A AFETIVIDADE E O COMPANHEIRISMO NA CONVIVÊNCIA … · O processo ascendente de leitura alicerça...
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A AFETIVIDADE E O COMPANHEIRISMO NA CONVIVÊNCIA SOCIAL: UMA REFLEXÃO A PARTIR DA LEITURA
Rosângela Lúcia Mantovani
Resumo
Neste projeto pretende-se promover a leitura de diferentes gêneros textuais, envolvendo a temática das relações interpessoais, discorrer sobre a importância dos valores na escola e suas implicações para a formação dos alunos. Para tanto, apresentar-se-á, em primeiro lugar, e brevemente, os estudos teóricos referentes às concepções de linguagem e suas três formas: expressão do pensamento, a linguagem como instrumento de comunicação e como forma de interação. Em seguida, serão relatadas informações referentes à concepção da leitura em seus modos ascendente e descendente. Na seqüência, são dadas informações sobre a formação do leitor, discorrendo que o bom leitor é aquele que é capaz de se utilizar do texto em benefício próprio, de se apropriar de informações para aumentar o conhecimento do mundo que o cerca. E, finalmente, a leitura como mediadora das relações interpessoais no processo ensino e aprendizagem, que relata a importância da leitura como elo que une professor e aluno no enriquecimento mútuo no processo educativo para vivenciar, identificar e incorporar os valores que permitirão seu bom entrosamento no exercício das ações de solidariedade pessoal e social.
Palavras-chave; leitura – formação do leitor - relações interpessoais
Abstract
This project has for aim to promote the reading of different text types, involving the theme of interpersonal relationships, discuss the importance of values in school and their implications for the development of students. For this report to be first, and briefly, the theoretical concepts concerning language and its three form: expression of thought, language as a communication tool and as a means of interaction. Would then be reported information regarding the conception of reading in their ways up and down. Following are given information about the education of readers; discussing the good reader is one who is able to use the text for oneself, to appropriate information to increase awareness of the world around him. And finally, reading as a mediator of interpersonal relationship in the teaching and learning, which relates the importance of reading as a bond between teacher and student in the fertilization process for educational experience, identify and incorporate the values that will allow their good relationship in the exercise the actions of personal and social solidarity.
Keywords; reading; the reader training: interpersonal relationships
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Introdução
Problemas sociais – a desestrutura econômica, a falta de empregos, o
desinteresse quase que total por parte da juventude sem expectativa de futuro – têm
refletido e muito na estrutura familiar brasileira. O que era tradicionalmente passado
de geração em geração familiar, em nossa nova realidade, essa tarefa passou a ser
jogada como dever da escola.
E para que o educador possa ser um bom profissional e realizar essa nova
tarefa imposta a ele, necessita estar sempre bem informado e atualizado sobre os
novos estudos oriundos de sua profissão. Um bom professor, para aperfeiçoar a sua
atuação em sala de aula, tem grande necessidade de ler as novas literaturas que o
levem a um melhor desempenho. Com isso, ganha o aluno, por ter um educador
competente e atualizado, e ganha a sociedade, que será formada por cidadãos
críticos e sabedores de seus direitos e deveres.
Ao se interar sobre as novas leituras, o professor compreenderá que a leitura é
um processo interativo entre o texto e o leitor. Este leitor é perpassado por várias
ideologias incutidas no texto e que se juntam com suas próprias crenças e
conhecimentos. Esses conhecimentos se fundem com os saberes já existentes na
vida profissional do mestre, construindo, assim, um educador eficiente.
A eficiência individual do professor está centrada em estar sempre atualizado
sobre as novas literaturas e informações recentes sobre os mais variados temas e
também sobre o conteúdo específico de sua disciplina. Essa atualização pode ser
concebida através de fontes tecnológicas: via internet, televisão, rádio etc, ou pela
leitura: livros, jornais, revistas etc. Ao entrar em contato com essas novas
informações, o professor reterá para si o que há de melhor sobre o conhecimento do
mundo atual e passará a interagir neste mundo como ser pensante, atuante e
também como agente transformador.
Para agir como agente transformador e tentar mudar o que está falho no
ambiente no qual está inserido, o educador deve estar revestido de capacidades
intelectuais e também ter conduta embasada nos valores que poderão orientar o seu
aluno a uma possível mudança de comportamento.
É na escola que o indivíduo passa a ter contato com o outro e passa a
construir hábitos e valores que já deviam estar intrinsecamente retidos em sua
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personalidade. Não é culpa do educando essa falta de conhecimento e atitudes
louváveis e sim da desestrutura familiar que impera no meio social. Devido à
necessidade de sobrevivência, da incessável procura para ocupar um espaço na
sociedade dita civilizada, perdeu-se e muito os hábitos e valores simples de nossos
antepassados.
Os educandos, em sua maioria, vêm demonstrando falta de
companheirismo, respeito e uma grande tendência individualista, chegando a gostar
de ver um colega de classe em situações vexatórias. Uma das principais soluções
para este comportamento serão a aquisição e o desenvolvimento do hábito da leitura,
por meio da qual, cada aluno deverá assumir um novo modo de pensar e de agir
perante as pessoas que o rodeiam.
Partindo dessa premissa, este trabalho tem por meta despertar no educando o
valor de ser companheiro, demonstrar afetividade para com o colega e abrir seus
horizontes com a leitura prazerosa que resulta do tema proposto. Promovendo a
leitura de diferentes gêneros textuais, envolvendo a temática das relações
interpessoais, ele incutirá valores que mudarão seu comportamento e atitudes tanto
em sala como fora dela.
Ao despertar no aluno o gosto pela leitura, esse educando passará a refletir
sobre os conceitos apreendidos, colocará em prática o conhecimento adquirido
através de seus textos em outras áreas e relatos orais. Tomando a leitura como ponto
de referência, o aluno poderá se tornar um ser humano atencioso e respeitoso quanto
às qualidades e defeitos dos seres que o cerca.
1- Concepções de linguagem
Estudiosos do ensino da Língua Portuguesa, tais como, Perfeito (2005),
Travaglia (1976) apresentam três concepções de linguagem: a linguagem como
expressão do pensamento, como instrumento de comunicação e como forma de
interação.
A linguagem como expressão do pensamento remete à antiguidade, quando os
gregos criaram sua tradicional gramática. Segundo Perfeito (2005) “essa concepção
preconiza que a expressão é produzida no interior da mente dos indivíduos”
(PERFEITO, 2005, p.28). Ou seja, o ser humano é capaz de expor suas ideias
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através de linguagem articulada e organizada, que traduz o pensamento. No ensino
da Língua Portuguesa, ela se constitui no estudo das regras linguísticas tradicionais,
a chamada gramática normativa.
Assim sendo, o texto usado com a intenção de comunicação não depende
para quem fala, em que situação se fala, para que se fala (Travaglia,1976, p.22). Ele
é usado somente para realizações de exercícios estruturais da língua normativa. A
leitura, de acordo com Perfeito (2005): “continuava, basicamente, ensinada-aprendida
como um ato mecânico (a memorização e a combinação de letras e som)”
(PERFEITO, 2005, p.33). Não havia interação entre autor/leitor/texto, somente a
decodificação dos signos.
A segunda concepção aborda a linguagem como instrumento de comunicação.
De acordo com Perfeito (2005), “a língua é vista a-historicamente, como um código,
capaz de transmitir uma mensagem de um emissor a um receptor, isolada de sua
utilização” (PERFEITO, 2005, p.33). Este código, a língua, deve ser dominado pelos
falantes para que aconteça a comunicação. O uso do código é uma atividade social,
que envolve ao menos duas pessoas e é importante que seja utilizado de maneira
preestabelecida para efetivar a comunicação.
Ao se considerar a língua como forma de desempenho dissociada do seu
contexto sócio-histórico, a linguagem acaba afastando o homem do seu contexto
social, limitando-se somente ao funcionamento interno da língua (Travaglia, 1976,
p.22). Esse funcionamento ocorre da seguinte maneira: o falante tem uma
informação, para enviá-la ao outro usa um código através de um canal. O outro
recebe os sinais decodificados transformando-os em mensagem: é a decodificação.
No ensino da Língua Portuguesa, a concepção da linguagem como expressão
do pensamento, norteou-se pelo estruturalismo da língua, com atividade para
internalizar a norma culta, usando as atividades com modelos para serem seguidos
pelos alunos. A leitura, de acordo com Perfeito (2005):
[...] é vista como extração de sentidos do texto, mas sob diferente perspectiva: a do estruturalismo. O texto é considerado o portador de sentidos. E o indivíduo deve partir do específico para o geral, ao proceder a leitura (PERFEITO, 2005, p.39).
De acordo com esta visão não era necessário interagir com o sentido do texto,
fazer inferências sobre o conhecimento que se possuía sobre o assunto em questão
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nem fazer a integração leitor/autor, mas somente responder questões cujas respostas
estavam explícitas.
A concepção de linguagem como forma de interação recebe esta denominação
devido ao trabalho conjunto realizado entre os indivíduos, pois eles não só traduzem
e exprimem seus pensamentos, mas praticam ações, agem e atuam sobre o
interlocutor, promovendo assim, a integração humana numa interação comunicativa,
plena de sentidos no contexto sócio-histórico e ideológico.
Na concepção da linguagem como interação, a leitura atua como co-produtora
de sentidos. O leitor tem o mesmo valor do autor e do texto. Conforme Perfeito (2005)
“o texto é uma potencialidade significativa, mas necessita da mobilização do universo
de conhecimento do outro – o leitor – para ser atualizado” (PERFEITO, 2005, p.55).
O leitor, ao fazer a leitura de um texto, preenche a grande amplitude de significados
deste texto com informações de sua vivência, sua história social e afetividade.
O ensino da leitura, na concepção interativa, está centrado no aluno-leitor, é
ele que vai dialogar com o texto, vai preencher as lacunas ocorridas durante a leitura
e fará as possíveis interpretações usando seu conhecimento de mundo já existente.
2- Concepções de leitura
O processo da leitura, em suas origens, era individualista e reflexivo. Hoje,
com o aceleramento da tecnologia, a leitura passou a ser consumida rapidamente
devido ao grande número de textos que surgem e se tornam ultrapassados com uma
velocidade espantosa.
Tradicionalmente, a leitura era concebida de modo ascendente. De acordo
com Colomer e Camps (2002), nesse método o leitor decodifica as palavras ou sinais
gráficos, verbaliza-os murmurando, escuta a pronúncia, percebe o significado de
cada unidade e faz a união para somar a outros até chegar a um significado total.
Nesse processo, somente ocorria a decodificação do texto, acreditava-se que o texto
possuía significado completo, não precisando do leitor.
O processo ascendente de leitura alicerça os métodos de alfabetização que
começam por letras, sílabas para se chegar às palavras; também está presente em
atividades de consultas em dicionários de palavras desconhecidas do texto, como
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também em leitura em voz alta para observar a entonação e fluência adequada da
leitura.
Uma outra visão no processo de leitura é o modo descendente, que, segundo
Colomer e Camps (2002), parte do raciocínio do leitor ao texto. Consente ao leitor
solucionar os múltiplos sentidos e escolher entre as diversas interpretações das
informações lidas. As informações não estão claras, é necessário que o leitor recorra
a seu conhecimento e visão de mundo para interagir com o conteúdo sócio-histórico
presente na leitura, e assim, construir sua interpretação individual do assunto lido.
No ensino de leitura pelo processo descendente, a ação está centrada no
leitor, em sua forma de interpretar o conteúdo proposto pela leitura. É o educando
que fará suas descobertas através do texto, cabe ao professor aceitar suas
interpretações, pois elas são reflexos de como o aluno entendeu a informação. Para
Menegassi (2005) “a maneira mais adequada de trabalho com os alunos é o
ecletismo teórico” (MENEGASSI, 2005, p.39), professor e aluno aproveitarão o que
se tem de melhor nos métodos de leitura e farão a interação entre leitura e texto.
Para que o leitor possa interagir com o texto, deve dialogar com o mesmo,
perceber que dentro desse texto estão inseridas diversas vozes sociais que
expressam seus conhecimentos, fazendo com que consiga compreender todas as
informações propostas pelo texto.
De acordo com Freire (1989):
A memorização mecânica da descrição do elo não se constitui em conhecimento do objeto. Por isso, isso é que a leitura de um texto, tomado como pura descrição de um objeto é feita no sentido de memorizá-lo, nem é real leitura, nem dela portanto resulta o conhecimento do objeto que o texto fala” (FREIRE, 1989, p.12).
Ao tomar um texto para a leitura, não se deve ter por objetivo sua
memorização e sim lê-lo com intenção de percebê-lo como um todo, esmiuçar seus
sentidos e integrá-lo com todo o conhecimento já incorporado anteriormente. A
verdadeira leitura abrange todo o universo de conhecimentos, expande ideias, une
convicções. Por isso a leitura de um texto não deve ser tratada com um único motivo
de decodificar suas palavras e frases, e sim explorá-lo até a sua última significação.
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3- Formação de leitor
O leitor é um indivíduo que faz uso de diversos tipos de literaturas. De acordo
com Lima (2003), “um bom leitor não é aquele que lê muitas vezes o mesmo tipo de
texto, mas aquele que lê diversos tipos de textos com certa profundidade” (LIMA,
2003, p.111). Ele é capaz de utilizar textos para seu próprio benefício, de se apropriar
de informações para aumentar o conhecimento do mundo que o cerca.
Segundo Azevedo (2001), “a leitura exige esforço, e o que é chamado prazer
da leitura é uma construção que pressupõe treino, capacitação e acumulação”
(AZEVEDO, 2001, p.38). Para ser um bom leitor, tem que se dedicar à leitura, criar
hábitos que o levem a querer entrar em contato com o livro sempre que possível. O
professor que quer formar seus educandos como leitores, precisa gostar de ler,
precisa ler muito e envolver-se com o que lê.
De acordo com Azevedo:
Leitores são pessoas que sabem usufruir os diferentes tipos de livros, as diferentes “literaturas” – científicas, artísticas, didático-informativas, religiosas, técnicas, entre outras – existentes por aí. Conseguem, portanto, diferenciar uma obra literária e artística de um texto científico; ou uma obra filosófica de uma informativa. (AZEVEDO, 2001, p.38)
O bom leitor é aquele que interage com todos os tipos de literaturas que o
universo das letras oferece. Ele é capaz de discernir as diferenças de estéticas e de
temas de cada texto lido. Além disso, consegue trazer para seu benefício próprio o
que de melhor a literatura lhe oferece.
O ato da leitura acontece em dois momentos: com a informação visual
(informação proveniente do texto) e a informação não-visual (conjunto de
conhecimentos do leitor). Segundo as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa
para a Educação Básica (2007), quando o indivíduo entra em contato com o texto ele,
automaticamente, segue as seguintes etapas de leitura:
MEMÓRIA: ao praticar o ato da leitura, o leitor é convocado a buscar em sua
memória todos os conhecimentos que já sabe sobre o assunto.
INTERSUBJETIVIDADE: o leitor interage não apenas com o texto, mas com as
vozes presentes no texto.
INTERPRETAÇÃO: é o resultado do ato da leitura, é a certeza de que o leitor
interagiu com as informações advindas do texto.
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FRUIÇÃO: é o prazer que permanece no leitor mesmo ao findar a leitura.
INTERTEXTUALIDADE: na ação de ler há o resgate do todas as referências
que o leitor tem em sua memória: palavras, sons, cores, imagens, vozes etc.
RETENÇÃO: é guardar na memória todas as informações relevantes para o
leitor.
Para Goodman (1987), “o que o leitor é capaz de compreender depende
daquilo que conhece e acredita a priori, ou seja, antes da leitura” (GOODMAN, 1987,
p.11-12). O mesmo texto pode ser lido por várias pessoas, mas cada uma vai ter
variações em sua compreensão, pois esta depende do conhecimento prévio que cada
um já traz consigo.
Segundo Azevedo (2001):
É importante deixar claro: para formar um leitor é imprescindível que entre a pessoa que lê e o texto se estabeleça uma espécie de comunhão baseada no prazer, na identificação, no interesse e na liberdade de interpretação. (AZEVEDO, 2001, p.39).
Ao acontecer a leitura, e para que ela se integre na vida do leitor, é preciso que
haja integração entre o leitor e o texto. Somente assim haverá a internalização da
informação, e possíveis interpretações que serão resgatadas para o entendimento de
futuras leituras.
Segundo Lajolo (1994), “a formação de um leitor exige familiaridade com
grande número de textos” (LAJOLO, 1994, p.108). Para que o indivíduo seja
caracterizado como leitor é necessário que ele tenha acesso a diversos tipos de
literaturas, que haja um ecletismo em seu repertório, para assim formar suas
opiniões, interagir com as diversas vozes sociais existentes e que vão se integrar aos
conhecimentos adquiridos através das diferentes leituras.
De acordo com Lima (2003), o leitor não só constrói significados por meio da
leitura, mas é construído por esses significados. Ao se apropriar das informações
contidas nas leituras, o leitor não só as compreende, mas também muda seu
comportamento através desta compreensão.
A leitura é importantíssima no currículo da escola: o aluno, para aprender a ser
capaz de exercer a cidadania, precisa ter em seu poder a linguagem literária, letrar-se
nela e tornar-se um usuário competente. A escola ao oportunizar a leitura para o
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educando formará um indivíduo capaz de atuar com competência e sabedoria na
sociedade em que vive.
De acordo com Lajolo (1994):
Numa sociedade como a nossa, em que a divisão de bens, de rendas e de lucros é tão desigual, não se estranha que desigualdade similar presidia também à distribuição de bens culturais, já que a participação em boa parte destes últimos é medida pela leitura, habilidade que não está ao alcance de todos, nem mesmo de todos aqueles que foram à escola. Mas ler é, no entanto essencial. (LAJOLO, 1994, p.106)
A diferença social em nosso meio é muito melhor observada dentro da sala de
aula. O desnível no âmbito da leitura é marcante entre os alunos. Os que têm uma
estrutura familiar melhor e uma renda relativamente boa, têm contato com o mundo
da literatura desde pequeno, seu aproveitamento e gosto pela leitura são superiores
àqueles cujos familiares não têm condições nem de comprar gibis. Quando os alunos
pobres entram em contato com a leitura, sua deficiência leva-o a ter receio da leitura
oral e passa a não querer ler, às vezes, nem para si mesmo.
É um quadro que precisa ser revertido, a leitura é muito importante e
necessária ao desenvolvimento pessoal e social do educando. Através do contato
com a leitura, o educando passará a formar opiniões próprias, poderá mudar suas
expectativas de vida tanto no seu meio familiar quanto no meio social em que vive.
A escola é que vai oportunizar ao aluno condições para que ele fique em
igualdade perante àquele que apresenta uma vida melhor estruturada, é ela é que vai
fornecer subsídios necessários para que o desnível literário deixe de existir. É
necessário que o educador oriente seu aluno de maneira que ele passe a gostar e se
interessar pela leitura, vê-la como forma de integração e mudança social.
4- A leitura como mediadora das relações interpessoais no processo ensino e aprendizagem
Todo ser humano, desde seu nascimento, gradativamente, assume
comportamentos perante a vida e estabelece relações sociais segundo os princípios
que regem a sociedade onde está inserido. Ao estabelecer contato com o mundo e
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com o outro, passa a construir sentidos, e estes sentidos tornar-se-ão bastante
amplos quanto mais houver interação com a leitura.
De acordo com Barros (2002),
[...] um dos grandes entraves na vivência dos seres humanos é o relacionamento com os outros e com o meio. Temos sido testemunhas e cúmplices da esmagadora individualidade, do culto do eu e do coroamento do ego (BARROS, 2002, p.4).
Esta individualidade é devido à vida corrida e o “cada um por si” que se vive no
mundo capitalista moderno. O ser humano sente necessidade de sobreviver em meio
a competição existente entre todos, ele se vê impelido a se tornar egoísta e calculista
para manter o que, supostamente, pensa ser o que é o melhor para si.
Partindo desse ponto de vista, cada educador tem uma maneira de se portar
diante de seus educandos, pois gestos, formas de falar e olhar, bons exemplos,
podem contribuir para o enriquecimento do processo de ensino e aprendizagem.
Segundo Costa (2008),
[...] o verdadeiro educador não pode contentar-se em ser apenas um conteudista, um transmissor de conhecimentos. Ele deve exercer uma influência positiva sobre os educandos e ser uma presença rica em significados (COSTA, 2008, p.33).
O professor é mais que um profissional transmissor de conhecimentos, ele é
também modelo para seus alunos através dos conceitos positivos em relação ao todo
que o cerca.
Segundo Bacha Filho (2005) “Se das coisas eu me apodero, com o outro eu
posso estabelecer um diálogo, no sentido mais profundo que essa palavra possa ter:
troca de experiências, enriquecimento mútuo por meio da comunicação” (BACHA
FILHO, 2005, p.37). É no diálogo entre professor/aluno que haverá uma melhor
interação para que possa ocorrer mudança de comportamento, a aquisição de
valores, a partilha do espaço comum de modo acolhedor.
Para criar um ambiente acolhedor, é preciso saber o que é a afetividade e por
que ela é necessária na formação de pessoas felizes, éticas, seguras e capazes de
conviver com os outros e com o mundo. Segundo La Taille (2005), “é tarefa do
professor ser justo e generoso com sua turma” (LA TAILLE, 2005, p.52). O educador
precisa ser seguro e rigoroso no ato de disciplinar seus alunos, mas sem perder o
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carinho para com eles. Se o professor incentiva o educando a expor seus
sentimentos, logo vê alterações significativas no seu comportamento, pois ele verá na
figura do professor alguém em quem ele pode confiar.
A maneira de como o educador vê o aluno é primordial para que a
aprendizagem seja bem sucedida. Para Vinha (2005), “a afetividade é a motivação
para com o conhecimento” (VINHA, 2005, p.55). Se houver uma troca de afetividade
entre educador/educando, o ensino e o aprendizado terão sucesso garantido, pois o
aluno estará estimulado a ter boa assimilação e o professor saberá que atitudes
tomar para chegar a sua meta.
O processo educativo acontece com base no enriquecimento mútuo que surge
entre educando e educador quando existe o mesmo interesse. Esse interesse é o de
construir o mundo e construir o mundo em si mesmo. Esse processo educativo, de
acordo com Costa (2008):
Deve ser estruturado e organizado como uma alternativa válida e capaz de possibilitar ao educando condição para vivenciar, identificar e incorporar, através de ações concretas, os valores que lhe permitirão encontrar-se consigo mesmo e com os outros no exercício das ações de solidariedade pessoal e social (COSTA, 2008, p.33).
A partir do momento em que o aluno começa a conviver com os que estão a
sua volta, passa a fazer parte de um meio social, ele sente a necessidade de pôr em
prática valores recebidos. Com essa integração com os demais passa a transformar
hábitos e atitudes tornando-se um ser humano melhor e mais enriquecido.
Para que haja tal enriquecimento, precisa haver um elo entre os participantes,
e este elo é a leitura. Leitura escolhida, propositalmente, para haver discussões que
estimulem e promovam mudanças de comportamento, resgate de valores esquecidos
e que devem nortear o horizonte do educando, fazendo-o um ser que valoriza o outro,
respeita o diferente, preserva o ambiente em que vive e principalmente ama a si
mesmo.
5- Relato da experiência e discussão
Nas primeiras ações do projeto, foram realizadas leituras de textos que
focalizaram temas que levaram os alunos a fazer reflexões para entenderem um
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pouco sobre si mesmos. A leitura do livro “Se ligue” em você 2 foi feita pelo professor
em duas etapas e a cada tópico relevante eram feitos comentários sobre o assunto.
Durante a leitura, houve participação dos alunos e também interesse em interagir
com o professor expressando suas opiniões sobre os tópicos levantados.
A poesia “Pessoas são dons” foi lida pelos educandos silenciosamente e o
professor realizou sua leitura oralmente. No momento em que o professor fez as
questões previamente organizadas, houve por parte dos alunos participação
excelente para a discussão do tema proposto. Percebeu-se que os alunos se
envolveram em relação ao assunto e entenderam a proposta, pois, respondiam às
questões com argumentos contundentes e relacionados com o assunto.
Aproveitando a semana da Páscoa, um grupo de alunos voluntários leu a
poesia à frente dos demais alunos da escola em uma comemoração organizada pela
equipe pedagógica.
A segunda ação realizada foi o trabalho com a parábola “O filho pródigo”, para
trabalhar o tema perdão. Cada aluno recebeu uma cópia da parábola impressa e leu
o texto silenciosamente. Alguns quiseram ler oralmente, sendo assim, cada um leu
um excerto do texto.
Houve participação geral na discussão sobre o tema. Os educandos
expuseram suas opiniões e foram sinceros quanto às atitudes que tomariam em
relação ao filho pródigo. O educador ofereceu subsídios, e trouxe para a sua vivência
fatos reais, explicando que esses fatos podiam acontecer com qualquer ser humano,
até a eles mesmos.
O tema trabalhado na terceira ação foi a humildade. Para ilustrar este tema, foi
escolhida a fábula o “Gato vaidoso”, de Monteiro Lobato. Cada aluno recebeu a
fábula recortada em tiras (essa metodologia de trabalho foi escolhida para que os
alunos se concentrassem na leitura e observassem como seria a seqüência da
história e a montassem de maneira que houvesse sentido, trabalhando assim,
atenção e leitura ao mesmo tempo). Os educandos leram as tiras silenciosamente
para poderem ordenar a sequência do texto, após terem formado o texto em sua
ordem direta foi feita uma leitura coletiva do texto completo.
Depois de feita a leitura, o professor dirigiu à classe questões que levaram o
aluno a pensar sobre a importância de serem humildes com os colegas, levou-os a
discernir que, ser humilde não é ser “bobo”, mas um vencedor.
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Na quarta ação realizada pelo professor, foi trabalhado o tema solidariedade e
reconhecimento com a fábula “O leão e o ratinho”, de Douglas Tufano. O educador
apresentou para os alunos a fábula ilustrada em sequência, formando, assim, uma
espécie de desenho animado de televisão.
Enquanto o educador contava a fábula, ia expondo as ilustrações. Os alunos
mantiveram atenção total no decorrer da história e participaram motivados das
questões propostas pelo professor para explorar os valores que continham o texto
exposto.
Na ação cinco, foi contado o conto de Oscar Wilde “O gigante egoísta”. Para
esta atividade o professor utilizou materiais tecnológicos (CD player, tv multimídia e
slides). Após a exposição do conto houve arguições para discutir a temática sobre a
bondade.
Houve uma organização prévia para a realização da quinta ação proposta. O
professor representou a história através de slides para serem usados através da tv
multimídia, trouxe o CD player para tocar música de relaxamento ao fundo e, assim,
criar um clima de paz e harmonia na classe. Os alunos ficaram em silêncio, prestando
atenção à história e acompanhando o avançar dos slides conforme o professor ia
progredindo na exposição do conto oralmente.
Após o educador contar a história aos alunos, foram dirigidas questões
reflexivas para que eles expusessem suas opiniões sobre o tema escolhido para esta
ação, “o egoísmo”.
Todos os alunos perceberam a importância de se repartir o que se tem com o
outro. Que não é só dar o que é material, mas sim, dar de si mesmo a amizade,
afetividade, carinho e também ajudar o outro quando este tem dificuldade nos
conteúdos que estão estudando.
Na sexta ação, foram trabalhados, através do conto “Bingo”, de Pedro
Bandeira, os valores sobre companheirismo, amizade e respeito. O professor separou
o conto em treze partes e repartiu a classe em treze equipes. Cada equipe leu
silenciosamente o seu texto, depois que eles leram seus textos silenciosamente,
quiseram lê-los oralmente para os colegas, a grande maioria fez questão de ler uma
parte. Conforme a leitura das partes ia acontecendo, o educador ia ressaltando aos
alunos a mudança ocorrida no personagem, sua coragem e persistência em lutar por
seus ideais e a importância de se aceitar o outro como ele é.
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Cada equipe (treze ao todo) recebeu uma cartolina e, em casa, como tarefa,
fez a ilustração da parte do conto que lhe coube para a socialização das atividades
com os demais alunos da escola.
A sétima ação foi o englobamento de todas as temáticas estudas utilizando
para isso, os recursos tecnológicos da sala de aula.
Os educandos assistiram ao filme “O irmão urso”. Enquanto os alunos
assistiam ao DVD, o professor ia fazendo observações sobre as atitudes das
personagens para que eles pudessem acompanhar a mudança de comportamento e
o porquê de determinadas atitudes.
Numa aula posterior, o professor dividiu os alunos em duas turmas para que
houvesse um debate seguindo a temática da ação: companheirismo – solidariedade –
amizade. Este debate teve por base perguntas previamente elaboradas e que foram
lançadas aos alunos para serem defendidas ou contrariadas de acordo com a
proposta sugerida.
Durante a exibição do filme “Lucas”, o professor ia levantando pontos
relacionados aos temas trabalhados em outras ações e mostrando as atitudes
positivas que o personagem tomava e a mudança de comportamento que ocorria com
ela na convivência com os outros personagens, tão diferentes de si mesmo.
Os alunos se identificaram com o protagonista da história, Lucas, e
perceberam que todos nós temos a tendência em descontar nos mais fracos as
injustiças que sofremos, chegaram a conclusão de que devemos lutar pelos nossos
direitos e conquistar nosso lugar na sociedade em que estamos convivendo.
O projeto “A afetividade e o companheirismo na convivência social: uma
reflexão a partir da leitura” foi aplicado na quinta série “C”, no período matutino da
Escola Estadual Agostinho Stefanello – Ensino Fundamental, situada no município de
Alto Paraná, no Noroeste do Paraná.
A série em que foram realizadas as atividades de implementação era uma
turma heterogênea com alunos nas mais variadas faixas etárias, inclusive, alguns
alunos estão fazendo a quinta série novamente. O perfil da turma era muito
apropriado para ser feito as atividades propostas: alguns alunos eram bastante
agitados, outros mais pacatos e uma minoria bastante tímida. Devido a essa grande
diferença individualizada, o trabalho se tornou mais importante, pois uma clientela tão
diferente em atitudes e comportamentos teria que conviver harmoniosamente entre si
para que a aprendizagem fosse realizada. Eles mesmos descobriram a urgência de
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que seria necessário um bom convívio harmônico para que houvesse sucesso no
processo do ensino e aprendizagem.
Sentiu-se a necessidade de resgatar entre eles os valores propostos, trazer de
volta o respeito à individualidade, do companheiro, aceitar o colega como é, ouvir
opiniões e aceitá-las, ter paciência quanto às diferenças intelectuais de cada um,
respeitar o tempo e o espaço do colega de classe.
Os alunos compreenderam todas estas questões levantadas e foram muito
receptivos quanto à participação no decorrer do projeto, gostaram de realizar as
leituras e deram suas opiniões relacionadas quanto aos temas estudados. A
participação coletiva foi muito boa, todos sempre tinham como respostas para as
discussões opiniões positivas. Sempre que havia algum atrito entre eles era só
conversar e relembrar sobre os valores estudados que os ânimos se acalmavam e a
aula prosseguia de maneira harmoniosa.
Por ser uma turma heterogênea e crianças de diferentes idades e formação
individual, nada mais natural que houvesse choques de opiniões e arroubos de
adolescentes. Todas essas atitudes foram contornadas pelo professor e tiveram
pontos muito positivos, pois eles aprenderam que devem respeitar a opinião alheia e
aceitá-la, mesmo que não vá ao encontro com a sua.
Uma cópia deste trabalho foi entregue para a equipe pedagógica no começo
do ano letivo. A orientadora leu e aprovou, pois, ele está em consonância com a
concepção do projeto político pedagógico da escola e vem de encontro com os novos
conceitos de conteúdos, não somente ensinar conteúdos científicos, mas também,
sempre que possível, resgatar junto com eles a importância do respeito, afetividade e
o companheirismo.
Na ocasião do Conselho de Classe, o professor explicou para os demais
colegas presentes o projeto e sua importância para o momento vivido pela escola:
alunos indisciplinados, violência verbal e, às vezes, corporal. Deixando bem claro que
o estudo realizado e suas tarefas preparadas são apenas uma semente plantada, é
um projeto que deve continuar sempre, os assuntos abordados devem ser sempre
lembrados, pois, assim, no futuro, teremos cidadãos sabedores de seus direitos e
respeitosos com os direitos do outro.
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5- Considerações finais
O aluno é um ser social por natureza, e, para que ele tenha vínculo com os
indivíduos que o rodeia, é necessário que ele tenha um comportamento afetivo que
faça com que ele se relacione bem e que se sinta incluído no meio em que vive.
Para que haja comportamento afetivo e companheirismo entre os educandos é
necessária a interação comunicativa entre eles. Essa interação só é conseguida
quando o aluno realiza ações, age e atua juntamente com o interlocutor, promovendo,
assim, a integração humana numa interação comunicativa plena de sentidos no
contexto sócio-histórico e ideológico.
A leitura é de vital importância para que ocorra a interação entre os
educandos. É ela que vai criar o elo entre o conhecimento intrínseco que o aluno já
possui e as informações historicamente produzidas pela humanidade contidas nas
diversas formas de exposições desses saberes: livros, jornais, revistas, internet, CD-
ROM etc.
É muito importante que o professor desperte no aluno o gosto pela leitura, pois
a leitura abrange todo o universo de conhecimentos existentes na humanidade,
expande idéias e une convicções. É imprescindível que o professor dê exemplos aos
seus educandos no tocante a adquirir o hábito de ler. O aluno deve sentir no
educador o quanto é bom e prazeroso ler os diversos tipos de textos existentes, e
construirá a consciência de que um indivíduo leitor é capaz de atuar com
competência e sabedoria na sociedade em que convive.
Com a postura de um leitor assíduo, certamente o professor conseguirá que o
aluno passe a utilizar textos para benefício próprio, seja capaz de se apropriar de
informações para conhecer e interpretar o mundo no qual está inserido e que mude o
seu próprio comportamento e atitudes tanto dentro de sua sala de aula como fora
dela. Ter, também, sempre em mente, que a leitura não deve ser tratada como motivo
único de decodificação de frases e palavras e, sim, que o aluno ao ler um texto possa
explorá-lo até a sua última significação.
O aluno-leitor descobrirá por si mesmo que as informações contidas no texto
não estão claras, expostas facilmente, é necessário que ele tenha sempre em mente
que é necessário que ele recorra ao seu conhecimento de mundo para interagir com
o conteúdo sócio-histórico presente dentro do contexto da leitura, a partir daí, ele vai
construir sua interpretação individual sobre o assunto lido.
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Para que este projeto tivesse resultados positivos quanto a uma possível
mudança de comportamento e resgate de valores que estivessem adormecidos no
interior dos educandos, o educador propiciou um ambiente em que imperasse o
diálogo entre professor/aluno, pois esta estratégia possibilitou à mudança de
comportamento, a aquisição de valores, a partilha do espaço comum de modo
acolhedor.
O aluno passou a se conscientizar de que o professor é mais do que um mero
transmissor de conhecimentos, que ele pode ver o educador como um orientador,
pois, através dos conceitos positivos que este professor demonstra no ambiente que
estão inseridos ele poderá ter parâmetros para construir o seu próprio
comportamento e atitudes em relação a sua vida futura.
Este ambiente acolhedor somente foi possível de acontecer devido ao bom
relacionamento entre educador/alunos formado basicamente com afetividade oriunda
de ambas as partes. O diálogo sempre foi ponto relevante para qualquer decisão
tomada entre todos. Sempre levando em conta o objetivo do projeto: a afetividade e o
companheirismo entre os estudantes tendo como base a reflexão a partir da leitura.
Outro ponto importante para que ocorresse de fato o sucesso do projeto foi o
professor ter em mente que seria o aluno quem faria suas próprias descobertas a
partir de sua leitura sobre o texto e que caberia ao professor aceitar as possíveis
interpretações e reflexões de como o educando entendeu o texto.
Um outro fator bastante relevante foi o despertar no aluno a consciência de
que, quando ele se apropriar das informações contidas na leitura dos vários gêneros
textuais, o leitor não só passa a compreender o sentido existente no texto, mas
também muda de comportamento através da compreensão. Pois o educando passa a
estabelecer contato com o mundo real e o mundo empírico, conseguindo assim
construir sentidos amplos que serão mais abrangentes quanto mais interação houver
com a leitura da diferentes formas de textos existentes.
Os textos escolhidos para serem trabalhados a fim de despertar nos
educandos a retomada de valores como o perdão, a solidariedade, a bondade, o
companheirismo foram aqueles que estavam de acordo com a idade e a série
proposta. Nesta coletânea foram lidas fábulas, parábolas, contos, poesias e um livro
informativo com o intuito de fazer o aluno refletir sobre si mesmo e suas atitudes junto
aos demais.
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As metodologias usadas para realizar as atividades foram as mais prazerosas
– leitura oral, leitura silenciosa, a contação de história, a montagem da história,
exibição de DVDs. Estas metodologias conseguiram despertar o interesse nos
alunos, pois eles participaram, leram seus textos silenciosamente e oralmente,
fizeram leituras coletivas e individuais, participaram de discussões sobre os temas
sugeridos pelo professor após a apresentação do texto estudado. Ouviram as
histórias contadas pelo educador e assistiram e participaram do debate promovido
pelo professor após as exibições dos filmes escolhidos para o projeto.
Os valores escolhidos para serem trabalhados foram os que mais são
necessários para que haja um ambiente agradável e acolhedor no dia a dia em uma
sala de aula. A leitura também foi escolhida propositalmente com o intuito de
promover discussões que estimulassem e promovessem mudanças de
comportamento, que resgatassem valores esquecidos e que norteassem o horizonte
do aluno, fazendo-o um ser que valoriza o outro, respeita o diferente, preserva o
ambiente em que vive e principalmente passe amar a si mesmo.
Esse é um projeto que não deve parar ou ser esquecido, ele deve estar
sempre presente, em andamento na vida diária do aluno. Não há como dar por
encerrado o resgate dos valores no cotidiano escolar, é um aprendizado contínuo e
significativo para toda a vida. É um tema que sempre deve ser lembrado e resgatado
e sempre ser posto em prática.
Esta prática deve acontecer porque a afetividade e o companheirismo são
elementos primordiais para a boa convivência social em qualquer idade ou ambiente,
seja ele escolar ou fora dele.
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