A beleza das opalas e o talento brasileiro - Taller Pürëm · Opala, Pedra Primeira de Pedro II...

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A beleza das opalas e o talento brasileiro

O Piauí é um Estado de singularidades. A nossa capital, Teresina, que tem o codinome de “cidade verde”, cada

vez mais se consolida pela expansão de setores como saúde, confecção e artesanato.

O artesanato piauiense é encantador aos olhos que apreciam a beleza do trabalho resultante de mãos que

tecem, moldam, entalham, trançam, bordam e lapidam na busca por dias melhores, exercitando o próprio dom.

A manifestação da opala no Piauí – pedra de reconhecida beleza e de grande variedade de cores

– é fator de regozijo não apenas nas localidades onde o mineral ocorre, Pedro II e Buriti dos Montes, mas em todo

o Estado, especialmente no coração de cada homem e cada mulher que por aqui habita.

A opala aliada a prata, ao ouro ou ao tucum é pedra de destaque. É motivo de orgulho para o nosso

artesanato. É beleza que ornamenta de um trabalho sem igual.

E é justamente essa beleza que está estampada em cada peça mostrada nesse catálogo o qual registra o

verdadeiro talento do Brasil.

Janeiro, 2007

Delano Rodrigues RochaSuperintendente do Sebrae no Piauí

Opala, Pedra Primeira de Pedro II

Quem vê uma opala pela primeira vez pode ter impressão de que não está enxergando muito bem, que seus olhos estão lhe pregrando uma peça, tal é o jogo de cores e transparências revelado pela luz que incide sobre ela. A pedra turquesa de repente emite um reflexo vermelho, passa para o azul profundo, fica transparente, se torna amarelada, lilás… Sim, existem opalas tão perfeitas, chamadas de extra, que carregam em si as sete cores do espectro luminoso. As mais simples, porém, podem ter apenas uma cor, ou menos transparências (chamadas leitosas), mas são sempre radiantes, até mesmo a rara – e valiosíssima – opala negra. A explicação para tamanho descalabro de luz e de cor está na composição deste mineral, um cristal que chega a ter 20 por cento de água em sua composição. As partículas minúsculas deste elemento é que permitem a formação do prisma que causa a refração da luz, da mesma maneira que gotas de chuvas permitem ao raio de sol “virar” arco-íris no céu.

Explicação nenhuma, porém, traduz o encanto que a opala carrega por seu brilho, sua transparência, pureza e impressionante diversidade de cores. Tão linda bruta quanto semi-lapidada, inteiramente lapidada ou mesmo nos mosaicos formados por pequenos estilhaços, resultado do trabalho hábil e preciso dos joalheiros da cidade de Pedro II, no Piauí. É lá que estão as jazidas desta gema, ainda pouco conhecida entre nós, brasileiros, mas muito procurada no mercado internacional, e considerada a pedra-símbolo da Austrália. Garimpeiros, lapidários e joalheiros formam a cadeia de produção destas jóias que combinam a pedra ao ouro, à prata e à singeleza do coco tucum, colhido nas palmeiras da região. Além do mosaico, formado por fragmentos, na jóias de Pedro II também se usa a pedra inteira e se faz o dublê, no qual se coloca uma “fatia” da parte luminosa da sobre uma base feita com a porção mais bruta (e escura) que a compõe. Mas, como a criatividade humana pode ser tão inesperada quanto os reflexos da luz sobre a opala, esta produção não precisa ficar limitada a uma tradição feita pelos próprios artesãos – como, por exemplo, usar sempre uma base escura para compor os mosaicos.

A coleção Opala, Pedra Primeira de Pedro Segundo apresenta aqui novas possibilidades de revelar um pouco mais da pedra que parece um pedaço de luz colorida arrancada das entranhas da terra. Combina novas formas e utilizações com as feições desta pequena cidade garimpeira no interior do Piauí: o próprio coco tucum, a forma da folha de carnaúba, da borboleta, da flor, a gota d’água, o mosaico, o dublê, lapidações variadas, a prata, formas geométricas e até uma flor chamada Brasil compõem anéis, brincos, pingentes, broches, colares e outras peças que surpreendem, encantam e despertam a vontade de ter nos dedos, nos punhos, no colo, enfeitando as próprias mãos ou aquelas de quem se quer ver ainda mais bela.

Por trás da jóia, por baixo da terra

A pedra que reluz, solitária, no engaste perfeito do anel carrega uma história e traçou um caminho difícil de imaginar, diante da jóia pousada na maciez do estojo, sob as luzes da vitrine em que se expõe. Antes de chegar à lapidação e à joalheria, a opala precisa ser achada pelos heróis desta história: os garimpeiros de Pedro II. São cabras destemidos, que não hesitam em descer quase vinte metros num poço terra a dentro à procura do veio luminoso encravado na argila, ou passar o dia sob o sol do sertão vasculhando, peneirando, lavando rejeitos (terra, pedra, cascalho) da mina, em busca dos preciosos fragmentos da opala.

Quase todos garantem que o grande barato é encontrar a pedra, melhor que vender, ganhar e gastar o dinheiro. E são pessoas que dependem da atividade para pagar as contas do dia-a-dia, encher a panela da família, a maioria alternando o garimpo no verão (época da estiagem) com a lavoura no inverno (período chuvoso). Mas se rendem ao prazer e ao fascínio de desbravar a terra em busca da preciosa pedra.

Na maioria das vezes, nem é possível saber ao certo o valor de uma opala ainda bruta. Ao ser quebrada, ela pode se revelar muito melhor do que aparenta, ou então decepcionar as expectativas, o que torna a venda uma loteria. Mas eles não parecem se importar com estes e outros riscos, comparando o trabalho na mina a um jogo – como tudo na vida, dizem.

Pedro II foi fundada em 1851, com o nome de Pequizeiro, mas a opala só seria encontrada 100 anos depois, no final da década de 50. Pelo menos é o que contam os mais velhos garimpeiros e lapidários, alguns ainda na ativa.

São muitas as versões para a descoberta da primeira destas pedras: um cara estava caçando um peba (tatu) e enfiou a mão na toca do bicho, onde encontrou uma opala; outros garantem que foi um lavrador, que desenterrou uma gema ao preparar a roça para plantar mandioca; outros dizem que foi um cachorro perseguindo um preá, ou, ainda, alguém que fincava a cerca no chão, ou abria um buraco para plantar uma bananeira, e por aí vai.

Muita água rolou, muito se escavou, se achou, vendeu e perdeu opala nestes quase 50 anos.

A organização dos trabalhadores do garimpo, porém, na Coorperativa de Garimpeiros de Pedro II, criada há cerca de 5 anos, reduziu as incertezas, conforme explica um dos fundadores e presidente da COOGP, Antônio Sepúlveda Almendra Sobrinho, o Toninho: “O garimpo é uma aventura, um vício que a gente nunca quer abandonar, mas, com a formação da Cooperativa, passamos a ter mais controle da garimpagem e eliminamos os atravessadores”, comemora, esperando que cada vez mais garimpeiros se tornem cooperados (hoje são cerca de 80).

Relatos de opalas de 4 quilos, pedras de qualidade superior que permitiram a compra do terreno e a construção da casa rendem horas de conversa com os garimpeiros de Pedro II, assim como os casos fascinantes que todos contam e que se equilibram no limiar da realidade. A maioria garante que já viu o acender de fogos durante a noite, que se apagam sozinhos, da mesma forma que incandesceram, e juram: pode cavra no local onde a chama ardeu que vai ter opala. Engenheiros e técnicos da área de mineração e geologia sorriem, céticos, diante destas histórias, assim como todos que ouvem os casos de assombrações que habitam as minas, revelando-se nas raras noites em que é preciso dormir no local para vigiar. Verdade ou não, esta magia associada ao garimpo da opala serve apenas para tornar ainda mais fascinante e misteriosa esta gema de múltiplos brilhos e cores.

Serviço de Apóio às Micro e Pequenas Empresas do Piauí

– SEBRAE / PI

Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do

Sebrae no Piauí

Diretoria ExecutivaDiretor Superintendente

Diretor TécnicoDiretor Administrativo-

Financeiro

Equipe TécnicaGerente do Escritório Teresina

Gestora do Artesanato Unidade de Teresina

Entidades

Contatos

Av. Campos Sales, 1046, Centro, Teresina / PICEP.: 64.000 - 300

Ulysses Gonçalves Nunes de Moraes

Delano Rodrigues RochaMário José Lacerda de MeloEvandro Cosme Soares de Oliveira

Carlos Jorge Gomes SilvaRosa de Viterbo Cunha

AJOLP – Associação dos Joalheiros e Lapidários de Pedro IIEndereço: Rua Pres. Vargas, 546 – centro CEP 64.255-000 Pedro II – PICOOGP- Cooperativa dos Garimpeiros de Pedro IIEndereço: Av. Cel. Cordeiro, 703 – centro CEP 64.255 – 000 Pedro II – PI

Rosa de Viterbo CunhaTel.: (86) 3216-1341Juscelino Araújo SousaTel.: (86) 3271-1559Marcelo Gonçalves Nunes de Oliveira Morais - Tel.: (86) 3216-1315

Coordenação

Design de jóias

Produção executiva

Texto

Direção de Arte

Fotografia Estúdio

Fotografia Externa

Projeto Gráfico e Diagramação

Renato Imbroisi

Gabriela Ricca Weber

Ângela Klein

Maria Emilia Kubrusly

Mônica Severo

Nicolau El-moor

Rodrigo Viana

Mônica SeveroJoão Filipe de Souza Campello

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