A Construção Da Liderança

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Como me vejo, como você me vê e como quero ser visto, ou ... A construção da liderança A construção da reputação é tarefa árdua e que demanda tempo. É constituída de modo orgânico, em que o reconhecimento das habilidades e expertises ocorre de modo espontâneo. Ovídio Mendes - CEO da metodologia.inf.br, Advogado e Professor Universitário No contexto da carreira profissional, existem três percepções distintas sobre uma pessoa: a maneira como ela percebe a si mesma, a maneira como os outros a percebem e a maneira como deseja ser percebida. A maneira como a pessoa percebe a si mesma insere-se no contexto das crenças à respeito das habilidades e expertise que ela acredita possuir. Por serem de natureza eminentemente pessoal, essas crenças relacionam-se aos direitos subjetivos e devem ser obrigatoriamente respeitadas, desfrutando de proteção

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A construção da reputação é tarefa árdua e que demanda tempo. É constituída de modo orgânico, em que o reconhecimento das habilidades e expertises ocorre de modo espontâneo.

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Como me vejo, como você me vê e como quero ser visto, ou ... A construção da liderança

A construção da reputação é tarefa árdua e que demanda tempo. É constituída de modo orgânico, em que oreconhecimento das habilidades e expertises ocorre de modo espontâneo.

Ovídio Mendes - CEO da metodologia.inf.br,Advogado e Professor Universitário

No contexto da carreira profissional, existem três percepções distintas sobre

uma pessoa: a maneira como ela percebe a si mesma, a maneira como os outros

a percebem e a maneira como deseja ser percebida.

A maneira como a pessoa percebe a si mesma insere-se no contexto das crenças

à respeito das habilidades e expertise que ela acredita possuir. Por serem de

natureza eminentemente pessoal, essas crenças relacionam-se aos direitos

subjetivos e devem ser obrigatoriamente respeitadas, desfrutando de proteção

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constitucional (Art. 5°, inciso VI, da Constituição Federal ora vigente no Brasil).

A maneira como os outros percebem um profissional está associado às suas

condutas e correspondentes resultados observáveis, que fornecem os elementos

para julgamentos valorativos à seu respeito. Adequação aos padrões

corporativamente estabelecidos e aceitos como necessários à conduta

profissional, ações que evidenciem domínio da função e atendimento às

expectativas gerais sobre os resultados produzidos compõem os elementos que

permitem julgamentos valorativos. Colocado em outros termos: a percepção

sobre um profissional é diretamente proporcional às expectativas existentes com

respeito à sua performance e quanto dessas expectativas são atendidas.

O terceiro tópico diz respeito à incongruência entre percepção pessoal e

percepção externa e se relaciona à forma como o profissional deseja ser

percebido. Essa incongruência é possível pela análise crítica sobre os resultados

do desempenho pessoal esperados e os objetivamente obtidos. Quanto maior

essa distância, mais agudo o sentimento de inadequação entre a autopercepção

e a percepção externa.

Para que a percepção subjetiva e a percepção objetiva sobre as competências

profissionais sejam congruentes urge construir uma reputação pessoal.

Uma reputação pessoal pode ser induzida ou construída. A indução à reputação

assemelha-se à uma operação de marketing deliberadamente planejada e que

pode ou não guardar relação com fatos concretos. É repetidamente empregada

no contexto político para persuasão do eleitor sobre determinadas habilidades

do candidato e, muitas vezes, percebe-se posteriormente que a propalada

expertise é ... engodo.

A construção da reputação é tarefa árdua e que demanda tempo. É constituída

de modo orgânico, em que o reconhecimento das habilidades e expertises ocorre

de modo espontâneo.

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Num estágio inicial, o profissional precisa compatibilizar suas crenças com provas

empíricas. Não basta acreditar que possui determinada habilidade; é necessário

utilizar essa habilidade para extrair resultados que mantenham ou incrementem

o bem estar próprio e do circulo de relacionamentos mais próximo (se a pessoa

prioriza apenas seu bem estar, então a forma como terceiros a veem perde

significado). Superado esse estágio, e com o aprendizado extraído dos acertos e

enganos, adentra-se a disponibilização dessas habilidades para a geração de

bem estar ao número mais amplo possível de pessoas. É neste estágio que

expectativas são geradas e resultados úteis construídos e o profissional adquire

o status de "excelente".

O êxito na forma como a pessoa deseja ser visto pelos pares indica que é uma

pessoa autêntica, pois existe uniformidade entre concepções de mundo,

comportamentos e ações. Filosoficamente, tal tema foi inicialmente abordado em

1797 pelo alemão Immanuel Kant e recebeu a denominação de Imperativo

Categórico. Apesar da época do surgimento, tal concepção ainda integra o

pensamento ocidental e, contemporaneamente, é a característica distintiva entre

os bons e os excelentes profissionais.

Mas Kant não foi apenas o formulador do Imperativo Categórico. Também

formulou o Imperativo Hipotético que não apresenta o mesmo destaque do

anterior e deve-se, pensamos nós, à natural acomodação do intelecto humano

com o alcance de padrões de excelência julgados adequados.

O Imperativo Hipotético dirigi-se a um fim condicional: Se ... então .... Situa-se em

patamar diferente do Imperativo Categórico, pertencente ao universo ético, e

atinge o universo empírico. Assim, se desejo ser reconhecido pela realização de

meu pleno potencial técnico e gerencial então devo disponibilizar esse potencial

para a construção de um mundo onde as pessoas se sintam mais confortáveis.

Contemporaneamente, é a característica distintiva entre os excelentes

profissionais e os ... líderes.