A Competitividade Industrial Chinesa no Século...
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A Competitividade Industrial Chinesa no Século XXI
Seminário FIESP / SAE-PR / FEA-USP
São Paulo, 4 de Setembro de 2012
TECNOLOGIA E COMPETITIVIDADE EM SETORES
BÁSICOS DA INDÚSTRIA CHINESA
Claudio Habert
COPPE/UFRJ
Se você for impaciente, não atingirá seus objetivos.
Se tiver em mente apenas pequenos ganhos,
as grandes missões não serão cumpridas.
Kung Fu Tse (Confúcio) , Os analectos, 500 a.C.
Sem o desenvolvimento em alta velocidade da
ciência e da tecnologia, é impossível desenvolver a
economia nacional em alta velocidade
Deng Xiaoping, março 1978
We will be second to noneOutdoor, sítio de construção de megacomplexo residencial,
Beijing, abril 2011
Onde há distribuição igualitária, não há pobreza. Onde há harmonia,
não há sub-população; e onde há estabilidade, não há golpes de Estado.
Termo de Cooperação 008/2010
Convênio SAE / UFRJ
1ª Linha de Ação
TECNOLOGIA E COMPETITIVIDADE EM SETORES
BÁSICOS DA INDÚSTRIA CHINESA
ESTUDOS DE CASO
| Adriano Proença | Cláudio Habert |
| Maurício Aredes | Sérgio de Souza Camargo Jr. |
Roteiro Geral do Estudo *
O projeto, o contexto e a inovação tecnológica na China
Indústria Eletro-eletrônica: casos e considerações em Equipamentos de
Geração Eólica e em Ultra-Alta Tensão
Indústria Metal-mecânica: casos e considerações
Indústria Química e de Alta Tecnologia: casos e considerações
****RelatRelatRelatRelatório (2 rio (2 rio (2 rio (2 volsvolsvolsvols, 2011) em: , 2011) em: , 2011) em: , 2011) em: www.sae.gov.br/site/?p=12968
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Roteiro 1 (Destaques) O projeto, o contexto e a inovação tecnológica na China
O projeto : concepção, dinâmica e limitações
Contexto: República Popular da China: trajetória e inflexão
Tecnologia e inovação na indústria chinesa: aspectos conceituais
Gestão da Inovação : caso no setor de Eletrodomésticos
Indústria, competitividade e tecnologia na China: considerações e sugestões
Roteiro 2 (Destaques) Industria Química e Alta Tecnologia na China
Industria Química - Indústria Química na China : Defensivos e Farmacos- Casos: CHEMCHINA – DESANO – NUTRICHEM
Alta Tecnologia- Labs. de pesquisa avançada : CAS (Academia Chinesa de Ciência)- Tecnologia de membranas : casos MOTIMO, EUROFILM, DCWTT e SCINOR- Materiais, Nanotecnologia e Biotecnologia : GENIUS e BIOBAY
Algumas Considerações Finais
O projeto
Contexto: República Popular da China: trajetória e inflexão
Tecnologia e inovação na indústria chinesa: aspectos conceituais
Gestão da Inovação : caso no setor de Eletrodomésticos
Indústria, competitividade e tecnologia na China: considerações e sugestões
Roteiro 1 O projeto, o contexto e a inovação tecnológica na China
� Abordar prospectivamente casos selecionados, na China, em setores básicos para
o Desenvolvimento: eletro-eletrônico, metal-mecânico e químico
� Analisar a dimensão tecnológica da competitividade de firmas chinesas
� Estabelecer proposições decorrentes do estudo visando, mesmo que de modo
ainda preliminar, servir de subsídios para:
- Iniciativas públicas e privadas no sentido de fortalecer a indústria
brasileira
- Ações de colaboração e intercâmbio China-Brasil
Objetivos Gerais do Projeto
Definição dos setores-alvo, o foco na dimensão tecnológica da
competitividade chinesa e a COPPE/UFRJ como agente do estudo
� Definição de partida, pela SAE, com base nos estudos de F. Fajnzylber,
da CEPAL, dos três setores a serem estudados.
� Para além dos custos dos fatores e do contexto macro-econômico e
regulatório: a dimensão tecnológica da competitividade chinesa
o COPPE/UFRJ – Instituição de Pesquisas Avançadas em Engenharia
o Centro China-Brasil – COPPE/UFRJ e Universidade de Tsinghua
325 Professores doutores
2.760 Estudantes matriculados
1650 de Mestrado (600 bolsistas)
1110 de Doutorado (480 bolsistas )
350 Pessoal Tecnico e Administrativo
Produção Acadêmica Anual
350 Dissertações de Mestrado200 Teses de Doutorado
1800 Publ. em periodicos cientificos e congressos
12 programas de PG em Engenharia na COPPE -50 anos em 2013
116 Laboratorios de Pesquisa na COPPE
Parque Tecnológico do Rio de Janeiro (20+ companhias)
Laboratorio Tecnologia Oceanica
Laboratorio de Visualização Cientifica
2 Incubadoras de EmpresasEmpresas de base tecnologicaTecnologia para Cooperativas Populares
Lab. de Computaçao de Alto Desempenho
Os laboratorios da COPPE e o novo ambiente da pesquisa
Centro China-Brasil na Universidade de Tsinghua
���� China – vasta e multifacetada
- Setores industriais básicos: amplos e diversificados
- Diferentes tipos de empresas chinesas
- Diferentes “entradas” caso a caso
���� Centro China Brasil na Universidade de Tsinghua
- Concretiza expressão institucional da “parceria estratégica”
China-Brasil
- Rede de Contatos Institucionais / Guanxi
- Universidade de Tsinghua como referência nacional: credibilidade para
sessões de perguntas & respostas técnicas
O projeto em suas grandes etapas - 1
���� Concepção e preparação - Julho a Dezembro 2010
- Entrevistas no Brasil
- Visita da delegação chinesa do Centro China-Brasil da Universidade de
Tsinghua à Coppe | Agosto de 2010
- Inauguração Centro China-Brasil na Universidade de Tsinghua
| Novembro 2010
���� Pesquisa no Brasil – Dezembro 2010 a Maio 2011
- Definição final das empresas selecionadas juntamente com a SAE
- Pesquisa bibliográfica
- Entrevistas em empresas e instituições
- Prospecção e preparação das Missões à China
O projeto em suas grandes etapas - 2
���� 1ª missão à China – Janeiro 2011
- Casos do setor Eletroeletrônico
- Empresas brasileiras na China
- Universidades e Instituições de pesquisa em tecnologia,
estratégias tecnológicas e em políticas públicas
Empresas visitadas:
Embraco-Snowflake
Guodian ; Himin
Haier ; Huawei
Shanghai Electric ; State Grid
Tianwei ; WEG
Universidades e outras Instituições visitadas:
Univ. de Tsinghua – Engenharias e SEM
Univ. de Zhejiang – NIIM
Instituto de Gestão de Políticas Públicas da CAS
Embaixada do Brasil
O projeto em suas grandes etapas - 2
���� 2ª missão à China – Março-Abril 2011
- Casos dos setores Químico e Metal-mecânico
- Casos de empresas e laboratórios de alta tecnologia
- Universidades e Instituições de pesquisa em tecnologia avançada
���� Analise e discussões p/ Relatório Final – Maio-Junho 2011
Empresas visitadas:
Sany ; MCC ; ChemChina
Nutrichem ; Desano
Genius ; Mont Lighting
Motimo ; Eurofilm ; Scinor
Universidades e outras Instituições visitadas:
Univ. de Tsinghua – Engenharias
Univ. de Tianjing – Engenharia Química
Laboratórios CAS – diversos
Biobay – parque tecnológico
Hangchow Water Treatment Institute
À guisa de nota metodológica complementar ...
• Seleção de empresas e laboratorios de pesquisas representativos : critérios e viabilidades
• Ind. química : extremamente diversificada, os setores selecionados em função das dependências brasileiras de importações foram DEFENSIVOS – FARMACOS
• O acesso aos laboratorios avançados e empresas: contatos pessoais (o guanxi e indicações de instituições e empresas, além do Centro Brasil China da U. de Tsinghua)
• O visto, o dito e o escrito : por mais que se dispusesse de uma metodologia basica padrão, e de tradutores locais, as visitas a empresas chinesas resultaram em analises não uniformes, em função das informações obtidas e do grau de penetração alcançado, bastante variado.
• Este estudo preliminar espera, ainda assim, ter obtido uma razoável imagem, representativa da dinâmica chinesa e de suas empresas-modelo.
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Roteiro 1 O projeto, o contexto e a inovação tecnológica na China
O projeto
Contexto: República Popular da China: trajetória e inflexão
Tecnologia e inovação na indústria chinesa: aspectos conceituais
Gestão da Inovação : caso no setor de Eletrodomésticos
Indústria, competitividade e tecnologia na China: considerações e sugestões
Evolução do PIB em USD na RPC
Evolução dos gastos em PeD como percentual do PIB
Formação em Nível Superior na RPC
Evolução dos salários urbanos segundo propriedade da empresa e
registro de moradia
(em RMB, média anual, preços constantes de 2008)
Salários numa joint venture Estatal Chinesa – Multinacional
no Distrito Industrial de Beijing – Janeiro 2011
A inflexão em curso: menos crescimento;
mais desenvolvimento
���� O Plano Nacional de Médio e Longo Prazo para o
Desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia - 2006
- Promover a zizhu chuangxin - em inglês, indigenous innovation
• Inovação nativa; inovação autóctone; inovação endógena;
• inovação autônoma
� Três naturezas: original; integração de tecnologias; re-inovação
- Políticas públicas para C&T&I e projetos estratégicos
���� O 12º Plano Quinquenal - 2011
- O “crescimento harmonioso” � mudar o padrão do desenvolvimento chinês
- Indústrias emergentes estratégicas � transformação do modelo econômico
Sobre o Plano Quinquenal
� O processo de planejamento quinquenal vem evoluindo ao longo das décadas após a “reforma & abertura”
• Horizontes de mais longo prazo e perfil crescentemente indicativo
� Segue sendo sinalização central para a sociedade chinesa
� Culminância de um amplo e longo processo de debate
� Epicentro para desdobramento de Planejamento nos Ministérios, nas Províncias e nas Municipalidades
• “Eco-sistema” ou “teia” de políticas• Espaço para experimentos (pontuais) e aprendizado
� Processo segue em evolução• Por exemplo: buscando formas de ampliar a sinalização pelo mercado
Roteiro 1 O projeto, o contexto e a inovação tecnológica na China
O projeto
Contexto: República Popular da China: trajetória e inflexão
Tecnologia e inovação na indústria chinesa: aspectos conceituais
Gestão da Inovação : caso no setor de Eletrodomésticos
Indústria, competitividade e tecnologia na China: considerações e sugestões
Gestão e Planejamento Público
� O Sistema de Planejamento Chinês : alcance e potência
� Nele se destacam, entre outros:
• O pragmatismo e a objetividade dos sistemas de incentivo inerentes
às políticas públicas
• O efeito construtivo da estabilização de referências ao longo do tempo
por mecanismos institucionais, tais como os Planos Quinquenais
• O experimentalismo e o aprendizado partilhados de forma sistemática e coordenada
entre diversos agentes do processo
• O papel estruturante de grandes agentes estatais
É importante refletir e buscar mecanismos para planejamento governamental no Brasil
inspirados no que se possa aprender com a China, reconhecendo a especificidade da história e
do regime político chinês.
Indústria, competitividade e tecnologia - trajetórias
� A dinâmica de desenvolvimento da competitividade chinesa precisa ser estudada singularmante (sub-)setor a (sub-)setor.
� Inovação tecnológica, particularmente do tipo secundário, permeia o tecido industrial, no contexto de uma competição acirrada, em mercados amplos e dinâmicos
� A replicação do aprendido em contratos com multinacionais para produtos próprios -fornecedores chineses oferecem alternativas que combinam qualidade aceitável com baixo custo para outros integradores de produtos (montadores)
� Sólida articulação das empresas com Universidades favorece a inovação nas empresas
� Algumas das empresas chinesas vitoriosas no mercado internacional dominaram o projeto arquitetônico de produtos, e, algumas vezes, módulos particularmente estratégicos
Indústria, competitividade e tecnologia – momento atual
� Empresas chinesas estão profundamente engajadas em migrar de posições de
baixo custo apoiadas em uma força de trabalho mais barata, para a oferta, a
menor preço, de produtos e serviços com graus crescentes de sofisticação
tecnológica
� Políticas públicas dos governos central, provinciais e locais, induzem e
suportam o desenvolvimento tecnológico das firmas chinesas e sua
internacionalização, e buscam fazer avançar o tecido em direção a inovações
“cada vez mais próximas de primárias”
Indústria, competitividade e tecnologia - gestão
� Há certas linhas gerais de atuação em gestão tecnológica em algumas empresas chinesas bem sucedidas:
- Forte interação com clientes para aprender e orientar esforços de inovação
- Base própria de PeD sendo cultivada desde suas origens, já com perspectivas/ambições de “inovação
crescentemente autônoma”
- Estratégia e modelos de gestão tecnológica centrados em ciclos continuados de inovação secundária de
crescente sofisticação, ambicionando um dia chegar a inovações primárias/originais
- Transferências de Tecnologia contratadas e conduzidas com forte esforço de aprendizado e absorção
- Articulação sólida do PeD empresarial com Universidades e Institutos de Pesquisa, de forma orientada
pelas demandas identificadas nos mercados-clientes-alvo
- Busca por trajetórias próprias no contexto da competição no setor
- Perspectiva global da tecnologia e da competição em seu setor desde as origens
Firmas brasileiras podem estudar estas trajetórias de catching up bem sucedido e nelas encontrar elementos relevantes para informar sua reflexão estratégica
Roteiro 2 (Destaques) Industria Química e Alta Tecnologia
Industria Química - Indústria Química na China : Defensivos e Farmacos- Casos: CHEMCHINA – DESANO – NUTRICHEM
Alta Tecnologia- Labs. de pesquisa avançada : CAS (Academia Chinesa de Ciência)- Tecnologia de membranas : casos MOTIMO, EUROFILM, DCWTT e SCINOR- Materiais, Nanotecnologia e Biotecnologia : GENIUS e BIOBAY
Algumas Considerações
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Roteiro 2
Industria Química - Indústria Química na China : Defensivos e Farmacos- Casos: CHEMCHINA – DESANO – NUTRICHEM
1
PAÍS FATURAMENTO (US$ Bilhões)
ESTADOS UNIDOS 689
CHINA 549
JAPÃO 263
ALEMANHA 298
FRANÇA 159
CORÉIA 133
REINO UNIDO 123
ITÁLIA 123
BRASIL 122
ÍNDIA 98
HOLANDA 82
RÚSSIA 72
ESPANHA 75
Fontes: ACC, CEFIC
e ABIQUIM
9ªPOSIÇÃO
Mundo (estimado): US$ 3,5 trilhões
Ano 2008
Indústria Química no Mundo
Faturamento líquido da indústria química brasileira2008
Total US$ 122,0 Total US$ 122,0 bilhõesbilhões
Fonte:
ABIQUIM e
associações
dos segmentos.
Atuação Responsável®
Compromisso com a sustentabilidade
3,6 3,6 4,5 5,78,0
8,9 9,7 10,1 9,8 10,7 10,8 10,111,0
14,5 15,3 17,423,9
35,1
30,0
2,1 2,3 2,5 2,8 3,4 3,5 3,8 3,6 3,4 4,0 3,5 3,8 4,8 5,97,4
8,910,7 11,9 12,0
91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09*
Exportações Importações
Indústria química brasileiraImportações e exportações brasileiras
1991 a 2009*
(em US$ bilhões FOB)
Fonte: Sistema Aliceweb – MDIC/Secex.
* estimado.
DDééficit 2009* = US$ 18,0 bilhõesficit 2009* = US$ 18,0 bilhões
Comércio Defensivos Agricolas, Brasil, 2010
Industria Quimica Chinesa Faturamento Setorial
Mercados Farmaceuticos Globais, 2007 e 2009
2007 2009
País Rank $ (mil)Crescimento
(%)Rank $ (mil)
Crescimento(%)
Estados Unidos 1 280.995 4 1 300.748 5
Japão 2 65.730 3 2 89.865 17
França 3 38.495 16 4 40.575 -5
Alemanha 4 37.278 16 3 41.275 -2
Itália 5 24.234 15 6 26.857 -1
Reino Unido 6 23.368 14 8 19.843 -11
Espanha 7 19.563 19 7 22.818 1
China 8 17.698 32 5 31.688 29
Canada 9 17.590 13 9 18.705 0
Brasil 10 13.708 25 10 17.403 4
Fonte: IMS World Review Executive Sumary, 2010
Vendas da Indústria Farmacêutica Chinesa, 1998-2007 China Stat. Yearbook
Industria Farmaceutica na China
DestaquesIndústria Química 1
• A indústria química chinesa, 2ª em faturamento mundial, é amplamente apoiada pelo
governo chinês, através de subsídios financeiros
• Pela sua natureza abrangente e historicamente pulverizada, foi reestruturada em
gigantescos conglomerados
– Ex. Típico : estatal CHEMCHINA: 130 empresas, 24 centros de pesquisa, 28º lugar entre as 500
maiores empresas chinesas e 19º entre as 100 maiores empresas químicas globais
• Em geral , a competição se dá através do baixo custo final, resultados da grande escala de
produção, preços reduzidos de matérias-prima e da energia, baixo custo da mão de obra
qualificada e maior ”market-share”.
• O acesso à tecnologia e à gestão operacional se dá através de absorção de tecnologia e de
engenharia reversa
– Ex. típico da ind. de intermediários farmacêuticos: tem produzido “genéricos” pelo acesso a
patentes antes de seu prazo expirar. A inovação é basicamente incremental - ex típicos: glifosato,
pesticidas e antiretrovirais-padrão de combate à AIDS.
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• O 12º Plano Qüinqüenal encaminha uma tentativa de mudança estrutural também na
Indústria Química, com grande incentivo à inovação (Made in China � Designed in China)
• O crescimento da Indústria Química da China prevê liderança mundial nos próximos anos.
• Automação de processos crescente e compromissos com redução “total” de emissões são
preconizados como metas.
• As indústrias de fármacos e de defensivos agrícolas, 2 sub-setores abordados nesta
prospecção, apresentaram superávit de US$ 3,5 bi e US$ 1,05 bi em 2009 – enquanto que,
no Brasil, os 2 representam juntos 38% do déficit total comercial da Indústria Química.
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Destaques
Indústria Química 2
• As 2 empresas-modelo Nutrichem (defensivos) e Desano (Farmacos) visitadas nestes sub-setores:
– Exibem instalações equipamentos, laboratórios de controle e instrumentação de alto nível,
gestão tecnológica profissionalizada, padrões internacionais de segurança e estratégias
parecidas de crescimento
– Já estão com fatia de mercado local assegurada, e uma penetração no exterior iniciada (Leste
asiático e Austrália principalmente); querem ampliar sua participação internacional e depois
voltar-se novamente para o mercado chinês.
– Ambas almejam se tornar S/A em prazo curto (bolsas de Shanghai ou Hong Kong).
– Alavancando esta estratégia, desde sua fundação: deptos de P&D com RH adequados, muitos
projetos com Universidades e Labs. CAS.
– Ambas instaladas em novos e modernos parques tecnológicos
– Quadros jovens !
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Destaques
Indústria Química 3
• A Indústria Química Brasileira (IQB)fez sua auto-crítica e sua proposta
(Pacto da Abiquim 2010)
– Tem, como outros setores. sérias (legítimas ) reinvidicacões ao governo;
– Propõe-se, a partir de algumas observações desta prospecção, avaliar o que se pode
aproveitar do modelo de gestão tecnológica chinês e incentivar meios de aumentar o
nível qualitativo da inovação na IQB
• As indústrias de fármacos e de defensivos agrícolas são estratégicas e críticas:
– A 1ª pela natureza de atendimento em programas de saúde pública
– A 2ª, embora relativamente não de grande faturamento, alavanca toda uma
agroindústria ainda chave na pauta das exportações brasileiras.
• Ambas têm oportunidades de inovar em novas rotas tecnológicas ( ex. do glicofosato,
28% do total importado em 2010) para reduzir dependências.
• Cabe estimular programas específicos, envolvendo as Instituições de pesquisa do Brasil.
Sugestões e Recomendações Indústria Química
Alta Tecnologia- Labs. de pesquisa avançada : CAS (Academia Chinesa de Ciência)- Tecnologia de membranas : casos MOTIMO, EUROFILM, DCWTT e SCINOR- Materiais, Nanotecnologia e Biotecnologia : GENIUS e BIOBAY
2
• A China possui um amplo e diversificado sistema institucional de inovação, basicamente sustentado pelo governo; há também financiamentos complementares por empresas.
• Demandas provêm de setores econômicos, mas também de APLs e organizações associativas
• Destaque: Academia de Ciências Chinesa, CAS : forte exemplo de organização e planejamento
– reúne os mais produtivos e prestigiosos grupos do país
– mobiliza 110.000 alunos de PG (além das Universidades)
– A CAS possui e participa de empresas que dela nasceram
• Sistema com 3 níveis de Labs. CAS: Key, National e State
– Avaliados regularmente; os mais prestigiosos são mundialmente competitivos
– São mais de 100 National CAS Labs
• Cada um, de fato, sendo um Instituto multi-labs temáticos, de per se
• Critérios de avaliação incluem indicadores clássicos, mas valorizam também recursos obtidos e patentes (depositadas e comercializadas); empresas geradas por pesquisadores; e parcerias internacionais
Destaques Laboratorios Alta Tecnologia 1
• Labs CAS: planos estratégicos plurianuais, informando e se alinhando com planejamentos
centrais e locais.
– Participam destas definições dirigentes científicos E representantes dos Governos.
• Pesquisa aplicada é regra; persegue-se a tecnologia estado-da-arte, que permita
competitividade das empresas, ou prepare novos saltos via inovações “inéditas” (que
sirvam a novos nichos de mercado)
• Sistema mantém e convive com Labs menos “habilitados”: gradativa modernização e
adaptação às novas realidades
• Grande maioria dos Labs CAS : pesquisa tem sintonia com a de grupos brasileiros
– Química, processos, materiais, nanotecnologia, biotecnologia, bioengenharia,
fármacos, bio-combustíveis, energia, meio ambiente – incluindo controle da poluição
e dessalinização
Destaques Laboratorios Alta Tecnologia 2
• Estudar comparativamente fatores, meios e conseqüências das políticas de C, T & I
praticadas no Brasil e na China, avaliando possibilidades de aumentar foco e eficiências
– Envolver Governo, Indústria e Instituições de pesquisa
• Pesquisa industrial para inovação : estudar e apreender o que for relevante da
experiência chinesa: legislação, prática e sistema de incentivos para o setor industrial
devem ser implementados, reduzindo barreiras atuais; idem para a universidade pública
brasileira (hoje ator + atuante do tripé).
– Aspectos a considerar, entre outros:
• Definição de setores prioritários e estratégicos para o desenvolvimento
industrial;
• Conformação de grandes laboratórios focados e com metas a cumprir, para
execução de inovação complexa e coordenada;
• Promover e facilitar spin offs de Universidades e Institutos de Pesquisa; proteção
para start-ups tecnológicos.
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Sugestões e RecomendaçõesLaboratorios Alta Tecnologia 1
• Promoção de formação orientada e focada: política de suporte ao estudo no exterior com
prioridades e metas, buscando retorno para o país.
– “Colher frutas maduras ainda não colhidas”
– Política para repatriar formados dentro de um contexto de inovação coordenada.
• Identificar setores de interesse comum para parcerias, gradativas, em desenvolvimento
tecnológico; critérios de complementaridade e interesse público
– Este estudo aponta para alguns exemplos: energia, saúde (fármacos), águas
– Explorar formatos alternativos e pró-ativos
– Universidades de ponta e os Labs CAS são primeiros alvos naturais para parcerias
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Sugestões e RecomendaçõesLaboratórios Alta Tecnologia 2
• Dentre setor bens de capital, uma das indústrias de alta tecnologia que cresce a altíssimas taxas na
China é a indústria de equipamentos de filtração e separação que incorporam membranas seletivas.
– É impulsionada pelas necessidades de produção de água potável em varias regiões do pais (
dessalinização) e o tratamento de águas municipais e industriais (ETA’s e ETE’s) , incluindo as
de uso no setor energético (petróleo, biomassa e carvão).
• Programa do governo (2010) destinou US$ 2,6 Bi para a dessalinização de águas (reservando 30% ao
desenvolvimento de membranas) .
– Entre produtores de módulos de membranas, equipamentos auxiliares, empreiteiras/
montadoras e empresas de engenharia, contam-se mais de 300 empresas na China.
• Todos os Labs CAS que foram visitados tem grupos ativos em aplicações da tecnologia de
membranas.
– Destaque: tecnologia BRM, bioreatores com membranas
– Instalações de BRM já alcançaram em 2010 a marca de US$ 450 milhões, com taxas de
crescimento de 11% ao ano, sendo que na China cresceu à taxa de 100 % ao ano.
– A maior instalação do mundo (100 000 m3/dia) já opera na China.
– Registram-se mais de 70 empresas e 40 inst. de pesquisa envolvidos no aprimoramento e uso
da tecnologia BRM na China.
DestaquesTecnologia de Membranas 1
Região Percentual
América do Norte 33
Ásia 30
Europa Ocidental 21
Outras 16
Mercado PSM no mundo Brasil
- Tecnologia importada
- Falta de empresas & incentivos
- Altos potenciais de aplicação
(produção de água, tratamento de efluentes)
Fonte: Freedonia Group
China
- Tecnologia importada + Nacional
- Empresas atuantes com incentivos
governamentais
- Forte aplicação e crescimento em
tratamento e água e efluentes
Investimentos em tecnologias com membranas
Biorreatores a membranas (BRM)
Dessalinização
Tecnologia de Membranas
Biorreatores com membranasCrescimento:
Mundial : 10,9 % anualChinês: 100 % anual
FONTE: BCC Research
Ano
Nº
de
pub
lica
ções
Mercado mundial de
BRM
-○○○○- Universidades
-□□□□- Empresas/Institutos
Nº
de
org
aniz
ações
Atualmente: acima 1000Santos et al. (2011)
Tecnologia de Bioreatores com Membranas
Dessalinização na China, para- Sustentar o crescimento- Escassez em regiões costeiras
Incentivos governamentais
Special Plan for Seawater Utilization (2010)
R$ 4 bi (30 a 40% em desenvolvimento de membranas)
National Development and Reform Commission
Oceanic Administration and the Ministry of Finance
Dessalinização por Membranas (osmose inversa)
Fonte: Membrane Market
• Empresas chinesas de porte se constituíram com fortes deptos de P e D para ocupar posição de
destaque no mercado.
• Foram visitadas:
– MOTIMO (em Tianjin, a maior produtora de membranas da China - 3 milhões de m2 de
fibras ocas/ano)
– DCWTT-Water Treatment Institute of Technology (ligada à ChemChina !)
– EUROFILME (Dalian) e SCINOR (Beijing) - Estas duas tem na origem professores líderes de
pesquisa, um do lab CAS (Dalian) e o outro da U. de Tsinghua (Beijing).
• A MOTIMO e a EUROFILME também tem negócios internacionais (principalmente Ásia do
Leste), onde competem com empresas estrangeiras.
– A EUROFILME diversificou e cobre o promissor mercado de gases e vapores (separações e
tratamento) com nichos importantes nas refinarias e petroquímica.
• A tecnologia de processo e dos módulos resulta de aprendizado pela associação de
multinacionais com as empresas locais.
• Mas há crescentes sinais de independentização, pelo menos no mercado chinês: novas e
eficientes membranas (com materiais alternativos) já foram desenvolvidas, e são vendidas a
preços muito reduzidos.
DestaquesTecnologia de Membranas 2
• Reavaliar políticas vigentes e implementar medidas que aumentem a competitividade da industria de equipamentos de base no Brasil
• Estudar meios de fomentar o desenvolvimento e a inovação da tecnologia de membranas no país, aproveitando também a experiência chinesa. O mercado brasileiro para aplicações de membranas épraticamente virgem comparado ao seu potencial, incluindo a Petrobras que centraliza as compras de grandes unidades e negocia em outra escala com fornecedores internacionais, existe oportunidades muito grandes tanto na área de águas (produção e tratamento) quanto em outras áreas estratégicas (biocombustiveis, meio ambiente, químico-farmaceutica e alimentos/bebidas)
• Em particular a tecnologia BRM tem vantagens inéditas para o reuso de águas.
• Parcerias com empresas e laboratórios chineses são viáveis.
Sugestões e Recomendações Tecnologia de Membranas
� A indústria nacional precisa de mais informação e conhecimento sobre a China.
� Pode buscar estas informações de diversas formas, com apoio do governo, consultorias,
entidades sem fins lucrativos, instituições de pesquisa, ou de modo próprio.
� A identificação de oportunidades no mercado doméstico chinês parece, a princípio, passar por:
- identificar segmentos de mercado específicos, onde se possa ser competitivo, e seja possível
proteger esta competitividade, estabelecendo domínio sobre um nicho ou de forma a alcançar
escala substantiva de vendas
- identificar espaços (“elos”) de inserção competitiva nas cadeias produtivas na China e globais
(por exemplo, definindo módulos onde se possa estabelecer algum domínio de mercado)
- identificar brechas associadas a insuficiências estruturais do sistema produtivo chinês,
estabelecendo uma trajetória complementar e orgânica ao processo desenvolvimento chinês
- acompanhar orquestração de grandes projetos de inovação por firmas estatais chinesas �
identificar oportunidades de neles se inserir
Considerações finais 1
� Os estudos de fundo para a política industrial nacional deveriam considerar as
políticas pelas quais o Estado chinês, em seus diferentes níveis administrativos, apóia
as empresas chinesas. Em particular, pode-se sugerir destacar:
• O papel da estrutura de financiamento estatal na capacidade das empresas
chinesas operarem com baixas margens de lucro ao longo do tempo, em seus
esforços de crescimento, doméstico e internacional, e de desenvolvimento
competitivo;
• O papel das políticas de financiamento e apoio à inovação nas empresas;
• O arranjo institucional para fortalecimento e motivação da relação entre empresas
e o sistema produtivo em geral, e Universidades e outras instituições de pesquisa;
• As políticas de compras governamentais praticadas pelo governo e pelas estatais,
em particular as “estatais centrais”.
Considerações finais 2
� Os estudos de fundo para a política industrial nacional deveriam considerar, além dos
produtores de bens finais, o impacto do processo de modularização de produtos, e a
emergência de fornecedores de partes e peças desenvolvidas a partir de exemplos e
modelos de ponta, oferecidas com qualidade aceitável e a baixo custo, setor a setor.
– O estímulo governamental chinês à inovação autônoma; a aspiração nacional por maior retenção
de lucros na própria China; e o continuado desenvolvimento e expansão do mercado doméstico
chinês, deve induzir estes fornecedores a graus crescentemente sofisticados de soluções
tecnológicas e de design, e eventualmente, iniciando trajetórias tecnológicas alternativas.
– Movimentos de exportação, ou de investimento em fábricas e, eventualmente, em centros de
Design e P&D, em outros países, provavelmente acompanharão a expansão de algumas destas
empresas, que o farão, entre outros, como forma de compensar suas importações, e
complementar suas vendas domésticas, aumentando sua escala global de produção.
Considerações Finais 3
� O pragmatismo e o empreendedorismo chinês
� O choque de culturas : atual geração “yuppie” vs. quadros da geração
intermediaria (a da transição da era Mao para a era pos-Mao )
� A civilização milenar e as ambições atuais da China
� A modernidade material ( arquitetura, informatização/comunicação, transporte de
massa, acesso ao consumo, ...) vs. carências e demandas de 1,4 bilhão de pessoas
espalhadas em território continental
� Imagem do Brasil na China
Outros impactos sobre o visitante acidental
Agradecimentos (entre muitos...)
• Prof. Liu De Hua ( Univ. de Tsinghua, Beijing)• Ilan Cuperstein (Centro Brasil-China, COPPE)• Zeng Jing (Betty) - Univ. de Tsinghua• Rita Cavaliere (COPPE)• Andressa Gusmão• Mário Rodrigues Neto• Jader da Silva (COPPE) • Equipe GPI / PEP / COPPE• Dr Luiz Alfredo Salomão• Prof. Aquilino Senra (COPPE)
Obrigado!