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Márcia Cristina Silva

A CAPACITAÇÃO DOS PROFESSORES QUE ATUAM

EM CURSOS A DISTÂNCIA NO PARANÁ

Trabalho apresentado à disciplina

3BIB054 –

Trabalho de Conclusão de Curso –

Pesquisa apresentada como trabalho deconclusão de curso à disciplina 3BIB054 –TCC - Informação e Gerência.

Orientadora: Prof.a. Dra. Maria Júlia Giannasi

LONDRINA

2003

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DEDICATÓRIA

Ao meu noivo Marcos Leandro Maronesi, dedico

não só este trabalho, mas todo o meu curso de

graduação, por ter sido ele o meu grande

incentivador, motivador e principalmente um

companheiro incomparável.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela força e coragem que tive para lutar sempre e jamais desistir.

A meu pai e a minha mãe, pelo apoio e pela dedicação que me dispensaram durante

toda minha vida.

Ao meu sogro e a minha sogra, pelo carinho que me dispensaram durante a

realização do meu curso e deste trabalho.

As minhas irmãs e meus cunhados que sempre mostraram-se solidários a minha

luta.

Aos meus sobrinhos Bruno e Gabriel, pelo simples fato deles existirem e por me

proporcionarem muitos momentos de alegria.

A Prof.a. Dra. Maria Júlia Giannasi, não apenas pela orientação durante a realização

deste trabalho, mas por ter contribuído para que eu compreendesse a importância

da pesquisa científica.

Ao colega Bruno Eduardo Paulino, que me auxiliou na formatação do questionário e

na tabulação dos dados, facilitando muito a realização deste do trabalho.

E, finalmente, a todas as meninas - Prof.a. Vilma Ap. da Cruz Gimenes, Prof.a. Dra.

Ana Esmeralda Carelli e Aldanice Maria da Costa, que fazem parte do grupo de

pesquisa em EaD, por terem contribuído para o meu crescimento acadêmico.

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SILVA, Márcia Cristina. A capacitação do s professores que atuam no ensino adistância no Paraná. Londrina, 2003, 56p. (Trabalho de conclusão de curso) -Universidade Estadual de Londrina, Londrina.

RESUMO

Verifica e analisa a formação/capacitação dos professores que atuam em cursos adistância no Paraná, buscando identificar como está ocorrendo a preparação dosmesmos para atuar nesta modalidade de ensino. Para a coleta de dados utilizou-sequestionários enviados via e-mail, abrangendo uma população de 96 professoresque atuam em cursos a distância, localizados nas listas das instituições queoferecem cursos nesta modalidade de ensino no Paraná. Aponta como principaisresultados: a importância da capacitação dos professores que atuam no EaD; amudança do papel do professor que atua no EaD em relação ao que atua no ensinopresencial; a importância do aprendizado independente para os alunos do EaD; eainda, a importância de habilidades quanto a utilização das novas tecnologias porparte dos professores que atuam no EaD. Concluiu-se que a maioria dosprofessores que atua no EaD, no Paraná, apesar de afirmar ter se capacitado paratal, ainda não se sente realmente preparada e segura para desenvolver suasatividades nesta modalidade de ensino.

Palavra-chave: EaD – Capacitação dos professores

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA......................................................................................................... 2

AGRADECIMENTOS ............................................................................................... 3

RESUMO ................................................................................................................. 4

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 6

2 PROBLEMA .......................................................................................................... 8

3 JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 10

4 OBJETIVOS.......................................................................................................... 12

4.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 12

4.2 Objetivos Específicos......................................................................................... 12

5 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................. 13

6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................. 23

7 RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................... 25

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 43

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA............................................................................... 50

APÊNDICE............................................................................................................... 52

APÊNDICE A - Formulário a ser Enviado aos Professores .................................... 54

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1 INTRODUÇÃO

Com as novas demandas educacionais decorrentes das mudanças

na economia mundial, as sociedades contemporâneas e as de futuro próximo

requerem um novo tipo de trabalhador, que deverá estar em constante aprendizado.

Os sistemas educacionais deverão sofrer várias mudanças para atenderem estas

demandas, pois verifica-se que o interesse por cursos tanto de formação inicial

quanto superior tendem a aumentar. Belloni (1999), aponta a educação a distância

como sendo uma modalidade de educação cada vez mais adequada para atender a

essas demandas.

Giannasi et al. (2000, p.2) destacam:

Ao mesmo tempo que a demanda por educação continuada tem forteinfluência na provisão de cursos de educação e treinamento emtodos os níveis, as modernas tecnologias de comunicação,associadas às idéias emergentes de educação centrada no aluno,entre outros aspectos, parecem favorecer a educação continuada adistância.

O aumento pelo interesse em educação continuada para atualização

profissional por parte da grande maioria dos profissionais e a dificuldade dos

mesmos freqüentarem cursos presenciais tradicionais, tem provocado o surgimento

de novos cursos na modalidade a distância, assim problemas como falta de tempo,

de disponibilidade e dificuldades para o deslocamento, entre outros, poderão ser

resolvidos.

Esses novos cursos a distância, que antes utilizavam apenas

materiais impressos, rádio e televisão agora contam com novas tecnologias. Com

estas novas tecnologias, novas situações de ensino começam a surgir, e

consequentemente os professores que irão atuar no Ensino a Distância (EaD)

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deverão desenvolver novas habilidades.

Além de habilidades para utilização dos recursos tecnológicos, a

literatura aponta necessidades de novos modelos de formação/capacitação para os

professores que atuam no EaD, possibilitando com isso a melhoria da qualidade dos

cursos a distância.

Ramos e Valente (2001, p.4) ressaltam que “cada vez mais, o

professor é visto como eixo central da qualidade da educação escolar, independente

do nível de ensino em que atua”.

O papel do professor nos cursos a distância é fundamental para o

desenvolvimento dos mesmos. A atuação do professor poderá ser de fundamental

importância para o aproveitamento e interesse do aluno durante a participação no

curso, pois o professor deverá assumir o papel de motivador, mediador e não

apenas o de transferidor de conteúdos.

Ainda Ramos e Valente (2001, p.4) enfatizam que “surge a

necessidade de modificação da própria concepção do trabalho do professor, agora

muito mais focalizada no processo de gestão da aprendizagem de seus alunos e na

dimensão do papel da escola, que hoje sofre transformações”.

Com a nova realidade do EaD surgem também novas abordagens e

novos modelos pedagógicos no ensino, que atendam a necessidade dos

profissionais que buscam qualidade para sua atualização.

Diante de todas essas transformações que ocorrem no EaD,

buscaremos com esta pesquisa, verificar junto aos professores de cursos que atuam

nesta modalidade de ensino, qual a sua formação/capacitação. Pretende-se ainda

levantar problemas e/ou sugestões relativas a esta modalidade de ensino, buscando

assim fornecer subsídios aos profissionais que pretendem atuar no EaD.

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2 PROBLEMA

O EaD tem sido utilizado como uma estratégia para a educação

continuada, tão necessária nos dias de hoje, para adequar o novo perfil do

profissional às características do mercado de trabalho tanto pelas facilidades

operacionais que apresenta, tais como: possibilidade de planejamento dos horários

de estudo de acordo com a disponibilidade de cada aluno; respeito as características

individuais; as possibilidades de integração com alunos e professores de várias

instituições de diferentes regiões em um mesmo espaço de tempo; atendimento de

um maior número de alunos por cursos; entre outras; quanto pela possibilidade do

aprendizado independente.

Esta modalidade de ensino exige dos processos educativos e dos

profissionais de ensino, maior flexibilidade e preparação. Os novos educadores

devem estar capacitados para atuarem no EaD, desempenhando múltiplas funções,

sempre em equipes multidisciplinares. O domínio das novas tecnologias de

informação e comunicação, bem como das telecomunicações têm colaborado para

unir o professor ao aluno na transmissão dos conteúdos educativos, tornando o

processo mais flexível, mais rico e mais interativo.

Além das novas tecnologias, esses novos educadores devem ser

capazes de atuarem como incentivadores e mediadores na aprendizagem dos

alunos. No EaD, somente o domínio do conteúdo ou de técnicas didáticas, não são

suficientes para que se tenha um bom desempenho, é preciso saber como trabalhar

com alunos nesta modalidade de ensino que apresenta características diferentes do

ensino presencial.

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O professor tem papel muito importante no processo de EaD, pois

além de suas funções normais deverá estar interagindo com outros profissionais. O

processo de transição do ensino tradicional presencial para o EaD, não pode ser

feito apenas através de adaptações e pequenas mudanças, pois a realidade é

diferente. Deve haver, por parte dos professores, disposição para estarem em

constante atualização, pois as rápidas mudanças das tecnologias provocam uma

necessidade de aprender continuamente, além de exigirem capacitação adequada

para atividades nem sempre comuns ao seu dia-a-dia. Isso não significa que um

mesmo professor não possa atuar tanto no ensino presencial quanto no EaD. O

professor que busca alternativas inovadoras para o ensino presencial, com certeza

sentirá menos este processo de transição.

É importante destacar a relevância da educação continuada para a

formação dos novos educadores, buscando formas de atualização, de

complementação e consequentemente inovações que os possibilitarão

conhecimentos em áreas específicas. E ainda, torná-los habilitados a trabalharem

em grupo, junto a profissionais de outras áreas, para que alcancem a qualidade e a

produtividade de ensino.

A literatura apresenta diversas formas de capacitação para a educação

continuada, que vão desde o aprender fazendo até a participação em cursos/disciplinas.

Neste contexto da educação continuada e do EaD como alternativa

para a capacitação e/ou formação, ressalta-se que a formação do professor é um

elemento de extrema importância. Desta forma, buscou-se através desta pesquisa

investigar como está sendo realizada a capacitação dos professores que atuam em

cursos de EaD no Paraná e ainda, por outro lado, saber o que estes professores

estão fazendo para atender as novas exigências desta modalidade de ensino.

10

3 JUSTIFICATIVA

As novas tecnologias criaram melhores condições de aprendizado e

proporciona o aumento das instituições que começam a participar do EaD. Percebe-

se que o professor no EaD é considerado como um orientador, e que sua interação

com o aluno é bastante relevante, por isso a capacitação desses profissionais, para

atender cursos a distância, deve atender as necessidades dos alunos e as

peculiaridades da própria modalidade de ensino.

O surgimento de novos cursos a distância, demandará professores

capacitados para atuarem nesse segmento. O professor que estiver melhor

preparado para participar desta nova modalidade de ensino, com certeza estará

facilitando para que o aluno tenha um bom aproveitamento e consiga alcançar seu

objetivo com mais facilidade e qualidade.

A crescente evolução tecnológica promoveu o aparecimento de

novas ferramentas que, quando usadas adequadamente, enriquecem e

democratizam o acesso ao ensino, através de uma proposta metodológica de EaD.

As facilidades de transmissão de informações diminuirão o tempo de resposta às

dúvidas dos alunos, incentivando-os a manterem contato com os professores e

assim contribuindo para o seu crescimento individual e profissional, bem como para

sua formação como cidadão pleno.

Wickert (2002) ressalta “que será cada vez mais imprescindível,

intransferível e relevante, a responsabilidade do educador na busca da excelência

do processo educacional”.

No entanto, a literatura ainda não nos oferece subsídios para que

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possamos identificar de que maneira o novo educador está se capacitando, se

atualizando, se especializando para assumir com qualidade e competência essa

modalidade de ensino, no Paraná.

Justifica-se, portanto, esta pesquisa, pois através dela buscamos

obter dados e informações sobre a capacitação/formação dos professores para o

EaD no Paraná, bem como levantar problemas e/ou sugestões relativas a esta

modalidade de ensino, de modo a subsidiar os profissionais que pretendem atuar no

EaD, pois falta na literatura trabalhos que retratem a situação do EaD no Paraná,

hoje.

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4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral

Verificar como está ocorrendo a capacitação/formação dos

professores que atuam no EaD no Paraná.

4.2 Objetivos Específicos

• Identificar cursos de EaD no Paraná;

• Identificar os professores que atuam nesses cursos;

• Contatar esses professores para verificar sua

formação/capacitação na área específica do EaD.

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5 REVISÃO DE LITERATURA

O EaD, embora esteja em maior evidência atualmente, não é uma prática

nova, originou-se nos cursos por correspondência iniciados no final do século XVIII, na Europa.

À partir daí novas experiências foram desenvolvidas utilizando-se

esta modalidade de ensino. “O primeiro registro de educação a distância de que se

tem notícia data do século passado, ano de 1881, quando o primeiro Reitor e

fundador da Universidade de Chicago ofereceu um curso de hebreu, por

correspondência” (LOYOLLA E PRATES, 1998 apud GIANNASI et al., 2000, p.7).

O surgimento do rádio e da televisão possibilitou o aprimoramento,

por parte dos educadores, dos cursos de EaD. Mais pessoas puderam ser

atendidas, com melhor qualidade, utilizando-se esses meios de comunicação.

As atividades de EaD têm se difundido muito ultimamente, talvez

devido ao grande crescimento e popularização das novas tecnologias interativas e

sofisticadas de comunicação como: e-mail, audioconferência, videoconferência,

Internet, multimídia etc., sendo hoje utilizadas em muitos países como meio não

convencional de educação, capaz de atender com grande perspectiva de eficiência,

eficácia e qualidade aos anseios de universalização do ensino e também como meio

apropriado à permanente atualização dos conhecimentos gerados de forma cada

vez mais ágil e intensa pela ciência e cultura humanas.

Desse modo, esta modalidade de ensino tem sido extremamente

utilizada para a capacitação e atualização de profissionais das mais variadas áreas,

promovendo desta forma a comunicação educativa, através de meios capazes de

suprir a distância que separa o aluno do professor. Assim, não é verdade que a

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distância seja um elemento complicador, em que o aluno esteja isolado, pois ele se

mantém em constante interação com o professor através dos canais de

comunicação. Concordamos com Lobo Neto (1995, p.14), quando afirma que “a

educação à distância de modo algum pode ser concebida como um distanciamento

da educação”, pois esta não cria a separação entre professor e aluno, ao contrário,

busca reduzir ou eliminar as distâncias que a vida criou.

A educação a distância, como define a UNESCO, nos permitevislumbrar uma redemocratização da informação e do conhecimento,prioridade absoluta das Nações unidas, garantindo o acesso àeducação permanente para todos (MININNI-MEDINA e LUZZI eLUSWARGHI, 2002, p.1)

No Brasil, as experiências governamentais e não governamentais,

privadas ou não, são muitas e representam uma mobilização de grandes

contingentes técnicos e de recursos financeiros. Barreto (2001, p.154) ao abordar as

iniciativas da Secretaria de Educação a Distância (SEED) destaca que “as metas da

SEED são, pois levar para a escola pública toda a contribuição que os métodos,

técnicas e tecnologias de educação a distância podem prestar à construção de um

novo paradigma para a educação brasileira”. Mas os resultados das ações da

própria SEED, na nossa avaliação, ainda não foram suficientes para gerar uma

aceitação social desta modalidade de ensino.

A nova realidade do EaD, tem promovido o aparecimento de novas

abordagens no ensino e novos modelos pedagógicos que atendam as necessidades

de profissionais que a cada dia buscam estar mais qualificados e em constate

atualização para atender as exigências do mercado de trabalho atual. Pois a grande

maioria desses não dispõem de tempo para freqüentarem cursos presenciais,

precisam continuar estudando e desenvolvendo novas habilidades.

Neste sentido destacamos Zamudio (1997) apud Leite e Silva (2002,

p.1) quando enfatiza que o EaD:

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[...] se apresenta hoje como uma modalidade de educação quepossibilita a inovação dos procedimentos de ensino, odesenvolvimento de uma educação extra-escolar que se utiliza dosdiversos meios eletrônicos de comunicação, possibilitando o acessode novos públicos em locais distantes e dispersos geograficamente.

Novas propostas de ensino, novas maneiras de ensinar são

buscadas cada vez mais para satisfazer essas necessidades. Entre os novos

modelos de aprendizagem no EaD para a educação continuada, destacamos o

aprendizado independente. Para Litwin (2001, p.14) “a educação a distância também

enfatizou a autonomia dos estudantes em relação à escolha de espaços e tempos

para o estudo”.

Para o aluno, no EaD, a capacidade de aprender de maneira

independente, pode ser um grande motivador para o desenvolvimento de suas

atividades e ainda, uma prática totalmente necessária, além de facilitar seu

aprendizado contínuo.

Giannasi (1999, p.49) destaca que “ o incentivo para se aprender a

estudar de maneira independente, como fortalecimento para o aprendizado, deve

estar sempre presente de alguma forma nos cursos a distância”. É preciso

desenvolver habilidades de auto aprendizagem, onde cada indivíduo poderá utilizar

maneiras e até técnicas diferentes que facilitem o entendimento do conteúdo

ensinado. Os professores no EaD devem estar atentos as necessidades de cada

aluno, incentivando-os e auxiliando-os neste desenvolvimento. Palloff e Pratt (2002)

comentam que para ensinar alguém a ser independente é preciso fazer uso de um

processo de aprendizagem atuante.

Valente (2002) menciona que:

[...] optar por um meio de aprendizagem, significa escolher umprocedimento pedagógico que seja coerente com nossa visão de serhumano, natureza, sociedade e das relações que se estabelecementre esses elementos.

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Para Moran (2002a, p.2) os alunos devem compreender que vale a

pena participar do processo de aprender juntos. O grande volume de informações

que surge a cada dia torna praticamente impossível ao professor ter acesso a todas

e ainda passá-las ao aluno. Isso ressalta a importância da auto aprendizagem

independente, de saber como se buscar estas informações. Não basta apenas ter

acesso a essas informações, mas também trocá-las, pois uma das características

dos cursos a distância é a interação, a possibilidade de troca entre professor-aluno,

aluno-professor, aluno-aluno.

Belloni (1999) apud Tavares (2002a, p.2) destaca que:

[...] um dos principais desafios da educação é capacitar os alunos acontinuarem sua própria formação ao longo da vida profissional, jáque, em função das rápidas mudanças no mundo contemporâneo,eles podem ter de exercer funções ainda inexistentes.

O surgimento de cursos a distância como estratégia para a

educação continuada tem sido a grande oportunidade para atualização profissional.

Com o surgimento de novas tecnologias, o EaD, que antes utilizava apenas rádio,

televisão e materiais impressos, agora pode contar com um grande aliado: a

Internet.

Segundo Azevedo (2002a, p.1):

A intensa capilarização das redes interconectadas de computadoresvem ampliando o público desta modalidade de ensino ao mesmotempo em que confronta aqueles que trabalham em educação comnovos desafios dentro de uma nova realidade. [...] No mundo dacomunicação mediada por computador vive-se num outro espaço enum outro tempo, diverso do tempo e do espaço vividos no mundoda comunicação de oralidade primária e da cultura escrita.

O surgimento de cursos a distância demandará novos educadores

para atuarem nesta modalidade de ensino, que deverão estar capacitados para

atender as necessidades dos alunos, trabalhando como um facilitador para que

esses alcancem seus objetivos.

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Preti (1996, p.27) menciona:

Pensar na formação do profissional, do trabalhador para atender àsnovas formas de organização do trabalho no atual processo deglobalização da economia, pensar fazê-la recorrendo a uma novamodalidade de educação é pensar também em novo tipo deeducador que vai atuar a distância.

A utilização das novas tecnologias de informação e comunicação

deve ser cuidadosa e priorizar os objetivos educacionais.

Dieuzeide (1994) apud Belloni (1999, p.61) lembra:

A educação não é um ‘sistema de máquinas de comunicarinformação’, ou de simplesmente transmitir conhecimentos. Aeducação deve ‘problematizar o saber’, contextualizar osconhecimentos, colocá-los em perspectiva, para que os aprendentespossam apropriar-se deles e utilizá-los em outras situações.

Ou seja, é preciso valorizar a educação, possibilitando aos alunos

que informações recebidas possam transformar-se em conhecimentos que serão

utilizados em diferentes situações, pois um conteúdo não absorvido com certeza

será rapidamente esquecido ou deixado de lado.

Azevedo (2002b, p.2) diz que o professor no EaD “[...] deverá se

concentrar não apenas no domínio de um conteúdo ou de técnicas didáticas, mas na

capacidade de mobilizar a comunidade de aprendizes em torno da sua própria

aprendizagem”.

Para Belloni (1999,p.80):

[...] a função de orientação e conselho do processo de aprendizagempassa a ser exigida não mais em contatos pessoais e coletivos desala de aula ou atendimento individual, mas em atividades de tutoriaa distância, em geral individualizada, mediatizada através dediversos meios acessíveis.

Assumir esse novo modelo de educador pode não ser fácil para a

maioria dos professores que atuam no ensino presencial e pretendem também atuar

a distância. Será necessário uma mudança de atitudes e algumas vezes conceitos

que já estão plantados no cotidiano desses profissionais deverão ser repensados. A

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capacidade de trabalho em equipes interdisciplinares com certeza é uma das

características mais relevantes para o EaD.

Segundo Mininni-Medina e Luzzi e Luswarghi (2002, p.2):

A educação a distância não pode tentar traduzir com novastecnologias os tradicionais paradigmas pedagógicos, mas requer umtrabalho interdisciplinar, entre educadores, comunicadores eespecialistas em informática, entre outros, com o objetivo de produzirnovas aproximações didáticas que permitam abordar a complexidadedo processo de ensino-aprendizagem.

O novo processo educativo para o EaD deve ser visto como um

processo de colaboração entre alunos e professores, além de toda uma equipe

multidisciplinar que estará trabalhando como apoio para que a comunicação entre os

mesmos seja possível e satisfatória. O professor que atuar no EaD deverá ser capaz

de liderar e trocar informações ao mesmo tempo, servir como mediador e orientador,

proporcionando um ambiente agradável para o aprendizado.

Segundo Azevedo (2002b, p.2) para o EaD “[...] são necessários

profissionais especializados em animação de comunidades virtuais de aprendizagem

colaborativa, capazes de mobilizar alunos para a interação coletiva com outros

alunos e seus professores”.

Para Moran (1994, p.3):

O ensino à distância é um processo de aprendizagem complexo edemorado, que necessita de pessoas com mentalidade aberta e quese disponham a experimentar e avaliar formas novas de ensino-aprendizagem. Necessitamos aumentar o número de pessoasespecializadas em ensino a distância, preparando-as para queatualizem seus conhecimentos nesta área.

Portanto, para atuar no EaD, o professor deverá desenvolver

habilidades e atividades antes não comuns ao seu dia-a-dia, além de estar se

ambientando com as novas tecnologias. Para Ramal (2002, p.1) o professor deverá

saber como o aluno aprende, e assim “poder criar estratégias de aprendizagem no

ambiente do computador”. Ter experiência como aluno em cursos a distância pode

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ser uma ótima opção para esses novos educadores, pois estarão conhecendo as

dificuldades e peculiaridades desta modalidade de ensino.

Ainda Ramal (2002, p.1) ao se referir aos novos papéis do educador

afirma que serão exigidas “[...] mudanças nos cursos de formação de docente,

abertura permanente ao novo, visão crítica na seleção das informações, sintonia

com os desafios de cada momento e atenção constante aos processos educativos,

tanto quanto aos resultados”.

Segundo Sherry (1998) apud Tavares (2002b, p.2):

[...] a redefinição dos papéis dos professores pelo uso da tecnologiaenvolve questões como estilos de ensino, necessidade de controlepor parte do professor, concepções de aprendizagem e a percepçãoda sala de aula como um sistema ecológico mais amplo, no qual ospapéis de professores e alunos estão começando a mudar.

Mercado (2002) também compartilha da opinião de Sherry (1998),

pois considera que o professor deva assumir um novo papel, diante das novas

tecnologias.

Tudo isso nos remete a uma grande necessidade de interação. O

professor para atuar no EaD, e não só ele, mas todos os profissionais que buscam

alcançar seus objetivos e com eles o crescimento e amadurecimento profissional

devem estar atentos e ter acesso pelo menos a informações básicas sobre várias

áreas do conhecimento. Cada vez mais precisamos interagir com profissionais de

outras áreas, e o sucesso de um curso a distância com certeza dependerá disso.

Na análise de Jaeger e Accorsi (2002, p.1):

[...] o profissional não pode mais ficar preso numa área específica deconhecimento, tendo em vista a necessidade preemente decompreender e trabalhar a partir de um entendimento global. Umaárea específica de conhecimento não existe por si só, mas encontra-se inserida num contexto maior interconectado com outras áreas deconhecimento.

Azevedo (2002c, p.2) afirma que “aquele que vai capacitar-se para

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lecionar a distância via Internet precisa também passar pela mesma experiência de

adaptação ao novo espaço-tempo-comunidade virtuais”.

Muitas são as possibilidades de capacitação, formação e atualização

dos educadores que pretendem atuar em EaD, como vemos na literatura.

Berge (1995) apud Tavares (2002b, p.2) sugere “que há muitas

condições necessárias para uma tutoria on-line bem sucedida e as agrupa em quatro

áreas: pedagógica, social, gerencial e técnica”.

Já Lynch e Corry (1998) apud Tavares (2002b, p.4) acreditam que a

prática é a melhor técnica para aprender a usar tecnologias de EaD.

Belloni (1999) apud Tavares (2002a, p.2) não discute

separadamente a formação do professor para atuar no EaD e para atuar no ensino

presencial, pois a educação no ensino presencial, segundo o autor, estão cada vez

mais mediatizadas.

Mas qual é a mais apropriada? Como podemos avaliar a melhor

maneira de se preparar para essa nova modalidade de ensino. A literatura apresenta

várias opções que vão desde o aprender fazendo até é a participação em

cursos/disciplinas ministradas a distância. Muitas comparações são feitas entre o

ensino presencial e a distância, mas para Tavares (2002b, p.1) “[...] não existe uma

única forma de educação presencial, nem uma única forma de EaD online. O que se

pode comparar são as possibilidades e potencialidades de cada meio [...]”.

O que nos parece claro é que o professor para o EaD deverá ser

criativo e flexível, pois as tecnologias que surgem a cada dia, utilizadas para esta

modalidade de ensino, possibilitam inovações. Saber planejar e desenvolver um bom

programa de EaD será fundamental para o sucesso do trabalho, pois os alunos

precisam confiar no professor que nem sempre conhecem pessoalmente.

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Por estarmos tratando do EaD como possibilidade de educação

continuada, devemos considerar que os alunos dos cursos a distância são adultos e

neste contexto Nunes (1998) considera importante a valorização da experiência de

cada um deles, e não apenas quanto ao tema a ser estudado, mas também quanto

ao tratamento dos conteúdos a partir de experiências individuais.

Morais (1996, p. 65) apud Coelho (2002) ao falar sobre o professor

no EaD, afirma:

Não haverá espaço para o professor que trabalha numa abordagempedagógica tradicional, que enfatiza a transmissão, a cópia de cópia,onde conteúdos e informações são passados diretamente doprofessor para o aluno, mediante um processo reprodutivo. (...) Omodelo de formação de professores, de acordo com o novoreferencial, pressupõe continuidade, visão do processo, nãobuscando um produto completamente acabado e pronto, mas ummovimento permanente de ‘vir a ser’.

Diante de tantas mudanças e novas necessidades, “[...] é preciso

repensar a dinâmica do conhecimento no seu sentido mais amplo, e as novas

funções do educador como mediador deste processo” (DOWBOR, 1998, p.1).

Buscamos, portanto, neste trabalho, identificar e conhecer como os

professores que atuam no EaD no Paraná estão se preparando.

Sabemos de algumas iniciativas no estado, entre elas, na

Universidade Federal do Paraná (UFPR) e na Universidade Estadual de Ponta

Grossa (UEPG) que têm autorização para ofertarem cursos de graduação a

distância. Tanto a UFPR quanto a UEPG estão em processo de ampliação de suas

atividades, buscando parcerias para oferta de cursos na modalidade a distância.

Cada vez mais universidade públicas e privadas exploram o EaD no

Paraná. A Universidade eletrônica, fundação criada em outubro de 2000, já atua em

18 municípios do Estado oferecendo o curso normal superior por videoconferência

em parceria com a UEPG e um curso de especialização em agronegócio em

22

parceria com a UFPR (KLENK, 2002, p.1).

Esta expansão nos faz refletir sobre a atuação do professor no EaD

no Paraná. Para Azevedo (2000) apud Tavares (2002b, p.5) o EaD “[...] não se trata

apenas de um novo meio no qual o professor precisa aprender a se movimentar,

mas uma nova proposta pedagógica que ele tem que ajudar a criar com sua prática

educacional”.

Com a literatura levantada até o momento observamos muitas

especificidades e particularidades nas propostas de ensino para o EaD, várias

opções são apresentadas por diversos autores, assim percebemos a importância de

se conhecer como está ocorrendo a capacitação/formação dos professores que

atuam no EaD no Paraná.

23

6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Em consonância com os objetivos propostos elegeu-se para o

desenvolvimento deste projeto a pesquisa levantamento como abordagem

metodológica para o desenvolvimento do trabalho.

Esta opção se justifica pelo fato do levantamento, enquanto método,

permitir não só a obtenção de informações factuais sobre os fenômenos, mas

também sugerir recomendações e idéias sobre o problema investigado (Muller et al.,

1997).

Apesar de adotarmos para este trabalho a pesquisa qualitativa que

para Martinelli (1999, p.25) é “[..] muito mais do que descrever um objeto, buscam

conhecer trajetórias de vida, experiências sociais dos sujeitos [...]”, em alguns

momentos da análise dos resultados será também utilizada a pesquisa quantitativa,

pois:

A visão quantitativa de um problema pesquisado e de seu universose encontra, (...), claramente subordinado à visão qualitativa, quetanto precede quanto a segue. O cientista, chegando ao fim daexposição quantitativa, retorna à abordagem qualitativa (QUEIROZapud SETÚBAL, 1999, p.67).

A população alvo é composta pelos professores que atuam em

cursos e/ou disciplinas na modalidade a distância no Paraná. Foram pesquisados

todos aqueles professores que atuam no EaD neste Estado e que foram localizados.

Os dados analisados são os provenientes dos formulários devolvidos.

O procedimento de coleta de dados se deu da seguinte maneira:

foram identificadas as instituições no Paraná que oferecem cursos e/ou disciplinas

em diferentes níveis na modalidade a distância; todas as instituições identificadas

disponibilizavam em seus sites endereços eletrônicos para contato com os

24

professores que atuam nos cursos a distância; foi enviado um formulário via e-mail a

cada professor, solicitando o preenchimento do mesmo. O formulário foi elaborado,

solicitando informações que respondam sobre a capacitação/formação e atualização

desses professores (Apêndice A).

A coleta de dados foi realizada junto a esses professores, através de

contato via e-mail, solicitando o preenchimento do formulário enviado aos mesmos e

que nos foi devolvido automaticamente através de um link para um e-mail disponível.

O instrumento utilizado para o recebimento dos formulários respondidos foi

elaborado de maneira que não nos possibilitasse a identificação dos respondentes,

de acordo inclusive com os preceitos éticos em pesquisa.

As informações obtidas durante a pesquisa foram analisadas

qualitativamente e serão apresentadas a seguir.

25

7 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram identificadas onze Instituições que oferecem cursos e/ou

disciplinas na modalidade a distância, via Internet, no Paraná. Os cursos e/ou

disciplinas são oferecidos em diversas áreas do conhecimento e em diferentes

níveis. No total foram identificados 18 cursos e seis disciplinas e localizados os

endereços eletrônicos de 96 professores que atuam nesses cursos. Como já

descrevemos nos procedimentos metodológicos, os endereços dos professores

constavam nas páginas das Instituições.

Os dados coletados buscaram identificar nos pesquisados sua

formação acadêmica; sua atuação no EaD; sua capacitação para atuar no EaD; e

ainda, a importância dessa capacitação para o desenvolvimento de suas atividades

nesta modalidade de ensino. Buscou-se ainda apontar diferenças e semelhanças

entre o ensino presencial e o EaD, na opinião dos professores, bem como as

vantagens e as principais dificuldades encontradas no EaD.

Dos 96 questionários enviados, apenas 17 respostas foram

devolvidas. É importante salientar que não houve possibilidade de insistir com os

pesquisados, pois, como já destacado anteriormente, estes não foram identificados.

Ao analisarmos as respostas, verificamos que quanto a formação

acadêmica dos pesquisados, dois são doutores – um em educação e um em

Informática; um é doutorando em Meio Ambiente; cinco são mestres – um em Ensino

a Distância, um em Sociologia da Educação, um em Tecnologias Educacionais e um

em Didática e Metodologia do Ensino; seis são graduados – três em Letras, e os

demais, um de cada área, respectivamente, Pedagogia, Filosofia e História Natural

26

(hoje, Ciências Biológicas, segundo informação do próprio respondente).

Conhecer a formação acadêmica dos professores que atuam no

EaD nos possibilita ter um panorama do nível de capacitação destes. Sabemos que,

tanto no ensino presencial quanto no ensino a distância, o professor mais capacitado

terá mais conhecimento para transmitir aos alunos e consequentemente poderá

ministrar aulas com melhor conteúdo. Neste contexto Litwin (2001, p.10) afirma:

Por trás de um curso de atualização [...], encontramos profissionaisque convertem seus estudos ou experiências em casos, situações eexemplos que permitem que a educação permanente deixe de seruma utopia para os estudantes que trabalham.

Se o EaD é visto como uma possibilidade de educação continuada

para aqueles que trabalham e que muitas vezes não dispõem do tempo fixo para

freqüentarem cursos presenciais tradicionais, o professor que atua nesta modalidade

de ensino deve estar preparado e capacitado para atender aos alunos dos cursos a

distância.

Os resultados nos mostram que seis dos respondentes, ou seja

37,5% deles, têm cursos apenas em nível de graduação; os demais, 67,5% são

especialistas, mestres ou doutores. Apesar do número de professores com cursos

em nível de pós-graduação ser maior, devemos considerar que o número dos que

têm apenas cursos de graduação é muito elevado se considerarmos a importância

da educação continuada, não só para os professores no EaD, mas para profissionais

que atuam em todas as áreas do conhecimento.

Para Mercado (2002, p.21):

O processo de formação continuada permite condições para oprofessor construir conhecimento sobre as novas tecnologias,entender por que e como integrar estas na sua prática pedagógica eser capaz de superar entraves administrativos e pedagógicos,possibilitando a transição de um sistema fragmentado de ensino parauma abordagem integradora voltada para a resolução de problemasespecíficos do interesse de cada aluno.

27

Professores que atuam no EaD devem estar em constante

atualização, pois esta modalidade de ensino exige desses educadores novas

habilidades, uma vez que os alunos do EaD têm características diferentes dos

alunos do ensino presencial e as ferramentas a serem utilizadas também são

distintas. Com isso podemos dizer que o professor no ensino a distância, deverá

desempenhar papéis não comuns ao ensino presencial. Belloni (1999, p.82) ressalta

que “Para fazer frente a esta nova situação, o professor terá necessidade muito

acentuada de atualização constante, tanto em sua disciplina específica, quanto em

relação às metodologias de ensino e novas tecnologias”.

Ainda neste contexto, Wickert (2002) enfatiza a necessidade de uma

nova estruturação no processo educacional para atender ao novo perfil do

profissional com mudanças no ambiente educacional, o que exigirá esforços de

várias pessoas e instituições ligadas à educação. Nesta fala fica claro que além dos

professores, as instituições que fornecem cursos de capacitação também são

grandes responsáveis pelo processo de atualização.

Desta forma, a questão sobre a formação acadêmica permitiu

verificar que ainda há uma carência significativa de educação continuada para

capacitação em EaD entre os pesquisados.

Na seqüência constatamos que, quanto a atuação no EaD, um dos

pesquisados não atua nesta modalidade de ensino. É importante esclarecer aqui,

como já descrevemos na metodologia, que este professor constava na lista de

professores de um dos cursos localizados durante a pesquisa. Todos os demais,

como era previsto, já atuaram ou ainda atuam no EaD, em cursos, disciplinas ou

projetos ligados a suas áreas de formação. As funções e/ou atividades

desenvolvidas pelos pesquisados podem ser vistas no quadro abaixo:

28

RESPONDENTESFUNÇÕES E/OU ATIVIDADESDESENVOLVIDAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

PROFESSOR X X X X X X X X X X XORIENTADOR X X X X X X X

TUTOR X X X X X X X X X

ALUNO X X X

PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO X X

PESQUISA X

COORDENAÇÃO X X X

DIREÇÃO/ADMINISTRAÇÃO X

ASSESSORIA X X

Quadro 1 – Funções e/ou atividades desenvolvidas1

Observamos no Quadro 1, que dos 16 respondentes, onze atuam

e/ou atuaram como professores, sete como orientadores, oito como tutores, dois

como alunos, dois na produção de material didático, um na pesquisa, três na

coordenação, um como diretor administrativo e dois como assessores.

Muitas vezes essas funções se misturam e podem ser confundidas

entre si, diante disso gostaríamos de definir, conforme nosso entendimento, quais os

papéis do professor, do tutor e do orientador no EaD.

O professor em um curso a distância, é o responsável pelo conteúdo

a ser transmitido ao aluno, pela dinâmica adotada, pelo material didático, pela

elaboração do instrumento de avaliação, ou seja, por toda a estrutura pedagógica e

metodológica que envolve o curso. E ainda, cabe ao professor ser o motivador, o

incentivador, para que os alunos mantenham-se interessados e sintam-se a vontade

para interagir entre si e com o próprio professor. O bom andamento de um curso

depende em grande parte da atuação do professor. Vale ressaltar que este

professor deve ter junto dele uma equipe multidisplinar para auxiliá-los

O papel do tutor e do orientador em um curso ministrado a distância

não se difere muito um do outro, pois caberá a ambos dar apoio ao aluno durante a

1 Nesta questão os respondentes tiveram mais de uma opção quanto as atividades e/ou funções desenvolvidasni

29

realização das atividades propostas pelo professor, além de auxiliar o professor

durante a correção dessas atividades e das avaliações. Também o

acompanhamento do desempenho dos alunos durante o curso quase sempre fica a

cargo dos tutores e orientadores.

Considerando, que o professor, o tutor e o orientador terão mais

contato com os alunos e desta maneira serão os maiores responsáveis pelo bom

andamento e pelo sucesso do curso, bem como pela satisfação do aluno, a questão

sobre como a capacitação destes para atuar no EaD será analisada mais

profundamente. As demais funções serão apenas listadas visando informar como se

capacitaram os que atuam como pesquisadores, coordenadores, diretores e

assessores. Também a capacitação dos produtores de material didático para

atuarem no EaD, será analisada junto com a dos professores, tutores e orientadores.

É preciso ficar claro que esta separação se justifica pelo fato de que

o objetivo da pesquisa é saber sobre a capacitação dos professores que atuam

nesta modalidade de ensino, por isso serão analisados com mais cuidado; e não por

considerarmos as funções de pesquisadores, coordenadores, diretores e assessores

menores ou menos importantes no processo do EaD, mas sim por vermos estas

funções mais distantes dos alunos.

O Quadro 2 abaixo, apresenta como se deu a capacitação dos

respondentes para atuar no ensino a distância.

Ao analisarmos o Quadro 2 verificamos que os pesquisados que

atuam e/ou atuaram como coordenadores, assessores e diretores, participaram de

cursos, disciplinas, grupos de pesquisa, leituras, encontros, congressos e visitas a

Instituições para se capacitarem.

30

Capacitação

Atividades e/ou Funções Pro

fess

or

Orie

ntad

or

Tut

or

Pes

quis

ador

Alu

no

Pro

duçã

om

ater

ial

didá

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Dire

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Adm

inis

trat

ivo

Ass

esso

ria

Coo

rden

ação

CURSOS 9 6 5 1 2 1 1 3DISCIPLINAS 2 1 1 1 1

GRUPOS DE PESQUISA 1 1 1

LEITURAS 1 1 2 1 1 1

ENCONTROS 1 2 2 1 1

CONGRESSOS 1 1 1 1

VISITAS A INSTITUIÇÕES 1 1 1 1

NÃO SE CAPACITOU 1 1 1 1

Quadro 2 – Capacitação para atuar no EaD2

Dos onze respondentes que atuam e/ou atuaram como professores,

no EaD, um informa não ter se capacitado para tal, mas curiosamente em outro

momento da pesquisa informa ter feito especialização em Ensino a Distância e

Formação de Tutores; nove se capacitaram através de cursos; dois através de

disciplinas; e os demais utilizaram-se de outras formas de capacitação, como:

leituras, congressos e visitas a instituições. Apenas um destes professores fez

comentários a respeito de sua capacitação, alegando ter considerado muito breve o

treinamento oferecido pelo curso, sobre isso abordaremos mais nas considerações

finais deste trabalho.

Dos oito respondentes que atuam e/ou atuaram como tutores, um

informa não ter se capacitado, cinco que se capacitaram através de cursos; dois

através de leituras e encontros, e os demais através de disciplinas, grupos de

pesquisa, congressos e visitas a Instituições.

Dos sete respondentes que atuam e/ou atuaram como orientadores,

um informa não ter se capacitado para o EaD, seis que participaram de cursos, dois

de encontros, e os demais que se capacitaram por meio de disciplinas, leituras,

2 Nesta questão os respondentes tiveram mais de uma opção quanto as atividades e/ou funções desenvolvidasno

31

congressos e visitas a instituições.

Percebemos, deste modo, que a maioria dos professores, tutores e

orientadores informam ter se capacitado através de cursos. Isso pode demonstrar a

preocupação destes quanto a capacitação para atuar no ensino a distância. Mas

também observamos que alguns consideram a participação em encontros,

congressos, visitas a instituições e mesmo leituras como uma maneira para se

capacitar. Isso nos parece preocupante, pois apesar desses meios contribuírem para

o aumento e aprimoramento de conhecimentos, na nossa opinião, não pode ser

considerado como uma capacitação. Capacitar-se, no nosso entendimento, requer o

desenvolvimento de várias atividades e estudos, além de uma dedicação maior de

tempo.

Visitas a Instituições, leituras, participação em encontros e

congressos devem fazer parte do processo de capacitação e são extremamente

importantes para o crescimento profissional. No entanto, estas atividades devem ser

constantes e sempre que possível, incluídas no próprio curso de capacitação, pois a

interação, o compartilhamento de conhecimentos com profissionais de várias regiões

é muito enriquecedor.

Quando questionados se já atuavam no ensino presencial antes de

atuar na modalidade a distância, apenas um disse não ter atuado no ensino

presencial, o que pode ser um ponto positivo se consideramos que este professor

não trará vícios do ensino presencial. No entanto nesta pesquisa isto não pode ser

confirmado ou rechaçado.

Deste modo, a maioria dos respondentes informam já ter

experiências anteriores como professores. Ressaltamos aqui a importância de

experiências anteriores para a atuação do professor no EaD, como também para o

32

desenvolvimento de atividades em todas as áreas do conhecimento.

A experiência e os conhecimentos adquiridos pelo professor durante

sua trajetória no ensino presencial, com certeza facilitará seu trabalho no ensino a

distância, desde que estes professores se adaptem as características dessa nova

modalidade de ensino, não se apegando a vícios e comportamentos não

compatíveis com a mesma.

O professor no ensino a distância deverá assumir o papel de

motivador, mediador e não apenas o de transferidor de conteúdos, o que muitos

vezes se verifica no ensino presencial. Aqui ressaltamos Azevedo (2002b) quando

aponta a necessidade de profissionais capazes de atuarem como animadores de

comunidades virtuais de aprendizagem colaborativa, e ainda mobilizar alunos para a

interação com outros alunos e seus professores.

A questão que discutiremos a seguir diz respeito as semelhanças e

diferenças existentes entre o EaD e o ensino presencial Perguntamos aos

pesquisados quais são, na opinião deles, as semelhanças e as diferenças entre as

duas modalidades de ensino. Apresentaremos no Quadro 3 a opinião dos

respondentes, exatamente como nos foram enviadas, para que possamos observar

os pontos comuns de uma forma geral, que ao nosso ver, enriquece a análise.

Entre as semelhanças podemos notar que algumas dizem respeito

ao conteúdo, a necessidade de comprometimento e responsabilidades. Percebemos

que, na opinião de alguns dos respondentes, tanto no ensino presencial quanto no

EaD o professor deve preocupar-se com o planejamento das aulas e das atividades

a serem desenvolvidas, bem como com a preparação dos conteúdos que precisam

dar conta do que é proposto pelo curso e ainda atender a expectativa dos alunos.

33

SEMELHANÇAS DIFERENCAS

as semelhanças são mais no sentido de dedicação eseriedade quanto ao trabalho desempenhado. porquena realidade as condições tanto dos alunos quanto dosprofessores são bastante diferentes.

pressupostos teóricos e metodológicos; didática -material didático e de apoio para os alunos - trabalhodireto com os tutores e troca de material;acompanhamento mais sistemático; outrosinstrumentos de trabalho nas aulas presenciais e outraforma de trabalhar os conteúdos; mais atenção eformas diferentes de avaliação; o aluno é maisestimulado a buscar o conhecimento; seleção maiscuidadosa do programa e conteúdo da disciplina...etc...

ambos podem promover educação de qualidade

no ensino a distância: ênfase ou exclusividade aoensino a distância; maior autonomia; flexibilidade dehorário; especificidade do material de apoio;diversidade de mecanismos de avaliação; menor tempopara conclusão dos estudos; o aluno não precisaafastar-se do trabalho ou do lar

sentir estar com os alunos, mesmo que virtualmente não estar com os alunos.papel do orientador ou professor; avaliação estudos individuais.

indicação de trabalhos; orientação à pesquisa

presença física do professor é importante, elahumaniza a relação professor/aluno; resposta imediataàs questões levantadas.

conteúdos; metodologias; objetivos; resultados;qualidade; cultural

espaço e tempo; clientela; estratégia e dinâmica deensino e aprendizagem; recursos (didáticos,pedagógicos); avaliações;

conteúdos; professor; alunostransmissão dos conteúdos deve ser mais dinâmica;interação professor/alunos; os alunos devem sentir apresença do professor.

objetivos a alcançar; aprendizagem do aluno envolvidonum curso; conteúdos a serem desenvolvidos, tem obom aluno e o displicente; exige responsabilidade dosenvolvidos

a questão da socialização- frieza nas relações; exigemuito mais dedicação, pois o envolvido é responsávelpela sua aprendizagem; disponibilidade de tempo; semcompromisso formal- isso eu acho um problema, pois oaluno costuma relaxar, deixar para depois. precisa termuito domínio próprio. necessidade de ferramentasespeciais para o desenvolvimento...

existem atividades que deverão ser cumpridas eavaliações de aprendizagem que garantam aaprovação em um determinado curso

relação professor/aluno, autonomia para o aluno,motivação do aluno, professor facilitador, cai oconceito de presença e nota...

ambas são parte do processo educacional. ambospodem tirar proveito das novas tecnologiaseducacionais

presencial é centrado no professor , a distânciacentrado no aluno.; material didático e de apoiodiferenciado (linguagem dialógica). o a distâncianecessita de tutores, centros de apoio (se for o caso nomodelo adotado). em EaD, geralmente o professor nãotem contato direto com os alunos.

necessidade de seguir um conteúdonecessidade de planejar o horário do seu estudo, tendoem vista que não terá um professor para delimitar oconteúdo no cotidiano.

necessidade do aluno no acompanhamento dasdisciplinas

necessidade da adaptação do aluno a nova forma deestudar.

aulas teóricas; retorno imediato do conteúdo aulas práticas; impossibilidade de acompanhamentoconstante nas atividades clínicas

vejo pouca semelhança. prefiro o presencialno ensino a distância o aluno não sente o cheiro doprofessor, e isso não é bom porque diminui a interaçãoprofessor/aluno

............ performances docente e discente; metodologia;sistemática de avaliação

conteúdo

diversas formas de avaliação; como contabilizar apresença ou participação; metodologia diversa;acompanhamento do aluno; relação com o aluno;relação com o espaço e tempo

as aulas devem ser bem preparadas, o domínio doconteúdo também é relevante, a clareza na explanaçãoe nas atividades de fixação

a não presença dos alunos causa um certodesconforto, porque ao invés de olhar para os olhosdeles, o alvo acaba sendo a lente de uma câmera e umlimite de espaço para que se possa se deslocar.

Quadro 3 – Semelhanças e diferenças entre o EaD e o ensino presencial

34

Os alunos também foram lembrados por alguns respondentes,

principalmente quanto a necessidade de desenvolver atividades de fixação e

avaliação para sua aprovação no curso, que é comum tanto no EaD quanto no

ensino presencial. Um dos respondentes destacou que nas duas modalidades de

ensino existirão os alunos dedicados e os displicentes. Na nossa observação como

aluna/pesquisadora desta modalidade de ensino podemos constatar que os

displicentes, ao contrário do ensino presencial, não conseguem acompanhar de

forma a concluir o curso a distância.

Gostaríamos aqui de destacar a importância do aprendizado

independente no EaD, pois o aluno displicente terá maiores dificuldades para

desenvolver e concluir seus trabalhos. O aluno capaz de aprender de maneira

independente, com certeza terá um desempenho muito melhor no EaD, e isso

facilitará seu aprendizado contínuo. O incentivo para que o aluno aprenda a estudar

de maneira independente deve sempre estar presente nos cursos a distância

(GIANNASI, 1999).

Quanto as diferenças apontadas pelos respondentes destacamos as

novas formas de trabalhar os conteúdos, a metodologia, as avaliações e as

dinâmicas de ensino e aprendizagem; e ainda, a flexibilidade de horário,

característica do EaD, as diversidades de instrumentos e ferramentas de trabalho, as

especificidades do material de apoio; a autonomia dos alunos no EaD; e a relação

professor/aluno.

Essas diferenças nos remetem a necessidade de um professor mais

dinâmico no EaD, que deverá adotar um novo perfil para atuar nesta modalidade de

ensino e consequentemente terá um novo papel a desempenhar. Para Ramal (2002,

p.1):

35

Esses novos papéis vão exigir mudanças nos cursos de formaçãodocente, abertura permanente ao novo, visão crítica na seleção dasinformações, sintonia com os desafios de cada momento e atençãoconstante aos processos educativos, tanto quanto aos resultados.

Surge agora uma necessidade de modificação da concepção do

trabalho do professor, “mais focalizada no processo de gestão da aprendizagem de

seus alunos e na dimensão do papel da escola” (RAMOS e VALENTE, 2001).

A autonomia dos alunos também é um ponto que merece destaque

no EaD. É preciso respeitar a característica individual de cada um e mais que isso,

ter habilidades para trabalhar com elas. Para Nunes (1998, p.8) “[...] ‘aprender a

aprender’ constitui um recurso especialmente importante para o estudante a

distância e é deste ponto que seu desenvolvimento deve ser impulsionado neste tipo

de ensino”. Mais uma vez fica claro o novo papel do professor nesta modalidade de

ensino, pois ele deverá estar preparado para incentivar e criar situações em que o

aluno sinta-se a vontade para desenvolver suas atividades de maneira

independente.

No entendimento de Belloni (1999, p.86):

[...] embora já não ocupe sozinho o centro do palco, o professorcontinua sendo essencial para o processo educativo em todos osníveis, [...], e que suas funções – ainda que multiplicadas etransformadas – continuam indispensáveis para o sucesso daaprendizagem.

Quando questionados se o professor que atua no ensino presencial

está capacitado para atuar no ensino a distância, dez dos pesquisados afirmam que

não e justificam suas respostas dizendo que para atuar no EaD o professor deve

antes superar alguns preconceitos, equívocos e distorções (palavras de um dos

pesquisados) que ainda permeiam as discussões nas comunidades acadêmicas

sobre o ensino a distância; no EaD alguns conceitos desaparecem, pois os canais

de comunicação são diferenciados; a postura do professor deve ser diferente da

36

adotada no ensino presencial; é preciso que o professor assuma uma nova forma de

educar; a preparação do material didático e o planejamento do conteúdo devem ser

de acordo com o tempo que o aluno tem para estudar; e, na opinião da maioria, a

metodologia, a relação pedagógica, e a sistemática de avaliações são diferentes.

Dois pesquisados opinam que o professor que atua no ensino

presencial está capacitado para atuar no ensino a distância, desde que seja mais

dinâmico e se comunique bem; um é de opinião que o professor está capacitado,

mas não habilitado, devido a dinâmica diferenciada no EaD. Um dos pesquisados

não respondeu a questão; dois disseram que alguns são mais competentes no

ensino presencial e outros no EaD, depende do preparo do professor; um opina que

para atuar no EaD o professor deverá rever sua metodologia, sua postura frente ao

aluno e o seu papel na relação professor/aluno.

Pelas respostas acima podemos observar que aqueles que opinam

que o professor que atua no ensino presencial está capacitado para atuar a

distância, condicionam suas respostas a necessidade de mudanças e adaptações

quanto a postura, relação professor/aluno, metodologia. Ou seja, eles admitem que

o professor deve ser preparado e estar capacitado para atuar no EaD, não basta ser

uma bom professor no ensino presencial. Não se transferem automaticamente as

habilidades de uma modalidade para a outra.

Essa observação pode ser confirmada ao analisarmos a próxima

questão, qual seja: Quem atua no EaD deve ser capacitado para tal?

Ao fazermos este questionamento, todos afirmaram que o professor

para atuar no EaD deve ser capacitado para esta modalidade de ensino. As

justificativas utilizadas nesta questão foram as mesmas da questão anterior,

37

comprovando que a maioria dos professores que atuam no ensino a distância

considera importante a capacitação específica para o EaD.

Essa conscientização por parte dos professores que atuam no EaD

é bastante satisfatória, uma vez que esta modalidade de ensino tem características

diferentes do ensino presencial. Por isso o professor para atuar a distância deve

também possuir características e habilidades diferentes dos que atuam no ensino

presencial. Além de habilidades quanto a utilização das novas tecnologias, é preciso

criar metodologias que atendam as necessidades dos cursos a distância e que

possibilitem aos alunos participarem das atividades e assimilarem o conteúdo de

acordo com o tempo disponível para seus estudos. O professor no EaD deve ser

também um animador, um motivador durante as aulas, pois ele, como já destacamos

é o maior responsável pelo sucesso dos cursos ministrados nesta modalidade de

ensino. No EaD é preciso saber dividir as responsabilidades com os participantes

(PALLOFF e PRATT, 2002)

Outra característica do professor no EaD é que este deve ter

disposição para trabalhar em equipes multidisciplinares. O apoio de profissionais de

diversas áreas do conhecimento contribui para que um curso ministrado a distância

tenha um melhor desenvolvimento. Um ótimo exemplo disso é que os cursos

ministrados via Internet, objetos desse estudo, que não funcionam sem uma boa

estrutura de informática. O profissional não pode mais ficar preso numa área

específica de conhecimento, e ainda, o EaD requer um trabalho interdisciplinar, entre

outros, educadores, comunicadores e especialistas em informática (JAEGER e

ACCORSI, 2002; MININNI-MEDINA e LUZZI e LUSWARGHI, 2002).

Dowbor (1998, p.4) destaca a necessidade de “[...] repensar de

forma mais dinâmica e com novos enfoques a questão do universo de conhecimento

38

a trabalhar: ninguém mais pode aprender tudo, mesmo de uma área especializada”.

Ainda segundo este autor, “a comunidade não se desenvolve ‘por disciplinas’, e sim

busca o seu desenvolvimento integrado”.

Procuramos também identificar quais as dificuldades encontradas,

pelos professores pesquisados, ao atuar no ensino a distância. Um não respondeu a

questão e um afirmou não ter dificuldades de atuação nesta modalidade de ensino.

Quatro dos respondentes apontaram, respectivamente: a falta de preparo das

instituições; a resistência acadêmica; o tempo como sendo insuficiente para

transmitir os conhecimentos; e, as próprias instituições de ensino privadas, que

preferem manter o mercado escolar tradicional. O que atualmente, ao nosso ver, não

corresponde a realidade.

Dois dos respondentes sentem-se despreparados para atuarem

como professores no ensino a distância. Dois dizem ter dificuldades quanto a

avaliação dos alunos que participam dos cursos a distância, para um destes a

avaliação no EaD é muito impessoal o que torna o processo complicado.

Paloff e Pratt (2002, p.176) ao analisarem a avaliação no EaD

afirmam:

Se os professores determinarem com sucesso as diretrizes e osresultados de aprendizagem, e também os critérios de avaliação dedesempenho do aluno, será relativamente fácil estabelecer umprocesso formativo de avaliação.

Esta afirmação nos faz acreditar que se o professor no EaD estiver

atento as características de seus alunos e ainda, conseguir fazer com que estes

reflitam sobre o processo de aprendizagem, a avaliação se dará de forma mais

confiável, pois os alunos perceberão que de nada adiantará “enganar” o professor.

Partimos aqui do pressuposto que o aluno no EaD deve ser mais maduro e

responsável e que o sucesso de sua aprendizagem depende muito destas características.

39

A relação com o aluno também foi um ponto destacado por alguns

dos respondentes, segundo eles: a interação entre professor-aluno no ensino a

distância é bastante diferente do ensino presencial; a motivação do aluno no EaD

depende da atuação do professor; e ainda, admitiram sentir uma certa insegurança

quanto a avaliação dos alunos em relação a sua própria atuação.

Os professores no EaD sentem-se mais “cobrados” pelos alunos, o

que pode ser considerado um ponto positivo, porque o aluno passa a ser agente da

sua própria aprendizagem e por isso são mais exigentes em relação ao professor.

Esta cobrança dos alunos pode ser um dos motivos para que muitos professores

resistam ao EaD, pois nesta modalidade de ensino estarão diante de alunos mais

críticos, mais exigentes, mais senhores da situação, o que na maioria das vezes não

acontece no ensino presencial. Ter alunos que controlem o processo de ensino-

aprendizagem pode assustar professores, orientadores e tutores que atuam no EaD

e que antes atuavam no ensino presencial. Afinal sabemos que no ensino presencial

o professor está acostumado a ser o controlador, o “regente” de um grupo e no EaD

ele, além de orientar e controlar, deverá fazer parte do grupo, muitas vezes como um

ator coadjuvante.

A adaptação dos alunos no EaD foi apontada por cinco

respondentes. Os maiores problemas, na opinião destes, é que faltam aos alunos

maturidade, organização, autodisciplina e, ainda, enfatizaram que os alunos,

acostumados com o ensino presencial, não sabem trabalhar sem a presença do

professor.

Mais uma vez percebemos que a influência do ensino presencial

pode prejudicar o desempenho no EaD. Nesta questão os respondentes afirmam

que os alunos acostumados a trabalhar no ensino presencial, sob a orientação dos

40

professores, no EaD sentem dificuldades de trabalharem sem a presença dos

mesmos. Aqui gostaríamos apenas de fazer um questionamento: será que os

professores acostumados a trabalhar no ensino presencial, são capazes de afastar

os vícios adquiridos também nesta modalidade de ensino? Se pensarmos que estes

professores podem ter dificuldades quanto ao abandono dos vícios, podemos

concluir que professores que nunca trabalharam no ensino presencial terão mais

sucesso ao atuar no EaD. Mas esta é uma questão que ainda deve ser muito

discutida, pois não podemos fazer qualquer afirmação a respeito sem antes

analisarmos separadamente, professores que atuam no EaD sem antes ter atuado

no ensino presencial e professores que atuam no EaD e antes atuaram no ensino

presencial.

Outra dificuldade apontada por um dos respondentes, para atuar em

cursos a distância, foi a baixa qualidade do material de apoio; outro respondente

afirmou ter problemas para trabalhar com as dúvidas dos alunos e com o material

didático, mas não esclareceu quais são os problemas.

As duas grandes dificuldades apontadas pela maioria dos

respondentes foram o domínio das novas tecnologias e o preconceito que ainda

existe quanto a qualidade dos cursos a distância.

Quanto ao domínio das tecnologias, os principais problemas

apontados foram: falta de experiência no uso; acesso precário aos recursos

informacionais; dificuldades em dominar a tecnologia da informática e a Internet;

desconhecimento de programas e do funcionamento da máquina.

Um dos respondentes disse ter dificuldades em encontrar

profissionais capazes para desenvolver o site e orientá-lo quanto a utilização do

mesmo. Esta afirmativa nos causa estranheza, pois sabemos que o mercado está

41

repleto de profissionais capazes para atuar na realização de sites, como também

existem vários cursos de treinamento para utilização da Internet. Se este professor

atua em um curso ministrado a distância via Internet, ele deveria, no mínimo, saber

que uma das áreas do conhecimento que mais está se desenvolvendo nos últimos

anos é a informática.

O preconceito apontado pelos respondentes diz respeito a baixa

credibilidade e o descrédito dos cursos ministrados a distância. Na opinião de um

destes, para muitas pessoas o EaD é visto como uma forma de marginalização da

educação, por outro lado a opinião de outro nos parece justificar esta questão da

credibilidade e do descrédito dos cursos a distância, quando opina que isto se dá

pelo desconhecimento de bons cursos a distância, no nosso país.

A opinião dos respondentes sobre as vantagens do ensino a

distância, são bastante parecidas. A mais citada delas foi a democratização do

ensino. Segundo eles o EaD possibilita a um maior número de pessoas o acesso a

educação. E assim, muitas pessoas poderão retornar a escola, concluir seus

estudos, dar continuidade a eles, ou seja, o ensino a distância pode proporcionar

melhor qualificação profissional e maior possibilidade de inclusão.

O custo é considerado por grande parte dos respondentes como

uma vantagem do EaD. Apesar de não ser essa a realidade no Brasil atual, eles

acreditam que a mensalidade dos cursos a distância podem ser menores que a dos

cursos presenciais, sendo este um dos fatores que podem tornar esta modalidade de

ensino mais democrática e acessível a todos os níveis da sociedade. Lembram,

ainda neste contexto, que os gastos com transportes e hospedagem poderão ser

reduzidos. Nesse sentido observamos que a relação custo-benefício é bastante

significativa.

42

Segundo os respondentes o EaD possibilita a interação e a

integração entre pessoas de várias regiões do país, o que na nossa avaliação é um

ponto extremamente positivo, principalmente no Brasil, um país que possuí grandes

dimensões geográficas, e nem sempre é possível à profissionais que atuam na

mesma área de conhecimento interagir entre si, devido a distância. Elimina desta

forma os vícios endogênicos.

Na opinião dos pesquisados, o ensino a distância possibilita a

cooperação, o intercâmbio cultural, a socialização do conhecimento e, ainda,

estimula o uso de canais de comunicação diferenciados e colaborativos.

Compartilhamos com essas opiniões não só devido às nossas experiências como

aluna/pesquisador, mas também pelo observado na literatura.

Outra vantagem apontada por vários dos respondentes é a

flexibilidade do tempo. Alunos que participam de cursos a distância podem organizar

seus próprios horários, de acordo com suas atividades e necessidades. Neste

contexto ressaltamos a importância da determinação, da disciplina, da rotina e da

responsabilidade dos alunos, pois, como já comentamos anteriormente, o aluno no

ensino a distância deve se adaptar as novas características desta modalidade de

ensino com maior independência. No EaD, o professor não estará cobrando

presença nas aulas da mesma maneira que no ensino presencial tradicional, mas

sim na realização de atividades. Reforçamos aqui, a capacidade para a auto-

aprendizado independente.

Com isso, finalizamos nossa análise e passaremos às

considerações finais.

43

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa possibilitou-nos observar e confirmar a importância da

capacitação do professor no EaD, e consequentemente o papel do professor nesta

modalidade de ensino. Percebemos que os professores que atuam nesta

modalidade de ensino estão conscientes da necessidade desta capacitação, pois

ainda são muitos os problemas encontrados por eles para ministrar essa aulas.

Verificamos que existe uma carência bastante significativa de

educação continuada para capacitação em EaD entre os pesquisados. Diante disso

destacamos a importância da continuidade do ensino, não só no EaD, mas em todas

as áreas do conhecimento.

Apesar da maioria dos professores, tutores e orientadores que

atuam no EaD estar consciente da necessidade de capacitação para atuar nesta

modalidade de ensino, muitas vezes o que esses atores consideram capacitação

pode não ser a maneira adequada de fazê-la. Algumas atividades apontadas por

eles como meio de capacitação, no nosso entendimento, é apenas uma

complementação, muito importante no processo, mas não a única.

Outros pontos que consideramos importantes ressaltar são as

experiências e os conhecimentos adquiridos pelo professor durante sua trajetória no

ensino presencial, que poderá ou não ser um facilitador de seu trabalho no EaD. O

que definirá se as experiências e conhecimentos adquiridos no ensino presencial

será um facilitador ou um complicador para sua atuação no EaD é a sua capacidade

de adaptação as novas características de ensino. No nosso entendimento, muitas

vezes, estas adaptações não são simples e demandam dos professores, tutores e

44

orientadores, que pretendem atuar nesta nova modalidade de ensino, muita

determinação e dedicação.

Constatamos, segundo opinião dos respondentes, que o professor

que atua no ensino presencial está capacitado para atuar a distância, desde que

esteja disposto a mudanças e adaptações quanto: a postura, a relação

professor/aluno, e ainda quanto a metodologia. E mais, que não basta ser um bom

professor no ensino presencial, pois as habilidades não se transferem

automaticamente de uma modalidade para outra.

Consideramos bastante satisfatória esta conscientização por parte

dos respondentes, pois o EaD tem características diferentes do ensino presencial e

por isso o professor para atuar a distância deve também possuir características e

habilidades diferentes dos que atuam no ensino presencial.

Entre as características do professor no EaD destacamos a

capacidade e disposição para trabalhar em equipes multidisciplinares, o que nesta

modalidade de ensino é imprescindível, uma vez que para um curso ser ministrado a

distância, profissionais de várias áreas do conhecimento devem trabalhar em

conjunto.

A avaliação nos cursos a distância, também nos pareceu ser uma

preocupação dos professores. Mas como já destacamos anteriormente, o professor

poderá integrar o aluno ao processo e assim fazer com que a avaliação aconteça de

maneira satisfatória tanto para o aluno quanto para o professor.

Alguns dos problemas como, a interação professor-aluno, a

utilização das novas tecnologias e o descrédito do EaD, apontados pelos

professores que atuam na modalidade a distância, merecem destaque. O professor

do ensino presencial esta acostumado com alunos, que no seu entendimento,

45

podem ser conhecidos através de uma convivência diária; o que no EaD nem

sempre é possível e, por isso, encontram dificuldades para manter uma relação

direta com o aluno.

Outro ponto é que o professor está acostumado a dar aulas em que

ele ensina e o aluno aprende, num horário e espaço pré-determinados. No EaD o

tempo e o espaço são diferentes, e ainda as características dos alunos também se

diferem das características dos alunos de cursos presenciais; o professor deve estar

preparado para criar situações e estimular o aluno a aprender a aprender, é preciso

que o aprendizado independente seja estimulado, pois o EaD não permite mais

alunos dependentes única e exclusivamente da presença do professor. No EaD o

professor deverá ser capaz de estimular em seus alunos a capacidade de aprender

de forma independente, respeitando suas características individuais e ainda, ter

habilidades para trabalhar com elas.

Neste contexto destacamos a importância de um professor que

assuma o papel de motivador, mediador e animador das aulas ministradas a

distância. Um professor, no EaD não poderá mais ser apenas um transferidor de

conteúdos, o que muitas vezes se verifica no ensino presencial.

Quanto a utilização das novas tecnologias, percebemos que falta

treinamento e, na nossa opinião, falta interesse por parte de muitos deles. Sabemos

que nem todos têm acesso as novas tecnologias e vários são os fatores que

impossibilitam teoricamente este acesso. Dizemos aqui teoricamente por um simples

fato: a população alvo desta pesquisa constitui-se de professores que atuam em

cursos a distância via Internet. Uma vez que ministram aulas via Internet, esses

professores já têm contato com essas tecnologias, portanto basta apenas um pouco

mais de dedicação e interesse quanto a utilização dessa nova ferramenta de

46

trabalho. Esta questão nos deixa uma dúvida: Será que não existe uma certa

resistência, por parte desses professores quanto a esta nova modalidade de ensino?

Eles mesmos citam o descrédito e o preconceito quanto ao EaD, e

alguns até citaram que o motivo é a baixa qualidade dos cursos oferecidos na

modalidade a distância. Podemos, através da literatura, constatar que a qualidade

de um curso a distância depende em grande parte da atuação do professor. Cabe ao

professor a responsabilidade pelo bom andamento de um curso a distância. Será

que não está na hora de assumirem este novo papel e enfrentarem a situação como

um crescimento profissional e mais, como um avanço no processo educacional?

47

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52

APÊNDICE

53

APÊNDICE A – Questionário Enviado aos Professores

54

Prezados(as) Professores(as):

Sou aluna do curso de biblioteconomia da Universidade Estadual de Londrina/

UEL e desenvolvo uma pesquisa sobre Educação a Distância como trabalho de

conclusão de curso. Gostaria de poder contar com a sua colaboração para que eu

possa dar continuidade a minha pesquisa, que tem como tema: A capacitação dos

professores que atuam em cursos a distância no Paraná.

Gostaria de salientar que a sua colaboração será de muita importância para a

pesquisa e que sem essa colaboração a mesma não será possível. Diante disso,

solicito que preencham o formulário abaixo e me envie.

Estarei a disposição caso precisarem de maiores esclarecimentos.

Muito Obrigada e um abraço!

Márcia Cristina Silva

QUESTIONÁRIO

1- Qual sua formação acadêmica?

2- Você atua ou já atuou no ensino a distância?

( ) Sim. Em que área?________________________________________________

( ) Não

2.1- Há quanto tempo atua no ensino a distância?

2.2- Qual(is) função(ões)/atividade(s) desenvolve ou já desenvolveu no ensino a

distância?

( ) professor ( )orientador ( )tutor ( )aluno outra(s).

Qual(is)_____________________________________________________________

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3- Você se capacitou para atuar no ensino a distância?

( ) Sim ( ) Não

3.1- De que maneira? Através de:

( )cursos ( )disciplinas ( )outra(s) atividade(s).

Qual(is)?____________________________________________________________

3.2- Na sua opinião, qual a importância dessa capacitação para o seu desempenho

no ensino a distância?

4- Na sua opinião, existem diferenças ou semelhanças entre o ensino presencial e o

ensino a distância? Cite as principais:

PRINCIPAIS SEMELHANÇAS PRINCIPAIS DIFERENÇAS

5- Na sua opinião, o professor do ensino presencial está capacitado para atuar no

ensino a distância?

( ) Sim. Justifique:___________________________________________________

( ) Não. Justifique:___________________________________________________

6- Antes de atuar no ensino a distância, você atuava no ensino presencial?

( ) Sim ( ) Não

7- Na sua opinião, quais as principais dificuldades encontradas ao atuar no ensino a

distância?

8- Na sua opinião, quais as principais vantagens do ensino a distância?

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9- Na sua opinião, quem atua no ensino a distância deve ser capacitado de maneira

diferente de quem atua no ensino presencial?

( ) Sim. Justifique:__________________________________________________

( ) Não. Justifique:__________________________________________________

10- Quais cursos, além de cursos de capacitação você já cursou na modalidade a

distância?

NívelNome do curso(s)/disciplina(s) Duração

EXT ESP T G PG

Níveis: EX= Extensão ES= Especialização T= Treinamento G= Graduação PG= Pós Graduação

11- Quais cursos pretende cursar na modalidade a distância?

NívelNome do curso(s)/disciplina(s) Duração

EXT ESP T G PG

Níveis: EX= Extensão ES= Especialização T= Treinamento G= Graduação PG= Pós Graduação