A CONFERÊNCIA NACIONAL DO IDOSO E A REDE NACIONAL DE ... · Propôs a constituição da Rede...
Transcript of A CONFERÊNCIA NACIONAL DO IDOSO E A REDE NACIONAL DE ... · Propôs a constituição da Rede...
A CONFERÊNCIA NACIONAL DO IDOSO E A REDE NACIONAL DE
PROTEÇÃO SOCIAL
Ana Amélia Camarano
Setembro, 2008
PRIMEIRA CONFERÊNCIA NACIONAL
� Realizada em maio de 2006.
� Mobilizou cerca de 40.000 pessoas, representadas por 456 delegados de todos os estados, DF e demais entes federados.
� Propôs a constituição da Rede Nacional de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa – RENADI.
� 293 deliberações explicitadas nos eixos temáticos, reivindicando que os gestores públicos, os idosos, as famílias e a sociedade potencializem esforços e mobilizem recursos para impulsionar as questões elencadas nas prioridades estabelecidas:
ORGANIZAÇÃO DA CONFERÊNCIA
RECOMENDAÇÕES DE MADRI E OS EIXOS TEMÁTICOS
� As pessoas idosas e o desenvolvimento
Eixo 1 – Ações para Efetivação dos Direitos da Pessoa Idosa
Eixo 4 – Previdência Social
Eixo 7 – Educação e Cultura
� O fomento da saúde e o bem-estar na velhice
Eixo 3 – Saúde da Pessoa Idosa
Eixo 5 – Assistência Social à Pessoa Idosa
� Criação de um entorno propício e favorável
Eixo 1 – Ações para efetivação da Pessoa Idosa
Eixo 2 – Violência e maus tratos contra a Pessoa Idosa
Eixo 7 – Educação, Cultura e Lazer
Eixo 8 – Controle Democrático
PRIORIDADES ESTABELECIDAS NA CONFERÊNCIA
� Trabalhar o protagonismo e o empoderamento da pessoa idosa, para o exercício do controle democrático das políticas públicas, da participação e da cidadania;
� Garantir a criação e o funcionamento da Coordenação Nacional da Política Nacional do Idoso;
� Criar e instalar os conselhos estaduais e municipais da pessoa idosa e provê-los dos meios necessários ao exercício do controle democrático em defesa dos direitos da pessoa idosa;
� Garantir serviços e programas de qualidade nos eixos de direitos humanos, saúde, educação, assistência social, trabalho, transporte, previdência social, habitação, cultura, lazer.
PRIORIDADES ESTABELECIDAS NA CONFERÊNCIA
� Promover ações para preparar a criança e o jovem para o processo de envelhecer;
� Estabelecer pactos políticos intra e intergovernamentais e intra e intersetoriais para modernização da gestão pública e privada, com vistas à melhoria dos serviços e atenção aos idosos;
� Capacitar RH na área do envelhecimento.
PRIORIDADES ESTABELECIDAS NA CONFERÊNCIA
� Garantir a aposentadoria com dignidade e justiça social;
� Definir estratégias de envolvimento de gestores públicos, ONG’s, sociedade civil e iniciativa privada na formulação de novos sistemas de gestão apropriadas à construção e funcionamento de uma rede comprometida com uma sociedade para todas as idades;
� Promover, garantir e implementar ações de preparação dos trabalhadores para a aposentadoria;
� Gerência e execução do Plano Estratégico: atribuição do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso.
A SEGUNDA CONFERÊNCIA
� A ser realizada em outubro de 2008.
� Avaliar o desenvolvimento das estratégias de constituição e funcionamento da Rede Nacional de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa - RENADI, identificando os avanços e desafios do processo de implementação das políticas destinadas a realizar os direitos da pessoa idosa
RENADI: O que é?
� É a Rede Nacional de Proteção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, ou seja, uma rede de serviços capaz de assegurar a promoção, proteção e defesa aos direitos das pessoas idosas e suas famílias.
RENADI LEVA EM CONTA
� Mudanças demográficas
� Mudanças epidemiológicas
� Mudanças socioeconômicas e culturais
POR QUE ATUAR EM REDE?
� Com uma rede estruturada, o atendimento torna-se mais ágil.
� Diminui a multiplicidade de ações e aproxima os parceiros, fortalecendo o trabalho um do outro.
� Assume-se uma postura comprometida.
� Constrói-se um verdadeiro espaço de proteção e defesa de direitos.
COMO DESENVOLVER AÇÕES EM REDE?
� As ações devem ser desenvolvidas de forma integrada, descentralizadas, articuladas inter e intra setorialmente visando a implementação do Plano Estratégico das Deliberações da Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa.
� As demandas do Plano vieram das bases de acordo com as necessidades dos Estados e municípios.
TRABALHO EM REDE
� Rede de serviços é uma proposta de trabalho coletivo, de forma horizontal, onde há unidade entre sujeitos diversos de forma articulada para se produzir transformações.
� Para se trabalhar em rede é fundamental a contribuição coletiva, onde haja soma e não competitividade. Na rede não deve haver fragmentação.
SEGUNDA CONFERÊNCIA: TEMÁRIO
� 1- RENADI - Compreensão e Perspectiva
� 2 - RENADI - Avanços e Desafios
� 2.1- Ações para efetivação dos direitos das pessoas idosas quanto à promoção, proteção e defesa
� 2.2 - Enfrentamento à violência contra a pessoa idosa
� 2.3 - Atenção à Saúde da pessoa idosa
� 2.4 - Previdência Social
� 2.5 - Assistência Social à pessoa idosa
� 2.6 - Educação, Cultura, Esporte e Lazer
� 2.7 - Transporte, Cidades e Meio Ambiente
� 3 - Gestão, Participação e Controle Democrático
� 4- Financiamento
DESAFIOS
� Incentivar a ampliação da cobertura de conselhos municipais, pois as políticas são implementadas nos municípios. A criação de conselhos amplia as possibilidades de acompanhamento das ações desenvolvidas em prol da pessoa idosa.
� Capacitar conselheiros nos três níveis – federal, estadual e municipal.
� Conscientização do seu papel de controle social, para que atuem de forma mais organizada e que implementem a criação dos conselhos municipais.
� Todos os estados brasileiros contam com conselhos estaduais do idoso, exceto Roraima.
� No Amapá, ele existe, mas ainda não foi conferida posse ao presidente.
� Do total de 5.564 municípios brasileiros, existem conselhos em 1.393, o que representa uma cobertura de 25%.
COBERTURA ESTADUAL E MUNICIPAL
TAXA DE COBERTURA: PROPORÇÃO DE CONSELHOS MUNICIPAIS DO IDOSO EM RELAÇÃO AO TOTAL DE MUNICÍPIOS POR
ESTADO
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA PB PR PE PI RJ RN RS RO RR SC SP SE TO
Fonte: CNDI/Ipea
ILPI: UMA PARTE DA REDE
O envelhecimento da população brasileira tem sido acompanhado por:
� envelhecimento da própria população idosa e
� por transformações acentuadas nos arranjos familiares.
Perspectivas para o futuro próximo:
� crescimento a taxas elevadas da população idosa e “muito idosa”, provocado pela entrada da coorte dos baby boomers na última fase de vida (elderly
boomers) e pela redução da mortalidade nas idades avançadas.
Quem oferecerá cuidados para esses idosos: família ou instituições?
O QUE É ILPI ?
Instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial, destinada a domicilio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade e dignidade e cidadania.
INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ILPI)
� Os asilos constituem a modalidade mais antiga de atendimento ao idoso fora do convívio familiar.
� Em geral, surgem, espontaneamente, em razão das necessidades da comunidade, e, por isto, podem apresentar problemas na qualidade dos serviços oferecidos.
� São vistos como “depósitos de velhos”.
INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS (ILPI)
� O envelhecimento da população e o aumento da sobrevivência de pessoas com redução da capacidade física, cognitiva e mental estão requerendo que os asilos deixem de fazer parte apenas da rede de assistência social e integrem a rede de assistência à saúde.
� SBGG sugeriu a adoção da denominação “Instituição de Longa Permanência para Idoso (ILPI)”.
� FRAGILIDADE FÍSICA OU MENTAL: IDADE AVANÇADA
� PRECÁRIAS CONDIÇÕES FINANCEIRAS
� RELAÇÕES FAMILIARES CONFLITUOSAS
� AUSÊNCIA DE VÍNCULOS AFETIVOS E SOCIAIS
� BAIXO GRAU DE EMPODERAMENTO
� PERDA DE AMIGOS OU FAMILIARES
� ALTA DENSIDADE DEMOGRÁFICA NOS DOMICÍLIOS
� POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL
ALGUNS FATORES PROPICIADORES DA BUSCA POR UMA INSTIUIÇÃO
� MUDANÇAS NOS ARRANJOS FAMILIARES
� MAIOR PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO
� A MULHER PODE APORTAR MAIS RECURSOS FINANCEIROS, MAS TERÁMENOS TEMPO PARA DISPOR COM CUIDADOS
� BAIXA ASSISTÊNCIA DO ESTADO
ALGUNS FATORES PROPICIADORES DA BUSCA POR UMA INSTITUIÇÃO
PESQUISA: OBJETIVO GERAL
� Levantar informações que permitam calcular indicadores de condições de vida da população residente nas instituições, dos serviços prestados, da estrutura de custos e dos recursos humanos e financeiros disponíveis nas ILPIs;
� Conhecer alguns dos fatores que levam as famílias a decidirem pela internação do idoso;
� Gerar informações que possibilitem ao estado e àsociedade civil adequarem as suas ações no sentido de contribuir para uma melhor qualidade de serviços oferecidos pelas ILPIs.
� Foram identificadas 251 ILPIs no Paraná e 5.542 idosos residentes, menos de 1% da população idosa.
DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL DAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA SEGUNDO A NATUREZA
PARANÁ, 2007/2008
62%
6%
2%
30%
Privada Filantrópica Pública Privada com fins lucrativos MistaFonte: Pesquisa IPEA/CNDI/SEDH.
DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL DAS ILPIs POR ANO DE INÍCIO DE FUNCIONAMENTO PARANÁ, 2007/2008
0
10
20
30
Até 1939 Entre 1940 e 1959 Entre 1960 e 1979 Entre 1980 e 1989 Entre 1990 e 1999 Entre 2000 e 2008
Fonte: Pesquisa IPEA/CNDI/SEDH.
� VULNERABILIDADE DO IDOSO INSTITUCIONALIZADO: IDADE AVANÇADA
� BAIXA QUALIFICAÇÃO DO CUIDADOR
� PRECÁRIAS CONDICÕES DE TRABALHO
� PRECÁRIAS CONDIÇÕES DE MORADIA (AGLOMERAÇÃO) PARA AMBOS
� INEXISTÊNCIA/NÃO MANUTENÇÃO DE VÍNCULOS FAMILIARES
ALGUNS FATORES PROPICIADORES DA VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL
DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL DA POPULAÇÃO DE IDOSOS DO ESTADO E DEIDOSOS RESIDENTES NAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA POR SEXO E IDADE
PARANÁ, 2007/2008
25% 15% 5% 5% 15% 25%
60 a 64
65 a 69
70 a 74
75 a 79
80+
Fonte: Estimativas dos totais populacionais realizadas pelo IBGE e
estratificadas por idade e sexo pelo MS/SE/Datasus; Pesquisa IPEA/CNDI/SEDH.
Homens - População Mulheres - População
Homens - ILPIs Mulheres - ILPIs
PROPORÇÃO DE RESIDENTES NAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA POR SEXO SEGUNDO O GRAU DE DEPENDÊNCIA
PARANÁ, 2007/2008
-
10
20
30
40
50
Independentes Semi-dependentes Dependentes
Fonte: Pesquisa IPEA/CNDI/SEDH Homens Mulheres
DISTRIBUIÇÃO PROPORCIOPNAL DAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA SEGUNDO O NÚMERO DE RESIDENTES
PARANÁ, 2007/2008
0%
10%
20%
30%
Até 10 De 11 a 20 De 21 a 30 De 31 a 50 Acima de 50
Fonte: Pesquisa IPEA/CNDI/SEDH
DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL DOS QUARTOS NAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANENCIA SEGUNDO O NÚMERO DE LEITOS
PARANÁ, 2007/2008
0
10
20
30
40
1 leito 2 leitos 3 leitos 4 leitos 5 leitos e mais
Fonte: Pesquisa IPEA/CNDI/SEDH.
PROPORÇÃO DE INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA SEGUNDO O TIPO DE SERVIÇO PRÓPRIO OFERECIDO
PARANÁ, 2007/2008
- 20 40 60 80 100
Médico
Dentário
Psicológico
Fisioterapia
Terapia Ocupacional
Fonoaudiologia
Atividades educacionais -
ex:educ.adultos
Informática
Treinamento em atividades que gerem
renda
Outros
Fonte: Pesquisa IPEA/CNDI/SEDH
RELAÇÃO GASTOS POR RESIDENTE NAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA
PARANÁ, 2007/2008
Custos por residente Em R$
Médio 564,58
Mínimo 100,00
Máximo 2.477,31
Desvio padrão 374,51
Nota: O número total de ILPIs que declarou informações sobre os gastos foi de 228.
Fonte: Pesquisa IPEA/CNDI/SEDH
COMPOSIÇÃO PERCENTUAL DOS GASTOS DAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARANÁ, 2007/2008
Outros
10,0%Reparos na casa
4,2%
Higiene pessoal (inclui fraldão)
4,0%
Medicamentos
4,5%
Vestuário
1,7%
Recursos humanos
48,3%
Manutenção da casa água, luz,
gás, telefone
10,9%
Alimentação
16,5%
Fonte: Pesquisa IPEA/CNDI/SEDH
COMPOSIÇÃO PERCENTUAL DAS FONTES DE FINANCIAMENTO DAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA
PARANÁ, 2007/2008
Financiamento público
19,8%
Renda própria
6,1%
Recebido dos residentes e/ou
familiares
61,1%
Doações
13,0%
Fonte: Pesquisa IPEA/CNDI/SEDH
NÚMERO DE INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL
SEGUNDO A EXISTÊNCIA E O TIPO DE CONVÊNIO OU PARCERIA
PARANÁ, 2007/2008
Convênio ou parceria N %
Possui 166 67,8
Não possui 79 32,2
Total 245 100,0
Tipo de parceria
Prefeitura (repasses financeiros) 93 56,0
Prefeituras (outras fomas de auxílio) 58 34,9
Farmácia 11 6,6
Secretarias estaduais 13 7,8
Associações religiosas 17 10,2
Associações leigas (tipo Rotary, Lions Club etc) 25 15,1
Outras 49 29,5
Fonte: Pesquisa IPEA/CNDI/SEDH.
NÚMERO E DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL DAS INSTITUIÇÕES QUE RECEBEM A VISITA
DO PROGRAMA DA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF) OU DA PASTORAL DA PESSOA IDOSA
PARANÁ, 2007/2008
Recebe a visita
Número % Número %
Sim 135 54,7 74 30,5
Não 112 45,3 169 69,5
Total 247 100,0 243 100,0
Fonte: Pesquisa IPEA/CNDI/SEDH.
Programa da Saúde da Família (PSF) Pastoral da Pessoa Idosa
DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL DOS FUNCIONÁRIOS SEGUNDO A CONDIÇÃOPARANÁ, 2007/2008
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Nutricionistas Assistentes Sociais Psicólogos Fisioterapeutas Terapêutas
ocupacionais
Farmacêuticos Médicos Dentistas Fonoaudiólogos Outros
Fonte: Pesquisa IPEA/CNDI/SEDH Assalariados Voluntários Cedidos
DESAFIOS PARA A REDE
� Abandonar as relações verticais de poder.
� Produzir múltiplas estratégias para sensibilizar, mobilizar e articular todos os nós de uma rede.
� Criar oportunidades para aproveitar as possibilidades de contribuição de cada um.
� Garantir mecanismos de construção coletiva, que são essenciais para manter a articulação, a identidade e os princípios.
DESAFIOS PARA A REDE
� Criar Fóruns para que os participantes se vejam como sujeitos responsáveis pela construção de cenários externos favoráveis ao novo que se quer construir.
� Potencializar por intermédio dos Fóruns a capacidade de produzir mudanças, especialmente aquelas construídas a partir do saber e do poder compartilhados.
� Transformar esforços isolados em movimentos articulados, com muito maior potencial de ação.
DESAFIOS PARA A REDE
� Criação de um Fundo Nacional (e estaduais) do Idoso
� O CNDI é deliberativo, mas não tem poder para decidir sobre orçamentos específicos para o desenvolvimento de ações em prol da pessoa idosa.
� Não tem, portanto, vinculação com fundos, como o Fundo Nacional de Saúde, de Educação ou de Assistência Social.