A COMUNICAÇÃO HUMANA - Oi Futuro | Instituto de ... · Numa visita customizada como esta, feita...
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PROGRAMA EDUCATIVO - MUSEU DAS TELECOMUNICAÇÕESCOORDENAÇÃO GERAL BIA JABOR | COORDENAÇÃO EXECUTIVA TATIANA ASSUMPÇãO RIChARDPROGRAMAS PARA MULTIPLICADORES ADRIANA FONTES | ARTE EDUCADORES ANA RONDON,EDUARDO MAChADO, hUGO RIChARD, KEyNA MENDONÇA E ROBERTA CONDEIxAESTAGIÁRIOS ANITA SOBREIRA, CAROLINA CAMBARá E ROSANA DA SILVA ESTAGIÁRIO DE PRODUÇÃO PABLO MATOS | ASSISTENTE CAROLINA PRESTES
CADERNOS EDUCATIVOSEQUIPE EDITORIAL ADRIANA FONTES, ALExANDRE GUARNIERI, ANALU CUNhA E BIA JABOR CONSULTORES EThEVALDO SIqUEIRA, FRANCISCO RéGIS LOPES RAMOS, JOãO FONSECA, JOãO MODé E LUIz GUILhERME VERGARA | REVISÃO DE TEXTO ROSEANE LUz PROJETO GRÁFICO 32BITS™ CRIAÇÕES DIGITAIS
MUSEU DAS TELECOMUNICAÇÕES / OI FUTURO DIREÇÃO/CURADORIA MARIA ARLETE GONÇALVES | MUSEOLOGIA TATIANA LAURA INFRA-ESTRUTURA/TECNOLOGIA TAISSA ThIRy | CENTRO DE PESQUISA BRUNA qUEIROz COORDENAÇÃO EDITORIAL ShIRLEy FIORETTI | WEb FERNANDA SARMENTO
MUSEU DAS TELECOMUNICAÇÕES RUA DOIS DE DEzEMBRO, 63 - FLAMENGO WWW.OIFUTURO.ORG.BR/MUSEUTEL: 3131-3050
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Espaço da memória, da experimentação e da contemporaneidade, no Museu das
Telecomunicações o visitante constrói seu próprio tempo. Para contar a aventura
da comunicação humana, nosso programa educativo, ao mesmo tempo em que
aprofunda informações técnico-científicas, não perde de vista seu caráter de
educação informal. Aqui, se aprende brincando.
Assim, o Museu se destaca como espaço de diversão e conhecimento, onde a
tecnologia da comunicação vai além de si mesma, expandindo-se como ferramenta
para transformação do pensamento humano.
Numa visita customizada como esta, feita sob medida para estabelecer uma relação
pessoal com a história, com os objetos e documentos expostos, cada visitante é, ao
mesmo tempo, espectador e protagonista.
Prepare-se para selar um pacto com outro tempo, marcado logo na entrada por sua
própria imagem refletida num jogo de espelhos. Na saída, o ciclo se fecha com uma
última passagem que nos remete diretamente ao útero materno, sincopado pelo
mais primitivo dos sons: a nada tecnológica batida do coração.
Conheça. Interaja. Pergunte. Experimente. Emocione-se. Divirta-se.
E faça dessa visita de hoje, aquele momento inesquecível do futuro.
Maria Arlete GonçalvesDiretora Oi Futuro
“infotenimento”>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
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>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> >>>>>>>>>Caro eduCador/multipliCador,
Os museus e centros culturais são hoje, antes de qualquer coisa, espaços para o
desenvolvimento da experiência e da educação. Um lugar para se pensar, fazer, discutir,
interagir e aprender através da arte e dos objetos que compõem o seu acervo. O programa
educativo do Museu das Telecomunicações, no espaço cultural Oi Futuro, elaborou este
material especialmente para os professores, educadores e responsáveis pelos grupos que
tenham interesse em visitar o museu e aprofundar seus conteúdos, assim como multiplicar
sua abrangência pedagógica.
Mais do que nunca, professores e educadores buscam novas ferramentas de ensino, com
o objetivo de dinamizar suas aulas e trazer outras formas de aquisição do conhecimento
para seus alunos. O museu pode ser uma dessas ferramentas; e o professor/educador, um de
seus mais importantes elos comunicativos. Por isso, elaboramos estes cadernos educativos
que servirão de apoio e aprofundamento de conteúdos do museu e uma forma de dar
continuidade à sua visita e criar desdobramentos futuros, pois é através de vocês que o
Museu das Telecomunicações irá se transformar em material de ensino-aprendizagem.
O Museu das Telecomunicações é pequeno, se considerarmos seu espaço físico, mas enorme
em termos de conteúdo. É um espaço cultural que não se esgota em uma única visita e pode
ser trabalhado a partir de diversos caminhos. E esta é, justamente, a proposta do museu:
um museu em forma de hipertexto — ou seja, com muitas entradas e possibilidades
de “conexões” –, onde você escolhe o que quer ver, tornando-se, ao mesmo tempo,
espectador e protagonista.
O programa educativo identificou quatro principais eixos temáticos que podem ser
trabalhados a partir do museu:
A história das Telecomunicações | Traça uma linha do tempo das telecomunicações,
apresentando seus principais acontecimentos, inventos, descobertas e personagens.
A Comunicação humana | Apresenta o desenvolvimento da comunicação humana na
história da humanidade e seus impactos no desenvolvimento das sociedades.
Industrialização e Design | Focado na relação do homem e seus objetos, traçando o
desenvolvimento do design no mundo e no Brasil.
Redes e Rizomas | Discute sobre o conceito de redes e rizomas em diversos âmbitos da
sociedade contemporânea, as relações com o hipertexto e a aplicação deste conceito
na educação.
Cada eixo temático pode ser trabalhado separadamente, de acordo com o interesse
do multiplicador e com diferentes objetivos. Ao mesmo tempo, os eixos temáticos se
intercomunicam, ampliando ainda mais as possibilidades de leitura e entradas educativas
no museu.
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>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> >>>>>>>>>Para cada eixo temático, convidamos um consultor especial que vai contribuir, com sua
visão e experiência profissional, para um melhor entendimento do tema em questão. Os
textos de cada caderno (eixo temático) foram organizados sob a forma de hipertexto, tendo
em vista o objetivo de seguir a mesma linha de pensamento do museu, trabalhando a
idéia de página de internet, redes, rizomas, simultaneidade e convergência, questões tão
presentes em nossa sociedade contemporânea.
“Tudo ao mesmo tempo, agora. Em um único lugar.”
A idéia de hipertextos é trazer informações complementares, glossário de termos e
conceitos, diálogos com o acervo, vídeos e conteúdos do museu, referências bibliográficas e
de pesquisa, sugestões de desdobramentos futuros em sala de aula, tópicos para reflexão e
debate, além de instigações e curiosidades sobre o tema em questão.
O objetivo de separar os conteúdos em eixos temáticos é uma forma de oferecer, ao
multiplicador, uma pesquisa mais aprofundada sobre os principais temas que compõem o
museu e que sirva de apoio para que você possa programar diversas visitas a este espaço,
ao longo do ano e de acordo com os diferentes focos de interesse e objetivos a serem
alcançados. A cada visita, um novo museu se abrirá para o grupo.
É importante que o professor/educador tenha em mente que, apesar deste material
educativo poder ser utilizado por todos os profissionais interessados em trabalhar com
os conteúdos do museu (sejam professores da rede formal de ensino ou de universidades,
educadores e profissionais de projetos sociais, professores de cursos profissionalizantes
e de formação continuada), as adaptações para o perfil, faixa etária e interesse do grupo
ficam a critério do próprio multiplicador responsável.
Além deste material, oferecemos encontros especiais para professores e educadores, em
que apresentamos cada um dos eixos temáticos, discutindo as diferentes possibilidades
de leitura e entradas educativas. Esta é uma oportunidade para se discutir não só
com os profissionais do projeto educativo, mas também com outros profissionais que
fizerem parte do grupo, as formas de se trabalhar o museu a partir das especificidades e
interesses de cada grupo. Não pretendemos ensinar receitas nem esgotar esses assuntos,
mas sim apontar caminhos possíveis para se elaborar, refletir e debater sobre o mundo
das telecomunicações, bem como as formas de conhecê-lo, interpretá-lo e, sobretudo,
compreender a sua essência: promover o encontro com o outro.
Bia JaborCoordenação Geral | Programa Educativo
aos multiplicadores
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comunicação e fenômeno humano, comunicação como condição humanaLuiz GuiLherme VerGara Diretor do Museu de Arte Contemporânea de Niterói,
é professor do Departamento de Artes e chefe de departamento
do curso de Produção Cultural daUniversidade Federal Fluminense.
é Mestre em Artes e Instalações Ambientais e PhD em Arte Educação,
ambos pela New york University.
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ARENDT, Hannah. A condição humana.
São Paulo: Editora da Universidade
de São Paulo, 1981.
McLUHAN, Marshal e FIORE, Quentin.
O meio são as massagens. Inventário
de efeitos. Rio de Janeiro: Editora
Record. Ibid.
MARX e ENGELS. O Manifesto Comunista.
Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 2006.
>� COmuNiCaÇÃO e FeNÔmeNO humaNO,
COmuNiCaÇÃO COmO CONDiÇÃO humaNa.
“ A condição humana segundo os primórdios gregos estava ligada ao diálogo, zoon logon ekhon
(“um ser vivo dotado de fala”), que fundava a polis, pois fora desta estavam os escravos e
bárbaros, aneu logou, “destituídos, naturalmente, não da faculdade de falar, mas de um modo
de vida no qual o discurso e somente o discurso tinha sentido e no qual a preocupação central
de todos os cidadãos era discorrer uns com os outros”.
“Não nascemos para sermos nomes e sim verbos.”
>>> Agnes Martin
Se no início existia o verbo, estamos retornando a um reconhecimento fundamental de
nossa história milenar — “nascemos para sermos verbos”, ações comunicativas! Mas,
por que meios? Precisamos unir sujeitos e reinventar a objetividade do mundo. Em plena
era da comunicação eletrônica em redes hiperespaciais, vivemos em um planeta cuja
dimensão se reduz aos kbites e às bandas largas. A cada dia surgem inúmeras novas
geografias das navegações por sistemas wireless, onde se confundem as contradições
e celebrações em face das conquistas dos novos sistemas portáteis de comunicação.
Estamos mais ou menos alienados do mundo? Mais ou menos incomunicáveis? Mais
ou menos humanos ou humanóides? O fato concreto é o que Marshal McLuhan
denuncia — certamente, entre vários outros críticos da cultura de massa — como um
inventário de grandes mudanças que surpreendiam pela sua rapidez, sua escala global e,
principalmente, por seu efeito direto em todas as relações sociais: “Você está mudando.
Sua família está mudando. Sua profissão está mudando. Sua educação, seu bairro, seu
governo, suas relações com os ’outros’ — tudo está mudando.”
Mas depois de quatro décadas, ainda estamos perplexos diante da grande onda das
redes de comunicação eletrônica: o que falar para as novas gerações que já nasceram
no século XXI? Como atualizar os primeiros alertas da emergente aldeia global dos idos
anos 1960 de McLuhan — como podemos rever suas afirmações sobre um curioso jogo
de ambigüidades entre as mídias modeladas pelo “Homem”, que já deixavam de ser
instrumentos transmissores de mensagens, para serem a total “extensão do Homem”?
Isto é, os meios tornaram-se “massa-gens”, sem as quais (em um poder crescente) nosso
corpo e mente coletiva não passa sequer um dia desconectado. Previsões como estas
antecipavam realidades de uma cultura visual cada vez mais dominadora de alienação
e redução do mundo, para uma dimensão de aldeia global completamente independente
das distâncias e singularidades das geografias locais.
A comunicação, como parte dos instrumentos adquiridos a um alto custo, ao longo do
século XX, foi extremamente estudada através de diferentes pontos de vista. Mas por
quê? Ora, atacada pelos cientistas sociais, como instrumento de dominação ideológica
ou política; ora, por um outro viés, pelos filósofos e estudiosos da cognição, como
culminância do fenômeno humano. O preço da revolução industrial, da modernidade
e sua instauração forçada por novos meios de produção, controle e segurança,
constituíram as moedas de troca entre o bem e o mal-estar da modernidade, onde os
meios de comunicação serviram como portais das novas regras de comportamento e
relações sociais. De Marx a Freud, a alienação era tratada ou pelos manifestos para uma
reforma social, onde “tudo o que era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado
é profanado e, por fim, o homem é obrigado a encarar com serenidade suas verdadeiras
condições de vida e suas relações com sua espécie”; ou pelo divã — para muitos,
culminância do desamparo comunicativo do indivíduo na sociedade –, na tentativa
de se restabelecer uma interpretação ou realinhamento entre os elos reprimidos
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bAUMAN, Zygmunt. Vida Líquida.
Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2005.
ARENDT, Hannah. A condição humana.
São Paulo: Editora da Universidade
de São Paulo, 1981.
>� do inconsciente pelo consciente, da pressão civilizatória de fora sobre os instintos.
Zigmunt bauman inverte o mal-estar da modernidade proposto por Freud, para as novas
negociações e perdas da pós-modernidade. “Líquido-moderna” é uma sociedade em
que as condições sob as quais agem seus membros mudam num tempo mais curto do
que aquele necessário para a consolidação, em hábitos e rotinas, das formas de agir […]
Numa sociedade líquido-moderna, as realizações individuais não podem solidificar-se
em posses permanentes porque, em um piscar de olhos, os ativos se transformam em
passivos e as capacidades, em incapacidades.”
Entre o mal-estar de Freud e a visão de bauman, se insere uma nova geração de
agitadores e apóstolos da nova ordem que se ergue, sustentada pela potência crescente
de alienação e modelação dos meios de comunicação. As vozes de Guy Debord e
McLuhan se complementam repletas de perplexidades críticas, respectivamente, junto
a uma sociedade de espetáculo, do evento e da impermanência de valores, que se
alimenta e se torna alimento de uma cultura visual de comunicação para as massas,
de circulação mundial imediata de imagens eletrônicas passageiras, da mídia global
“massageando” novos padrões ou rótulos de ordem e liberdade, com modelos de
comportamento e sucesso, não mais pela disciplina civilizada. Mas como ultrapassar
esta barreira da comunicação visualizada apenas como rede mecânica, instrumento
de controle e alienação de massas? Seguramente, o mundo se tornou uma aldeia, sim;
porém, um lugar onde simultaneamente se faz valer a coincidência de extremos opostos
coexistindo entre o mais radical pessimismo filosófico niilista e as forças de ação e
vontade construtiva geral, como bem declarou o artista Hélio Oiticica, nos anos 1960.
Entre estes extremos, existe uma terceira margem que defende a dimensão processual
da comunicação como elos orgânicos entre consciência, comunidade e história.
Comunicação, então, pode ser vista como instrumento de poder e violência, sim;
mas também como parte de uma trajetória de buscas e redenção libertadora, como
Hannah Arendtbem colocaria em seu ensaio sobre a condição humana, em 1958. Pois,
neste tratado, Arendt dá início à sua apresentação com uma argumentação sobre o
“Homem: animal social ou político”. É juntamente com o surgimento do estado-nação,
que se identifica a polaridade do conceito que Aristóteles chamou de “bios politikos: a
ação (práxis) e o discurso (lexis)”. O que une o homem em suas primeiras formas sócio-
políticas, caminha lado a lado com sua capacidade de ação e discurso (comunicação).
Na relação comunitária embrião da polis — compartilhar, negociar e colaborar –, o
pensamento grego dava também uma dimensão pragmática a dois componentes das
principais capacidades humanas: o “autor de grandes feitos” e o “pronunciador de
grandes palavras”. A comunicação, então, se projetava como uma capacidade humana
da mais alta sabedoria, ao ser capaz de “emitir grandes palavras (megaloi logoi) em
resposta a rudes golpes”. Talvez, possamos aí também repensarmos sobre a síntese
da gênese bíblica — “no início era o verbo”. Ação e discurso se somam como criação
(inaugural) e comunicação (união). É do avanço para a polis que a ênfase maior se desloca
da ação para o discurso, porém, o discurso é uma ação comunicativa que não se impõe
pela violência, mas que se coloca como estratégia de persuasão.
Seguindo a abordagem de Arendt, toda a tecnologia que compõe nossa era moderna é
da comunicação a distância, do aumento das velocidades e redução dos espaços — a
alienação ou desmaterialização do planeta Terra, pois tudo o que está preso à superfície
dos acontecimentos terrestres, assim como a vida dos nossos sentidos atrelados
aos nossos corpos, está prejulgado como relativo. Porque somente as dimensões
relacionadas com o universo poderiam ser tomadas como pontos de referência para
todas as medidas — de tempo absoluto, espaço absoluto, movimento absoluto...
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APPADURAI, Arjun. Globalization.
London: Duke University Press, 2003.
bAKHTIN, Mikhail (1895–1975, teórico
russo da linguagem.
>� Estamos em meio a um grande momento de mudanças que podem ser vistas como
desafios da comunicação — da polifonia de Bakhtin, de muitas vozes contrastantes
simultaneamente se falando, preenchendo nossas pequenas aldeias globais de
noticiários. Uma sabedoria, talvez totalmente aristotélica, recuperada por bakhtin,
ou das redes rizomáticas propostas por Deleuze e Guattari, ou da pedagogia existencial
de Paulo Freire, as ações e os discursos se espalham como as gramas (grassroots —
Appadurai), de baixo para cima.
Para construir esta visão ”polifônica”, sobre a emergência da comunicação como desafio
humano, acordamos por enfocá-la como caminho essencial para a superação dos principais
impasses que atingem a humanidade em sua escalada (pré-moderna/medieval, moderna/
industrial e pós-moderna/globalizada). Pois a consciência do seu inverso — a alienação e
incomunicabilidade; o isolamento e a exclusão social — nasce, simultaneamente, com o
princípio comunicativo da humanização, cultura e civilização moderna.
Ao mesmo tempo que crescem, aceleradamente, os instrumentos de transporte em massa,
pela velocidade e pelos sistemas de visão e comunicação a distância, um mundo paralelo
de relações horizontais, de bases, emerge de baixo para cima, demandando contatos
diretos e uma ética dialogal entre sujeitos, de esforços pela desalienação do mundo, de
resgaste da polis nas grandes “metro-polis” de arranha-céus. Somos convocados, por todas
as vanguardas, a experimentar o mundo pela dinâmica comunicativa dialogal (vivencial)
do corpo, como o coração que move e nos faz mover com o mundo e no mundo. Por todos
os caminhos, a comunicação dialogal se estabelece como base existencial do conhecer o
conhecimento como construção recíproca de sujeitos — entre sujeitos — e mundo. Daí,
esta formulação é também construtivista, como um dialogismo entre Piaget e Vygotsky.
Se passa pela esfera tripartida da experiência proposta por Piaget — a humanidade,
como um todo, percorre simultaneamente e, obrigatoriamente, três estágios: no primeiro,
o encontro, o estranhamento (Paulo Freire) pré-operacional; no segundo, o relacional-
concreto; e no terceiro, o conceitual, o sistêmico ou a admiração transformativa. Da
mesma forma, é também construtiva, como propõe Vygotsky: toda a construção da mente
é relacional/social. Nessas heranças dos estudos da mente e estados de aprendizagem
pela recuperação do sujeito, em pleno século XX, os estudos se deslocaram da esfera de
uma busca por novos saberes, para uma ética de como esses saberes emergem do caos
para uma vivência compartilhada, para uma nova ordem da condição humana.
Chegamos a uma nova era de grande complexidade, pois seu avanço também
(des)encapsula raízes e vírus adormecidos, novas e velhas epidemias, respondendo a
aberturas de antigas fendas arqueológicas. Todo o planeta é também uma consciência
e um corpo revestido de infinitas camadas de memórias. Estamos igualmente próximos
da Idade Média, ao caminharmos por dentro de rachaduras das grandes metrópoles,
onde encontramos favelas e calçadas habitadas por sombrias figuras sem oportunidade
de agir e falar. Ao mesmo tempo, todas as camadas acumuladas de memórias e
mentalidades são revestidas da mais alta tecnologia, com diferentes usos e para as mais
diversas ideologias. Da mesma forma que os comandos do tráfico entram na grande rede
da Internet e passam a fazer parte de uma estranha trama do progresso-comunicação
e tecnologia. Os maiores avanços das tecnologias da comunicação nos assustam
tanto quanto a apresentação do telescópio para Descartes. Seu poder de alienação da
realidade é simultaneamente o mesmo para nos unir na visão de uma nova geografia
das redes humanas.
Sem dúvida, podemos concluir com Agnes Martin, assim como começamos:
“Não nascemos para sermos nomes e sim verbos.” Nossa condição como fenômeno
humano está totalmente ligada a esta afirmação, condição poética e ética,
pois toda a vida humana, pela arte-ciência-filosofia e educação, só se faz por uma
ética viva das ações comunicativas.
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a comunicaçãohumana aLeXaNDre GuarNieriTecnologista do INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Arte-educador habilitado em história
da Arte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Poeta, artista e Mestre em Tecnologia
da Imagem pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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ChARLES DARWIN, 1809-1882
Charles Robert Darwin foi um
naturalista britânico que alcançou fama
ao convencer a comunidade científica
da ocorrência da evolução e propor uma
teoria para explicar como ela se dá por
meio da seleção natural e sexual. Esta
teoria se desenvolveu no que é agora
considerado paradigma central para a
explicação de diversos fenômenos na
biologia.
SELEÇãO NATURAL
O conceito básico de seleção natural
é que as condições ambientais (isto
é, a “natureza”) selecionam quão bem
uma determinada característica de um
organismo ajuda na sobrevivência e
reprodução desse organismo.
À medida que as condições ambientais
não variem, ou permaneçam
suficientemente similares, essas
características continuam a ser
adaptativas e elas tornar-se-ão mais
comuns na população.
>>>www.wikipedia.org
O CéREBRO hUMANO
O cérebro humano, que requer 25%
do sangue que o coração bombeia, é
particularmente complexo e extenso.
É um conjunto distribuído, de milhares
de milhões de células, que se estende por
uma área superior a 1 metro quadrado.
É constituído por cerca de 100 bilhões
de neurônios, que parecem organizados
em agrupamentos chamados fibras
nervosas, cada uma com 80 a 100
neurônios. Calcula-se que existam 200
milhões de ligações entre ambos os
hemisférios cerebrais.
A neurociência é um termo que reúne
as disciplinas biológicas que estudam o
sistema nervoso, especialmente
a anatomia e a fisiologia do
cérebro humano.
>>> www.wikipedia.org
Foto
: Ta
od
Foto
: Ju
lia
M C
amer
on
>11 a COmuNiCaÇÃO humaNa
1. PARA INÍCIO DE CONVERSA...
“Num dia de ventania, dois monges discutiam sobre uma bandeira que tremulava ao vento.
O primeiro disse: “Acho que a bandeira é que se move, não o vento.” O segundo disse: “O vento
é que se move e não a bandeira.” Um terceiro monge passou e disse: “Nem o vento nem a
bandeira se movem, suas mentes é que não param!” >>> Parábola budista
Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? O que é o Universo? Qual o nosso
papel nele? Estamos sozinhos, afinal? Eis algumas das questões que cientistas e filósofos
vêm se perguntando, há séculos. Alguns diriam que estas são, com certeza, questões
fundamentais que seres como nós, inteligentes e desenvolvidos, deveriam se dedicar
a responder. Mas qual a importância de recolocar, de fato, essas questões ao longo dos
séculos? Diferentes épocas têm sugerido diferentes respostas? É possível responder
a essas questões? Há apenas um ponto de partida para buscar as respostas? Qual
motivação há por trás das pessoas que transformaram suas vidas tentando respondê-
las? É certo que filósofos, cientistas e religiosos têm olhado para essas questões sob
diferentes perspectivas. Mas se existe algo realmente fundamental, anterior a elas, o que
seria? Eis um outro ponto intrigante que nos remeteria àquele notório impasse filosófico
sobre a origem do ovo e da galinha; ou mesmo às elucubrações envolvendo o sucesso
comercial de um famoso e gostoso biscoito: “É fresquinho porque vende mais ou vende
mais porque é fresquinho?” Desde quando o Homem tem sido capaz de se formular essas
questões tidas como fundamentais? Por que, afinal, as consideramos fundamentais?
Enfim, foi o aparecimento da linguagem — como a entendemos hoje — que possibilitou
ao Homem a consciência de tais questões ou foram, antes, essas questões, como uma
centelha, que propiciaram e instigaram o aparecimento de uma linguagem cada vez mais
sofisticada, mais desenvolvida?
Para os cientistas, as respostas não são tão simples. Muitas vezes há uma combinação
tão íntima de fatores, dos mais distintos, que separar o que vem antes e o que vem depois
é praticamente impossível. Parece mais interessante considerarmos esses avanços como
fruto de uma rede complexa de variáveis e eventos não exatamente hierárquicos, mas
cooperativos. Dentre as inúmeras teorias sobre o aparecimento da linguagem, muitas
delas apontam para a evolução de nossa fisiologia cerebral, motivada pela capacidade
de usarmos nossas mãos de modo único, dependentes do desenvolvimento de áreas
específicas do nosso cérebro — isto porque passamos a andar eretos –, para construir
coisas, das mais simples às mais sofisticadas; e depois, de máquinas que operadas pelas
mãos iriam construir coisas em escalas não-manuais, das microscópicas às gigantescas. É
claro que a sobrevivência e evolução da espécie humana sempre — e sobretudo para os
biólogos — assume um papel central nas mesas de discussão.
“Somos arquivos ambulantes de uma sabedoria ancestral. Nossos corpos e mentes são como
monumentos vivos dos raros sucessos de nossos antepassados. Darwin ensinou-nos isso.”
>>> A formiga e o Pavão, Helena Cronin.
Entre permanecer existindo ou entregar-se à extinção pelas mais variadas causas
imagináveis (catástrofes naturais, escassez de alimentos, fome, doenças, predadores
etc.), o Homem aparentemente optou pela primeira alternativa — ou não estaríamos
aqui! Parece estar em Charles Darwin, autor da teoria da evolução e da seleção natural,
um potente vetor das pesquisas sobre o surgimento do Homem na face do planeta e,
para muitos cientistas, os impactos de suas idéias no senso comum ainda estão por vir.
a comunicaçãohumana aLeXaNDre GuarNieriTecnologista do INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Arte-educador habilitado em história
da Arte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Poeta, artista e Mestre em Tecnologia
da Imagem pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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FALA
Fala é a capacidade ou o uso dessa
capacidade de emitir sons em
algum padrão. Para falar ou cantar,
movimentamos cerca de uma dúzia
de músculos da laringe, bem como as
cordas vocais. O ar que sai dos pulmões
percorre os brônquios e a traquéia
chegando até a laringe, os músculos se
contraem regulando a passagem do ar.
Nossos movimentos fazem as cordas
vocais vibrarem e produzirem sons.
Chegando à boca, o som laringiano
é articulado graças à ação da língua,
dos lábios, dos dentes do véu palatino
e do assoalho da boca. A voz é uma
característica humana intimamente
relacionada com a necessidade do
homem de se agrupar e se comunicar.
À emissão de uma voz saudável damos o
nome de eufonia; a uma voz doente, ou
seja, com alguma de suas características
alterada, denominamos disfonia.
>>>www.wikipedia.org
>12 “ A vida inteligente em um planeta torna-se amadurecida quando, pela primeira vez,
compreende a razão da sua própria existência. Se criaturas superiores provindas do espaço
algum dia visitarem a Terra, a primeira pergunta que farão, a fim de avaliar o nível de nossa
civilização, será: “Eles já descobriram a evolução?” >>> O Gene egoísta, Richard Dawkins.
Os cientistas não negam que a capacidade humana de se comunicar seja um dos fatores
vinculados diretamente ao sucesso de nossa permanência sobre a face do planeta. Como
ela terá surgido? Atualmente, o bioquímico e matemático austríaco Martin Nowak é um
dos cientistas que tem levado adiante o evolucionismo de Darwin, ao estudar o papel
da linguagem articulada na evolução humana. Segundo ele, “a linguagem articulada
humana é o traço evolutivo mais interessante surgido nos últimos 600 milhões de anos.
Sua eclosão seria um evento tão importante para a história da vida na Terra quanto
o surgimento dos eucariotes ou dos organismos multicelulares”. Além disso, Nowak
procura destacar de que forma a seleção natural teria propiciado o surgimento da
linguagem articulada, no campo da comunicação animal.
“ O homem (ou a mulher) das cavernas grunhe. De grunhido em grunhido, vai se fazendo
entender pela mulher (ou homem) de seu convívio, os filhos, os demais companheiros da tribo.
Na medida em que cada som especializa um sentimento ou uma intenção está construindo,
por simples repetição, a gramática sem a qual já não sobreviverá, inteligível unicamente para
o reduzido núcleo social de que faz parte integrante. Inicialmente se dirige a alguém próximo,
que só aos poucos o vai entendendo. O primeiro som emitido é solto no espaço, com direção,
embora sem tradução para quem o escuta. Em seguida, lentamente, se vai tecendo entre
ambos, e os demais habitantes da gruta primeva, a linguagem originária. Do não-significante
para o significado.” >>> Um inferno de espelhos [apres.] Antonio Bulhões.
2. “FAÇA-SE!”: A POTÊNCIA CRIADORA E UNIFICADORA DA FALA
“Para mim, o mundo se constitui de indivíduos que estão sempre em busca de parceiros,
de amantes, de um guru, até mesmo de Deus. Os acontecimentos mais importantes e
transformadores da vida são os encontros entre esses indivíduos. [...] Foram muitas
as ocasiões em que os seres humanos mudaram o mundo mudando a maneira como
conversavam. Certas revoluções da conversação tiveram um efeito tão importante quanto
muitas guerras, rebeliões e graves crises de escassez. Em várias ocasiões em que problemas
pareciam insolúveis, em que a vida parecia não ter mais sentido, em que os governos perdiam
o poder, as pessoas conseguiram encontrar uma saída mudando o tema das suas conversas,
mudando a maneira como falavam ou passando a conversar com outras pessoas. No passado,
foram mudanças assim que produziram a Renascença, o Iluminismo, a modernidade e a pós-
modernidade. É chegada a hora de uma Nova Conversa.” >>> Conversação, Theodore Zeldin.
Falar parece tão fluente e natural, para nós, quanto se coçar. Dificilmente ocupamos nossos
pensamentos cotidianos com formulações sobre o aparecimento de uma infinidade de
palavras que usamos no dia-a-dia. Elas simplesmente fluem da nossa mente à boca, porque
nos foram ensinadas através da repetição e imitação. Mesmo sem entender o significado
de uma frase em japonês, por exemplo, seria possível repetir palavras com uma pronúncia
razoável, se nos esforçássemos simplesmente em imitá-las. Através da fala, não só se
abrem possibilidades infinitas de comunicação com nossos semelhantes, como também a
construção das redes de afinidade, a satisfação dos mais simples prazeres que dependem,
muitas vezes, de pedidos banais, articulados em poucas palavras: “quero água”, “sinto frio”,
“vamos conversar?”, “do que você precisa agora?”, “você está tão linda!” São frases simples,
mas que podem alterar diretamente nossa vida diária ou, até mesmo, o curso da nossa
história. A fala nos parece hoje tão fundamental quanto o ar que respiramos. Chega a ser
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COSMOGONIA E MITOLOGIA
Cosmogonia é o termo que abrange as
diversas lendas e teorias sobre a origem
do universo, de acordo com as religiões,
mitologias e ciências, através da
história. Um mito é o relato em forma de
narrativa, com caráter explicativo e/ou
simbólico, profundamente relacionado
com uma dada cultura e/ou religião.
Acontecimentos históricos podem se
transformar em mitos, se adquirem uma
determinada carga simbólica para uma
dada cultura. Mito não é o mesmo que
fábula, conto de fadas, lenda ou saga.
>>>www.wikipedia.org
MAGOS
Mago ou magi, plural da palavra persa
antiga magus, significando tanto
imagem quanto “um homem sábio”,
que vêm do verbo cuja raiz é “meh”
(grande) e, em sânscrito, “maha”. Os
magi originais eram a casta sacerdotal
da Pérsia Sassânida, além de químicos
e astrólogos. Seus trajes consistiam de
um manto escuro decorado com astros,
chapéu alto, triangular e pontudo, e suas
demonstrações públicas envolviam o uso
de substâncias químicas para geração de
fumaça que causavam grande impressão
entre o povo; observadores europeus
trouxeram sua imagem para o folclore
do ocidente. Na bíblia, os magos se
traduzem como homens sábios. O termo
também tornou-se familiar com os
magos que visitaram o menino Jesus, no
Evangelho de Mateus, capítulo II.
>>>www.wikipedia.org
>13 estranho pensar que ela nem sempre esteve conosco, numa perspectiva biológica
e de nossa história enquanto espécie sobre a face da Terra.
Antes de prosseguirmos, é preciso estabelecer as devidas distinções entre linguagem
e língua. A faculdade da linguagem (comunicação articulada) é anterior à organização
atual das línguas. Ou seja, enquanto a primeira diz respeito às capacidades humanas
de simbolização e abstração, a segunda tem relação com os conjuntos de palavras e
expressões usadas por povos e nações. Munida de regras próprias, cada língua possui
sua gramática específica. Esta é uma das maneiras de pôr em prática a linguagem, mas
existem outras. As artes visuais, por exemplo. Ou a música instrumental.
Muitas narrativas míticas e cosmogônicas referem-se à fala como um atributo inerente
aos deuses e a forças sobrenaturais. “No início, era o Verbo.” Na bíblia, Deus cria o mundo
através de palavras, de sua própria fala divina primordial. Ele disse: “Faça-se a luz!”
— e a luz se fez. Para a Ciência contemporânea, essa luz poderia traduzir-se pela
expressão “big bang” (o grande estouro). Para os estudiosos do cosmos, o big bang é
estado extremamente denso e quente, do qual emergiu o universo há cerca de 13,7
bilhões de anos.
Na Antiguidade, magos acreditavam em seu poder de materializar objetos e alterar o
curso de fenômenos naturais através de frases e palavras mágicas. Quem não lembra
de “Abracadabra” ou “Alakazam”? É claro que o cinema e a literatura têm caricaturizado
esses misteriosos personagens há décadas, com destaques recentes para o jovem mago
Harry Potter; ou o velho e experiente Gandalf, da trilogia O Senhor dos Anéis; ou mesmo
o clássico Merlin, das lendas do Rei Arthur.
Por que não citar também o mago brasileiro Paulo Coelho, que através do uso das
palavras, em seus livros (traduzidos para 59 idiomas), fizeram-no alcançar fama mundial
e até colocá-lo entre os “imortais” da nossa Academia brasileira de Letras? Mas que poder
é esse, por trás das palavras e da fala? Por que certas palavras e discursos têm tamanho
poder de aglutinar pessoas, consolidar sociedades ou mesmo criar países?
“Um pensamento se realiza tornando-se palavra; esta se realiza pelos sinais, sons e figuras dos
sinais: é este o primeiro grau de realização. Depois ela se imprime na luz astral por meio dos
sinais da escrita ou da palavra; ela influi sobre outros espíritos, refletindo-se neles; se refrata
atravessando o diáfano dos outros homens, aí toma formas e proporções novas, depois se
traduz em ato e modifica a sociedade e o mundo; é este o último grau de realização. Os homens
nascem num mundo modificado por uma idéia, trazem consigo sua impressão e é assim que o
verbo se faz carne.”>>>Dogma e ritual de alta magia, Eliphas Levi.
O “pensamento mágico”, a despeito dos aspectos teológicos, desempenha uma função
de memória nas sociedades sem escrita. Os mitos encarnam, através dos deuses, das
histórias de heróis e ancestrais, as principais representações de uma comunidade.
Através da fala — desde os discursos dos grandes líderes carismáticos, capazes de
influenciar multidões e mudar a história das nações, até nossa corriqueira troca de
palavras cotidianas –, nos conectamos ao mundo, aos outros, num eterno jogo de
sentido e transformação. Jogo capaz de reconfigurar contextos locais, sociais e políticos,
fortalecendo laços, mudando rumos, (re)significando tudo aquilo que nos cerca, sem nos
darmos conta desse complexo mecanismo de espelhamentos e refrações. Quando nossa
fala encontra a fala alheia, se mistura a ela, ambas se transformam levando adiante, no
entanto, parte das centelhas que as originaram.
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IDEOGRAMA
Ideograma é um símbolo gráfico
utilizado para representar uma palavra
ou um conceito abstrato. Os sistemas
de escrita ideográficos originaram-se
na Antiguidade, antes dos alfabetos.
Como exemplos de escrita ideográfica,
podemos citar os hieróglifos do
antigo Egito, a escrita linear b de
Creta e a escrita maia, assim como
os caracteres utilizados em chinês e
japonês. Em certas línguas, pode ser
lido como denotando o próprio objeto
ou as respectivas conotações; assim, o
ideograma pode encerrar uma ou mais
unidades de sentido.
PICTOGRAMA
O pictograma é um símbolo que
representa um objeto ou conceito, por
meio de ilustrações, não transcrevendo
nem tendo relação explícita com a língua
oral. Pictografia é a forma de escrita pela
qual idéias são transmitidas através
de desenhos. Ela é a base da escrita
cuneiforme e dos hieróglifos.
>>>www.wikipedia.org
TRADIÇÃO
Tradição (do latim, traditio ou tradere,
que significa entregar) é a transmissão
oral de lendas, narrativas ou valores
espirituais que são passados de
geração a geração. Diz respeito à
crença de um povo, algo que é seguido
conservadoramente e com respeito
através das gerações (recordações,
memórias ou costumes).
A tradição e sua presença na sociedade
baseiam-se em dois pressupostos
antropológicos:
1. as pessoas são mortais;
2. a necessidade de haver um nexo de
conhecimento entre
as gerações.
Tem-se, por tradição, no sentido amplo,
tudo aquilo que uma geração herda das
suas precedentes e lega às seguintes.
Os aspectos específicos da tradição
devem ser vistos em seus contextos
próprios: tradição cultural, tradição
religiosa, tradição familiar e outras
formas de perenizar conceitos,
experiências e práticas
entre as gerações.
>>>www.wikipedia.org
>14 No início dos tempos, as palavras podem ter surgido da tentativa de homens e
mulheres imitarem o som das coisas, da natureza, dos animais; hoje, elas nos inspiram
a transformação e a criação, o movimento da renovação. Para o filósofo da informação
Pierre Lévy, “o jogo da comunicação consiste em, através de mensagens, precisar, ajustar,
transformar o contexto compartilhado pelos parceiros. Ao dizer que o sentido de uma
mensagem é uma “função” do contexto, não se define nada, já que o contexto, longe de
ser um dado estável, é algo que está em jogo, um jogo perpetuamente reconstruído e
negociado. Palavras, frases, letras, sinais ou caretas interpretam, cada um à sua maneira,
a rede das mensagens anteriores e tentam influir sobre o significado das mensagens
futuras. O sentido emerge e se constrói no contexto, é sempre local, datado, transitório.
A cada instante, um novo comentário, uma nova interpretação, um novo desenvolvimento
podem modificar o sentido que havíamos dado a uma proposição (por exemplo) quando
ela foi emitida. [...] Os atores da comunicação produzem, portanto, continuamente, o
universo de sentido que os une ou que os separa”. >>> As tecnologias da inteligência, 1993.
3. DA LÍNGUA À LETRA: DOMANDO SONS, CRIANDO ALFABETOS
“Os nomes dos sons não são os sons. Os sons são. [...] Os nomes dos bichos não são os bichos.
Os bichos são: plástico pedra pelúcia madeira cristal porcelana papel. Os nomes das cores não
são as cores. As cores são: tinta cabelo cinema céu arco-íris tevê. Os nomes dos sons.”
>>> Tudos, Arnaldo Antunes
Ao longo da história humana, não foram poucas as pequenas revoluções que
transformaram a maneira de ver o mundo. A princípio, são locais e pontuais as mudanças
e inventos catalisadores das mais fantásticas conseqüências do porvir. A criação de
uma variedade de alfabetos, por exemplo, propiciou ao Homem compartilhar seu
conhecimento, organizar o mundo ao seu redor, registrar fatos e histórias, movimento
sem o qual os avanços teriam permanecido escravos de suas próprias civilizações
— e é possível que muitos tenham, de fato, permanecido dessa forma. Podem ter sido
infindáveis as coisas e os locais fabulosos que não sobreviveram à História e se perderam
— parte, alimentando lendas e narrativas míticas que acabaram sendo incorporadas à
literatura ou às tradições orais; parte, alimentando o abismo ancestral do esquecimento
absoluto. A transmissão ou tradição oral foi a principal fonte de saber durante milênios,
até que se organizassem meios para que as idéias pudessem ser registradas em forma de
desenhos (ideogramas e pictogramas) e, mais tarde, que as palavras faladas pudessem
ser registradas foneticamente sobre suportes físicos.
“Notas de compra e venda não podem ser registradas oralmente. Por essa razão tão prosaica
nasceu a escrita.” >>> A escrita: memória dos homens, Georges Jean.
É justo supor uma evolução da linguagem, dos primeiros grunhidos imitativos, aos
primeiros sons mais especializados, que pudessem descrever ações e coisas. A essa linha
evolutiva se seguiria uma relação construída entre desenhos e sons, entre pictogramas e
palavras: primeiro, surge o desenho, enquanto representação de idéias e coisas; depois,
desenhos representando sons específicos, como as letras de nossos alfabetos atuais.
Estas últimas mudanças podem ter ocorrido simultaneamente, em lugares diferentes
do globo, como sugerem muitas pesquisas. A atividade da escrita ficou restrita a quem
detinha o poder nas sociedades desenvolvidas, desde seu aparecimento. Só no final da
Idade Média, com a Reforma protestante, a alfabetização em larga escala começou a ser
instituída. Outra forte mudança viria ocorrer a partir do século XVIII, quando
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IMPRENSA / GUTEMBERG
O termo imprensa deriva da prensa
móvel, processo gráfico criado por
Johannes Guttenberg no século XV e
que, a partir do século XVIII, foi usado
para imprimir jornais — então, o único
veículo informativo existente. Em 1440,
Guttenberg desenvolve esta tecnologia
utilizando os tipos móveis: caracteres
avulsos gravados em blocos de madeira
ou chumbo, que eram rearrumados
numa tábua para formar palavras e
frases do texto. Na baixa Idade Média, as
folhas escritas com notícias comerciais
e econômicas eram muito comuns nas
ruidosas ruas das cidades burguesas.
Em Veneza, essas folhas eram vendidas
pelo preço de uma gazeta, moeda local,
de onde surgiu o nome de muitos jornais
publicados na Idade Moderna e na Idade
Contemporânea.
>>>www.wikipedia.org
ESCRITA CUNEIFORME
Designação geral dada a certos tipos de
escrita feita com auxílio de objetos em
formato de cunha. É o mais antigo tipo
conhecido de escrita, tendo sido criado
pelos sumérios, por volta de 3.500 a.C.
Inicialmente, a escrita representava
formas do mundo (pictogramas); mas
por praticidade, foram se tornando
mais simples e abstratas. Os primeiros
pictogramas eram gravados em tabuletas
de argila, em seqüências verticais de
escrita, por meio de um estilete feito
de cana que traçava linhas verticais,
horizontais e oblíquas. Então, duas
novidades tornaram o processo mais
rápido e fácil: as pessoas começaram
a escrever em seqüências horizontais
(rotacionando os pictogramas no processo)
e um novo estilete, em cunha inclinada,
passou a ser usado para empurrar o
barro, enquanto produzia sinais em
forma de cunha. Ajustando a posição
relativa da tabuleta ao estilete, o escritor
poderia usar uma única ferramenta
para fazer uma grande variedade de
signos. Inventada para registrar a língua
suméria, a escrita cuneiforme foi adotada,
subseqüentemente, pelos acádios,
babilônios, elamitas, hititas e assírios,
sendo por eles adaptada para seus
próprios idiomas. Foi extensamente usada
na Mesopotâmia, durante cerca
de 3 mil anos.
>15 os tipos móveis de Gutemberg seriam utilizados na impressão de jornais.
Muito embora o aparecimento da escrita, durante muito tempo, tenha marcado a
passagem da Pré-história para a História propriamente dita — pela possibilidade
de registrar, através da escrita, fatos, eventos e datas relevantes a determinada
cultura –, muitos estudiosos das sociedades ágrafas, isto é, sem sistemas de escrita,
vêm contestando essa divisão. Eles argumentam que muitas das ciências sociais
e da natureza (Arqueologia, Paleontologia, Geologia etc.) têm fornecido pistas tão
importantes quanto as fornecidas pelos textos escritos mais antigos do planeta.
Apesar do incontestável marco cultural do advento da escrita e seu impacto nas culturas
humanas, isto não quer dizer que as sociedades ágrafas deixaram de armazenar e
transmitir conhecimentos. Mas é compreensível que exista um jogo de forças constante
no mundo das ciências, já que estamos falando de fontes que não cessam de gerar
informações e estão, portanto, sujeitas a contextos sociais, econômicos e culturais
dos mais variados, bem como a revisões incessantes. Isto, sempre propondo novas
formas de entender o que já se julgava suficientemente esclarecido pelo senso comum,
reexaminando constantemente o nosso passado. Tem sido uma aventura e tanto! Dos
suportes maiores e mais pesados, da pedra à argila, do tecido ao papiro, do papel ao
livro, da base material ao suporte digital, as informações migraram das mais densas
matérias às mais voláteis e, hoje, navegando nos elétrons das redes e nas ondas de rádio,
libertaram-se. Da escrita cuneiforme às mais novas tecnologias digitais, o Homem tem
se reinventado através das formas mesmas que inventou para entender e organizar seu
próprio mundo.
“A escrita foi inventada diversas vezes e separadamente, nas grandes civilizações agrícolas da
Antiguidade. Reproduz, no domínio da comunicação, a relação com o tempo e o espaço que
a agricultura havia introduzido na ordem da subsistência alimentar. O escriba cava sinais
na argila de sua tabuinha, assim como o trabalhador cava sulcos no barro de seu campo.
É a mesma terra, são instrumentos de madeira parecidos, a enxada primitiva e o cálamo
distinguindo-se quase que apenas pelo tamanho. O Nilo banha com a mesma água a cevada e o
papiro. Nossa página vem do latim pagus, que significa o campo do agricultor.”
>>>As tecnologias da inteligência, Pierre Lévy
4. BABEL/CIDADE: DA TRADUÇÃO À TRANSCRIAÇÃO
“O teto tem seu tato e o pêlo áspero da espera se desdobra na carícia deslizante na cal
empoeirada e é lixa, pedra, língua aguda e quente passeando seus bordos salivosos nos
rebordos do lustre [...].”
>>>Sintaxe invisível, Gilberto Mendonça Teles
As cidades têm sido, desde a Antiguidade, o palco central das transformações das
sociedades humanas. É a arena das trocas de informação, da circulação de bens e
patrimônios culturais capazes de estruturar comportamentos e organizar o trabalho.
Nas cidades, também se encontravam indivíduos pertencentes a diferentes culturas;
viajantes vindos de terras longínquas; mercadores cruzando desertos e alcançando seus
destinos, carregados de produtos desconhecidos que eram negociados e incorporados
ao imaginário e à cultura locais. Para a comunicação humana, as cidades propiciaram
a aproximação necessária aos contatos nos quais ganhos mútuos eram obtidos,
relatos eram compartilhados, enfim, local de entendimentos recíprocos, negociados
e praticados irrestritamente. Ainda assim, restrições econômicas sempre foram um
fator de limitação, visto que regras emanavam daqueles que detinham o poder: os reis,
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BABEL
A origem bíblica para a multiplicidade de
línguas no mundo residiria num castigo
imposto por Deus. Pelo texto bíblico,
no princípio dos tempos, a humanidade
compartilhava uma única língua.
Quando os homens resolveram construir
uma torre que pudesse alcançar o céu,
para ficarem mais próximos de Deus,
foram castigados por seu criador e
destinados a falar diferentes idiomas.
Não havendo mais entendimento entre
eles, tiveram que parar a construção
da torre de babel.
>>>www.wikipedia.org
A LITERATURA DE CORDEL NO BRASIL
A literatura de cordel é um tipo de
poesia popular, originalmente oral, e
depois impressa em folhetos rústicos
expostos para venda, pendurados em
cordas ou cordéis, o que deu origem ao
nome. Escritos em forma rimada, alguns
poemas são ilustrados com xilogravuras
(gravuras em madeira), seguindo o
estilo usado nas capas. Os autores, ou
cordelistas, recitam seus versos de forma
melodiosa e cadenciada, acompanhados
de viola. A história da literatura de cordel
começa com o romanceiro luso-espanhol
da Idade Média e do Renascimento.
Os temas incluem fatos do cotidiano,
episódios históricos, lendas e temas
religiosos. No brasil, é uma produção
típica do Nordeste, sobretudo nos
estados de Pernambuco, Paraíba e Ceará.
>>>www.wikipedia.org
>16 a igreja, os ricos. Referências a cidades fantásticas, ideais às práticas da comunicação
e da convivência humanas, não são escassas na literatura e na História. Na bíblia, por
exemplo, encontramos referências a eventos (míticos?) que, do ponto de vista teológico,
acarretaram o aparecimento das diversas línguas sobre a face da Terra: a construção da
Torre de Babel.
As cidades podiam funcionar como imensos armazéns de informação, de riqueza
cultural, porque eram atravessadas e vivenciadas por muitos. Mesmo que as cidades
mais desenvolvidas tenham alavancado a alfabetização iniciada com a Reforma
protestante, simplesmente pela vontade (de alguns) de romper os laços com a Igreja
Católica — permitindo àqueles que desejassem (e que antes eram apenas ouvintes
das interpretações bíblicas lançadas por clérigos), pudessem ler por si as palavras por
muito tempo lidas por outros, verdadeiros detentores das chaves para o entendimento
da religião –, não foi rara a convivência de alfabetizados com a população iletrada. Um
interessante exemplo dessa interação migrou para o brasil, trazida pelos portugueses:
a literatura de cordel. Era costume comprar os livretos, mesmo quem não soubesse ler.
Ficavam guardados à espera de um visitante letrado, que podia então ler seu conteúdo
àqueles que não o sabiam, numa espécie de fusão das antigas tradições orais com uma
cultura literária já instituída.
Na multiplicidade étnica das cidades, floresceram meios de transportar realidades culturais
distintas a uma mesma arena comum. As linguagens artísticas foram também propiciadoras
desse caldeirão cultural de união e convívio; da mistura dos mais diferentes traços se
fundindo a elementos trazidos de todas as partes, em jogos de tradução de diferenciados
códigos lingüísticos e culturais, que eram então compartilhados por viajantes, aventureiros,
habitantes locais e mercadores. Na impossibilidade das traduções simultâneas no passado,
as linguagens artísticas lançaram luz sobre as possibilidades de “transcriar” livremente
traços estrangeiros, misturando-os a traços locais, sobre uma multiplicidade de culturas
e acolhendo interpretações menos pragmáticas, recriando particularidades, recolhendo
características de muitos e devolvendo-as a muitos, numa possibilidade de integração em
que as barreiras das línguas pudessem ser sublimadas e esquecidas na construção de um
imaginário comum. Eis o nascimento do cosmopolitismo urbano.
Que tal uma viagem no tempo? Saltemos para o futuro. Nas cidades contemporâneas,
não temos a impressão de habitar uma colméia de abelhas? Pessoas se deslocando de um
lado a outro, ininterruptamente, carros cruzando avenidas, coisas sendo transportadas
e necessitadas em algum lugar, a todo momento. Há urgência nas cidades. Ao mesmo
tempo em que a oferta de interação com outros indivíduos diferentes de nós aumenta,
há o risco da demasiada especialização do tempo e do espaço. É necessário organizar
um espaço tão complexo, que tenderia ao caos sem as regras do tempo e do trabalho
modernos.
“Ao lado das transformações no povoamento humano devidas à domesticação do fogo, da água
e do vento, ao lado das transmutações do ambiente natural e construído provocadas pelas
novas energias, não deveríamos acrescentar aquelas que têm sua origem na informação?...
as transformações desta súbita teledistribuição metropolitana? Conhece-se a evolução da
paisagem rural causada pela distribuição da eletricidade, pela organização ferroviária e
rodoviária, assim como as mutações da paisagem urbana provocadas pelo elevador e o metrô
e percebe-se ainda a influência das energias alternativas sobre a moradia..., não seria agora
o momento de nos perguntarmos sobre as relações existentes entre estas novas energias e
estes novíssimos meios de comunicação de massa? Podemos ainda legitimamente distingui-
los entre si?” >>>O espaço crítico, Paul Virilio
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BLOG E FLOG
Um weblog ou blog é uma página da Web
(Internet), cujas atualizações (posts) são
organizadas cronologicamente, de forma
inversa (como um histórico ou diário).
Estes posts podem ou não pertencer ao
mesmo gênero de escrita, se referirem ao
mesmo assunto ou terem sido escritos pela
mesma pessoa. Já o flog (também fotolog
ou fotoblog), é um registro publicado na
Internet, com fotos e respectivas legendas
colocadas em ordem cronológica, ou apenas
inseridas pelo autor aleatoriamente, de
forma muito parecida com os blogs.
ORKUT
O Orkut é uma rede social digital filiada
ao Google (famosa página de busca
na Internet), criada em 19 de janeiro
de 2004 com o objetivo de ajudar seus
membros a criar novas amizades e manter
relacionamentos. Seu nome tem origem
no projetista-chefe Orkut büyükkokten,
engenheiro turco do Google. A teoria dos
seis graus de separação diz que todas as
pessoas no mundo podem ser conectadas a
qualquer outra por uma rede de, no máximo,
cinco intermediários. Alguns estudiosos do
fenômeno dizem que o Orkut é suficiente
para provar que essa teoria é verdadeira.
O sistema possui, atualmente, mais de 50
milhões de
usuários cadastrados. O brasil é o país com
o maior número de membros superando,
inclusive, os Estados Unidos.
>>>www.wikipedia.org
ESPERANTO
O ideal da universalidade, que também
aparece no mito bíblico da torre de babel,
chegou a inspirar, no final do século XIX,
a criação de línguas artificiais, como o
esperanto. Seu iniciador, Ludwik Lejzer
Zamenhof, oftalmologista e filólogo,
publicou a versão inicial do idioma em
1887, com a intenção de criar uma língua
de muito fácil aprendizagem, que servisse
como língua franca internacional, para
toda a população mundial (e não, como
muitos supõem, para substituir todas
as outras existentes). Como língua
construída, o esperanto não é relacionado,
genealogicamente, a nenhuma língua étnica.
Os fonemas são essencialmente eslavos, assim
como boa parte da semântica; enquanto o
vocabulário é derivado, primordialmente, de
línguas românicas.
INTERFACE HOMEM-MÁQUINA
Uma interface, em ciência da computação, é a
fronteira que define a forma de comunicação
entre duas entidades, através da separação
dos métodos de comunicação externa dos
detalhes internos da operação, permitindo que
uma entidade seja modificada sem afetar as
entidades externas que interagem com ela. Uma
interface também pode promover um serviço
de tradução para entidades que não falam a
mesma linguagem, como no caso de humanos
e computadores.A interface existente entre um
computador e um humano é conhecida como
interface do usuário e as interfaces utilizadas
para conectar componentes de hardware são
denominadas interfaces físicas.
>>>www.wikipedia.org
>1� Ao risco constante da burocratização da nossa vida cotidiana, se opõe a promessa de
que essas fantásticas tecnologias da informação, que já estão entre nós, possam nos
conectar qualitativamente a outros seres humanos, numa rede vivencial e cooperativa,
de ganhos e trocas mútuas, aproximando-nos daqueles com quem guardamos traços
de afinidade. A que se deve o sucesso das páginas eletrônicas de relacionamentos e
afinidades disponíveis na Internet, os diários digitais (blogs e flogs), o Orkut?
As cidades e a escrita compartilham semelhanças em suas evoluções ou seriam,
a evolução da cultura e o advento da consciência, comuns a toda a história das
manifestações humanas? Da própria pedra (o interior das cavernas), o Homem ganhou
os espaços abertos, murou-se com gigantescos blocos de pedra ao seu redor — domando
a matéria para sua proteção –, estabeleceu trocas, sobreviveu a guerras, até que não
fossem mais necessárias as muralhas e pudesse trocar livremente informações com
seus vizinhos. Estes, enfim, cresceram, se expandiram, cidades próximas fundiram-se e
alimentaram o nascimento de nações inteiras. O Homem, então, atravessou oceanos,
fazendo do mundo um lugar maior, até que fossem derrubadas todas as fronteiras do
desconhecido. Agora, em pleno século XXI, as cidades se liquefazem na virtualidade
das redes, apesar de cada vez mais resistentes — resistem, inclusive, aos terremotos!
— e ao mesmo tempo transparentes, de vidro e estruturas metálicas, parecem querer
alçar vôo e ganhar a órbita do planeta. Os novos meios eletrônicos de comunicação fazem
encurtar as distâncias através da transmissão de voz e vídeo; e pessoas, em pontos extremos
do planeta, podem facilmente se comunicar, de posse das tecnologias — cada vez menores
— necessárias. As informações multiplicam-se vertiginosamente. Cada vez mais e mais
pessoas comunicam-se em uma mesma língua, o inglês, não apenas por razões econômicas
e culturais, mas também como exigência de um segundo idioma no mercado de trabalho
e na informática. Entretanto, o sonho de uma língua universal já fora anteriormente
compartilhado pelos idealistas, por razões humanitárias menos agregadas a valores
econômicos e pela crescente hegemonia cultural norte-americana, ao término da
Segunda Guerra Mundial.
Para onde irão as cidades e como será seu aspecto, no futuro? As cidades têm sido, hoje,
lugares seguros e ajustados à nossa vida? Ou nossas vidas simplesmente se ajustam
à realidade das cidades? Quais relações ainda surgirão entre os espaços urbanos e as
estratégias de comunicação humanas?
5. CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO: A RELAÇÃO HOMEM-MÁQUINA
“Demorou para que as pessoas se dessem plena conta do impacto do aeroplano nas relações
internacionais e nas condições da vida humana. O efeito da energia atômica sobre a
humanidade e o futuro está ainda para ser avaliado, embora muitos observadores insistam
em que se trata apenas de uma nova arma, semelhante a todas as armas anteriores. O caso
da válvula eletrônica é parecido. No princípio, ela foi considerada meramente um utensílio
adicional para suplementar as técnicas de comunicação telefônica já existentes.”
>>>Cibernética e sociedade, Norbert Wiener
Com a complexão dos espaços e das trocas nas cidades, as tecnologias de ponta ganham
terreno, multiplicam-se. À primeira Revolução Industrial, muscular e mecânica por
excelência, ligada à vontade humana de sobrepujar sua capacidade física, somam-se
novas e descentralizadas revoluções microscópicas — estas, mais voltadas à inteligência
e capacidade intelectual. À medida que o Homem se expande para fora de si mesmo — os
carros expandem seus pés e pernas; o telefone e o rádio, seus ouvidos; as tecnologias da
imagem, sua visão; a arquitetura, sua pele –, surge a necessidade de novas interfaces.
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CIbERESPAÇO
É um ambiente virtual, criado através
dos meios de comunicação modernos
— destacando-se, entre eles, a Internet.
Esse fenômeno se deve ao fato de
haver, nesses meios de comunicação, a
possibilidade de pessoas e equipamentos
trocarem informações das mais variadas
formas, sem preocupações. O termo
cyberespace (junção, do inglês, de
cybernetics e space: espaço cibernético)
foi projetado pelo escritor canadense,
de ficção científica, William Gibson, em
seu livro Neuromancer (1984). Pierre Lévy
coloca o ciberespaço como uma grande
rede interconectada mundialmente, com
um processo de comunicação “universal
sem totalidade”. A “universalidade sem
totalidade” segue uma linha interativa de
comunicação, possibilitando a todos os
navegantes da grande rede participarem
democraticamente, num modelo interativo
“de todos para todos”, consolidando a
idéia da “aldeia global” profetizada pelo
teórico Marshall McLuhan,
na década de 1960.
>>>www.wikipedia.org
NANOTECNOLOGIA
A nanotecnologia está associada a diversas
áreas — Medicina, Eletrônica, Ciência da
Computação, Física, Química, biologia e
Engenharia dos materiais — de pesquisa e
produção na escala nano (escala atômica).
Tem como princípio básico a construção
de estruturas e novos materiais a partir
dos átomos, tijolos básicos da natureza.
Esta é uma área promissora, mas que dá
apenas seus primeiros passos mostrando,
contudo, resultados surpreendentes
na produção de semicondutores, chips,
entre outros. O termo nanotecnologia foi
utilizado, pela primeira vez, pelo professor
Norio Taniguchi em 1974, para descrever
as tecnologias que permitem a construção
de materiais a uma escala de 1 nanômetro.
Para se perceber o que isto significa,
imagine uma praia com mil quilômetros
de extensão e um grão de areia de 1
milímetro. Este grão está para esta praia,
como 1 nanômetro está para o metro.
>>>www.wikipedia.org
>1� As máquinas do nosso dia-a-dia estão cada vez menos associadas à força muscular e mais
ligadas ao intelecto. Chips podem ser inseridos em chaves de automóveis. Máquinas se
comunicam entre si, estabelecem “conversações”, transformando aparelhos — outrora
independentes e aprisionados em si mesmos — em uma vasta rede de dados que
atravessa todas as coisas. Como ensinar linguagem às máquinas? Como criar linguagens
comuns entre nós e elas?
É a emergência do ciberespaço. As cidades se informatizam, se digitalizam, e as
máquinas assumem papéis centrais na administração urbana. Hoje, só o fato de
colocarmos nossos pés na rua significa que estaremos prestes a interagir com uma
infinidade de sistemas eletrônicos e computacionais: dos semáforos aos caixas
eletrônicos bancários, das câmeras de vigilância às roletas do metrô.
Já familiarizados com as possíveis sínteses evolutivas da linguagem e da cidade, certas
máquinas também passaram de enormes, pesadas e caras a microscópicas, leves e
baratas. Das válvulas aos transistores, e destes aos circuitos impressos (CIs) e chips
avançados, as máquinas caminharam da mais densa materialidade à mais discreta
existência, graças à miniaturização dos processos de produção e, agora, rumo às
promessas atuais da nanotecnologia do futuro próximo.
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SEMIÓTICA OU SEMIOLOGIA
Semiótica é a ciência geral dos signos, que
estuda todos os fenômenos culturais como
se fossem sistemas de significação. Ocupa-
se do estudo do processo de significação
ou representação, na natureza e na cultura,
do conceito ou da idéia. Em oposição à
lingüística, que se restringe ao estudo dos
signos lingüísticos, ou seja, do sistema
sígnico da linguagem verbal, esta ciência
tem por objeto qualquer sistema sígnico
(artes visuais, fotografia, cinema, música,
culinária, vestuário, gestos, religião,
ciência etc.). Dentre os iniciadores desta
ciência, estão o filósofo e matemático
norte-americano Charles Sanders Peirce
(1839-1914) e o lingüista suíço Ferdinand de
Saussure (1857-1913).
CIbERNÉTICA
Cibernética é uma tentativa de
compreender a comunicação e o controle
de máquinas, seres vivos e grupos sociais,
através de analogias com os autômatos
cibernéticos que se desenvolviam nos
anos 1940 e 1950. Para tanto, a Cibernética
procura entender o tratamento da
informação no interior desses processos,
como codificação e decodificação,
retroação (feedback), aprendizagem
etc. O estudo desses autômatos trouxe
inferências para diversos campos da
ciência. A introdução da idéia de retroação,
pelo matemático norte-americano Norbert
Wiener (1894-1964), conhecido como o “pai
da Cibernética”, rompe com a causalidade
linear e aponta para a idéia de círculo
causal, onde A age sobre b que, em retorno,
age sobre A. Tal mecanismo é denominado
regulação e permite a autonomia de um
sistema (seja um organismo, uma máquina,
um grupo social). Será sobre essa base que
Wiener discutirá a noção de aprendizagem.
É comum a confusão entre cibernética e
robótica, em parte, devido
ao termo ciborgue.
>>>www.wikipedia.org
CÓDIGO bINÁRIO / ÁLGEbRA DE bOOLE
Em 1854, o matemático britânico George
boole publicou um artigo fundamental,
detalhando um sistema lógico que
passaria a ser conhecido como Álgebra
booleana. Este sistema tornou-se essencial
para o desenvolvimento do sistema
binário — particularmente, sua aplicação
a circuitos eletrônicos. O sistema binário é
um sistema de numeração posicional, em
que todas as quantidades se representam
utilizando como base o número dois, com
o que se dispõe das cifras: zero e um (0 e
1). Os computadores digitais trabalham
internamente com dois níveis de tensão,
pelo que o seu sistema de numeração
natural é o sistema binário (aceso/
apagado). Com efeito, num sistema simples
como este, é possível simplificar o cálculo
com o auxílio da lógica booleana. Em
computação, chama-se um dígito binário (0
ou 1) de bit, que vem do inglês binary Digit.
Um agrupamento de 8 bits corresponde a
um byte (binary Term). Um agrupamento
de 4 bits é chamado de nibble. O sistema
binário é base para a Álgebra booleana,
que permite fazer operações lógicas e
aritméticas usando-se apenas dois dígitos
ou dois estados (sim/não, falso/verdadeiro,
tudo ou nada, 1 ou 0, ligado/desligado).
Toda a eletrônica digital e a computação
estão baseadas nesse sistema binário
e na lógica de boole, que permite
>1� Com o advento das novas — e nem tão novas assim! — ciências da informação, como
a Cibernética e a Semiótica, os meios de comunicação vêm sofrendo um fenômeno
gradual, atualmente denominado “convergência”. Em parte, pelo grau de especialização
que atingimos no entendimento das redes de informação, desde a invenção do
código binário; em parte, pela demanda cultural e política de uma espécie de
centralidade descentralizada, a possibilidade de realizar cada vez mais tarefas com um
número cada vez menor de dispositivos, até que, finalmente, tenhamos sempre conosco
um único aparelho capaz de realizar uma infinidade de tarefas, da comunicação com
outros à aquisição de informações, dos problemas domésticos às transações financeiras
de países inteiros. E já não tem sido assim com os computadores e os telefones celulares?
bem, talvez quase!
Vejamos a forma curiosa e pragmática com que o fundador da Cibernética, Norbert
Wiener, nos anos 1950 tratava a questão da interação homem-máquina: “Quando
dou uma ordem a uma máquina, a situação não difere essencialmente da que surge
quando dou uma ordem a uma pessoa. Por outras palavras, tanto quanto alcança minha
consciência, estou ciente da ordem emitida e do sinal de aquiescência recebido de volta.
Para mim, pessoalmente, o fato de o sinal, em seus estágios intermediários, ter passado
por uma máquina, em vez de por uma pessoa, é irrelevante, e em nenhum caso altera
significativamente minha relação com o sinal.” (Cibernética e sociedade, 1954). Wiener
se dedicou, ainda, a estudar e propor o entendimento de máquinas que pudessem
aprender, registrando situações passadas e, ao registrá-las, tornarem-se capazes de usar
a experiência registrada para resolver problemas futuros! A indústria eletrônica parece
estar nos preparando, há tempos, para conviver com máquinas muito parecidas conosco.
Ou simplesmente devemos deixar estas especulações e visões para o campo da arte e da
ficção científica?
6. ÚLTIMA ABERTURA: COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO
“Qualquer reflexão sobre o futuro dos sistemas de educação e de formação na cibercultura
deve ser fundada em uma análise prévia da mutação contemporânea de relação com o
saber. Em relação a isso, a primeira constatação diz respeito à velocidade de surgimento e de
renovação dos saberes e savoir-faire. Pela primeira vez na história da humanidade, a maioria
das competências adquiridas por uma pessoa no início de seu percurso profissional estará
obsoleta no fim de sua carreira.” >>>Cibercultura, Pierre Lévy
Hoje, grande parte do nosso tempo não está voltada exclusivamente para a absorção da
carga infinita de informações que nos rodeia, pulverizada pelas telecomunicações, mas
para encontrar meios de fazê-lo adequadamente, escolhendo as informações que são
realmente relevantes e as que devem ser simplesmente descartadas. Mesmo porque,
com as tecnologias atualmente disponíveis, nós também somos importantes geradores
de informação, verdadeiros vetores na impulsão desses avanços. Que tipo de informação
estamos gerando e lançando ao mundo através da Internet, dos telefones celulares, dos
mais diversos canais de comunicação que estabelecemos com os outros?
A educação, hoje, já enfrenta o problema da gestão da atenção, visto que é fisicamente
impossível estarmos atentos a todas as informações a um mesmo tempo. Então,
como aprender a selecioná-las? É um aprendizado possível (o proposto pela mídia-
educação)? Podemos treinar técnicas de atenção? Ou elas são simplesmente apreendidas
subjetivamente? Como escapar dos constantes boatos surgidos na rede mundial de
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TECNOLOGIA EDUCACIONAL
Desde os primórdios da educação
sistematizada, são utilizadas diversas
tecnologias educacionais, de acordo
com cada época histórica. Ainda hoje,
se usa a tecnologia do giz e da lousa,
que antigamente eram feitas de pedra
(ardósia); usa-se a tecnologia dos livros
didáticos e, atualmente, os diversos
estados mundiais debruçam-se sobre
os currículos escolares mais adequados
para o tipo de sociedade pretendida.
No mundo ocidental, um dos grandes
desafios é adaptar a educação à
tecnologia moderna e aos meios de
comunicação atuais, como a televisão,
o rádio, os suportes informáticos e
outros que funcionem também como
meios educativos, a um nível informal.
A tecnologia educacional reflete sobre
a aplicação de técnicas para a solução
de problemas educativos. No início do
século XXI, as tecnologias começam a ser
vistas e usadas numa outra perspectiva,
no processo educativo. Deixam de ser
encaradas como meras ferramentas
que tornam mais eficientes e eficazes
modelos de educação já sedimentados,
passando a ser consideradas elementos
estruturantes de “novas” educações (no
plural), com o objetivo de expressar a
diversidade das culturas e dos processos
pedagógicos. Nesse sentido, a TV, o
vídeo, o rádio, a Internet e o material
impresso possibilitam a articulação de
novas linguagens e novas racionalidades
na escola. Mais e mais instituições
de ensino e centros de educação
estão usando ferramentas on-line e
colaborativas para aprendizado
e busca de informações.
>>>www.wikipedia.org
representar, por circuitos eletrônicos
digitais (portas lógicas), os números e
caracteres, bem como realizar operações
lógicas e aritméticas. Os programas de
computadores são codificados sob a
forma binária e armazenados nas mídias
(memórias, discos etc.) sob esse formato.
>>>www.wikipedia.org
>20 computadores e que têm o poder de abalar mercados financeiros ou de atrapalhar
nossas decisões cotidianas? Como não tomar uma brincadeira por um fato? Como
descobrir em quais informações podemos confiar? Por que não desenvolver novas
tecnologias educacionais que possibilitem, cada vez mais aos novos indivíduos,
posicionamentos críticos e conscientes face ao mundo em que vivemos?
Qual a relação entre um relato da verdade e a maneira de narrá-lo: da informação em si
e do meio em que ela circula? Será que a forma escolhida para comunicar as histórias,
hoje, não afeta o que está sendo contado? A comunicação humana sempre viveu
impasses. Na verdade, os aparatos usados para viabilizar as telecomunicações hoje são
a própria materialização desse impasse fundamental. Até que ponto podemos tornar
claras as conexões com nossos semelhantes? Quais as bases dessas conexões?
Um médico, de posse de informações desencontradas, pode arriscar a vida de um
paciente; um operador de tráfego, ao apertar botões errados, pode causar grande caos no
trânsito de veículos nas cidades e até graves acidentes. Enfim, informações adequadas,
usadas adequadamente, podem mudar tudo o que nos rodeia, reorganizando o planeta!
No universo dos líderes mundiais e das grandes decisões internacionais, informação e
poder se conjugam mutuamente. Se for certo que muitas das tecnologias da informação
que dispomos hoje são fruto de pesquisas bélicas e foram criadas para garantir a
hegemonia militar e consolidar a vitória nos campos de batalha das guerras de antes e de
agora, é habitando o HOJE que, mais do que nunca, devemos nos esforçar para que o uso
dessas tecnologias proporcionem a união e possam construir uma paz possível entre os
povos e as pessoas.
“O ponto principal aqui é a mudança qualitativa nos processos de aprendizagem. Procura-se
menos transferir cursos clássicos para formatos hipermídia interativos ou “abolir a distância”,
do que estabelecer novos paradigmas de aquisição dos conhecimentos e de constituição dos
saberes. A direção mais promissora, que por sinal traduz a perspectiva da inteligência coletiva
no domínio educativo, é a da aprendizagem cooperativa.” >>>Cibercultura, Pierre Lévy.
Será que conseguiríamos imaginar um mundo sem o telefone e as facilidades
contemporâneas das telecomunicações? Como seria viver sem todo esse aparato que
facilita a comunicação entre as pessoas e organiza a circulação das informações na
nossa sociedade? Será que essas tecnologias estão suficientemente democratizadas nos
dias atuais? Todos têm acesso a elas? Qual a importância disso?
Estas são apenas algumas das mais diversas questões envolvendo temas tão complexos
quanto os da Comunicação Humana e da Educação. Este caderno representa um esforço,
não no sentido de esgotar ou fornecer quaisquer respostas absolutas acerca desses
temas e seus desdobramentos possíveis. Mas constitui-se de um exercício interpretativo
das conexões e ramificações, das direções e possibilidades, de um trabalho de pesquisa
constante a ser enriquecido dentro e fora da sala de aula, na escola e na vida.
Para expandir o universo de informações aqui disponível, é possível utilizar ferramentas
de busca livres e gratuitas na Internet, dentre elas, o Google [www.google.com.br] e a
Wikipedia [www.wikipedia.org]. E tomara que possamos continuar nos comunicando
sempre: aprendendo, compartilhando, expandindo-se!
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>21 PROPOSTA DE ATIVIDADES
01. Para Início de Conversa...
Faixa etária sugerida: a partir de 10 anos
Aula 1 perguntas Fundamentais.
Forme grupos (*1) e indague quais seriam, na opinião de seus alunos, as mais relevantes perguntas que os
seres humanos gostariam de ver respondidas. Qual a importância de algumas questões comparadas a outras?
Todas as perguntas são igualmente importantes? Qual a diferença entre “que horas são?” e “Deus existe?”?
Converse sobre isso com os seus alunos. Durante séculos, homens e mulheres se dedicaram a fazer perguntas
tidas como fundamentais: eles eram os pensadores ou filósofos. Muitos deles, através de suas idéias, mudaram
completamente a maneira de as pessoas verem e entenderem o mundo! (*2) Mas como as idéias mudam
o mundo? Peça que os grupos discutam o assunto e apresentem suas idéias. Compare os resultados das
perguntas sugeridas pelos grupos. Alguma se repete? Por que são importantes tais indagações?
O que decorrerá de suas respostas? Terão algum impacto sobre como está organizada a vida no planeta?
......................................................................................................................................no museu: para complementar esta atividade, após uma visita guiada ao Museu das Telecomunicações,
não deixe de assistir com seus alunos a alguns dos vídeos em “Profetas do futuro”, com depoimentos —
na primeira pessoa — de grandes pensadores da História, ora dramatizados por atores conhecidos,
ora apresentados pelos próprios “profetas”.
......................................................................................................................................Dicas para formar grupos em sala:
(*1) Procure agrupar alunos por afinidade, mas também “tempere” os grupos com os que não costumam
estar sempre juntos, possibilitando uma interação maior entre aqueles que têm pouco contato, integrando-
os e estimulando as diferenças de opinião. Quando alunos com visões diferentes se encontram, os debates
enriquecem, geram polêmicas, possibilitam o surgimento de sínteses. Quando afastamos totalmente os grupos
de afinidade (às vezes, com o intuito de coibir “bagunças”), as tarefas costumam não ser assumidas com muito
entusiasmo. O risco, no entanto, é que seus assuntos recorrentes acabem roubando a atenção e o interesse
na conversa, para além do debate apresentado, diluindo a discussão, dispersando a concentração. Quando
promovemos grupos só com alunos que não costumam estar juntos, o grupo “esfria”, por falta de afinidade e
proximidade. Logo, use sua intuição e bom senso para formar os grupos da forma mais interessante possível.
O tempo é muito importante, em tópicos de debate em grupos: não deve se estender muito, mas deve permitir
que os assuntos fluam. Novamente, use o seu bom senso!
Para enriquecer a discussão : FILOSOFIA
(*2) Filosofia (do grego, philos = amor, amizade + sophia = sabedoria), modernamente, é uma disciplina ou
área de estudos que envolve a investigação, análise, discussão, formação e reflexão de idéias (ou visões de
mundo) em uma situação geral, abstrata ou fundamental. Originou-se da inquietação gerada pela curiosidade
humana em compreender e questionar os valores e as interpretações comumente aceitos sobre a sua própria
realidade. Essas interpretações constituem, inicialmente, o embasamento de todo o conhecimento e foram ad-
quiridas, enriquecidas e repassadas de geração a geração. A partir da Filosofia, surge a Ciência, pois o Homem
reorganiza as inquietações que assolam o campo das idéias e utiliza-se de experimentos para interagir com a
sua própria realidade. São organizados os padrões de pensamentos que formulam as diversas teorias agrega-
das ao conhecimento humano. Entre os povos que desenvolveram escritas fonéticas ou ideogramáticas, as
principais tradições filosóficas estão nas filosofias hindu, chinesa e ocidental. >>>www.wikipedia.org
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>22 Aula 2a importânCia da ComuniCação
Discuta com seus alunos a importância da Comunicação em suas vidas e as dificuldades advindas de seus
problemas. Forme grupos em sala de aula e peça para listarem, em poucos segundos, todos os meios de
comunicação atuais que lhes venham à cabeça. Compare as respostas com as de outros grupos. Como terá
sido a vida do Homem sem esses aparatos atuais? Estaria, dentre as causas das guerras, a dificuldade de
comunicação entre os seres humanos? Qual a raiz da intolerância humana? (*3) Como terão sido os primeiros
ensaios da fala articulada? Como foram resolvidos os problemas cotidianos da Pré-história e suas questões
básicas, sem a articulação de frases? Quais as vantagens da revolução da fala? Podemos interpretá-la como
“ferramenta” ou “tecnologia”?
Por outro lado, para além da intolerância humana, qual será a contribuição das novas tecnologias da
comunicação para aproximar membros de culturas distintas e construir, de forma positiva, uma relação
mútua e pacífica entre eles? Não será essa tecnologia uma ponte entre distâncias não só físicas, mas também
culturais? Não será através dela que aprenderemos a respeitar as diferenças entre indivíduos, a celebrar a
multiplicidade humana de culturas tão distintas?
......................................................................................................................................no museu: um interessante panorama intercultural e multiétnico está disponível em vídeo, no 3o nível do
Oi Futuro, num painel complementar aos conteúdos do Museu das Telecomunicações. São depoimentos
de indivíduos pertencentes às mais variadas culturas ao redor do planeta. Não deixe de assisti-lo com
seus alunos, a fim de enriquecer ainda mais a discussão em torno do multiculturalismo e da superação da
intolerância humana. É interessante observar as sonoridades tão diferentes das línguas faladas por pessoas
de diferentes países, num verdadeiro mosaico universal de vozes e línguas! Também no Museu (6o nível),
assistam ao vídeo “Grandes Comunicadores: Um povo musical, dançarino e teatral” (nº 29), que trata da
importância da Comunicação em nossas vidas, citando alguns dos maiores comunicadores da TV brasileira!
Como será que eles, cada um a seu modo, estimularam a comunicação entre seus espectadores? Não deixem
de conhecer, também, um pouco mais sobre as ”Telefonistas e suas histórias” (vídeo nº 14) e vejam “Com a
Internet, o fim das distâncias” (nº 27).
......................................................................................................................................Para enriquecer a discussão : INTOLERÂNCIA
(*3) Intolerância é uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e
respeitar diferenças de credos e opiniões. No sentido político e social, intolerância é a ausência de disposição
para aceitar pessoas que tenham pontos de vista diferentes. Como um constructo social, isso está aberto
a interpretações. Por exemplo, alguém pode definir intolerância como uma atitude expressa, negativa ou
hostil, em relação às opiniões de outrem, mesmo que nenhuma ação seja tomada para suprimir tais opiniões
divergentes ou calar aqueles que as têm. Tolerância, por contraste, pode significar “discordar pacificamente”.
A emoção é um fator primário que diferencia intolerância de discordância respeitosa. A intolerância está base-
ada no preconceito e pode levar à segregação. Formas comuns de intolerância incluem ações discriminatórias
de controle social, como racismo, sexismo (o machismo é um tipo de discriminação, por sexo, de homens
contra mulheres), homofobia (discriminação de homossexuais), edaísmo (discriminação por idade), intolerân-
cia religiosa e política. Todavia, não se limita a essas formas: alguém pode ser intolerante a quaisquer idéias,
de qualquer pessoa. O colonialismo foi baseado, em parte, na falta de tolerância para com culturas diferentes
daquelas das metrópoles dominantes. >>>www.wikipedia.org
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>23 02. “Faça-se!” : A Potência Criadora e Unificadora da Fala
Faixa etária sugerida: a partir de 10 anos
Aula 1 “teleFone sem Fio”
Para exemplificar metaforicamente a recolocação constante de sentidos na fala, sugira aos seus alunos o jogo
“TELEFONE SEM FIO” (*4) , em que raramente a mensagem inicial se equivale à mensagem final. Pode-se, ao
término do jogo, propor a discussão em torno do tema “A comunicação e o sentido”. Por que, muitas vezes,
quando as pessoas estão querendo nos dizer alguma coisa, acabamos entendendo outra? As relações entre as
palavras nos são ensinadas? Todos nós imaginamos as mesmas coisas, ao ouvirmos as mesmas palavras, ou as
carregamos de significados diferentes, que mudam conforme nosso estado de espírito, nosso humor, ora com
afeto, ora com desafeto? Qual a relação entre a linguagem e as nossas emoções?
......................................................................................................................................no museu: sobre os conteúdos emocionais agregados à nossa comunicação cotidiana, especialmente ao
telefone, não deixe de assistir com seus alunos os vídeos na Cabine Telefônica! Descubra também as vozes de
algumas das mais influentes personalidades de todos os tempo em “Vozes da História”!
......................................................................................................................................(*4) A O “telefone sem fio” é uma tradicional brincadeira popular que funciona assim: numa roda de muitas pes-
soas — quanto mais pessoas, mais engraçada ela fica –, a primeira inventa, secretamente, uma palavra ou frase
e sussurra no ouvido da próxima (à direita ou à esquerda), sem que ninguém mais ouça. Assim, a próxima pes-
soa fala para a próxima e, assim por diante, até chegar à última. Quando a corrente chegar ao último partici-
pante do grupo, este deve falar o que ouviu, em voz alta. Geralmente, o resultado é desastroso e engraçado, a
palavra (ou frase) se deforma ao passar de pessoa para pessoa e, na maioria das vezes, chega totalmente difer-
ente ao seu destino final. Podem competir dois grupos, para ver qual deles consegue reproduzir mais fielmente
o que foi dito no início. Costuma-se também fazer referência a essa brincadeira, em qualquer situação que
possa haver falha de comunicação num ambiente em que as pessoas dependam de um passar a informação ao
outro, sucessivamente, até alcançar seu destino. Pode-se fazer crítica a alguma hierarquia numa empresa, por
exemplo, dizendo que a ordem do chefe passou como um “telefone sem fio”, até chegar ao último empregado
que a executou de forma totalmente diferente. >>>www.wikipedia.org
Aula 2 ComuniCação e politÍCa
Forme grupos e organize em sala uma votação simulada em que os alunos possam propor melhorias tanto
para a escola, como para as aulas, ou mesmo a hora do recreio, por exemplo. Os grupos apresentarão suas
propostas e a melhor será votada. A atividade pode encaminhar uma discussão acerca de como, na nossa
sociedade, as idéias de alguns são postas em prática para atender a muitos, através de projetos de lei e ações
de políticos ou figuras públicas. Mas quais seriam as características de uma boa idéia? Como ela é transmitida
aos outros? Por que votar? O que significa votar? O que é democracia?(*5)
......................................................................................................................................no museu: em relação ao tema “como as idéias de alguns são postas em prática para muitos”, não deixe
de conhecer, juntamente com seus alunos, os vídeos que falam sobre como Rondon uniu o brasil através do
telégrafo (nº 11) e os visionários que inauguraram uma nova era (nº 4)!
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>24 ...................................................................................................................................... Para enriquecer a discussão : DEMOCRACIA
(*5) Democracia é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com
os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de seus representantes eleitos — esta é a forma mais
usual. Numa famosa frase, democracia é o “governo do povo, pelo povo e para o povo”. Democracia opõe-
se à ditadura e ao totalitarismo, cujo poder reside numa elite auto-eleita. A democracia pode ser dividida
em diferentes tipos, baseados em um número de distinções. Dessas, a mais importante acontece entre a
democracia direta (algumas vezes chamada de “democracia pura”), quando o povo expressa sua vontade por
voto direto, em cada assunto particular; e a democracia representativa (também conhecida como “democracia
indireta”), em que o povo se expressa através da eleição de representantes que, por sua vez, tomam decisões
em nome daqueles que os elegeram. Outros itens importantes na democracia incluem, exatamente, quem é o
“povo”, isto é, quem terá direito ao voto; como proteger os direitos de minorias, contra a “tirania da maioria”;
e qual sistema deve ser usado para a eleição de representantes ou outros executivos. >>>www.wikipedia.org
03. Da Língua à Letra: Domando Sons, Criando Alfabetos
Faixa etária: a partir de 8 anos
Aula 1alFaBeto artiFiCial
Proponha aos seus alunos a criação de alfabetos pessoais, utilizando caracteres criados por eles próprios.
Cada um desenvolverá um pequeno texto sobre o seu cotidiano ou um fato que tenha presenciado
recentemente, usando esse alfabeto artificial. Para faixas etárias de 8 a 10 anos, sugira a criação de palavras
e não de textos. As palavras criadas pelos alunos podem ser usadas para formar frases, numa segunda fase
da atividade, misturando os “alfabetos”. Depois, forme grupos que receberão os textos com suas respectivas
matrizes — ou seja, com os códigos de correspondência utilizados –, para que façam a tradução dos mesmos,
numa espécie de laboratório de arqueologia de antigas línguas imaginárias(*6). Você pode enriquecer a
atividade exibindo imagens de antigos alfabetos e escritas, como a babilônica, a egípcia, a maia etc.
......................................................................................................................................Para enriquecer a discussão : DECIFRANDO A ESCRITA EGÍPCIA
(*6) A decifração do sistema de escrita dos hieróglifos egípcios é geralmente atribuída a Jean François Cham-
pollion, conhecido como o “Pai da Egiptologia”. Nascido na França em 1790, desde muito jovem Champollion
mostrou um grande interesse pelo estudo das línguas orientais e, aos 16 anos, já conhecia o hebreu, árabe,
persa, chinês e várias outras línguas asiáticas. Concluiu que o cóptico, língua falada pelos cristãos egípcios
ainda existentes, correspondia ao último estágio da antiga língua egípcia. Esta foi a sua grande vantagem so-
bre o médico inglês Thomas Young, que também investigou o significado dos hieróglifos, embora com menos
sucesso. Inicialmente, Champollion estava convencido, tal como Young, de que os hieróglifos eram puramente
simbólicos, sem qualquer valor fonético. No entanto, após estudar várias inscrições hieroglíficas contendo no-
mes reais, como o Obelisco de Bankes e a Pedra de Roseta, Champollion descobriu que, afinal, muitos hierógli-
fos possuíam o efeito fonético comum aos ideogramas. O estudo da antiga língua egípcia — vinculada aos seus
hieróglifos — avançou bastante durante o século XX, com o trabalho de lingüistas como sir Alan Gardiner e
Hans Jakob Polotski, que permitiram uma melhor compreensão da gramática e do sistema verbal.
>>>www.wikipedia.org
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>25 Aula 2teXto e suporte
Proponha aos seus alunos a criação dos mais variados suportes e formatos (triangulares, dobráveis, rígidos,
circulares etc.) para um texto (pode ser o mesmo texto produzido na atividade acima, numa proposta
integrada). Depois, organize um debate sobre como seriam guardados e transportados esses suportes,
tendo em mente a evolução dos diferentes meios de escrita e de tal diversidade de culturas ao longo dos
tempos. Qual a diferença entre transportar textos escritos sobre pesadas e enormes pedras e deslocar textos
desenhados sobre tecidos? Será que a escrita encontrada em pedras foi feita para ser transportada?
Por que foram necessários suportes cada vez mais leves? O que difere os leves pergaminhos (*7)
das inscrições em pedra?
......................................................................................................................................no museu: proponha aos seus alunos uma investigação na “Linha do tempo”, em exposição no Museu!
O que lá encontraremos sobre os primórdios da linguagem? Além da “Linha do tempo”, outros painéis
oferecem panoramas da evolução de tecnologias agregadas à revolução na área das telecomunicações:
“O telefone chega ao Brasil” (nº 5), “Uma história de moedas, fichas e cartões” (nº 9) e “Dos cabos aos satélites
e às fibras ópticas” (nº 10).
......................................................................................................................................Para enriquecer a discussão : PERGAMINHOS
(*7) Pergaminho (do grego pergaméne e do latim pergamina ou pergamena), é o nome dado a uma pele de
animal, geralmente de cabra, carneiro, cordeiro ou ovelha, preparada para nela se escrever. Designa ainda o
documento escrito nesse meio. O seu nome deriva do nome da cidade onde se terá fabricado pela primeira
vez: Pérgamo, na Grécia. Foi largamente utilizado na antiguidade ocidental, em especial na Idade Média, até
à difusão da invenção chinesa do papel. Os mosteiros cristãos mantinham bibliotecas de pergaminhos no
período, onde monges letrados se dedicavam à cópia de manuscritos, devendo-se a essa atividade monástica a
sobrevivência e divulgação dos textos clássicos da cultura grega e latina no Ocidente, principalmente à época
do Império Bizantino. >>>www.wikipedia.org
04. Babel | Cidade: Da Tradução à Transcriação
Faixa etária: a partir de 12 anos
Aula 1Viagem imaginÁria no tempo
Converse um pouco com a turma sobre o “tempo”, instigando-a. Todos sofrem, igualmente, os seus efeitos?
Que efeitos são esses? Todos nós sentimos, da mesma forma, a passagem do tempo? Como se dá isso? Seria
possível, um dia, conhecermos o futuro? Já viram filmes sobre viagens no tempo? Quais? Agora, peça aos alunos
para fecharem os olhos e proponha uma viagem no tempo, imaginária (*8).
Conte até dez e, a cada segundo, ainda de olhos fechados, seus alunos terão viajado dez anos no futuro.
Ao final da contagem, terão avançado um século. Peça que imaginem esta cidade, ou uma cidade fictícia,
daqui a cem anos. Incentive-os a imaginar detalhes que julguem relevantes e novas tecnologias vastamente
difundidas. Vá dirigindo a atenção dos alunos nessa viagem imaginária, até o momento do retorno.
A contagem regressiva os trará de volta ao nosso tempo. Forme grupos, cada grupo escolherá um relator que
vai produzir um pequeno texto, costurando os diferentes relatos dos outros colegas e o seu próprio. Os grupos
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>26 debaterão suas próprias visões do futuro, discutindo problemas e soluções para a cidade fictícia e a nossa, no
presente. Quais as diferenças e semelhanças? Que novas tecnologias surgirão? Esta atividade pode ser seguida
de um estudo sobre a Ficção Científica como categoria literária e sua ligação com o cinema da atualidade.
diCa: para trabalhar com temas de ficção científica, organize debates seguidos às sessões de filmes do gênero!
Algumas sugestões: Metrópolis, de Fritz Lang; 2001 - uma odisséia no espaço, de Stanley Kubrik; THX 1138, de
George Lucas; a trilogia Matrix (Matrix, Matrix Reload e Matrix Revolutions), dos irmãos Wachowski; Tron, de
Steven Lisberger; blade Runner, de Ridley Scott; ou mesmo desenhos animados dos Jetsons e Robôs, entre
outros. Para mais dicas, o link abaixo remete a uma lista de filmes na Wikipédia, em português:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filmes_de_fic%C3%A7%C3%A3o_cient%C3%ADfica
......................................................................................................................................no museu: um interessante vídeo explora este universo: “Como o passado previu o futuro” (nº 25). Assista-
o com seus alunos! Para investigarem o que está se tornando ou já se tornou real — mas que parece ter
saído do mundo imaginário da ficção científica –, confiram os vídeos “A conquista do espaço 1, 2 e 3” (nº 24),
“biotecnologia” (nº 26), “Computadores” (nº 28) e “A rede” (nº 30); ouçam, também, “O mundo num pequeno
aparelho” (nº 13)..
......................................................................................................................................Para enriquecer a discussão : É POSSÍVEL VIAJAR NO TEMPO?
(*8) Viagem no tempo se refere ao conceito de mover-se para trás e para a frente, deslocando-se para diferentes
épocas, de modo análogo à mobilidade pelo espaço. Algumas interpretações sugerem a possibilidade de viajar
através de realidades paralelas. A possibilidade real de uma viagem no tempo é, hoje em dia, praticamente
nula. Isso, devido ao fato de que as partes responsáveis pela descoberta de meios para se efetuar tal viagem
não terem ainda conseguido produzir uma tecnologia capaz de viabilizá-la. O conceito é constantemente abor-
dado na ficção científica, sendo que o mais famoso autor de obras sobre o tema é H.G. Wells. Nos meios cientí-
ficos, o assunto merece uma circulação bastante discreta. Supõe-se que, ou os cientistas são ridicularizados
por pesquisarem seriamente um assunto considerado, por muitos, como infértil; ou os avanços na área — se
existentes — são tão secretos que ninguém fala a respeito. No entanto, o estudo das viagens no tempo e de
outras conseqüências das teorias da Física é muito interessante, porque pode mudar nossa perspectiva sobre
o universo. Atualmente, os cientistas estão convencidos de que as viagens no tempo são muito improváveis.
De fato, o físico e cosmólogo Stephen Hawking sugeriu que a ausência de turistas vindos do futuro é um
excelente argumento contra a existência dessas viagens. Já no campo da imaginação e da arte, o tema tem sido
abordado livremente há muitas e muitas décadas; e não há quem não se sinta instigado com a possibilidade
fantástica de visitar seu próprio passado ou até mesmo o futuro! >>>www.wikipedia.org
05. Ciências da Comunicação: A Relação homem-Máquina
Faixa etária: a partir de 12 anos
Aula 1oBJetos e proCessos
Converse com seus alunos sobre a importância das máquinas e dos robôs que atuam nas fábricas em nossa
sociedade. O que é uma linha de montagem? (*9) Para que servem as máquinas? O que elas são capazes de
fazer hoje? Peça para seus alunos escolherem qualquer objeto industrializado (lata, aparelho, prato etc.) e
desenharem, em cinco fichas, uma espécie de passo a passo da linha de produção (para cada etapa, uma ficha).
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>2� Ou seja, nessas fichas eles farão um esboço de como imaginam o processo de fabricação do objeto escolhido.
Que máquinas foram utilizadas nessa produção? Em quais etapas atuaram?
Depois de recolhidas as fichas, elas serão misturadas — como cartas de baralho — e redistribuídas aos alunos.
Cada um receberá, novamente, cinco fichas, agora produzidas por diferentes colegas. Peça aos alunos que
misturem as etapas, a fim de criarem um novo objeto ou uma máquina imaginária combinando, a partir de
suas etapas de fabricação, um novo resultado.
Esta atividade pode ser seguida de um debate sobre como as pequenas descobertas e invenções são
capazes de gerar, mais tarde, outras invenções mais complexas. Os cientistas não partem do nada, mas
de todo o conjunto do saber acumulado por indivíduos e sociedades que produziram coisas e induziram
comportamentos. Muitas vezes, são os próprios processos de fabricação — igualmente frutos de pesquisas
científicas e de descobertas — que induzem à criação de novos objetos e máquinas (*10) .
Será que as máquinas alteram o comportamento social em nossa sociedade? Como somos afetados por elas?
Para trabalhar o impacto da mecanização na sociedade (pós-Revolução Industrial), assista com seus alunos ao
filme Tempos modernos, de Charles Chaplin.
......................................................................................................................................no museu: descubra e investigue com os alunos os processos e etapas, nem sempre aparentes, do que veio
a se tornar o fenômeno “telefone” em escala mundial. Esta pesquisa pode ser feita através de alguns vídeos,
entre eles: ”Telefone, a revolução de Graham bell” (nº 2), “O telefone chega ao brasil” (nº 5), “Como funciona
o telefone” (nº 6) e “Satélites no espaço ligam a Terra” (nº 18); ouça, também, “O mundo num pequeno
aparelho” (nº 13).
......................................................................................................................................Para enriquecer a discussão : PRODUÇÃO EM SÉRIE
(*9) Linhas de montagem são utilizadas no processo de produção em série, para que o produto em fabricação
seja deslocado ao longo dos postos de trabalho, até os trabalhadores encarregados para desempenhar uma
etapa específica no processo de produção. O uso da linha de montagem ajuda a aumentar a eficiência do
processo de produção em série, pois permite que cada trabalhador se especialize em sua tarefa e por tornar
desnecessária a sua movimentação. >>>www.wikipedia.org
Para enriquecer a discussão : MÁQUINAS
(*10) Uma máquina é um dispositivo qualquer que converte energia em trabalho. Por exemplo: “do ponto
de vista da termodinâmica, uma máquina é um equipamento destinado a transformar calor em trabalho,
existindo dois tipos principais: máquinas de combustão interna (motores) e máquinas de combustão externa.
” As máquinas podem ser divididas em automáticas e não-automáticas ou manuais: As máquinas não-
automáticas ou manuais são todas as máquinas que precisam da energia permanente do operador para
executar o trabalho. Um bom exemplo disso é uma furadeira manual em que o operador tem que girar
continuamente uma manivela para que ela execute o trabalho, esta é uma máquina manual ou não-
automática. As máquinas automáticas são aquelas onde a energia provém de uma fonte externa, como
energia elétrica, térmica, etc. Uma furadeira elétrica em que o operador tem que somente apertar um botão
para que a mesma execute o trabalho, é uma máquina automática. As máquinas automáticas podem ainda
ser dividas entre máquinas automáticas programáveis e máquinas automáticas não programáveis: A máquina
automática não programável executa sempre o mesmo trabalho ao receber energia.A máquina automática
programável tem como característica o fato de que o seu trabalho depende de instruções dadas pelo operador.
A ineficiência de uma máquina é o grau ou a porcentagem a que uma máquina não realiza o trabalho que
poderia fazer sem as limitações da fricção (atrito). >>>www.wikipedia.org
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>2� 06. Última Abertura: Comunicação e Educação
Faixa etária: a partir de 14 anos
Aula 1teleJornal: eXperiÊnCia Com mÍdia-eduCação
Será possível usar um telejornal como instrumento pedagógico no futuro? Com a quantidade de informações
— de infinitas procedências — que hoje nos cerca, como estar preparado para filtrar aquilo que vale a pena ser
apreendido? Como julgar o que pode ser descartado? Será que podemos preparar a atenção dos jovens, para
que eles possam lidar com conteúdos midiáticos específicos? As informações transmitidas são imparciais?
Estas atividades experimentais pretendem sensibilizar os alunos para a produção da mídia televisiva, mais
especificamente, dos telejornais. Converse sobre a importância das notícias na sociedade atual. É importante
manter-se atualizado? A TV é a única mídia capaz de fornecer notícias? Qual a diferença da TV para as outras
mídias? Todas as notícias são confiáveis? Por que decidimos confiar mais em determinadas fontes do que em
outras? O que define a credibilidade de um jornal de TV?
Grave trechos de telejornais exibidos em diferentes emissoras e tente desvendá-los com seus alunos,
em sala de aula. (*11) A linguagem empregada será a mesma? Como é essa linguagem? Qual a duração das
matérias? Quem decide essa duração? Quem escolhe o que noticiar e por quê? Divididos em grupos, os alunos
vão analisar e relatar suas impressões sobre determinado trecho/emissora. Juntos, poderão comparar
os resultados e, prosseguindo com esta atividade, organizar um debate sobre a importância da mídia
televisionada hoje. Qual o seu poder? Qual o seu potencial para a educação? Este potencial tem
sido explorado?
Outra possibilidade é construir um telejornal em sala de aula. Serão escolhidos os “âncoras”, as matérias e o
estilo de apresentação das notícias. Os cenários do telejornal também podem ser construídos pelos alunos.
Devem ser apresentados desafios como, por exemplo, convencer o restante da turma sobre a veracidade de
uma determinada matéria que diga respeito ao universo da escola e da própria turma. Esta atividade pode
se estender por várias aulas e agregar conteúdos de diferentes disciplinas. (Além de proporcionar muita
diversão!) Será que depois dessas atividades os alunos conseguirão assistir a um telejornal como assistiam
antes? E se não assistiam, passarão a assistir?
Uma sugestão de aquecimento para esta atividade — ou mesmo a atividade em si, por ser mais simples de
se organizar e implementar –, possivelmente integrada a outras disciplinas, pode consistir em uma análise
das manchetes de diferentes jornais impressos, veiculados num mesmo dia. Os alunos serão convidados a
contribuir, cada um, com um periódico diferente (O Globo, Jb, O Dia, Extra etc.). Será que todos apresentarão as
mesmas manchetes? Algumas notícias se repetirão? Quais e por quê? Como são escolhidas as matérias? Serão,
de fato, os acontecimentos mais cruciais noticiados por todos? Alguns assuntos podem ser “evitados” pelos
jornais? Dê exemplos e justifique. Como costumam se estruturar as primeiras páginas dos jornais impressos?
Onde estão as manchetes? Como aparecem as imagens? Qual será o critério para a sua escolha?
......................................................................................................................................no museu: assista, com seus alunos, a vídeos que reflitam sobre duas mídias bastante conhecidas, também
dedicadas à informação e ao entretenimento (o rádio e a TV): “Nas ondas do rádio” (nº 22), “Ver à distância”
(nº 23) e “Grandes comunicadores” (nº 29).
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>2� ......................................................................................................................................Para enriquecer a discussão : TELEJORNALISMO
(*11) Telejornalismo é a prática profissional do jornalismo, aplicada à televisão. Os telejornais são programas
que duram entre segundos e horas, e divulgam notícias dos mais variados tipos, utilizando imagens, sons
e, geralmente, narração por um apresentador (chamado “âncora”, no jargão profissional). Os canais de
televisão podem apresentar telejornais como parte da programação normal transmitida diariamente
ou, mais freqüentemente, em horários fixos. Às vezes, outros programas podem ser interrompidos por
plantões de notícias (news flashes), em casos relevantes e urgentes. Um newscast normalmente consiste
de uma cobertura de várias notícias e outras informações, produzidas localmente por uma emissora ou por
uma rede. Pode também incluir temas adicionais, como esportes, previsão do tempo, boletins de trânsito,
comentários e outros assuntos. Segundo normas canônicas praticadas no Brasil e em outros países, o texto
para telejornalismo deve ser ainda mais curto e objetivo do que o texto jornalístico de mídia impressa, com
vocabulário mais próximo do coloquial. Cabe ao “âncora” narrar, anunciar ou comentar as notícias que serão
exibidas, ou mesmo chamar os repórteres que entram ao vivo na programação. >>>www.wikipedia.org
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>30 BIBLIOGRAFIA
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