A Caricatura
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A caricatura: origem, características e circulação
O fotógrafo Félix Nadar no desenho de Honoré Daumier
Materiais e técnicas
A caricatura é uma forma de desenho que valoriza o traço.
Superfície: O papel é a mais disponível a partir da industrialização. A primeira fábrica de papel surgiu no Cairo, séc. X. Em 1150 chegou na Espanha e em 1276 na Itália onde a indústria floresceu. Em 160 o primeiro moinho de papel da América surgiu na Pensilvânia. Em 1840, Godofredo Keller transformou a madeira em pasta e logo em seguida surgiu a pasta química que deu impulso à indústria moderna do papel.
Materiais: Carvão é o mais antigo e usado em todos os tempos; além dele há giz, pastel, crayon (a partir do XVIII), lápis (a partir de 1564), pena e tinta, canetas-tinteiro, pincel.
A caricatura e a reprodução gráfica
Xilogravura – a arte de gravar imagens e letreiros em relevo, num bloco de madeira, que depois vai ser copiado por meio de estampas. O nome vem de Xylon, madeira, lenho em grego.
Gravura em metal – é chamada também de talhe doce. Gustave Doré foi exímio na gravação em metal.
Ponta seca – consiste na técnica de gravar sulcos com instrumento de ponta afiada, de aço ou diamante, diretamente no metal polido, em geral o cobre, sem auxílio de ácidos ou verniz. Sua origem está ligada à arte medieval de decoração de armaduras.
Água-Forte – variação do processo de gravura em metal, por ação indireta. A placa é coberta de cera ou resina resistente ao ácido, e depois raspada. Daí a placa é submersa no ácido e ficam os sulcos abertos para receber a tinta. Os metais mais usados para isso são o cobre, o zinco e o aço.
Água-Tinta – outra variação mais complexa para efeitos de textura e tonalidade, combinando linhas e tons. Pode-se usar grãos de areia ou açúcar. Usada por Goya que inovou a técnica.
Audiência alegre
William Hogarth (1697–1764)
O artista inglês que incorporou a sátira social em cenas humorísticas sem efeitos grosseiros ou deformações físicas.
O primeiro cartunista e precursor dos HQs.
Francisco de Goya Y Lucientes (1746-1828)
Auto retrato do artista
Maior figura da arte satirista no séc. XIX. Pintor e gravador espanhol.
Fez uma série de desenhos de humor negro, 80 gravuras em metal com técnica em água-tinta.
Los Caprichos - 1799
Litografia ou Litogravura – processo de impressão com matriz em superfície plana, sem relevos ou sulcos. Do grego Lythos (pedra) e Graphein (escrever). Escrever na pedra ou por meio de pedra.
Inventada em 1796 por Alois Senefelder, dramaturgo de Munica que procurava um meio barato para imprimir peças e partituras musicais.
Litográfica – pedra calcária, com grânulos finos, marcada ou decalcada com tinta gordurosa na superfície lisa, e em seguida ensopada em água. A água ficava retida na parte não coberta pelo desenho. O princípio era de que água e gordura não se misturam.
Os caricaturistas encontram nesse processo o meio ideal para sua expressão criativa.
Surgem jornais litografados, como o Le Charivari
Paul Gavarni – pseudônimo do caricaturista Sulpice Guilhaume Chevalier (1804-1866) que gravou cerca de 8.000 litografias. Passou por revistas como La Mode, L´artiste, Le Charivari.
Gravura A lanterna Mágica (seus temas favoritos foram moleques de rua, boêmios, mulheres da vida, aventureiras.
George Cruikshank (1792-1878)
As revistas ilustradas – A caricatura na imprensa
La Silhouette (1829 -1930),
La Caricature (1830 -1835)
Honoré de Balzac
Charles Philipon)
Le Charivari – “A Algazarra” (1832 -1872)
Le Magasin Pittoresque (“encyclopédie populaire”
a partir de 1833, tiragem de 100.000 exemplares)
Le journal pour rire (1848 -1855)
Le Musée pour Rire (1838-1840) sua diagramação será reproduzida na revista brasileira A Lanterna Mágica (1838) de Manoel de Araújo Porto-Alegre
Le journal amusant (1856)
Charles Philipon (188-1861)
principal editor de revistas com
caricaturas
A sátira social pela gravura – circulação e
coleção
Giuseppe Arcimboldo
(1530 -1593) Italiano
Cena da vida pública e privada dos animais.
Ilustrou também Fábulas de La Fontaine, Robinson Crusoe, Don Quixote.
As metamorfoses do dia (1829)
Jean Isidore Gérard, pseudônimo - Grandville (1803 – 1847
Tematizou os vícios e paixões do homem de seu tempo, representando-o como animais, plantas e frutas.
Honoré Daumier (1808- 1879)
Les Cent-et-Um Robert MacaireHonoré Daumier (entre 1836 -1838)
• primeira edição encadernada em 1837 contendo 50 caricaturasPublicação em dois volumes saiu em 1839, pela editora Aubert, genro de Philipon
• “Robert Macaire desapareceu dos teatros. M. Thier não o quer mais encenado. Mas este personagem permanece como a personificação mais fidedigna da época. Na bolsa, na política, na literatura, e mesmo na filosofia encontramos Robert Macaire e Bertrand por toda parte, o trapaceiro e seu cúmplice. Por toda parte florescem os bônus, o monumento público, a expectativa de dividendos, o contrato, os jornais econômicos, a coleta em benefício dos pobres e, acima de tudo, a coleção de carneiros sempre prontos a oferecerem seus traseiros para serem tosquiados. Mas, desde que a censura, instituída para proteger a virtude e a moralidade, nos proíbe satirizar os Robert Macaire políticos, ela nos impele a pegar os Macaire sociais.
• Nós nos propomos agora a publicar uma galeria na qual as inúmeras variedades destas últimas espécies irão aparecer sucessivamente. Nossa estampa de hoje é o início. Ela é dedicada aqueles banqueiros, filantropistas ou fornecedores, cujos cofres, como as prisões, estão sempre prontos a receber, mas nunca a dar de volta.”
Um candidato
Escritório de recrutamento militar
Exploração da amizade
Fazendo asfalto
Mais queijo, garçom...
Robert Macaire dono de restaurante
O farmacêutico
O honesto
Robert Macaire Industrial
Um proprietário
O oculista
Robert Macaire pedinte
O artista Robert Macaire
Robert Macaire dentista
O proprietário
Recipiente para cólicas
Robert Macaire diante de seus juízes
Robert Macaire no restaurante
Um bom homem por um preço justo
Robert Macaire professor de indústria
Robert Macaire homem de negócios
Um bom marido
Robert Macaire vendedor de Bíblia