouth versus

traditional marketing: Finding from an Internet social networking website” , Journal

of Marketing, Vol. 73, Nº 5, pp. 90-102.

12. Valenzuela, S., Park, N., & Kee, K. F. (2008). Lessons from Facebook: The Effect of

Social Network Sites on College Students’ Social Capital. 9th International

Symposium on Online Journalism, 2008

13. Venkatesh, V. & Davis, F. D. (1996). A model of the antecedents of perceived ease

of use: Development and test. Decision Sciences, Vol. 27, pp. 451–481.

14. Venkatesh, V., e Davis, F. D. (2000). A theoretical extension of the Technology

Acceptance Model: Four longitudinal field studies. Management Science, Vol. 46,

pp. 186.

15. Zammit, K. B. (2012). Examining the use of social media among for-h Alumni in

Louisiana. Submitted to the Graduate Faculty of the Louisiana State University and

Agricultural and Mechanical College in partial fulfillment of the requirements for

the degree of Master of Science. Disponível em http://etd.lsu.edu/docs/available/etd-

04242012-142932/unrestricted/ZammitThesis.pdf

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12 Anexos

12.1 Questionário

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12.2 Mensagem enviada por Linkedin

12.3 Mensagem enviada por email

From: Jose Pedro dos Santos Cabral Ribeiro

Sent: sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 17:41

Subject: Inquerito Mestrado

Caros,

No âmbito do Mestrado que estou a realizar, solicito a vossa ajuda

para o preenchimento deste

inquérito que demora 2 minutos.

Se quiserem podem partilhar.

https://docs.google.com/forms/d/1E1mEjQ-sa0uXhP9i-

r5iBI5UuVi1EzsPYJBwfDd9BAs/viewform?usp=send_form

Obrigado pela vossa ajuda.

Pedro Cabral Ribeiro

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12.4 Post no Facebook