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Os senhores, que nos quizerem honrar com arti»os e desenhos,terão a bondade de remettél- os em carta fechada, á redacção da SEMANA ILLUSTRA.DA, no Imperial Instituto Artis- '.ico, largo de S. Francisco de Paula n. 16, onde também se assigna. SEXTO ANNO. N. 311. PUBLICA-SE TODOS OS DOMINGOS. PREÇOS. CORTE.PROVÍNCIA. Trimestre. . 5!$000 Semestre . . 9^000 Anno .... 16$000 Trimestre. ... 6l$ÜC0 Semestre .... lLtOCO Anno ...... 18$000 Avulso 500 rs. ^fÊLmmmmmmmmlh^^ kÊ^P^^ V^y^-^y^B8W«| á^iPllâr "^^ ¦'¦- y ¦ '_ y^yWgkMm a s&ês^M P&aiMM ^A^jw^^AXMMM- y ¦MinIHÍÊ.^v'/ ^^BBn^E?>**¦ MyZmmy^tf^im ¦fflyilr W/Zz/l 'yiÈÍMm :í^9B^BI^B^/ 'W*HfmmmT^ZZZZZZy 1 1'residente Saldanha Marinho, accordando a provincia de Minas até aqui pouco solicita em acudir ao reclamo da pátria : " Mineiros ! Ficareis inertes ante o morticínio de nossos irmãos "Unanio-nos todos para castigar o bárbaro, que ousou invadir o nosso território, insultar os nossos foros de nação livre e independente! "

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Os senhores, que nos quizerem honrar comarti»os e desenhos,terão a bondade de remettél-os em carta fechada, á redacção da SEMANAILLUSTRA.DA, no Imperial Instituto Artis-'.ico, largo de S. Francisco de Paula n. 16,onde também se assigna.

SEXTO ANNO.

N. 311.PUBLICA-SE

TODOS OS DOMINGOS.

PREÇOS.CORTE. PROVÍNCIA.

Trimestre. . 5!$000Semestre . . 9^000Anno .... 16$000

Trimestre. ... 6l$ÜC0Semestre .... lLtOCOAnno ...... 18$000

Avulso 500 rs.

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" Mineiros ! Ficareis inertes ante o morticínio de nossos irmãos Unanio-nos todos para castigar o bárbaro, que ousouinvadir o nosso território, insultar os nossos foros de nação livre e independente! "

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2482 SEMANA ILLUSTEADA.

SEMANA ILLUSTRADA

Rio, 25 de Novembro, de 1866.

Pontos e vírgulas.

Ü clima do Eio do Janeiro pôde ser comparado a umamoça caprichosa. Varia de quando em quando, passa dofresco ao quente, do sol á chuva, do luar á borrasca, comuma presteza que torna mais profundo ainda o con-traste.

Não é assim a moça caprichosa ?Ora meiga e terna proporciona ao namorado todos os

doces prazeres da conversa, do olhar, do aperto de mão,' e está de casto beijo que começa na terra e vai acabarno céo.

Ora arrufa-se, impõe, recusa, finge, toma ares deMedea, quem apenas é uma simples Helena sequiosade acompanhar o Paris.

Se não achâo esta comparação exacta, meditem nosdias da semana que finda, e dir-me-hão se não fallo averdade.

Tivemos esta semana todas as mudanças: calor, frio,chuva, bom tempo, luar, trovões.... e se mais mundohouvera mais chegara.

Ha alguns annos chegou ao Eio de Janeiro um ho-mem, já precedido pela fama, e que a tinha merecido.

Era Faustíno Xavier de Novaes,Poeta satyrico de um estro brilhante e fácil, já o co-

nheciamos por dous excellentes volumss de versos, emque elle zurzia a bom zurzir esta pobre humanidade,

[ mais redicula que pobre.Faustino foi o leão do dia, o homem apontado a dedo,

, ao pé de quem todos paravão e rião com a lembrança dej suas boas pilhérias e excellentes versos, mais alegresque indignados, mais de Tolentino que de Juvenal.

E' que a humanidade tem esta singularidade; perdoai que lhe batão com tanto que seja a rir.|

* Faustino fixou entre nós os seus penates, e vive com-

nosco desde então.Ha muito, porém, depois da extinção do jornal O

¦ Futuro, que o distincto poeta estava calado sem firmar\ nenhuma pagina com o seu nome.' Apparece agora um livro, Manta de Betalhos, collec-\ ção de artigos em prosa, artigos excellentes que o dis-i tincto poeta portuguez publicou em vários jornaes.

Já o li todo; é uma dose de riso, ora franco e alegre,ora leve e quasi sorriso, conforme o gênero das observa-

! ções que faz, tudo escripto com muito esmero.! Já a esta hora todos o tem nas mãos. Eu por mim jáí o li, e hei de voltar mais vezes a elle.

Já que estou no capitulo das letras não posso deixarde mencionar um livro de gênero diverso daquelle deque fallei, um livro serio, de largo fôlego, de decididaimmortalidade.

Alludo ao poema do Sr. Antônio Joaquim Alvaresos Lusos.

Não o tinha lido, mas uma carta do Sr. InnocencioFrancisco da Silva, publicada no Jornal do Commerciode quarta-feira, carta que é uma honra para o illustrepoeta, obrigou-me a isso.

Fui ler o poema, e com effeito, gostei, admirei todaessa obra modelada pelas grandes obras, respirando umengenho novo, sahindo do ramerrão antigo, e trilhandopor novas estradas.

A lingua portugueza gloria-se de Camões.Dahi para cá quantos poetas épicos ha dignos de Ca-

mões ?O padre José Agostinho de Macedo escrevendo o

Oriente cuidou destruir a obra do grande poeta, masespichou-se redondamente.

O poema Camões do G-arreth, não é do gênero épico.Outros poemas deste intervallo, ou são do gênero dode Camões ou querem ser épicos sem o serem.

Os Lusos do Sr. Alvares esse é perfeitamente épico ;tem o grande fôlego de Virgilios, sendo que este apenasse distingue pela elegância, e o Sr. Alvares, sempre ele-gante, não tem nisso o seu principal dote: o principaldote do seu talento é o arrojo.

Meus parabéns ao Sr. Alvares.

Chegou !E' o grito que se ouvio na noite de domingo.Quem ?A Eizette. !Volta á cidade das suas glorias a alegre e original

Eisette, a cantora do Café Cantante, do Duc ãe Bysancee mil outras canções applaudidas e populares.

Naturalmente traz repertório novo, e teremos de ou-vir muita novidade parisiense, mormente agora queThereza enche toda a França com a sua fama.

Bom dia, Eisette!

Espuecia-me dizer que a Eisette vem para o Jardimde Flora aonde o publico começa a afíluir com certa so-licitude. Parabéns ao Jardim de Flora,e boa furtuna aosseus cofres.

Chegou a Paris o Sr. Conselheiro José Feliciano deCastilho em companhia do seu illustre irmão AntônioFeliciano.

E' uma noticia que deve interessar a todos os queerão amigos do illustre conselheiro, e sabião apreciar assuas qualidades e os sens talentos.

Por isso apresso-me a dal-a.

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SEMANA ILLUSTEADA. 2483

Que me dizem á nova tunda que os paraguayos to-marão?

E' sina delles; sempre que vêm buscar lã sahemtosqueados. _

Parabéns ao exercito, que vai dando razão aos pro-verbios da lingua portugueza, e mostrando aos secta-rios de Lopez que é mais fácil investir que vencer.

Desejo ao marquez de Caxias a sorte de Cezar:Que chegue, que veja e que vença, é o voto do

De. Semana.

Recebão pois, Sr. Visconde, V. Ex., o Sr. engenheiro Dr. Feital, e os jSrs. Cox & Villiams, um aperto de mão pelo bem que desempenharão suaincumbência, poise desfarte que se concoire para o bem estar de umpaiz.

Aceite tambem o Sr. Dr. Espiridião, nesta mesma carta que a V. Ex.dirigimos, nossas felicitações, porque esta inauguração será um dos actosque irão assignalar a sua administração; e desde já nos congratulamoscom a província do Rio de Janeiro, pelos bons serviços que deve esperardo seu presidente.

De V. Ex.Attento Venerador e Criado.

Dr. Semana.

Exm. Sr. Visconde de Barbacena.

Convidados por V. Ex., fomos i inauguração do prolongamento daestrada de ferre de Cantagallo, do Porto das Caixas á Villa Nova, nodia 16. . , __

Foi mais um passo no caminho do progresso.Euiquanlo a província do Rio de Janeiro dispender seus capitães nestes

e outros melhoramentos, que augmentaráO de certo seu futuro, ninguémdeixará de applaudil-a pela boa applicação de suas rendas.

Examinamos com alguma attenção a obra e damos os nossos emborasa V. Ex., ao Sr. engenheiro fiscal Dr. Feital, que a dirigio, e aos Srs.Cox & Villiams, que, como emprezarios, a executarão. Estes últimos jánós conhecíamos por iguaes trabalhos, de que se tem incumbido e per-feitamente desempenhado.

Agradou-nos muito o systema das pontes de ferro, e notamos que,apezar da pressão do trem em sua rápida passagem, nenhuma oscillaçãohavia, o que prova sua segurança e solidez.

A estação de Villa-Nova com o vasto armazém que pessue, e as divi-sues que observamos para deposito das bagagens dos passageiros dos dif-ferentes pontos, para não haver confusão, demonstra que presídio emtudo a melhor ordem e attenção.

0 leito da estrada achamos bom e consistente, sobretudo pelas banquetasresistentes que o ladeavão e taludes convenientes nos cortes.

Este é o nosso juizo sobre a parte material.Permitia- nos açora V. Ex. tratar da solemnidade do dia e das im-

pressões que nos ficarão.Animador como é Sua Magestade o Imperador das artes, da industria,

do progresso emflm, não podia deixar de concorrer tambem com suaaugusta presença.

C.m effeito vimos que Sua Magestade, acompanhado de Sua Magestadea Impei atriz e de Suas Altezas Imperiaes, ao desembarcar no porto deVilla-Nova, foi recebido com o enthusiasmo e vivas, com que sempre oapplaudem os cidadãos deste bello paiz, que reconhece nelle virtude,

i saber e amor pátrio.0 bello sexo alli se achava, vindo radiante ao encontro dos augustos

priucipes, para mais abrilhantar o festim do dia.Que prazer não sentimos nós, quando a cada momento víamos o povo

daquellas paragens circumvisinhas impaciente para chegar perto do seumonarcha e saudal-o com inetlavel satisfação!

Era realmente um quadro aprasivel no percurso da viagem as alas dehomens o. mulheres, que marginando a estrada, anciosos acenando com seuslenços, fazião saudações entnusiasticas ao Imperador e augusta familiaimperial; prova mais cabal da ind )le monarchica do coração brasileiro,e do quanto, até nesses logares mais recônditos, adorão todos o seu prin-cipe.

Finalmente, Sr. Visconde, entendemos que Suas Magestades e AltezasImperiaes forão que derão mais vida e animação aquella festa popular, eque V. Ex. c im sua amabilidade para isso muito contribuio.

Ocopo d'agua, que por parte da directoria foi offerecido, esteve muitodelicado e de apurado gosto, e mais nos convenceo do esmero emprega-do para tornar esse dia verdadeiramente completo. O armazém, converti-do em bosque, com repucuos, latadas e bandeiras, em que foi servido,estava artístico e engenhosamente preparado.Nada faltou para solemnisar facto tão importante na via do progresso.E não devemos concluir sen; consagrar um outro, que está na conscien-cia de todos não deixaria de dar-se, poi ser a caridade o sjínbclc do en-ração paternal do monarcha brasileiro: Sua Magestade o Imperador des-nbuio esmolas nas estações, onde teve de se demorar, e os infelizes quelhe beijarão as mãos e receberão a prova de sua maniflcencia, terão mais

uma vez de bemdizer ao seu augusto bemfeitor.

Ataque de Curupaity.

exteahido de uma caeta do tenente coeonel aü-gusto Francisco Caldas.

Curuzú, 4 de Outubro de 1866.Não sei sè principie esta, descrevendo-te o revez por

que no dia 22 do passado passou este exercito em frentedas inexpugnáveis fortificações de Curupaity, ou sedescreva todas as sensações que experimentei naquelledia, em que certamente minha mãi que está no céo, ro-deada de meus innocentes filhos e virtuosa esposa, rogoua Deus pelos meus dias, que por milhares de vezes esti-verão para findar.

Erão 8 horas da manhã, quando recebi ordem paraavançar com os dez batalhões que eu commandava paraoccupar a picada que vai á direita das fortificações ini-migas, emquanto que o general Albino com tres briga-das ia procurar atacar o centro, e o general Mitre a es-querda.

Occupando a pcsiçâo,que me era ordenada,esperei atémeia hora depois do meio dia com a columna na pica-da da matta debaixo de um fogo de artilharia, quedesimava os nossos soldados com os estilhaços. *

A hora marcada, tocando o quartel-general a avançar,,carreguei sobre a direita do inimigo, engajando logovivo combate, que em menos de um quarto de horadeu-nos a posse das primeiras obras do inimigo, tornan-do-se isso fatal ao nosso exercito, porque apenas passa-mos os primeiros fossos a metralha inimiga principioua varrer-nos como jamais na America teve lugar: nestaposição, com um banhado pela frente, onde já muitossoldados enterrados e metralhados desapiedadamente,fizemos um esforço desesperado sobre a extrema direitado inimigo, e podemos por duas vezes chegar a subirás suas fortificações, de onde a metralha lançava nosfossos nossos soldados delacerados.

A este tempo o general Albino, tendo avançado sobreo centro e não podendo transpor o grande banhado esuportar o crusado fogo de artilharia, cahio sobre a di-reita, protegendo a minha columna; mas foi debalde,porque já nem o soldado brasileiro tinha forças paracombater e nem esperança de umã victoria naquelle dia,porque o general Mitre já tinha tocado a retirar, pornão ter podido tomar o ponto da esquerda inimiga.

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Época dos substitutos.— Ah! se eu achasse um substituto, dava-lhe a minha casae tudo o que lhe pertence!

'Perto da Lagoa existe a casa supra. Em Sexta-feira santa.Vás hoje ao Alcazar — Ha peça nova: Relache.

Talvez. — Então não falto.

_e-_Wf:'' í'.y '*\^-__i **\ ^^3___fci_____>i_L"*__' £ f*í *^__ír *fc- ^^Bju_________i_Bb- '3 **" ^w\

_____\____\_' __\\\\\___\- ^ií r ^^^^JJJJJJJJJJJJJJiJJJHüfix.i^- -X-^ !-[ t, |\ p~\ .X'^_______ ___Bff;¦ v•-\ >>n -^^V S^r '¦ VrBifi'

Prima.— Ainda vai hoje ao Alcazar ?E' a 14" vez. Não Se lembraMlle. Eugénie, tambem sois filha do ar?Não, doutor. Quanto mais o Jardin de Flora representa La filie 1ue prometteu passsar a noute aqui em casa . .

ais reconheço-me filie de Ia terre. Vamos coar, dou- Primo.— Vossi., prima, ainda não viu a Barbe Bleue. O capricnude l'air, tanto maistor.

— Pois não, cara minhoca!de Mr. Arnaud a-sim tem querido,negando-a ás soirées particuliéres.Quando a vires, has de cantar commigo:

Amours nouvelles! Changer de bellcs! Changer tous los huit jnurs!

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ÊÊSÊm^" WÊ^. .sem*.

¦ ?í*l>'^VVÍ^m1m^m^m^m^m^m^m^m^m^m^m^mmÊÍiÍ^xVV\'^y^i'~'' .'" ^BfcfcjPivsvriSSKSS» -b^^^Bi J^BbVJE^mBB

"¦'"^S^B*^ vW*í3íff*^^" '-<-'« ¦"'r ¦* \BP^B^BEs^b\ aJBBl BBg»* ^^j^*>* •* '^Jf**><^4^' '-^W?jj1;6^^BÍBBKSPlrvV V '-J-^"QwBF^BBJPffy't s?v>v^

Ur. Henrique José Lazary, major do 6o 0 tenente-coronel Augusto Francisco O major Rulino Voltaire de Cara pBba,batalhão de Vol. da P., bravo de 24 de Caldas,commandante do 5» batalhão de commandante do 8» de Vol. da P. '.unMaio. Retomou 2 canhões, que havião si- Vol. da P. e actual commandante da dos bravos de Curuzú.1" tomados pelos parapjuayns. > .,-,.!a r)0 oxercito em operações.

JQRNALJJD'ERCIO

Depois de dar-lke mil golpes,Trespassou-lhe o coração.Que Actor levado da breca!Que contendor moleirão!

Actor e Gazetilha.Blom, blom, blom, dobrão os sinosAnrmneiando funeral......Morreu D. " Gazetilha"Cará esposa do " Jornal. "

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2486 SEMANA ILLUSTEADA.

Serião tres e meia da terde, quando o general man-dou tocar a reunir e o nosso exercito principiou a reti-rar-se para o acampamento, ainda debaixo do maismortífero fogo, perdendo-se nessa retirada muita gente,porque a proporção que retirávamos nossos feridos,áquelles que os ião buscar erão victimas da metralha.

Tivemos fóra de combate 1,855 brasileiros entre osquaes duzentos e dous officiaes, e argentinos mil sete-centos e tantos, entre elles muitos officiaes importantes;montando a perda de todo o exercito em tres mil seis-centos e tantos: não se podendo avaliar a perda do ini-migo, por não saber-se que estrago faria nelles o bom-bardeamento da esquadra, pois suas fortificações sãoelevadíssimas, seus fossos tão profundos que áquellesque poderião dar noticias do estrago dentro dos para-peitos forão victimas da sua desmedida bravura. Ima-gina um arco de circulo da extenção de quatrocentasbraças, unidas as extremidades por um fosso de quinzepalmos de altura e outros tantos de largura: a vintebraças de distancia um paul parallelo ao primeiro fosso,e a vinte braças do paul o fosso da fortificação muitomais largo e profundo que o primeiro, em cuja bordainterna se levanta um parapeito de trinta palmos maisou menos, em cima do qual se achâo montadas cincoen-ta e seis bocas de fogo, que varrem todo o terreno eir-cumscripto entre o primeiro e segundo fosso: só Deuspôde salvar quem entrou nesta infernal armadilha.

Se contar-se na Europa o facto praticado por estescanibaes, depois da batalha, serão tidos como falsos: aoterceiro dia tivemos a prova do verdadeiro vandalismodestas feras: os corpos de nossos camaradas mortos ouferidos no campo da batalha, forão degolados, algunsesfolados, lanceados e amarrados pelos pescoços, pulsos,pernas e partes, atados a paus e galhos seccos em grupose atirados ao rio para que víssemos o que fazião aosnossos mais bravos camaradas!... Deus e só Deus ospunirá em tão negro proceder para com áquelles que ha-via bem poucos dias tinhão dado sepultura, juntamentecom os seus camaradas, a seus inimigos, e pensado cari-dosamente seus feridos.

Causou tal horror este procedimento, que eu não seise tivermos uma batalha favorável, se o soldado brasi-leiro, revoltado como se acha, terá forças para suffocaro desjo de vingança, que o atormenta.

Escusado é fallar-te da bravura do general, pois queé tradicional, mas surprehendeu sobre modo a maneiraporque na retirada, elle se appresentou sem necessidade,a expòr-se ao mais cruel fogo de metralha inimiga; oc-casião em que eu pensei não poder abençoar mens que-ridos filhos e abraçar áquelles a quem amo ahi; e Deuspoderoso que me deu forças para cumprir com os meusdeveres e mostrar-me verdadeiro soldado me dará' vidapara ahi ainda voltar....

Acredito que de necessidade teremos de mudar deplano de campanha, porque por aqui nem com o triplodo exercito se poderá tomar estas fortificações: só Deussabe por onde e como iremos.

Como deves presumir está reduzido este exercitoe o maior batalhão tem trezentos homens; o que mefaz crer que o general fundirá os corpos.

O meu 5o, que por tanto tempo foi conhecido porencouraçado, visto ter resistido a tantas contiariedadessó tem hoje trezentos homens ! Teve fóra do combateno dia 22 noventa e seis homens, entrando neste nume-ro o capitão Albuquerque, gravemente ferido na nuca.

Extinguio-se a ala esquerda de infantaria, e por isso'passei a commandar, a pedido men, a segunda brigadaonde se acha o meu 5o, os permanentes de Nictherdy o8o de voluntários e o ] Io de linha.

Não me falta, Deus louvado, consideração e impor-tancia entre meus superiores e camaradas; mas falta-me a tranquillidade de espirito, a respeito do futuro demeus filhos á quem, Deus justo como é, amparará.

A. F. Caldas.

Os voadores.

Conselho que aos pretensos criticos e literatos ano-nymos envia, lá do outro mundo, o ignorantão do PadreAntônio Vieira.

" Dizei-me, voadores, não vos fez Deus para peixes?pois porque vos metteis a ser aves ? O mar fêl-o Deus'para vós e o ar para ellas. Contentai-vos com o mar ecom o nadar, e não queirais voar, pois sois peixes. Seacaso vos não conheceis, olhai para as vossas espinhase para as vossas escamas, e conhecereis que não sois ave,senão peixe, e ainda entre os peixes não dos melhores.!Dir-me-heis, voador, que vos deu Deus maiores barba-tanas que aos outros do vosso tamanho. Pois porque ti-vestes maiores barbatanas, por isso haveis de fazer dasbarbatanas azas ? Mas ainda mal porque tantas vezesvos desengana o vosso castigo. Quizestes ser melhor doque os outros peixes, e por isso sois mais mofino quetodos. Aos outros peixes do alto, mata-os o anzol ou afisga; a vós sem fisga nem anzol, mata-vos a vossa pre-sumpção e o vosso capricho. Vai o navio navegando eomarinheiro dormindo, e o voador toca na vela ou nacordaj e cai palpitando. Aos outros peixes mata-os afome e enganados a isca, ao voador mata-o a vaidadede voar, e a sua isca é o vento.

" Quanto melhor lhe fora mergulhar por baixo daquilha e viver, que voar por cima das antenas e cahirmorto! Grande ambição é, que sendo o mar tão im-menso. lhe não baste a um peixe tão pequeno todo omar, e queira outro elemento mais largo. Mas vede,peixes, o castigo da ambição ! O voador fêl-o Deus pei-xe, e elle quiz ser ave, e permitte o mesmo Deus queelle tenha os perigos da ave e mais os de,peixe. To-das as velas para elle são redes como peixe, e todas"ascordas,laçes como ave. Vê,voador,como correu pela posta oteu castigo. Pouco ha, nada vas vivo no mar com as bar-

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Semana illusteada. 2487

batanas, e agora jazes em um convez amortalhado nasazas. Não contente com ser peixe, quizeste ser ave: ejáDeão' és ave nem peixe, nem voar poderás já, nem nadar.A natureza deu-te a agua, tu não quizeste se não o ar,e já te vejo posto ao fogo.

" Peixes, contente-se cada um com o seu elemento. ""

Viagem ao Botafogo.

(Continuação.')" XIII.

Quando vimos cahir o padre das meias vermelhas,todos nós sentimo-nos entrauliavelmente commovidos.Cada um manifestou-o a seu modo. As duas senhorasquasi desmaiarão. O homem do narigão tremia comose o tomara um accesso de sesões. Os outros, e eu comelles.levantarão-se e de romania investirão a portinholapara acudirein ao nosso infeliz companheiro de viagem.

Era uma lastima. O padre cahira de bruços. Quizeraamparar-se nas mãos para evitar assim o encontro dorosto e do peito com as pedras ; ainda assim, foi batercom a testa na calçada. Houve uma solução de conti-nuidade e o sangue lhe banhava a face e tingia a roupa

Fóra grande o choque daquelle pesado corpo nos pa-rallelepipedos da rua. O coitado nos dous primeirosminutos quedou-se immovel.

O gigante correu á botica próxima e trouxe um fras-quinho de arnica. Admirei a ligeireza com que fóra evoltara.

Tomei o medicamento, vasei parte em um copo dèagua, embebi um lenço no liquido e appliquei-o á fe-rida.

Vi então que o mal era menor do que suppunhamos0 sangue estancou e o padre que se mostrava abatido,esforçou um pouco.

Manifestou então o desejo de voltar para sua casa.Era-lhe impossivel continuar a viagem. O emprezariodo Pão de Assucar foi buscar um carro. Tornou ao cabode cinco minutos.

Levantou-se o padre. Eu dava-lhe o braço. Noteientão que a batina se rompera na altura dos joelhos edei pela falta do chapéu de tres bicos.

O chapéo cahira a alguma distancia etão desastrosa-mente, que acertara com uma poça de liquido que nãoera agua da fonte.

Ainda foi o gigante quem deparou com o malfadadochapéu e o appresentou. Trazia então a cara mais apar-valhada que tenho visto. A expressão do seu rosto,a jo-cosidadedesua figura e o deplorável estado daquelle or-uamento sacerdotal,quegotejava como um naufrago ar-

rançado ás ondas, despertarão em mais de um o desejode rir-se. Todos, porém, se contiverão.

Embarcou-se afinal o padre no carro e foi-se depoisde agradecer-nos frouxamente o trabalho que com elletivéramos.

Por nossa vez embarcamo-nos tambem na gondola.Eu fui o primeiro que entrei. Pungia-me o cuidadode saber como passara em minha ausência a bella Car-lotinha.

Ella e a mãi tinhão visto parte do que se passara napadaria e ultimamente presenciado a retirada do cone-go. Não obstante, apenas sentara-me ao seu lado, dis-se-me com sua voz suave, se bem que ainda um tantotremula:

O padre ficou muito incommodado, Sr. Doutor ?Pouco, minha senhora, tornei-lhe eu. Poderá ter fsido peior. jBem precisava daquella sangria ! exclamou o ho- ímem do narigão que não tremia mais. Se não quebras- jse a cabeça, seria capaz de morrer apopletico. |

Aquellas palavras do meu visinho annunciavão a per- \sistencia do seu resentimento contra o padre. A magua ,da murrada, com que lhe retorquira estava ainda viva ;em seu coração.

Ouvimol-o, olhamos uns para os outros e calamo-nos.No entanto a gondola poz-se de novo em movimento.Era tempo. Estiveramos parados cerca de trinta mi-

nutos.Depois das peripécias que tinhão suecedido, cada qualrecolheu-se em si, quasi na immobilidade.Eu deixei-me levar do prazer de estar junto de D.

Carlotinha. Embevecido naquelle dulicissimo senti-mento esquecia tudo quanto havia oceorrido.

U que havia oceorrido estabelecera entre nós umaquasi familiaridade. Tirei dahi affouteza para trocarcom a linda moçoila algumas palavras sotto você.

O assumpto foi a demora da viagem. Por esse meioeu desejava saber quem era D. Carlotinha.

Não precisei de longa conversação para conseguir oque desejava.

A mamai era viuva de um major reformado. Tinhaalém de D. Carlotinha um filho, que como tenente deartilharia se achava na campanha do Paraguay.

Morava em S. Clemente, não longe da praia, em cha-cara própria. A menina sahira havia dous annos docollegio, onde completara os quatorze.

Tinhão vindo á cidade ás 6 horas da manhã na barcaa vapor. Pouco se haviâo demorado, porque ás 9 e meiase achavam prestes para tornarem á Ct*sa.

(Continua').

Typ. do Imp. Inst. Artístico — Largo de S. Francisco n. 16.

Page 8: :í^9B^BI^B^/ 'W*HfmmmT^ZZZZZZymemoria.bn.br/pdf/702951/per702951_1866_00311.pdf1 1'residente Saldanha Marinho, accordando a provincia de Minas até aqui pouco solicita em acudir ao

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Chegada do trem ila Mineira e Campo Iteilo.Santo Deus! Quantos votos! quantos votos! Está segura a minha reeleição!

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