A CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE SEGURANÇA · Complementa as aulas específicas e os conteúdos de...
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VERTENTE 2. INDAGAÇÕES
Complementa as aulas específicas e os conteúdos de segurança incluídos nas matérias com indagações sobre problemas concretos,
nos trabalhos de conclusão de curso, realizados por jovens de 17 anos de idade. O exemplo aqui apresentado (Barreto e Naveira,
2011) é o estudo da permeabilidade dos papéis higiênicos aos microrganismos, uma indagação sobre a importância da lavagem das
mãos.
Conclusão
Independentemente do custo, tanto os papéis de folha dupla como os de
folha simples resultaram permeáveis a Saccharomyces cerevisiae.
Destaca-se a importância da lavagem das mãos como medida
preventiva na via de contaminação fecal-oral.
BARRETO E. e NAVEIRA J. (2011)
Noções de biossegurança:
o rol do papel higiênico na via de
contaminação fecal-oral.
Resultados
Não se observou crescimento nos setores B1 e B2.
Tabela: Transferência de S. cerevisiae de uma luva contaminada a uma
placa com meio nutriente adequado a través de uma, duas ou três
camadas de papel higiênico (marcas Neve, Scott, Bob e Plus).
Procedimento
Crescimento de ( Ø: nenhum; +/- : muito pouco; +: pouco, ++: bastante)
Papel Higiênico Controle (+)
levedura
Uma
camada
Duas
camadas
Três
camadas
Folha
dupla
Neve ++ + + +/-
Scott ++ ++ + +/-
Folha
simples
Bob ++ ++ + +
Plus ++ ++ ++ +
ENSINO FUNDAMENTAL II - 12 a 14 anos de idade
VERTENTE 1. CURSOS REGULARES
Abordagem da segurança em um módulo de ensino do curso de Introdução à Tecnologia (Oitavo ano) com alunos de
13 anos de idade, através de atividades práticas motivadoras: inspeção da escola (avaliação), elaboração de um mapa
de risco (prevenção) e desinfecção das mãos (proteção).
Exemplo: O álcool é eficiente na desinfecção das mãos?
Placa A. Depois de lavar as mãos, o aluno molha o polegar em uma suspensão diluída de Saccharomyces cerevisiae
(levedura de padaria). Uma vez o polegar seco, ele o apoia na superfície do ágar (1). A seguir, esfrega as mãos com
álcool-gel e apoia novamente o polegar no lugar correspondente da placa (2). O procedimento pode ser repetido com
outro desinfetante como, por exemplo, álcool 700 (setores 3 e 4 da placa).
Placa B. O procedimento é ineficiente quando as mãos estão visivelmente sujas (ou a suspensão de leveduras muito
concentrada)
A preocupação com biossegurança decorre da obrigação moral de proteger a saúde do indivíduo,
do grupo, da comunidade e do ambiente. Mediante o estabelecimento de normas de trabalho
claras e bem definidas se delimita o campo de ações possíveis e convenientes em diferentes áreas
de atuação (Indústria, Meio Ambiente, Agricultura, Alimentos, Saúde, etc.) e, também, na
Educação.
Tanto os cursos específicos de biossegurança, dirigidos a diferentes grupos de profissionais, como
os tópicos de biossegurança, introduzidos ao longo da vida universitária, visam desenvolver uma
atitude de prudência e responsabilidade. Contudo, para que essa preocupação se transforme em
uma cultura de segurança, deverá formar parte do sistema educativo e estar presente nos padrões
de ensino dos níveis anteriores (Ensino Fundamental e Médio).
O Instituto de Tecnologia ORT do Rio de Janeiro é uma escola de Ciência e Tecnologia em que
jovens de ambos os sexos podem cursar o Segundo Segmento do Ensino Fundamental (sexto ao
nono ano), e o Ensino Médio Técnico nas seguintes especialidades: Biotecnologia, Comunicação
Social, Informática e Eletrônica.
A construção progressiva de uma cultura de segurança é parte do sistema educativo. A
aproximação concreta aos fenômenos e objetos naturais (“aprender fazendo”) ocorre em duas
vertentes, apresentadas nos quadros anexos, ao longo do Segundo Segmento do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio Técnico. A experiência adquirida é divulgada em Congressos
como este e no site Biotecnologia: ensino e divulgação (www.bteduc.bio.br).
VERTENTE 2. CLUBE DE CIÊNCIAS
Indagações desenvolvidas fora do horário escolar por jovens de 12 a 14 anos de idade: atividades investigativas sobre
o lavagem da mãos e a distribuição dos microrganismos em objetos de uso comum (celulares, botões de elevador).
Exemplo: Quem lava bem as mãos?
Nesta indagação os alunos seguiram as instruções da Organização Mundial da Saúde. As placas foram obtidas
espalhando com swabs, na superfície do meio de cultivo, o material colhido nas mãos de cada um dos participantes,
antes e depois da lavagem das mãos.
Placa A Placa B
Como lavar as mãos?
Duração do procedimento:
40-60 segundos ou dois
“Parabéns pra você”
A análise das placas permitiu aos
participantes refletir sobre o seu
procedimento habitual e dar sugestões
sobre diferentes aspectos da higiene
pessoal.
VERTENTE 1. ORGANIZAÇÃO DO CURSO
A. Comprometimento de autoridades, professores, técnicos e alunos no seguimento dos
padrões de segurança, na estrutura e o funcionamento dos laboratórios. As normas de
segurança adotadas, incluindo o uso de equipamentos de proteção individual, estão
fundamentadas nas recomendações da National Association of Biology Teachers e da
Society for General Microbiology e se encontram descritas no Guia 67: As Atividades
Práticas – Trabalhar em Segurança do site Biotecnologia: ensino e divulgação
(www.bteduc.bio.br/guias/67_AP_Trabalhar_em_seguranca.pdf)
B. Aulas específicas sobre diversos temas, incluídas nas matérias do curso. Exemplo:
aspectos de biossegurança na agricultura, na indústria e no meio ambiente, na saúde, etc.
Bibliografia
How good is your toilet paper
http://www.nuffieldfoundation.org/practical-biology/how-good-your-toilet-paper
Os dados
A CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE SEGURANÇA
Vitor Mann1 e Maria Antonia Malajovich2
Instituto de Tecnologia ORT do Rio de Janeiro3
(1) [email protected], (2) [email protected], (3) www.ort.org.br
ENSINO MÉDIO TÉCNICO (BIOTECNOLOGIA) – 15 a 17 anos de idade