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Trabalhos Digitais Parte I

Projeto Aprendiz

Ir.’. Jellis F. de Carvalho

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► A ABÓBADA CELESTE DO TEMPLO

Tenho comigo que o tema ora abordado é muito intrigante e por que não se dizer belo.

Segundo os estudiosos não se pode precisar desde quando os templos destinados à iniciação

vieram a ser construídos com a inspiração da imagem do Universo, apenas afirmam que esta

tendência vem de outras eras e de países como Industão, Índia, Pérsia, Grécia, etc, cujas

histórias indicaram a existência destes templos, tendo seus idealizadores caracterizado uma

reprodução semelhante ao sistema cósmico, para perpetuar a imagem do céu nos tetos dos

templos e, esse esboço é seguido até hoje na forma de uma abóbada celeste.

A decoração na cobertura do templo nada mais é do que a reprodução cuidadosa do

firmamento, com nuvens de todos os feitios, cheias de estrelas e inúmeros astros planetários

formando um conjunto harmonioso e representativo do cosmos. A abóbada celeste serve

como ponto de contemplação, deixando para o iniciado uma impressão maravilhosa e

indiscritível acerca do misticismo presente em seu traçado num ambiente de estudo e

aprendizado.

Indiscutivelmente trata-se uma tradição secular e a maçonaria, fiel às origens, passou a

construir seus templos com iguais características e com o objetivo de trazer aos seus filiados

um verdadeiro engrandecimento espiritual, fixando à cor azul e destacando-se nuvens,

estrelas e alguns planetas.

A abóbada de uma Loja Maçônica representa, em primeiro plano, o sentido de universalidade

da instituição. A cor azul predominante passou a simbolizar a magnanimidade e a lealdade

provadas como virtudes que elevam a alma humana. O emprego dessa cor justifica a

representação simbólica de todas as emulações dirigidas pelo bem e pelo amor fraternal

divinizados.

A distribuição das estrelas nesse revestimento do recinto obedece a seguinte ordem:

a)Localizada mais ou menos no centro da abóbada, a constelação de Orion que, no viveiro

celeste, fora do zodíaco, dá idéia de um gigante desenhado com oito estrelas da constelação

dos Plêiades;

b)As cinco Hiades, que lembram as Ninfas, filhas de Atlas, que tomaram por encargo a

criação de Apolo, tem rico significado místico.

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c)A conhecida Aldebarã, da constelação de Touro, é a única de cor meio avermelhada,

assinalando o olho direito da figura. Do outro lado, a meio caminho da constelação de Orion,

mais para o nordeste, vê-se Régulo, da constelação de Leão; ao norte, o grupo da Ursa

Maior, com sete estrelas, que é a constelação mais antiga nos registros da astronomia; a

nordeste vê-se Arcturo, uma estrela de cor amarelo-dourado, que assinala o joelho esquerdo

do “boieiro”, guarda dos “sete bois da lavoura” que forma a Ursa Maior; ao leste, a Spica, da

constelação de Virgem, que quer dizer espiga, sempre à sombra da constelação de Leão; a

oeste, Antares, uma soberba estrela vermelha, de brilho médio, da constelação de Escorpião,

assinalando o lugar do coração; e, ao sul, a chamada Formalhaut, que é assinalada na mão

direita da figura de Virgem.

Na parte situada no Oriente da Loja, o planeta Júpiter, o maior dos mundos de nosso sistema

solar, sete satélites escoltam sua grandeza. No Ocidente temos Vênus, cuja localização no

espaço é entre a Terra e Mercúrio, o mais próximo do sol. É conhecido também como estrela

Pastor, a mais radiosa e brilhante do céu. Não é à toa que os gregos deram o nome a deusa

da beleza, também chamada de Vésper ou estrela Dalva. E, por fim, próximo a Orion, está

Saturno, com seus satélites.

Sem prejudicar a visibilidade das estrelas são intercalados os diversos fingimentos de

nuvens. Na parte correspondente ao Oriente não é admito esse gênero de decoração. No

Ocidente as nuvens devem assumir ninhos ou cúmulos bem pardacentas, com nuances mais

carregadas para o lado sul. Na proporção em que se vai aproximando o meio-dia (centro da

oficina, onde está a constelação de Orion) as nuvens deverão ir desaparecendo em nuances

amenizadas em forma de “stratos” e “cirros”. Na altura das balaustradas, cessa a presença

de nuvens na abóbada do templo.

A variação das tonalidades das nuvens vemos a medida que se aproxima do Oriente. Este

particular simboliza a progressão dos conhecimentos adquiridos pelos iniciados. Desse modo,

todas as tempestades e nebulosidades que pudessem afligi-los, ou abater suas finalidades, as

melhores da vida, vão desaparecendo do mesmo modo, à medida que caminham para a

frente. Na área do Oriente não existe nuvens e deve apresentar um panorama de perfeita

tranqüilidade. O maçom para chegar e merecer a localização do Oriente, faz-se naquele que

completou o ciclo de toda aprendizagem, portanto, apto para exercer a plenitude maçônica.

Enfim, a abóbada celeste tem como um dos objetivos afastar as preocupações do mundo

profano, para que o maçom possa colocar-se acima de todas as castas de sofrimento moral e

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físico. Sempre lembrando que o mestre dos mestres, o Grande Arquiteto do Universo,

premiará àqueles que saibam cumprir bem os seus deveres como cidadão e como obreiros da

Arte Real.

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CADEIA DE UNIÃO

A CADEIA DE UNIÃO é a cerimônia ritualística que é realizada depois de encenados

os trabalhos, para a comunicação da Palavra Semestral, ou visando a outros objetivos, tanto assim, que o Venerável Mestre, convida os Irmãos para formarem a Cadeia de União, depois do encerramento da Sessão, têm como símbolo a Corda de 81 nós

Uma vez formada, os Irmãos unem as pontas dos pés e juntam os calcanhares,

entrecruzando os braços com o braço direito sobre o esquerdo, deve ser realizada com a presença de, pelo menos, sete irmãos.

Explica-se: Essa posição possibilita a passagem do pensamento e vontade única por

todos os que compõem a Cadeia de União, envolvendo a parte superior do corpo através do entrelaçamento dos braços dando uma volta ao redor de cada Irmão, formando uma corrente enrodilhada, que é completada pela corrente contínua através dos pés, englobando assim a parte superior e inferior do corpo.

Forma-se um elo duplo e monolítico, ou seja único, como deve ser o pensamento dos

Irmãos. Um dos que formam a Cadeia de União pronuncia uma breve oração invocando a

proteção das Forças Invisíveis e Benéficas do Macrocosmo para as Forças Visíveis do Microcosmo.

As chamadas Forças Invisíveis do Macrocosmo são as mais altas, as superiores, as

celestiais, as espirituais, que se situam além da percepção visual humana e que são regidas e dominadas pelo Criador, o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus.

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Elas são invisíveis, são impalpáveis, são intocáveis, são inaudíveis, não possuem

cheiro ou odor, não têm cor, mas podem ser percebidas, através da Percepção Extra Sensorial, (P.E.S.) sigla oriunda da expressão inglesa (E.S.P.) Extra Sensory Perception. Pessoas mais desenvolvidas chegam a ver, ouvir e sentir essas forças, pela clarividência, clariaudiência e clarissensibilidade.

Dependendo da concentração do grupo o objetivo pode ser muitas vezes alcançado. As Forças Visíveis do Microcosmo é a matéria, o nosso corpo com todas as fraquezas,

a doença e seus males, a ansiedade, a incompreensão, o desânimo, a incredulidade, a desconfiança, o infortúnio, o desespero e o ódio.

Essas forças podem ser superadas pelas forças superiores, quando então será

conseguida a Força ou Fortaleza, a Saúde e o Bem Estar, a Calma, a Compreensão, o Ânimo, a Fé, a Confiança, a Sorte ou a Fortuna, a Esperança e o Amor.

Uma mensagem muito bonita dita em uma Cadeia de União:

Grande Arquiteto do Universo, Vós, que exerce permanentemente o domínio sobre as todas Forças

Benéficas e invisíveis do Macrocosmo, fazei com que elas atuem sobre as nossas Forças Possíveis do nosso

Microcosmo, restabelecendo o Equilíbrio de quem necessita e sofre as consequências desse desajuste. Que a Vossa

Vontade estabeleça o Bem Estar e a Compreensão entre todos nós e em especial a quem mais dela precisa.

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A CÂMARA DAS REFLEXÕES-I

A Câmara das reflexões não representa unicamente a preparação preliminar do candidato para sua recepção, mas é

principalmente aquele ponto crítico, aquela crise interior, onde começa a palingenesia que conduz à verdadeira

iniciação, à realização progressiva, ao mesmo tempo especulativa e operativa, de nosso ser e da Realidade

Espiritual que nos anima, simbolizada pelas viagens.

A Câmara das reflexões, com seu isolamento e com suas negras paredes, representa um período de obscuridade e

de maturação silenciosa da alma, por meio de uma meditação e concentração em si mesma, que prepara o

verdadeiro progresso efetivo e consciente que depois tornar-se-á manifesto à Luz do dia. Por esta razão, encontram-

se nela os emblemas da morte e uma lâmpada sepulcral, e acham-se sobre suas paredes, inscrições destinadas a

pôr à prova a sua firmeza de propósitos e a vontade de progredir que tem de ser selada num testamento.

Ao ingressar neste quarto (símbolo evidente de um estado de consciência

correspondente), o candidato tem de despojar-se dos metais que porta

consigo e que o Experto recolhe cuidadosamente. Tem de voltar a seu

estado de pureza original - a nudez adâmica - despojando-se

voluntariamente de todas aquelas aquisições que lhe foram úteis para

chegar até o seu estado atual, mas que constituem outros tantos

obstáculos para seu progresso ulterior.

Deve cessar de depositar sua confiança e cobiça nos valores puramente

exteriores do mundo, para poder encontrar em si mesmo, realizar e tornar efetivos os verdadeiros valores, que são

os morais e espirituais. Deve cessar de aceitar passivamente as falsas crenças e as opiniões exteriores, com o

objetivo de abrir seu próprio caminho para a verdade.

Isto não significa absolutamente que tem de despojar-se de tudo o que lhe pertence e adquiriu como resultado de

seus esforços e prêmio de seu trabalho, mas, unicamente, que deve deixar de dar a estas coisas a importância

primária que pode torná-lo escravo ou servidor delas, e que deve pôr, sempre em primeiro lugar, sobre toda a

consideração material ou utilitária, a fidelidade aos Princípios e às razões espirituais. Este despojo tem por objetivo

conduzir-nos para sermos livres dos laços que de outra forma impediriam todo nosso progresso futuro. Trata-se,

portanto, em essência, do despojo de todo apego às considerações e laços exteriores, com a finalidade de que

possamos ligar-nos à nossa íntima Realidade Interior, e abrir-nos à sua mais livre, plena e perfeita expressão.

SIGNIFICADO DA CÂMARA

A Câmara de reflexões, como o seu nome o indica, representa antes de tudo aquele estado de isolamento do mundo

exterior que é necessário para a concentração ou reflexão íntima, com a qual nasce o pensamento independente e é

encontrada a Verdade. Aquele mundo interior para o qual devem dirigir-se nossos esforços e nossas análises para

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chegar, pela abstração, a conhecer o mundo transcendente da Realidade. É o "gnothi seautón" ou "conhece-te a ti

mesmo" dos iniciados gregos e hindus, como único meio direto e individual para poder chegar a conhecer o Grande

Mistério que nos circunda e envolve nosso próprio ser.

Isto, e a cor negra do quarto, trazem-nos à mente a antiga fórmula alquímica e hermética do Vitríolo: "Visita Interiora

Terrae, Rectificando Invenies Occultum Lapidem", Visita ao interior da Terra: retificando encontrarás a pedra

escondida". Isto é: desce às profundezas da terra, sob a superfície da aparência exterior que esconde a realidade

interior das coisas e a revela; retificando teu ponto de vista e tua visão mental com o esquadro da razão e o

discernimento espiritual, encontrarás aquela pedra oculta ou filosofal que constitui o Segredo dos Sábios e a

verdadeira Sabedoria.

A representação da Verdade final e fundamental por uma pedra, não demonstra nada de estranho se imaginarmos

que deve constituir a base sobre a qual descansa o edifício de nossos conhecimentos, que transformar-se-á na Igreja

ou Templo de nossas aspirações, e o critério ou medida sobre a qual, e a cuja imagem, devem enquadrar-se ou

retificar-se todos os nossos pensamentos.

Os ossos e as imagens da morte que se encontram representadas nas paredes da câmara, além de indicar a morte

simbólica que é pedida ao candidato para que complete seu novo nascimento, mostram os fragmentos esparsos e

desunidos da Realidade morta e dividida na aparência exterior, cuja Vida e Unidade ele deverá buscar e encontrar

interiormente, reconhecendo-a sob a aparência e dentro dela.

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Toda Loja deve ter um local especial chamado câmara de reflexões. Na Câmara de Reflexões onde o neófito fez o vosso Testamento, representa um subterrâneo, onde esteve na escuridão e no silêncio, como um encarcerado numa masmorra. Simboliza a primeira prova, a da

TERRA. Os antigos admitiam a existência de quatro elementos: a TERRA, o AR, a ÁGUA e o FOGO, havendo, para cada um deles, uma prova iniciática.

Todo homem, ao fechar os olhos, se acha em sua câmara de reflexão, com asilo e trevas, a qual

representa o período das trevas da matéria física que rodeia a alma para completa maturação sua.

A câmara escura da reflexão é o símbolo do estado de consciência do profano que anda nas trevas e, por isso, nela se encontram os emblemas da morte e uma lâmpada sepulcral.

Nesse local, pintado de preto, figurando catacumba, cercado dos símbolos de destruição e de morte, coloca-se um tamborete e uma mesa coberta com tapete branco, sobre o qual uma caveira (morte), algumas migalhas de pão (insignificância que procuram obter os cinco sentidos), um prato de cinza (o fim da matéria), um relógio dágua/ampulheta (o corredor do tempo que tudo envolve); um galo (o dever de ser vigilante e alerta); um tinteiro, penas e algumas folhas de papel para escrever seu testamento, cujo significado será dito alhures(noutro lugar).

O recinto acha-se iluminado pela débil luz que expande a lâmpada sepulcral (lâmpada dos conhecimentos físicos adquiridos pela mente carnal); num dos ângulos vê-se um ataúde junto a uma fossa aberta, ou um hipogeu também aberto numa das paredes, deixando ver um cadáver amortalhado (como deve o iniciado contemplar seu corpo físico). A câmara de reflexões significa aquela crise, aquela luta entre o corpo de seus desejos com o espírito e seus ideais; essa negra e escura câmara é o mesmo corpo que serve de prisão, de tumba e ataúde ao verdadeiro Ser Interior. Por esse motivo, perto dos emblemas da morte se acham também certas inscrições nas paredes, cujo objetivo é levantar as energias e desenvolver vontade do neófito.

Ao ingressar nessa câmara, tem o candidato de despojar-se dos metais, tem de volver ao seu estado de pobreza edênica, a desnudez adâmica antes de cobrir-se com a pele de todas aquelas aquisições que até então lhe foram úteis para chegar a seu estado atual e que são obstáculos para tornar ao seu primitivo estado. Deve afastar todo desejo, ambição, cobiça dos valores externos para conhecer-se a si mesmo; então, em seu interior, achará os verdadeiros valores espirituais. Dinheiro, bens, ciências são vaidades ante o conhecimento de si mesmo.

O candidato deve estar livre e despojado dos metais: qualidades inferiores, vícios, paixões do seu intelecto, de suas crenças e preconceitos; deve aprender a pensar por si mesmo e tio seguir, como cego, o conhecimento e crenças dos outros. Por último, a câmara de reflexão significa o isolamento do mundo exterior para poder concentrar-se no estado Intimo, no mundo

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interior aonde devem ser rígidos nossos esforços para chegar à Realidade. É o Conhece-te a ti mesmo dos iniciados gregos. É a fórmula hermética que diz: “Visita o interior da terra; retificando encontrarás a pedra escondida”. Quer dizer: desce is profundezas do ser e encontraras a pedra filosofal que constitui o segredo dos sábios.

Assim como os ossos e imagens da morte que se acham nas paredes da câmara indicam a morte simbólica do neófito para renascer no mundo do espírito e indica a morte aparente da verdade no mundo externo; assim também as inscrições que revestem as paredes do quarto

indicam os conselhos do Ser interno que têm por mira guiar o homem à verdade e ao poder.

Essas inscrições são várias. Citaremos algumas: “ Se te traz aqui a mera curiosidade, vai-te”. “Se prestas homenagem às distinções humanas, vai-te, porque aqui não se conhecem”. “Se temes que te lance em rosto alguém os teus defeitos, não prossigas”. “Espera e crê. Porque entrever e compreender o infinito, é caminhar para a perfeição”. “Ama os bons; compadece-te dos maus e ajuda-os; foge dos embusteiros e a ninguém

ouças”. “O homem mais perfeito é aquele que é mais útil a seus irmãos”. “Não julgues levianamente as ações dos homens; elogia pouco, adula menos. Não censures

nem critiques nunca”. “Lê e aproveita; olha e imita; reflete e trabalha; procura ser útil à teus irmãos e trabalharás

para ti mesmo” “Pensa sempre que do pó saíste e em pó te converterás”.

“Nasceste para morrer”, etc. etc.

Nessa Câmara encontramos sempre a palavra VITRIOL, formada com as iniciais de uma frase e, às

vezes, em lugar desse anagrama, a própria frase, ou seja, a fórmula hermética que ele representa: “VISITA

INTERIORA TERRAE RECTIFICANDO INVENIES OCCULTUM LAPIDEM”, que se traduz por “Visita o interior da

Terra, rectificando acharás a pedra oculta”. Vários autores têm desenvolvido a recomendação do preceito posto aos

olhos do que vai ser iniciado. J. Boucher entende que a inscrição constitui um convite à pesquisa do EGO (do EU)

profundo, ou seja da própria alma, no silêncio e na meditação, para achar a centelha divina (o Cristo Interno)

existente no âmago de cada um.

Todos esses conselhos na câmara de reflexões e as demais figuras tétricas nos mostram que

dentro do homem se acham a morte e a vida, a dor e a ventura, o engano e a iluminação. Se os cinco sentidos oferecem a morte, o espírito dá a vida eterna.

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A Câmara de Reflexões-III O primeiro contacto real que o postulante tem com a Maçonaria é através da Câmara de Reflexões.

É de notar-se que evitamos o uso da palavra candidato porque quando chega o momento de ser encerrado na Câmara de Reflexões ele já assume, na Maçonaria, o título de postulante pois, candidato, é a denominação que se lhe dá desde que assina o pedido de ingresso na Ordem até ser escrutinado.

O mais importante papel da Câmara de Reflexões é o de conduzir à meditação que, quando feita, permite ao homem o acesso à sua própria alma e à sua consciência, pelo afastamento das sensações periféricas do domínio do Ego. Uma meditação profunda e sincera, feita no silêncio absoluto, formará um perfeito Recipiendário dos mistérios da Iniciação.

A Maçonaria procura oferecer ao postulante que se encerra na Câmara de Reflexões não só a sensação de silêncio, penumbra e paz, mas ainda, um conjunto de símbolos capazes de os levar à meditação mais rápida e profundamente. Cada um daqueles símbolos tem, como veremos, uma explicação própria, mas não é a significação isolada que tem importância no simbolismo, antes o conjunto de todos eles porque é isso que oferecerá uma idéia de transitoriedade e insignificância da vida!

Assim, a Câmara de Reflexões, simulando um túmulo, oferecerá ao postulante a oportunidade de introspecção e ocasião para entregar-se ao misticismo necessário à aquisição de força moral de que ele irá precisar durante a cerimônia da iniciação.

Antes de entrar na Câmara de Reflexões, a primeira providência é um convite ao postulante para fazer a entrega de todos os objetos metálicos ( dinheiro, jóias, ornamentos, anéis e alianças) de que é portador. A isto chama-se, na Maçonaria, "despojar-se dos metais". Despojado de metais estais, simbolicamente, despido das vaidades e do luxo da sociedade profana.

A segunda razão para despojar-se dos metais importa em um sentido mais hermético e se relaciona com as forças magnéticas existentes no interior do templo. Estas forças são distribuídas em diversos lugares no templo, sendo que elas se concentram principalmente, no Altar dos Juramentos. Quaisquer metais de que o postulante for portador atrairão uma parcela destas forças e assim o magnetísmo por indução perturbará, no ponto atingido, as vibrações harmônicas que se estabeleceram, durante o período em que o postulante se entregou à meditação.

Despojado dos metais é o postulante cuidadosamente vendado e só então é levado à Câmara de Reflexões onde, desvendando-o, o seu condutor diz-lhe as palavras recomendadas no Ritual: "Profano", eu vos deixo entregue às vossas reflexões; não estareis só, pois Deus, que tudo vê, será testemunha da sinceridade com que ides responder às vossas perguntas". A venda que é colocada sobre os olhos dos postulantes antes de sua entrada na Câmara de Reflexões, simboliza a obscuridade mental dele.

Sua camisa parcialmente retirada, deixa a nu a parte esquerda do peito onde fica o coração que assim posto a descoberto indica os sentimentos de franqueza que deverão ser encontrados em todos os Maçons que, "de peito aberto", deverão nada esconder a seus irmãos não dando guarda aos sentimentos maus nem à falsidade de propósitos. Também o seu braço direito será descoberto indicando a prontidão para trabalhar livremente na construção do templo ideal a que se propõem os Maçons.

Por outro lado arregaça-se-lhe a calça na perna do lado direito até deixar a nu o joelho. É com este joelho que ele irá genuflexar-se quando fizer o seu juramento solene. Assim sendo a genuflexão deverá ser feita às claras, com sinceridade, nada devendo impedir que se veja o são propósito deste dobrar de joelhos que, indo até ao chão, demonstrará humildade sem humilhação.

O pé esquerdo (lado passivo) descalço, demonstra o respeito que se deve ter ao pisar-se um solo sagrado como o Templo onde ele será admitido, respeito este sempre exigido por todas as antigas religiões orientais.

Vestido desta maneira, um tanto bizarra o postulante é, em si mesmo, uma preciosa lição de respeito e humildade traduzida no simbolismo que, devidamente explicado, nos leva a olhá-lo com olhos outros que não os de deboche e da galhardice.

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Simbolicamente nu ele se sente fraternalmente igual a todos, as distinções sociais desaparecem quando todos estão "cegos" e despidos de roupas e de valores. O propósito principal desta nudez não é o de diminuir àqueles que possuem qualidades superiores, mas, antes, o de ressaltar o amor fraterno em uma sociedade onde todos ostentam a lealdade, a franqueza e a boa vontade! Conduzido à Câmara de Reflexões em trajes que permitem dizer não estar ele "nem vestido nem nu" o simbolismo explica isto como uma preparação para o desnudamento completo da alma que só será sentido e compreendido pelo postulante quando ele se der conta de que há um real desnudamento do corpo.

A Câmara de Reflexões deve ser construída, quando não totalmente subterrãnea, pelo menos em um plano menos elevado do que a do piso da Loja (Templo). Ela representa um túmulo onde o postulante será "enterrado" eis que vai "morrer" um "velho homem"cheio de vícios, para "renascer" um Maçon com vitude, simplicidade e pureza a serem sempre aprimorados e buriladas no decorrer de sua vida maçônica.

A Câmara de Reflexões representa o interior da terra, de onde viemos e para onde retornaremos em uma série sucessiva de encarnações e reencarnações, num viajar constante para o aperfeiçoamento do espírito. Ela tem suas paredes negras e ali não deve penetrar qualquer luz do exterior. Uma vela ou uma pequena lâmpada a ilumina fracamente e é nesta penumbra que o postulante irá entregar-se à meditação sobre o passo que pretende dar, abandonando uma vida cheia de preconceitos, de orgulho e de vaidade, para tornar-se um Maçom, gozando de um ambiente de simplicidade, modéstia e humildade, rodeado de irmãos também simples, modestos e humildes mas que tudo farão para amá-lo, honrá-lo e defendê-lo, dentro de um círculo de amizade fraterna incomparavelmente superior ao da amizade existente no mundo profano!

Na Câmara de Reflexões o postulante não encontrará conforto. Um banco e uma mesinha constituem o seu mobiliário. Sobre a mesa, um pedaço de pão e uma moringa de água, um recipiente com enxofre e outro com sal. Ainda ali, caneta e tinta. Próximo ao pão e à água, um crânio escaveirado. Uma ampulheta completa os utensílios que se encontram sobre a mesa. Nas paredes, pintados, símbolos de morte: esqueletos, ossadas e uma foice segadeira. Na parede fronteira à mesa, há a figura de um galo e as palavras "Vigilância e Perseverança". Em letras maiúsculas a palavra VITRIOL. Nas outras paredes, frases de advertência como tais: "Se a curiosidade te traz aqui, volta. "Se temes ser descoberto sobre teus desejos, sentir-te-ás mal entre nós"; "Se és capaz de dissimular, tremei! porque penetrar-te-mos e leremos o fundo do teu coração"; "Se tens apego às distinções humanas, sai, porque não se conhece isso aqui"; "Se tua alma sentir medo, não vá mais longe; "Se perseverares serás purificado pelos Elementos, sairás do abismo das trevas e verás a luz!".

O LUGAR – A Câmara de Reflexões se assemelha a um túmulo. Nele será, simbolicamente, "enterrado"o postulante que, conforme seu desejo manifestado quando se declarou candidato a entrar para a Ordem Maçônica, "morreu" para as coisas do mundo profano! "Morreu" para o luxo, para a vaidade, para as preocupações e preconceitos dos gozos transitórios. "Morto"assim, o homem profano deverá ser encerrado em um "túmulo" e dalí, tal como o grão sepultado na terra surgirá um novo homem humilde, puro, sincero, justo e perfeito, um Maçom em fim!!

O PÃO E A ÁGUA – Dois alimentos comuns mas de importância transcendente para a vida do homem.

O Enxofre e o Sal – São os elementos simbólicos representando dois dos princípios dos hermetistas. O Enxofre e o Sal têm significado profundo que deve ser bem penetrado pelo postulante. O enxofre é o símbolo do Espírito e o sal o símbolo da Sabedoria e da Ciência.

A Ampulheta – Antigo instrumento destinado a medir o tempo. Com efeito, o tempo de encerramento na Câmara de Reflexões é limitado e assim o postulante não deverá perdê-lo em fantasiosas lucubrações. A confirmação de sua decisão deve demandar pouco tempo. Todos os elementos necessários estão alí para auxiliá-lo na sua resolução final.

O Testamento - O Testamento é filosófico não se refere à disposição de bens após à morte. Trata, isto sim, de uma afirmação de novos princípios segundo os quais deverá renunciar à sua vida profana, acorde com novos dados, vazada em novas concepções.

Três questões lhe são formuladas neste "testamento" e as respostas a elas é que poderão ser julgados os propósitos do postulante naquele momento e naquele ambiente onde tudo sugere austeridade. Eis as questões: "Quais são os

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deveres do homem para com Deus e com a Pátria? "Quais são os deveres do homem para consigo mesmo?"; Quais são os deveres do homem para com seus semelhantes?".

A resposta a estas perguntas constitui o testamento. As respostas, claras e precisas, possibilitarão aos irmãos a avaliação do postulante.

O Galo – A figura de um galo, pintada na parede fronteira à mesa, é um símbolo que oferece muitas variações sobre sua interpretação filosófical. Antes de tudo o galo sugere audácia e vigilância. Induz mais, à meditação lembrando de que um novo dia se aproxima trazendo ao postulante uma nova e imortal aurora.

A Foice – A ceifadeira, desenhada na parede da Câmara de Reflexões induz à idéia de trabalho do agricultor na colheita. Serve também para cortar as ervas daninhas e assim sugere ao postulante que todos os seus vícios e todas as suas imperfeições deverão ser cortados antes que ele possa conhecer a verdadeira Luz.

Os Símbolos De Morte – Eles não aparecem na Câmara de Reflexões para assustar ou meter medo no postulante, antes, indicam, simbolicamente, o fim da vida quando tudo aquilo que é motivo de preocupação e cuidados do homem se reduz a uns poucos ossos. Riqueza, glórias, aplausos, miséria, fome, tristeza, tudo, tudo terá um dia o seu fim.

A matéria de que é constituído o seu corpo voltará ao pó da terra de onde veio. Só o espírito, portados das qualidades morais revestidas das virtudes, permanecerá eternamente vivo!

Vigilância e Perseverança – Na parede, próxima à lâmpada, em posição destacada, duas palavras chamam logo a atenção do postulante: Vigilância e Perseverança. Estas duas palavras são uma mensagem que o postulante deve receber de parte da Maçonaria, na qual ele é concitado a manter, quando for recebido Maçom, uma vigilância constante e uma atenção aguçada para aprender, através de acurada investigação, todos os sentidos dos diversos símbolos com que lhe será dado deparar.

Vitriol – "VisitaInterioraTerrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem", ou seja: "Visita o interior da terra e nele, retificando encontrará a pedra oculta". Eis aí um convite que a Ordem Maçônica faz ao postulante para, no silêncio e na meditação pesquisar em sua própria alma todos os escaninhos, todas as minucidências, todas as anfructuosidades dela a fim de encontrar o seu próprio "EU", o mais profundo do ser, o homem verdadeiro que habita no corpo material.

As Frases – As outras frases, espalhadas pelas paredes e a que já nos referimos no princípio destas considerações, são estimulos que servem para instruir e reanimar o postulante, fazendo-lhe vislumbrar os princípios maçônicos que terá de aceitar, caso persista no seu propósito de se tornar Maçon, dando-lhe, em caso contrário, inclusive a oportunidade de retirar-se não prosegundo, então a iniciação.

Necessário se faz lembrar, ao término destas considerações, que para a tranquilidade futura do postulante é, muitas vezes melhor ser sincero e não prosseguir, quando assim ele julgar melhor durante a sua estada na Câmara de Reflexões, do que insistir, contra a sua vontade apenas para mostrar que não tem medo. A sinceridade neste caso evitará que ele se torne um mau Maçom, o que não é, de nenhuma forma, a vontade da Maçonaria.

Considerações Finais:: Ao ser encerrado na Câmara de Reflexões e desvendado, pude observar todos os simbolos, objetos e frases descritos acima. Não consegui porém, entender tudo isto desta forma. Meus pensamentos foram longe, pensei na minha família, em Deus, no meu trabalho e me perguntei: O que estou fazendo aqui? Qual é o propósito de tudo isso? E não tinha as respostas. Ao ser despojado dos metais, imaginei que fossem aprontar tanto comigo que poderiam quebrar o meu relógio, tropeçar, derrubar meus objetos dos bolsos, enroscar anéis em algum lugar no qual poderia me machucar.

Quando então retiraram parte de minhas vestes e ainda de olhos vendados, neste momento me senti a mercê do mundo e totalmente indefeso, neste momento, pude sentir a verdadeira opressão, a tirania e a injustiça. Neste momento senti como as pessoas podem ser humilhadas ao acaso e que as opressões, as injustiças e a tirania devem ser combatidos a qualquer custo.

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Ao ver a "Luz" porém, pude perceber que estava cercado de homens de bem, à partir daquele momento "Ir.`. . O maior significado de todo o ritual me vem agora, após esse período de estudos. Eu precisava saber como se sentem as pessoas oprimidas para poder continuar lutando contra a Injustiça e a tirania e valorizar o amor ao próximo.

Fonte: "Templo Maçônico e Seu Simbolismo" - Boanerges Barbosa Castro

"Comentários Ao Ritual de Aprendiz" Volume I - Nicola Aslan

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A CARBONÁRIA EM PORTUGAL E NO ALGARVE por Emanuel

1. INTRODUÇÃO

Abordar este tema é uma tarefa complicada, difícil, resultante da escassez de documentos, fruto natural de uma sociedade secreta. Porém, a sua acção deixou marcas profundas na sociedade portuguesa, se atentarmos sobretudo, que a Implantação da República foi fruto da Carbonária, e como em tudo na vida, a causas seguem-se consequências...

Muita gente confunde Maçonaria com Carbonária, ou pelo menos, associa uma destas sociedades à outra. No entanto esta associação não se aparenta assim tão linear e muito menos a Carbonária funcionou como o braço armado da Maçonaria como se tem escrito e falado.

Embora não fossem carbonários todos os maçons, a Carbonária foi muitas vezes uma associação paralela da Maçonaria.

Introduzida em Portugal entre 1822 e 1823, manifestou a sua dinâmica social e política quando do Ultimato inglês em 1890 e de sobremaneira quando do desaire da revolta republicana de 1891 e posteriormente em 1908 quando no Porto foi abortada outra revolta.

O inicio da sua actividade em Portugal, prende-se, sem dúvida, com antecedentes próximos, com o estado de governação despótica exercida pelo marechal britânico Beresford, que colocou a nação a ferro e fogo durante mais de uma década. É bom recordar, que entre as suas vítimas se encontrou o marechal Gomes Freire de Andrade, Grão Mestre da Maçonaria Portuguesa, enforcado no Forte de S. Julião da Barra, junto com outros companheiros, acusados de conspiração com a sua governação.

Efectivamente, desde 1808, data em que por via das invasões francesas a corte procurou refúgio no Brasil, o País passou a colónia brasileira. Porém, a verdade, é que após a ajuda

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dos exércitos britânicos para a expulsão das tropas napoleónicas, Portugal passou a ser governado pela Inglaterra.

Para parte do povo, vivia-se em estado de orfandade - os soberanos, "os paisinhos" estavam longe... - para outra enorme fatia da população, a monarquia portuguesa encontrava-se desacreditada.

A Carbonária funcionava como uma organização secreta com objectivos políticos e tinha por defesa fundamental, a liberdade pública e a perfeição humana. Era declaradamente anticlerical e adversária das congregações religiosas, o que não significa que os seus membros fossem ateus. Estes homens, procediam maioritariamente das classes baixas, havia no entanto no seu seio, elementos das classes média e alta. Todos eles recebiam treino militar e defendiam o recurso às armas.

A sua extinção surgirá na sequência das divisões verificadas no interior do Partido Republica Português e do triunfo da revolução do 28 de Maio de 1926 que pôs fim à 1ª República.

2. ORIGENS DA CARBONÁRIA EM PORTUGAL

A Carbonária italiana serviu de figurino à Carbonária Portuguesa. Efectivamente foi em Itália que nasceu a Maçonaria Florestal ou Carbonária, onde a primeira foi recolher os seus princípios.

Segundo alguns autores, esta associação secreta remonta ao século XIII, época em que apareceram em Itália os primeiros carbonários, ligando-se à continuação das lutas que se haviam travado na Alemanha entre os Guelfos, partidários do Papa e os Gibelinos, partidários do imperador. Aqueles não queriam a interferência de estrangeiros nos destinos de Itália; estes, defendiam o poder do império germânico. A luta durou até ao século XV. Os Guelfos reuniam no interior das florestas, nas choças dos carvoeiros, daí a designação de carbonários. No entanto, outros autores referem a origem desta sociedade secreta em épocas mais recentes.

A verdade, é que foi em Itália sem dúvida, que a Carbonária ganhou contornos, o rosto de que ouvimos falar, consubstanciada com o aparecimento da "Jovem Itália" de Mazzini, fundada em 1831 em Marselha.

No entanto, apesar dos esforços de Garibaldi, Cavour e Mazzini, a Carbonária não conseguiu proclamar a República, porém, dois enormes trunfos foram alcançados: a unificação da Itália e a abolição do poder temporal do Papa.

Em Portugal, Fernandes Tomás, José Ferreira Borges, Borges Carneiro e Silva Carvalho entre outros, fundaram em 1818 uma sociedade secreta (uma pequena Carbonária) a que chamaram Sinédrio, que preparou e fez eclodir a revolução liberal de 1820. Em 1828, um reduzido número de estudantes da Universidade de Coimbra organizou um núcleo secreto, de cariz carbonária, com o título de "Sociedade dos Divodignos", com a finalidade de combater a monarquia absoluta de D. Miguel.

Denunciados por lentes dessa Universidade, perseguidos pelo rei caceteiro, a maioria acabou tristemente na forca, outros emigrados. Um destes, foi encontrado no Algarve, completamente miserável, transfigurado, exercendo a profissão de caldeireiro ambulante, não se sabendo dele o nome nem o seu fim.

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O presidente desta sociedade era um sextanista da faculdade de Direito, que emigrado na Bélgica por lá faleceu. Chamava-se: Francisco Cesário Rodrigues Moacho.

Em 29 de Maio de 1848, fundou-se em Coimbra a Carbonária Lusitana. Foi seu "patrono" António de Jesus Maria da Costa, um padre anti-jesuíta, de nome simbólico Ganganelli. Abrindo as portas e fechando, encerrou-as por longo tempo em 1864.

Por volta de 1850-1851, teve sede em Lisboa uma Carbonária com o nome de "Portuguesa", dividida em secções chamadas choças, ou "lojas-carbonárias". Esta carbonária foi de curta duração.

Pela Segunda metade do século XIX, surge em Portugal a Maçonaria Académica, que se irá transformar em Carbonária. As Lojas Independência, Justiça, Pátria e Futuro passaram as Choças, sendo os seus membros divididos em grupos de vinte. Cada um desses grupos ou choças adoptou um nome diferente. Foram assim criadas vinte choças, presididas por uma Alta Venda provisória.

Em breve, esta Carbonária foi integrada por elementos populares que foram sendo iniciados na antiga rua de S. Roque, 117, último andar, em Lisboa, sede provisória da Carbonária Portuguesa. A primeira Choça popular teve o nome República, seguindo-se a Marselhesa, Companheiros da Independência, Mocidade Operária e Amigos da Verdade entre outras.

As diferentes secções da Carbonária tinham as seguintes denominações: Choças, Barracas, Vendas e Alta Venda.. Os Bons Primos, que pertenciam às Choças, possuíam os graus primeiro e segundo (Rachadores e Carvoeiros) e eram presididos por um carbonário decorado com o terceiro grau; Mestre. Às Barracas e Vendas só pertenciam os Mestres, presidentes dum certo número de Choças ou Barracas.

Na verdade, tanto a Carbonária Lusitana (antiga e moderna) como a Carbonária Portuguesa, foram geradas no seio dos estudantes universitários.

Na Carbonária encontravam-se Primos de todas as classes sociais: médicos, engenheiros, advogados, professores de todos os ramos de ensino, estudantes, oficiais e sargentos das forças armadas, funcionários públicos, proprietários, lavradores, administradores de concelho, actores, lojistas, comerciantes, polícias, operários, etc.. Havia de tudo, de Norte a Sul do País. No Algarve, os núcleos mais importantes encontravam-se em Silves, Faro e Olhão. O seu rosto visível - embora o não fosse aos olhos de profanos - eram os centros republicanos.

Havendo já bastantes Mestres, fundou-se a Venda Jovem Portugal. A Loja maçónica Montanha, fundada por Bons Primos, foi o veículo da Carbonária dentro da Maçonaria. Outras Lojas maçónicas com o mesmo cariz se lhe seguiram.

3. A ORGANIZAÇÃO CARBONÁRIA

Os carbonários ou bons primos, tratavam-se por tu e davam-se a conhecer por meio de sinais de ordem, senhas, contra-senhas, apertos de mão e cumprimentos especiais com o chapéu. Usavam distintivos e possuíam armas de fogo para a sua defesa. - Os rachadores e os carvoeiros usavam uma folha de carvalho na lapela. - Os mestres, cintos com as cores do seu grau em aspa, e punhal. - Os mestres sublimes usavam além do cinto, um colar de moiré e com as cores carbonárias do último grau, tendo pendente um pedaço de carvão cortado em

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aspa. - O símbolo solar com 32 raios, era o distintivo superior da Ordem, sendo unicamente usado nas várias sessões magnas pelo Grão-Mestre. - A estrela de cinco pontas representava o Bom Primo.

4. A ESTRUTURA DA CARBONÁRIA

Só o Grão-Mestre Sublime e a Alta Venda conheciam toda a organização sem desta serem conhecidos, o que garantia o secretismo desta organização, reforçado pela rígida hierarquia e pelo ritual iniciático que contemplava o uso de balandraus e de capuzes, caveiras, tíbias, etc..

Desde a sua criação até ao seu fim, a Carbonária Portuguesa teve oito Alta Venda, tendo sido seu Grão-Mestre em todas elas, Luz de Almeida.

De todas a mais importante foi a Sexta, pois foram os seus elementos que participaram decisivamente no 5 de Outubro de 1910, na ausência de Luz de Almeida, então exilado em França.

5. A INICIAÇÃO

As iniciações faziam-se nalguns Centros Republicanos - onde, aliás, se encontrava grande parte dos Bons Primos carbonários - mas de preferência em escritórios e casas particulares, quando temporariamente desabitadas, ou ainda, em armazéns, caves e até em cemitérios a altas horas da noite.

Os que presidiam às iniciações vestiam-se de balandrau com orifícios no capuz. O venerável carbonário que presidia era assistido pelos seguintes Bons Primos: primeiro secretário (primo Olmo); o segundo secretário (primo Carvalho); o primeiro vogal (primo Choupo) e o 2º vogal (guarda externo).

Era a este último que incumbia o secretismo das sessões, alertando ao mínimo movimento suspeito nas imediações.

O neófito era vendado à entrada pelo bom primo Choupo, depois do interrogatório e após o juramento, se era aceite, assinava então o seu compromisso de honra, muitas vezes com o próprio sangue, como se segue: "Juro pela minha honra de cidadão livre guardar absoluto segredo dos fins e existência desta sociedade, derramar o meu sangue pela regeneração da Pátria, obedecer aos meus superiores e que os machados dos rachadores de cada canteiro se ergam contra mim se faltar a este solene juramento".

Quanto ao bom primo Carvalho, lia os estatutos, em que referia que: "...os associados deviam obedecer cegamente às ordens que lhes fossem dadas; guardar segredo tão absoluto que nem às próprias famílias podiam revelar tudo quanto se passasse nas assembleias; que deviam ser astuciosos, perseverantes, intrépidos, corajosos, solidários, destemidos e valentes...".

6. CONCLUSÃO

A Carbonária foi uma sociedade secreta, política, organizada de modo a poder admitir elementos de todas as classes sociais, desde as mais elevadas às mais baixas. Diferia substancialmente da Maçonaria, esta mais tolerante em política e religião, e de carácter burguês.

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Sem dúvida que a Carbonária Lusitana e a Maçonaria divergiam substancialmente. Nem todos os Bons Primos eram maçons. A mais importante Loja maçónica que fazia a ponte para a Carbonária era a Loja Montanha. Aliás, esta Loja era uma irradiação da Carbonária, tendo chegado a estar fora da obediência do Grande Oriente.

Embora tivesse favorecido e patrocinado a Revolução Republicana, a Maçonaria não foi a sua alavanca, mas sim a Carbonária. O baluarte da Revolução encontrava-se implantado na zona ribeirinha de Lisboa, muito embora abarcasse todo o País, num total de mais de 40 000 membros. Com a revolução triunfante, a Carbonária dissolve-se em bandos e clientelas políticas, sobretudo na busca de empregos, desfazendo-se assim, o espírito igualitário e fraterno cimentado por anos de luta.

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A CERIMÔNIA DE INCENSAÇÃO NO RITO ADONHIRAMITA

INTRODUÇÃO:

Os produtos voláteis ou gases perfumados que se desprendem das diversas substâncias, ao serem aspirados, entram nas fossas nasais e se dissolvem - se é que não estão suficientemente volatilizados - na mucosa. Desagregados nela excitam as terminações ao centro olfativo do córtex cerebral, onde são interpretados e nos produzem a sensação de cheiro ou odor. Ao aspirar o aroma, desencadeiam-se processos físico-químicos, causando sensações de bem ou mal estar, dependendo da nossa integração com o odor.

Nada é mais marcante do que um aroma que, pode ser inesperado, momentâneo e fugaz, e mesmo assim, marcar para sempre um instante da nossa vida. Os odores explodem suavemente na memória, como minas poderosas, escondidas sob a massa espessa de muitos anos de experiências. Basta percebermos um aroma, as lembranças afloram e sentimos emoções.

Há séculos, os místicos perceberam que a inalação de certas substâncias combustíveis inofensivas, especialmente quando aromáticas afetavam as glândulas, que também, têm funções psíquicas, estimulando-as e acelerando-as. Quando essas substâncias não podiam ser obtidas diretamente na natureza (madeiras, flores e ervas), o homem passou a fabricar

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compostos a partir das essências naturais e a propagá-las nos ambientes, por entre perfumes e incensos.

A adoção místico-religiosa dos incensos partiu do seguinte princípio: se as fragrâncias suaves eram agradáveis ao homem, deveriam ser, também, igualmente bem recebidas pelos deuses.

A mais antiga referência ao uso de substâncias aromáticas encontra-se em uma inscrição da 11ª Dinastia do Egito, quando o rei Sankhara enviou uma expedição através do deserto à região de Punt, hoje conhecida como Etiópia, na busca dessas substâncias. No antigo Egito o corpo dos mortos era preparado para os ritos funerários com o uso de incenso e óleos aromáticos, com o fim de afastar os maus espíritos que seguiam somente os odores nauseabundos.

Ainda no antigo Egito, entre algumas escolas de mistério - presume-se estarem ali correntes formadoras da maçonaria - dizia-se que o incenso tinha estranhas propriedades físicas, que produziam diversos efeitos sobre os seres humanos. Acreditava-se que a fumaça levava para o alto as preces dos homens, estabelecendo uma perfeita harmonização com as divindades.

DESENVOLVIMENTO:

Determinando a construção do Tabernáculo, Deus disse a Moisés que ele fizesse um Altar para queimar incenso, conforme registra a Bíblia:

“Farás também um Altar para queimar nele o incenso; de madeira de acácia o farás”

(Êxodo 30:1)

O incenso e sua fumaça possuem uma ação anti-séptica comprovada e essa ação física é acompanhada de uma ação psíquica. Ele, alterando as vibrações do ambiente, pela movimentação, proporciona um estado de alma particular propício à elevação espiritual. Veja-se o que disse Deus a Moisés:

“Disse Deus a Moisés: toma substâncias odoríferas, estoraque, onicha e gálbano: estes aromatas com incenso puro, cada um de igual peso; e disto farás incenso, perfume segundo a arte do perfumista, temperando com sal, puro e santo ... Porém o incenso que fareis, segundo a composição deste, não o fareis para vós mesmos; santo será para o Senhor”.

(Êxodo 30:34 / 38)

Os Reis Magos vindos do Oriente trouxeram, além de outras oferendas, incenso. A perfumação da Loja Maçônica Adonhiramita deve ser feita, como já vimos, com Rosa ou Benjoim. Os incensos Adonhiramitas estão ligados à emoção, ao amor, conseqüentemente à Beleza. A Rosa, a mais preferida das flores, é ligada ao amor. O Benjoim é uma goma-resina usada para fixar o aroma, de essência agradável, originário da Índia e utilizado como incenso pelos budistas e hinduístas.

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A CERIMÔNIA:

Após os anúncios ritualísticos de praxe, tendo ao fundo o amado Ir∴ Mestr∴ de Harm∴ feito soar uma música própria, o amado Ir∴ Mestr∴ de CCer∴, em seu posto, deve mentalizar o recebimento das energias cósmicas vindas pelo centro do Pavimento de Mosaico, dela se envolvendo. Dirige-se ao Alt∴ dos PPerf∴, recolhe o turíbulo que deve conter brasas bem ardentes, faz todo o seu giro de Incensação da Loja. Iniciando-o ao posicionar-se à direita do Ven∴Mestr∴ para receber as três pitadas, em forma triangular, magnetizadas pelo Ven∴. Cada pitada, respectivamente, pela Sabedoria, pela Força e pela Beleza. Conforme o Ritual as três pitadas são de Rosa ou Benjoim em pó.

Diante do Alt∴ do Ven∴, no centro do Or∴, em frente ao Alt∴ dos JJur∴, na “linha imaginária” que divide o Sul do Norte, incensa o Ven∴ Mestr∴ com três dutos. Dirige o primeiro para o lado direito do Ven∴, o segundo para o lado esquerdo e o terceiro à cabeça daquele Oficial, pronunciando após o último duto, “Sabedoria”. Após, dirige-se ao Alt∴ do amado Ir∴ Prim∴ Vigil∴ e procede da mesma forma, pronunciando após o terceiro duto central, “Força”; progredindo em seguida até o Alt∴ do amado Ir∴ Seg∴ Vigil∴trabalha de idêntico modo, pronunciando ao final do último duto, “Beleza”.

Em seguida dirigir-se-á ao Alt∴ do amado Ir∴ Orad∴ e de frente a ele, procede a um único duto, em direção à cabeça do amado Ir∴ Orad∴, mentalizando, ato contínuo, “Justiça”. Prosseguindo, passa por trás do Ven∴ Mestr∴, indo para frente do Alt∴ do amado Ir∴ Secr∴, procede a um único duto, mentalizando agora, “Memória”.

Posta-se no centro da balaustrada que separa o Or∴ do Oc∴ e na “linha imaginária” que divide a Col∴ do N∴ da Col∴ do S∴, de frente para o Oc∴, incensa a Loja por três vezes, sendo o primeiro duto dirigido a Col∴do S∴, mentalizando “Liberdade”; o segundo, dirigido a Col∴ do N∴, mentalizando “Igualdade” e o terceiro duto, dirigido ao centro, mentalizando “Fraternidade”.

Finalmente, entre CCol∴, voltar-se-á para o Or∴ e balançando o turíbulo na altura do coração, lançará o primeiro duto ao N∴, o segundo ao S∴ e o terceiro ao centro da Loja, dizendo em seguida, “Que a Paz Reine em Nossas CCol∴”.

Voltando-se para o amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴ incensa-o por um só duto, na altura da cabeça, mentalizando “Diligência” ou “Vigilância”. Entrega o turíbulo ao amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴, recebendo dele a espada pelo seguinte procedimento: com a mão direita, em que segura o turíbulo, encosta na mão direita do amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴ que está segurando a espada. Com a mão esquerda, que segura a corrente, segura a mão esquerda do amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴. No sentido horário, sem soltar as mãos, dá um passo para o S∴ enquanto o amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴ simultaneamente, dá um passo para o N∴. O segundo passo do amado Ir∴ Mestr∴ de CCer∴ do S∴ para o Oc∴, enquanto o amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴ do N∴ para o Or∴, isto faz com que troquem momentaneamente de função.

De acordo com o Manual do Mestr∴ de CCer∴ da Maçonaria Adonhiramita, o amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴ incensa primeiro o amado Ir∴ Mestr∴ de CCer∴ por um duto à altura da cabeça, mentalizando “Harmonia”. Tal procedimento difere do determinado pelo Ritual de Aprendiz Adonhiramita. Neste não há determinação de incensar ao amado Ir∴ Mestr∴ de CCer∴ pela

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simples razão que este é permanentemente incensado em toda a sua circulação. É ele que estabelece o equilíbrio da Loja. A razão que os IIr∴ tiveram ao introduzir essa prática foi a necessidade de totalizar vinte e um dutos, e também, alegaram que o amado Ir∴ Mestr∴ de CCer∴ tendo trocado de função momentaneamente com o amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴, passou a ser o Cobr∴ Inter∴, e como tal deve ser o último a ser incensado.

Em seguida, o amado Ir∴ Mestr∴ de CCer∴ abre a porta para que o amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴, da soleira do Templo (sem sair), incensa por duas vezes o exterior da Loja, dirigindo um duto para o N∴ e outro para o S∴ mentalizando, respectivamente, Paz e Amor ou Concórdia, correspondendo a incensação do Amado Irm ∴ Cobr∴ Exter∴, o Amado Irm ∴ Prim∴ Exp∴.

Após isso, com os mesmos procedimentos, o amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴ e o amado Ir∴ Mestr∴ de CCer∴ trocam seus materiais litúrgicos e completam o giro, no sentido horário, voltando os dois Amados IIr∴ às suas funções de ofício. O amado Ir∴ Mestr∴ de CCer∴ retorna ao Or∴ e deposita o turíbulo no Alt∴ dos PPerf∴, que sempre estará ao pé dos degraus do Alt∴ da Sabed∴, do mesmo lado do Alt∴ do Amado Iir ∴ Orad∴.

Nesse ponto cessa a mentalização da captação da energia, que terá sido distribuída por toda a Loja, pela evolação da fumaça do incenso que esparge os elétrons da energia gerada pela mentalização do amado Ir∴ Mestr∴ de CCer∴, que deve ser acompanhada por todos os Amados Ir∴ presentes.

Conclusão:

A cerimônia de Incensação é uma alegoria esotérica que concentra todas as energias do Universo a uma força única. O simbolismo do incenso está, ao mesmo tempo, na dependência do simbolismo da fumaça e do perfume, como também, das resinas inalteráveis que servem para prepará-los.

As árvores produtoras dessas resinas tem sido tomadas, por vezes, como símbolos do Cristo. O incenso tem a incumbência, pois, de elevar a prece para o céu, e nesse sentido, é um emblema da função do Amado Ir ∴ Mestr∴ de CCer∴: esta é a razão pela qual um dos Reis Magos ofereceu o incenso ao Menino Jesus.

O uso do incensamento, que é universal, tem em toda parte o mesmo valor simbólico: associa o homem à divindade, o finito ao infinito, o mortal ao imortal.

O incenso tem um duplo significado. Ele sobe para o G∴ A∴ D∴ U∴ como um símbolo das orações dos irmãos; mas também se espalha pelo Templo como um símbolo do suave perfume da bênção divina, e assim o Amado Ir ∴ Mestr∴ de CCer∴ o impregna de uma influência sagrada, com a idéia de que, onde quer que o aroma possa penetrar, por onde quer que a menor de suas partículas possa passar, levará consigo um sentimento de paz e de pureza, expulsando todos os pensamentos não-harmoniosos.

Com o ofício da incensação , obtêm-se quatro objetivos distintos:

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Primeiro: Seja qual for o escopo da parte invocatória do serviço, numerosas pessoas se reúnem para orar ou meditar, criando assim uma forma-pensamento de grandes proporções;

Segundo: Uma boa soma de força flui em conseqüência, e ativa as faculdades espirituais dos participantes;

Terceiro: O esforço simultâneo sincroniza as vibrações de seus corpos, tornando-os com isso, mais receptivos;

Quarto: Sendo sua atenção concentrada no mesmo objetivo, cooperam eles entre si, e há, portanto, estímulos recíprocos.

Durante nossas seções maçônicas, e mesmo nos períodos de meditação, quando isoladamente nos preparamos para comungar com o G∴ A∴ D∴ U∴ no nosso templo interior, devemos buscar meios que facilitem a ligação espiritual do homem com o seu criador.

Estando a Loja purificada com a Incensação, que propicia a união fraternal de todos os Obr∴ presentes, torna os mesmos aptos a merecer a presença de SUA LUZ (do G∴ A∴ D∴ U∴), que os protegerá, libertando-os das trevas.

Os meios e os recursos de estabelecer comunhão com Deus são tão numerosos quanto às religiões que os homens criaram e a flexibilidade que sua imaginação permitiu. O fato é que mesmo hoje em dia, nas igrejas de seitas cristãs tradicionais e respeitadas, nas lojas maçônicas de todo o mundo ou em qualquer lugar onde se deseje a ligação entre os planos material e espiritual, o incenso está presente e auxiliando no desenvolvimento espiritual.

TRABALHO BASEADO NO RITO ADONHIRAMITA

BIBLIOGRAFIA:

M∴I∴ COSTA, Orlando Soares da – 31∴ - F.R.C.-S\I\.Metástase Maçônica. Editora Europa, Rio de Janeiro, 1999. 325p.

M∴M∴ MARCHIORO, Nilson de Paula Xavier. Considerações associativas entre a construção do Templo Interior, o Binário e o Ternário, o uso do Incenso e a Intuição. Trabalho Grau I apresentado em Loja. Curitiba, 1999. 6p.

LEADBEATER, C. W. O Lado Secreto das Coisas. Editora Pensamento.

CHEVALIER, Jean, CHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos. Editora Pensamento.

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A Coluna “B” Este Trabalho do grau de Aprendiz não tem a pretensão de esgotar o assunto sobre as Colunas do Templo Maçônico, por sua natureza histórica e polêmica e muito menos dissociar uma coluna da outra por serem, como veremos, indissociáveis e, para isso, irá reunir o conhecimento de vários estudiosos nesse assunto e citações bíblicas sem, entretanto, se afastar da relação que existe entre o Ir∴ Aprendiz e a “Coluna do Norte” ou Coluna “B”.

Etimologicamente o termo “coluna” tem uma série de significados e na Maçonaria recebe uma gama de Símbolos, quer na ordem arquitetônica ou na esfera zodiacal. Nas esferas simbólicas, três colunas são por demais conhecidas; também denominadas Pilares Alegóricos: Jônica, Dórica e Coríntia e personalizadas no Venerável Mestre, 1o. e 2o. Vigilantes, respectivamente, e que representam a Sabedoria, a Força e a Beleza.

Ainda na área simbólica, denominam-se de “Coluna do Norte” e “Coluna do Sul” as fileiras de cadeiras colocadas à esquerda e à direita da parte ocidental do Templo. Segundo Boanerges, as Colunas são os objetos que mais despertam a atenção do Aprendiz. Assentado na “Coluna do Norte” ele vê, à sua direita, próximo à entrada do Templo, duas Colunas em que as letras “B” e “J” despertam a sua curiosidade. O Ap∴ assenta-se na coluna do Norte, isto é, a Coluna “B”, junto à qual se encontra a Pedra Bruta. Aslan ensina: “Simbolicamente, o Norte é o lado menos iluminado do Templo, por isso nele têm assento os Aprendizes no Rito Escocês Antigo e Aceito”.

A Posição destas Colunas é um dos assuntos mais polêmicos e controvertidos em Maçonaria, e elas advieram no que conceitua a Bíblia, por ocasião da construção do Templo de Salomão. Vamos verificar e analisar seu texto em 1o. Reis capítulo VII versículos 15 a 22:

15 – Formou duas colunas de bronze; a altura de cada uma era de dezoito côvados, e um fio de doze côvados era a medida de sua circunferência.

16 – Também fez dois capitéis de fundição de bronze para pôr sobre o alto das colunas: de cinco côvados de altura era cada um deles.

17 – Havia obra de rede, e ornamentos torcidos em forma de cadeia para os capitéis que estavam em cima das colunas; sete para um e sete para o outro.

18 – Fez também romãs em duas fileiras por cima da obra de rede para cobrir o capitel no alto da coluna; o mesmo fez com o outro capitel.

19 – Os capitéis que estavam no alto das colunas eram de obra de lírios, como na Sala do Trono e de quatro côvados.

20 – Perto do bojo, próximo à obra de rede, os capitéis que estavam no alto das colunas tinham duzentas romãs, dispostas em fileiras em redor sobre um e outro capitel.

21 – Depois levantou as colunas no pórtico do templo, tendo levantado a coluna direita, chamou-lhe Jaquim; e tendo levantado a coluna esquerda, chamou-lhe Boaz. 22 – No alto das colunas estava a obra de lírios e assim acabou a obra das colunas”. Lendo atentamente a descrição das colunas poderíamos deduzir que haviam 2 capitéis superpostos, sendo um de 5 côvados de altura e o outro de 4 côvados, o que levaria a uma altura total de 27 côvados, ficando o módulo igual a 7. O texto bíblico fala de 7 fileiras de pequenas correntes, de um lírio de 4 côvados de altura e de capitéis de 5 côvados de altura. Se o capitel tinha 5 côvados de altura e os lírios 4, restaria apenas uma altura de 1 côvado no qual deveriam estar localizadas as 7 fileiras de pequenas correntes. Assim estas seriam então de dimensões muito reduzidas e pouco visíveis de uma altura de cerca de 10 metros. O texto bíblico não menciona nenhum pedestal e é provável que estes não existiram e as colunas deveriam ter sido colocadas diretamente na terra sobre uma base de pedra. Lendo-se Jeremias capítulo III, versículo 21, verificamos que a altura das colunas era de 18 côvados, número este que concorda com 1º Reis, somados aos 5 côvados dos capitéis daria, para cada coluna, uma altura de 23

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côvados ou sejam 15,18m. Ainda no versículo 17 do capítulo II do livro de Crônicas, vê-se repetida a informação de que as colunas foram levantadas “diante do Templo”, uma à direita e outra à esquerda, o que nos leva a concluir que elas eram independentes do pórtico e nada suportavam, figurando ali, simplesmente como ornamento. Tal ornamento tinha, porém, uma significação muito importante, pois Salomão quis, sem dúvida, perpetuar, nas colunas, uma homenagem de agradecimento a Deus. Em Êxodo capítulo XIII, versículo 21 está escrito que “O Senhor ia diante deles, durante o dia numa coluna de fumaça para guiar pelo caminho e à noite em uma coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que se caminhassem de dia e de noite”. “Yachim” deriva de “Jah” que equivale a “Jeová” e de “Achim” que é “Estabelecer” e significam “Deus estabelecerá sua casa em Israel”, enquanto que “Boaz” se compõem de “B” que significa “Em” e de “Oaz” que significa “Fortaleza”, dando a entender que “Será Estabelecida Em Fortaleza”. A construção do Templo em homenagem ao Senhor se esmerou em símbolos ditados pela perícia e profundos conhecimentos do grande construtor Hiram Habiff de Tiro. Hiram Abiff era filho de uma viúva da tribo de Nephtali. Seu pai era de Tiro e trabalhava no bronze. Hiram Habiff era cheio de sabedoria e de inteligência para fazer todo gênero de trabalhos no ouro, prata e bronze. Zé Rodrix nos conta em seu romance “Diário de Um Construtor do Templo” que Hiram Habiff fora indicado ao rei Salomão por Joab de Tiro para ser o construtor do Templo que seria a morada do Senhor e guardaria a Arca da Aliança.

Em princípios do século XVIII, os únicos símbolos existentes em uma Loja Maçônica, sob forma de colunas, eram as Colunas “B” e “J”. Como outros símbolos Maçônicos, as duas colunas eram desenhadas no assoalho, dentro de um quadrilongo. Transformava-se, dessa forma, o local em que se realizava a reunião em uma Loja Maçônica.

A transcrição de um trecho de um trabalho inserido em “Introdução à Maçonaria” de Rizzardo de Camino diz: “Ao nos referirmos às Colunas Maçônicas, seja-nos permitido dizer que o desenvolvimento da arquitetura afastou dos Templos Maçônicos o estilo primitivo, pois os que se adotam na atualidade são de três ordens: Dórica, Jônica e Coríntia. Até as duas Colunas do átrio distanciaram-se tanto das idealizadas por Salomão que apenas conservaram os símbolos representados pelas romãs.

Uma coluna no aspecto material é um pilar cilíndrico destinado a sustentar uma abóbada ou uma ornamentação.

No antigo Egito as colunas eram monolíticas. Temos na ordem arquitetônica clássica, oito espécies: Salomônica, Egípcia, Assíria, Dórica, Jônica, Coríntia, Compósita e Toscana. Cada coluna obedece a medidas exatas e se divide em nove partes: Saco, base, fuste, capitel, arquitrave, friso e cornija. Consoante o estilo de cada uma destas partes, surgem ornamentos peculiares.

Algumas peculiaridades dessas colunas são verificadas assim: a coluna Dórica, que é a mais simples e vigorosa, é a mais antiga. Caracteriza-se pela ausência de base assentando a coluna sobre o embasamento geral. É de forma cônica com um ligeiro engrossamento no terço superior. O fuste é canelado de arestas vivas. O capitel tem vários filetes, um toro ou espinha dilatados que suporta uma goteira quadrada. O entablamento compõe-se de uma arquitrave elevada e lisa, de um friso decorado com métopes e tríglifos e de uma cornija guarnecida de mútuos inclinados.

A coluna Jônica caracteriza-se por possuir um capitel ornado de duas volutas laterais.

A coluna Coríntia é a mais formosa pela harmonia de suas proporções e pela decoração de folhas de acanto dos seus capitéis. A coluna Coríntia possui um fuste liso ou canelado com vinte a trinta caneluras. A base é Ática ou Jônica. A altura do entablamento é a quinta parte da altura da coluna. O friso é muito ornamentado ou liso e a cornija também, que varia nas suas proporções e decoração. Há também a composição entre várias ordens e estilos, surgindo belos trabalhos, como a coluna Compósita. Há um sem número de colunas com estilo moderno, a saber: Ática, Gótica, Rostada, Abalaustrada, Embebida, Isolada, etc., etc.

A Maçonaria guarda até hoje em seus Templos a lembrança destas colunas, não colocadas fora do Templo, mas sim, em seu interior, logo depois da porta de entrada e as faz menores que as originais, com medidas proporcionais ao Templo. São de madeira ou de tijolos e não de bronze como eram as primitivas e mais, são maciças e não ocas. As colunas do Templo de Salomão eram de bronze que simbolizava a eterna estabilidade das leis da natureza. Ainda hoje a Maçonaria vê no bronze este emblema e por isto ele representa a base da doutrina maçônica em que os princípios da iniciação são imutáveis e se transmitem de uma a outra civilização.

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As duas colunas eram ocas e serviam para guardar em seu interior os instrumentos da construção, os arquivos, os livros da lei e outros documentos. Na simbologia maçônica isto quer dizer que, uma vez suspensos os trabalhos, todos os objetos maçônicos empregados devem ficar fora da vista dos profanos e, assim, só voltarão a ser usados pelos Maçons quando os trabalhos forem reiniciados. Os instrumentos constituíam um verdadeiro tesouro para aqueles que construíram o Templo. Da mesma maneira, a filosofia Maçônica, fiel ao seu simbolismo, lembra que na Maçonaria o tesouro encerrado no interior das colunas é a própria Doutrina Iniciática, que só chega ao conhecimento daqueles que se aprofundam nos estudos, evitando satisfazer-se com os elementos que só se mostram na superfície.

Outra razão de estarem as colunas na entrada do Templo, era que por entre elas havia de passar aquele que, procedente do mundo profano da vida comum, entrava no mundo superior da Loja, e sob este aspecto simbolizavam o vencimento em sua natureza inferior, de turbulência das emoções pessoais e da versatilidade da mente concreta. Somente então estava o homem estabelecido na fortaleza, tendo o poder para executar e a sabedoria para dirigir.

Boanerges conclui que as Colunas servem de canal por onde descem as benesses do G∴ A∴ D∴ U∴ e por onde sobem as puras aspirações humanas. É neste continuo descer e subir que consiste a grande Lei Divina da Involução e Evolução que rege a Iniciação Maçônica. É por isso que as colunas “B” e “J” simbolizam a Lei da Iniciação.

Bibliografia

Alves, Derly Halfeld - Peças de Arquitetura - Editôra Maçônica A Trolha - 1a. Edição - 2002 Castro, Boanerges Barbosa – Templo Maçônico e seu Simbolismo – Editora Aurora – 3a. Edição Carvalho, Assis - Caderno de Estudos Maçônicos - No. 8 - Símbolos Maçônicos e suas origens - Editora Maçônica A Trolha - 1a. Ediçãão Rodrix, Z - Diário de Um Construtor do Templo - Editora Record - 1999 Êxodo: 13, 21 Jeremias: 52, 20-23 Reis: 7, 15-22

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A Constituição de Anderson I - Respeitando a Deus e à Religião Um Pedreiro é obrigado, pela sua condição, a obedecer à lei moral. E, se compreende correctamente a Arte, nunca será um ateu estúpido nem um libertino irreligioso. Mas, embora, nos tempos antigos, os pedreiros fossem obrigados, em cada país, a ser da religião desse país ou nação, qualquer que ela fosse, julga-se agora mais adequado obrigá-los apenas àquela religião na qual todos os homens concordam, deixando a cada um as suas convicções próprias: isto é, a serem homens bons e leais ou homens honrados e honestos, quaisquer que sejam as denominações ou crenças que os possam distinguir. Por consequência, a Maçonaria converte-se no Centro de União e no meio de conciliar uma amizade verdadeira entre pessoas que poderiam permanecer sempre distanciadas.

II - Do Magistrado Civil supremo e subordinado

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Um Pedreiro é um súbdito tranquilo do poder civil, onde quer que resida ou trabalhe e nunca deve imiscuir-se em planos e conspirações contra a paz e o bem-estar da nação, nem comportar-se indevidamente para com os magistrados inferiores. Porque, como a Maçonaria tem sido sempre prejudicada pela guerra, a efusão de sangue e a desordem, assim os antigos reis e príncipes dispuseram-se a encorajar os artífices por causa da sua tranquilidade e lealdade, por meio das quais respondiam, na prática, às cavilações dos adversários e concorriam para a honra da Fraternidade, sempre florescente em tempo de paz. Eis porque, se um irmão for rebelde para com o Estado, não deve ser apoiado na sua rebelião conquanto possa ser lamentado como um infeliz; e, se não for culpado de nenhum outro crime, embora a Fraternidade leal deva e tenha de rejeitar a sua rebelião e não dar sombra ou base de desconfiança política ao governo existente, não pode expulsá-lo da loja e a sua relação para com ela permanece indefectível.

III - Das Lojas

Uma Loja é o local onde se reúnem e trabalham pedreiros. Portanto, toda a assembleia ou sociedade de pedreiros, devidamente organizada, é chamada loja, devendo todo o irmão pertencer a uma e estar sujeito ao seu regulamento e aos regulamentos gerais. Uma loja é particular ou geral e será melhor entendida pela sua frequência e pelos regulamentos da loja geral ou Grande Loja, adiante apensos. Nos tempos antigos, nenhum mestre nem companheiro se podia ausentar dela, especialmente quando avisado para comparecer, sem incorrer em severa censura, a menos que parecesse ao mestre e aos vigilantes que a pura necessidade o impedira.

As pessoas admitidas como membros de uma loja devem ser homens bons e leais, nascidos livres e de idade madura e discreta, nem escravos, nem mulheres, nem homens imorais ou escandalosos, mas de boa reputação.

IV - Dos Mestres, Vigilantes, Companheiros e Aprendizes

Toda a promoção entre pedreiros é baseada apenas no valor real e no mérito pessoal, a fim de que os senhores possam ser bem servidos, os irmãos não expostos à vergonha e a arte real não seja desprezada. Portanto, nenhum mestre nem vigilante é escolhido por antiguidade, mas pelo seu érito. Torna-se impossível descrever estas coisas por escrito, e cada irmão deve ocupar o seu lugar e aprendê-las na maneira própria desta Fraternidade. Fiquem apenas sabendo os candidatos que nenhum mestre deve tomar aprendiz a menos que tenha ocupação bastante para ele e a menos que se trate de um jovem perfeito, sem mutilação nem defeito no corpo que o torne incapaz de aprender a arte, de servir o senhor do seu mestre, e de ser feito irmão e depois companheiro em tempo devido, mesmo após ter servido o número de anos consoante requeira o costume do país; e que ele provenha de pais honestos; de maneira que, quando qualificado para tal, possa ter a honra de ser vigilante, depois mestre da loja, grande vigilante e, por fim, grão-mestre de todas as lojas, conforme ao seu mérito.

Nenhum irmão pode ser vigilante sem ter passado pelo grau de companheiro; nem mestre sem ter actuado como vigilante; nem grande-vigilante sem ter sido mestre de loja; nem grão-mestre a menos que tenha sido companheiro antes da eleição, e que seja de nascimento nobre ou gentleman da melhor classe ou intelectual eminente ou arquitecto competente ou outro artista saído de pais honestos e de grande mérito singular na opinião das lojas. E para melhor, mais fácil e mais honroso desempenho do cargo, o grão-mestre tem o poder de escolher o seu próprio grão-mestre substituto, que deve ser ou deve ter sido mestre de uma loja particular e que tem o privilégio de fazer tudo aquilo que o grão-mestre, seu principal, pode fazer, a menos que o dito principal esteja presente ou interponha a sua autoridade por carta.

Estes dirigentes e governadores, supremos e subordinados, da antiga loja, devem ser obedecidos nos seus postos respectivos por todos os irmãos, de acordo com os velhos preceitos e regulamentos, com toda a humildade, reverência, amor e diligência.

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V - Da Gestão do Ofício no Trabalho

Todos os pedreiros trabalharão honestamente nos dias úteis para que possam viver honradamente nos dias santos; e observar-se-á o tempo prescrito pela lei da terra ou confirmado pelo costume.

O mais apto dos companheiros será escolhido ou nomeado mestre ou inspector do trabalho do Senhor; e será chamado mestre por aqueles que trabalham sob ele. Os obreiros devem evitar toda a linguagem grosseira e não se tratar por nomes descorteses, mas sim por irmão ou companheiro; e devem comportar-se com urbanidade dentro e fora da loja.

O mestre, conhecendo-se a si mesmo capaz de destreza, empreenderá o trabalho do Senhor tão razoavelmente quanto possível e utilizará fielmente os materiais como se seus fossem; nã dará a irmão ou aprendiz maiores salários dos que ele, realmente, possa merecer.

Tanto o mestre como os pedreiros, recebendo os seus salários com exactidão, serão fiéis ao Senhor e terminarão o trabalho honestamente, quer ele seja à tarefa quer ao dia; não converterão em tarefa o trabalho que costume ser ao dia.

Ninguém terá inveja da prosperidade de um irmão, nem o suplantará, nem o porá fora do trabalho se ele for capaz de o terminar; porque nenhum homem pode terminar o trabalho de um outro com o mesmo proveito para o Senhor a menos que esteja completamente familiarizado com os desenhos e planos daquele que o começou.

Quando um companheiro for escolhido como vigilante do trabalho sob o mestre, será leal tanto para com o mestre como para com os companheiros, vigiando zelosamente o trabalho na ausência do mestre, para proveito do Senhor; e os seus irmãos obedecer-lhe-ão.

Todos os pedreiros empregados receberão o salário em sossego, sem murmurar nem se amotinar, e nã abandonarão o mestre até o trabalho estar concluído.

Cada irmão mais jovem será instruído no trabalho, para se evitar que estrague os materiais por falta de conhecimento e para aumentar e continuar o amor fraternal.

Todas as ferramentas usadas no trabalho serão aprovadas pela Grande Loja. Nenhum outro trabalhador será empregado no trabalho próprio da Maçonaria; nem os pedreiros-livres trabalharão com aqueles que não forem livres, salvo necessidade urgente; nem ensinarão trabalhadores e pedreiros não aceites como ensinariam um irmão ou um companheiro.

VI - Da Conduta

1. Na Loja, enquanto constituída

Não organizareis comissões privadas nem conversações separadas sem permissão do mestre, nem falareis de coisas impertinentes nem indecorosas, nem interrompereis o mestre nem os vigilantes nem qualquer irmão que fale com o mestre; nem vos comportarei jocosamente nem apalhaçadamente enquanto a loja estiver ocupada com assuntos sérios e solenes; nem usareis de linguagem indecente sob qualquer pretexto que seja; mas antes manifestareis o respeito devido aos vossos mestre, vigilantes e companheiros e venerá-los-eis.

Se surgir alguma queixa, o irmão reconhecido culpado ficará sujeito ao juízo e à decisão da loja, a qual constitui o juiz próprio e competente para todas as controvérsias desse tipo (salvo se seguir apelo para a Grande Loja) e à qual elas devem ser referidas, a menos que o trabalho do Senhor seja no entretanto prejudicado, motivo pelo qual poderá usar-se de processo particular; mas nunca deveis recorrer à lei naquilo que respeite à Maçonaria sem absoluta necessidade, reconhecida pela loja.

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2. Conduta depois de a Loja ter encerrado e antes dos irmãos terem partido Podeis divertir-vos com alegria inocente, convivendo uns com os outros segundo as vossas possibilidades. Evitai porém todos os excessos, sem forçar um irmão a comer ou a beber para além dos seus desejos, sem o impedir de partir quando o chamarem os seus assuntos e sem dizer ou fazer qualquer coisa ofensiva ou que possa tolher uma conversação afável e livre. Porque isso destruiria a nossa harmonia e anularia os nossos louváveis propósitos. Portanto, não se tragam para dentro da porta da loja rancores nem questões e, menos ainda, disputas sobre religião, nações ou política do Estado. Somos apenas pedreiros, da religião universal atrás mencionada. Somos também de todas as nações, línguas, raças e estilos e somos resolutamente contra toda a política, como algo que até hoje e de hoje em diante jamais conduziu ao bem-estar da loja. Esta obrigação sempre tem sido prescrita e observada e, mais especialmente, desde a Reforma na Grã-Bretanha, ou a dissenção e secessão destas nações da comunhão de Roma.

3. Conduta quando irmãos se encontram sem estranhos mas não em loja formada. Deveis cumprimentar-vos uns aos outros de maneira cortês, como vos ensinarão, chamando-vos uns aos outros irmãos, dando-vos livremente instrução mútua quando tal parecer conveniente, sem serdes vistos nem ouvidos e sem vos ofenderdes uns aos outros nem vos afastardes do respeito que é devido a qualquer irmão, mesmo que não fosse pedreiro. Porque embora todos os pedreiros sejam como irmãos, ao mesmo nível, a Maçonaria não retira ao homem a honra que ele antes tinha; pelo contrário, acrescenta-lhe honra, principalmente se ele bem mereceu da Fraternidade, a qual deve conceder honra a quem for devida e evitar as más maneiras.

4. Conduta na presença de estranhos não pedreiros.

Sereis prudentes nas vossas palavras e atitudes, a fim de que o mais penetrante dos estranhos não seja capaz de descobrir ou achar o que não convém sugerir; por vezes desviareis a conversa e conduzi-la-eis com prudência, para honra da augusta Fraternidade.

5. Conduta em casa e para com os vizinhos.

Deveis proceder como convém a um homem moral e avisado; em especial, não deixeis família, amigos e vizinhos conhecer o que respeita à loja, etc. mas consultai prudentemente a vossa própria honra e a da antiga Fraternidade por razões que não têm aqui de ser mencionadas. Deveis também ter em conta a vossa saúde, não vos conservando fora de casa, depois de terem passado as horas de loja; evitai os excessos de comida e de bebida, para que as vossas famílias não sejam negligenciadas nem prejudicadas e vós próprios incapazes de trabalhar.

6. conduta para com um irmão estranho.

Deveis examiná-lo com cuidado, da maneira que a prudência vos dirigir de forma que não vos deixeis enganar por um ignorante e falso pretendente, a quem rejeitarei com desprezo e escárnio, evitando dar-lhe quaisquer sinais de reconhecimento.

Contudo, se descobrirdes nele um irmão verdadeiro e genuíno, então deveis respeitá-lo; e, se ele tiver qualquer necessidade, deveis ajudá-lo se puderdes ou então dirigi-lo para quem o possa ajudar. Deveis empregá-lo durante alguns dias, ou recomendá-lo para que seja empregado. Mas não sois obrigado a ir além das vossas possibilidades, somente a preferir um irmã pobre, que seja homem bom e sincero, a quaisquer outros pobres em idênticas circunstâncias.

Finalmente, todas estas obrigações são para observardes, e assim também as que vos serão comunicadas por outra via; cultivando o amor fraternal, fundamento e remate, cimento e glória desta antiga Fraternidade, evitando toda a disputa e querela, toda a calúnia e maledicência, não permitindo a outros caluniar um irmão honesto, mas defendendo o seu carácter e prestando-lhe todos os bons ofícios compatíveis com a vossa honra e segurança e não mais. E se algum deles vos fizer mal, dirigi-vos à vossa própria loja ou à dele; e daí, podeis apelar para a Grande Loja, aquando da Comunicação

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Trimestral, e daí para a Grande Loja anual, como tem sido a antiga e louvável conduta dos nossos antepassados em todas as nações; nunca recorrendo à justiça a não ser quando o caso não se possa decidir de outra maneira, e escutando pacientemente o conselho honesto e amigo de mestre e companheiros quando vos queiram impedir de recorrerdes à justiça com estranhos ou vos incitar a pordes rapidamente termo a todo o processo, a fim de que vos possais ocupar dos assuntos da Maçonaria com mais alacridade e sucesso; mas com respeito aos irmãos ou companheiros em juízo, o mestre e os irmãos devem com caridade oferecer a sua mediação, a qual deve ser aceite com agradecimento pelos irmãos contendores; e se essa submissão for impraticável, devem então continuar o seu processo ou pleito sem ira nem rancor (não na maneira usual), nada dizendo ou fazendo que possa prejudicar o amor fraternal, e renovando e continuando os bons ofícios; para que todos possam ver a influência benigna da Maçonaria e como todos os verdadeiros pedreiros têm feito desde os começos do mundo e assim farão até ao final dos tempos.

Amen, assim seja.

Fonte: Anderson's Constitutions, Constitutions d'Anderson 1723, texte anglais de l'édition de 1723, introduction, traduction et notes par Daniel Ligou, Paris, Lauzeray International, 1978, tradução directa do inglês para português, in A Maçonaria Portuguesa e o Estado Novo - 2ª Edição, de A. H. de Oliveira Marques, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1983 (pp. 76-82)

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A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO

Os preparativos para edificar o Templo Segundo os registos bíblicos do Livro de Crónicas, construir um Templo ao Deus de Israel era uma ideia que David, pai de Salomão, tinha em mente executar desde que se tornara Rei. Mas Deus proibira-o de tal, pois David havia participado em inúmeras guerras e com isso derramado muito sangue. Deus prometeu a David que teria um filho, que se chamaria Salomão, e ele seria quem poderia construiria o Templo, pois seria um homem da Paz. Como Salomão era muito novo, David, antes de morrer, começou os preparativos para o Templo. Juntou muito ouro, prata, ferro e bronze e deixou madeira e homens experientes para trabalharem estes materiais. Entregou a Salomão o desenho (planta) do Templo, juntamente com os pesos e medidas de cada objecto que iriam ser utilizados. Também deixou especificadas instruções sobre o trabalho dos sacerdotes e dos levitas (encarregados do louvor). Tudo isto foi feito seguindo à risca todas as instruções que Deus havia deixado. O Rei David também aconselhou Salomão a ser forte e a que guardasse os Mandamentos do Senhor. Restava agora a Salomão seguir os planos de seu pai e construir o Templo, no qual se passaram a guardar a Arca da Aliança e os objectos sagrados. Por outro lado, o Templo também era importante no âmbito político, pois simbolizava a unidade nacional. O povo hebreu precisava estar unido e a melhor

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forma de o conseguir era através da religião. O Templo congregaria pessoas de várias partes e simbolizaria a presença do Deus de Israel no meio do seu povo. O povo de Israel ficaria ao redor do Templo adorando, bendizendo, fazendo petições e holocaustos a Deus.

O Tabernáculo era o lugar de culto do povo de Israel antes da construção do Templo. Nele se guardavam

a Arca da Aliança e os objectos sagrados.

A execução dos planos O Templo seria edificado em Jerusalém no monte Moriá. A sua construção foi iniciada no segundo dia do segundo mês do quarto ano do reinado de Salomão (II Crónicas 4:2). Para a obra, o Rei fez um recenseamento dos estrangeiros e contou 153.600. Destes, designou 70.000 para o transporte dos materiais, 80.000 para cortar pedras nas montanhas e 3.600 para dirigir os serviços. Foram necessários também 30.000 trabalhadores de Israel que se subdividiram em grupos de 10.000 homens. Estes iam em levas para o Líbano buscar cedros e eram dirigidos por Adonirão. Ficavam um mêsno Líbano evoltavam para descansar dois meses. Quem fez o trabalho pesado na construção do Templo foram os estrangeiros, pois era proibido dar aos pagãos o privilégio de dirigir, fazendo dos israelitas escravos. No conjunto foram utilizados para o serviço, os construtores de Salomão, os trabalhadores fenícios de Hiram, e outros estrangeiros provenientes de outras paragens. Hiram, rei de Tiro, teve um papel importante na edificação, pois forneceu a Salomão a madeira de cedro do Líbano necessária para a construção. Depois Salomão enviou esta mensagem a Hiram: "Age como fizeste com meu pai David, enviando-lhe cedro para edificar uma casa para a sua residência. Eis que resolvi edificar uma casa para o nome de Jeová meu Deus para reconhecer sua santidade, queimar diante dele o incenso perfumado e oferecer continuamente os pães da propiciação e oferecer holocaustos de manhã (...) A Casa que vou construir será grande, porque nosso Deus é maior do que todos os deuses, "( II Crónicas 2:2-4). "Envia-me do Líbano troncos de cedro, de cipreste e de sândalo, pois sei que teus servos sabem cortar as madeiras do Líbano. Meus servos trabalharam com os seus" (II Crónicas 2: 7). O cedro era cortado, embarcado em diversos portos da Fenícia e transportado por via marítima para desembarcar em Jafa de onde a madeira era transportada até Jerusalém que ficava a 68 km. Salomão recebeu de Hiram toda a madeira de que precisou e em troca Hiram recebia vinte mil coros de trigo para prover sua casa e vinte mil batos (décima parte do coro) de azeite de oliveira por ano. Hiram auxiliou Salomão em vários de seus empreendimentos, indicou especialistas no tratamento do ouro, feno, prata e bronze para a obra de entalhe.

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O Templo em fase intermédia de construção

O rei utilizou para a edificação do Templo pedras grandes e lavradas. "Todos os edifícios eram feitos de pedras escolhidas, talhadas sob medida, serradas por dentro e por fora (...) (I Reis 7: 9). As suas medidas eram: 60 côvados de comprimento;20 côvadosdelargurae30côvados dealtura. O Templo possuía 3 divisões principais; o pórtico (saguão de entrada), o santuário (salão principal) e o santo dos santos (santuário interior em forma de cubo). Era pequeno para o número de funcionários utilizados, mas foi uma das obras públicas mais dispendiosas da época. Foi edificado inteiramente com pedras e conta a Bíblia que enquanto se construía não se ouvia nem som de martelo, machado ou de instrumento de ferro. As paredes internas e o teto eram forrados de ouro. A parte central era forrada com madeira de cipreste e coberta com placas de ouro. Nas paredes havia desenhos de palmeiras e correntes. Havia também jóias fixas nas paredes que aumentavam a sua beleza interior. O ouro era da melhor qualidade e revestia todas as paredes, portas e batentes. Dentro do Templo, numa das extremidades, ficava o lugar mais sagrado de todos, o Santo dos Santos. Era o lugar mais recôndito do Templo e nele, somente uma vez por ano, no dia da Expiação, o sumo sacerdote entrava para oferecer sacrifício para perdão dos seus próprios pecados e o sacrifício pelos pecados do povo. Era no Santo dos Santos que ficava a Arca da Aliança. O lugar era coberto de ouro e tinha um altar de madeira revestido também a ouro, bem como dois querubins iguais feitos de madeira e revestidos no mesmo metal precioso. Tinha 10 côvados de altura. Os querubins simbolizavam a protecção das coisas sagradas, neste caso, a Arca da Aliança. (O povo não podia ver os querubins, pois só o sumo sacerdote tinha acesso ao Santo dos Santos). As obras de Hiram para o Templo Hiram, um artesão encarregado de obras de bronze, fez duas colunas de bronze, enfeitadas com romãs, que não tinham a função de sustentar mas sim a de ornamentar.

Reconstituição do pátio interior do Templo

Seus nomes eram Jaquim (ele estabelecerá) e Boaz (ele vem em poder). Fez o Mar de Fundição ou Mar de Bronze, um tanque grande que era o principal depósito de água destinada aos ritos de purificação para a santificação. Era usado pelos sacerdotes. O vaso de Amatunte, no Museu do Louvre dá uma ideia provavelmente precisa do que foi o Mar de Bronze do Templo de Jerusalém. Fez além destas obras, 10

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pias (para a lavagem dos holocaustos), pás (para pegar as cinzas dos altares), caldeirões e bacias. Salomão terminou as obras do Templo e trouxe então para o seu interior os tesouros que David havia dedicado ao Senhor.

Mar de bronze, ou depósito de água

A Arca O Templo serviria para guardar os tesouros mais valiosos do reino, o mais valioso era a Arca da Aliança. A Arca era uma caixa de 1,20 m de comprimento, 0,75 m de largura e 0,75 m de altura. Era feita de madeira de acácia e recoberta de ouro puro. Continha, num período anterior ao de Salomão, as duas tábuas dos Dez Mandamentos, um vaso com maná e a vara de Arão. Era um símbolo da presença e da glória de Deus, santificava o lugar onde repousava. A Arca era transportada só por sacerdotes ou por levitas e na festa dos tabernáculos, no mês de Outubro, os sacerdotes levaram-na para o Templo. O Rei Salomão e todo o povo reuniu-se diante dela e ofereceu sacrifícios de ovelhas e de bois. Eram tantos os animais que não puderam ser contados. Os sacerdotes colocaram a Arca no Templo, dentro do Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins. Quando os sacerdotes voltavam do Santo dos Santos, uma nuvem brilhante encheu o Templo e foram obrigados a sair, porque a G1ória do Senhor preenchia todo o espaço. Então o rei Salomão orou ao Senhor. Pediu que abençoasse o povo agradecendo a Deus pela sua felicidade e pelas demais bênçãos. Também pediu que se cumprisse a promessa de manter a descendência de David no poder. Na sua oração de louvor a Deus, pede ainda que proteja o Templo de dia e de noite e que responda às suas orações e às do povo de Israel. Pede que a Justiça de Deus prevaleça nas causas do povo e que Deus perdoe sempre quando se mostrarem arrependidos de coração. Pede também resposta à oração dos estrangeiros. Esta oração de Salomão é a mais longa registada nas Sagradas Escrituras (I Reis 8: 22 a 53).

Transporte da Arca da Aliança do Tabernáculo para o Templo

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Depois, dirigiu-se ao povo e pediu-lhe fidelidade a Deus e aos Mandamentos, abençoando deste modo toda a população. A festa dos tabernáculos durou oito dias. Ao final o Rei despede o povo. Em resposta, o povo abençoa o Rei e a Arca toma seu lugar no Templo entre grandes solenidades. Depois de todas as obras de construção relativas ao Templo serem concluídas, Deus responde à oração de Salomão fazendo um único pedido, que seja fiel e obediente para que as suas promessas possam ser cumpridas. Recorde-se a aliança de Salomão com Deus: obediência implica bênção e desobediência implica maldição. Três vezes por ano Salomão oferecia holocaustos e sacrifícios de comunhão sobre o altar que erguera e queimava perfumes diante de Jeová. E assim acabou ele a construção do Templo que demorou sete anos.

Aspecto final do Templo

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A COR PÚRPURA DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO

--- José Castellani ---

A cor púrpura, principal do Rito Escocês Antigo e Aceito, é uma decorrência de suas origens mais remotas, no século XVII, na França, e da aristocratização que lhe foi imposta, a partir do segundo quartel do século XVIII, também na França. Na realidade, os primeiros agrupamentos maçônicos de feição moderna - dos maçons Aceitos - na França, surgiram na esteira do séquito dos Stuarts, a partir de 1649, quando Henriqueta de França, viuva do rei stuartista inglês Carlos I, que fora preso e decapitado após a vitória da revolução puritana de Oliver Crommwell, aceitava, do Rei-Sol, Luis XIV, asilo no castelo de Saint-Germain-en-Laye.

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E haveria um sensível aumento desses agrupamentos, a partir de 1688, quando da segunda queda dos Stuarts, com Jaime II, depois da restauração de 1660; nessa segunda queda, novamente, o asilo político seria em Saint-Germain, concedido pelo mesmo Luís XIV. Os Stuarts, que, a partir do século XIV, com Alan Fitzflaald, haviam ocupado os tronos da Escócia e da Inglaterra, eram reis católicos e os seus seguidores, os jacobitas, eram chamados de "escoceses", por sua feição partidária stuartista e não pela sua origem nacional. Já com um grande contingente maçônico desse sistema "escocês", na França, um cavalheiro escocês, André Michel de Ramsay, que havia sido corrido da Escócia, por querer implantar graus cavalheirescos na Maçonaria, produziu um discurso, em 1737, onde ele pretendia demonstrar o seu agradecimento, por ter passado de plebeu a nobre, depois de se tornar cavaleiro da Ordem de S. Lázaro. E nesse discurso --- que não lhe foi possível pronunciar, por proibição do cardeal Fleury, mas que foi publicado no ano seguinte --- ele procura ligar as origens da Franco-Maçonaria aos reis e príncipes das Cruzadas. Embora isso fosse apenas uma fantasia, o certo é que renderia frutos duradouros, a partir de 1758, quando foi fundado, em Paris, o Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, ou Soberana Loja Escocesa de S. João de Jerusalem. A partir desse momento, o sistema se tornava aristocratizado --- como Rito de Héredom --- ganhando a América do Norte, onde teria a sua roupagem definitiva , a partir de 31 de maio de 1801, com a fundação, em Charleston --- por onde passa o paralelo 33 da Terra --- na Carolina do Sul, do primeiro Supremo Conselho do Rito Escocês dos Maçons Antigos e Aceitos. O que importa considerar, nesse apanhado bastante superficial dos primórdios do Rito, são os dois dados principais: 1. o Rito nasceu no catolicismo; 2. o Rito foi aristocratizado. O catolicismo possui cinco cores litúrgicas: branca, negra, verde, roxa e vermelha. Destas, a mais importante é a VERMELHA, que é a cor do sangue e o símbolo da efusão do sangue por amor; por isso é a cor dos mártires da Igreja, usada durante as celebrações em homenagem a esses mártires. Alem disso, ela é a cor que distingue a alta dignidade cardinalícia; os cardeais, que, na hierarquia mundana, correspondem aos príncipes, usam o chapéu --- ou solidéo --- vermelho e a faixa vermelha, como sinal de sua distinção. E a cor da nobreza, da realeza, também é a vermelha. Todos os antigos reinantes, ao assumir o trono, recebiam, sobre os ombros, um manto vermelho; famosa é a púrpura imperial, com que os imperadores romanos - os Césares - eram revestidos, quando de sua ascensão ao trono imperial. A própria púrpura cardinalícia, já referida, é um sinal de nobreza dos príncipes da Igreja. Estabelecida a origem da cor vermelha no Rito Escocês Antigo e Aceito, podemos, então, lançar os olhos sobre as instruções e resoluções do rito, antigas e modernas:

Havendo necessidade, na segunda metade do século XIX, de tomar algumas medidas que tornassem consensual a prática do Rito Escocês Antigo e Aceito, inclusive no que se referia à cor do rito e aos aventais, embora estes, em todas as instruções anteriores, fossem orlados de vermelho, realizou-se em Lausanne, em 1875, um Congresso de Supremos Conselhos, que, em relação, especificamente, ao tema em pauta, resolveu:

1. O avental terá dimensão variável de 30/35 cm. por 40/45 cm. ;

2. O avental do Aprendiz Maçom é branco, de pele de carneiro, com abeta triangular levantada e sem nenhum enfeite;

3. O avental do Companheiro Maçom é branco, com a abeta triangular abaixada, podendo ter uma orla vermelha;

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4. O avental do Mestre Maçom é branco, com a abeta triangular abaixada, orlado e forrado de vermelho, tendo, no meio, também em vermelho, as letras M e B;

5. O avental é o símbolo do trabalho e lembra, ao obreiro, que ele deve ter uma vida laboriosa;

6. A cor do Rito Escocês Antigo e Aceito é a vermelha.

Alguns autores questionam as resoluções de Lausanne, porque este Congresso reuniu poucos participantes. Ora, como em qualquer sociedade, os ausentes, que deixam de atender ao chama-mento, devem aceitar o que os presentes decidirem. Mas, alem disso, aí estão rituais e instruções anteriores e posteriores à Convenção de Lausanne, mostrando qual é, na realidade a cor do Rito. Para ficar só nos nacionais, podemos citar os seguintes trechos, de publicações anteriores a 1875: "As paredes do templo, cortinas, mesas, docel, etc., são forradas de encarnado no rito escocês e de azul nos ritos moderno e Adonhiramita; nestes dos últimos, os galões e franjas dos paramentos devem ser de prata ou de fazenda de cor branca, e no primeiro, de ouro" (Guia dos Maçons Escoceses, ou Reguladores dos Três Graus Simbólicos do Rito Antigo e Aceito, do Grande Oriente Brazileiro - Rio de Janeiro - 1834 - página 46) --- os grifos são meus. "Grau 3o. - Fita azul orlada de escarlate a tiracollo da esquerda para a direita, suspensa em baixo a jóia, que é um esquadro e um compasso de ouro entrelaçados. A jóia pode ser cravejada de pedras. Avental branco de pele forrado e orlado de escarlate, com uma algibeira abaixo da abeta, sobre a qual estão bordadas as letras M.: B.:" (no mesmo Guia dos Maçons Escocês, capítulo referente a insígnias e jóias - página 49) --- os grifos são meus. "O encarnado é o característico do escocismo" (Regulador Geral do Rito Escocês Antigo e Aceito para o Império do Brasil - Rio de Janeiro - 1857 - pág. 46) --- os grifos são meus. O mesmo regulador, na mesma página, para estabelecer as diferenças com os outros dois ritos então praticados no país, Moderno e Adoniramita, destaca que, para esses ritos "o azul é o característico, razão porque são estes dos ritos chamados azues" (os grifos são meus). "A Loja é decorada com estofo ou tapeçaria encarnada" (Manual Maçônico ou Cobridor dos Ritos Escocês Antigo e Aceito e Francês ou Moderno - 4a. ed. - Rio de Janeiro - 1875 - pág. 1) --- os grifos são meus. "No Oriente há um docel de estofo encarnado com franjas de ouro" (no mesmo Manual Maçônico - pág. 2) --- os grifos são meus. "Avental branco, forrado e orlado de encarnado, com uma algibeira por baixo da abeta. No meio do avental estão pintadas ou bordadas em encarnado as letras M.: B.: (no mesmo Manual Maçônico - pág. 11) --- os grifos são meus. Como se pode ver, portanto, o Congresso de Lausanne não fixou novas regras; ele, apenas, regulamentou os costumes já vigentes, desde os primórdios do rito. Posterior a 1875, pode-se citar, pelo menos, uma publicação brasileira, que confirma a resolução de Lausanne: "Fita azul, orlada de escarlate, a tiracollo da esquerda para a direita, suspensa em baixo a jóia, que é um compasso e um esquadro de ouro entrelaçados. Avental branco de pele, forrado e orlado de escarlate com uma algibeira abaixo da abeta, sobre a qual estão bordadas as letras M.: B.: (Regulamento Geral da Ordem Maçônica no Brasil - Rio de Janeiro - 1902 - pag. 165, no capítulo que trata das insígnias e jóias do REAA) --- os grifos são meus. No caso específico do Brasil, o que se vê, hoje, dia, é a fuga às tradições e às origens do Rito Escocês, com a padronização de todos os paramentos de acordo com o Rito de York. Sim, pois aventais de orla azul, com roseta --- e de orla azul, com bolinhas de prata e níveis de metal para o Venerável Mestre --- são paramentos do Rito de York (Emulation)! Como isso surgiu, já foi exaustivamente explicado, em outras ocasiões.

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E a coisa chegou ao ponto de gerar situações absurdas, para não dizer ridículas, como a que me foi narrada por um querido amigo de Brasília: um candidato, funcionário do Ministério do Trabalho, foi iniciado e, logo depois, teve que cumprir missão na Itália, onde deveria permanecer, pelo menos, um ano, o que fez com que sua Loja autorizasse suas elevações em uma co-irmã italiana, também do Rito Escocês. Pois bem, cerca de dois anos depois, o obreiro retornou, já colado no grau de Mestre e com o seu avental de orla vermelha; com ele se apresentou em reunião de sua Loja e foi impedido de ingressar. Ou seja: o único que estava com paramentos escoceses corretos, foi impedido de ingressar em Loja escocesa, por um bando de obreiros com paramentos do Rito de York! E mais dois casos podem ser citados, não absurdos como o primeiro, mas esclarecedores. O primeiro: fazendo palestra em Santana do Livramento (RS), na fronteira com o Uruguai, em 1989, constatei a presença --- e chamei a atenção para isso --- de diversos obreiros de Rivera, da Grande Loja do Uruguai, com seus paramentos de orla vermelha. O segundo: falando em Londrina (PR), em 1991, em sessão não litúrgica (sem paramentos), sobre a cor dos aventais e templos escoceses, fui interrompido por um Irmão do Equador, recém chegado, o qual me perguntava, diante disso, qual era a cor usada no Brasil, no Rito Escocês; quando lhe disse que era a azul, ele reagiu com um riso de mofa, que valeu por mil palavras, e, puxando uma maleta, de lá tirou --- e mostrou --- o seu avental de orla vermelha. Apesar de todos esses rituais já terem sido mostrados e publicados diversas vezes, sempre existem os que não pesquisam, não estudam, não procuram, mas "acham". Apenas "acham" que a cor do rito deve ser a azul e ainda inventam que a cor vermelha foi uma criação brasileira do século passado, atribuindo-a a Cairu (Henrique Valladares), que só pontificou na Maçonaria nacional no fim do século XIX, muito depois dos rituais de 1834, 1857 e 1875. Para esses, nada melhor do que "matar a cobra e mostrar o pau", pois, em termos de rituais ESTRANGEIROS, podem ser citados vários: 1. Ritual do Grau de Mestre Maçom, editado em 1912, em Lisboa, pelo Grande Oriente Lusitano Unido e pelo Supremo Conselho da Maçonaria Portuguesa, ambos reconhecidos mundialmente, na época. Nesse ritual, à página 10, pode-se ler: INSÍGNIAS - 1o. - Avental branco orlado de carmezim, tendo bordadas no meio as letras M.: B.:, também da mesma côr. --- 2o. - Banda de "moiré" azul orlada de carmezim, lançada do ombro direito para o flanco esquerdo, tendo na parte inferior uma roseta vermelha, da qual pende a jóia formada por um compasso aberto 45 graus, cruzado com um esquadro. A jóia também pode ser um triplo triângulo coroado. Além disso, Oliveira Marques, um dos maiores historiadores da Maçonaria, não só de Portugal, como de toda a Europa, publicou, em 1986, uma obra intitulada "Figurinos Maçônicos Oitocentistas – um guia de 1841-1841", com base em guias maçônicas encontradas no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, junto com um texto de um decreto regulamentar de 15 artigos, com a chancela do Supremo Conselho de Portugal, datado do "25º dia da lua de Sivan, do ano da Grande Luz de 5842" (25 de maio de 1842). A obra, que mostra os paramentos dos 33 graus, com as roupas da moda, na época, exibe, no desenho correspondente ao grau de Mestre, o avental de orla vermelha, com as letras M e B. 2. Ritual do Grau de Aprendiz Maçom do REAA (não do Retificado), editado em 1971, pela Grande Loja Nacional Francesa, que é a única Obediência francesa reconhecida em todo o mundo, inclusive, evidentemente, pela G.L.Unida da Inglaterra e pelas Grandes Lojas norte-americanas. Nesse ritual, impresso à rua Christine de Pisan, 12, em Paris, pode-se ler, á página 1 --- Decoration de la Loge --- o seguinte: "La tenture des parois doit être en principe rouge". O que significa: "A tapeçaria (estofo, forro) das paredes deve ser principalmente vermelha".

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Mais adiante, na mesma página, quando aborda o trono e o altar, o ritual especifica: "Au-dessus du trône est un dais rouge avec franges en or". O que significa:

"Acima do trono há um dossel vermelho com franjas douradas. 3. A Grande Loja do Chile, em seus Cuadernos Docentes, Primer Grado, edição de 1992, às páginas 50 e 51, do capítulo "El Mandil", afirma:

"El mandil de piel blanca debe tener um ancho de 35 a 40 centimetros, por 30 a 35 de altura, unido a una cinta también blanca, en el primer grado. Una orla de cinta roja de 3 a 4 centimetros da al mandil de 2º grado el significado del celo y constancia com que el masón prosiegue la senda de su perfeccionamento; y la misma orla y cinta roja con las iniciales M.B., constituirá el de Maestro". Ou seja: "O avental de pele branca deve ter uma largura de 35 a 40 cm., por 30 a 35 de altura, unido a uma cinta também branca, no primeiro grau. Uma orla de fita vermelha de 3 a 4 cm dá, ao avental do 2º grau, o significado do zelo e constância com que o maçom prossegue no caminho do seu aperfeiçoamento; e a mesma orla de fita vermelha, com as iniciais M.B., constituirá o do Mestre". Nota-se, que, para essa Grande Loja, como para algumas outras, até o avental de Companheiro tem a orla vermelha. O Ir.: Léon Zeldiz, atual Sob.: Gr.: Com.: do Supremo Conselho do REAA do Estado de Israel, sabe disso, porque foi iniciado no Chile. E, em carta a mim, na minha qualidade de Grande Representante (Garante de Amizade) da Grande Loja do Estado de Israel, dizia que concordava comigo, inteiramente, que a cor do REAA é a vermelha. E me explicava que a situação de Israel era sui-generis, porque, criada pela G.: L.: Unida da Inglaterra e trabalhando só no rito azul de York, foi um custo fazer ela aceitar as três Lojas do REAA; se fosse colocada também a cor vermelha, seria provocar demais, já que a GLUI não aceita o REAA. Então, em Israel, como no Brasil, o rito ficou azulado. Só que lá foi por questão de sobrevivência. E aqui? 4. A Grande Loja da Venezuela, em seu ritual do grau de Aprendiz do REAA, 15a. edição – 1978 (lá não se muda o ritual "n" vezes, como aqui), afirma, à página 5, em Decoracion de la Logia: "Paredes tapizadas, colgadas o pintadas de rojo. (...) Al Este hay un dosel de cualquier genero encarnado com flecos de oro; debajo, el trono donde se coloca el Presidente; delante del trono un altar en que se pone una escuadra, un compás, la Constitción masónica, una Biblia, una espada" Ou seja: "Paredes atapetadas, forradas, ou pintadas de vermelho. (...) No Oriente há um dossel ,de qualquer gênero, vermelho, com franjas douradas; sob ele, o trono, onde se coloca o presidente; diante do trono um altar com um esquadro, um compasso, a Constituição maçônica, a Bíblia e uma espada". 5. E, para finalizar, outra instrução européia, em obra aprovada pelo Supremo Consiglio del 33.: per l’Italia, reconhecido pelos demais Supremos Conselhos do mundo. Trata-se do livro "GLI EMBLEMI ARALDICI DELLA MASSONERIA DI RITO SCOZZESE ANTICO ED ACCETTATO" (Os Emblemas Heráldicos da Maçonaria do Rito Escocês Antigo e Aceito), editado em 1988, por Convivio-Nardini Editore, de Firenze, e que traz o timbre do Supremo Conselho da Itália, para mostrar a procedência oficial. Pois, neste livro, sobre emblemas heráldicos dos 33 graus escoceses, há uma parte complementar que descreve os paramentos e jóias de cada grau. E, no de Mestre Maçom (Maestro Massone), há a seguinte descrição:

"Grembiale bianco foderato e orlato di rosso. Nel mezzo vi sono le lettere M.B. . Il gioiello è un triplice triangolo coronato, attaccato al Cordone bleu con una rosetta rossa". Ou seja: "Avental branco forrado e orlado de vermelho. No centro estão as letras M.B. . A jóia é um tríplice triângulo coroado, atado ao Cordão azul por uma roseta vermelha"

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OBS: ESTE TRABALHO NOS FOI ENVIADO VIA INTERNET POR UM IR.’.

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Acha-se localizada no friso próximo ao teto do Templo, circundando todas as paredes cujas pontas terminam nas colunas da entrada. Antigamente aparecia desenhada no chão, riscada em volta da Loja, sendo apagada ao final da Cerimônia como medida contra os olhos profanos e as perseguições.

A CORDA em Maçonaria, tem várias interpretações: A corda simboliza o cordão umbilical entre a Câmara de Reflexões (aqui representada pelo

útero materno) e o candidato a Maçom, e que se rompe quando da libertação do profano aos vícios e dos bens materiais, iluminando assim, uma nova vida um novo Embrião, um Neófito. A corda sempre representou importante instrumento nas edificações, sendo utilizada nas

construções de pirâmides e até mesmo na navegação. Formada por uma reunião de fios frágeis, representa os Maçons de todo o mundo, que

unidos tal como os fios que formam a corda constituem um conjunto inquebrantável, com nós equidistantes, confirmando a máxima de que a União faz a Força”.

“Em cada templo Maçônico há, em redor dele, uma corda formada por 81 nós, que simboliza a união de todos os Maçons do mundo e dos Obreiros de uma Loja, corda esta que pode ser pintada ou esculpida”.

O simbolismo da Corda de 81 Nós remonta da época das assembléias político -judiciais dos Germanos. Como eram realizadas a céu aberto fincadas no solo pelos soldados encarregados de manterem a ordem e ligadas por nós fortemente dados em uma corda, impedindo assim a entrada de pessoas não qualificadas.

A entrada para a reunião/assembléia era feita em um espaço sem corda onde estavam fincados os mastros das bandeiras do Condado e da Assembléia.

A denominação “Cadeia de União” (feita também em certas ocasiões pelos Maçons com a união de seus braços) vem do fato dos canteiros de obras antigos serem cercados por estacas ligadas umas às outras por correntes de ferro. O lugar destinado à entrada era permanentemente guardada por um vigilante. “O nome canteiro, em português pode significar cercado de obra ou de jardim, o escultor em pedra mármore, marmorista ou ainda artista de trabalhos em cantaria.

Como os canteiros, antigamente, fossem pavilhões cercados de madeira que os obreiros

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erguiam ao lado ou junto das construções, ou cantaria, o nome do local ou oficina se confundiu, na língua portuguesa com o artista que entalhava pedras ou fazia trabalhos de cantaria”. É aqui que nós Aprendizes começamos a aprender a significação histórica da corda de nós e da cadeia de união que os Maçons formam para comunicar a palavra semestral.

A corda de nós, porém, assumiu a significação de que os Maçons se entendem universalmente isto é, que formam uma cadeia que envolve os quatro pontos cardeais do mundo. Bibliografia: Revista A Trolha, InforMaçom.

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Nos templos maçônicos existe uma Corda de 81 nós, situada logo abaixo da abóboda, onde se vê o Sol, a Lua e as constelações que formam os signos zodiacais.

Dos 81 nós, que não são propriamente nós, mas sim laços, os quais os franceses dão o

nome de “Lacs d’Amour”, 40 se situam de um lado e os outros 40 do outro lado, sendo que por trás do trono do Venerável, no eixo do templo, está um laço que completa os 81 laços.

O simbolismo atribuído à essa Corda, é que ela representa a união fraterna que deve

existir entre os IRMÃOS, ao mesmo tempo que simboliza também a segurança interna do templo quando se realizam as sessões.

As pontas dessa corda se situam pendentes dos dois lados da porta que dá entrada ao

templo e são ornamentadas com duas borlas, ou seja, dois pingentes, que servem para evitar o desfiamento da corda e a estes dois pingentes, ou borlas, como são usualmente chamadas, representam a justiça e a equidade que deve haver entre os Irmãos.

Outros autores, afirmam ainda, que essas duas borlas, por serem as pontas da corda,

permite a magnetização ou até mesmo a eletromagnetisação, servindo como um verdadeiro

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“purificador” para aqueles que adentram ao templo. Nos painéis mais antigos, figuravam apenas 12 nós, exemplo o Painel de Aprendiz de

Oswald Wirtb, e estes doze nós estavam relacionados com os doze signos zodiacais, (Dic. Figueiredo) que devem ser distribuídos pelas paredes do templo abrangendo o Ocidente e Oriente e não somente o Ocidente, como são vistos em muitos templos.

Mas a pergunta que se faz é Por que 81 nós? Por que não somente doze como

representou O. Wirth no seu Painel de Aprendiz? Afirmações de autores respeitáveis, diz que 81 está ligado ao número 9 e por sua vez ao

número 3 : 3 x 3 = 9; 9 x 9 = 81. E ainda se pergunta: Mas essa numerologia sobre o número três e o nove não são tão antigas e somente agora ela é lembrada, isto depois do Painel de 12 nós de Oswald Wirth?

Entendesse, que subjacente a todo e qualquer símbolo existe uma infinidade de

interpretações e todas elas merecedoras do maior respeito, pois depende muito do ponto de vista daquele que interpreta.

Se a corda de 81 nós está logo abaixo do teto do templo onde se vê a abóbada celeste com

as constelações, o Sol e a Lua, como que abraçando todo o “universo celeste”. Não seria a corda de 81 nós, um símbolo espacial da distância da Terra à Lua e da Terra

ao Sol, pois a distância da Terra ao Sol é justamente 81 vezes a distância da Terra à Lua? Não estaria ai, mais uma revelação que em épocas passadas eram proibidas? Não podemos esquecer Galileu e Coopérnico que sofreram fortes pressões para não

divulgarem as suas idéias, as quais mais tarde foram aceitas e reconhecidas. Prezados Irmãos cabe analisar e estudar se essa teoria deva ser aceita ou não, sobre o

simbolismo da Corda de 81 nos.

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Dentre os muitos símbolos Maçônicos, a Corda de 81 nós é aquele que traz, para os Irmãos, uma porção de interpretações segundo o raciocínio e o grau de espiritualidade de cada um.

Representa a União Fraternal dos Irmãos espalhados pelo Universo. Representa os 81 meses dos interstícios das elevações do grau de Aprendiz ao grau

33º. Representa o triplo ternário do número 03 na lenda de Hiran Abif.

Nove(09) horas em que o corpo do Mestre teria ficado escondido sobre os escombros do Templo. Vinte e sete (27) dias sepultado no monte Mória, onde fora encontrado pelos Mestres. Oitenta e uma (81) semanas a demora da construção do Túmulo, onde teve sepultamento condigno.

A Corda de 81 nós com suas borlas pendentes na entrada da porta do Templo, tem como significado

fazer com que as vibrações maléficas dentro do Templo sejam absorvidas pelas Borlas e eliminadas pelas Borlas da

entrada do Templo.

Os 81 nós da corda representam também os principais atributos da divindade, que

somados dão o número 81. Beleza 06, Sabedoria 07, Misericórdia Infinita 14, Conhecimento sem limites 11,Eternidade 08, Perfeição 10, Justiça 07, Compaixão 10 e Criação 08.

A Corda de 81 Nós na sua representação do número 08 deitado como se encontra na Loja, mostra duas curvas; uma de entrada e outra de saída, unidas num mesmo centro, presas à uma linha central que se prolonga ao infinito (linha de coesão), da força centrífuga e da força centrípeta, nesse ponto ambas se anulam produzindo o Equilíbrio do Globo Terrestre.

A Corda de 81 Nós na sua posição representa a corrente magnética que separa o mundo Material do mundo Espiritual com suas 12 portas (Colunas do Zodíaco), por onde as Almas descem ao mundo Material (Vida) e sobem ao mundo Espiritual após a Morte.

A Corda de 81 Nós representa a espiral serpentina, símbolo natural da involução do espírito na matéria para elevar-se e enobrecer-se.

Luta exterior trabalhada para a renovação da vida interior.

Como representação astronômica, a Corda de 81 nós, representa um colar de pérolas celeste ligando o grupo de planetas inferiores à imponente cadeia dos grandes planetas. As borlas pendentes no interior do Templo representam as quatro relações harmônicas que regulam a situação dos planetas do nosso sistema solar:

Relação: Sol a Mercúrio, espaço onde se esboçam os novos planetas. Relação: Mercúrio a Marte, região dos pequenos planetas em que se move a nossa

Terra.

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Relação: Netuno a Júpiter, tem o papel preponderante de fazer os dois mundos Maior e Menor neles se combinarem, ficando Júpiter como um Sol nos limites dos dois sistemas.

Relação: Urano a Netuno, espaço onde se realiza a nota harmônica do universo num acorde geral ou seja, o cimo de todo o sistema.

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Dentre os muitos símbolos Maçônicos, a Corda de 81 nós é aquele que traz, para os Irmãos, uma porção de interpretações segundo o raciocínio e o grau de espiritualidade de cada um.

Representa a União Fraternal dos Irmãos espalhados pelo Universo. Representa os 81 meses dos interstícios das elevações do grau de Aprendiz ao grau

33º.

Representa o triplo ternário do número 03 na lenda de Hiran Abif.

Nove(09) horas em que o corpo do Mestre teria ficado escondido sobre os escombros do Templo. Vinte e sete (27) dias sepultado no monte Mória, onde fora encontrado pelos Mestres. Oitenta e uma (81) semanas a demora da construção do Túmulo, onde teve sepultamento condigno.

A Corda de 81 nós com suas borlas pendentes na entrada da porta do Templo, tem como significado fazer com que as vibrações maléficas dentro do Templo sejam absorvidas pelas Borlas e eliminadas pelas Borlas da entrada do Templo.

Os 81 nós da corda representam também os principais atributos da divindade, que

somados dão o número 81. Beleza 06, Sabedoria 07, Misericórdia Infinita 14, Conhecimento sem limites 11,Eternidade 08, Perfeição 10, Justiça 07, Compaixão 10 e Criação 08.

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A Corda de 81 Nós na sua representação do número 08 deitado como se encontra na Loja, mostra duas curvas; uma de entrada e outra de saída, unidas num mesmo centro, presas à uma linha central que se prolonga ao infinito (linha de coesão), da força centrífuga e da força centrípeta, nesse ponto ambas se anulam produzindo o Equilíbrio do Globo Terrestre.

A Corda de 81 Nós na sua posição representa a corrente magnética que separa o

mundo Material do mundo Espiritual com suas 12 portas (Colunas do Zodíaco), por onde as Almas descem ao mundo Material (Vida) e sobem ao mundo Espiritual após a Morte.

A Corda de 81 Nós representa a espiral serpentina, símbolo natural da involução do espírito na matéria para elevar-se e enobrecer-se.

Luta exterior trabalhada para a renovação da vida interior.

Como representação astronômica, a Corda de 81 nós, representa um colar de

pérolas celeste ligando o grupo de planetas inferiores à imponente cadeia dos grandes planetas. As borlas pendentes no interior do Templo representam as quatro relações harmônicas que regulam a situação dos planetas do nosso sistema solar:

Relação: Sol a Mercúrio, espaço onde se esboçam os novos planetas. Relação: Mercúrio a Marte, região dos pequenos planetas em que se move a nossa

Terra. Relação: Neptuno a Júpiter, tem o papel preponderante de fazer os dois mundos

Maior e Menor neles se combinarem, ficando Júpiter como um Sol nos limites dos dois sistemas.

Relação: Urano a Netuno, espaço onde se realiza a nota harmônica do universo

num acorde geral ou seja, o cimo de todo o sistema.

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A CORDA DE 81 NÓS-V

Inicialmente, vamos definir a corda. Esta é um elemento que pode ser composto pelos mais diferentes materiais e que tem a finalidade de prender, separar, demarcar ou unir. Sua resistência, salvo casos especiais, está diretamente ligada ao número de fios de que é composta e de como é feito o seu entrelaçamento. Já na antiga Grécia, os cabelos longos das mulheres eram usados para fazerem as cordas necessárias para utilização na defesa das cidades. Encontramos no Antigo Testamento, em Eclesiastes 4:12: "Se alguém prevalecer contra um, dois lhe resistirão: o cordão de três dobras não se arrebenta com facilidade". Os agrimensores egípcios usavam cordas com nós para delinearem os terrenos a serem edificados, sendo que os nós demarcavam pontos específicos das construções, onde deveriam ser necessárias aplicações de travas, colunas, encaixes, etc. Na Idade Média, os construtores da Maçonaria Operativa usavam uma corda com alguns nós feitos a determinadas distâncias uns dos outros, amarrando esta corda entre dois pilares com distância estudada, deixando-a formar uma "barriga" em ângulo desejado. Feito isto, era colocada uma luz (velas) a distância e altura calculadas, ocasião em que a "barriga" mostrava no extremo oposto, através de sua sombra, as dimensões exatas da cúpula que se desejava construir, mercê da figura invertida e aumentada nas proporções. Como exemplo, citamos Thales de Milleto, que instado pelo Faraó a medir a altura de uma pirâmide sem o uso de instrumentos e sem tocar na construção, colocou uma vara fincada no chão, na vertical, com 2m de altura. Quando o sol levou a sombra desta vara a ser projetada com um comprimento exato de 2m, ele mediu a sombra da pirâmide projetada no solo, que era a própria altura da pirâmide. Avançando mais no tempo, encontramos na Sociedade dos Construtores, embrião da Maçonaria atual, a herança da corda com nós, não necessariamente 81, mas 3, 5, 7 ou 12, que era desenhada no chão com giz ou carvão, alegoricamente fazendo parte de um Painel representativo dos instrumentos usados pelos Pedreiros Livres. Uma das possíveis origens da corda de 81 nós é datada de 23 de agosto de 1773, por ocasião da instituição da primeira palavra semestral em cadeia da união, quando, na casa "Folie-Titon" em Paris, tomou posse Louis Phillipe de Orleans, como Grão-mestre da Ordem Maçônica na França. Naquela solenidade estavam presentes 81 irmãos, e a decoração da abóbada celeste apresentava 81 estrelas. Quando queremos fazer uma reunião importante, tomamos cuidado para que não haja interrupção ou intromissão de estranhos no recinto. Fazemos isto, colocando vigias e fechando as portas. Em suma, cercamos o local e estabelecemos o que podemos chamar de cordão de isolamento.

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Quando fazemos uma "sessão espírita", antes de se iniciarem os trabalhos, é feita uma preparação na parte externa do local, ocasião em que "sentinelas espirituais" estabelecem um "cordão fluídico", que impede a entrada de entidades que possam pertubar os trabalhos com sua baixa vibração, provocando quadros de obsessão ou de discórdia. Nas reuniões maçônicas, seguindo o ritual, é pedido ao Irmão Guarda do Templo que verifique se o Templo está "a coberto" das indiscrições profanas, somente iniciando os trabalhos após a sua confirmação. A protetora Corda Maçônica, inicialmente riscada do chão, elevou-se depois para junto dos tetos dos Templos, significando a elevação espiritual dos Irmãos, que deixaram de trabalhar no chão com o cimento físico e passaram a trabalhar no plano superior com o cimento místico, que é a argamassa da Espiritualidade. Esta corda oferece-nos a proteção pela "Emanação Fluídica" que abriga e sustenta a "Egrégora" formada durante os trabalhos em Templo, através da concentração mental dos Irmãos, evitando que nenhuma energia negativa esteja presente no recinto. As borlas separadas na entrada do Templo funcionam como captores da energia pesada dos Irmãos que entram, devolvendo-lhes esta energia sob forma leve e sutil quando de sua saída. Ë como a camada de Ozônio impedindo a passagem dos raios ultravioleta, favorecendo apenas a penetração do fluído vital para a energização dos nossos chakras, que giram com seus elétrons em torno do núcleo, como micro-universos internos. Encontramos ainda, na estrutura dos nós (não chamamos de nós) o símbolo do infinito e a perpetuação da espécie, simbolizada na penetração macho/fêmea, determinando que a obra de renovação é duradoura e infinita. Este é um dos motivos pelos quais os nós são chamados "Nós de Amor", para demonstrar a dinâmica Universal do Amor na continuidade da vida. Os nós da corda, em forma de oito deitado, ou infinito, lembram ao Maçom que estes nós não podem ser apertados, pois isto significaria a interrupção e o estrangulamento da fraternidade que deve existir entre os Irmãos. Os 81 nós, por serem em forma de infinito, simbolizam também, cada um deles, o Grande Arquiteto do Universo. A expressão algébrica 00 x 0 = 1 - o infinito multiplicado pelo zero é igual a um - significa que Deus, em sua forma dinâmica, o Infinito, agindo sobre si mesmo, o Zero - isto é, Deus em seu estado de inércia - produziu o Um, ou seja, o Universo. Nos Templos maçônicos, o número 81 simboliza também os princípios místicos de todas as tradições esotéricas, por ser o 81 o quadrado de 9, que por sua vez é o quadrado de 3, número perfeito e símbolo da Divindade. No Oriente, a corda é colocada de modo a que fiquem 40 nós à direita e outros tantos à esquerda do dossel, ficando o laço central exatamente sobre o dossel, representando o número UM, a unidade indivisível. O número 40 é apresentado inúmeras vezes no Antigo Testamento, em Gênesis 7:4; Êxodo 34:28; Mateus 4:2; Atos dos Apóstolos 1:3, etc. O laço central, por simbolizar também o Criador, é duplamente sagrado.

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Voltando ainda às laterais com 40 nós, lembramos que este número marca a realização de um ciclo que leva a mudanças radicais. A Quaresma dura 40 dias. Ainda hoje temos o hábito medicinal de colocar pessoas ou locais sob "quarentena" com se nela estivesse a purificação dos males antes existentes. Jesus jejuou por 40 dias no deserto, e permaneceu na Terra 40 dias após a sua Ressurreição. Os Hebreus vagaram 40 anos no deserto. Na Cosmogonia dos Druídas, as Tríades dos antigos Bardos eram em número de 81 e os três círculos fundamentais de que trata esta doutrina têm como valor numérico o 9, o 27 e o 81, todos múltiplos de 3. Ragon, em seu livro "A Maçonaria Hermética", no rodapé da página 37, diz em uma nota, que segundo o Escocês Trinitário, o 81 é o número misterioso de adoração dos anjos. Segundo Oswaldo Ortega, à luz do Esoterismo, os 81 nós que estão no teto, portanto, próximos do céu, têm ligação com os 81 anjos que visitam diariamente a Terra, como mostram as Clavículas de Salomão, e se baseiam nos 72 pontos existenciais (os 72 nomes de Deus), da Cabalah Hebraica modificada. A cada 20 minutos, um anjo desce à Terra e dá sua mensagem aos homens. São 72 visitas no curso do dia, se levarmos em conta que a cada hora teremos 3 anjos, em 24 horas, teremos 72 anjos. Agora, somando 72 anjos aos nove planetas conhecidos na antiguidade, e que nos influenciam diariamente, chegamos ao número 81. Sabemos que estes anjos podem nos ajudar se os chamarmos pelos nomes no espaço de tempo que nos visitam. E eles estão representados no teto do Templo, através dos 81 nós. No Centro Esotérico da Comunhão do Pensamento é apresentada esta corda, mas sem delimitação do número de nós, já que é considerada sem começo e nem fim, envolvendo o Planeta Terra. Ali ela chama-se Cadeia Áurea de Amor. Jules Boucher assim se referiu à Corda de 81 nós: “Pode-se pensar, razoavelmente, que os Maçons especulativos, tendo substituído o “cordel” operativo por um cordão ornamental, deram muito naturalmente a este cordão nós em forma de “nós de amor”. Esta espécie de nós, figurando nos brasões o Painel ou Tapete da Loja, enfeixa os símbolos essenciais da Maçonaria, e podem ser considerados como o armorial maçônico”.

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A Cruz e seus Simbolismos

Apesar de ter sido difundida pelo cristianismo como símbolo do sofrimento de Cristo à crucificação, a figura da cruz constitui um ícone de caráter universal e de significados diversificados, amparados por

suas inúmeras variações.

É possível detectar a presença da cruz, seja de forma religiosa, mística ou esotérica, na história de

povos distintos (e distantes) como os egípcios, celtas, persas, romanos, fenícios e índios americanos.

Seu modelo básico traz sempre a intersecção de dois eixos opostos, um vertical e outro horizontal, que representam lados diferentes como o Sol e a Lua, o masculino e o feminino e a vida e a morte, por exemplo.

É a união dessas forças antagônicas que exprime um dos principais significado da cruz, que é o do choque de universos diferentes e seu crescimento a partir de então, traduzindo-a como um símbolo de expansão.

De acordo com o estudioso Juan Eduardo Cirlot, ao situar-se no centro místico do cosmos, a cruz assume o papel de ponte através da qual a alma pode chegar a Deus. Dessa maneira, ela liga o mundo celestial ao terreno através da experiência da crucificação, onde as vivencias opostas encontram um ponto de intersecção e atingem a iluminação.

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Cruz simples: Em sua forma básica a cruz é o símbolo perfeito da união dos opostos, mantendo seus quatro "braços" com proporções

iguais. Alguns estudiosos denominam esta como Cruz Grega.

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Cruz de Santo André: Símbolo da humildade e do sofrimento, recebe esse nome por causa de Santo André, que implorou a seus algozes

para não ser crucificado como seu Senhor por considerar-se indigno. Acredita-se que o santo foi martirizado em uma cruz com essa forma.

Cruz de Santo Antonio (Tau): Recebeu esse nome por reproduzir a letra grega Tau. É considerada por muitos, como a cruz da profecia e do Antigo Testamento. Dentre suas muitas representações estão o martelo de duas cabeças, como sinal daquele que faz cumprir a lei divina, encontrado na cultura egípcia, e a representação da haste

utilizada por Moisés para levantar a serpente no deserto.

Cruz Cristã: Definitivamente o mais conhecido símbolo cristão, que também recebe o nome de Cruz Latina. Os romanos a utilizavam para executar criminosos. Por conta disso, ela nos remete ao sacrifício que

Jesus Cristo ofereceu pelos pecados das pessoas. Além da crucificação, ela representa a ressurreição e a vida eterna.

Cruz de Anu: Utilizada tanto por assírios como caldeus para representar seu deus Anu, esse símbolo sugere a irradiação da

divindade em todas as direções do espaço.

Cruz Ansata: Um dos mais importantes símbolos da cultura egípcia. A Cruz Ansata consistia em um hieróglifo representando a regeneração e

a vida eterna. A idéia expressa em sua simbologia é a do círculo da vida sobre a superfície da matéria inerte. Existe também a

interpretação que faz uma analogia de seu formato ao homem, onde o círculo representa sua cabeça, o eixo horizontal os braços e o vertical

o resto do corpo.

Cruz Gamada (Suástica): A suástica representa a energia do cosmo em movimento, o que lhe confere dois sentidos distintos: o destrógiro,

onde seus "braços" movem-se para a direita e representam o movimento evolutivo do universo, e o sinistrógiro, onde ao mover-se

para a esquerda nos remete a uma dinâmica involutiva. No século passado, essa cruz adquiriu má reputação ao ser associada ao

movimento político-ideológico do nazismo.

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Cruz Patriarcal: Outrora conhecida como Cruz de Lorena, possui um "braço" menor que representa a inscrição colocada pelos romanos na

cruz de Jesus. Foi muito utilizada por bispos e príncipes da igreja cristã antiga.

Cruz de Jerusalém: Formada por um conjunto de cruzes, possui uma cruz principal ao centro, representando a lei do Antigo Testamento, e

quatro menores dispostas em cantos distintos, representando o cumprimento desta lei no evangelho de Cristo. Tal cruz foi adotada pelos cruzados graças a Godofredo de Bulhão, primeiro rei cristão a pisar em Jerusalém, representando a expansão do evangelho pelos

quatro cantos da terra.

Cruz da Páscoa: Chamada por alguns de Cruz Eslava, possui um "braço" superior representando a inscrição INRI, colocada durante a

crucificação de Cristo, e outro inferior e inclinado, que traz um significado dúbio, dos quais se destaca a crença de que um terremoto

ocorrido durante a crucificação causou sua inclinação.

Cruz do Calvário: Firmada sobre três degraus que representam a subida de Jesus ao calvário, essa cruz exalta a fé, a esperança e o

amor em sua simbologia.

Cruz Rosa-Cruz: Os membros da Rosa Cruz costumam explicar seu significado interpretando-a como o corpo de um homem, que com os braços abertos saúda o Sol e com a rosa em seu peito permite que a luz ajude seu espírito a desenvolver-se e florescer. Quando colocada

no centro da cruz a rosa representa um ponto de unidade.

Cruz de Malta: Emblema dos Cavaleiros de São João, que foram levados pelos turcos para a ilha de Malta. A força de seu significado vem de suas oito pontas, que expressam as forças centrípetas do

espírito e a regeneração. Até hoje a Cruz de Malta é muito utilizada em condecorações militares.

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A decoração de uma Loja Simbólica é composta de ORNAMENTOS, PARAMENTOS e JÓIAS.

ORNAMENTOS - São os seguintes:

a) PAVIMENTO DE MOSAICO: É tomado por quadrados brancos e pretos, dispostos alternadamente, tem como contorno, a Orla dentada, e na extremidade de seus eixos principais estão olocados os pontos cardeais: Este (E), Oeste (O), Norte (N), e Sul (S). c

O Pavimento de mosaico é considerado local sagrado, sendo que no Templo de Salomão,

representava o TABERNÁCULO, onde foi depositado a Arca da Aliança. Constatamos na Bíblia, que no Tabernáculo somente tinha ingresso o sumo sacerdote, para fazer suas Orações e pronunciar a palavra sagrada. Hoje em nossos Templos, apenas o Ir.’. Orador e o Ven.’. Mestre podem pisá-lo. Este, durante o cerimonial litúrgico de consagração e sagração do NEÓFITO, aquele. quando abre e fecha o livro da Lei.

O principal simbolismo do pavimento de mosaico é a DUALIDADE ANTAGÔNICA. As principais são: DO BEM e DO MAL; ESPIPITUALIDADE e MATERIALIDADE.

b) ORLA DENTADA: esta localizada no contorno do Pavimento de Mosáico, é composta de triângulos EQUILATEROS pretos e brancos, e indica-nos o princípio da atração universal simbolizada no amor. Os dentes brancos e pretos entravados, simboliza que o Maçom, deve estar UNIDO aos seus irmãos pelo laço indestrutível da FRATERNIDADE.

As borlas, colocadas nos pontos extremos da ORLA DENTADA, lembra as quatro virtudes:

TEMPERANÇA, JUSTIÇA, CORAGEM e PRUDÊNCIA.

c) CORDA DE 81 NOS: seu maior simbolismo ao nosso ver, esta na realidade simples que espelha. Ela é confeccionada de fios de fibras frágeis, que porém, unidos, tornam-se fortes e indestrutíveis. Que sirva de exemplo para todos os maçons.

O porque dos 81 nós, pode ser explicado da seguinte forma:

O R.'.E.'.A.'.A.'. estabeleceu em seu regulamento em 1762, que o tempo necessário para que um maçom percorresse toda a escada de sua hierarquia (Do 1º ao 33º) seria de 81 meses.

PARAMENTOS (As grandes luzes da Maçonaria).

a) O LIVRO DA LEI: Regula nossa conduta no lar, no trabalho e na sociedade Inspira-nos a viver voltados para a pratica do Bem.

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No sentido esotérico, quando se abre o L.‘. da L.’. no início dos nossos trabalhos, e se faz a

leitura do versículo apropriado, passa-se a circular em Loja uma corrente de energia emanada do cosmo, que é receptada pela luz do altar dos juramentos e transmitida instantaneamente as luzes dos altares do Ven.’. Mestre, e dos Vigilantes. Essa corrente de energia cósmica é que manterá todo o tempo, o equilíbrio das colunas que sustentam a nossa Loja.

b) ESQUADRO/COMPASSO: No grau de aprendiz, o esquadro esta colocado sobre o compasso, cujas pontas dirigem-se para o Ocidente, ao passo que o esquadro têm seus ramos voltados para o Oriente.

Estando juntos o compasso e o esquadro, representam respectivamente, o CÉU e a TERRA, o ESPIRITO e a MATÉRIA etc...

O COMPASSO simboliza, o Espírito e o Esquadro a Matéria, por conseguinte, podemos dizer que no 1º Grau, a Matéria domina o Espírito. Os Ramos do Compasso são voltados do ORIENTE para o ORIENTE, porque é de lá que emana toda a sabedoria e justiça. E a 45º, indicando as possibilidade de conhecimento de um M.‘.M.’.

J Ó I A S

1) F I X A S: São ditas fixas, por que sempre serão utilizadas pelo mesmo tipo de obreiro, dependendo do grau que a utiliza. São as seguintes:

PEDRA BRUTA: é uma jóia de utilização do Ap.’. Maç.’., será utilizada apenas pelo Ap.’. M.’. , e seu simbolismo detalhado está contido na 2ª instrução.

PEDRA POLIDA ou CÚBICA: é uma jóia de utilização do Comp.’. Maçom, será utilizada apenas pelo Comp.’. M.’., e seu simbolismo será conhecido no 2º grau.

PRANCHETA DA LOJA: é uma jóia de utilização restrita do Mestre Maçom, serve para que ele guarde seus instrumentos de trabalho e seu simbolismo será conhecido no 3º grau.

2) M Ó V E I S: São ditas móveis, por que os obreiros que as utilizam, não serão sempre os

mesmos, e a cada eleição elas passarão as mãos de novos IIr.’., são elas:

I. ESQUADRO: é a jóia do Ven.’. Mestre, e emite a idéia de imparcialidade e precisão do caráter, visto ser o objeto apropriado para os traços de linhas retas e perpendiculares.

II. NÍVEL: é a jóia do lº Vig.’. e simboliza a igualdade.

III. PRUMO: é a jóia do 2º Vig.’. e é o símbolo do conhecimento interior, voltado para o aperfeiçoamento moral.

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A Escada é o símbolo da progressão através do saber, da ascensão através do conhecimento e da

transformação.

Ela se eleva para o céu. Ela se direciona pelo conhecimento do mundo aparente ao mundo divino. Insaciavelmente a Escada aponta para o conhecimento oculto e também para as

firmezas do inconsciente. No documento arquivado na Unesco, denominado Kaydara, de autoria de Amadeu Hampateba, encontramos a seguinte afirmativa:

A Escada branca representa as Altas Ciências, e a Escada preta a Magia Negra. A Escada simboliza a procura do conhecimento esotérico (ascendente) esotérico (descendente)

Os Egípcios conhecem igualmente este símbolo de ascensão.

As pirâmides, refletem uma analogia da Escada, é particularmente evidente na construção das pirâmides

com degraus.

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Em outras obras plásticas, encontramos as almas dos defuntos subindo uma escada de sete ou nove degraus,

afim de se postarem frente ao túmulo de Osiris para se submeterem à prova da psicostasia, como

encontramos no Livro Egípcio dos Mortos, no julgamento de Osiris.

A barca, tendo ao seu centro, de modo que o mastro e o velame representam a escada de sete ou nove

degraus, simbolizando a última e definitiva ascensão da alma ás estrelas nas quais se unem e se confundem

á luz de Rá.

São assim as barcas e as Escadas para o céu, símbolo da ascensão da alma.

O sentido de elevação do coração, e os quinze salmos graduais são chamados de Cânticos dos Degraus.

Os Sufistas ( que vestem lã , ou seja, as roupas grosseiras dos ascetas ) e habitam a África do Norte, em especial a Argélia, em suas crenças, atribuem à montanha a ascensão da alma e os degraus da escadaria os anos da vida.

Os camponeses de Zakkar no vale do Chelif, colocam sobre as tampas funerárias sete grãos de oliveira,

representando em escala esquemática, os sete céus da escada terrestre.

Entre os turcos, encontramos o mesmo simbolismo ascensional, no poema denominado, Uigur Kadatku

Bilik: Um herói de fantasia gravita em tomo de uma escada de cinquenta degraus, e na extremidade uma

mulher se embebeda, tentando assim se reanimar para alcançar o céu.

Finalmente, verifica-se que a escada ou escadaria, está presente em todas as crenças e religiões, sempre com o mesmo simbolismo ascensional e repetindo ela é o drama da Verticalidade.

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A ESCADA DE JACÓ E Jacó sonhou: “e eis que uma escada era posta na terra, porque o sol era posto; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela, e eis que o Senhor estava em cima dela”.(Gênesis: 20, 12-13) Jacó, filho de Isaac e Rebeca e irmão gêmeo de Esaú.

Narra a Bíblia que Isaac estava velho e sua vista se tinha de tal sorte enfraquecida que ele não podia ver nada. Chamou pois Isaac a Esaú, seu primogênito, e disse-lhe que pegasse suas armas e saísse à caça e, depois que tivesse apanhado algo, que preparasse dela e levasse para ele comer e ser abençoado antes que morresse.

No entanto, ouviu Rebeca a conversa entre Isaac e Esaú e, tão logo este saiu para a caça, chamou Rebeca a Jacó contando-lhe o que ouvira, aconselhando-o a ir até o rebanho e trouxesse dois cabritos dos melhores para deles preparar a iguaria que sabia ser do gosto de Isaac e, poder assim, em lugar de Esaú, receber a bênção do pai antes que este viesse a falecer. E assim foi feito.

Todavia, para que Isaac não notasse a diferença entre os irmãos, vez que Esaú era todo peludo, vestiu Jacó dos mais preciosos vestidos de Esaú e cobriu as mãos e o pescoço com as peles dos cabritos.

Dando pois Isaac a bênção a Jacó, lhe disse: “Eis aqui o cheiro do meu filho, que é como cheiro de um campo bem cheio, ao qual o Senhor abençoou. Deus te dê o orvalho do céu e da gordura da terra, abundância de pão e de vinho. Os povos te estejam sujeitos, e eles prostem diante de ti. Tu sejas o senhor de teus irmãos, e os filhos de tua mãe se inclinem profundamente na tua presença. Aquele que te amaldiçoar, esse seja amaldiçoado, e aquele que te bem disser, seja cheio de bênçãos”.

Apenas Isaac tinha acabado de dizer estas palavras e Jacó saído, quando Esaú que, tendo apresentado a seu pai o que fizera cozer de sua caça lhe disse: “Levanta-te, meu pai, e come da caça de teu filho, para tu de dares a tua bênção”.

Após esclarecidos os fatos, perguntou Esaú a seu pai? E tu, não reservaste também para mim alguma bênção?

Respondeu-lhe Isaac: “Eu o constituí a ele teu Senhor; sujeitai-lhe todos os seus irmãos. Estabeleci-o na posse do trigo e do vinho. E depois disso, meu filho, que te posso eu fazer?”

Como Esaú chorava, movido de compaixão, lhe disse lsaac: “A tua bênção será na gordura da terra e no orvalho do céu, que cai lá do alto. Tu viverás da tua espada e serás sujeito a teu irmão. E lá virá o tempo que tu sacudas o seu jugo da tua cerviz e te livres dele”.

Por causa desse episódio, conservou Esaú sempre um rancor contra Jacó, que

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só estava a espera da morte de seu pai para se desfazer de Jacó. Como Receba ficou sabendo da intenção de Esaú, chamou a Jacó e lhe disse para que se retirasse para Haran, onde assistia seu irmão Labão (irmão de Rebeca) e que por lá ficasse algum tempo até que a ira de Esaú se aplacasse e sua indignação passasse.

Jacó tendo partido de Bersabé, ia para Haran. E como chegasse após o por do sol a certo lugar, onde ele queria passar a noite, pegou numa das pedras, que ali havia; e tendo-a posto por baixo de sua cabeça, dormiu ali mesmo. Então viu em sonhos uma escada, cujos pés estavam fincados sobre aterra, e o cimo tocava o céu; e os anjos de Deus subindo e descendo por esta escada. Viu também ao Senhor firmado no cimo da escada, que lhe dizia: “Eu sou o Senhor Deus de Abraão, teu pai e o Deus de Isaac. Eu darei a ti e a teus descendentes a terra em que tu dormes. A tua posteridade será numerosa, como o pó da terra; e tu te estenderás ao Ocidente, e ao Oriente, e ao Setentrião, e ao meio dia; e todas as tribos da terra serão benditas em ti e naquele que sairá de ti. Eu serei o teu condutor por toda a parte, por onde fores; e eu te tomarei a tra-zer a este país; e não te deixareis, a menos que não tenha executado tudo o que te prometi”.

Jacó tendo despertado depois do sono disse: “Em verdade que o Senhor está neste lugar, e eu não sabia. Verdadeiramente não é isso outro coisa, que a casa de Deus, e a porta do céu. Tendo-se pois levantado logo ao amanhecer, tomou a pedra que tinha posto por baixo da cabeça e a erigiu em padrão, lançando-lhe azeite em cima. E pôs o nome de Betel à cidade que antes se chamava Luz. Ao mesmo tempo fez ele Jacó este voto a Deus, dizendo-lhe: “Se Deus for comigo, e me guardar no caminho, por que eu ando, e me der comer, e pano para me cobrir, e eu voltar felizmente para a casa de meu pai: o Senhor será o meu Deus. E esta pedra, que erigi em título, será chamada Casa de Deus: e de todas as coisas que vós me derdes, vos oferecerei o dízimo”.

A escada mística vista por Jacó simboliza singelamente o ciclo involutivo e evolutivo da vida, em seu perpétuo fluxo e refluxo, através de nascimento e morte, a desdobrar-se em hierarquias de seres, potestades, mundos, remos devida e raças. Segundo as tradições maçônicas, a escada com esse significado consta de catorze degraus; nos mistérios persas e indostâmicos ela tinha grande importância e, por isso, em seus templos se erigia uma escada de sete degraus, correspondentes também as sete cavernas iniciáticas. Mas, em realidade, seus degraus são tantos quantas são as virtudes necessárias ao aperfeiçoamento individual e, das quais, as três principais são a Fé, a Esperança e a Caridade, ali simbolizadas pela Cruz, a Âncora e o Cálice.

Contam ainda os antigos iniciados que a evolução da alma se operava numa série de sete globos, entre os quais se citavam Saturno, Mercúrio, Vênus, Júpter, Marte, Lua e Sol. Assim, a chamada Escada de Jacó tinha e tem múltiplas implicações e correspondências, e sua presença na Maçonaria nos recorda perpetuamente a universal lei da evolução e a existência de poderosas hierarquias cooperando maravilhosamente na sua execução através de milênios e milênios.

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FÉ - ESPERANÇA- CARIDADE

O teto de um Templo Maçônico, é a representação da sua própria altura, ou seja ,têm o céu estampado em suas pinturas.. Todo maçom deve ter como objetivo ,alcançar este Céu, o ilimitado, o infinito a certeza de estar se atingindo a própria LIBERDADE. O ELO de ligação ou a estrada a ser trilhada para alcançar tal pretensão, da ESCADA DE JACO. Cada degrau representa. uma etapa de aperfeiçoamento moral e também um grau da Maçonaria Simbólica e Filosófica.

Três são os símbolos que o maçom deve ter sempre em seus corações, e em mente, para se empenhar nessa caminhada.. SÃO ELES: FE, ESPERANÇA E CARIDADE, representados respectivamente pela CRUZ, ÂNCORA e TAÇA.

A Fé, representa o primeiro degrau da escada de Jacó, pois ela é a SABEDORIA do ESPÍRITO, sem a qual o Homem nada levará a termo.

A esperança, representa os degraus intermediários, pois ela ampara e anima o espírito nas dificuldades encontradas no caminho.

A Caridade, representa o último degrau, que só será atingido praticando-a, pois

ela é a própria imagem dos mais puros sentimentos humanos.

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O segredo da Esfinge Os antigos egípcios acreditavam que, depois de morrer, a alma era levada para uma região

do céu que hoje chamamos de constelação de Órion. Chamavam esta região de Duat. Entretanto, o Duat era visto não como uma região no céu, mas como um universo paralelo onde a alma era testada e julgada, um lugar onde não se pode fugir da verdade, onde tudo o que se fez e se disse na vida passa a ser examinado e julgado.

Quem construiu a esfinge?

Na opinião dos egiptólogos, a esfinge representa um faraó chamado Khafre, que reinou durante a terceira Dinastia, em 2.500 aC, que a teria construído. Esta afirmação parece ser baseada principalmente em uma única sílaba desenhada em uma grande laje na parte da frente da esfinge, entre as patas (veja foto acima), e esta laje teria sido lá colocada não por Khafre, mas pelo faraó Thutmosis IV, mais de 1.000 anos depois de Khafre ter supostamente construído a esfinge. Entretanto, muitos pesquisadores, como Grahan Hancock e Robert Bauval, afirmam que não há nada no texto da laje que possa comprovar que o faraó Khafre foi quem realmente construiu a esfinge. Além disso, este pesquisador, bem como vários outros, crêem que a esfinge é muito mais antiga do que se pensa: ela teria sido construída no ano 10.500 AC!

Durante o passar dos milênios, mudam as constelações em que o Sol brilha no equinócio. No presente, o Sol brilha em Peixes, mas está lentamente se aproximando de Aquário. É por isso que hoje dizemos estar entrando na Era de Aquário. Como o ciclo completo

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do zodíaco é de 26.000 anos, e há 12 constelações através das quais o Sol se move, ficamos em uma mesma constelação durante pouco mais de 2.000 anos. Se voltássemos no tempo, até o nascimento de Jesus Cristo, veríamos que o Sol estava brilhando na constelação de Peixes. É por isso que algumas antigas religiões representavam Jesus como um peixe. Se voltássemos mais no tempo, à época de Tutankamon, veríamos o Sol brilhar em Áries. Na época em que supostamente a esfinge foi construída (2.500 aC) o Sol brilhava em Touro no equinócio de inverno. Sabe-se que a esfinge foi construída alinhada precisamente com o equinócio de inverno, e representa sua respectiva constelação. Sendo assim, por que construíram em forma de Leão, e não em forma de Touro?

Segundo Hancock e Bauval, a resposta é que a esfinge não foi construída nesta época (2.500 aC), mas em outra época, quando o Sol estava na constelação de Leão. Mas que época foi essa? Com ajuda de um mapa celeste, em um computador, vemos que o ano que corresponde à constelação de Leão, em que a esfinge está alinhada, é 10.500 AC. O surpreendente é que no exato momento em que o disco do Sol brilhava sobre o horizonte, no equinócio de inverno do ano 10.500 aC, as três estrelas da constelação de Órion (conhecidas como as Três Marias) estão cruzando o meridiano no sul, em uma posição exatamente igual à posição das três pirâmides (veja figura abaixo). Tudo o que há nesta região das pirâmides parece se relacionar com esta data (10.500 aC).

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Câmara secreta Se olhássemos para onde o Sol estava no equinócio de inverno, uma hora antes do amanhena época em que a Esfinge estava aponta

cer, ndo para a constelação de Leão, veríamos que o Sol

estava 12 graus abaixo do horizonte, em um ponto exatamente abaixo da parte "de trás" da constelação de leão (veja figura abaixo).

Isso leva a crer na pesfinge (figura abaixo).

ossibilidade de existir uma câmara subterrânea, sob a parte traseira da

Erosão

John Anthony West, um pesquisador amador, é outro defensor da idéia de que a esfinge é muito mais velha do que se pensa. Ele baseou suas pesquisas principalmente na erosão do corpo da esfinge, causada pela chuva. Durante 20 anos ele tentou chamar a atenção de outros pesquisadores, e conseguiu quando se juntou com o professor Robert Schock, da Universidade de Boston. Schock é geologista, paleontologista e expert em efeitos da água sobre as rochas. A idéia básica da pesquisa é a seguinte: A esfinge apresenta marcas de erosão causadas pela ação da chuva, e medindo-se o grau de erosão nas rochas é fácil estimar que elasstiveram expostas à chuva

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e

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esfinge, mas logo após essa descoberta, West foi proibido

LHO

ww.reisa

durante milhares de anos. Como a quantidade

de chuva tem se mantido constante desde a época da construção das pirâmides, calculou-se que as rochas estiveram expostas à chuva por mais de 8.000 anos. Em 1991 West, junto com um grupo de pesquisadores, começou a investigar a esfinge. Nesta pesquisa, utilizaram ondas sonoras para localizar possíveis câmaras abaixo da esfinge. O que eles encontraram foi uma sala retangular bem abaixo das patas da de continuar suas pesquisas.

Ir.’. JELLIS FERNANDO DE CARVAREI SALOMAO-Artigos Maçônicos

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A Flauta MágicaRepresentada pela primeira vez no Theater auf der Wieden de Viena, a 30 de

setembro de 1791, a obra obteve um êxito imediato, perante a satisfação de Mozart, apesar e o músico escrever, a 7-8 de outubro do mesmo ano: "Aquilo que me faz mais feliz é a

aprov

ssor do seu irmão José II, não era certamente facilitada, devido às

a sua situação financ

um pequeno teatro popular situado nos arredores de Viena, o Freihaus Theather, propôs a

or incondicional do teatro espetacular, excelente intérprete das

dação silenciosa!".

Decorria o ano de 1790 e a capital austríaca estava a atravessar um árduo período de

desorientação sombria. A dura fase de adaptação imposta pela subida ao trono de Leopoldo II, sucepreocupantes notícias procedentes da França, que naquela época estava submersa em plena revolução. Naquele clima de incertezas e suspeitas, a maçonaria, em particular, que tanto despertara o interesse de Mozart, especialmente pelo espírito de fraternidade que promovia, caiu em desgraça. Por outro lado, o compositor também não estava a viver a época mais fácil da sua vida. A saúde dava-lhe continuamente razões para preocupar-se,

eira estava seriamente comprometida e o teatro da corte afastara Lorenzo da Ponte, grande amigo de Mozart e seu libretista mais valioso, da sua convivência.

Foi exatamente nesse momento que Emanuel Johann Schikaneder, empresário de

Mozart a composição da música para um singspiel, a opereta alemã. Este gênero, bastante

recente na época, estava diretamente inspirado na Opéra comique francesa (muito apreciada em Viena desde 1752) e abrangia uma combinação heterogênea de diversos ingredientes que iam da ária italiana à romança francesa, passando pelos lieder alemães. A proposta de Schikaneder não podia deixar de suscitar o entusiasmo de Mozart que, dois anos antes, numa carta dirigida ao seu pai, afirmara ser "capaz de adaptar ou imitar qualquer gênero musical ou estilo de composição". O compositor sentia também uma simpatia bastante especial por Schikaneder, autor do libreto e, sobretudo, extravagante personagem, admirad

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obras

m voga. Isso deveu-se, sem qualquer dúvida, ao acrésc

sica era a única digna de companhar seu Fausto. No entanto, Mozart saboreou muito pouco da aceitação unânime

do público, visto

A Flauta Mágica e a maçonaria

de William Shakespeare e, na sua forma de viver, abertamente contrário a todas as convenções sociais.

As fontes literárias que influíram mais diretamente na obra do libretista foram Sethus, o romance de J. Terrason (que contém abundantes referências aos ritos egípcios e às provas de iniciação), e a fábula Lulú, de Liebeskind, que se inseria no inesgotável filão da Zauberoper (ópera mágica), um gênero que ganhava cada vez mais popularidade nos teatros alemães, graças, sobretudo, aos fascinantes efeitos conseguidos pelas encenações na representação dos elementos mágicos. Na verdade, o texto sofreu uma transformação profunda durante a fase de redação. Essa transformação teve como resultado final um libreto de aspecto muito diferente ao dos textos puramente fantásticos que durante aqueles anos estavam muito e

imo de ritos de clara inspiração maçônica, que contribuíram bastante para enriquecer o significado íntimo da ópera.

No que diz respeito à música desta ópera, a grandeza e genialidade de Mozart reside por um lado, em ter sabido conferir, de uma maneira verdadeiramente magistral, uma grande unidade às diversas vertentes estilísticas típicas do Singspiel, elaborando novíssimos princípios formais e também de equilíbrio e por outro lado, em ter utilizado, com uma destreza que poderia ser considerada excepcional, o vasto panorama dos estilos como poderoso meio expressivo. o êxito de A Flauta Mágica foi imediato e colossal. Basta mencionar que, só no primeiro ano foram efetuadas mais de uma centena de representações, e que o próprio Goethe declarou que aquela múa

que morreu cerca de um mês depois da estréia.

clarinete, oboé, flauta, fagotes e trombetas no mome

stro diz a Pamina: "Dentro destes sagrados muros, a vingança não m lugar - Ademais, os homens são governados pelos ideais do amor e da amizade."

Benedito M de C Filho

As três batidas do ritual maçônico estão presentes. A partitura da abertura da ópera A Flauta Mágica, mostra as partes de

nto em que entram as três batidas depois de uma longa pausa .Os instrumentos de percussão e cordas ficam em pausa.

No nono ato Sarate

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A FORÇA DE VONTADE

Existe na arte da Engenharia, entre muitas regras básicas, todas obedientes às leis da Matemática a classificação de “vigas mestras”. São aquelas partes sumamente importantes da construção, que protegem e sustentam o edifício. De igual modo, nas ciências, nas letras e em todas as artes, deve haver uma base sustentadora, sem o que não é possível que elas prevaleçam e evoluam.

Em se tratando da vida moral ou espiritual, no terreno das idéias, a escalada é, por

semelhante modo, essencial dos primeiros fundamentos à mais alta concepção do reino espiritual. Dissertemos, então, sobre o filosofismo maçônico, em torno de vigas mestras do verdadeiro maçom. Mostremos como se deve conceber, dentro dos ensinamentos mais expressivos da Sublime Ordem, o caráter moral e espiritual de um genuíno obreiro.

Vejamos o que a Maçonaria deve esperar de seus filhos. E que sejam varões do altíssimo

gabarito moral para que se enquadrem perfeitamente dentro das linhas diretrizes do seu filosofismo sadio e construtor. E para que o maçom seja realmente modelo de cidadão perfeito, em plena sincronia com essas idéias, mister se faz que conheça e ponha em prática as virtudes mestras, que lhe poderão outorgar as forças necessárias para se firmar como coluna inabalável e indestrutível no edifício de sua vida moral. Em qualquer atividade da vida, deve prevalecer ex-traordinária força de vontade para a eficiência do trabalho. Quem realiza qualquer tarefa sem a ela dedicar o máximo do seu esforço, certamente fracassará no cumprimento do dever. Isto acontece comumente em todos os setores da atividade humana e, muito mais, na vida moral e espiritual. O progresso na virtude é muito mais difícil que a evolução das ciências, das letras e das artes.

A força de vontade é a virtude preliminar capaz de sustentar o edifício de nossa vida moral, no combate

aos vícios e às iniquidades humanas. Não basta, todavia, que o homem tenha a perfeição como ideal. Há muitos que

canalizam suas energias, as boas intenções, mas ignoram o rumo a seguir, e acabam deixando-se vencer. Daí a ne-

cessidade de se cultivar a inteligência, atitude indispensável como auxílio poderoso à força de vontade, a fim de que

o homem saiba quais os direitos e deveres no desempenho das suas múltiplas atividades, dentro e fora da Ordem

Maçônica.

Muitos ignoram os mais comezinhos deveres porque não se dão ao trabalho de pensar, de ler e de

meditar, e pouco se esforçam pela sua evolução mental, moral ou espiritual. A inteligência tem que ser cultivada para

que o homem aprenda a raciocinar e solucionar os múltiplos problemas da existência. A mais importante das virtudes

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preliminares para a formação do homem perfeito, no entanto, é a sabedoria, vista pelo prisma da solidariedade

humana.

Se o homem for dotado de força de vontade e inteligência cultivada, mas destituído da qualidade mais subli-

me do caráter que é a sabedoria ele será, consequentemente, pouco mais que um bruto. Precisamos,

portanto, nos conscientizar de que é nosso dever agir sabiamente, reconhecendo que nossos direitos

cessam quando começam os alheios. Igualmente devemos entender que só devemos fazer ao próximo o que

queremos que façam conosco. Não é difícil nos harmonizar com o próximo, revelando-lhe as faltas e

auxiliando-o em seus revezes e amarguras. O verdadeiro maçom é, pois, o que possui, preliminarmente, esta

tríade como alicerces para sua vida.

Aprendamos, pois, com esta trilogia a conduzir nossas vidas, embasados neste espelho de virtudes divinas, que não só constituem os atributos da alma verdadeiramente maçônica, mas o patrimônio dos genuínos sábios que, segundo Deus, não compuseram no lamaçal das misérias humanas. Bendita seja a milenar Maçonaria, que é uma das mais sublimes das instituições na face da terra.

BIBLIOGRAFIA:

- A Maçonaria de Hoje – Editora Papiruz – 1998 - Verdade e Consciência – Editora Moderna – 2000

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A Fundação do Grande Oriente e a Introdução do Pensamento Liberal no Brasil

- José Castellani -

Embora difícil de definir, na realidade, o conjunto de idéias e de princípios liberais, ou seja, o liberalismo, pode, de maneira ampla e não doutrinária, ser analisado em dois terrenos: no econômico, preconiza a liberdade individual e valoriza as iniciativas privadas, em oposição à intervenção e iniciativas estatais ; no social, preconiza a liberdade política, ou de consciência, em oposição à autoridade limitadora do Estado, ou da Igreja.

O liberalismo, na Europa, foi um movimento social nascido no século XVIII e incrementado durante o século XIX. Suas raízes, todavia, são mais profundas, já que, no período compreendido entre a Reforma Religiosa e a Revolução Francesa, de 1789, uma nova classe social começou a se projetar, até chegar a afirmar, plenamente, os seus direitos de total participação nos destinos do Estado, derrubando, em seu caminho, os privilégios, que vinham se mantendo, em função da posição social e dos direitos de posse da terra.

Os privilégios da posição social foram sendo, gradualmente, substituídos por procedimentos jurídicos, tendo por base os contratos sociais ; o direito divino e o direito natural, que tornavam frouxo o poder territorial, cederam terreno ao incoercível conceito de soberania nacional ; o controle da política, por parte dos latifundiários,, cedeu terreno àqueles cuja influência social e econômica repousava na posse de bens móveis ; o monopólio religioso teve que abrir espaço a uma pluralidade de credos ; e a religião foi substituída pela ciência, como modeladora da mentalidade humana e como doutrina o progresso.

Em razão direta dessas novas relações sociais, nascia uma nova filosofia : o liberalismo. difícil de descrever e de definir, a não ser quando ele é tomado, estritamente, como um corpo de doutrina. No dizer de Laski, "sem dúvida, como corpo doutrinário, está diretamente relacionado com a liberdade, pois surgiu como o inimigo dos privilégios conferidos a qualquer classe, na comunidade, em virtude de nascimento, ou credo" (1).

As idéias liberais tiveram a sua plena concretização com o marco da ascensão da burguesia, que foi a Revolução Francesa, cujas influências perduraram durante muito tempo e logo ultrapassaram os limites do continente europeu, principalmente através de estudantes, que freqüentavam as universidades francesas. Esse era o caso, por exemplo, da Universidade de Montpellier, no sul da França, no departamento de Herault, na região da antiga Província de Languedoc. Criada em 1181, a universidade sempre foi um importante centro de estudos e atraía muitos estudantes estrangeiros, inclusive do Brasil. Estima-se que, entre 1767 e 1793, quinze brasileiros estudaram em Montpellier (2), entrando em contato direto com o liberalismo, que, então, começava a dominar o meio intelectual e, principalmente, a já pujante Maçonaria francesa, da qual Montpellier era um grande centro, com dez Lojas, já naquela época. Muitos desses estudantes, como, por exemplo, Arruda Câmara, teriam atuação definida em movimentos liberais brasileiros, surgidos no final do século XVIII, através de sociedades secretas, semi-secretas, ou --- pelo menos de fachada --- sociedades científicas e literárias, como, por exemplo: o Areópago de Itambé, fundado por Arruda Câmara, em 1796, na divisa de Pernambuco e Paraíba ; a Sociedade Científica do Rio de Janeiro, depois Sociedade Literária, que seria fechada, em 1794, pelo conde de Rezende ; asa Academias --- dos Esquecidos, dos Renascidos e a de Suassuna --- esta última, a mais importante, surgida em 1801; a Escola Secreta de Vicente Pereira dos Guimarães Peixoto ; e assim por diante.

Outros estudantes brasileiros, como José Joaquim da Maia e Barbalho, José Álvares Maciel e Domingos Vidal Barbosa, teriam atuação na Conjuração Mineira, de 1789, a qual, embora baseada, através de seus ideólogos, em obras de Rousseau, Voltaire, Locke e Morelli, entre outros, mais do que um movimento liberal, foi um movimento econômico, onde interesses pessoais não eram descartados, embora houvesse, nela, idealistas, a pensar no interesse coletivo, tendo, como paradigma do espírito liberal, a Constituição dos Estados Unidos da América.

A condição de maçons, desses homens que estudaram na França, pode ser largamente questionada, por falta de documentação comprobatória. Em relação aos conjurados citados, embora haja suspeitas, não se pode afirmar que tenham sido iniciados, pois indício, mesmo, só há em relação a Maciel, já que há, nos Autos da Devassa da

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Inconfidência Mineira, um alusão a isso, feita pelo padre Penaforte, que o assistiu em confissão. Todas essas sociedades secretas, então criadas, embora pudessem ter a participação de maçons iniciados e ilustrados na Europa, não eram, na realidade, sociedades maçônicas. Mas tiveram o mérito de iniciar a introdução do pensamento liberal no Brasil, o qual só iria, realmente, se concretizar, com a criação das primeiras Lojas maçônicas e, principalmente, com a fundação da primeira Obediência maçônica nacional, o Grande Oriente do Brasil.

Na Europa, todavia, outra era a situação, pois o desenvolvimento de Lojas com finalidades políticas, na França e em outras nações absolutistas, com o avanço do pensamento liberal, fazia com que a Maçonaria se tronasse bem organizada, "assumindo, politicamente, o papel de um partido revolucionário, que defende idéias e age no sentido da transformação do regime" (3). No Brasil, do início do século XIX, por outro lado, a par da ação emancipadora, teria que haver uma adaptação das idéias liberais, pois havia, no país, uma estrutura econômico-social diferente daquela da Europa : enquanto existia, nesta, uma classe comerciante forte, o Brasil ainda tinha uma sociedade predominantemente fundiária e politicamente latifundiária. Celso Furtado confirma que, "não existindo , no Brasil, em princípios do século XIX, sequer uma classe comerciante de importância --- o grande comércio era monopólio da Metrópole --- resultava que a única classe com expressão era a dos senhores agrícolas". (4)

E os jovens, que voltavam da Europa, com a cabeça cheia das idéias liberais, eram, exatamente, dessa classe dos senhores agrícolas e não da burguesia, como aquela da França, que procurava se afirmar como poder político, estribada num considerável poder econômico. A própria classe dos senhores agrícolas, todavia, sabia que o monopólio comercial de Portugal lhe era extremamente oneroso e clamava no sentido de que o Brasil Colônia tivesse, com a máxima brevidade possível, a liberdade de comércio.

E foi graças a isso que ocorreram, na época, muitas revoltas de caráter liberal, conduzidas por latifundiários ligados a organizações secretas, no embalo das idéias de independência, associadas, porém, às necessidades comerciais da classe agrícola. Foi o caso, por exemplo, da revolta de 1801, em Pernambuco, conduzida pelo barão de Suassuna, que era um rico senhor de engenho e membro do Areópago de Itambé. A abertura dos portos brasileiros, em 1808, foi apenas o corolário de uma série de acontecimentos, praticamente uma imposição econômica, a qual, segundo Celso Furtado, provocando o desaparecimento do entreposto lusitano, "logo se traduziu em baixa dos preços das mercadorias importadas, maior abundância de suprimentos, facilidades de crédito mais amplas e outras óbvias vantagens para a classe dos agricultores".

Muitos pesquisadores, inclusive, consideram a abertura dos portos, ao lado da elevação do Brasil à categoria de Reino Unido, em 1815, como uma já evidente manifestação de independência do país. O senador Liberato de Castro Carreira, político e literato do 2º Império, afirmava, em 1889: "Quando o Brasil se declarou independente, já há muito estava no gozo de importantes direitos. (...) Desde o momento em que a Família Real transferiu de Portugal a sua residência para o Brasil, libertou-o da dependência da metrópole e firmou-lhe os direitos que jamais poderiam ser derrogados. A Carta Régia de 28 de janeiro de 1808 e o Decreto de 16 de dezembro, aquele abrindo os portos do Brasil ao comércio do mundo, e este elevando-o à categoria de reino, apontaram-lhe o caminho da liberdade" (5)

Começavam aí, realmente, os frutos das idéias liberais, impulsionadas, como já se viu, pelas sociedades secretas disfarçadas em academias e sociedades científicas e, principalmente, pelo incremento da criação de Lojas maçônicas, principalmente na Bahia, em Pernambuco e no Rio de Janeiro, sob a égide o Or.. da Ilha de França (depois, Ilha Maurício), ou do Grande Oriente Lusitano. A difusão das idéias liberais, por parte dessas Lojas, exacerbada pela Revolução Pernambucana de 1817, nitidamente liberal e de inspiração maçônica, iria desencadear uma grande perseguição às sociedades secretas, culminando com o alvará de 30 de março de 1818, que condenava a essas sociedades, por considerá-las conspiradoras contra o Estado. Portugal ainda vivia um regime absolutista, que só seria derrubado com a revolução de 1820, de caráter liberal, a qual abria, ao Brasil, a possibilidade de enviar representantes às cortes portuguesas.

Mas, a partir de 1821, com o renascimento estuante do movimento maçônico, que havia sido represado pela força, o liberalismo brasileiro passa a ter, na maçonaria, o foco central de difusão e de agitação. Em 1822, a agitação recrudesceria, confundindo-se, o liberalismo, com a meta de emancipação do país, tornada tão próxima, a partir do momento em que o príncipe D. Pedro, que se tornara regente através do Decreto de 22 de abril de 1821, devido à partida de seu pai para Portugal, resolvia permanecer no país, desobedecendo ao disposto no Decreto nº 124, de 29 de setembro de 1821, das Cortes de Lisboa, o qual mandava que ele regressasse a Portugal, pois "a continuação da residência do Príncipe Real no Rio de Janeiro se torna não só desnecessária, mas até indecorosa á sua alta

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hierarquia".

Na realidade, o "Fico", de 9 de janeiro de 1822, quando o príncipe resolveu desobedecer às ordens emanadas de Lisboa, foi obra da Maçonaria brasileira, que organizou manifestos em diversas províncias, sob a liderança de homens como José Bonifácio de Andrada e Silva --- que organizou o manifesto dos paulistas --- Joaquim Gonçalves Ledo, frei Francisco de Santa Tereza de Jesus Sampaio --- que redigiu o manifesto dos fluminenses --- Pedro Dias Paes Leme --- que organizou o manifesto dos mineiros --- e os dois principais líderes do episódio : José Clemente Pereira, presidente do Senado da Câmara, e José Joaquim da Rocha, que, durante a vigência do alvará de 1818, organizara o Clube da Resistência em sua casa, onde os maçons continuavam a trabalhar.

Com a meta específica de conseguir a independência do Brasil e, a partir daí, implantar o liberalismo brasileiro, mesmo contra a tendência absolutista do herdeiro da Casa de Bragança, os maçons brasileiros, no Rio de Janeiro, resolviam fundar uma Obediência maçônica, a primeira do Brasil, considerando que a Loja "Comércio e Artes", fundada em 1815 e reerguida em 1821, atraía grande número de adesões daqueles espíritos liberais, que desejavam lutar pela causa da emancipação política do Brasil.

E, assim, a 17 de junho de 1822, a Loja "Comércio e Artes" formou, por sorteio entre os seus membros, mais duas Lojas, a "União e Tranqüilidade" e a "Esperança de Niterói" --- que seria instaladas a 21 de junho --- criando, então, o Grande Oriente Brasílico (depois, do Brasil). Esse foi, na realidade, um marco do pensamento liberal, trazido da Europa e adaptado ao Brasil, pois, como muito bem situa Célia Galvão Quirino dos Santos, ao comparar o papel da Maçonaria com o das outras sociedades secretas, "sem dúvida, a maçonaria foi a que mais adeptos fez, assumindo um papel político preponderante na primeira metade do século XIX, sobretudo no processo de emancipação e formação do Império nacional. Sua vantagem sobre as demais associações, quase sempre de âmbito regional, fazia-se sentir por ter um caráter internacional e "nacional", isto é, desenvolvendo-se por toda a colônia. A introdução da maçonaria no Brasil apresenta-se com um caráter libertador, como aliás sucede nas demais colônias americanas e como difusora dos ideais liberais-democráticos". (6)

Com a fundação do Grande Oriente, ganhava novo impulso a luta pela independência, que, logo depois, iria se tornar realidade. Mas, embora ela se situasse no terreno das revoluções de feição liberal-nacionalista, típicas dos primeiros decênios do século XIX, algumas de suas características a diferenciavam daquelas. No dizer de Carlos Guilherme Mota, "no caso brasileiro é difícil dizer até que ponto foi liberal, até que ponto foi nacional não diremos a "revolução", mas a "emancipação" política de 22. No caso das potências européias ocidentais, essas revoluções têm, num e noutro aspecto, contornos muito mais nítidos. Para o Brasil, entretanto, é difícil dizer-se até que ponto há penetração de idéias liberais em harmonia com interesses internos de ordem econômica ; para o caso do nacionalismo é difícil igualmente dizer-e da emancipação correspondente ideológica e cultural, dos costumes, estilo de vida, etc., para que esse nacionalismo adquira expressão". (7)

O Grande Oriente do Brasil, nesse movimento emancipador, passara a funcionar como o "partido" liberal brasileiro e, numa posição radicalizada, acabaria pugnando por uma total independência em relação a Portugal, vendo, como solução para o momento, a instalação da monarquia constitucional. Visando, exclusivamente, a independência, o liberalismo brasileiro, capitaneado pelos maçons, afastara-se dos ideais republicanos, mas a solução não republicana, ou seja, a da monarquia constitucional, era imperativa, diante da estrutura social brasileira e das circunstâncias da época, já que a inexistência de uma burguesia relevante e o total predomínio da classe fundiária impediam a formação de uma república, em moldes democráticos. Com uma estrutura social de senhores de terras e escravos, o liberalismo brasileiro, após a independência, só poderia se organizar dentro da monarquia constitucional, até que as modificações da sociedade, à custa, principalmente, do grande afluxo de europeus, a partir da terceira década do século XIX, trazendo, inclusive, uma mentalidade empresarial, tornassem possível a implantação do regime republicano.

O que importa considerar, no caso, é a fundamental participação --- não negada por nenhum pesquisador imparcial --- da Maçonaria brasileira, através do Grande Oriente do Brasil, a partir de 1822, na introdução das idéias liberais no Brasil, na sua manutenção e no seu posterior aperfeiçoamento.

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Notas

1. Harolde J. Laski - "The Rise of European Liberalism" - George Allen & Unwin Ltda, Londres - 1958 - pag. 11.

2. Segundo relato inserido sob o título "Estudantes Brasileiros na Faculdade de Medicina de Montpellier", in Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, CCXLIII, 41, pgs. 48-50. Célia Galvão Quirino dos Santos - "As Sociedades Secretas e a Formação do Pensamento Liberal", in Anais do Museu Paulista da Universidade de São Paulo, tomo XIX, 1965 - pag. 20. Celso Furtado - "Formação Econômica do Brasil" - Editora Fundo de Cultura S.A. - Rio de Janeiro - pag. 113.

3. Liberato de Castro Carreira - "História Financeira e Orçamentária do Império do Brasil" - Edição do Senado Federal (Coleção Bernardo Pereira de Vasconcellos) - reedição da obra original, de 1889 - Brasília, 1980 - pag. 19.

4. Célia Galvão Quirino dos Santos - op. cit. - pag. 53

5. Carlos Guilherme Mota - "Europeus no Brasil na Época da Independência : um Estudo" - in Anais do Museu Paulista da Universidade de São Paulo - tomo XIX, 1965 - pags. 12 e 13. Do livro "Fragmentos da Pedra Bruta" - volume 2 - Edit. A Trolha - março 2001

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HISTÓRIA DO BANQUETE

Os povos da antigüidade celebravam seus banquetes místicos e religiosos: os egípcios e gregos celebravam banquetes sagrados; os romanos celebravam o “lectisternium” ou festim realizado defrontes dos deuses que adoravam; os judeus se reuniam em prescritas por Moisés; os primeiros cristãos celebravam suas refeições de amor e caridade, com o nome de ágapes, durante os quais, pór ultimo, houve tantos excessos e desordens que foi necessário suprimi-los; no entanto, entre os Maçons, tem sido conservado em toda sua pureza Os banquetes maçônicos são essencialmente místicos por suas formas, e filosóficos por seus princípios. A tradição não legaria uma cerimônia que tive-se um fim frívolo. Nossos ágapes completam a grande alegoria que se desenrola nos diferentes graus. A forma de nossa mesa lembra o circulo do Zodíaco, cujos pontos equinociais são ocupados pelos VVig∴e os socialistas pelo V∴M∴,no verão correspondente ao superior e no inverno ao inferior. As tangentes paralelas ao diâmetro solsticial são ocupadas pelos demais OObr∴. O Ord∴e o Secr∴a 50 graus, respectivamente, doV∴M∴.

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Os materiais , que ocupam a mesa lembra os três reinos da Natureza e os utensílios tem nomes guerreiros, para lembrar as lutas que os nossos antepassados tiveram que enfrentar para que a Liberdade, Igualdade e Fraternidade viessem a ser um, fato. Os equinócios e solstícios receberam o nome de portas do céu ou das estações do ano. Os dois solsttícios de inverno e verão ou das duas portas (Janua ) ou festas solsticiais maçônicas, deram origem aos dois. Santos João Batista e João Evangelista. Em nossos banquetes há sete brindes cujo número é igual aos dos sete planetas conhecidos na antigüidade e, como representam deuses, os antigos lhe ofereciam sete libações, hoje, substituídas por sete brindes maçônicos a diferentes poderes. Hoje, os Planetas conhecidos são nove, porém a Maçonaria conserva sua antiga tradição. A primeira libação era ao Sol. Hoje e substituída pelo brinde ao Chefe da Nação e sua família. A Segunda libação era á Lua. Hoje é substituída pelo brinde á GOB - GOSP, e seu grão mestre e sua família. A terceira libação era a Marte, divindade que entre os antigos presidia os conselhos e os combates, Hoje é substituída pelo brinde ao V∴M∴ da Loj∴. A quinta libação era á mercúrio, o deus que vigia. Hoje é substituída pelo brinde aos VVig∴. A Quinta libação era a Jupiter, dito também o deus da hospitalidade. Hoje é substituída pelo brinde aos visitantes LLoj∴co-irmãs. A Sexta libação era a Vênus, o símbolo da natureza. Hoje e substituída pelo brinde aos OOf∴e todos os Membros da Loj∴e, em especial, aos novos iniciados, cuja principal ocupação é o estudo da Natureza. A sétima libação era a Saturno, cuja intensa órbita parece abarcar a totalidade do Universo. Hoje é substituída pelo brinde a todos os MM∴espalhados pelo Universo. O ágape fraternal é uma festa que pertence á categoria das mais antigas solenidade e a Maçonaria tem conservado, até hoje, o que de mais belo há nelas. A Maçonaria, tão fecunda em felizes e sublimes alegorias, conserva esta como simbolizando: o triunfo completo da luz sobre as trevas. Simbolicamente, os trabalhos são abertos ao meio-dia e terminam á meia-noite, para indicar que o homem chega a maturidade antes de poder ser útil aos seus semelhantes, mas desde esse momento até seus últimos instantes, deve trabalhar, sem descanso, para a felicidade comum. Há, no entanto, outras razões, uma das quais é que o Zoroastro, um dos fundadores dos mistérios da antigüidade, recebia os seus discípulos ao meio dia e se despedia deles á meia noite, após o ágape fraternal com que terminavam os trabalhos.

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A MAÇONARIA

O que é a Maçonaria? — A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista. Porque é Filosófica? — É filosófica porque em seus atos e cerimônias Ela trata da essência, propriedades e efeitos das causas naturais. Investiga as leis da natureza e relaciona as primeiras bases da moral e da ética pura.

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Porque é Filantrópica? — É filantrópica porque não está constituída para obter lucro pessoal de nenhuma classe, senão, pelo contrário, suas arrecadações e seus recursos se destinam ao bem estar do gênero humano, sem distinção de nacionalidade, sexo, religião ou raça. Procura conseguir a felicidade dos homens por meio da elevação espiritual e pela tranqüilidade da consciência. Porque é Progressista? — É progressista porque, partindo do princípio da imortalidade e da crença em um princípio criador regular e infinito, não se aferra a dogmas, prevenções ou superstições. E não põe nenhum obstáculo ao esforço dos seres humanos na busca da verdade, nem reconhece outro limite nessa busca senão a da razão com base na ciência. Quais são os seus princípios? — A liberdade dos indivíduos e dos grupos humanos, sejam eles instituições, raças, nações; a igualdade de direitos e obrigações dos seres e grupos sem distinguir a religião, raça ou nacionalidade; a fraternidade de todos os homens, já que somos todos filhos do mesmo Criador e, portanto, humanos e como conseqüência, a fraternidade entre todas as nações. Qual é o seu lema? — Ciência — Justiça — Trabalho. Ciência, para esclarecer os espíritos e elevá-los; Justiça, para equilibrar e enaltecer as relações humanas; Trabalho, por meio do qual os homens se dignificam e se tornam independentes economicamente. Em uma palavra, a Maçonaria trabalha para o melhoramento intelectual, moral e social da humanidade. Qual é o seu objetivo? — Seu objetivo é a investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes. O que a entende a Maçonaria por moral? — Moral é para a Maçonaria uma ciência com base no entendimento humano. É a lei natural e universal que rege todos os seres racionais e livres. É a demonstração científica da consciência. E essa maravilhosa ciência nos ensina nossos deveres e a razão do uso dos nossos direitos. Ao penetrar a moral no mais profundo de nossa alma sentimos o triunfo da verdade e da justiça. O que entende a Maçonaria por virtude? — A Maçonaria entende que virtude é a força de fazer o bem em seu mais amplo sentido; é o cumprimento de nossos deveres para com a sociedade e para com a nossa família, sem interesse pessoal. Em resumo: a virtude não retrocede nem ante o sacrifício e nem mesmo ante a morte, quando se trata do cumprimento do dever. O que entende a Maçonaria por dever? — A Maçonaria entende por dever o respeito e os direitos dos indivíduos e da sociedade. Porém não basta respeitar a propriedade apenas, mas, também devemos proteger e servir os nossos semelhantes. A Maçonaria resume o dever do homem assim: "Respeito a Deus, amor ao próximo e dedicação à família". Em verdade, essa é a maior síntese da fraternidade universal. A Maçonaria é religiosa? — Sim, é religiosa, porque reconhece a existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual se dá o nome de GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, porque é uma entidade espiritualista em contraposição ao predomínio do materialismo. Estes fatores que são essenciais e indispensáveis para a interpretação verdadeiramente religiosa e lógica do Universo, formam a base de sustentação e as grandes diretrizes de toda ideologia e atividade maçônica. A Maçonaria é uma religião? — Não. A Maçonaria não é uma religião. É uma sociedade que tem por objetivo unir os homens entre si. União recíproca, no sentido mais amplo e elevado do termo. E nesse seu esforço de união dos homens, admite em seu seio as pessoas de todos os credos religiosos, sem nenhuma distinção.

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Para ser Maçom é necessário renunciar a religião à qual pertence? — Não, porque a Maçonaria abriga em seu seio homens de qualquer religião, desde que acreditem em um só Criador, o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus. Geralmente existe essa crença entre os católicos, mas, ilustres prelados tem pertencido à Ordem Maçônica; entre outros, o Cura Hidalgo, Paladino da Liberdade Mexicana; o Padre Calvo, fundador da Maçonaria na América Central; o Arcebispo da Venezuela, Don Rodrigo Ignácio Mendez; Padre Diogo Antônio Feijó; Cônego Luiz Vieira, José da Silva de Oliveira Rolin, da Inconfidência Mineira, Frei Miguelino, Frei Caneca e muitos outros. Quais outros homens ilustres que foram Maçons? — Filosofos como Voltaire, Goethe e Lessing; Músicos como Beethoven, Haydn e Mozart; Militares como Frederico o Grande, Napoleão e Garibaldi; Poetas como Byron, Lamartine e Hugo; Escritores como Castellar, Mazzini e Espling. Somente na Europa houve Maçons ilustres? — Não. Também na América houve. Os libertadores da América foram todos Maçons. Washington nos Estados Unidos; Miranda, o Padre da Liberdade sul-americana; San Martin e O’ Higgins, na Argentina; Bolivar, no norte da América do Sul; Marti, em Cuba; Benito Juarez, no México e o Imperador D. Pedro I, no Brasil. Quais os nomes de destaque no Brasil que foram Maçons? — D. Pedro I, José Bonifácio, Gonçalves Ledo, Luís Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Salles, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Washington Luiz, Rui Barbosa e muitos outros. Então a Maçonaria é tolerante? — A Maçonaria é eminentemente tolerante e exige de seus membros a mais ampla tolerância. Respeita as opiniões políticas e crenças religiosas de todos os homens, reconhecendo que todas as religiões e ideais políticos são igualmente respeitáveis e rechaça toda pretensão de outorgar situações de privilégio a qualquer uma delas em particular. O que a Maçonaria combate? — A ignorância, a superstição, o fanatismo. O orgulho, a intemperança, o vício, a discórdia, a dominação e os privilégios. A Maçonaria é uma sociedade secreta? — Não, pela simples razão de que sua existência é amplamente conhecida. As autoridades de vários países lhe concedem personalidade jurídica. Seus fins são amplamente difundidos em dicionários, enciclopédias, livros de história, etc. O único segredo que existe e não se conhece senão por meio do ingresso na instituição, são os meios para se reconhecer os maçons entre si, em qualquer parte do mundo e o modo de interpretar seus símbolos e os ensinamentos neles contidos. Quais a principais obras da Maçonaria no Brasil? — A Independência, a Abolição e a República. Isto para citar somente os três maiores feitos da nossa história, em que os Maçons tomaram parte ativa. Quais as condições individuais indispensáveis para poder pertencer à Maçonaria? — Crer na existência de um princípio Criador; ser homem livre e de bons costumes; ser consciente de seus deveres para com a Pátria, seus semelhantes e consigo mesmo; ter uma profissão ou ofício lícito e honrado, que lhe permita prover as suas necessidades pessoais e de sua família e a sustentação das obras da Instituição. O que se exige do Maçom? — Em princípio, tudo aquilo que se exige ao ingresso em qualquer outra instituição: respeito aos seus estatutos, regulamentos e acatamento às resoluções da maioria, tomadas de acordo com os princípios que as regem; amor à Pátria; respeito aos governos legalmente constituídos; acatamento às leis do país em que viva, etc. E, em partiular: a guarda do sigilo dos rituais maçônicos: conduta correta e digna dentre e fora da Maçonaria; a dedicação de parte do seu tempo para assistir às reuniões maçônicas: à prática da moral, da igualdade e da solidariedade humana e da justiça em toda a sua plenitude. Ademais, se proíbe terminantemente dentro da instituição, as discussões políticas e

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religiosas, porque prefere uma ampla base de entendimento entre os homens afim de evitar que sejam divididos por pequenas questões da vida civil. O que é um Templo Maçônico? — É um lugar onde se reúnem os Maçons periodicamente para praticar as cerimônias ritualísticas que lhe são permitidas, em um ambiente fraternal e propício para concentrar a sua atenção e esforços para melhorar seu caráter, sua vida espiritual e desenvolver seu sentimento de responsabilidade, fazendo-lhes meditar tranqüilamente sobre a missão do homem na vida, recordando-lhes constantemente os valores eternos cujo cultivo lhes possibilitará acercar-se da verdade. O que obtém sendo Maçom? — A possibilidade de aperfeiçoar-se, de instruir-se, de disciplinar-se, de conviver com pessoas que, por suas palavras, por suas obras, podem constituir-se em exemplos; encontrar afetos fraternais em qualquer lugar em que se esteja dentro ou fora do país. Finalmente, a enorme satisfação de haver contribuído mesmo em pequena parcela, para a obra moral e grandiosa levada a efeito pelos homens. A Maçonaria não considera possível o progresso senão na base do respeito à personalidade, à justiça social e a mais estreita solidariedade entre os homens. Ostenta o seu lema "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" com a abstenção das bandeiras políticas e religiosas. O segredo maçônico, que de má fé e caluniosamente tem se servido os seus inimigos para fazê-la suspeita entre os espíritos cândidos ou em decadência, não é um dogma senão um procedimento, uma garantia, uma defesa necessária e legítima, porém como inevitavelmente tem sucedido com todo direito e seu dever correlativo. o preceito das reservas maçônicas já tem experimentado sua evolução nos tempos e segundo os países. A Maçonaria não tem preconceito de poderes, e nem admite em seu seio, pessoas que não tenham um mínimo de cultura que lhes permitam praticar os seus sentimentos e tenham uma profissão ou renda com que possam atender às necessidades dos seus familiares, fazer face às despesas da sociedade e socorros aos necessitados. Fonte: Opúsculo editado pelo Grande Oriente do Brasil, baseado em texto publicado nos anos 70 no jornal "tres pontos", de Buenos Aires – Argentina.

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A MAÇONARIA E A RELIGIÃO-I

• A Maçonaria não é uma seita.

• A Magoaria não sustenta dogmas.

• A Maçonaria não pretende substituir-se à religião de cada um.

• A Maçonaria coloca-se imparcial entre todas as crenças religiosas e teorias filosóficas, e acima de todas as suas controvérsias, para fazer da liberdade de pensamento - o seu fundamento.

• A Maçonaria deixa livre a cada um dos seus membros adotar e seguir a religião de sua eleição, sem que os outros nada tenham a censurar-lhe.

• Aquele que chega à porta dos seus templos, a Maçonaria diz: "Tu serás aqui o único diretor da tua consciência".

• Aquele que é conduzido entre as colunas de seus templos, a Maçonaria declara: "Aqui ninguém te interpelará pela tua crença, nem te injuriará por ela".

• Aquele que toma lugar no seu recinto, a Maçonaria assegura: "A nobreza de tuas ações e a tua sinceridade dão-te o direito de seres aqui o único na tua crença. Se estiveres errado, talvez a verdade te ilumine, mas tu te encaminharás para ela livremente.

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• Em matéria de religião, o principal dever do maçom é a prática da tolerância absoluta em relação às crenças alheias, no elevado intuito de a despeito dos seus antagonismos, aproximar todos os homens de boa vontade, sob a bandeira da Fraternidade. No seio da Maçonaria, os homens de todas as religiões podem reunir-se sem hostilizarem-se e, numa atmosfera de paz e serenidade, trocar as suas idéias em busca do aperfeiçoamento moral da humanidade.

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• A Maçonaria é sempre a mãe carinhosa no meio das lutas fratricidas.

• A Maçonaria é a mediadora dos interesses privados e das paixões pessoais em choque.

• A Maçonaria é a única força capaz de apaziguar os ódios religiosos quando desencadeados.

• Para deter os impulsos da sua natureza, o Maçom usa de dois freios: a império sobre si mesmo e a supressão dos maus instintos.

• É o único jugo que lhe impõe a associação: aquele que se rebela contra ele, é perjuro e, como tal, abandonado à sua sorte, depois de julgado maçonicamente.

• A Maçonaria é a única associação que reúne, sob as suas abóbadas, os adeptos de todos os cultos para glorificarem, em comum, o Grande Arquiteto do Universo que é Deus, - idéia que encerra: na ordem física, a expressão do Equilibro Universal; na ordem intelectual, a Suprema Inteligência que tudo rege e prevê; e na ordem moral, a Justiça Imanente.

• A Maçonaria não é adversária da religião; mas, antes, é a sua melhor cooperadora.

• A Maçonaria quer a crença nos lares e nos Templos, respeitada e sem atritos com os sentimentos dissidentes.

• Em matéria de política, a Maçonaria exige apenas que as minorias não sejam espezinhadas em seus direitos pela maioria dominante no Estado.

• A Maçonaria bate-se pelo poder civil separado do ambiente religioso, a fim de que, por motivo de crença, não sejam tratados desigualmente cidadãos da mesma pátria, o que redunda em opressão ou tirania.

• A Maçonaria não tolera a hipocrisia.

• A Maçonaria condena o fanatismo, a obsessão religiosa e carolice.

• A Maçonaria combate sem tréguas a intolerância.

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• Maçom deve ser fiel e serviçal entre todos os homens, sejam eles cristãos, budistas, muçulmanos, judeus, espíritas ou livres-pensadores. Jesus Nazareno não se envergonhava da companhia de publicanos e gentios, por ser isto obra de misericórdia: - à sua imitação, procede a verdadeiro Maçom; e esta a sua lei máxima, por ser tudo obra da fraternidade.

BIBLIOGRAFIA: Trabalho enviado pelo Ir.’. Carlos de Souza Bastos, o qual efetuou seus estudos baseado em artigos

da Internet

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A Maçonaria e a Religião-IIA Maçonaria e a Religião-II

1. A Maçonaria não é uma seita.

2. A Magoaria não sustenta dogmas.

3. A Maçonaria não pretende substituir-se à religião de cada um.

4. A Maçonaria coloca-se imparcial entre todas as crenças religiosas e teorias filosóficas, e acima de todas as

suas controvérsias, para fazer da liberdade de pensamento - o seu fundamento.

5. A Maçonaria deixa livre a cada um dos seus membros adotar e seguir a religião de sua eleição, sem que os

outros nada tenham a censurar-lhe.

6. Aquele que chega à porta dos seus templos, a Maçonaria diz: "Tu serás aqui o único diretor da tua

consciência".

7. Aquele que é conduzido entre as colunas de seus templos, a Maçonaria declara: "Aqui ninguém te

interpelará pela tua crença, nem te injuriará por ela".

8. Aquele que toma lugar no seu recinto, a Maçonaria assegura: "A nobreza de tuas ações e a tua sinceridade

dão-te o direito de seres aqui o único na tua crença. Se estás errado, talvez a verdade te ilumine, mas tu te

encaminharás para ela livremente.

9. Em matéria de religião, o principal dever do maçom é a prática da tolerância absoluta em relação às crenças

alheias, no elevado intuito de, a despeito dos seus antagonismos, aproximar todos as homens de boa vontade, sob a

bandeira da Fraternidade.

10. No seio da Maçonaria, as homens de todas as religiões podem reunir-se sem hostilizarem- se e, numa

atmosfera de paz e serenidade, trocar as suas idéias em busca do aperfeiçoamento moral da humanidade.

11. A Maçonaria é sempre a mãe carinhosa no meio das lutas fraticidas.

12. A Maçonaria é a mediadora dos interesses privados e das paixões pessoais em choque.

13. A Maçonaria é a única força capaz de apaziguar as ódios religiosos quando desencadeados.

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14. Para deter os impulsos da sua natureza, o Maçom usa de dois freios: a império sobre si mesmo e a

supressão dos maus instintos.

15. É o único jugo que lhe impõe a associação: aquele que se rebela contra ele, é perjuro e, como tal,

abandonado à sua sorte, depois de julgado maçonicamente.

16. A Maçonaria é a única associação que reúne, sob as suas abóbadas, os adeptos de todos os cultos para

glorificarem, em comum, o Grande Arquiteto do Universo que é Deus, - idéia que encerra: na ordem física, a

expressão do Equilibro Universal; na ordem intelectual, a Suprema Inteligência que tudo rege e prevê; e na ordem

moral, a Justiça Imanente.

17. A Maçonaria não é adversária da religião; mas, antes, é a sua melhor cooperadora.

18. A Maçonaria quer a crença nos lares e nos Templos, respeitada e sem atritos com os sentimentos

dissidentes.

19. Em matéria de política, a Maçonaria exige apenas que as minorias não sejam espezinhadas em seus direitos

pela maioria dominante no Estado.

20. A Maçonaria bate-se pelo poder civil separado do ambiente religioso, a fim de que, por motivo de crença, não

sejam tratados desigualmente cidadãos da mesma pátria, o que redunda em opressão ou tirania.

21. A Maçonaria não tolera a hipocrisia.

22. A Maçonaria condena o fanatismo, a obsessão religiosa e carolice.

23. A Maçonaria combate sem tréguas à intolerância.

24. Maçom deve ser fiel e serviçal entre todos os homens, sejam eles cristãos, budistas, muçulmanos, judeus,

espíritas ou livres-pensadores. Jesus Nazareno não se envergonhava da companhia de publicanos e gentios, por ser

isto obra de misericórdia: - à sua imitação, procede a verdadeiro Maçom; e esta a sua lei máxima, por ser tudo obra

da fraternidade.

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A Maçonaria-I A Maçonaria é Universal, mas não é única. Ela é bela e tem os princípios mais

coerentes com a realidade social, econômica, política e religiosa, no final do século

XX e alvorecer do século XXI. Também conhecida como Franco-maçonaria (nome

que tem origem nos mestres de obras das catedrais medievais, conhecidos na

Inglaterra como Free-stone maçom), é, antes de tudo, uma associação voluntária

de homens livres, cuja origem se perde na Idade Média, se se considerar as suas

origens Operativas ou de Ofício.

Fundada em 24 de junho de 1717, com o advento da Grande Loja de Londres,

agrupa mais de onze milhões de membros em todo o mundo. É o mais belo sistema

de conduta moral, que pretende fazer com que o Iniciado, única forma de pertencer

aos seus quadros, seja capaz de vencer suas paixões, dominar seus vícios, as suas

ambições, o ódio, os desejos de vingança, e tudo que oprime a alma do homem,

tornando-se exemplo de fraternidade, de igualdade, de liberdade absoluta de

pensamento e de tolerância.

Em função disso, os objetivos perseguidos pela Maçonaria são: ajudar os homens a

reforçarem o seu caráter, melhorar sua bagagem moral e espiritual e aumentar

seus horizontes culturais. É uma sociedade fraternal, que admite: todo homem livre

e de bons costumes, sem distinção de raça religião, ideário político ou posição

social. Suas únicas exigências são que o candidato possua um espírito filantrópico e

o firme propósito de tratar sempre de ir a busca da perfeição.

Simbolicamente, o Maçom vê-se a si mesmo como uma pedra bruta que tem de ser

trabalhada, com instrumentos alegóricos adequados, para convertê-la em um cubo

perfeito, capaz de se encaixar na estrutura do Templo do GADU. Ela se fundamenta

na crença em um Ser Superior ou Deus, denominado de Grande Arquiteto do

Universo, que é o princípio e causa de todas as coisas. Parece rígida em seus

princípios, mas é absolutamente tolerante com todas as pessoas, ensinado aos

iniciados que é mister

respeitar a opinião de todos, ainda que difiram de suas próprias, desafiando a todos

à mais sincera Tolerância. A Ordem não visa, em hipótese alguma, lucro ou

benefício, pessoal ou coletivo.

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Maçonaria e a Sociedade: A Maçonaria exige de seus membros, respeito às leis do

país em que cada Maçom vive e trabalha. Os princípios Maçônicos não podem entrar

em conflito com os deveres que, como cidadãos, têm os Maçons. Na realidade estes

princípios tendem a reforçar o cumprimento de suas responsabilidades públicas e

privadas. A Ordem induz seus membros a uma profunda e sincera reforma de si

mesmos, ao contrário de ideologias que pretendem transformar a sociedade, com

uma sincera esperança de que, o progresso individual contribuirá, necessariamente,

para a posterior melhora e progresso da Humanidade.

E é por isso que os Maçons jamais participarão de conspirações contra o poder

legítimo, escolhido pelos povos. Para um Maçom as suas obrigações como cidadão e

pai de uma família, devem, necessariamente, prevalecer sobre qualquer outra

obrigação, e, portanto, não dará nenhuma proteção a quem agir desonestamente ou

contra os princípios morais e legais da sociedade. Em suas Lojas são

expressamente proibidos o proselitismo religioso e político, garantindo assim a

mais absoluta liberdade de consciência, o que lhe permite permanecer progressista,

sobrevivendo às mais diversas doutrinas e sistemas do mundo.

Curioso é perceber que sempre onde faltou a Liberdade, onde grassou a ignorância,

foi aí que a Maçonaria foi mais contundentemente perseguida, tendo sido inclusive

associada aos judeus durante o período de intenso anti-semitismo da Europa

Ocidental, nos primeiro e segundo quartos deste século.

Aprendizado Maçônico: A transmissão dos preceitos Maçônicos se faz através de

cerimônias ritualísticas, ricas em alegorias, que seguem antigas e aceitas formas,

usos e costumes, que remontam as guildas dos construtores de Catedrais da Idade

Média, usando inclusive as mesmas ferramentas do Ofício de pedreiro. Este

aprendizado passa pela necessidade de todo iniciado controlar as suas paixões, de

submeter a sua vontade às Leis e princípios morais, amar a sua família e a sua

Nação, considerando o trabalho como um dever essencial do Ser Humano.

O sistema de aprendizado está sempre presente. Cada Irmão, no seu trabalho,

dentro da Ordem e no seu respectivo Grau, procura aperfeiçoar-se interiormente na

busca da perfeição, para fazer-se um homem bom, um homem melhor. A Maçonaria

estimula a prática de princípios nobres, tais como:

· Gentileza

· Honestidade

· Decência

· Amabilidade

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· Honradez

· Compreensão

· Afeto

Para os membros da Ordem todos os homens, fazem parte da Grande Fraternidade

Humana, portanto, todos são Irmãos, independentemente de credo, política, cor,

raça ou qualquer outro parâmetro que possa servir para dividir os homens. Os Três

Grandes Princípios sobre os quais está fundamentada a busca do progresso e da

auto-realização do Maçom são: O Amor Fraterno. O verdadeiro Maçom mostrará

sempre a mais profunda tolerância e respeito pela opinião dos demais, portando-se

sempre com compreensão.

Ajuda e Consolo: Não só entre os Maçons, mas com toda a Comunidade Humana.

Verdade: é o princípio norteador da vida do Maçom, mesmo porque se faz

necessária toda uma vida, para chegar-se próximo de ser um bom Maçom.

Organização da Maçonaria: Desde a fundação da Grande Loja de Londres, em 24 de

junho de 1717, as Lojas Maçônicas têm-se organizado em Obediências, sejam elas

Grandes Lojas ou Grandes Orientes. Os Maçons estão reunidos em Lojas, que se

reúnem regularmente uma vez por semana, geralmente. A verdadeira e antiga

Maçonaria, divide-se em três Graus Simbólicos que compõem as Lojas:

· Aprendiz

· Companheiro

· Mestre

Em regra geral as Grandes Lojas recebem reconhecimento da Grande Loja Unida da

Inglaterra, que se arroga o direito de guardiã da ortodoxia maçônica, de evidente

cunho teísta, enquanto que os Grandes Orientes, são reconhecidos pelo Grande

Oriente da França, fiel ainda à constituição de Anderson de 1723, com evidente

influência iluminista, e caracterizado por uma profunda tolerância.

Porém esta regra não é universal, até porque não existe uma autoridade

internacional que confira regularidade Maçônica. Portanto, cada país tem uma

Potência ou

Obediência Maçônica, ou ainda, como acontece no Brasil, um Grande Oriente do

Brasil (G.'. O.'. B.'.), soberano, e as Grandes Lojas estaduais e Grandes Oriente

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independentes estaduais, também soberanos e que não prestam obediência ao G.'.

O.'. B.'. (único reconhecido pela Grande Loja Unida da Inglaterra).

É por isso que em nosso país temos mais de cinqüenta obediências regulares. Ora,

cada Obediência goza de absoluta soberania e independência em sua base

territorial, sem que isso implique num completo desregramento. Exemplo disso é a

Confederação Maçônica Brasileira (COMAB), que reúne num foro único os Grandes

Orientes estaduais, para que se promovam estudos sobre temas importantes de

liturgia e ritualística, que exigem uma determinada unidade.

A COMAB apenas sugere a aceitação destas determinações, o que geralmente é bem

vindo. O Grande Oriente do Brasil – Paraná, também conhecido com Grande Oriente

do Brasil – Paraná – G.'. O.'. B.'. - Pr.'. é federada do Grande Oriente do Brasil – G.'.

O.'. B.'. É governado por um Grão-Mestre, eleito entre os Mestres Maçons de sua

jurisdição, o Estado do Paraná.

Na estrutura de funcionamento do G.'. O.'. B.'. - Pr.'. há uma Câmara Legislativa,

cujos Deputados Estaduais representam as Lojas regulares e filiadas e, um Poder

Judiciário. O G.'. O.'. B.'. - Pr.'. é regido por uma Constituição e um Regulamento

Geral que conferem o ordenamento jurídico da Potência. As unidades

administrativas do Grande Oriente, constituem-se das Lojas de diversos Ritos, onde

estão congregados os Maçons, sob a liderança de um Venerável Mestre, eleito para

um mandato de dois anos, podendo ser reeleito.

Regularidade em Maçonaria: A regularidade Maçônica refere-se a um conjunto de

deveres a que estão sujeitos os Maçons, suas Lojas e sua Obediência, os quais

resume-se em três aspectos principais:

a) Legitimidade de Origem: Um Grande Oriente ou Grande Loja necessita, para ser

regular do reconhecimento e da transmissão da Tradição, por outro Grande Oriente

ou Grande Loja previamente regular junto às outras Potências, tendo assim uma

Regularidade de Origem;

b) Respeito às antigas regras: A principal regra a ser seguida é a Constituição de

Anderson, de 1723, formulada por Anderson, Payne e Desaguilliers, para a recém-

fundada Grande Loja de Londres. Podemos, no entanto, levantar cinco pontos

fundamentais para Regras que devem ser respeitadas:

i) Absoluto respeito aos antigos deveres, que estão reunidos em forma de

Landmarks;

ii) Só é possível aceitar homens livres, respeitáveis e de bons costumes que se

comprometam a por em prática um ideal de Liberdade, Igualdade e Fraternidade;

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iii) Ter sempre como objetivo o aperfeiçoamento do Homem, e como

conseqüência, de toda a Humanidade;

iv) A Maçonaria exige de todos os seus membros a prática escrupulosa dos

Rituais, como modo acesso ao Conhecimento, através de práticas iniciáticas que lhe

são próprias;

v) A Maçonaria impõe a todos os seus membros o mais absoluto respeito às

Opiniões e crenças de cada um, proibindo categoricamente toda discussão,

proselitismo ou controvérsia política ou religiosa em suas Lojas.

c) Reconhecimento: Além das condições anteriores, para que uma Obediência seja

regular, ela deve ser reconhecida por outras, geralmente após um tempo de

observação. No entanto, o reconhecimento não é incondicional, pois caso o Grande

Oriente ou Grande Loja desvie-se destes preceitos, ele deixa de ser regular,

perdendo reconhecimento.

“Nunca houve, nem nunca haverá um Homem, que tenha um conhecimento certo

dos deuses e de tudo aquilo de que eu falo”. "Se, mesmo por acaso, lhe

acontecesse dizer toda a verdade, nem disso se dariam conta. Todos se apóiam na

aparência."

Xenófanes de Cólofon (570-528 AC)

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A MAÇONARIA-II A Maçonaria, Ordem Universal, é constituída por homens de todas as raças e nacionalidades, acolhidos por iniciação e congregados em Lojas, nas quais auxiliados por símbolos e alegorias, estudam e trabalham para o aperfeiçoamento da Sociedade Humana. É fundada no Amor Fraternal e na esperança de que, com tolerância e sabedoria, constante e livre investigação da Verdade. com a evolução do conhecimento humano pela filosofia, ciências e artes, dentro dos Princípios da Moral da Razão e da Justiça, o mundo alcance a felicidade geral e a paz universal. Deste enunciado deduz-se o seguinte: I - a Maçonaria proclama, desde a sua origem, a existência de um Princípio Criador, ao qual, em respeito a todas as religiões, denomina Grande Arquiteto do Universo;

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II - a Maçonaria não impõe limites à investigação da verdade e, para garantir essa liberdade, exige de todos a maior tolerância; III - a Maçonaria é acessível aos homens de todas as raças, classes, crenças, quer religiosas quer políticas, excetuando as que privem o homem da liberdade de consciência, da manifestação do pensamento, restrinjam os direitos e a dignidade da pessoa humana e exijam submissão incondicional; IV - a Maçonaria Simbólica compõe-se de três Graus universalmente reconhecidos e adotados: Aprendiz, Companheiro e Mestre; V - a Maçonaria além de combater a ignorância em todas as suas modalidades, constitui-se numa escola, impondo-se o seguinte programa: a) obedecer ás leis democráticas do País; b) viver segundo os ditames da honra; c) praticar a justiça; d) amar o próximo; e) trabalhar pelo progresso do homem; VI - a Maçonaria proíbe discussão político partidária e religioso-sectária nos seus Templos; A par dessa definição proclama, também, os seguintes princípios: I - amar a Deus, a Pátria, a Família e a Humanidade; II - Praticar a beneficência, de modo discreto, sem humilhar; III - Praticar a solidariedade maçônica, nas causas justas, fortalecendo os laços de fraternidade; IV - defender os direitos e as garantias individuais; V - considerar o trabalho lícito e digno como dever do homem; VI - exigir dos seus membros boa reputação moral, cívica, social e familiar, pugnando pelo aperfeiçoamento doa costumes; VII - exigir tolerância para com toda a forma de manifestação de consciência, de religião ou de filosofia, cujos objetivos sejam os de conquistar a verdade, a moral a paz e o bem social; VIII - lutar pelo princípio da equidade, dando a cada um o que for justo, de acordo com a sua capacidade, obras e méritos; IX - combater o fanatismo, as paixões, o obscurantismo e os vícios. Os ensinamentos maçônicos orientam os seus membros a dedicarem-se á felicidade dos seus semelhantes, não só porque a razão e a moral lhes impõem tal obrigação, mas também porque esse sentimento de solidariedade os faz irmãos.

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A MAÇONARIA NO BRASIL

O GRANDE ORIENTE DO BRASIL

Em 1815, estudantes brasileiros que voltavam da Universidade de Coimbra, em Portugal, onde haviam sido iniciados como maçons, se comprometeram decididamente com a luta política pela independência das províncias de Portugal na América do Sul, que constituíam o Reino do Brasil, cuja capital era o Rio de Janeiro. Nesta cidade, desde 1808, se havia refugiado a família real portuguesa, que havia saído da Europa, no início da invasão napoleônica. Pelo menos desde 1797 haviam sido criadas algumas lojas maçônicas no Brasil. É importante citar a criação da loja "Comércio e Artes", em novembro de 1815, por maçons que estavam comprometidos com a independência política das províncias brasileiras. Em cumprimento ao Decreto Real de 30 de março de 1818, que proibia o funcionamento de sociedades secretas no Brasil, fechou-se essa loja e queimaram-se seus arquivos, conforme consta na "ata da sessão de reinstalação", que teve lugar em 24 de junho de 1821, quando a loja foi rebatizada como "Comércio e Artes na Idade do Ouro". Esta loja constitui a origem do Grande Oriente do Brasil, já que decidiu, na reunião de 17 de junho de 1822, criar outras duas lojas, mediante a divisão, por sorteio, do total de seus membros. Assim foram criadas as lojas "Esperança de Niterói" e "União e Tranqüilidade". Com estas três lojas metropolitanas, formou-se o Grande Oriente. Entre os integrantes daquela loja se destacam as figuras de Joaquim Gonçalves Ledo y do sacerdote e maestro Januário da Cunha Barbosa, ambos ativistas no processo da independência política do Brasil. José Bonifácio de Andrada e Silva, o "Patrono da Independência", foi eleito Primeiro Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil, contando com Joaquim Gonçalves Ledo como seu vice e com Januário da Cunha. Barbosa como Orador. O motivo principal da criação do Grande Oriente foi o de comprometer a maçonaria, como instituição, com a luta pela independência política do Brasil. Esta determinação consta, de maneira explícita, nas atas das primeiras reuniões da Organização que se estava criando, que somente admitia a iniciação ou a filiação, em suas lojas, de pessoas que se comprometessem com o ideal da independência do Brasil.

Em junho de 1822, a família real portuguesa já havia retornado a Lisboa e havia deixado, como Príncipe Regente, a Don Pedro de Alcântara, filho de Don João VI, rei de Portugal. O príncipe Don Pedro, que era jovem e voluntarioso, se viu rodeado por maçons, que constituíam a elite intelectual y econômica da época. Por proposta do Grão Mestre, José Bonifácio de Andrada e Silva, o príncipe foi iniciado em una Assembléia Geral do Grande Oriente, em 2 de agosto de 1822, adotando o "nome heróico" de "Guatimozim", nome este do último imperador azteca, assassinado por Cortez, no México, em 1522. Don Pedro integrou-se à loja "Comércio e Artes". Na reunião seguinte do Grande Oriente, realizada em 5 de agosto, o príncipe foi elevado à categoria de mestre Maçom, por proposta de Joaquim Gonçalves Ledo, que ocupava a presidência.

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Numa jogada política, Gonçalves Ledo fez com que Don Pedro fosse "eleito" Grão Mestre do Grande Oriente, em lugar de Andrada e Silva, sendo instalado em 4 de outubro de 1822.

Apesar de que todas as pessoas influentes ao redor de Don Pedro eram maçons e membros do Grande Oriente, a única organização maçônica que existia nessa época, havia una enorme rivalidade política entre eles. A disputa pelo poder provocou serias lutas. Don Pedro proclamou a independência do Brasil em 7 de setembro de 1822 e assumiu o título de Imperador, com o nome de Don Pedro I. Exatamente um mês e meio depois, em 21 de outubro, determinava, "primeiro como Imperador, depois como Grão Mestre" o fechamento "temporário" do Grande Oriente. Esse fechamento se manteve em vigor durante todo o seu reinado, que acabou quando abdicou, em 7 de abril de 1831 e se dirigiu a Portugal para recuperar o trono português, que estava em poder de seu irmão Don Miguel, coisa que acabou conseguindo, sendo coroado como Don Pedro IV de Portugal.

Desde 1830, os maçons do Rio de Janeiro tentavam reiniciar seus trabalhos, que estavam praticamente parados, e haviam fundado um novo Grande Oriente, que foi instalado em 24 de junho de 1831, com o nome de Grande Oriente Brasileiro, aquele que seria conhecido com o nome de Grande Oriente do Passeio, nome da rua onde estava localizado.

Em outubro de 1831, um grupo de maçons originários do primeiro Grande Oriente reinstalou aos integrantes das três lojas metropolitanas primitivas e elegeu o primeiro Grão Mestre, Andrada e Silva, para dirigí-lo. O Grande Oriente foi reinstalado em 23 de novembro de 1831. Em conseqüência, durante 30 anos funcionaram no Rio de Janeiro dois Grandes Orientes. Em 1861, o Grande Oriente do Passeio deixou de existir e suas lojas foram absorvidas pelo Grande Oriente do Brasil.

O Grande Oriente do Brasil sofreu diversas secessões durante sua existência, a maioria delas como conseqüência de disputas durante as eleições de Grão Mestre. Todas as secessões que ocorreram até 1927 terminaram por ser reabsorvidas ao longo do tempo e suas lojas e irmãos se reincorporaram ao Grande Oriente do Brasil.

AS GRANDES LOJAS ESTADUAIS

Em 1927 teve lugar, no seio do Grande Oriente do Brasil, una secessão que teria conseqüências históricas importantes. Desde 1854 e até 1951, o Grande Oriente do Brasil era una "organização dupla", denominada Supremo Conselho e Grande Oriente do Brasil. Seu Grão Mestre era o diretor da Maçonaria Simbólica e dirigia os "altos grau" já que era o "Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Rito Escocês. O Grão Mestre e Soberano Grande Comendador para o período 1922-1925, Mário Marinho de Carvalho Behring -- o cargo de "Supremo Grande Comendador" era exercido automaticamente pelo Grão Mestre, sem que houvesse uma eleição específica -- renunciou no final de seu mandato, declarando todavia que se manteria como Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho. Vicente Neiva foi eleito Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil, tendo como adjunto Fonseca Hermes.

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Vicente Neiva morreu em 18 de fevereiro de 1926 sem haver podido resolver o problema criado por Mário Behring. Seu posto foi assumido por Fonseca Hermes, que era amigo de Behring e que firmou com ele um Tratado, em 22 de outubro de 1926, no qual se reconhecia a independência do Supremo Conselho. Em 21 de março de 1927, Octavio Kelly foi instalado como Grão Mestre Adjunto e em 6 de junho desse mesmo ano, pressionado, Fonseca Hermes se afastou de seu cargo e Octavio Kelly se tornou Grão Mestre. Em 17 de junho de 1927, Mário Behring, que sabia que Octavio Kelly não dividiria o poder com ele, convocou uma reunião do Supremo Conselho com apenas treze de seus trinta e três membros e o declarou separado do Grande Oriente do Brasil. Para apoiar seu Supremo Conselho do Rito Escocês, Behring estimulou a criação de Grande Lojas nos Estados, que já vinham sendo instaladas sigilosamente e às quais outorgava Cartas Constitutivas emitidas por seu Supremo Conselho. Foi dessa maneira que se criaram as Grandes Lojas da Bahia, fundada em 22 de maio de 1927, do Rio de Janeiro, fundada em 18 de junho de 1927, e de São Paulo, em 2 de julho de 1927, às quais se outras se seguiram. Estas Grandes Lojas dos Estados e as lojas que as compõem existem até hoje como organizações independentes umas das outras. Para dar-lhe um caráter nacional, foi criada uma entidade denominada Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, que é presidida de forma rotativa anual pelos Grãos Mestres das diversas Grandes Lojas dos Estados.

OS GRANDES ORIENTES INDEPENDENTES

Em 1973 se registrou a última cisão no seio do Grande Oriente do Brasil, com o surgimento, também por problemas eleitorais, os Grandes Orientes Estaduais Independentes, que reuniam lojas que não concordavam com o resultado das eleições para Grão Mestre.

A princípio a cisão teve grande repercussão, mas ao longo dos anos muitas lojas que então se rebelaram acabaram retornando ao Grande Oriente do Brasil. Muitas das reclamações das lojas em relação à estrutura de poder no Grande Oriente do Brasil foram superadas com as alterações que ocorreram posteriormente, especialmente a mudança de sede, em 1978, da cidade do Rio de Janeiro para a nova capital federal, Brasília. Ainda assim, existem várias centenas de lojas reunidas em torno desses Grandes Orientes Estaduais na maioria dos Estados Brasileiros. Como sua posição inicial era contra a Federação Maçônica nacional, esses Grandes Orientes são independentes entre si. No entanto, dada à necessidade de ter um caráter nacional, terminaram constituindo uma entidade denominada Colégio de Grãos Mestres que hoje em dia se chama Confederação Maçônica Brasileira, COMAB, sob a presidência rotativa anual dos Grãos Mestres dos Grandes Orientes Independentes.

BIBLIOGRAFIA:

-INDEPENDÊNCIA DO BRASIL-PARTICIPAÇÃO DA MAÇONARIA - Revista Voz do Dia – Assuntos Maçônicos, nº 46, 1998. -Boletim do GOB

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A Maçonaria, Ciência e Filosofia na Atualidade

O maçom, dentro do espírito e da moral iniciática, precisa desbastar a pedra bruta, modelar e polir o material, de modo a alcançar a beleza e elegância do edifício que constrói. Conservando os sentidos desobstruídos, respeitando a humanidade usando a régua e o compasso, aprendendo a beleza das formas, sua modelagem e detalhamento, a magia das cores, a integração dos sons, a poesia de todas as artes, a expressão da causalidade, o simbolismo das idéias numa única visão espiritual.

Desde o primeiro momento de sua existência na terra, o homem foi dotado de qualidades suficientes para impor a si

mesmo condições cada vez melhores em seu habitat. Nas eras pré-históricas entre os animais, começou a ser dis-

tinguido como ser superior em todos os aspectos. A construção de si próprio e da sociedade em que se insere

tornam o Maçom um obreiro do futuro e um construtor de novas realidades em resultado de um debate esclarecido,

imbuído de um simbolismo ritual cujo significado mais que apreendido deve ser sentido, nos mais diversos campos

de ação profana. A Ciência e a Filosofia nos mostram hoje, mudanças que estão invadindo a humanidade. A

começar pela terrível troca de valores entre os povos mais evoluídos e entre os homens chamados mais civilizados.

E uma espécie de desintegração, de decomposição, de apodrecimento do próprio homem.

E para que o êxito deste intento não ocorra, o maçom terá que ter o domínio pleno das instruções, postura

exemplar, invocando as lições imortalizadas pelos nossos antepassados, que as fizeram transcender os séculos,

sempre trabalhando pela virtude e a solidariedade. Podemos verificar que na medida em que o homem vai se apoderando do universo, pela ciência

e pela técnica, vai também perdendo o domínio do seu universo interior. À medida que penetra no mistério dos mundos, tanto dos infinitamente grandes como dos pequenos, perde-se nos seus próprios mistérios. Quer dirigir o universo, mas não sabe dirigir a si mesmo.

Sem dúvida, nossa civilização está em perigo, mas não tanto em suas fronteiras geográficas, mas nas próprias

fronteiras do coração humano. O verme que corrói seu interior e se fortifica inexoravelmente é alimentado pelas

facilidades do mundo moderno, que oferecem ao corpo as delícias e, ao espírito, o orgulho do poder.

Agora, estamos recolhendo seus frutos, cujo sinal, entre outros, é uma moralidade discutível. Nos países

desenvolvidos, ela adquire as proporções de um verdadeiro flagelo. O crescente progresso das doenças mentais,

dos desequilíbrios de toda espécie, oferecem-nos uma trágica ficha da saúde do homem moderno.

O mundo moderno é extraordinário. Não temos o direito de frear seu fulgurante progresso, bem como temos o

dever de trabalhar para esse progresso. Nosso labor, no entanto, será em vão se, paralelamente, não trabalharmos

para desenvolver no homem a consciência de seu espírito. E preciso refazer o homem para que o homem refaça o

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universo na ordem do amor.

Quanto maiores forem as facilidades, mais o homem terá necessidade de luz para compreender que estas

facilidades são apenas meios para atingir um fim mais elevado.

Precisará de mais força interior para não se apegar a elas, mais necessidade de amor terá a fim de não

capitalizá-las em seu próprio benefício e em detrimento de seus irmãos.

Nós homens precisamos nos lembrar da existência do Grande Arquiteto do Universo, que emana nossas

forças vitais para nossa subsistência, com amor, fraternidade e liberdade. Com base nos conceitos filosóficos, a

Maçonaria teve sua origem, baseada nas grandes escolas filosóficas da antigüidade, as quais, indistintamente,

tiveram sua origem e inspiração nos Mistérios. O templo simbólico e filosófico, é construído dia a dia nos corações

dos VERDADEIROS MAÇONS, para servir de moradia ao G.’. A .‘.D.’.U.’., e de onde devem ser expulsas as paixões,

as intransigências, os vícios e mesquinharias.

O Ritual deve ser estritamente observado, e a moral maçônica espartanamente cultivada dentro e fora do

templo.

Só assim, poderemos passar, corretamente, para os nossos descendentes de boca a ouvido, as maravilhosas

lições deixadas pelos nossos antepassados e que são,nada mais, nada menos, que o amor e a fraternidade, o

respeito e a igualdade, a humanidade e a tolerância entre todos os irmãos na face da Terra.

BIBLIOGRAFIA:

-Atualidades de Nosso País – Editora Três Fronteiras – 2001

-A Maçonaria e a História – Rubens de Alencar – 1996

-Boletim GOB

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A Marcha de Aprendiz-I

Técnica Maçônica adotada nos três graus simbólicos para o candidato à perfeição avançar do Ocidente para o Oriente, isto é, das trevas para a luz, do mundo objetivo dos sentidos para o mundo subjetivo do espírito. Em cada passo e cada grau se opera um avanço maior do que o precedente, e sempre se inicia a marcha com o pé esquerdo, o mais próximo do coração como a indicar que toda atividade e progresso do Maçom devem inspirar-se e basear-se na Lei do Amor, a mais poderosa força do Universo. Marcha do Aprendiz – Compreende três passos de longitude desigual, e cada passo juntando os pés em ângulo reto. Simbolizam as três qualidades morais que têm de caracterizar a conduta do Aprendiz: Retidão, Decisão e Discernimento e cujo desenvolvimento lhe aumenta gradativamente as capacidades. A Marcha simboliza a vida em suas três etapas: infância, juventude e velhice. Também tem o significado da ferramenta essencial do Maçom: a régua, e por isso é feita em linha reta e com seu próprio significado.

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A Marcha, no Grau de Aprendiz, efetua-se em três passos iguais, e retilíneos, ficando os pés em Esquadro,

figurando a Jóia do 2.º Vig.’. , isto é o Prumo ou a Perpendicular. No Rito Escocês Antigo e Aceito, a Marcha começa com o pé esquerdo e no Rito Moderno com o pé direito. O Esquadro formado com os pés simboliza a retidão da conduta, sobre o caminho retilíneo que segue todo Maçom. A Marcha do Aprendiz é indecisa, executando-se passo a passo, significando que a progressão em direção a Luz só é obtida após esforços e prudentemente ampliados. Pelo fato de sua ignorância nativa, o primeiro passo é um ensaio. Pela imperfeição da linguagem, o segundo passo do Aprendiz assinalará a prudência. Finalmente o terceiro passo é realizado com toda a atenção, pois neste momento, o Aprendiz encontra-se em situação de ver a Luz, segundo as suas faculdades.

As opiniões simbolistas sobre a Marcha do Aprendiz são muito variadas, contradizendo-se até. Para uns, os três passos da Marcha com os pés em Esquadro simbolizam a Primavera do ano, a qual corresponde a infância do Neófito.

Para outros simbolizam os dotes que devem distinguí-lo: Sabedoria, Força e Beleza, sendo o emblema das três grandes fases da sua iniciação: Nascimento, Vida e Morte...

Há várias maneiras de se fazer a Marcha do Aprendiz:

1. O Aprendiz parte com o pé esquerdo com o qual ao juntar-lhe o pé direito, forma o Esquadro, numa marcha natural entrecortada. É a mais comum.

2. O Aprendiz faz os mesmos passos, porém arrasta o pé direito até encostá-lo ao pé esquerdo para formar o Esquadro.

3. O primeiro passo é pequeno, o segundo passo um pouco maior, e o terceiro maior ainda. É usado em certas Obediências francesas e simboliza o progresso que o Aprendiz consegue ao avançar para o Oriente.

Pesquisa:

-Comentários ao Ritual de Aprendiz - Nicola Aslan -Editora Maçônica – “A Trolha” -Dicionário da Maçonaria -Seus Mistérios, Seus Ritos, Sua Filosofia, Sua História -Joaquim Gervásio de Figueiredo

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“A Marcha do Aprendiz-II”

Introdução

Cada um dos três graus simbólicos tem sua marcha particular. A marcha, acompanhada dos sinais especiais em cada degrau, é obrigatória para todos os maçons que entram no templo quando os trabalhos são abertos. O significado maçônico da marcha corresponde a técnica adotada nos três graus simbólicos para o candidato a perfeição caminhar do ocidente para o oriente isto é, das trevas para a luz.

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Desenvolvimento

A marcha do aprendiz é composta de três passos iguais e retilíneos, formando uma esquadrilha, começando com o pé esquerdo e apoiado pelo direito, porque ele foi colocado no “caminho certo”, porque foi “iniciado”.

O esquadro representa fundamentalmente a faculdade do juízo que nos permite comprovar a retidão ou a sua falta, ou seja, a forma octogonal das seis faces que tratamos de lapidar a pedra bruta, assim como a de suas arestas e dos oito ângulos triedros nos quais elas se unem, como o objetivo de fazer com que a pedra se torne retangular, como deve ser toda pedra destinada a formar parte de um edifício.

É por intermédio do esquadro que nossos esforços para realizar o ideal ao qual nos propusemos podem ser constantemente comprovados e retificados. Isto é feito de maneira que estejam realmente encaminhados na direção do ideal e que a cada passo do pé esquerdo (passividade, inteligência, pensamento), deve corresponder um igual passo do pé direito (atividade, vontade, ação) em esquadro, ou seja, em acordo perfeito com o primeiro.

Reportando-se ao zodíaco os seus três passos correspondem aos três signos, carneiro, touro e gêmeos. No primeiro passo correspondente a o signo do carneiro que está sob a influência de marte evoca a idéia de “luta”. Touro, que inspira o segundo passo, exprime o trabalho perseverante e desinteressado. Quanto gêmeos, que está sob a influência de mercúrio, é considerado signo da fraternidade. Se nos reportarmos aos elementos, o carneiro é o signo do fogo, touro o signo da terra e gêmeos o signo do ar, indicando o primeiro passo o ardor, o segundo a concentração e o terceiro a inteligência.

Os três passos de sua marcha, os três anos do aprendiz e ainda lembrando as três viagens da iniciação, são evidentemente o símbolo do tríplice período que marcará as etapas de seu estudo e de seu progresso.

Estes três períodos referem-se particularmente às três artes fundamentais (a gramática, a lógica e a retórica) a cujo estudo deve aplicar-se, ainda que deva contentar-se com dominar unicamente a primeira, por ser a perfeição da segunda e da terceira, respectivamente, o objeto do domínio dos companheiros e mestres.

A primeira entre as sete "artes liberais" - a gramática - refere-se ao conhecimento das letras (em grego gramática: "sinais, caracteres ou letras"), isto é, ao conhecimento dos princípios ou elementos simbólicos com os quais é representada a verdade. Neste estudo é onde principalmente deve ser demonstrada a capacidade do aprendiz, que ainda não sabe ler nem escrever a linguagem da Verdade, senão que se exercita tanto num como no outro, soletrando ou estudando uma por uma as letras ou princípios elementares nos quais pode resumir-se e nos quais pode ser traçada a origem de todas as coisas.

Há também, evidente referência dos três passos do aprendiz ao conhecimento dos três primeiros "números" ou princípios matemáticos do universo: o número um, ou seja, a unidade do todo; o número dois, ou seja, a dualidade da manifestação, e o número três, ou seja, o ternário da perfeição.

Este conhecimento filosófico dos três números é de verdadeira e fundamental importância, enquanto compendia e sintetiza em si todo o conhecimento relativo ao mistério supremo das coisas. Pitágoras o expressou admiravelmente nas palavras: A unidade é a lei de Deus (ou seja, do primeiro princípio, da causa imanente e pré-antinômica), o número (nascido da multiplicação da unidade e por meio da dualidade) é a lei do universo, a evolução (expressão da lei do ternário) é a lei da natureza.

Ou, segundo as palavras de Ramaseum de Tebas: Tudo está contido e se conserve no um, tudo se modifica e se transforma por três: a mônada criou a díade, a díade produziu a tríade, e a tríade brilha no universo inteiro.

Cabe aqui citar o axioma hermético da "câmara de reflexões": visita interiora terrae: retificando invenies occultum lapidem - VITRIOL. Devemos adentrar a realidade do próprio mundo objetivo, e não contentar-nos com seu estudo ou exame puramente exterior. Então, retificando constantemente nossa visão e os esforços de nossa inteligência como demonstra a cuidadosa retidão dos três passos da marcha do Aprendiz atingiremos o conhecimento da verdade que nos liberta da ilusão.

Conclusão

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Concluímos que para podermos atingir a perfeição e podermos caminhar do Ocidente para o Oriente devemos primeiramente ser iniciados, dando assim o primeiro passo na busca do conhecimento.

Com base na simbologia maçônica da marcha na retidão do esquadro e no trabalho perseverante possamos cada vez mais nos desbastar a fim de nos tornarmos uma pedra polida, e que todo o símbolo, todo o rito (que são os símbolos em ação) perdem o seu valor e não passam de “afetação” desde que deixam de ser respeitados exatamente como deveriam ser.

Bibliografia:

Ritual do Aprendiz Maçom..

A Simbólica Maçônica, de Jules Boucher, Ed. Pensamento, São Paulo, 14º ed., 2000.

Manual do Aprendiz Maçom: Introdução ao estudo da Ordem e da Doutrina Maçônica, de Aldo Lavagnini.

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