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por Sarah Mund, de Los Angeles*

Laura Dern e Mike White falam da nova temporada deEnLightEnED e da personagem que ele criou para ela – que,

para nossa sorte, é bem diferente da atriz na vida real

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TTodo Trabalhador assalariado já Teve aqueledia em que sentiu vontade de jogar tudo pro alto no serviço.Mas para a maioria das pessoas basta uma pausa estratégica nobanheiro, um café, um cigarro, ou até mesmo um chocolatepara que os ânimos se acalmem e a rotina seja retomada. só quecom amy jellicoe, personagem de laura dern em enlightened,as coisas não foram tão fáceis. a primeira temporada começoucom ela tendo um verdadeiro chilique no escritório da empresaonde tinha uma carreira de sucesso e, com isso, mandando porágua abaixo sua reputação e cargo.

depois de uma temporada no havaí para um tratamento alter-nativo que a deixou endividada, a personagem retornou queren-do mudar as pessoas ao seu redor e o mundo. não demora muito

paraeladescobrirqueissonãoacontecenumestalar de dedos e ficar à beira de um novoataque de nervos. ainda bem que a atriz, aocontrário de sua personagem, chegou paraa entrevista serena e bem-humorada. “Para

mim é glorioso ver uma mulher que não tem um bom empregoou casamento demandar que a escutem, ainda mais quando elaacaba fazendo tudo errado”, revelou a atriz, que tem no currículofilmes tão díspares quanto Jurassic Park e império dos sonhos.“averdade é que provavelmente tenho mais em comum com a amydo que eu gostaria de admitir. Mas admiro até mesmo suas quali-dades que não tenho e nem gostaria de ter.”

no segundo ano, ela vai ter o primeiro sucesso em sua em-preitada por um mundo melhor ao denunciar irregularidades daempresa. e ela só teve acesso a essas informações ao ser realo-cada para uma área na qual apenas funcionários-problema sãotransferidos. já dizia o ditado: depois da tempestade vem a bo-nança. Pena que conhecendo a amy criada por Mike White (atore roteirista de escola do rock) dá para imaginar que a boa fase nãodurará muito. “Todo mundo conhece aquela pessoa do serviçoque é considerada uma piada. acho interessante tentar entendero que se passa na cabeça dela”, explicou White. Momentos iluminados – 1•Uma das vezes em que Amy (Laura

Dern) confronta o ex-marido (Luke Wilson) sobre o uso de drogas;2•Laura Dern provando que não se parece com sua personagem nolançamento da série; 3 e 4•Mike White dirigindo e atuando na série;5•Laura Dern e sua estatueta do Globo de Ouro de melhor atriz;6•Com atitude de Amy ela se destaca no meio corporativo

agora, depois de finalmente encontrar um novo interesseamoroso, interpretado por dermot Mulroney (O Casamentodo meu melhor amigo), o ex-marido de amy (luke Wilson)decidiu se internar para tratar o vício em drogas, deixando-aainda mais confusa com relação a seus sentimentos. outraadição para o elenco é a comediante Molly shannon (satur-day Night Live) no papel de assistente de um dos diretores daempresa que amy denunciou à polícia. ela também irá se en-volver com o solitário Tyler, papel de White – além de escre-ver o script e atuar, ele dirige episódios da série. Para compli-car a vida emocional, seu relacionamento com a mãe, vivida

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As pessoas até me falaramque fui corajosa em

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pela própria mãe da atriz na vida real, diane ladd, também nãoteve grandes avanços. “nós trazemos essa química de mãe e filhapara o programa. obviamente ela não queria que a vissem comouma mãe ruim, mas ainda assim adora interpretar alguém tãodiferente dela”, contou laura dern. Mas desafio maior ainda étambém atuar como produtora ao lado de White: “É difícil estarenvolvida desde o começo com opiniões que são respeitadas pelaequipe e de repente as mesmas pessoas pedirem para você apenasatuar. estou aprendendo a interpretar e ainda tomar decisões”.

Mesmo que a audiência nos eua não tenha batido nenhum recor-de, o Globo de ouro de melhor atriz que laura dern levou para casadeve atrair mais atenção do público para o que os críticos já consa-graram. “eu sinceramente não sei o que as pessoas querem assistir,só tentei fazer algo divertido e diferente do que já existe”, sintetizouWhite. “acho que os americanos são os últimos a entender a amy,porque na nossa cultura não estamos acostumados a personagensfemininas tão abertas emocionalmente. Com todos os estrangeirosque converso parece haver uma identificação no modo como ela épassional, enquanto aqui as pessoas param para me perguntar seela tem algum distúrbio ou se é bipolar”, analisou a atriz,* sobre opossível desinteresse do público dos eua pela série.

“nem pensei nos americanos, mas espero que tanto eles quan-to o público internacional possam se identificar com os temasexistenciais de uma mulher que procura algo além de trabalho erelacionamentos” falou White. “acho que em qualquer cultura écomplicado ver uma mulher com raiva, as pessoas não acham issoatrativo e até me falaram que fui corajosa em posar com uma carahistérica e a maquiagem escorrendo pelo rosto. eu acho divertidoe não sei se saberia dar vida a uma mulher que não fosse compli-cada”, completou. até porque, pensando bem, quem de nós podedizer que não é uma pessoa complicada?

* A jornalista viajou a convite da HBO

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