A Cidade 111 anos

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A CIDADE 1º JORNAL DE RIBEIRÃO PRETO A ATRAVESSAR UM SÉCULO 1º JORNAL A VENDER ESPAÇOS NA MEDIDA DE RIBEIRÃO SE LEMBRA ESTÁ NO NOSSO Este é um daqueles encontros consumados, em que as partes se entendem sem precisar conversar e se respeitam sem usar qualquer ‘discurso’. O leitor e o jornal A Cidade têm uma convivência que já dura 111 anos em Ribeirão Preto. Será que é preciso dizer mais alguma coisa? Não. O leitor e o jornal estão de parabéns. Feitos um para o outro. 1º JORNAL O LEITOR DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016 DE QUE

Transcript of A Cidade 111 anos

1 1 1anos

A CIDADE

1º JORNALDE RIBEIRÃO PRETO A

ATRAVESSARUM SÉCULO

1º JORNALA VENDER

ESPAÇOSNA MEDIDA DE RIBEIRÃO

SE LEMBRA

ESTÁ NO NOSSO

Este é um daqueles encontros consumados, em que as partes se entendem sem precisarconversar e se respeitam sem usar qualquer ‘discurso’. O leitor e o jornal A Cidade têmuma convivência que já dura 111 anos em Ribeirão Preto. Será que é preciso dizer mais

alguma coisa? Não. O leitor e o jornal estão de parabéns. Feitos um para o outro.

1º JORNAL

O LEITOR

DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

DE QUE

2 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

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A CIDADE

EDITORIAL DE

1905“Ao lado das classes productoras

do município, pugnaremospelo maior desenvolvimento daLavoura, do Commercio e da

Industria”

DIRETOR DE JORNAIS E MÍDIAS DIGITAIS Josué Suzuki • EDIÇÃO EXECUTIVO Thiago Roque • EDIÇÃO Rosana Zaidan • REPORTAGENS Renan Procópio (especial) • FOTOS Arquivo A CIDADE •DIAGRAMAÇÃO Daniel Torrieri e Roberto Machado • IMAGEM Mariana Martins (editor) / Francielly Flamarine (tratamento) • COMERCIAL Marco Vallim (gerente)/ Wladimir Alexandre (16) 3977-2151

O JORNALcom a cidadeno nome e na

alma

DATA ESTÁ NO SANGUE

Nestes 111 anos, umaforte parceria: o jornal ACidade é parte viva de Ri-beirão Preto. Alma e cére-bro. É o mesmo sangue, omesmo DNA.

Registramos o desenvol-vimento do povoado, des-de a derrubada da primei-ra velha matriz, até o er-guimento da nova Catedral.Vimos a posse do primei-ro bispo, Dom Alberto JoséGonçalves.

Desembrulhamos o pa-cote que trouxe o primei-ro automóvel, encaixotado,para um casal de alemães.

Aplaudimos a beleza dojardim do dr. Loyola. Con-denamos o crime. Comba-temos o analfabetismo.

ORESTES, O PIONEIROQuando comprou o jornal A Cidade, em 1936, Orestes Lopes deCamargo criou, à sua maneira, uma original empresa familiarque causava admiração pela seriedade e determinação

Alertamos sobre os sur-tos de tracoma e de gri-pe espanhola, a mais gra-ve epidemia depois da fe-bre amarela.

Ajudamos a batizar oTheatro Pedro II, através deuma enquete que mostrouuma precoce vocação inte-rativa com o leitor.

Comemoramos o pri-meiro centenário de Ribei-rão. Mostramos o primeirovoo comercial. Consagra-mos o melhor e mais for-te classificado do Interiore o mais isento conteúdoeditorial. E não paramos.Nem vamos parar. Quem jáatravessou um século intei-ro assim tão forte, está maisdo que pronto para outro.

EDITORIAL DE

2016“Não vamos parar. Quem já

atravessou um século assim tãoforte, está mais do que pronto

para atravessar outro”

ENÉAS, OFUNDADORO baiano de Santo Amaro daPurificação, o bacharel em direitoEnéas Ferreira da Silva é ofundador de A Cidade. O jornal eraimpresso em uma máquina Minervacom capacidade para uma página.A redação ficava na rua Duque deCaxias, esquina da Álvares Cabral.

• EDIÇÃO EXECUTIVO Thiago Roque • EDIÇÃO Rosana Zaidan • REPORTAGENS

TONI, DONA JANDYRA E

BONI COUTINHO NOGUEIRA

Antonio Carlos Coutinho Nogueira, o Toni, e José

Bonifácio Coutinho Nogueira Filho, o Boni, do

Grupo EPTV, adquiriram metade das ações de

A Cidade em 2006; em 2012, passaram a ter

100% do controle acionário do jornal

REPRODUÇÃO

REPRODUÇÃO

CREDITO / A CIDADE

WEBER SIAN / A CIDADE

O PRIMEIRO JORNAL

“Fortalecidos pela crença

de que nos propomos

servira causa do engrandecim

ento de Ribeirão

Preto, é que hoje assumimos a responsabilid

ade

da publicação desta

folha, exforçando-nos por

tornal-acapaz de satisf

azer as exigências da

sociedade em que vivemos (...)

” 01/01/1905

3A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

DNAMesmo como simples metáfora, a Ciência nos empresta conceitos para justificar a profunda

identificação entre o jornalismo e os leitores de A Cidade. Temos uma história escrita com o DNAde pioneiros e trabalhadores. Da mistura de almas e raças faz-se o denominador desta cultura de160 anos, no caso de Ribeirão Preto, e de 111 anos, no caso do jornal A Cidade. É esta a nossa

história comum. Tem o nosso DNA, a nossa verdade e a paixão por esta terra e por este ofício.

DNAHISTÓRIA COM

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A CIDADE

De 1905 a 2016, são 111 janeiros em que A Cidade vai além do registro dos acontecimentosnacionais, mundiais e principalmente locais. A coleção do jornal revela detalhes da vida diária

de Ribeirão Preto. Missas, horário do comércio, pavimentação das ruas, espetáculos,nascimentos e mortes, fatos policiais, problemas de saúde pública...

a atravessar o século1º jornal de Ribeirão

UM FIEL LEITOR DO JORNAL

Arnaldo Mulin, 84 anos, responsável pela pintura

de muitos letreiros da rua General Osório, tem

exemplares antigos do A Cidade guardados em

casa. É uma ligação forte com o jornal, que

começa toda manhã, na hora da leitura de

uma nova edição. E não acaba nunca.

POPULAÇÃO DE1905 EM RIBEIRÃOQuando o jornal A Cidade começaa circular, Ribeirão Preto já tem60 mil habitantes. Mas só dez porcento vivem na cidade. Os outros90% estão na zona rural. É umapopulação formada principalmentepor imigrantes, a maioria italianos.

JARDIM BONITOO Jardim do doutor Loyola, que

depois viria a ser a Praça XV, era olocal de reunião e lazer das famílias,

na Ribeirão Preto do começo doséculo 20. Havia retreta, combanda, quase todos os dias

RIBEIRÃO ANTIGAIluminação ainda precária,

mas implantada no começo doséculo 20; comércio forte, comtodo tipo de artigos à venda. Éo tempo das grandes fazendas

de café e dos cassinos.

PADRE EUCLIDESPadre Euclides era bom, mas

também era enérgico. Em 1905,publica: “afim de evitar alguns

abusos de consultas na Santa Casa,nenhum indigente pode apresentar-se sem uma guia da Directoria”...

Arnaldo Mulin, artistaplástico, pintor de letreirose de paisagens, tem uma li-gação forte com o jornal ACidade. Dos 84 anos de vi-da, há pelo menos 70 con-vive com a sua arte e com ojornal. Relação antiga.

Assinante de muitas dé-cadas, a primeira coisa quefaz quando acorda é bus-car o exemplar do dia navaranda. “Ler o jornal é aprimeira coisa que faço nodia.”

Documento vivoEm uma gaveta, seu Ar-

naldo guarda vários exem-plares antigos. Para quê?Muitos trazem artigos deque ele gostou, outros eleachou interessante. É qua-se uma “biblioteca da vidadiária”. Fonte inesgotávelde pesquisa, o jornal im-presso é único nesta mis-são: reúne detalhes que ge-ralmente escapam aos de-poimentos de historiado-res.

É assim que um jornalcomo A Cidade ganha im-portância para quem querpreservar ou entender opassado. É assim, também,

que o leitor cria laços quevão se fortalecendo diaria-mente e que jamais se des-fazem. Não é mesmo, seuArnaldo?

PessoaUma rápida passada

de olhos pela seção “Há90 anos”, publicada diaria-mente, mostra históriasreveladoras. Sobrecomportamento,etiqueta, manei-rismos, lazer daépoca, jogos, cos-tumes e tambémfatos marcantes.

É uma enciclo-pédia informal,feita com técnica emétodo jornalístico. Semrigor histórico, mas coma riqueza de informaçõesque transforma em docu-mento o que seria apenasnotícia ou reportagem.

Numa cidade como Ri-beirão Preto, em que a tra-dição oral sempre foi prio-ritária, o jornal A Cidade,embora não seja o mais an-tigo, foi o primeiro jornal avirar o século. Campeão depermanência, sucesso ab-soluto há 111 anos.

CAI A IGREJA

1905Em 2 de junho, é rezada a ultimamissa na Velha Matriz da praçaXV, No dia 5 de junho, começa

a demolição.

MILENA AUREA / A CIDADE

FOTOS ARQUIVO

GREGOS FAZEMPROTESTO EM 1905Se os italianos se deram bem, osgregos não gostaram do trabalhono café e se rebelaram. 400 delesse concentraram em Ribeirão Pretoe em Bonfim Paulista. Acabaram

sendo enviados de volta paraa Hospedaria dos Imigrantes

em São Paulo, pelas autoridadesda época.

DUMONT

1906Primeiro voo do 14 Bis, o

aeroplano criado por SantosDumont, em Paris. Parte dos

recursos para a pesquisa saiu daCâmara de Ribeirão Preto

5A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

Parabéns ao jornal A Cidade pelos seus 111 anos.Nossa homenagem a esse grande parceiro.

Parabéns

agentevivecomvocê

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A CIDADE

Com uma liderança natural, o A Cidade sempre inspirou respeito também na região. Jornais comoo “Diário de Batatais” publicavam artigos sobre as campanhas feitas em Ribeirão Preto. Uma

delas, certamente, necessitou do equilíbrio sobre o fio da navalha para não pender para olado bizarro e cruel de uma situação degradante. Mas o jornal cumpriu seu papel

do jornal na região1º As repercussões

1º DE ABRIL DE 1907

Inaugurado o Ginásio do Estado (em prédio

alugado na rua Duque de Caxias, esquina com

Cerqueira César, atual Colégio Auxiliadora), com

a presença de Jorge Tibiriçá, então Governador de

São Paulo. O Ginásio do Estado hoje se chama

“Otoniel Mota” e está na rua Prudente de Moraes

NO ESCURO

1907Expediente da Prefeitura:

Representação dos negociantes,e industriaes moradores na VillaTiberio pede illuminação para

aquelle bairro.

IMIGRAÇÃO

1908Em 29 de junho, chegam a Ribeirão Pretoos primeiros imigrantes japoneses. Eles

haviam desembarcado no porto de Santosno dia anterior. O navio Kasato Maru fez otrajeto em 51 dias e trouxe 168 famílias,

num total de 781 agricultores.

MÁQUINA DO ANO

1906Chega, encaixotado, pelo trem da

Mogiana, o primeiro automóvel a circularem Ribeirão Preto. O carro é montadonas oficinas do banco Constructor pelomecânico alemão Carl Martin Magnus,

dono do veículo.

JOGO FEIO

1907Informa A Cidade: “Realisou-se animadafesta sportiva no novo campo do S.C.

Americano, em Villa Tibério. Bateu-se estecom o S.C. Brasil, que saiu vencedor. A

linha de ataque do Americano resentia-sede muitos e graves defeitos, uma absoluta

falta de combinação.”

NOVA MATRIZ

1906Começam a ser erguidas as paredes daCatedral, dois anos depois da conclusãodos alicerces. A pedra fundamental foi

lançada em 1904. Uma comissão éconstituída para arrecadar colaborações

dos ribeirão-pretanos. Como aindanão havia diocese, o que se

faz é a Matriz

MUDANÇA

1907Em 4 de novembro, o aviso: “Transferimos

as nossas officinas, escriptorio eredacção, bem como a secção de

papelaria, para o espaçoso predio da ruaGeneral Osorio, n. 844 - primeiro andar

do sobrado onde funccionou o “ClubRecreativo”.

IMPRENSA

1907O progresso na imprensa, no mundo eno Brasil. Surge nos Estados Unidosa agência de notícias United Press. AGazeta de Notícias imprime o primeiro

clichê em cores do Brasil. São novidadesque entusiasmam os brasileiros e as

notícias saem no A Cidade

CENSURA

1905Foi hoje suspensa a publicação

do jornal illustrado e livre“Rio Nu” por ordem da policia

desta capital.

Há muitas evidências docomprometimento do jor-nal A Cidade com os mo-radores de Ribeirão Preto eda região, desde os primei-ros meses de vida do veícu-lo. O veículo buscava umespírito moderno, que ho-je seria ainda atual, de in-teragir com o leitor e comas necessidades da popu-lação.

Assim, o jornal se en-gajava em campanhas pa-ra arrecadação de fundospara esta ou aquela causa.Uma que ficou bastante po-pular, foi em defesa de umcidadão que tinha “chifres”.Um problema congênitocomo o do “homem elefan-te”, explorado em circos eexibições degradantes.

Em janeiro de 1907, o ACidade faz a republicaçãode matéria noticiada pelo“Diário de Batataes” (gra-fia da época). Sinal de res-peito e mostra da repercus-são que a atuação do jornaljá provocava.

Escreve o jornal de Ba-tatais: “Completou o seu2.o anniversario o valentepaladino da imprensa dia-ria de Ribeirão Preto, cujo

nome encima esta nota. Oque tem sido a ‘A Cidade’nesse já significativo perí-odo de existencia, dizem--nos os innumeros trium-phos que, pelo bem, e nointeresse publico, tem ellaalcançado. Ainda é de re-cente data a gloriosa cam-panha em que ella se em-penhou na qual alcan-çou victoria com-pleta: a opera-ção do ‘Homemde Chifres’, que,não fora a carido-sa idéa da ‘A Cida-de’, que o acom-panhou até a suavolta ao lar, estariaa estas horas, por es-se mundo de Deus, exhi-bindo os cornos em trocade alguns miseros cobres”.

O pobre “Homem deChifres” perdeu os humi-lhantes adereços anatômi-cos que o atrapalhavam epôde voltar para casa.

Não podemos dizer ho-je se, como houve elogios,surgiram também críticaspara o trabalho realizado.Com ou sem críticas, o jor-nal foi em frente e consoli-dou a sua liderança.

A FRASE“E não fora a caridosa idéa

da ‘A Cidade’, que oacompanhou até a sua volta aolar, estaria a estas horas, por

esse mundo de Deus, exhibindoos cornos em troca de alguns

miseros cobres”

INAUGURAÇÃO

RECRASobre a nova sede da Recreativa:

“O empreiteiro sr. Lo Giudicepromette regar as primeiras telhase as gargantas de seus operarios

com caixas de cerveja”

SILVA JUNIOR / ME

7A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

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A CIDADE

presente e outro no futuro1º

EM 1913, HERMA

Inaugurada a herma do Barão do

Rio Branco, na frente do antigo

prédio da Câmara e Cadeia na Rua

Cerqueira César. O monumento, o

primeiro da cidade, encontra-se na

atual Praça Barão do Rio Branco.

BEBIDA LOCALEm 11 de agosto de 1911, éinaugurada em Ribeirão Preto afábrica de cerveja da AntarcticaPaulista. Até então a cidadesó tinha pequenas fábricas dabebida ou cervejeiros isolados.

EM 1909, BISPOEm 28 de fevereiro toma

posse o primeiro bispo deRibeirão Preto, dom Alberto

José Gonçalves, em missa naIgreja São José. A Catedral

ainda não estava pronta.

A CIDADE S.A.Em outubro de 1911, é constituídaa “sociedade anonyma A Cidade deRibeirão Preto”. Rodolpho de PaivaGuimarães vende o jornal por 11contos e 300 mil réis para o grupodo coronel Joaquim Diniz Junqueira.

EM 1910, VENDAO fundador Enéas Ferreira da

Silva vende o A Cidade. Nodia 23 de janeiro de 1910,

um domingo, o expediente trazcomo proprietário Rodolpho de

Paiva Guimarães.

Com um olho noA história do jornal A Cidade surge como parte do contexto do século 20. Com um diferencial: o jornal

entra no século 21 com a mesma garra que sempre o caracterizou. Não despreza a tradição quelhe confere uma rara capacidade de sobrevivência, mas também não rejeita nenhum dos

avanços que vêm com os novos tempos. Esta síntese é a razão do seu sucessoFOTOS ARQUIVO

Fábio de Salles MeirellesPresidente do Sistema FAESP-SENAR/SP

Presidente daAgrishow

Um jornal que valoriza a informação,o agronegócio e o homem do campo.“ “Parabéns!

11ANOS1 ANOS

8 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

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A CIDADE

Numa época em que não havia rádio e nem televisão, as cenas da Primeira Guerra Mundial foramacompanhadas, em Ribeirão Preto, diretamente das telas dos cinemas. ‘Cinejornais’ com

imagens feitas nos campos de batalha atraíam grandes plateias. Ribeirão Preto, quechegou a ter seis salas de cinema nesta época, não perdeu esta dramática novela

ecos da guerra mundial1º A partir de 1914,

NAS TRINCHEIRAS EM 1914

Homens posicionados à espera do inimigo

tinham, muito perto, outros vilões dos campos de

batalha: sofriam infestações de piolhos e outras

doenças provocadas pela falta de higiene e pelo

estresse das lutas e da falta de boa alimentação.

QUARTETO MAISQUE FANTÁSTICO

1916: dirigido pelo “esportista”Antonio Prado Junior, chegaa Ribeirão Preto o primeiro

automóvel a percorrer o trajetodesde São Paulo. No carro,

Washington Luiz, Álvaro de SouzaQueiroz e Martinho da Silva Prado.

O grupo segue até Batatais.

A CIDADE NA RUASÃO SEBASTIÃO

Em 1916, A Cidade transferesuas oficinas, redação e escritóriopara a rua São Sebastião, antigo

57, hoje 610, onde permanece há100 anos.A mudança foi feita no

dia 19 de maio.

MÁQUINA NOVA

1920O Jornal A Cidade adquireuma impressora Marinoni,

com capacidade para quatropáginas, ainda no formato

Germânia.

VISITA REAL

1920Sem avisar, o rei Alberto I, daBélgica, visita Ribeirão Preto e

pega as autoridades de surpresa.Vai tomar chope e ver futebol.

EPIDEMIA

1918Auge da gripe espanhola: em São Paulo,no mês de outubro, são oito mil mortes

em apenas quatro dias. No Brasil, morrem300 mil pessoas. No mundo, o total devítimas fatais da epidemia chega a 20

milhões de pessoas. RibeirãoPreto também tem casos

de gripe espanhola.

O REI DA NOITE

1919Morre o diretor e programador cultural

Francisco Cassoulet, responsável por umarede de casas de diversão, cinemas e

cassinos e também pela programação deshows do Theatro Carlos Gomes. Depois

de uma fase de ouro, ele morrena miséria, sozinho

e sem amigos.

FUNDAÇÃO

1920A Cidade publica o artigo “Uma databastante preciosa - o cinquentenário

de Ribeirão Preto”. A referência para acomemoração é o decreto de 2 de abril

de 1871, que elevou o então distritode São Simão a categoria de município.

Ao final, prevalece o 19 dejunho de 1856

FLAGELO DA SECA

1915Nordeste brasileiro enfrenta

a maior seca de sua história.Relatos dão origem ao livro

“O Quinze”, de Rachelde Queiroz.

No mesmo ano em queé inaugurado o canal doPanamá, um atentado emSaravejo dá início ao pri-meiro conflito mundial doséculo 20. O jornal A Cida-de acompanha tudo e noti-cia os principais fatos.

Se é uma guerra aparen-temente distante, e sem re-flexos imediatos na regiãode Ribeirão Preto e no Bra-sil, é a partir dela que sesucederão episódios e mu-danças no cenário mun-dial.

A ameaça da fome seconcretiza em alguns paí-ses e aumenta a necessida-de de imigração.

Entre os destinos esco-lhidos pelos imigrantes es-tá a América. E também oBrasil, que, até 1917, ficaráneutro no conflito.

Três brasileiros mortosA neutralidade, porém,

acaba, quando um subma-rino alemão ataca um na-vio brasileiro. Três brasilei-ros são mortos. Em maio,outro navio brasileiro é tor-pedeado.

O Brasil declara guerraà Alemanha e ao Império

Austro-Húngaro em junhode 1917. Porém, não en-via soldados para os cam-pos de batalha na Europa.Participa mandando medi-camentos e equipes paraajudar os feridos do ReinoUnido, França, Rússia e Es-tados Unidos.

Em Ribeirão PretoApós o Brasil

declarar guerraà Alemanha, po-pulares saem empasseata da pra-ça XV e invademe depredam di-versos estabele-cimentos comer-ciais e industriaiscujos donos eram imi-grantes alemães.

As hostilidades contraos alemães em RibeirãoPreto prosseguem por al-gum tempo. Muitos delesse mudam de cidade paraevitar novos problemas.

Se a guerra trouxe pre-juízos, gerou também mu-danças na economia. Pa-ra alguns, o Brasil se be-neficiou com o avanço daindustrialização e exporta-ções agrícolas.

ENFIM, PAZ

1918A Primeira Guerra Mundial

termina com a vitória da TrípliceEntente e a ajuda dos

Estados Unidos.

‘Três brasileiros morre-ram na Primeira GuerraMundial. Mas eles nãoestavam no campo debatalha. Estavam no na-vio atacado por alemães’

FOTOS ARQUIVO

9A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

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A CIDADE

Entre as novidades, uma festa do jornal e seus leitores, na escolha do nome do Theatro Pedro II;além disso, chega Maria Célia, primeira cronista feminina do A Cidade, com uma coluna sobre

moda. Entre os conflitos, a revolução de 1924, que provocou transtornos em Ribeirão.Além disso, quando a Bolsa de NY quebrou, muitos acharam que era o fim do mundo.

e as boas e más novas1º A revolução de 32

A REVOLUÇÃO DE 193O

O presidente Washinton Luiz é deposto, Júlio

Prestes não assume e Getúlio Vargas começa

um longo período de dominação política, que vai

desaguar numa das ditaduras mais longas de

todos os tempos, mas também em um governo

forte, que durará até o suicídio dele, em 1954

EM 1924, A GUERRADOS TENENTESO general Isidoro Dias Lopescomanda em São Paulo umarevolta militar. São interrompidasas comunicações telegráficas eo tráfego de trens entre a capitale Ribeirão Preto. A Câmarade Ribeirão tabela os gênerosalimentícios de 1ª necessidade.

EM 1927, AGRANDE ENCHENTEA Cidade cobre o transbordamentodo ribeirão Preto, que inunda todaa região da Baixada. A JerônimoGonçalves, a General Osório ea Caramuru viram rios. Muitosprecisam usar barco para selocomover. O problema perdurariapor mais 80 anos naquela região.

1ª MULHER EMNOVO FORMATO

O jornal cresce. Vai de 36 cm x50 cm, para 45cm x 62 cm, em

1925. É seu maior formato. Passaa publicar a primeira colunista

feminina, Maria Célia, que assina a“Chronica da Moda”, e a primeira

coluna social, “Elegâncias”assinada por Eurico Ribas.

A CIDADE AJUDA ABATIZAR O PEDRÃO

Em 1928, o jornal lança umacampanha que fica na história. Dácupons aos leitores para a escolha

o nome do novo teatro que está emconstrução. A proposta “Theatro

Pedro II” ganha com folga (6.180votos, entre um total de dez mil).O teatro é inaugurado em 1930.

EMPASTELADOSUma onda popular toma a Prefeitura esaqueia a sede do jornal. A Cidade é

empastelada e a coleção de 25 anos équeimada. Impedida de circular, volta ummês depois com um novo cabeçalho- A

Cidade,folha diária independente.

JÁ TEMOS AVIÃOEm 1934, A Cidade noticia a

inauguração da linha aérea SãoPaulo-Ribeirão Preto: “Procedentede S. Paulo, chegou hontem, as 10horas, o avião bi-motor Monospar,

com 2 motores de 75 H.P...” A CRISE DE 1929A Cidade publica dois telegramas.O primeiro com o título “Mais umacorrida na Bolsa de Nova York. Osegundo: “O mercado experimenta opior dia da história”. Era o “crash”,ruína do café e da economia.

Em 27 de setembro de1932, A Cidade noticia:“Tropas federais invademe ocupam Ribeirão Preto”.São Paulo perde a luta,mas ganha a Constuituiçãodois anos depois.

Primeira manchete doA Cidade abordando aRevolução de 1932 “ALucta pela redempção doBrasil – São Paulo, unido,marcha para a guerra. ERibeirão Preto arregimen-ta-se para a peleja”.

FOTOS ARQUIVO

11A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

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A CIDADE

a missão é fazer História1º

FESTA DOS 100

Em 1956, a Festa do Centenário de

Ribeirão reúne estudantes, artistas,

gente do povo. Churrascos atraem

milhares de pessoas numa festa que

tem também shows e a presença do

presidente Juscelino Kubitschek

FOGO NO MERCADOEm 1942, incêndio destróio Mercado Municipal, inauguradoem 1901, em Ribeirão Preto. Elesó é reaberto em 1958, depoisde 16 anos fechado.

SURGE ORESTESEm 1936, Orestes Lopes de

Camargo adquire o jornal docomendador Abel Conceição e deRenato Barillari. A compra é feita

por 15 contos, sendo 10 à vista e orestante em 10 prestações.

O NOVO COMANDOAntonio Carlos Coutinho Nogueirae José Bonifácio Coutinho NogueiraFilho, do Grupo EPTV, compram, em2006, 50% do controle acionário doA Cidade. Em 2012, totalizam em100% a transferência de ações.

MÁQUINA NOVAEm 1940, A Cidade adquire da

Linotypo do Brasil S/A a primeiramáquina de composição modelo

18, por Cr$ 137 mil, 10% àvista e o resto em 36 prestações.

Os linotipistas são os filhos deOrestes, Juracy e Jandyra,

Mais que notícia,Está no nosso DNA. Dizer a verdade. Duvidar sempre de primeiras versões, mas ouvir todas.

Trabalhar e realizar. Concretizar e superar marcas. Informar, formar, divertir. Criar laços,vínculos, ligar as ações aos resultados, dar sentido à profissão de contar histórias e

exorcizar problemas. Sempre em busca de soluções e de uma vida melhor para todosFOTOS ARQUIVO

12 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

1 1 1anos

A CIDADE

Não existe melhor “diário” do que uma coleção de jornal, especialmente se ele é centenário, como aA Cidade. Lendo o jornal, ao longo das décadas, é possível perceber as preferências, a linguagem,

os hábitos e até as características religiosas da cidade. Também fica mais fácil avaliar operfil econômico, as tendências urbanas e artísticas e o comportamento político

alegre e precoce senhora1º Diário de uma

DIZ ARTHUR BARROS:

“Durante a a segunda década do seculo 20,

há registros de exibições no Cinema Barracão

localizado no bairro, hoje Ipiranga. Ribeirão Preto

também vai ser palco, em 1919, da produção

do filme “O Crime de Cravinhos” que envolvia a

Rainha do Café Iria Alves Ferreira...”

DIZ O PROFESSOR LAGES:

Durante a ditadura Militar, as Câmaras ainda não

remuneravam os vereadores. A Constituição de

1988 é que outorga competência à Câmara para

fixar o subsídio de seus vereadores. O mandato

não pode ser gratuito e a remuneração deve se

ater aos limites da Constituição”...

DIZ SÉRGIO KODATO:

“No início do século passado, a cocaína não

era criminalizada como agora. Sigmund Freud,

antes de ficar conhecido com a psicanálise,

realizou uma série de experimentos com cocaína.

Ele experimentou em si mesmo regularmente e

solicitava que colegas a experimentassem para

sua pesquisa...”

DESPEDIDA

1946Ribeirão Preto vive uma sucessãode perdas: em 1946, o Theatro

Carlos Gomes vai ao chão,demolido sem discussões ou

interferências

O coordenador e diretordo Arquivo Histórico Munici-pal de Ribeirão Preto, ArthurBarros, por exemplo, desta-ca o grande número de salasde cinema que fizeram da ci-dade uma voraz espectadorade filmes. A programação in-cluía desde comédias “paste-lão”, até dramalhões lacrime-jantes e edulcorados.

Os cavalheiros, furtiva-mente, bem que tentavamse sentar ao lado das damasdesacompanhadas, mas in-variavelmente, ouviam anegativa irredutível: “o lu-gar está ocupado”.

O sociólogo da USP Sér-gio Kodato analisa este com-portamento: “As salas de ci-nema tornaram-se tambémlocais de paquera, encon-tro... As paixões e cenas maistórridas e ousadas aconte-ciam no “escurinho do ci-nema”. “Melindrosas” guar-dando lugar para ninguém”poderiam se constituir naversão antiga das chamadas“histéricas”, que expressa-vam paradoxalmente apro-ximação e afastamento comrelação ao homem dos so-nhos e do desejo”. Mas e a ex-pansão das salas de cinema?Diz o historiador Atrhur Bar-

ros: “No início do século 20Ribeirão Preto começa a so-frer grandes transformaçõescom a chegada da ferro-via e a riqueza do café. Imi-grantes de várias nacionali-dades transformam a cida-de em um caldeirão cultu-ral. E até os teatros foramadaptados para receber asproduções cinematográfi-cas que começam a cairno gosto popular...”.

PessoaJá na política,

é mais complexo.Para o historiadorJosé Antônio La-ges, havia diferen-ças substanciaispara caracterizar opapel do vereador de cemanos atrás: “Naquela épocae mesmo durante o Império(1822-1889), as Câmaras nãoexerciam apenas funções le-gislativas, mas também ad-ministrativas e até judiciais.Vem daí a tradição que per-durou durante muito tem-po, inclusive durante a Re-pública, em que os legisla-dores não precisavam de re-ceber salários, pois eram ge-ralmente pessoas bem aqui-nhoadas. Era esta a lógica”...

INAUGURAÇÃO

1936É concluída a construção do

primeiro edifício alto de RibeirãoPreto, o prédio Diederichsen, quefica na esquina da General Osório

com Álvares Cabral.

“O cinema inauguroua era da paixão pelaimagem falada e em mo-vimento, precursora daobsessão pela televisãodo brasileiro... “

Sérgio KodatoSociólogo

MILENA AUREA / A CIDADE

WEBER SIAN / A CIDADE

WEBER SIAN / A CIDADE

13A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

O mesmo ‘genoma’ que está nos cadernos A, B e C, de A Cidade, aparece também nasustentação dos classificados que são considerados por muitos como “os mais fortes” doInterior do Brasil. Em Ribeirão Preto muitos avaliam que tiveram mudanças de vida e de

hábitos, depois de usarem os classificados para vender ou comprar

O mesmo ‘genoma’ que está nos cadernos A, B e C, de A Cidade, aparece também na

DNACLASSIFICADOS

DNACLASSIFICADOS

COM

14 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

1 1 1anos

A CIDADE

‘Cuidado com o que você faz. Se anunciar, vende mesmo’, dizem os frequentadores do balcão deanúncios de A Cidade. Falam por experiência própria. Quem resolve se desfazer de objetos sem

desapego, pode ter que tomar atitudes desesperadas se voltar atrás. Zé Alfredo, freguês decarteirinha, que o diga. Será que ele conseguiu segurar a sua Belina?

‘tijolinhos de papel’1º A vida mágica dos

CARA DOS CLASSIFICADOS

Orestes Lopes Camargo não é, certamente, o

inventor dos chamados classificados. Mas bem

que poderia ser. Foi com eles que sustentou o

seu jornal durante décadas, fazendo receitas

independentes de grandes anunciantes e se

mantendo em uma zona de conforto

MERCADÃO

1958Reinaugurado o Mercado

Municipal, de Ribeirão Preto,que havia sido destruído por un

incêndio em 1942.Ribeirão vibra.

CAVA DO BOSQUE

1952Um alento para os esportistas.

Em 18 de outubro é inaugurado oGinásio de Esportes Gavino Virdes,

que acaba se tornando um doslocais mais populares

de Ribeirão Preto

ZEFERINO VAZ

1952Em 2 de abril começa a

funcionar efetivamente a faculdadede Medicina de Ribeirão Preto (USP),

sob a direção do professorZeferino Vaz, que também fundaria

a UnicampCENTENÁRIO

1956Com a presença do presidente JuscelinoKubitschek, Ribeirão Preto comemoraseu primeiro centenário. Foram muitos

dias de festa para celebrar os 100 anosde Ribeirão Preto, que recebe,também, a visita de artistasde várias nacionalidades.

DATA CERTA

1954Comissão de notáveis (formadapor professores da USP) emite

parecer recomendando a adoçãodo dia 19 de junho como a data oficial

de fundação de Ribeirão Preto.É a data que vigora

até hoje.

SURGE O HC

1956Em 31 de julho, é inaugurado o Hospitaldas Clínicas da Faculdade de Medicina

de Ribeirão Preto da Universidadede São Paulo HCFMRP/USP). Os

estudantes de Medicina já tinham seuhospital para se aperfeiçoar e fazer

residência médica

MUSEU

1955Em 20 de janeiro é inaugurado

o Museu do Café, instaladoprovisoriamente em três salas

e três varandas do Museu Histórico,no campus de Monte Alegre.

O local pertenceu ao Rei do CaféFrancisco Schmidt.

FESTA CATÓLICA

1958Em 19 de abril, o Papa Pio 12eleva a Diocese à Arquidiocesede Ribeirão Preto. O primeiro

arcebispo é dom Luiz do AmaralMousinho.

Em 1º de janeiro de1937, Orestes Lopes de Ca-margo tem uma boa ideiapara alavancar a venda depublicidade do jornal A Ci-dade.

Ele divide a primeira pá-gina em 21 pequenos re-tângulos, em fileiras, no ta-manho de cartões de visita(aqueles usados para felici-tações por datas festivas).

O sucesso é tão surpre-endente que, para contem-plar todos os anunciantes,Orestes manda rodar duasprimeiras páginas, na edi-ção de número 12.507, queganha, assim, duas capas. Éesta a origem mais prová-vel da tradição dos classi-ficados de A Cidade. Umanovidade que deu tão cer-to, que até hoje entusiasmaos principais interessados:os anunciantes.

É o caso de José Alfredo,63 anos, que se considera,mais do que cliente, ami-go do jornal. Para ele, queé anunciante há 10 anos, oClassificados é uma espé-cie de colega de trabalho.Atualmente, trabalha coma venda de móveis para es-critório. “Anuncio cadeira,

mesa e tudo mais”, conta.O mais curioso, para ele,

é que muitos clientes vãoaté o salão que ele tem, eacabam comprando outrosprodutos que não estavamanunciados. “Isso acontecedireto. Uma vez, anuncieiuma mesa e uma clienteveio ver. Quando chegou,viu outra peça, que nãotinha nada a vercom escritório, eacabou compran-do as duas coisas”,diz.

Recentemen-te anunciou umaBelina que usapara carregar mó-veis. Mas, no fundo,não quer se desfazer de-la. “Eu sempre tive essa Be-lina. É de estimação. Tenhogrande carinho. Por isso, uacabei dizendo pra quemse interessou que a pintu-ra não estava boa, enfim,não ajudei a venda”, confes-sa, rindo.

Tem muito anuncian-te como o José, que pre-cisa do dinheiro, mas nãoquer vender. Aí o jogo vira:é o comprador que tem queconvencer o vendedor.

BOA IDEIA

1937É o ano em que são criadosos ‘tijolinhos’ para anunciar

cumprimentos, abraços,móveis, bebidas, carros, casas,

apartamentos e objetos

AEROPORTO

1952Em 12 de outubro, é inaugurado

o aeroporto “Leite Lopes, emRibeirão Preto.

15A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

1 1 1anos

A CIDADE

com mais segurança1º

BOA PARCERIA

Além da fé, a corretora de imóveis

ganhou novo impulso com o apoio

que sente através das páginas de

A Cidade. Ela diz que se sente

confiante para desenvolver seu

trabalho com esta retaguarda

com mais segurançaEurides trabalha

WEBER SIAN / A CIDADE PERDAS

TRISTESA primeira foi aos 24 anos de idade,

quando ficou viúva do primeiromarido. Depois, perdeu dois dos quatro

filhos, em acidentes diferentes.E, há 21 anos, se despediu

do segundo marido.

“Forte”. Esse seria o no-me de dona Eurides Melin,74, se sua existência tives-se de ser resumida em umasó palavra. Empreendedo-ra nata, mantém uma rela-ção estreita com o A Cida-de. “O jornal é o meu bra-ço direito.”

Com espírito humilde esimplicidade na fala, donaEurides revela sua históriade coragem. Aos 35 anos,depois de ter crescido nocampo, com cinco mesesde educação formal, tra-balhado como empregadadoméstica e vendedora depipoca nas ruas de Ribei-rão, transformou sua vidaao criar, sozinha, uma cor-

retora de imóveis. “Procu-rei um corretor e ele disseque se eu conseguisse fa-zer uma venda, me davauma comissão. Eu conse-gui. E a partir daí, pensei:‘se ele pode fazer isso, tam-bém posso’.”

Eurides bateu de por-ta em porta procuran-do quem queria vender equem queria comprar. Nãofoi fácil. Ao mesmo tem-po, lutava para conseguiro registro no Conselho Re-gional de Corretores deImóveis, o Creci. “De-morou, mas conseguidepois de muito es-forço. Um pouco an-tes já tinha assinadoo A Cidade e começa-do a trabalhar”, conta.

Quem a vê coma alegria que tem norosto não imagina que,na vida, já teve quatro gran-des perdas.

O primeiro jornala investir nosclassificados na cidadeé o seu ‘braço direito’

RESPOSTA

FORÇAQuando a questionam sobre a

fonte que fornece a força que tem,ela responde, com um sorriso:

“Nunca pensei em desistir. Deusme dá muita coragem.”

16 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

1 1 1anos

A CIDADE

caros e bons amigos1º

caros e bons amigos caros e bons amigos caros e bons amigos É um grupo de

EXPANSÃO

1966Conclusão das obras do novo

prédio do jornal. A Cidade adquiremais duas máquinas de compor euma rotativa do Diário Comércio e

Indústria, de São Paulo.

O GOLPE

1964Golpe militar derruba o presidente

brasileiro João Goulart. Jangohavia assumido pela primeiravez a presidência depois darenúncia de Jânio Quadros.

DESPERDÍCIO

1965Inaugurada a nova Estação Ferroviária,

na avenida Mogiana de RibeirãoPreto. Foi o “canto do cisne” dos trens

de passageiro na região de RibeirãoPreto. Dez anos depois, eles

começariam a ser progressivamenteextintos.

Quem procura anúnciosno Classificados sabe quehá uma variedade de pro-dutos, veículos, imóveis eempregos disponíveis. Há111 anos, o caderno é mo-tivo de alegria para muitaspessoas de Ribeirão e re-gião.

Carmo Carlos Libera-to, 56, anuncia há 30 anos.Ele produz e conserta me-sas de bilhar e depois ven-de através do A Cidade. “OClassificados me ajudoubastante, principalmenteem épocas mais difíceis.Tenho bom retorno comos anúncios. Muito aca-bam virando meus clien-tes e trazendo mais clien-tes. É muito bom”, con-ta. Hoje, com a comuni-cação mais rápida, as ven-das ficam mais dinâmicas.O cliente já não precisavisitar pessoalmente pa-ra tirar algumas dúvidas.“A gente faz venda até porWhatsApp.”

Já o assessor BeneditoMachado, 62, tem um ca-rinho especial pelo jornal.Trabalhou como jornaleirodo A Cidade entre 1971 e1972. Todos os dias, chega-va às 4h para pegar os jor-nais e a bicicleta. “Foi umtempo muito bom.” Anosdepois, em 1978, anuncioua venda de uma moto quemudou sua vida. “Vendi amoto para uma moça. Lo-go começamos a namorar.Tudo por causa do Clas-sificados”, diz, sorrindo ao

relembrar da história. Pa-ra ele, o caderno é impor-tante por atingir diferen-tes públicos. “Seja um carada periferia ou do Alto daBoa Vista, todo mundo temacesso ao Classificados.”

O caderno também fazparte da vida do empresá-rio Paulo Vitor, 53. Há 30anos ele tem uma loja deveículos e desde entãomuitas vendas foramfeitas atravésde anúncios.Com ajudado Classifi-cados, Pau-lo conseguiumanter aempresa empé. “Já vendimuitos carrosatravés do jornal.Esta semana anuncieia venda de 30 veículos”, re-vela.

O produtor rural, HelderMaseti, 51, anuncia mo ACidade há 10 anos. Quan-do começou, vendia carros.Hoje, trabalha com planta-ção de “coco anão” em umachácara em Cajuru. “Com-pro as sementes, planto edepois vendo as mudas “,diz. “O retorno tem sidomuito bom”, conta.

VIDA COM FOCO

30anos ó tempo que Paulo Vitor tem

uma loja de carros. Ele dá seudepoimento e assegura que “jávendeu muitos carros através do

jornal A Cidade”.

“Quem com ferro fere,com ferro será ferido;quem tudo quer, tudopeerde; “não vá com tan-ta sede ao pote”; o que éda onça lobo não come”.

Ditados populares muito em voga dadécada de 1960

Chegar aos 111 anos com tantos parceiros, não é para qualquer um. Carmo é anunciante há 30 anos.Benedito, também anunciante, é ex-jornaleiro. Fazia entregas do A Cidade de bicicleta. Como

se pode ver, é um amor de família. Mas sem perder o foco na hora de enxergar um bomnegócio entre amigos. Carmo e Benedito que o digam.

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1 1 1anos

A CIDADE

capa e coleciona o jornal1ºO jardim José Sampaio,

localizado na zona Nortede Ribeirão Preto, guardauma fã especial do A Cida-de. Dona Marilene Carme-lita Guizeline, 77, colecio-na todos os exemplares docaderno “A Cidade no MeuBairro” desde 2008, quandoele foi criado.

“As lindas histórias queo ‘Meu Bairro’ traz é o quesempre me fez gostar de-le”, conta.

Enquanto enche o pul-mão para falar sobre suacoleção, Dona Marilene selevanta do sofá da sala e vaiaté outro cômodo. Na vol-ta, traz uma caixa pesada,cheia de jornal. Logo co-

AGULHA E LINHAO contato com o A Cidadecomeçou na década de 1970.Nascida em Igarapava, conheceu omarido, Dionísio Guizeline Neto,hoje com 86 anos. Moraram cincoanos em Lucélia, antes de virempara Ribeirão. Para ficar.

meça a contar: “Fiquei tãofeliz quando saí na capa.Mandei para a minha irmã,que mora no Guarujá, e pa-ra o meu irmão, de Jaboti-cabal. Um amigo até man-dou emoldurar e me deu depresente.”

Com mãos cuidadosasde quem é avó, a aposenta-da começa a apontar paradiversos exemplares dife-rentes. Aos poucos, mostratodas as personagens queela mesma indicou para Ja-cqueline Pioli, repórter queescreve o ‘Meu Bairro’. “Euligava no jornal para fa-lar com ela [jornalis-ta] e acabava falan-do das histórias in-teressantes do Jo-sé Sampaio. Váriosconhecidos deramentrevista e todosgostaram muito”,diz, com sorriso ilu-minado.

capa e coleciona o jornal capa e coleciona o jornal Marilene já foi

Ela saiu no A Cidadeno Meu Bairro,caderno preferido queela coleciona

Antes de se aposentar, elacomeçou a dar aulas debordado, voluntariamente,num Centro Comunitário.“Fiz isso durante oitoanos. Mas a Prefeituraparou de mandar agulha elinha”, suspira.

18 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

19A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

20 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

DO LEITORDNA

O Jornal A Cidade tem o privilégio de reunir leitores de todos ostipos, idades, credos. E pelo menos uma coisa eles têm em comum.

O gosto pelo resultado e a determinação de persegui-lo.

21A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

1 1 1anos

A CIDADE

colecionar moedas1º

PAIXÃO DE BORDO

Meia tonelada de moedas foi

o resultado que este jovem um

tanto exigente, obteve depois de

anunciar interesse através dos

classificados do A Cidade

Antônio gosta de

RÉPLICAS

HOBBYAlém de coleção de moedas,

Underlei gosta de fazer réplicasde edifícios famosos. O trabalho

artesanal, feito em madeirajequitibá, começou assim

que se aposentou.

Não é muito difícil en-contrar colecionadores demoedas e notas de diferen-tes períodos do Brasil e domundo. Mas, para UnderleiAntônio Fabrício, colecio-nar antigas moedas brasi-leiras é uma das coisas quemais gosta de fazer. Há 20anos anunciando no Clas-sificados, o aposentado jáadquiriu boa parte do acer-vo de quase 1.500 unida-des.

A mais antiga é do sé-culo 17, do Brasil Colônia.“Tenho moedas de todosos períodos. Brasil Colônia,Brasil Reino Unido, BrasilImpério e República”, con-ta, orgulhoso.

Seu Fabrício, como éconhecido, faz em médiaum anúncio por mês. Nadescrição, especifica exa-tamente o que quer. Nemsempre encontra, masnunca desiste. Uma vez, há12 anos, depois de ter fei-to um anúncio, chegou acomprar meia tonelada demoedas. “Eles [vendedo-res] viram no jornal e me li-garam na hora.”

A paixão por colecio-nar moedas veio por aca-so. Comprou, por curio-sidade, em 1994, uma“Patacão”, de 960 réis,numa loja no Centroda Ribeirão. Logo co-meçou a frequentarreuniões de comprae venda e tambémanunciar no jornal.

Pelo jeito, comotoda paixão que se pre-za, é mais um caminho semvolta. Mas, que prazer.

E, para isso, leva apaixão até as últimasconsequências. Com aajuda do A Cidade

RESGATEEm seu conjunto estão prédiosfamosos como o Empire State

Building, de Nova York, e o extintoWorld Trade Center, as famosas“torres gêmeas”, também da

cidade norte-americana.A ideia surgiu com a vinda dotempo livre. Começou sozinho,sem ajuda de qualquer curso.

22 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

1 1 1anos

A CIDADE

no jornal para ‘muitos’1º Cantídio escreve

DEFINIÇÃOPara Cantídio Brêtas Maganini, hátrês tipos de pessoas no mundo.

As que são movidas por resultados,poder e associação. “Ser movido por

associação é se associarcom pessoas, criar esse ‘network’.

Eu sou assim e gostodo que faço.”

PARQUE

2000Em 18 de novembro de 2000 éinaugurado o Parque Curupira,depois rebatizado como Parque

Prefeito Luiz Roberto Jábali.PEDRO SEGUNDO

1996Com grande festa, e repercussão

nacional, é reinaugurado o Theatro PedroII, 16 anos após o incêndio que

o destruiu. A reinauguração é transmitidaem rede nacional de televisão,

através da EPTV, paratodo o País.

Nascido em Salto Gran-de, região de Assis, inte-rior de São Paulo, o consul-tor de empresas CantídioBrêtas Maganini, 69, tor-nou-se ribeirão-pretano decoração há 38 anos. Hoje,sente-se no dever de viverbem em comunidade. Porisso, escreve para a “colu-na do leitor” com regulari-dade. “Na minha vida, per-cebi que gosto de ajudar aspessoas”, conta.

Hoje, especialista emgestão e consultoria empre-sarial, ao longo dos anos,adquiriu conhecimentossobre urbanismo. Foi cha-mado para ser secretáriodo Fórum das Entidades deRibeirão Preto, o Ferp. “Is-so só estreitou a minha re-lação com o jornal. Escrevomuito sobre isso.”

Em sua carreira, Maga-nini adquiriu experiênciaem diversos setores. Saiucedo da cidade natal paracursar Engenharia Mecâni-ca em Uberlândia, e em se-guida, Engenharia de Se-gurança do Trabalho, emCampinas. Foi trabalharem Piracicaba, onde teveo seu primeiro filho, em

1977. “Quando ele tinhadois meses de idade, vie-mos para Ribeirão e mon-tei uma indústria de papele celulose.”

A indústria foi vendi-da e, junto com dois ami-gos, montou uma constru-tora de imóveis. Anos de-pois conheceu o consultorque avaliou a empre-sa e disse que nelahavia problemasde gestão. “Ali, a‘minha ficha caiu’e comecei a bus-car outros conhe-cimentos que nãoestavam na enge-nharia”, revela.

Pai de quatro fi-lhos e avô de dois netos,Maganini se orgulha emcontar sobre o rumo quecada um tomou. Segundoele, o caçula acha “boba-gem” se preocupar em es-crever na esperança de queas coisas mudem. “Quan-do quero falar para alguém,eu falo para o jornal e elefala para muita gente. Seique não vai resolver, tenhoconsciência disso. Mas, an-tes de ir embora, quero dei-xar um pouquinho aqui”.

ANÁLISEHáito ou não de consultorempresarial, Cantídio Brêtassempre se posiciona sobretodos os assuntos quedizem respeito à vida dacidade. E ele diz que preferefazer isso publicamente,através de meios decomunicação como o jornalimpresso, por exemplo.

MILENA AUREA / A CIDADE

Ele é engenheiro, articulado, participa de muitas associações e se posiciona sempre.Para Cantídio Brêtas Maganini, um assíduo colaborador com cartas para a a

“coluna do leitor”, o importante é se comunicar e deixar sempre um recadopara a comunidade através do jornal

23A CIDADEDOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

1 1 1anos

A CIDADE

Roberta não esquece1º

ROBERTA E LORENA

Mãe e filha aproveitam o conforto

da casa espaçosa

A primeira casaCom a ajuda dos “classificados” de A Cidade, Roberta Prado e Igor Barros

sacramentaram não só o casamento, mas também a chegada da primeira filha,Lorena. Uma história cheia de suspenses, mas, ainda bem, com um final feliz e

muitas perspectivas de novos e instigantes desafios.

Acordar cedo, tomarcafé da manhã e ir até abanca mais próxima. Es-sa foi a rotina do casalRoberta Prado e Igor Bar-ros ao longo de 2010. Elesprecisavam de uma casa.Depois de uma longa jor-nada, acharam o que que-riam no Classificados doA Cidade.

O casamento aconte-ceu dois anos antes, em2008. No inicio,foram pa-ra a casa da mãe de Rober-ta. O plano era um finan-ciamento. Mas, enquantoesgotavam o Classificados,Roberta engravidou de Lo-rena. Foi uma luta intensa.Roberta e Igor dividiam aspaginas e cada um vascu-

lhava. Ela chegava a levaro exemplar para pesqui-sar nos intervalos. Depoisde alguns meses, viram oanuncio de uma casa noMarincek. “Era perfeita pa-ra a gente. Cabia no nossoorçamento e era perto dacasa da minha mãe”, conta.

Demorou três semanas,depois de muitos desen-contros, para que elesconseguissem vi-sitar a ca-sa. E os de-safios con-tinuavam.Primeiro aimobiliáriadisse queseria im-possível fa-

zer o financiamento. Con-versaram, insistiram e con-seguiram. No dia de assinaros papeis o banco não acei-tou o financiamento inte-gral. Foi então que, cansa-do, o marido resolveu pa-gar a entrada em cheques.“Fiquei desesperada. Eu ti-nha medo de que não con-seguíssemos e nos faltas-

se algo. Mas logo con-versamos e ele

me acal-mou. Dis-se que tra-balharia se-te dias porsemana sefosse preci-so.” Final fe-liz, é claro.

HISTÓRIA REAL

2008Roberta tem sua primeira filha,Lorena. E busca uma casa para

ter sossego em família. OsClassificados ajudam!

MASTRANGELO / A CIDADE

Um Brinde, Parabens!VAMOS SEGUIR

JUNTOS NOSSOS SONHOS,POIS O MOMENTO É AGORA !!!

24 A CIDADE DOMINGO, 31 DE JANEIRO DE 2016

1 1 1anos

A CIDADE

tem jornal na minha vida’1º ‘Alô, freguesia!O feirante Sebastião Célio Corrêa, 64 anos, chegou a Ribeirão aos 9 anos. Aqui, fez história

trabalhando, conquistando a simpatia e o carinho dos clientes, mas também construindo suavida lado a lado com o Classificados do A Cidade – comprou carro, comprou moto, vendeu

casa. Mais que isso, reuniu um monte de histórias para contar – seja na feira, seja aqui

QUEIJO COM POLÍTICA

p Sebastião é figura conhecida das feiras em

Ribeirão Preto. Tem inúmeros clientes, gosta

de debater política e enche seu quiosque com

manchetes políticas que encontra no A Cidade e

em outros jornais. “Quanto menor for a educação

do país, maior o roubo”, alerta.

Enquanto coloca o quei-jo no moedor, o feirante Se-bastião Célio Corrêa, 64anos, sorri. Conversa comos fregueses (que não sãopoucos!) e conta um poucoda vida a cada um.

Sebastião nasceu em Ita-mogi (MG), mas veio mo-rar em Ribeirão Preto aos 9anos. Na época, um de seustios tinha uma lenhadoraperto da Cava do Bosque.

Foi lá que conheceu oA Cidade, em 1962. “Eu jáadorava folhear o jornal, veras figuras que tinha. Viviaprocurando bicicleta nosClassificados.”

E falar em Classificadosfoi como abrir gavetas anti-gas da memória. Sebastião

conta, entusiasmado, que oque marcou sua juventudefoi ter comprado um carroSP2, amarelo, em 1974. “Erameu sonho. O carro era pra-ticamente zero. Arrumei ummonte de namorada” diz,gargalhando, relembrandoa vida de solteiro.

Em 1975 comprou umamoto, também através doA Cidade. Em 1999 já tra-balhava como feirante, mastambém com construção ci-vil. Depois de ter anuncia-do nos Classificados, ven-deu sua casa, do Jardim In-dependência. “A imobiliá-ria viu e me ligou imedia-tamente. Um homem, queveio do Japão, pagou em di-nheiro na mesma hora.”

Pendura em seu quios-que várias manchetes decunho político. Quando oassunto é corrupção, dis-para: “Quanto menor for aeducação do país, maior oroubo”.

Apesar de não ser assi-nante, Sebastião lê o jornalda semana inteira. O segre-do está em suas bancas àsquartas-feiras, na rua OlavoBilac, Vila Seixas. “Um ami-go, que mora atrás de on-de fico instalado, assina eguarda todos os jornais paramim”, revela.

Com humor, vai tocandoa vida. Estar na rua, na feira,em contato com as pessoas,o deixa satisfeito com seusdias. “É o que me faz feliz.”

“Era meu sonho[comprar um SP2amarelo]. O carro erapraticamente zero.Arrumei um monte denamorada [risos]”Sebastião Célio Corrêa64 anos, relembrando a época desolteiro em 1974

WEBER SIAN / A CIDADE

WEBER SIAN / A CIDADE

Delivery: 16 3941.4800 Rui Barbosa , 696 - CentroDelivery: 16 3620.2525 Rua do Professor, 933 - Jd. Irajá

SUCESSO se fazem EQUIPE !

Parabéns à equipeJornal A Cidade

111 anos

MUITO PRAZER!

1962Foi o ano em que Sebastião teve contatocom A Cidade pela primeira vez. “Viviaprocurando bicicleta nos Classificados”,

conta o hoje feirante – que jácomprou carro, moto e até vendeu

casa pelo tradicional canal deofertas do jornal.