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COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ - ENSINO FUND., MÉDIO E PROFISSIONAL Avenida João Gualberto, n.º 250, Centro Curitiba. Fone: (41) 3304-8940 - E-mail: [email protected] - Site: www.cep.pr.gov.br CURCEP 88 questões de SOCIOLOGIA Profº Ney Jansen (Simulado preparatório ENEM e Vestibulares) Eixo Temático: Teorias Sociológicas 01-Sobre o contexto histórico da formação do pensamento sociológico, podemos afirmar que a sociologia é “filha da modernidade”, consequência das profundas transformações sociais na Europa em determinado contexto histórico. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) a(s) alternativa(s) que dizem respeito ao contexto histórico, suas transformações e consequências para a formação da sociologia: ( ) A Revolução Francesa de 1789 significou a queda do Estado monárquico e a criação de um Estado Laico e baseado nos princípios republicanos, além da ascensão da burguesia ao poder político. A concepção de cidadania e de direitos sociais e políticos emergiram da influência dessa revolução. ( ) As três revoluções do século XVIII, a Revolução Industrial, o Iluminismo e a Revolução Francesa, são marcos importantes para pensar a instalação definitiva da sociedade capitalista. ( ) A expansão marítima, o comércio ultramarino, a formação dos Estados Nacionais, a Reforma Protestante e o desenvolvimento científico e tecnológico foram o pano de fundo para mudanças intelectuais e sociais que deram origem ao chamado “mundo moderno”. Porém, essas transformações não estão vinculadas umas às outras e devem ser estudadas separadamente. ( ) A revolução industrial, a revolução russa e o iluminismo são as três grandes transformações que deram origem à formação da sociologia. ( ) Com a revolução industrial ocorreu uma superação dos conflitos entre capital e trabalho e a proliferação do trabalho doméstico nas áreas mecanizadas. ( ) O trabalho do artesão perde importância com o surgimento de novas formas de organização do trabalho nas cidades e no campo, emerge um processo de urbanização com o aparecimento de duas novas classes sociais, a burguesia e o proletariado. ( ) Interpretações baseadas no sobrenatural, em superstições e crenças infundadas já não deveriam fazer parte do estudo dos processos histórico-sociais. Essa racionalização expressava novas formas de conceber o mundo seja a partir das ciências naturais, seja a partir das ciências sociais. 02-Leia o trecho do “Manifesto Comunista”: [...] A descoberta da América, a circunavegação da África, abriram um novo campo de ação à burguesia emergente. Os mercados das Índias Orientais e da China, a colonização da América, o comércio colonial, o incremento dos meios de troca e das mercadorias em geral imprimiram ao comércio, à indústria e à navegação um impulso desconhecido até então, e, por conseguinte, desenvolveram rapidamente o elemento revolucionário da sociedade feudal em decomposição [...] A grande indústria criou o mercado mundial, preparado pela descoberta da América. O mercado mundial acelerou enormemente o desenvolvimento do comércio, da navegação, dos meios de comunicação. Este desenvolvimento reagiu por sua vez sobre a expansão da indústria; e à medida que a indústria, o comércio e a navegação, as vias férreas, se desenvolviam, crescia a burguesia, multiplicando seus capitais e colocando em segundo plano todas as classes legadas pela Idade Média. MARX, K e ENGELS, F. Manifesto Comunista. Boitempo Editorial. São Paulo: 2005. p. 41. Marx e Engels no Manifesto afirmavam que “a burguesia desempenhou um papel revolucionário na história”. Os autores com isso querem dizer que: a) A burguesia revolucionou o mundo ao criar uma nova sociedade mais igualitária em comparação com a sociedade feudal pois as diferenças sociais não se dariam mais pela religião, pela aceitação das desigualdades como algo “natural” e pré - determinado por uma suposta ordem divina. b) Com o desenvolvimento do capitalismo as possibilidades de ascensão social -não mais a imobilidade social das castas ou estamentos- freou qualquer possibilidade de revolução social pela classe trabalhadora. c) A formação de um mercado mundial (desenvolvimento tecnológico, produção e consumo em massa) deu um caráter cosmopolita à produção e consumo e unificou regiões distantes. A formação de uma classe trabalhadora concentrada produziu a possibilidade do proletariado utilizar as armas criadas pela burguesia contra ela mesma. e) A utilização dos capitais para se derrotar a nobreza medieval permitiu à burguesia nascente se tornar a nova classe dominante, criando uma era de desenvolvimento científico e tecnológico benéfica a todas as classes sociais.

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COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ - ENSINO FUND., MÉDIO E PROFISSIONAL

Avenida João Gualberto, n.º 250, Centro – Curitiba. Fone: (41) 3304-8940 - E-mail: [email protected] - Site: www.cep.pr.gov.br

CURCEP

88 questões de SOCIOLOGIA

Profº Ney Jansen

(Simulado preparatório ENEM e Vestibulares)

Eixo Temático: Teorias Sociológicas

01-Sobre o contexto histórico da formação do pensamento sociológico, podemos afirmar que a sociologia é “filha da

modernidade”, consequência das profundas transformações sociais na Europa em determinado contexto histórico. Assinale

V (verdadeiro) ou F (falso) a(s) alternativa(s) que dizem respeito ao contexto histórico, suas transformações e

consequências para a formação da sociologia:

( ) A Revolução Francesa de 1789 significou a queda do Estado monárquico e a criação de um Estado Laico e baseado nos

princípios republicanos, além da ascensão da burguesia ao poder político. A concepção de cidadania e de direitos sociais e

políticos emergiram da influência dessa revolução.

( ) As três revoluções do século XVIII, a Revolução Industrial, o Iluminismo e a Revolução Francesa, são marcos importantes

para pensar a instalação definitiva da sociedade capitalista.

( ) A expansão marítima, o comércio ultramarino, a formação dos Estados Nacionais, a Reforma Protestante e o desenvolvimento

científico e tecnológico foram o pano de fundo para mudanças intelectuais e sociais que deram origem ao chamado “mundo

moderno”. Porém, essas transformações não estão vinculadas umas às outras e devem ser estudadas separadamente.

( ) A revolução industrial, a revolução russa e o iluminismo são as três grandes transformações que deram origem à formação da

sociologia.

( ) Com a revolução industrial ocorreu uma superação dos conflitos entre capital e trabalho e a proliferação do trabalho

doméstico nas áreas mecanizadas.

( ) O trabalho do artesão perde importância com o surgimento de novas formas de organização do trabalho nas cidades e no

campo, emerge um processo de urbanização com o aparecimento de duas novas classes sociais, a burguesia e o proletariado.

( ) Interpretações baseadas no sobrenatural, em superstições e crenças infundadas já não deveriam fazer parte do estudo dos

processos histórico-sociais. Essa racionalização expressava novas formas de conceber o mundo seja a partir das ciências naturais,

seja a partir das ciências sociais.

02-Leia o trecho do “Manifesto Comunista”:

[...] A descoberta da América, a circunavegação da África, abriram um novo campo de ação à burguesia emergente. Os

mercados das Índias Orientais e da China, a colonização da América, o comércio colonial, o incremento dos meios de troca e das mercadorias em geral imprimiram ao comércio, à indústria e à navegação um impulso desconhecido até então, e, por conseguinte, desenvolveram rapidamente o elemento revolucionário da sociedade feudal em decomposição [...]

A grande indústria criou o mercado mundial, preparado pela descoberta da América. O mercado mundial acelerou enormemente o desenvolvimento do comércio, da navegação, dos meios de comunicação. Este desenvolvimento reagiu por

sua vez sobre a expansão da indústria; e à medida que a indústria, o comércio e a navegação, as vias férreas, se desenvolviam, crescia a burguesia, multiplicando seus capitais e colocando em segundo plano todas as classes legadas pela Idade Média. MARX, K e ENGELS, F. Manifesto Comunista. Boitempo Editorial. São Paulo: 2005. p. 41.

Marx e Engels no Manifesto afirmavam que “a burguesia desempenhou um papel revolucionário na história”.

Os autores com isso querem dizer que: a) A burguesia revolucionou o mundo ao criar uma nova sociedade mais igualitária em comparação com a sociedade feudal pois as diferenças sociais não se dariam mais pela religião, pela aceitação das desigualdades como algo “natural” e pré-determinado por uma suposta ordem divina.

b) Com o desenvolvimento do capitalismo as possibilidades de ascensão social -não mais a imobilidade social das castas ou estamentos- freou qualquer possibilidade de revolução social pela classe trabalhadora. c) A formação de um mercado mundial (desenvolvimento tecnológico, produção e consumo em massa) deu um caráter

cosmopolita à produção e consumo e unificou regiões distantes. A formação de uma classe trabalhadora concentrada produziu a possibilidade do proletariado utilizar as armas criadas pela burguesia contra ela mesma.

e) A utilização dos capitais para se derrotar a nobreza medieval permitiu à burguesia nascente se tornar a nova classe dominante, criando uma era de desenvolvimento científico e tecnológico benéfica a todas as classes sociais.

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03- (UEL) Por trás das disputas que os candidatos travam pela preferência do eleitorado, há uma base

minuciosa de informações. Perto das eleições, os concorrentes debruçam-se sobre gráficos, planilhas e tabelas

de preferências de voto, buscando descobrir quais as tendências dos eleitores. Pesquisadores, escondidos atrás

de vidros espelhados, acompanham as conversas de grupos de pessoas comuns de diferentes classes que, em

troca de um sanduíche e um refrigerante, comentam e debatem as campanhas políticas.

Nessa técnica de pesquisa qualitativa, descobre-se, além da convergência das intenções, as motivações que se

repetem nos votos dos eleitores, as razões gerais que poderiam fazê-los mudar de opção, como eles propõem e

ouvem argumentos sobre o tema.

A aplicação do modelo de pesquisa que aparece descrito no texto baseia-se, principalmente, na teoria

sociológica de Max Weber. A utilização dessa teoria indica que os pesquisadores pretendem:

a) pesquisar o proletariado como a classe social mais importante na estruturação da vida social.

b) analisar os aparelhos repressores do Estado, pois são eles que determinam os comportamentos individuais.

c) pesquisar os sentidos e os significados recíprocos que orientam os indivíduos na maioria de suas ações e que

configuram as relações sociais.

d) investigar as funções sociais das instituições, tais como igreja, escola e família, para entender o comportamento dos

grupos sociais.

04-Considerando que a produção e a circulação de bens e de serviços são o resultado da combinação de trabalho, matéria-

prima e instrumentos de produção, assinale a alternativa incorreta.

a) Para Karl Marx, no capitalismo, os trabalhadores encontram-se alienados pelo fato de não se apropriarem dos resultados do seu

trabalho nem controlarem o processo produtivo.

b) Marx acreditava que a base da ordem social em toda sociedade é a produção de bens econômicos. O que é produzido, como é

produzido e como é trocado determina a diferença na riqueza, no poder e no status social das pessoas.

c) Marx afirmava que devido à necessidade humana de se organizar, se vestir, se alimentar e ter uma habitação, toda sociedade é

construída sobre uma base econômica. A forma exata que a organização social assume varia de sociedade para sociedade e de

época para época.

d) Diferentemente do trabalho do escravo ou do servo no feudalismo europeu, o trabalho assalariado no capitalismo permite o

trabalhador enriquecer e libertar-se da alienação do trabalho.

05-Sobre a exploração do trabalho no capitalismo, segundo a teoria de Karl Marx (1818-1883), é correto afirmar:

a) A lei da hora extra explica como os proprietários dos meios de produção se apropriam das horas não pagas ao trabalhador,

obtendo maior excedente no processo de produção das mercadorias.

b) A lei da mais-valia consiste nas horas extras trabalhadas após o horário contratado, que não são pagas ao trabalhador pelos

proprietários dos meios de produção.

c) A lei da mais-valia explica como o proprietário dos meios de produção extrai e se apropria do excedente produzido pelo

trabalhador, pagando-lhe apenas por uma parte das horas trabalhadas.

d) A lei da mais-valia é a garantia de que o trabalhador receberá o valor real do que produziu durante a jornada de trabalho.

e) As horas extras trabalhadas após o expediente constituem-se na essência do processo de produção de excedentes e da

apropriação das mercadorias pelo proprietário dos meios de produção.

06- Leia atentamente o trecho do livro “O Capital” de Karl Marx e observe a charge abaixo.

Que é uma jornada de trabalho? De quanto é o tempo durante o qual o capital pode consumir a força de trabalho, cujo valor diário ele paga? Por quanto tempo pode ser prolongada a jornada de trabalho além do tempo de trabalho necessário à reprodução dessa mesma jornada de trabalho?

A essas perguntas viu-se que o capital responde: a jornada de trabalho compreende diariamente as 24 horas completas, depois de descontar as poucas horas de descanso, sem as quais a força de trabalho fica totalmente impossibilitada de realizar

novamente sua tarefa. Entende-se por si, desde logo, que o trabalhador, durante toda a sua existência, nada mais é que força de trabalho e que, por isso, todo o seu tempo disponível é por natureza e por direito tempo de trabalho, portanto, pertencente à autovalorização do capital. Tempo para educação humana, para o desenvolvimento intelectual, para o preenchimento de

funções sociais, para o convívio social, para o jogo livre das forças vitais físicas e espirituais, mesmo o tempo livre de domingo –e mesmo no país do sábado santificado- pura futilidade! [...] MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. São Paulo. Abril. 1983, v. 1 p.211-2.

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Assinale a alternativa correta:

a) A instituição de uma “jornada de trabalho” existe em toda em qualquer forma de divisão social do trabalho.

b) O conceito de força de trabalho está ligado à concepção de desgaste de forças físicas e mentais do proletariado e da

burguesia respectivamente.

c) A “mais-valia” significa a produção de mais-valor produzida pelo trabalhador que não recebe o preço

correspondente à sua força de trabalho.

d) Diferentemente do trabalho do escravo ou do servo no feudalismo europeu, o trabalho assalariado no capitalismo

não pode estar associado à escravidão.

e) A concepção de alienação em Marx está ligada a noção de falsa consciência do trabalhador de seus direitos.

07- A sociologia enquanto “ciência social” deu seus primeiros passos através de intelectuais como o francês

Augusto Comte (1798-1857) no século XIX. A sociologia surge numa versão positivista. O “positivismo” era

uma ideologia, uma visão de mundo, que influenciou a história do Brasil, principalmente no período da

Proclamação da República.

Era(m) característica(s) do pensamento positivista (assinale V para verdadeiro ou F para falso):

( ) Os principais temas de estudo de Comte eram a superação das desigualdades sociais através de uma ciência

neutra que levaria ao fim da divisão da sociedade de classes;

( ) Foi uma ideologia revolucionária que permitiu resgatar modelos de organização social comunitários numa crítica

feroz às desigualdades provocadas pelo capitalismo;

( ) Partilhar de uma visão evolucionista da história das sociedades: do pensamento mitológico ao pensamento

científico e de sociedades primitivas a sociedades modernas;

( ) A defesa do progresso econômico pois este levaria ao fim dos conflitos sociais. Nesse sentido os industriais

aliados à elite científica e intelectual deveriam procurar as leis do bom funcionamento e da harmonia social visando a

estabilização da ordem social;

08-Sobre o pensamento de Émile Durkheim (1858-1917), é incorreto afirmar que ele:

a) Caracterizava os conflitos na sociedade urbana-industrial como uma “anomia social”.

b) Utilizava os conceitos de “solidariedade mecânica” para expressar os mecanismos de solidariedade social em

sociedades simples e de “solidariedade orgânica” para expressar os mecanismos de solidariedade social em sociedades

complexas.

c) Fez uma analogia entre os órgãos do corpo humano, estudados pela Biologia e os órgãos do corpo da sociedade (as

instituições sociais), estudados pela Sociologia.

d) Não compartilha com Auguste Comte a preocupação com a ordem social.

e) Considerava os fatos sociais como coercitivos e exteriores às consciências individuais.

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09-O trabalho mais importante de Durkheim foi dar à Sociologia uma reputação científica. Com métodos

próprios a Sociologia deixou de ser uma ideia e ganhou status de ciência. E uma das primeiras coisas que ele fez

foi propor regras de observação e de procedimentos de investigação que fizessem que a Sociologia fosse capaz

de estudar os acontecimentos sociais de maneira semelhante ao que faz a Biologia quando olha para uma célula,

por exemplo. Sobre os conceitos de Durkheim assinale V para verdadeiro e F para falso:

( ) Durkheim afirmava que o conflito social é a base da sociedade moderna e fundamental para a superação de suas

contradições.

( ) Podemos afirmar, de acordo com a teoria de Durkheim, que na sociedade moderna (onde as relações são mais

complexas e a divisão de tarefas é maior) a probabilidade de existir anomia (problemas) sociais é maior já que é mais

difícil nesse tipo de sociedade se enquadrar todos os indivíduos em suas funções.

( ) Em sociedades “simples” a divisão social de funções é menor, o sistema de crenças e valores mais coeso

( ) Durkheim compara a sociedade a um corpo vivo. Cada órgão cumpre uma função. O todo predomina sobre as

partes e as partes existem em função do todo.

( ) A partir do conceito de “fato social” Durkheim explica como a sociedade age coercitivamente sobre o indivíduo .

São exemplos de fatos sociais: a escola, a família, a religião, a leis, as disputas políticas, a cultura.

10- (UEM, adaptada) “Na verdade, a sociologia, desde o seu início, sempre foi algo mais do que uma mera tentativa

de reflexão sobre a sociedade moderna. Suas explicações sempre contiveram intenções práticas, um forte desejo de

interferir no rumo desta civilização. Se o pensamento científico sempre guarda uma correspondência com a vida

social, na sociologia esta influência é particularmente marcante.” (MARTINS, Carlos B. O que é sociologia. São Paulo:

Brasiliense, 1982, p. 8).

Tendo como referência o texto acima e seus conhecimentos sobre o surgimento da sociologia, assinale V ou F:

( ) A análise da sociedade moderna se deu a partir de um debate harmonioso e consensual entre diferentes

pensadores.

( ) A sociologia tem uma dimensão política, e seus conceitos e suas teorias contribuem para manter ou alterar as

relações de poder existentes na sociedade.

( ) As duas Revoluções do século XVIII, a Industrial e a Francesa, são marcos importantes para pensar a instalação

definitiva da sociedade capitalista.

( ) As consequências da rápida industrialização e urbanização do capitalismo (prostituição, suicídio, alcoolismo,

infanticídio, criminalidade, violência, epidemias etc.) não são objetos de reflexão sociológica.

( ) As explicações sociológicas devem buscar a neutralidade científica, evitando interferir nos rumos escolhidos por

determinados grupos sociais.

11-Sobre as Instituições Sociais:

“Instituição Social é toda forma ou estrutura social instituída, constituída, sedimentada na sociedade. São os modos de pensar, de

sentir, de agir que a pessoa, ao nascer, já encontra estabelecidos e cuja mudança se faz lentamente (...) As instituições sociais são

formadas para atender as necessidades sociais de uma sociedade. Elas servem também de instrumento de regulação e controle das

atividades dos membros dessa sociedade”. OLIVEIRA, P. S. Introdução à Sociologia. Ática. São Paulo. 2004. p. 158.

I) As instituições sociais são dinâmicas, como podemos observar nas mudanças nos padrões societários da família no

Brasil a partir do final do século XX: diminuição no número de casamento/uniões religiosas, diminuição no tamanho

da família nuclear, aumento da escolarização dos membros da família, chefes de família mais velhos, aumento de

uniões livres, famílias com maior número de mulheres como chefes de família.

II) A escola é uma instituição social responsável pelo processo de socialização, tem como função ser um espaço de

autonomia/desenvolvimento intelectual e pode servir como instrumento de controle/relações de poder via imposições

de ideologias e mecanismos de disciplinamento.

III) As instituições sociais tais como família, escola, trabalho, Igreja, Estado, são formas de organização social que se

mantém estáveis na história da humanidade.

IV) As instituições sociais servem como órgãos de regulação e controle social condicionando valores, normas e regras.

Estão corretas as alternativas:

a) I, III e IV apenas

b) II e III apenas

c) I, II, e III e apenas

d) I, II, e IV apenas

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12-Assinale a alternativa incorreta:

a) A educação informal ou difusa é a que ocorre na vida diária por intermédio dos contatos primários (com a

família, por exemplo) e pela assimilação dos hábitos de cada grupo social, pela observação do comportamento

dos mais velhos, pela convivência com os outros membros da sociedade.

b) Uma das características da revolução ideológica capitalista foi transportar uma educação que durante o

feudalismo ocorria na família e na Igreja para a instituição escola.

c) A escola que conhecemos hoje é produto dos séculos XVIII e XIX, período em que aparece a ideia da

necessidade de educação pública e obrigatória para todos. A Revolução Francesa de 1789 é um grande marco

dessa necessidade.

d) Durante a ditadura militar no Brasil ocorreu uma reforma no ensino que buscava adaptar os currículos dos

colégios e universidades à uma formação mais técnica. Porém, a pressão social por qualificação de mão de

obra levou a superação da divisão “escola para ricos” versus “escolas para pobres”, com a ampla

universalização e democratização do acesso a escola.

13- O Manifesto Comunista de 1848, de Marx e Engels, estipula um sentido particular para o termo

burguês. A opção que melhor expressa este conceito a partir das concepções marxistas é:

a) Burguês é toda pessoa que, não tendo necessidade de vender sua força de trabalho para outrem, ou seja, de

exercer trabalho assalariado, ainda assim mantém um padrão economicamente elevado.

b) Burguês é aquele que, tendo um ofício, uma profissão, e a exercendo em estabelecimento próprio, explora a

mão-de-obra dos aprendizes que, em geral, são oriundos das camadas mais pobres da população.

c) Burguês é sinônimo de detentor do capital, de capitalista que, graças à posse de um capital importante, faz

trabalhar um determinado número de assalariados.

d) Burguês é considerado o profissional liberal, dono de alto saber técnico-científico, que atua por conta

própria, recebendo somas vultosas pelos serviços prestados.

Eixo Temático: Mundo do Trabalho

14-(UEM, adaptada) Trabalho é uma categoria fundamental na análise sociológica. Considerando essa

categoria, assinale o que for incorreto:

a) É pelo trabalho que o homem constrói o mundo e, nesse processo, constrói a si mesmo.

b) A intensificação do processo de divisão social do trabalho promove uma especialização crescente das

tarefas.

c) Na sociedade capitalista, o trabalho deixa de ser fonte de riquezas. Por se referir à ação humana, a força de

trabalho nessa sociedade não pode ser considerada uma mercadoria.

d) O trabalho tem como meta produzir os bens e serviços necessários à manutenção da vida e atender às

necessidades criadas pelos homens.

e) A diferença fundamental entre a condição social do servo no feudalismo e as distintas formas de escravidão

é que o último é propriedade de outrem enquanto o primeiro estava inserido numa relação de fidelidade,

obrigações e proteção.

15-Leia trecho da reportagem abaixo: [...] No apagar das luzes de 2014, o relator da reforma do Código Penal na Comissão de Constituição, Justiça e

Cidadania do Senado Federal, Senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), acatou emendas que vão de encontro a um trabalho de

mais de 20 anos de órgãos de governo, de empresas, de sindicatos e de organizações da sociedade civil, que unem

esforços pela erradicação do trabalho escravo no Brasil. s emendas, apresentadas pelos senadores Blairo Maggi (PR-MT)

e Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), alteram o conteúdo do artigo 149 do Código Penal, que trata do crime de

trabalho escravo. As mudanças excluem como elementos definidores de trabalho análogo ao de escravo duas situações

[...] Essas duas condições de trabalho, junto com a servidão por dívida e a manutenção do trabalhador no local de trabalho

através de ameaças, fraudes e isolamento geográficos, caracterizam a ocorrência de trabalho escravo. Caso seja aprovada

pela CCJ, e posteriormente referendada pelo plenário, o novo texto representará um retrocesso no enfrentamento do

trabalho escravo no Brasil. [...]

Fonte: Caio Magri e Jorge Abrahão. Nota de repúdio às emendas que tentam mudar o conceito de trabalho

escravo. 18/12/14. Link: http://www.trabalhoescravo.org.br/noticia/83

O artigo 149 do código penal define trabalho análogo a escravidão a partir de 4 indicadores. São eles:

a) servidão por dívida, cárcere privado, baixos salários, banco de horas.

b) jornada exaustiva, servidão por dívida, cárcere privado, terceirização.

c) cárcere privado, ausência de salários, condições degradantes para saúde e vida, servidão por dívida.

d) ausência de salário, cárcere privado, condições degradantes para saúde e vida, banco de horas.

e) cárcere privado, condições degradantes para saúde e vida, jornada exaustiva, servidão por dívida

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16- Leia o trecho retirado do capítulo II “A categoria escravidão” do livro clássico “O Escravismo

Colonial” do historiador Jacob Gorender:

A caraterística mais essencial, que se salienta no ser escravo reside na sua condição de propriedade de outro ser

humano. (...) O escravo, instrumento vivo, como todo trabalhador, constituiu ademais uma “propriedade viva”. A noção

de propriedade implica a sujeição de alguém fora dela. (...) Mas o escravo, sendo uma propriedade, também possui corpo,

aptidões intelectuais, subjetividade –é, em suma, um ser humano. Perderá ele o ser humano ao se tornar propriedade, ao

se coisificar? (...)

Primordialmente, a contradição foi manifestada e desenvolvida pelos próprios escravos, enquanto indivíduos

concretos, porque, se a sociedade os coisificou, numa pôde suprimir neles ao menos o resíduo último da pessoa humana.

Antes que os costumes, a moral, o direito e a filosofia reconhecessem a contradição e se preocupassem como resolvê-la

de modo positivo, em favor da legitimação da instituição servil, conciliando os termos coisa e pessoa, antes disso os

próprios escravos exteriorizaram sua condição antagônica, na medida em que reagiram ao tratamento de coisas.

(...) Se nos voltarmos à escravidão moderna, encontraremos uma evolução característica no direito das colônias

inglesas norte-americanas. Eis seu resumo em Brion Davis:

(...) Em 1740, a Carolina do Sul legislou que um homem que premeditadamente matasse o escravo próprio ou

alheio pagaria uma multa de setecentas libras; a soma seria de metade por matar o escravo num momento súbito de

paixão. No entanto, a Constituição da Geórgia de 1798 colocou a morte ou mutilação de um escravo no mesmo nível de

criminalidade da morte ou mutilação de um homem branco (...)”.

(...) Na lida diária com escravos através de gerações, enfrentando suas mais diversas reações, desde a resistência

passiva ao trabalho até às fugas, atentados e insurreições, a classe escravocrata amadureceu uma compressão “sábia” a

respeito do castigo e a expressou nas formas concentradas de sua ideologia. Tal compreensão consistiu que o castigo deve

ser moderado. O Eclesiastes (Antigo Testamento) advertiu: “...não cometa excessos seja com quem for, e não faças coisa

alguma grave sem ter refletido”. A legislação imperial romana proibiu castigos cruéis. As Ordenações Filipinas

autorizavam o castigo de escravos e de outras pessoas dependentes mas puniam os excessos como o ferimento com arma.

(...) O primeiro ato humano do escravo é o crime, desde o atentado contra seu senhor à fuga do cativeiro. Mas a

pena mais cruel, justamente por ser uma pena, implicava o reconhecimento de que punia um ser humano. (...).

GORENDER, Jacob. O Escravismo Colonial. In A Categoria Escravidão. 1980.

De acordo com o texto acima, qual a contradição expressa no “direito escravista” ao longo da história

das sociedades?

a) O escravo é uma propriedade, logo a contradição expressa no texto significa que a reivindicação de

liberdade é um direito humano fundamental.

b) O “direito escravista” ao longo da história reconhecia que se punia um ser humano, expressa nas

orientações por moderação nos castigos contra seus escravos, considerando-os coisa e pessoa

simultaneamente.

c) O “direito escravista” era uma contradição, pois se o escravo era uma propriedade, não podia ter direitos.

d) Ser “coisa” ou ser “pessoa” não chegava a ser uma contradição, pois os escravos ao longo da história

submeteram-se a dominação sem contestação.

e) Ao tornar-se escravo, o indivíduo torna-se propriedade de alguém, suprimindo toda e quaisquer

características humanas da pessoa.

17-Leia o trecho de O Capital de Marx sobre as “leis sanguinárias” dos séculos XV e XVI na Europa,

período de formação do trabalho assalariado (chamado por Marx de “a acumulação primitiva”):

[...] Henrique VII, lei de 1530- Mendigos velhos e incapacitados para trabalhar tem direito a uma licença para pedir esmolas. Os vagabundos sadios serão flagelados e encarcerados. Serão amarrados atrás de um carro e açoitados até que o sangue lhe corra pelo corpo; em seguida prestarão juramento de voltar à sua terra natal ou ao

lugar onde moraram nos últimos três anos, “para se porem a trabalhar”. [...] Essa lei é modificada. [...] Na primeira reincidência de vagabundagem, além da pena de flagelação, metade da orelha será cortada, na segunda, o culpado será enforcado como criminoso irrecuperável e inimigo da comunidade.

Eduardo VI –Uma lei no primeiro ano de seu governo, 1547, estabelece que, se alguém se recusa a trabalhar, será condenado como escravo da pessoa que o tenha denunciado como vadio. [...] Se o escravo desaparecer por duas semanas, será condenado à escravatura por toda a vida e será marcado a ferro, na testa e nas costas, com a letra S; se

escapa pela terceira vez será enforcado como traidor. [...] Elizabeth- 1572 –Mendigos sem licença e com mais de 14 anos serão flagelados severamente e terão suas orelhas

marcadas a ferro, se ninguém quiser tomá-los a serviço por dois anos; em caso de reincidência, se tem mais de 18 anos, serão enforcados, se ninguém quiser tomá-los a serviço por 2 anos; na terceira vez serão enforcados, sem mercê, como traidores. Leis análogas a nº 13 do ano 18 do reinado de Elizabeth, e a do ano de 1597.

Jaime I- Quem perambule e mendigue será declarado vadio e vagabundo. Os juízes de paz, em suas sessões, estão autorizados a mandar açoitá-lo e encarcerá-lo por 6 meses, na primeira vez e por 2 anos, na segunda. Na prisão receberão tantas chicotadas quantas os juízes de paz acharem adequadas...Os vagabundos incorrigíveis e perigosos

serão ferreteados com um R sobre o ombro esquerdo e condenados a trabalhos forçados. [...]

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Houve leis análogas na França. Nos meados do século XVII, estabelecera-se em Paris um reino dos vagabundos.

Ainda no início do reinado de Luís XVI, pela ordenança de 13 de julho de 1777, todo homem válido de 16 a 60 anos, sem meios de existência e sem exercer uma profissão, deveria ser mandado para as galés. Eram de natureza semelhante o edito de Carlos V, de outubro de 1537, para os Países Baixos [Holanda]. [...]

[...] A burguesia nascente precisava e empregava a força de Estado, para “regular” o salário, isto é, comprimi-lo dentro dos limites convenientes à produção de mais valia, para prolongar a jornada de trabalho e para manter o próprio trabalhador num adequado estado de dependência. Temos aí um fator fundamental da chamada acumulação

primitiva. MARX, Karl. O Capital. Cap. XXIV: “A chamada acumulação primitiva”. Ed. Civilização Brasileira. Rio de Janeiro. 1982. pp-853-855.

De acordo com o trecho de Marx é correto afirmar:

a) Neste trecho Marx reafirma a posição do pastor britânico Thomas Malthus (1776-1834) de que a assistência

social aos pobres era repudiável uma vez que os estimularia a ter mais filhos.

b) As leis sanguinárias ou leis anti-vadiagem eram legislações punitivas ao proletariado desempregado e que

estavam em contradição com as melhorias provocadas pelo início do sistema assalariado e fabril.

c) A expulsão da população dos campos para as cidades (urbanização) na Europa não tem relação direta com

as leis sanguinárias uma vez que haviam expectativas de melhorias de vida para a massa camponesa agora

proletarizada.

d) Marx contraria-se à visão malthusiana ao buscar evidências de como o capitalismo surgiu através da

violência, do desmantelamento de relações sociais comunitárias e na criação da proletarização forçada.

e) As leis contra a vadiagem criminalizavam o proletariado nascente. Como não se garantia emprego a todos

nas fábricas que nasciam tal medida estimulava o retorno dessa massa de pessoas ao campo.

18- (UEL) Fordismo é um termo que se generalizou a partir da concepção de Antônio Gramsci, que o

utiliza para caracterizar o sistema de produção e gestão empregado por Henry Ford, em sua fábrica, a

Ford Motor Co., em Highland Park, Detroit, em 1913. O método fordista de organização do trabalho

produziu surpreendente crescimento da produtividade, garantindo, assim, produção em larga escala

para consumo de massa. O papel desempenhado pelo fordismo, enquanto sistema produtivo, despertou,

por exemplo, a atenção de Charles Chaplin, que o retratou com ironia no filme Tempos Modernos.

Assinale a alternativa que apresenta características desse método de gestão e de organização técnica da

produção de mercadorias.

a) Unidade entre concepção e execução, instaurando um trabalho de conteúdo enriquecido, preservando-se,

assim, as qualificações dos trabalhadores.

b) Substituição do trabalho fragmentado e simplificado, típico da Revolução Industrial, pelas “ilhas de

produção”, onde o trabalho é realizado em equipes.

c) Supressão progressiva do trabalhador taylorizado e, conseqüentemente, combate ao “homem boi”,

realizador de trabalhos desqualificados, restituindo-se, em seu lugar, o trabalhador polivalente.

d) Controle dos tempos e movimentos do trabalho, com a introdução da esteira rolante, e de salários mais

elevados em relação à média paga nas demais empresas.

e) Redução das distâncias hierárquicas no interior da empresa, como forma de estimular o trabalho em grupos,

resultando em menos defeitos de fabricação e maior produção.

19-Frederick Winslow Taylor (1856-1915) elaborou um método de racionalização do trabalho

chamado taylorismo. Sobre este método, assinale a alternativa:

a) O objetivo desse método era sistematizar a produção capitalista, a fim de aumentar a produtividade do

trabalho, acarretando, segundo alguns críticos do taylorismo, um aumento da exploração da mais-valia.

b) A cronometragem de cada etapa da produção determinava o tempo médio, que passava a ser a referência a

partir de então para aquele conjunto de tarefas.

c) Havia uma separação rígida entre planejamento e execução no processo produtivo.

d) A economia do tempo de trabalho, propiciada pelo taylorismo, buscava ampliar o tempo livre dos

trabalhadores, garantindo-lhes, assim, maior possibilidade de lazer e de convivência social.

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20- (UEL) No texto, o autor aborda a universalização, no campo industrial, dos empregos do tipo

Mcjobs (“McEmprego”), comuns em empresas fast-food nos Estados Unidos. Assinale a alternativa que

apresenta somente características desse tipo de emprego.

“No tempo em que os sindicatos eram fortes, os trabalhadores podiam se queixar do excesso de velocidade na

linha de produção e do índice de acidentes sem medo de serem despedidos. Agora, apenas um terço dos

funcionários da IBP [empresa alimentícia norte-americana] pertence a algum sindicato. A maioria dos não

sindicalizados é imigrante recente; vários estão no país ilegalmente; e no geral podem ser despedidos sem

aviso prévio por seja qual for o motivo. Não é um arranjo que encoraje ninguém a fazer queixa. [...] A

velocidade das linhas de produção e o baixo custo trabalhista das fábricas não sindicalizadas da IBP são agora

o padrão de toda indústria.” (SCHLOSSER, Eric. País Fast-Food. São Paulo: Ática, 2002. p. 221.)

a) Alta remuneração da força-de-trabalho adequada à especialização exigida pelo processo de produção

automatizado.

b) Alta informalidade relacionada a um ambiente de estabilidade e solidariedade no espaço da empresa.

c) Baixa automatização num sistema de grande responsabilidade e de pequena divisão do trabalho.

d) Altas taxas de sindicalização entre os trabalhadores aliadas a grandes oportunidades de avanço na carreira.

e) Baixa qualificação do trabalhador acompanhada de má remuneração do trabalho e alta rotatividade.

21- (UEL) No final de 2000 o jornalista Scott Miller publicou um artigo no The Wall Street Journal,

reproduzido no Estado de S. Paulo (13 dez. 2000), com o título “Regalia para empregados compromete

lucros da Volks na Alemanha”. No artigo ele afirma:

“A Volkswagen vende cinco vezes mais automóveis do que a BMW, mas vale menos no mercado do que a

rival. Para saber por que, é preciso pegar um operário típico da montadora alemã. Klaus Seifert é um veterano

da casa. Cabelo grisalho, Seifert é um planejador eletrônico de currículo impecável. Sua filha trabalha na

montadora e, nas horas vagas, o pai dá aulas de segurança no trânsito em escolas vizinhas. Mas Seifert tem,

ainda, uma bela estabilidade no emprego. Ganha mais de 100 mil marcos por ano (51.125 euros), embora

trabalhe apenas 7 horas e meia por dia, quatro dias por semana. ‘Sei que falam que somos caros e inflexíveis’,

protesta o alemão durante o almoço no refeitório da sede da Volkswagen AG. ‘Mas o que ninguém entende é

que produzimos veículos muito bons.’ E quanto a lucros muito bons?”

A relação entre lucro capitalista e remuneração da força de trabalho pode ser abordada a partir do

conceito de mais-valia, definido como aquele “valor produzido pelo trabalhador [e] que é apropriado pelo

capitalista sem que um equivalente seja dado em troca.” (BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento

marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. p. 227).

Com o intuito de ampliar a taxa de extração de “mais valia”, qual seria a medida imediata mais

adequada a ser tomada por uma empresa de automóveis?

a) Aumentar o número de veículos vendidos.

b) Transferir sua fábrica para regiões cuja força de trabalho seja altamente qualificada.

c) Incrementar a produtividade por meio da valorização da força de trabalho.

d) Ampliar os gastos com o capital constante, ou seja, o valor dispendido em meios de produção (matérias

primas e maquinários).

e) Intensificar o ritmo da produtividade da força de trabalho, sem novos investimentos de capital.

22-Em seus Princípios de Administração Científica, Frederick Taylor desenvolvia um sistema de

organização dos processos de produção que poderia ser aplicado em todo o tipo de empresa, mesmo que

os experimentos tenham ocorrido em empresas industriais. Taylor apresentava algumas formas de

organização do trabalho que incluem várias características, menos:

a) O estímulo da produção através de compensações salariais.

b) A divisão do processo de fabricação em gestos elementares.

c) A medição e racionalidade no uso de matérias-primas e ferramentas de trabalho.

d) A liberdade para os trabalhadores escolherem a forma de trabalho.

e) O uso de cronômetros para medir o tempo necessário à execução das atividades.

23-Identifique quais características abaixo referem-se as inovações do modelo de gestão e produção

conhecido como toyotismo?

a) Fixação do trabalhador no posto de trabalho exercendo uma única função.

b) Separação ente concepção e execução no trabalho com rígido controle das tarefas.

c) Integração vertical, todas as partes do produto são fabricadas na mesma empresa.

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d) Exigência de mão de obra qualificada, trabalho em equipe, rodízio de tarefas, multifuncionalidade.

e) Produção em massa, linha de montagem e esteira rolante.

24- (ENEM) Leia a citação e assinale a alternativa correta:

A introdução de novas tecnologias desencadeou uma série de efeitos sociais que afetaram os trabalhadores e

sua organização. O uso de novas tecnologias trouxe a diminuição do trabalho necessário que se traduz na

economia líquida do tempo de trabalho, uma vez que, com a presença da automação micro-eletrônica,

começou a ocorrer a diminuição dos coletivos operários e uma mudança na organização dos processos de

trabalho. Revista eletrônica de Geografia Y Ciencias Sociales. Universidad de Barcelona. Nº 170. Ago.

2004.

A utilização de novas tecnologias tem causado inúmeras alterações no mundo do trabalho. Essas

mudanças são observadas em um modelo de produção caracterizado:

a) Pelo uso intensivo do trabalho manual para desenvolver produtos autênticos e personalizados

b) Pelo ingresso tardio das mulheres no mercado de trabalho no setor industrial

c) Pela participação ativa de empresas e trabalhadores na exigência de processos de qualificação laboral

d) Pela manutenção de grandes estoques em função da alta produtividade

e) Pelo aumento da oferta de vagas para trabalhadores qualificados

25- São características das transformações no mundo do trabalho na sociedade globalizada: I – a principal estratégia das grandes empresas está na dispersão geográfica para outras zonas em que a

exploração do trabalho é mais barata; II – a produção, longe da rigidez do fordismo, apóia-se na flexibilização organizacional do trabalho e das

formas de contratação; III – com as novas tecnologias, o mercado de trabalho se apresenta como um bloco homogêneo, de fácil

mobilidade e intercâmbio; IV – a inserção da população feminina no mercado de trabalho se dá de forma ampliada e igualitária.

Assinale a alternativa correta:

a) I e III estão corretas. b) I e II estão corretas.

c) II, III e IV estão corretas. d) I , II e III estão corretas.

26-Leia os textos e interprete:

TEXTO I

(...) Diante das novas possibilidades abertas com a globalização, pela inserção da informática e da micro-eletrônica no trabalho e na produção, modelos de gestão com o foco na formação profissional também foram desenvolvidos

para garantir maior flexibilidade da força de trabalho. (...) nesse contexto, o desemprego, que antes era um problema conjuntural no novo regime de acumulação de capital, passou à condição de um problema estrutural do modo de produção e reprodução da vida social.

Com a chegada do século XXI, vários desafios terão de ser enfrentados para suprir uma série de carências na formação dos trabalhadores. Especialistas no assunto enfatizam que, além da função de formar e desenvolver novas

competências para garantir maior produtividade, maior qualidade na produção, flexibilidade do trabalhador e atuar nas mudanças constantes na gestão do trabalho, a formação e a qualificação passaram a cumprir também a função de conformar um contingente crescente de excluídos do mercado submetidos à precarização do emprego

(…) Na realidade, a formação profissional não pode ser vista como uma panaceia [grande solução] que resolverá definitivamente o problema do desemprego, como se a geração de postos de trabalho fosse uma decorrência da qualificação, mais do que do investimento em capital fixo e da diminuição da jornada de trabalho.

Revista “Sociologia” n°8. 2008. Texto “Procura-se profissional...” por Bianca Encarnação, p 50 a 57.

TEXTO II

“Sobre as causas da má distribuição de renda, existem duas vertentes de interpretação básica: a primeira sugere que

o problema da distribuição de renda só pode ser resolvido por meio da educação –a mão de obra mais qualificada é mais bem remunerada porque tem mais produtividade na execução do trabalho, além de ter mais espaço no mercado

de trabalho. Este argumento é em parte desmentido pelos dados divulgados pelo IBGE em dezembro: enquanto o desemprego entre as pessoas com menos de 8 anos de estudo (ensino fundamental incompleto) é de 6,5%, entre as pessoas com mais de 11 anos de estudo (mínimo com ensino médio completo) é de 7%. Já a segunda, sugere que a

má distribuição de renda é causada pela disparidade de ganhos entre salário, lucros e juros” retirado do texto, “Brasil, mostra a tua renda”, de Priscila Lhaser

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Com relação ao texto I e II podemos entender que:

a) Texto I desmente o texto II -pois enquanto o desemprego torna-se algo estrutural a qualificação via

educação é uma das garantias de empregabilidade;

b) Texto II reafirma o texto I -pois a ideia de que a remuneração e a empregabilidade aumenta quando há

maior escolaridade não ocorre, reforçando a ideia de desemprego estrutural presente no outro texto;

c) Texto II é oposto do texto I -pois um texto aborda que apenas a educação é a solução para a necessária

qualificação profissional enquanto que o outro texto nega tal ideia;

d) Texto I é diferente do texto II -pois a redução da jornada de trabalho e o investimento em capital fixo

resolvem o problema do desemprego estrutural enquanto que o outro texto destaca a importância da educação

como único meio de solucionar o problema da empregabilidade;

e) Texto I desmente o texto II – pois a informática e a micro-eletrônica garantem maior flexibilidade da mão

de obra desmentindo a ideia presente no outro texto de que o desemprego com apenas 8 anos de estudo é

menor do que quem tem 11 anos de estudo;

27-Observe a tabela abaixo e assinale a alternativa incorreta:

Tabela 3 - Distribuição da População Economicamente Ativa (PEA) segundo a faixa de salário mínimo, em percentuais, e renda média*, em reais (1992-2011)

Variáveis 1992 1996 2001 2004 2008 2011

Salário Mínimo

até 1 27,8 19,5 21,8 23,1 24,9 26,4

de 1 a 2 22,1 19,6 24,5 19,2 21,4 33

de 2 a 3 10,2 13 12,3 7,2 8,4 13,2

de 3 a 5 9,2 13,8 10,6 7,7 6,6 7,9

5 a 10 6,7 11,2 4,1 4,9 4,1 5,5

10 a 20 2,5 5,2 3,6 2 1,6 1,8

mais de 20 0,9 2,7 1,6 0,8 0,6 0,5

Renda Média 830 1137 1017 991 1158 1345

Fonte: AQUILES, Affonso Cardoso. O Trabalho no Setor de Telecomunicações do Brasil: Tendências Gerais e Empresa-Espelho. Dissertação de mestrado, UFPEL,

2011. Base nos dados da PNAD/IBGE.* Valores corrigidos para Dezembro/2011. Deflator Utilizado: INPC-IBGE (BCB, 2012).

a) A partir da tabela acima pode-se perceber que cerca de 70% da população brasileira em 2011 recebia até 3

salários mínimos.

b) A renda média do brasileiro aumentou na série histórica analisada o que permite afirmar que ocorreu uma

diminuição na concentração de renda.

c) Pode afirmar que entre 1992 e 2011 não houve alterações significativas na diminuição da concentração de

renda da população economicamente ativa no Brasil.

d) Considerando as faixas salariais pode-se afirmar que existe um alto grau de concentração de renda da

população economicamente ativa no Brasil.

e) O aumento na renda média não é um indicador que permite que se analise a concentração de renda.

28-Analise a Tabela abaixo:

Tabela 5 - Distribuição da População Economicamente Ativa (PEA), segundo o tempo de permanência no emprego, em percentuais (1992-2011)

Tempo de Permanência no Emprego 1992 1996 2001 2004 2008 2011

Até 5 meses 13,8 12,3 12,6 12 12,5 9,8

6 a 11 meses 7,4 7,7 7,7 6,9 7,9 7,8

1 ano 12,3 12,4 12 11,5 11,7 12,4

2 a 4 anos 24,2 23 23,3 24,2 22,2 23,3

5 a 9 anos 18 16,9 17 17,2 16,3 16,5

10 anos ou mais 25,6 27,7 27,3 28,1 29,3 30

AQUILES, Affonso Cardoso. O Trabalho no Setor de Telecomunicações do Brasil: Tendências Gerais e Empresa-Espelho. Dissertação de mestrado,

UFPEL, 2011. Base nos dados da PNAD/IBGE.* Valores corrigidos para Dezembro/2011. Deflator Utilizado: INPC-IBGE (BCB, 2012).

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I-O baixo tempo de permanência de trabalhadores com vínculo empregatício e a facilidade com que os

empregadores podem substituir mão de obra por meio de demissões injustificadas são considerados

indicadores de grande “flexibilidade” no mercado de trabalho.

II- O Brasil adotou em 1966 um modelo flexível de mão de obra com a criação do FGTS (fundo de garantia de

tempo de serviço). A partir da criação do FGTS materializou-se a substituição da modalidade estável de

vínculo empregatício por um modelo flexível, segundo o qual as empresas ficariam obrigadas a depositar

mensalmente o equivalente a 8% do salário recebido pelo trabalhador numa conta nominal do empregado.

III- No setor público (regime estatutário), diferentemente do setor privado (regime CLTista), onde o ingresso

deve ocorre por concurso público, a estabilidade funcional é uma conquista do trabalhador servidor público,

que só pode ser demitido (exonerado) por processo administrativo.

IV- Considerando as faixas para o ano de 2011 o maior período de permanência no emprego é de mais 10

anos.

V-O período de permanência de até 1 ano no emprego, para o ano de 2011, é de 30%. Tal indicador não pode

ser considerado um indicador de flexibilidade do mercado de trabalho.

a) Estão corretas as alternativas I, III, IV e V apenas.

b) Estão corretas as alternativas II, III, IV e V.

c) Estão corretas as alternativas II, III e IV apenas.

d) Estão corretas as alternativas I, II, III e IV apenas.

e) Estão corretas as alternativas I, II e V apenas.

29- (ENEM) Leia a citação e assinale a alternativa correta

Um banco inglês decidiu cobrar de seus clientes cinco libras toda vez que recorressem aos funcionários de suas agências.

E o motivo disso é que, na verdade, não querem clientes em suas agências; o que querem é reduzir o número de agências,

fazendo com que os clientes usem as máquinas automáticas em todo o tipo de transações. Em suma, eles querem se livrar

de seus funcionários.

HOBSBAWM, Eric. O Novo Século. São Paulo. Cia das Letras. 2000.

O exemplo mencionado permite identificar um aspecto da adoção de novas tecnologias na economia

capitalista contemporânea. Um dos argumentos utilizados pela empresa para adoção de tais medidas e

suas consequências estão:

a) A qualidade total e a estabilidade no emprego.

b) O pleno emprego e o enfraquecimento dos sindicatos.

c) Redução de custos e desemprego estrutural.

d) Responsabilidade social e aumento do desemprego.

e) Maximização dos lucros e aparecimentos de novos empregos.

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Eixo Temático: Estrutura Social e Desigualdades Sociais

30-Leia a citação de Aristóteles (384-322 AC) e de Rousseau (1712-1778). Os dois textos foram escritos

em momentos históricos bem distintos. Aristóteles viveu e escreveu na Antiguidade grega. Rousseau

viveu no século XVIII, sendo um dos representantes do movimento político e intelectual conhecido como

Iluminismo.

Não é apenas necessário, mas também vantajoso que haja mando por um lado e obediência por outro; e todos os

seres, desde o primeiro instante do nascimento, são, por assim dizer, marcados pela natureza, uns para comandar, outros para obedecer. (...) A natureza, por assim dizer, imprimiu a liberdade e a servidão até nos hábitos corporais. Vemos corpos robustos talhados especialmente para carregar fardos e outros usos igualmente necessários; outros,

pelo contrário, mais disciplinados, mas também mais esguios e incapazes de tais trabalhos, são bons apenas para a vida política, isto é, para os exercícios da paz e da guerra. (...) Não pretendemos agora estabelecer nada além que, pelas leis da natureza, há homens feitos para a liberdade e outros para a servidão (...)”. Aristóteles, A Política. Martins

Fontes, São Paulo: 1998. pp. 12, 13, 14.

Concebo na espécie humana duas espécies de desigualdade: uma, que chamo de natural ou física, porque é

estabelecida pela natureza, e que consiste na diferença das idades, da saúde, das forças do corpo e das qualidades do espírito, ou da alma; a outra, que se pode chamar de desigualdade moral ou política, porque depende de uma espécie de convenção, e que é estabelecida ou, pelo menos, autorizada pelo consentimento dos homens. Consiste esta nos

diferentes privilégios de que gozam alguns com prejuízo dos outros, como ser mais ricos, mais honrados, mais poderosos do que os outros, ou mesmo fazerem-se obedecer por eles. (...)

O primeiro que, cercando um terreno se lembrou e dizer: “Isso me pertence” e, encontrou criaturas suficientemente simples para acreditar, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras, assassinatos, misérias e horrores teria poupado ao gênero humano aqueles que, retirando as estacas ou entulhando o fosso, tivesse gritado

aos seus semelhantes: “Guardai-vos de escutar esse impostor! Estais perdidos se vos esqueceis de que os frutos a todos pertencem e a terra não é de ninguém!”. Rousseau, JJ. Discurso sobre a Origem e o fundamento da desigualdade social entre os

homens. Cultrix, São Paulo: 1965. pp 46-47.

Sobre o tema diferenças sociais e desigualdades sociais é incorreto afirmar:

a) Apesar das diferenças históricas, tanto Aristóteles quanto Rousseau destacavam que a desigualdade

biológica é a condição fundamental para o entendimento das desigualdades entre os seres humanos.

b) As diferenças entre os seres humanos são compreendidas pelas relações sociais historicamente produzidas

mas, quando essas diferenças tornam-se relações hierárquicas criando vantagens e desvantagens, aí sim,

teremos desigualdades.

c) Rousseau afirmava que a desigualdade social não é natural, mas historicamente produzida.

d) De acordo com Aristóteles a natureza é a fonte da desigualdade social.

e) A sociologia, em suas mais variadas interpretações, busca afastar-se de explicações biológicas sobre o

social: gênero, raça e classe são construções sociais e não naturais.

31-Leia a citação abaixo. É correto afirmar sobre diferenças e desigualdades: [...] A diferença não é o mesmo que desigualdade. Porém, existe uma relação inequívoca entre ambas, no sentido de que a diferença, ao se tornar definidora de categorias sociais e grupos de pertencimento no interior de sociedades,

cria desigualdades na medida em que essas relações nunca são neutras, mas carregadas de tensão. PIMENTA, Melissa

de Mattos. “Diferença e Desigualdade”. In Sociologia. Coleção Explorando o Ensino. Vol. 15. MEC. Brasília. 2010.

a) As desigualdades existentes nas sociedades são fundamentalmente apenas as de ordem econômica.

b) As diferenças sociais sempre produzem necessariamente desigualdades entre os seres humanos.

c) Elementos como etnia/cor, sexo, religiosidade, cultura, são exemplos de desigualdades sociais estabelecidas

historicamente em diferentes estruturas sociais.

d) As diferenças entre os seres humanos são compreendidas pelas relações sociais historicamente produzidas

mas, quando essas diferenças tornam-se relações hierárquicas criando vantagens e desvantagens, aí sim,

teremos desigualdades.

32-Sobre o tema “estrutura social” assinale a alternativa incorreta:

a) Estrutura social significa a maneira como a sociedade está organizada na sua produção, distribuição e

circulação de bens e serviços.

b) A estrutura social baseada em castas na Índia tem como características fatores como a imobilidade social e a

hereditariedade.

c) A estrutura social condiciona as estratificações sociais, ou seja, as divisões que existem na sociedade e que

podem ser de ordem econômica, religiosa, de renda, de escolaridade, de gênero, de etnia.

d) As castas na Índia e os estamentos no feudalismo representavam grande mobilidade social entre seus

integrantes.

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33-“Gênero é um conceito formulado para tentar compreender como se organizam as relações sociais que se desenvolvem entre homens e mulheres. Ao contrário do sexo que, em princípio, pode ser pensado como

biologicamente constituído, o gênero será sempre uma construção social, isto é, as formas como homens e mulheres comportam-se, pensam as atividades que exercem, o acesso ao conhecimento, ao poder, entre outras, estará

relacionada a grupos sociais específicos, de sociedades específicas e em momentos históricos específicos.” FEITOSA, Samara. A construção social do gênero. Curitiba: SEED.

Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/folhas/frm_detalharFolhas.php?codInscri=4163&PHPSESSID=2010062109491489.

Considerando o texto acima assinale a alternativa incorreta.

a) Enquanto a biologia determina o sexo, a estrutura social e a cultura determinam a expressão dos papéis

masculinos e femininos.

b) A construção social do gênero faz-se evidente na maneira como os pais tratam os filhos, como os

professores tratam os alunos e como os meios de comunicação de massa retratam imagens ideais do corpo.

c) São expressões de anomalias (doenças ou desvios) sociais as opções culturais de papéis masculinos e

femininos que não correspondem aquilo que é determinado biologicamente pelo sexo.

d) A violência contra homossexuais está assentada num conjunto de representações sociais de forte caráter

conservador que considera as relações afetivas entre pessoas do mesmo sexo um comportamento desviante.

34-(ENEM) Leia as duas citações abaixo:

“‘Pecado nefando” era a expressão correntemente utilizada pelos inquisidores para a sodomia. Nefandus: o que não pode ser dito. A assembleia de clérigos reunida em Salvador em 1707, considerou a sodomia “tão péssimo e

horrendo crime”, tão contrário a lei da natureza, que era ‘indigno de ser nomeado’ e, por isso mesmo, nefando”. NOVAES, F. MELLO e SOUZA, L. História da vida privada no Brasil. V. 1. São Paulo. Cia das Letras, 1997 (adpatado)

“O número de homossexuais assassinados no Brasil bateu o recorde histórico em 2009. De acordo com o Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais (LGBT’s: lésbicas, gays, bissexuais e travestis), nesse ano foram registrados 195 mortes por motivação homofóbica no país”. Link: www.alemdanoticia.com.br.

A homofobia é a rejeição e menosprezo à orientação sexual do outro, e, muitas vezes, expressa-se sob a

forma de comportamentos violentos. Os textos indicam que as condenações públicas, perseguições e

assassinatos de homossexuais no país estão associadas a:

a) A baixa representatividade política de grupos organizados que defendem os direitos de cidadania de

homessexuais.

b) A falência da democracia no país, que torna impediditiva a divulgação de estatísticas relacionadas à

violência contra homessexuais.

c) A Constituição de 1988, que exclui do tecido social os homosexuais, além de impedí-los de exercer seus

direitos políticos.

d) A um passado histórico marcado pela demonização do corpo e por formas recorrentes de tabus e

intolerância.

e) A uma política eugênica desenvolvida pelo Estado, justificada a partir dos posicionamentos de correntes

filosófico-científicas.

35-Sobre o conceito de “classe social” assinale a alternativa incorreta:

a) Quando utilizamos o termo “mobilidade social vertical” designamos o movimento de mudança de um

indivíduo para diferentes “posições de classe” à qual se encontrava.

b) A posição de classe de um indivíduo não pode ser determinada, na sociedade capitalista, pela sua renda,

patrimônio e acesso a determinados bens e serviços materiais e simbólicos.

c) Segundo Karl Marx, “classe social” na história está ligada à posse ou não dos meios de produção e às

relações de dominação e exploração de classe.

d) Max Weber analisa como a “posição de classe” é determinada por alguns indicadores sociais como

escolaridade, domínio de certas técnicas, status e prestígio sociais.

e) O critério renda pode ser utilizado para se analisar a “posição de mercado” de um indivíduo porém este

indicador é considerado limitado ou insuficiente em análises sociológicas para se definir o conceito de “classe

social”.

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36-“Nova classe média” no Brasil?

Segundo estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, na última década 35 milhões de brasileiros passaram a integrar a classe média no Brasil. Em 2002, 38% da população pertencia a essa

classe; atualmente, estima-se que 53% da população brasileira faz parte da classe média, que totaliza 104 milhões de pessoas. Do restante da população, 20% estão na classe alta e 27% na baixa. A SAE considera como famílias de

classe média, aqueles que tem renda per capita entre R$ 291 e R$ 1019 por mês. De acordo com esse critério, quem vive com mais de R$ 1019 pertence a classe alta. Sociologia em Movimento. Moderna. São Paulo. p. 251. Fonte:

SAE/PR 2012.

O pesquisador da Unicamp, Márcio Pochmann, em seu livro “Nova Classe Média?” questiona uso do termo. Segundo Márcio Pochmann: “Seja, pelo nível de rendimento, seja pelo tipo de ocupação, seja pelo perfil e atributos pessoais, o grosso da população emergente não se encaixa em critérios sérios e objetivos que possam ser claramente

identificados como classe média. Associam-se sim, às características das classes populares que, por elevar o rendimento, ampliam imediatamente o padrão de consumo. Não há nesse sentido, qualquer novidade, pois se trata de um fenômeno comum, uma vez que o trabalhador não poupa, mas gasta tudo o que ganha”. POCHMANN, Márcio.

Nova Classe Média? O trabalho na base da pirâmide social brasileira. Boitempo Editorial. São Paulo. 2012. p.10

Na tradição sociológica herdada de Marx e Weber, o conceito de classe social pelo critério “renda” não é

utilizado (Marx) ou é considerado insuficiente (Weber). Nesse sentido assinale a alternativa incorreta: a) Na tradição sociológica herdada, sobretudo, das teorias de Marx e Weber, os esquemas de classe são construídos com base na estrutura ocupacional dentro de unidades produtivas e mercados de trabalho. Indivíduos da mesma

ocupação tendem a vivenciar níveis semelhantes de vantagem ou desvantagem social, a manter estilos de vida comparáveis e a partilhar oportunidades de vida igualmente semelhantes.

b) O conceito de classe e suas subdivisões (extremamente pobre, pobre, vulnerável, baixa classe média, média classe média, alta classe média, baixa classe alta, alta classe alta) baseadas no indicador “renda” são subjetivas e relativas.

c) As classes sociais são compostas por indivíduos que ocupam uma mesma posição na estrutura produtiva de uma sociedade. d) Na sociedade capitalista, a origem da diferença entre as classes está na propriedade privada dos meios de

produção. e) A divisão na sociedade capitalista entre burguesia e proletariado impede qualquer tipo de mobilidade social entre os indivíduos.

37-Sobre o tema “gênero” leias as duas informações:

TEXTO I

As sociedades patriarcais permaneceram ao longo dos tempos, mesmo na sociedade industrial. (...) A revolução

industrial incorporou o trabalho da mulher no mundo da fábrica, separou o trabalho doméstico do trabalho remunerado

fora do lar. A mulher foi incorporada subalternamente ao trabalho fabril. Em fases de ampliação da produção se

incorporava a mão de obra feminina junto à masculina, nas fases de crise substituía-se o trabalho masculino pelo trabalho

da mulher, porque o trabalho da mulher era mais barato (...)

No século XX as mulheres começaram uma luta organizada em defesa de seus direitos. A luta das mulheres

contra as formas de opressão a que eram submetidas foi denominada de feminismo e a organização das mulheres em prol

de melhorias na infraestrutura social foi conhecida como movimento de mulheres. (...)

Os critérios de contratação das mulheres no mundo do trabalho estão impregnados pela imagem da mulher

construída pela mídia e colocada como padrão de beleza. O empregador ainda busca a moça de "boa aparência". Assim,

as mulheres sofrem dupla pressão no mercado de trabalho, a exigência de qualificação profissional e da aparência física.

O assédio sexual ainda é uma realidade para a mulher no mundo do trabalho, isso decorre da própria cultura patriarcal que

foi colocando o homem como o senhor do corpo da mulher. (...) O homem ainda atribui à mulher a dupla jornada, já que

o lar é sua responsabilidade, mas muitos valores sobre as mulheres já estão mudando (...). COSTA, Lúcia Cortes da. Gênero:

Uma Questão Feminina? Fonte: http://www.uepg.br/nupes/genero.htm

TEXTO II

“Entrando no sexto ano de vigência da Lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, o governo federal e o sistema

de justiça do país unem esforços para aprofundar o enfrentamento da violência contra a mulher. Para colaborar com esse

compromisso, CEBELA (Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos) e FLACSO (Faculdade Latino-Americana de

Ciências Sociais) divulgam uma atualização do Mapa da Violência 2012: Homicídio de Mulheres no Brasil, incorporando

os novos dados - de homicídios e de atendimentos via SUS, que no relatório anterior eram ainda preliminares -

recentemente liberados pelo Ministério da Saúde. Entre os dados destaca-se que, em 30 anos, decorridos entre 1980 e

2010 foram assassinadas no país acima de 92 mil mulheres, 43,7 mil só na última década. O número de mortes nesse

período passou de 1.353 para 4.465, que representa um aumento de 230%, mais que triplicando o quantitativo de

mulheres vítimas de assassinato no país”. Fonte:http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1975&catid=36

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De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre o tema “gênero” podemos afirmar que estão

corretas:

I) A cultura patriarcal persiste mesmo com as lutas recentes contra a desigualdade e opressão de gênero.

II) É possível identificar através de diferentes pesquisas que as mulheres continuam a receber menores salários

do que os homens.

III) O modelo de família e sociedade patriarcal surgiu no capitalismo.

IV) Após a incorporação da mulher no mercado de trabalho e a vigência da Lei Maria da Penha reduziram-se

as preocupações sobre a opressão contra a mulher no mundo contemporâneo.

V) A luta organizada de mulheres trabalhadoras existe desde as primeiras formas de organização social.

Estão corretas as alternativas:

a) II, III, IV e V apenas

b) I e II apenas

c) I, II, III e V apenas

d) I, II e V apenas

e) I, II, III, apenas

38- A pobreza e as desigualdades sociais eram interpretadas no período medieval (sociedade feudal) e na

transição para o capitalismo (séculos XVI a XVIII) pelas elites burguesas respectivamente como:

a) Fruto da exploração do ser humano (período medieval). Da preguiça e indolência dos indivíduos (visão burguesa).

b) Como condição de nascença e destino (período medieval). Não natural, fruto da luta de classes (visão burguesa).

c) Como algo natural e inevitável (período medieval). Resultado da exploração da burguesia sobre o proletariado

(visão burguesa).

d) De forma positiva, pois a salvação estaria no além-mundo além de despertar compaixão e caridade (período

medieval). Como preguiça e depois como “perigo social” (visão burguesa).

39-Leia os trechos da reportagem abaixo: “O Brasil é o líder mundial das exportações de etanol, com 3,2 bilhões de litros vendidos ao exterior em 2006, e caminha para

mais do que dobrar sua produção nos próximos cinco anos. A União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Única), principal

entidade do setor, prevê um salto dos 17,8 bilhões de litros da última safra, finalizada em abril, para 38 bilhões, em 2012. Nesse

período, 76 novas usinas deverão se somar às 325 atualmente em operação, e as terras ocupadas com canaviais aumentarão de 6,5

milhões de hectares para 10 milhões (...)A euforia em torno desses números astronômicos tem a ver com a explosão do interesse

internacional pelos biocombustíveis, vistos como uma fonte de energia ecologicamente correta, capaz de compensar, ainda que

parcialmente, a escassez de petróleo sem agravar o aquecimento global. O etanol, assim como o biodiesel, é considerado um

combustível de “emissão zero”, pois o carbono que libera na sua combustão é equivalente ao que as plantas usadas como matéria-

prima acumulam no seu crescimento natural. Enfim, a solução perfeita. Mas o discurso otimista da energia “verde” omite ou

minimiza os impactos ambientais e sociais associados ao cultivo desses vegetais na escala gigantesca indispensável para que o

etanol gere os efeitos econômicos almejados”.

FUSER, Igor. O Etanol e o verde enganador. Igor Fuser é jornalista, professor de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero e

integrante da redação da revista Caros Amigos. 05/12/2007

Os meios de comunicação social têm destacado o papel internacional que o Brasil pode ter quanto à produção

dos biocombustíveis. O etanol produzido a partir da cana de açúcar é um desses biocombustíveis. Essa inserção

é vista por alguns economistas como se o Brasil fosse uma “fazenda para o mundo”. No entanto, a produção de

biocombustíveis tem sofrido críticas de movimentos sociais no campo e de movimentos ambientalistas pelo fato

que:

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I- Significa uma potencial ampliação das áreas a serem devastadas para o plantio, por exemplo, da cana-de- açúcar e

da soja.

II- Representa uma nova inserção do Brasil na divisão internacional do trabalho que pode levar a superação da

condição do país de periferia do capitalismo.

III- Trata-se de uma inserção que garantirá uma efetiva soberania nacional, pois aumentará as exportações.

IV- Pode implicar relações de trabalho como as que se utilizam do deslocamento de mão-de-obra, impactando

positivamente a demanda por assistência médica e educacional em certas regiões.

V-Reforça o monocultivo na terra e a degradação ambiental decorrente de queimadas e esgotamento do solo.

VI-A Produção de álcool etanol convive com altos investimentos em bioquímica e genética e, ao mesmo tempo, com

condições precárias de trabalho nos canaviais.

Estão corretas as alternativas:

a) I, II, IV e V

b) III, V e VI

c) I, IV, V e VI

d) II, V e VI

e) I, V e VI

40-(ENEM) Álcool, crescimento e pobreza.

O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média R$ 2,50 por tonelada de cana cortada. Nos anos 80, esse trabalhador

cortava cinco toneladas de cana por dia. A mecanização da colheita o obrigou a ser mais produtivo. O corta-cana

derruba agora oito toneladas por dia. O trabalhador deve cortar a cana rente ao chão, encurvado. Usa roupas mal-

ajambradas, quentes, que lhe cobrem o corpo, para que não seja lanhado pelas folhas da planta. O excesso de trabalho

causa a birola: tontura, desmaio, cãibra, convulsão. A fim de agüentar dores e cansaço, esse trabalhador toma drogas e

soluções de glicose, quando não farinha mesmo. Tem aumentado o número de mortes por exaustão nos canaviais. O

setor da cana produz hoje uns 3,5% do PIB. Exporta US$ 8 bilhões. Gera toda a energia elétrica que consome e ainda

vende excedentes. A indústria de São Paulo contrata cientistas e engenheiros para desenvolver máquinas e

equipamentos mais eficientes para as usinas de álcool. As pesquisas, privada e pública, na área agrícola (cana, laranja,

eucalipto etc.) desenvolvem a bioquímica e a genética no país. Folha de S. Paulo, 11/3/2007 (com adaptações).

Confrontando-se as informações do texto com as da charge acima, conclui-se que:

a) a charge contradiz o texto ao mostrar que o Brasil possui tecnologia avançada no setor agrícola.

b) a charge e o texto abordam, a respeito da cana-deaçúcar brasileira, duas realidades distintas e sem relação entre si.

c) o texto e a charge consideram a agricultura brasileira avançada, do ponto de vista tecnológico.

d) a charge mostra o cotidiano do trabalhador, e o texto defende o fim da mecanização da produção da canade- açúcar

no setor sucroalcooleiro.

e) o texto mostra disparidades na agricultura brasileira, na qual convivem alta tecnologia e condições precárias de

trabalho, que a charge ironiza.

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41-(UEM, adaptada) Considerando o tema desigualdade social no Brasil, assinale V ou F:

( ) A pobreza está em grande parte relacionada à crença na fartura do nosso solo e na oferta abundante de frutos,

plantas e alimentos. Essa crença leva diversas pessoas a acreditarem que, no nosso país, não há necessidade de

trabalhar.

( ) À medida que a sociedade brasileira se industrializou e se urbanizou, foi se constituindo, nas cidades, uma grande

massa de desempregados e de pessoas excluídas dos trabalhos legais e formais do sistema produtivo.

( ) Pesquisas realizadas por organismos nacionais e internacionais apontam que os negros e os pardos brasileiros

recebem salários menores e têm acesso restrito às melhores condições de habitação, saúde e educação formal.

( ) Os avanços tecnológicos de nossa sociedade tendem a difundir os benefícios sociais a todas as classes sociais.

Nesse sentido, a pobreza é considerada hoje uma situação social em vias de extinção.

( ) As condições precárias de saúde, habitação e educação de diversas regiões do nosso país são decorrentes da baixa

produção de bens, serviços e riquezas

42-(UEM) Em entrevista concedida a uma revista nacional, a subsecretária-geral da ONU e diretora do Programa nas

Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, Anna Tibaijuka, ao ser perguntada sobre o futuro das cidades na atual ordem global, respondeu da seguinte maneira: “Há vários futuros. Algumas cidades têm futuro brilhante: criação de oportunidades, melhoria e aperfeiçoamento da qualidade de vida, ampliação das liberdades sociais, culturais e políticas.

Outras têm futuro menos promissor, com declínio natural e perda da importância, não só em âmbito internacional, mas também nacional. Quando examinadas a partir da perspectiva regional, algumas regiões como a Ásia vão prosperar

enquanto outras, como a África Subsaariana, continuarão lutando pela prestação de serviços básicos. Se a falta de moradia adequada e de serviços básicos (que é um problema de governo) não for solucionada, o número de moradores de favelas nas cidades vai aumentar, o que consequentemente ampliará o fosso urbano; a agitação social e os movimentos sociais tenderão

a aumentar, impondo risco à vida nas cidades” (Entrevista concedida à Revista Desafios do Desenvolvimento, IPEA, fevereiro-março de 2010, ano 7, n.º 59, p. 13).

Considerando as afirmações da subsecretária-geral da ONU e o tema “As transformações no espaço urbano e

rural”, assinale V ou F:

( ) A globalização dos mercados não é acompanhada, necessariamente, por uma distribuição da riqueza que seja

capaz de reduzir os problemas urbanos existentes em várias regiões do mundo.

( ) Parte significativa dos problemas urbanos atuais já não decorre do êxodo rural, mas do modo de inserção das

cidades na economia global.

( ) Segundo Anna Tibaijuka, as cidades africanas estão condenadas ao subdesenvolvimento, ao contrário das cidades

asiáticas.

( ) A expressão “fosso urbano” é empregada para caracterizar as desigualdades de acesso aos equipamentos urbanos

por diferentes grupos e classes sociais.

( ) Pode-se concluir do texto que nas cidades europeias não ocorre falta de moradias adequadas e de serviços urbanos

básicos.

43-(UEL) Em novembro último, 100 policiais foram mobilizados para retirar 50 indígenas avá-guarani que

haviam ocupado o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná. A desocupação foi tensa, mas os indígenas acabaram

deixando o local pacificamente, após rezarem e dançarem, em um ritual comandado pelo Pajé. Com base no

texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:

a) A despeito de terem o direito legal de habitar no Parque, os indígenas o desocuparam pelo fato de os brancos terem

profanado seu lugar de culto religioso.

b) A presença dos povos indígenas é inconciliável com medidas de conservação ambiental, daí a necessária interdição

plena das florestas e remanescentes em que vivem.

c) A retirada dos indígenas marcou o encerramento das atividades de exploração comercial no Parque Nacional do

Iguaçu.

d) A jurisprudência acerca da incompatibilidade entre os rituais religiosos dos avá-guarani e os preceitos religiosos

hegemônicos no Brasil motivou a desocupação do Parque.

e) Apesar de serem os tradicionais ocupantes da região, os indígenas foram retirados do Parque, por meio do uso de

expedientes legais elaborados pelos e para os brancos.

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44- A questão étnico-racial no Brasil.

“Um estudo divulgado nesta quarta-feira (13) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que um trabalhador negro recebe em média um salário 36,1% menor que o de um não negro, independentemente da região onde mora ou de sua escolaridade. Segundo o estudo, a diferença salarial e de oportunidades de trabalho são ainda maiores nos

cargos de chefia. A pesquisa 'Os negros nos mercados de trabalho metropolitanos' foi feita nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo.

O estudo destaca que a desvantagem registrada entre a remuneração de negros e não negros é pouco influenciada pela região analisada, horas trabalhadas ou setor de atividade da economia. A pesquisadora mostra que nas áreas metropolitanas, os negros correspondem a 48,2% dos ocupados, mas, em média, recebem por seu trabalho 63,9% do que recebem os não negros. Entre os

trabalhadores com nível superior completo, a média de rendimentos por hora é de R$ 17,39 entre os negros, e de R$ 29,03 entre os não negros. (...) A pesquisa aponta ainda que os negros se concentram nas ocupações de menor prestígio e valorização como pedreiros, serventes, pintores, caiadores e trabalhadores braçais na construção, faxineiros, lixeiros, serventes, camareiros e

empregados domésticos.” Fonte: portal G1.com 13/11/2013. Trabalhador negro ganha 36% menos que o não negro, diz estudo do DIEESE. http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2013/11/trabalhador-negro-ganha-36-menos-que-o-nao-negro-diz-estudo-do-dieese.html

Além dos dados sobre renda, a questão étnico-racial também está presente em outros indicadores.

Segundo o “Mapa da Violência 2012”, publicado pelo governo federal, no ano de 2010 o percentual de

homicídios da população negra foi 149% maior do que a população branca (em números absolutos foram

34.983 homicídios de negros ante 14.047 homicídios de brancos em 2010).

Com base nos textos e nos conhecimentos sobre a questão racial no Brasil, é correto afirmar:

a) O racismo é produto de ações sociais isoladas desconectadas dos conflitos ocorridos entre os grupos étnicos.

b) A escravatura amena e a democracia nas relações étnicas levaram à elaboração de um “racismo brando”.

c) As oportunidades sociais estão abertas a todos que se esforçam e independem da “cor” do indivíduo.

d) Nas relações sociais a “cor” da pessoa é tomada como símbolo da posição social.

e) O comportamento racista vai deixando de existir, paulatinamente, a partir da abolição da escravidão.

45- (UFPR-Litoral) "Moradores de rua" são a figura mais perfeita do abandono que está no imo da devoração

capitalista. Convive-se com eles nos bairros elegantes das cidades grandes como se fossem um estorvo ou, para quem

pensa de um modo mais humanitário, como um problema social a ser resolvido filantropicamente.

(TIBURI, Márcia. “Ninguém mora onde não mora ninguém”. In: Revista Cult, ano 14, nº 155, mar. 2011, p. 27.)

Com base no texto e nos conhecimentos, considere as afirmações a seguir:

1. No texto, a expressão “a figura mais perfeita do abandono que está no imo da devoração capitalista” revela a

condição de subalternidade das populações de rua nas sociedades capitalistas.

2. O título do artigo – “Ninguém mora onde não mora ninguém” – coloca em debate a ausência dos direitos sociais

básicos que marca o cotidiano de determinados setores da população, neste caso o direito à moradia digna.

3. As populações de rua optam por morar nos bairros elegantes das grandes cidades porque os ricos em geral são mais

sensíveis ao apelo humanitário e dedicam-se à filantropia.

4. No contexto da sociedade capitalista, o meio mais eficaz de solucionar o problema dos moradores de rua é a

realização sistemática de ações de caridade pelo Estado.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.

b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.

e) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.

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46- (UEM) Leia o texto a seguir.

“Nos últimos anos, a periferia tornou-se algo importante. Pouco a pouco a palavra foi adquirindo novos sentidos e hoje é moeda

corrente em conversas de políticos, programas de partidos, nos planos de governo, em discursos de militante de base e, como não

poderia deixar de ser, nas análises dos cientistas sociais. De tão usada, transformou-se em uma espécie de moda. E como talvez

aconteça com toda moda, a difusão acabou por lhe retirar conteúdo: ‘periferia’ quer dizer muita coisa e, ao mesmo tempo, não

serve para explicar quase nada.

A palavra é usada para designar os limites, as franjas da cidade, talvez em substituição a expressões mais antigas, como

‘subúrbio’. Mas sua referência não é apenas geográfica: além de indicar distância, aponta para aquilo que é precário, carente,

desprivilegiado em termos de serviços públicos e infraestrutura urbana.

Seguramente, a ‘periferia’ não é o primeiro tipo de espaço urbano deficiente que existiu em nossas metrópoles, e não foi

simplesmente o fato de existir enquanto tal que chamou a atenção de todos. Se ficou tão conhecida, foi provavelmente porque,

desde meados da década de 70, seus moradores, armados de faixas e cartazes e reunidos em grupos, aprenderam o caminho da

prefeitura e de como exigir da administração pública aquilo a que tinham direito: ônibus, água, luz, posto policial, etc., etc.”

CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. A política dos outros: o cotidiano dos moradores da periferia e o que pensam do poder e

dos poderosos. São Paulo: Brasiliense, 1984, p. 7.

Tendo como referência o texto de Teresa Caldeira, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

( ) A periferia se torna conhecida quando seus moradores se organizam para pleitear seus direitos junto ao poder público.

( ) A luta dos moradores da periferia por melhores condições de vida exige do poder público soluções para as áreas do transporte e

da segurança.

( ) O princípio norteador do movimento dos moradores da periferia é a luta contra os moradores dos bairros centrais da cidade.

( ) Uma análise sociológica do processo político desencadeado pelos moradores da periferia indica que eles organizaram um

movimento social.

47- Assinale V pra verdadeiro ou F para falso:

( ) Ao longo do século XIX, a discriminação fundamentada na religião e na descendência foi perdendo terreno, e os critérios de

diferenciação racial ganharam o sentido moderno, pseudo-científico, que o termo “raça” passou a incorporar.

( ) A segregação social e espacial que se produz no espaço das cidades não tem relação com a formação de centros e periferias

urbanas.

( ) A ideia de raça teve grande repercussão no Brasil justamente nos últimos anos da escravidão e na Primeira República (1889-

1930). Pensar o mundo republicano e sem escravidão não quer dizer pensar uma sociedade de oportunidades iguais; muito pelo

contrário, a preocupação estava em garantir que brancos e negros continuariam sendo não só diferentes, mas desiguais.

( ) Podemos falar de uma teoria da “suspeição generalizada”, vigente pelo menos desde o final do século XIX e início do XX,

fruto de um passado de segregação no Brasil, quando se constrói uma cultura que legitima políticas de controle social contra as

chamadas classes perigosas.

48- O censo 2010 do IBGE revelou existir no Brasil 6,07 milhões de domicílios vagos, constatando que para se

assentar a população carente de moradia o governo precisaria dispor de 5,8 milhões de moradias. Ou seja, a

quantidade de imóveis vazios no Brasil supera em cerca de 200 mil a quantidade de imóveis que o governo

precisaria construir. A nossa Constituição (artigos 182, 183, CF 1988) prevê a aplicação do princípio da função

social da propriedade. Sobre tal tema leia reportagem abaixo:

“O número de domicílios vagos na cidade de São Paulo seria suficiente para resolver o atual déficit de moradia. E ainda

sobrariam casas. Existem, na capital, cerca de 290 mil imóveis que não são habitados, segundo dados preliminares do Censo 2010.

Atualmente, 130 mil famílias não têm onde morar, de acordo com a Secretaria Municipal de Habitação – quem vive em habitações

irregulares ou precárias, como favelas ou cortiços, não entra nessa conta.

Os recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) encontraram 3.933.448 domicílios residenciais

na capital, onde vivem 11.244.369 pessoas. (...). O Censo de 2000 já mostrava que a capital tinha mais casas vazias do que gente

precisando de um lugar para morar, segundo a urbanista Raquel Rolnik, relatora especial da Organização das Nações Unidas

(ONU) para o direito à moradia adequada e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP (...)

A relatora da ONU avalia que, mesmo que parte desses imóveis precisasse passar por reforma antes de ser destinado à

moradia popular, seria possível, pelo menos, reduzir o número de famílias sem teto. Um dos maiores entraves para a solução do

problema porém é o preço do solo. “A moradia tem, como função principal, ser um ativo financeiro, e acaba não desempenhando

sua função social”, diz a professora da FAU-USP.

O direito de morar no centro da cidade, onde há maior oferta de trabalho e de transportes públicos, é uma das bandeiras

da Frente de Luta por Moradia (FLM), que ocupou quatro prédios abandonados do centro com cerca de 2.080 famílias em 3 de

outubro. Como a Justiça determinou a reintegração de posse de dois desses imóveis, parte dos sem-teto está vivendo na calçada da

Câmara.“Os imóveis vazios identificados pelo Censo resolveriam pelo menos 40% do nosso problema”, afirma Osmar Borges,

coordenador-geral da FLM. Segundo ele, falta moradia para cerca de 800 mil famílias na cidade. “Falta uma política de habitação

que contemple os domicílios vazios. O IPTU progressivo deveria ser usado para forçar o preço a cair”, diz. (...)”. Fonte: http://umhistoriador.wordpress.com/2013/10/30/moradia-ha-mais-imoveis-vazios-do-que-familias-sem-moradia-em-sao-paulo/. 30/10/2013.

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Sobre a chamada questão social e urbana pode-se afirmar que:

a) A existência de uma política de segregação social e espacial não é universal sendo característica apenas do processo

de urbanização da América Latina.

b) Na cidade de Curitiba não é possível perceber um processo de segregação social e espacial.

c) Os interesses do capital imobiliário muitas vezes prevalecem com ações de reintegração de posse diante de ações de

ocupação de domicílios abandonados realizado por movimentos socais que lutem por moradia, os chamados sem-teto.

d) A função social da propriedade prevista em nossa Constituição Federal (1988) não é um instrumento jurídico

adequado para se tentar resolver o déficit de moradias em grandes cidades.

49- (ENEM). “Coube aos Xavantes e aos Timbira, povos indígenas do Cerrado, um recente e marcante gesto simbólico: a realização de sua tradicional corridas de toras (de buriti) em plena Avenida Paulista (SP), para denunciar o cerco de suas terras e a degradação de seus entornos pelo avanço do agronegócio”. RICARDO, B.; RICARDO, F. Povos indígenas do Brasil: 2001-

2005. São Paulo: Instituto Socio-Ambiental, 2006 (adaptado).

A questão indígena contemporânea no Brasil evidencia a relação dos usos socioculturais da terra com os atuais

problemas socioambientais, caracterizados pelas tensões entre:

a) A expansão territorial do agronegócio, em especial nas regiões Centro-Oeste e Norte, e as leis de proteção indígena

e ambiental.

b) Os grileiros articuladores do agronegócio e os povos indígenas pouco organizados do Cerrado.

c) As leis mais brandas sobre o uso tradicional do meio ambiente e as severas lei sobre o uso capitalista do meio

ambiente.

d) Os povos indígenas do Cerrado e os polos econômicos representados pelas elites industriais paulistas.

e) O campo e a cidade no Cerrado, que faz com que as terras indígenas dali sejam alvo de invasões urbanas.

50- (ENEM) Questão Agrária Texto I

A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país. Cerca de 1% de

todos os proprietário controla 46% das terras. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes

propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988. Também ocupamos as fazendas que tem

origem na grilagem de terras públicas. Disponível em www.mst.org.br. Acesso em 25 ago. 2011 (adaptado)

Texto II

O pequeno proprietário rural é igual a um pequeno proprietário de loja: quanto menor o negócio mais difícil de manter,

pois tem de ser produtivo e os encargos são difíceis de arcar. Sou a favor de propriedades produtivas e sustentáveis e que gerem

empregos. Apoiar uma empresa produtiva que gere emprego é muito mais barato e gera muito mais do que apoiar a reforma

agrária. LESSA, C. Disponível em www.observatoriopolitico.org.br. Acesso em 25 ago. 2011 (adaptado)

Nos fragmentos dos textos, os posicionamentos em relação à reforma agrária se opõem. Isso acontece

porque os autores associam reforma agrária, respectivamente a:

a) Redução do inchaço urbano e a crítica ao minifúndio camponês.

b) Ampliação da renda nacional e a prioridade ao mercado externo.

c) Contenção da mecanização agrícola e ao combate ao êxodo rural.

d) Privatização de empresas estatais e ao estímulo ao crescimento econômico.

e) Correção de distorções históricas e o prejuízo ao agronegócio.

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Eixo Temático: Cultura e Sociedade

51-Considerando o texto abaixo e o que a Sociologia aceita como válido para o tema da diversidade étnica,

assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

“Ao analisar os Arapesh, os Munduguno e os Chambuli, três povos da nova Guiné, na Oceania, [a antropóloga

Margareth] Mead percebeu diferenças significativas. Entre os Arapesh não havia diferenciação entre homens e mulheres, pois ambos eram educados para ser dóceis e sensíveis e servir aos outros.

Também entre os Mundugunos não havia diferenciação: indivíduos de ambos os sexos eram treinados para a agressividade, caracterizando-se por relações de rivalidade, e não de afeição. Entre os Chambuli, finalmente, havia diferença entre homens e mulheres, mas de modo distinto do padrão que conhecemos: a mulher era educada para ser

extrovertida, empreendedora, dinâmica e solidária com os membros de seu sexo. Já os homens, eram educados para ser sensíveis, preocupados com a aparência e invejosos, o que os tornava inseguros”. TOMAZI, N. D. Sociologia para o Ensino

Médio. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 173.

I) Segundo a Sociologia, a não diferenciação dos papéis masculinos e femininos entre os Arapesh e os

Mundugunos indica o seu atraso cultural, quando comparados às sociedades contemporâneas ocidentais.

II) Dos povos mencionados no texto, apenas o padrão educacional dos Chambuli pode ser enquadrado no que

Émile Durkheim denomina fato social.

III) Pode-se concluir do texto que a cultura vigente em uma determinada sociedade contribui para o

estabelecimento das diferenças existentes entre a personalidade feminina e a masculina;

IV) Para a Sociologia, a educação que os Chambuli fornece aos homens não é adequada, porque contraria as

características naturais da masculinidade.

V) A diversidade de valores religiosos e de modos de produção encontrada na história da humanidade ajuda a

compreender os motivos pelos quais, em diferentes grupos e momentos históricos, homens e mulheres assumiram

papéis diferenciados na sociedade.

Estão corretas as alternativas:

a) I, II e IV

b) III, IV e V

c) II e IV

d) III e V

e) II, III e V

52-Sobre o conceito de etnocentrismo, leia o texto a seguir e assinale a alternativa correta.

“O etnocentrismo, de fato, é um fenômeno universal. É comum a crença de que a própria sociedade é o centro da humanidade, ou mesmo a sua única expressão. As autodeterminações de diferentes grupos refletem este ponto de vista. Os Cheyene, índios das planícies norteamericanas, se autodenominavam ‘os entes humanos’; os Akuáwa, grupo

Tupi do Sul do Pará, consideram-se ‘os homens’; da mesma forma que os Navajo se intitulam ‘o povo’. [...] É comum assim a crença no povo eleito, predestinado por seres sobrenaturais para ser superior aos demais. Tais crenças contêm o germe do racismo, da intolerância, e, frequentemente, são utilizadas para justificar a violência praticada contra os

outros”. LARAIA, Roque de B.. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

a) O preconceito direcionado a outras culturas é característica de sociedades agrárias, não sendo verificado em

organizações sociais complexas.

b) O etnocentrismo frequentemente se manifesta pela crença de uma predestinação, de uma ideia de

superioridade perante o diferente.

c) A autodeterminação de um povo como centro da humanidade é uma estratégia consciente de afirmação de sua

identidade; portanto, não pode estar associada ao racismo e à intolerância.

d) As crenças de um povo sobre a sua própria superioridade acarretam sentimentos de solidariedade que se

manifestam pelo estabelecimento de relações de amizade e cooperação mútua com outros povos.

53-Considerando a temática da diversidade étnica, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

( ) A abordagem sociológica da cultura dos diferentes grupos étnicos exige que o pesquisador não crie

hierarquias entre eles.

( ) O olhar etnocêntrico é aquele que vê a cultura do outro a partir de referências dadas pela sua própria cultura.

( ) A concepção de que a Europa tem uma cultura mais avançada do que a do “Novo Mundo” legitimou as

ações colonialistas, que visavam à dominação de diversos povos e de suas culturas.

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( ) A análise crítica da cultura dos povos indígenas e dos grupos étnicos que habitam as regiões Norte e

Nordeste do Brasil confere centralidade aos aspectos climáticos que determinam suas práticas culturais.

( ) A diversidade cultural se explica em razão do processo histórico de singularização das culturas dos diversos

grupos sociais que integram uma mesma sociedade.

54- As grandes navegações europeias do século XV promoveram o contato entre povos e culturas bastante

diversos. Considerando esse fato e as interpretações associadas à produção de diferenças culturais,

assinale V (verdadeiro) ou F (falso):

( ) É amplamente aceita até os dias atuais pela sociologia a ideia formulada no século XIX de que as diferenças

culturais existentes entre os povos são determinadas diretamente pela localização geográfica.

( ) No século XIX, obtiveram grande prestígio as teorias que afirmavam que a inferioridade racial dos negros e

dos índios era responsável pelo seu atraso moral e intelectual diante dos brancos europeus.

( ) Quando chegaram ao continente americano, os portugueses encontraram, no território que posteriormente

seria reconhecido como brasileiro, um conjunto culturalmente homogêneo de comunidades indígenas, que

possuíam as mesmas crenças, linguagem e valores.

( ) A perspectiva etnocêntrica prevalece quando se atribuem valores de julgamento às crenças e aos costumes

do “outro”, tendo como referência absoluta a própria cultura. Por isso, ela pode promover posturas de

intolerância.

( ) Denominamos “relativista” a perspectiva que nega veementemente as diferenças culturais existentes entre os

povos, salientando somente os traços que lhes são comuns.

55-Assinale V (verdadeiro) ou F (falso):

( ) Ibn Khaldun, filósofo árabe do século XVI, acreditava que os habitantes dos climas quentes tinham uma

natureza passional, enquanto aos dos climas frios faltava a vivacidade. Tal visão foi chamada de determinismo

geográfico.

( ) O que define uma raça ou uma etnia é uma construção social, isto é, as diferenças físicas, culturais,

comportamentais ou morais (reais ou imaginárias) são sempre atribuídas pelos grupos que as definem, sejam os

próprios membros ou os outros com quem se relacionam.

( ) A espécie humana se diferencia anatômica e fisiologicamente através do dimorfismo sexual (diferenciação

biológica entre homens e mulheres), mas é falso que as diferenças de comportamento existentes entre pessoas de

sexos diferentes sejam determinadas biologicamente. A antropologia tem demonstrado que muitas atividades

atribuídas às mulheres em uma cultura podem ser atribuídas aos homens em outra.

( ) Antes da aceitação do princípio da igualdade genética, os homens se preocupavam com a diversidade de

modos de comportamento existentes entre os diferentes povos. Tais considerações ao longo da história

estiveram livres de preconceitos etnocêntricos manifestando-se apenas no século XX com o nazismo e o

apartheid.

( ) A noção de evolução biológica corresponde a uma hipótese dotada de altos coeficientes de probabilidade

nas ciências naturais (biologia). A noção de evolução social, aceita como tese forte até o século XX, pensava a

espécie humana como única, dotada com formas de desenvolvimento desigual, classificando a humanidade em

estágios mais ou menos evoluídos nas quais a sociedade industrial europeia era vista como parâmetro de

civilização.

( ) Termos como “selvagem”, “bárbaro”, “primitivo” foram e são exemplos de atitudes etnocêntricas.

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56- Considerando o debate sociológico acerca do conceito de cultura:

I) Quando os sociólogos falam de cultura, eles se remetem a um conjunto de crenças, regras, manifestações

artísticas, técnicas, tradições, ensinamentos e costumes produzidos e transmitidos no interior de uma sociedade.

II) Nas sociedades ocidentais, uma instituição social, como a escola, não tem grande peso no processo de

transmissão cultural.

III) Não há sociedade sem cultura. As características culturais são possíveis de serem definidas pelo estilo ou

modo de vida próprio de cada sociedade.

IV) Os sociólogos são capazes de identificar a diversidade que caracteriza a humanidade por meio da

observação dos padrões culturais.

V) A cultura de uma determinada sociedade constitui uma unidade estática, um núcleo organizado de padrões de

comportamento que não sofrem influências culturais de outras sociedades.

Estão corretas as alternativas:

a)I, II e III

b I, III, IV e V

c) III e IV

d) II, IV e V

e) I, III e IV

57- “Somos o segundo país no ranking em número de cirurgias plásticas, atrás apenas dos Estados Unidos. Nesta década, uma série de clínicas passou a oferecer serviços de turismo de saúde, recebendo mulheres de diversas partes do mundo

para serem operadas aqui. Outro procedimento que virou uma febre foi a aplicação de botox: cresceu 5.000% no mundo, desde 1997.” (Revista ÉPOCA, 26 de maio de 2008)

Com o desenvolvimento social e tecnológico, o corpo já não é mais apenas uma parte natural do indivíduo.

Há aspectos das experiências corporais humanas que dizem respeito também à ciência e à tecnologia.

Considerando que o campo da Sociologia do Corpo centra-se no modo como os corpos sofrem

ressignificações influenciadas por diferentes forças sociais, assinale a opção correta:

a) Nem todas as sociedades têm concepções sobre o bom funcionamento do corpo, a saúde e a doença.

b) As investigações sociológicas demonstraram que não existe relação entre doença e as desigualdades sociais.

c) A anorexia e outros problemas alimentares afetam principalmente mulheres jovens e estão associadas às

mudanças radicais pelas quais passam as sociedades modernas, em particular mudanças nos padrões de consumo e

beleza, aos interesses industriais e na pressão social sobre as mulheres na sociedade.

d) O estudo do envelhecimento, como tal, não pertence ao campo da Sociologia do Corpo. Em verdade, a Geriatria

é a Ciência que possui a velhice como objeto, de modo que toda e qualquer análise sobre o envelhecimento tem que

considerar, em primeiro lugar, a questão fisiológica.

e) A noção de beleza vem da genética e é utilizada pela indústria da moda para se reforçar determinados padrões;

58 (ENEM)-A África também já serviu como ponto de partida para comédias bem vulgares, mas de muito sucesso, como Um

Príncipe em Nova York e Ace Ventura: um maluco na África; em ambas, a África parece um lugar cheio de tribos doidas e

rituais de desenho animado. A animação O Rei Leão, da Disney, o mais bem sucedido filme americano ambientado na África

não chegava a contar com elenco de seres humanos. LEIBOWITZ, E. Filmes de Hollywood sobre África ficam no clichê.

A produção cinematográfica referida no texto contribui para a constituição de uma memória sobre a África

e seus habitantes. Essa memória enfatiza e negligencia, respectivamente, os seguintes aspectos do continente

africano:

a) A história e a natureza

b) O exotismo e as culturas

c) A sociedade e a economia

d) O comércio e o ambiente

e) A diversidade e a política

59-Sobre a matriz afro no Brasil: [...] Os negros do Brasil foram trazidos principalmente da costa ocidental africana. Arthur Ramos (1940, 1942, 1946),

prosseguindo os estudos de Nina Rodrigues (1939, 1945), distingue, quanto aos tipos culturais, três grandes grupos. O

primeiro, das culturas sudanesas, é representado, principalmente, pelos grupos Yoruba ‐ chamados nagô ‐, pelos Dahomey –

designados geralmente como gegê ‐ e pelos Fanti‐Ashanti – conhecidos como mircas ‐, além de muitos representantes de

grupos menores da Gâmbia, Serra Leoa, Costa da Malagueta e Costa do Marfim. O segundo grupo trouxe ao Brasil culturas

africanas islamizadas, principalmente os Peuhl, os Mandinga e os Haussa, do norte da Nigéria, identificados na Bahia como

negros malé e no Rio de Janeiro como negros alufá. O terceiro grupo cultural africano era integrado por tribos Bantu, do grupo

congo‐angolês, provenientes da área hoje compreendida pela Angola e a "Contra Costa", que corresponde ao atual território de

Moçambique. [...]. (RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro, p. 113-114).

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Assinale V (verdadeiro) ou F (falso):

( ) Por oposição à bruxaria, de origem europeia, a noção de feitiçaria foi construída, a partir do século XVI, pelos

missionários católicos na África, para dar conta das falsas crenças encontradas nos ritos nativos. Foi preciso muitos

séculos e muitas disputas para que essas práticas viessem a ser percebidas (e respeitadas) pela sociedade brasileira

como religiões africanas ou, mais recentemente, como religiões afro-brasileiras.

( ) O racismo institucional opera de forma a induzir, manter e condicionar a organização e a ação do Estado, suas

instituições e políticas públicas – atuando também nas instituições privadas, produzindo e reproduzindo uma

hierarquia racial.

( ) Não é possível afirmar a existência de uma correlação direta entre homicídios e o quesito “cor”. Nos estados

do Brasil onde existe maioria da população negra as estatísticas de homicídios são maiores. Nos estados onde os

negros são minoria tal afirmação não pode ser realizada.

( ) A abolição da escravidão no Brasil permitiu que o quesito cor deixasse de tornar-se símbolo de posição

social.

60-São características da sociedade e cultura caipira, EXCETO:

a) Existência de relações sociais de caráter comunitário.

b) As levas migratórias do interior para os grandes centros urbanos em diversas regiões do país não pode ser

relacionada com a condição social do jeca tatu, personagem clássico da literatura nacional.

c) Influência histórica do catolicismo mesclada com aspectos das religiosidades africanas e indígenas.

d) O Brasil caipira passou no século XIX, de uma economia de subsistência ao assalariamento rural,

marginalizando seu componente tradicional: o caipira.

e) A palavra “caipira” vem do tupi, associada a morador do mato. O dialeto caipira está vinculado ao português

arcaico e ao nheengatu de matriz tupi.

61-São características do Brasil Caboclo, na definição dada por Darcy Ribeiro:

a) É o mundo do gado e do couro. Dele dependem para tudo. Ambos regulam a vida destes brasileiros. A área em

que vaquejam e tropeiam é imensa.

b) Esparramados pelo planalto paulista, começando praticamente do nada, primeiro emergiram os índios

abrasileirados, ditos mamelucos, em meio a um número insignificante de brancos.

c) Resultado da expansão paulista para o sul atrás de gado e tropas de mulas se formaram as estâncias gaúchas. E

com elas a figura dominante do cavaleiro gaúcho, misto de branco com indígena.

d) Vastíssimos cafezais fizeram dos paulistas os maiores produtores mundiais de café, o que atraiu poderosa

imigração europeia e capitais internacionais.

e) Durante séculos, devido ao abandono da região, restaram estagnados e ausentes de qualquer participação com o

restante do País. O que trouxe intensa atividade econômica foi a exploração da borracha, valioso produto de

exportação, favorecendo a expansão de alguns centros urbanos e atraindo para lá levas de nordestinos que se

tornaram seringueiros.

62-Leia a letra e a reportagem abaixo:

Asa Branca Luiz Gonzaga

Quando olhei a terra ardendo

Com a fogueira de São João

Eu perguntei a Deus do céu, ai

Por que tamanha judiação

Eu perguntei a Deus do céu, ai

Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia

Nem um pé de prantação

Por falta d'água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão

Por farta d'água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca

Bateu asas do sertão

Então eu disse, adeus Rosinha

Guarda contigo meu coração

Então eu disse, adeus Rosinha

Guarda contigo meu coração

Hoje longe, muitas légua

Numa triste solidão

Espero a chuva cair de novo

Pra mim voltar pro meu sertão

Espero a chuva cair de novo

Pra mim voltar pro meu sertão

Quando o verde dos teus óio

Se espaiar na prantação

Eu te asseguro não chore não, viu

Que eu voltarei, viu

Meu coração

Eu te asseguro não chore não, viu

Que eu voltarei, viu

Meu coração

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Reportagem Blog do Sakamoto

Mais de 250 municípios decretaram estado de emergência por conta da seca prolongada no Nordeste. O nível dos açudes está

baixo, sendo que alguns já secaram. Plantações se perderam. Quem tem cisterna ou reservatório na propriedade está

conseguindo garantir qualidade de vida para a família e as criações. [...] Tempos atrás, durante outra estiagem, fiz um ping-

pong curto com João Suassuna, engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco. Ele é um dos maiores

especialistas na questão hídrica nordestina. Entrei em contato com ele de novo e refiz as perguntas. Pouco mudou.

Por mais que haja evaporação e açudes sequem, a região possui uma grande quantidade de água, suficiente para abastecer sua

gente. Segundo Suassuna, o problema continua não sendo de falta de recursos naturais, mas de sua distribuição. [...] O

Nordeste brasileiro é detentor do maior volume de água represado em regiões semi-áridas do mundo. São 37 bilhões de metros

cúbicos, estocados em cerca de 70 mil represas. A água existe, todavia o que falta aos nordestinos é uma política coerente de

distribuição desses volumes, para ao atendimento de suas necessidades básicas.

O projeto do governo, remanescente de uma ideia que surgiu na época do Império, visa ao abastecimento de cerca de 12

milhões de pessoas no Nordeste Setentrional, com as águas do rio São Francisco. Ele foi idealizado para retirar as águas do rio

através de dois eixos (Norte e Leste), abastecer as principais represas nordestinas e, a partir delas, as populações. Hoje, as

obras estão praticamente paralisadas, com alguns trechos dos canais se estragando com o tempo, apresentando rachaduras. [...]

No ano passado, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União constataram um desvio de R$ 312 milhões em verbas do

Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), que poderiam estar sendo utilizadas para diminuir o impacto da

estiagem deste ano.

Como disse, o problema (que não é novo) não é de falta e sim de distribuição. De água, de decisões, de recursos. Enfim, de

cidadania. E não causada apenas pelo velho coronelismo, que foi travestido de modernidade, e ainda assola a região. Mas pelas

novas políticas de desenvolvimento, produzidas sob a justificativa do progresso e da renovação, mas que mantém tudo como

sempre foi. Fonte: O problema da seca no Nordeste não é falta de água. Leonardo Sakamoto. 23/04/2012.

Link: http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2012/04/23/o-problema-da-seca-no-nordeste-nao-e-falta-de-agua/

Considerando a tradicional música Asa Branca e o artigo de Leonardo Sakamoto pode-se afirmar sobre a

cultura do Brasil Sertanejo:

I) Os sertões se fizeram, desse modo, um vasto reservatório de força de trabalho barata, passando a viver, em parte,

das contribuições remetidas pelos sertanejos emigrados para sustento de suas famílias.

II) São expressões culturais do sertanejo o messianismo, o cangaço e o coronelismo.

III) A letra da música Asa Branca retrata uma realidade que foi superada diante das modernas técnicas de

transposição de águas do Rio São Francisco, o maior da região.

IV) No Nordeste não existe falta de água, mas sim falta de uma política de democratização do acesso a ela. Logo, a

música Asa Branca de Luiz Gonzaga trata de uma situação inexistente.

V) Pode-se afirmar que, no Brasil sertanejo, a seca está articulada com a cerca, ou seja, o velho latifúndio.

Estão corretas as alternativas:

a) I, III e IV

b) I, II e V

c) IV e V

d) I, II, IV e V

e) I, II e IV

63- (ENEM) A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, inclui no currículo dos estabelecimentos de ensino fundamental e médio,

oficiais e particulares, a obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira e determina que o conteúdo

programático incluirá o estudo da História da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o

negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política

pertinentes à História do Brasil, além de instituir, no calendário escolar, o dia 20 de novembro como data comemorativa do

"Dia da Consciência Negra". (Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado).

A referida lei representa um avanço não só para a educação nacional, mas também para a sociedade

brasileira, porque:

a) legitima o ensino de ciências humanas nas escolas.

b) divulga conhecimentos para a população afro-brasileira.

c) reforça a concepção etnocêntrica sobre a África e sobre a cultura.

d) garante aos afrodescendentes a igualdade no acesso à educação.

e) impulsiona o reconhecimento da pluralidade étnico-racial e cultural no país.

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64- “Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e

apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

§1° O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras e das de outros grupos

participantes do processo civilizatório nacional.” (BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 31.ed. São

Paulo: Saraiva, 2003. p. 134.)

É correto afirmar que no artigo transcrito a Constituição Federal: a) Reconhece a existência da diversidade cultural e da pluralidade étnica no país.

b) Impõe restrições para o exercício da interculturalidade.

c) Impõe um modelo para apresentação de projetos culturais.

d) Orienta o processo de homogeneização e padronização cultural.

65-(UEM) “Todos reconhecem que a globalização econômica e financeira, e principalmente o progresso das tecnologias de

informação e de comunicação, ao facilitar a circulação dos bens e serviços culturais, favorece o contato e o intercâmbio entre

as culturas. Isso não representa um problema em si, já que a cultura, assim como a identidade, é construída na interação. O

problema é que essa interação tem acontecido de maneira profundamente desigual, com um fluxo de bens e serviços culturais

direcionado principalmente dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento. O exemplo mais visível desse

desequilíbrio é a oferta de filmes no mundo, pois as grandes produtoras cinematográficas são norte- americanas e detêm algo

como 90% do mercado mundial do audiovisual (filmes e programas para televisão).”

(DUPIN, Giselle. Para entender a Convenção. Revista Observatório Itaú Cultural, n. 8, abr./jul. 2009, p. 13).

Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre o tema cultura midiática, assinale o que for correto.

( ) As tecnologias de informação e comunicação favorecem os processos de aculturação, que levam à destruição

de culturas menos evoluídas por culturas mais desenvolvidas.

( ) Os países em desenvolvimento, por não possuírem grandes indústrias de tecnologia de informação e

comunicação, conseguem preservar a diversidade cultural de seus povos.

( ) As produtoras cinematográficas norte-americanas dominam o mercado mundial do audiovisual porque oferecem

um produto de melhor qualidade tecnológica que as produtoras de países em desenvolvimento, como o Brasil.

( ) A oferta e a circulação de bens culturais sofre impactos decorrentes da desigualdade política e econômica entre

os países.

( ) A cultura não deve ser vista como um patrimônio imutável, mas como uma construção social constantemente

influenciada pelas trocas simbólicas e econômicas

66-(UEL) “[...] uma grande marca enaltece -acrescenta um maior sentido de propósito à experiência, seja o desafio de dar o melhor de si

nos esportes e nos exercícios físicos ou a afirmação de que a xícara de café que você bebe realmente importa [...] Segundo o

velho paradigma, tudo o que o marketing vendia era um produto. De acordo com o novo modelo, contudo, o produto sempre é

secundário ao verdadeiro produto, a marca, e a venda de uma marca adquire um componente adicional que só pode ser descrito

como espiritual”. O efeito desse processo pode ser observado na fala de um empresário da Internet comentando sua

decisão de tatuar o logo da Nike em seu umbigo: “Acordo toda manhã, pulo para o chuveiro, olho para o símbolo e ele me

sacode para o dia. É para me lembrar a cada dia como tenho de agir, isto é, ‘just do it’.”

(KLEIN, Naomi. Sem logo: a tirania das marcas em um planeta vendido. Rio de Janeiro: Record, 2002, p. 45-76.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre ideologia, é correto afirmar:

a) A atual tendência do capitalismo globalizado é produzir marcas que estimulam a conscientização em detrimento

dos processos de alienação.

b) O capitalismo globalizado, ao tornar o ser humano desideologizado, aproximou-se dos ideais marxistas quanto

ao ideal humano.

c) Graças às marcas e à influência da mídia, em sua atuação educativa, as pessoas tornaram-se menos sujeitas ao

consumo.

d) O trabalho ideológico em torno das marcas solucionou as crises vividas desde a década de 1970 pelo capital

oligopólico.

e) Por meio da ideologia associada à mundialização do capital, ampliou-se o fetichismo das mercadorias, o qual se

reflete na resposta social às marcas.

67-(UEL)- “A indústria cultural vende Cultura. Para vendê-la, deve seduzir e agradar o consumidor. Para seduzí-lo e agradá-

lo, não pode chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar, fazê-lo ter informações novas que perturbem, mas deve devolver-lhe, com

nova aparência, o que ele sabe, já viu, já fez. A ‘média’ é o senso-comum cristalizado que a indústria cultural devolve com

cara de coisa nova [...]. Dessa maneira, um conjunto de programas e publicações que poderiam ter verdadeiro significado

cultural tornam-se o contrário da Cultura e de sua democratização, pois se dirigem a um público transformado em massa

inculta, infantil, desinformada e passiva.” (CHAUÍ, Marilena. Filosofia. 7. ed. São Paulo: Ática, 2000. p. 330-333.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre meios de comunicação e indústria cultural, considere as

afirmativas a seguir.

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I-Por terem massificado seu público por meio da indústria cultural, os meios de comunicação vendem produtos

homogeneizados.

II-Os meios de comunicação vendem produtos culturais destituídos de matizes ideológicos e políticos.

III-No contexto da indústria cultural, por meio de processos de alienação de seu público, os meios de comunicação

recriam o senso comum enquanto novidade.

IV-Os produtos culturais com efetiva capacidade de democratização da cultura perdem sua força em função do

poder da indústria cultural na sociedade atual.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e II.

b) I e III.

c) II e IV.

d) I, III e IV.

e) II, III e IV.

68-(UFU) Considere a afirmação abaixo e assinale a alternativa que NÃO a completa corretamente.

O discurso da publicidade reproduz as práticas de uma cultura de consumo, enfatizando o poder das marcas

e se impondo como um modelo totalitário. A manipulação ideológica de noções como beleza, felicidade e a

transformação do consumo em condição para a aceitação social são indicativos:

a) da constituição do consumo como um discurso coerente, em que a propaganda se coloca como atividade

manipuladora de signos.

b) de um processo de transformação do próprio consumidor em mercadoria, em que o objeto-signo é agora sujeito.

c) da mudança do estatuto do próprio objeto de consumo, que passa a possuir singularidade.

d) de que o consumo, ao criar os sentidos do senso comum de forma hegemônica, fortalece as relações sociais.

69-(UEM, adaptada) Assinale V ou F a respeito das relações entre os meios de comunicação e a vida política

no Brasil.

( ) Durante o Estado Novo, o rádio foi utilizado pelo governo para divulgar programas educativos, promover a

imagem de Getúlio Vargas e disseminar uma ideologia de caráter nacionalista.

( ) Os governos militares que resultaram do golpe de 1964 não investiram em infraestrutura de telecomunicações

porque avaliaram que isso poderia dificultar seu projeto de controle social.

( ) Para caracterizar seu compromisso com a liberdade de expressão, os autores da Constituição Federal de 1988

decidiram não legislar sobre os meios de comunicação.

( ) Notícias rápidas como as do telejornalismo ou os programas dominicais de qualidade discutível são exemplos

de como programas de televisão são capazes de anestesiar o telespectador e, por conseguinte, a capacidade das

pessoas de pensar e refletir sobre a vida e as condições reais de existência.

( ) As atuais campanhas eleitorais brasileiras demonstram que as redes sociais na Internet ainda não são utilizadas

pelos políticos como recursos de comunicação com os eleitores.

70-(UEM, adaptada) Assinale V ou F sobre o impacto dos meios de comunicação nas sociedades

contemporâneas.

( ) Com a popularização do acesso à Internet no Brasil, que tem início na segunda metade da década de 1990,

veículos como a televisão e o rádio tornaram-se cada vez mais obsoletos.

( ) No mundo moderno, como as pessoas são estimuladas a desenvolver, individualmente, seus próprios gostos e

estilos de vida, a publicidade praticamente não influencia a definição dos padrões de consumo.

( ) Com a globalização dos fluxos comerciais, ocorre, em determinadas sociedades, uma vasta oferta de bens

culturais dos mais variados tipos, o que estimula, segundo alguns sociólogos, a diversidade de estilos de vida.

( ) O conceito de indústria cultural está associado à produção em série e ao consumo massificado de bens

culturais.

( ) Pode-se dizer que, com a expansão mundial da Internet, o debate sobre a regulação dos meios de comunicação

alcançou um patamar global, mostrando os limites da ação do Estado nacional em certos aspectos da vida

contemporânea.

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71- (ENEM) Os meios de comunicação funcionam como um elo entre os diferentes segmentos de uma sociedade.

Nas últimas décadas, acompanhamos a inserção de um novo meio de comunicação que supera em muito outros já

existentes, visto que pode contribuir para a democratização da vida social e política da sociedade, à medida que

possibilita a instituição de mecanismos eletrônicos para a efetiva participação política e disseminação de

informações.

Constitui o exemplo mais expressivo desse novo conjunto de redes informacionais a:

a) Internet

b) Fibra Ótica

c) TV digital

d) Telefonia móvel

e) Portabilidade telefônica.

72-Os alemães Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973) que lecionaram numa

instituição conhecida como “Escola de Frankfurt”, em suas análises sobre a “indústria cultural”

construíram uma postura crítica direcionada para a:

a) veiculação de uma cultura heterogênea pelos meios de comunicação de massa.

b) diversificação dos gostos produzida pelos meios de comunicação de massa.

c) alienação da realidade ocasionada pela ação dos meios de comunicação de massa.

d) capacidade de pensamento crítico e autônomo promovida pelo advento dos meios de comunicação de

massa.

73- Os meios de comunicação (rádio e televisão) são concessões públicas. Em tese, isso significa que

rádio e TV estão na mesma categoria que os serviços públicos de energia elétrica, transporte coletivo,

etc, logo, devem prestar um serviço público que visem a informação, o entretenimento, visando o

interesse público. Porém:

“(...) embora a concessão seja pública ela é usada para fins privados. É comum por exemplo, que emissoras as utilizem

para promover a criminalização dos movimentos sociais e impor uma agenda política que lhes interessa. Também é

comum a discriminação contra mulheres, negros, indígenas, homossexuais, pessoas com deficiência e idosos, além de

determinadas religiões e classes sociais. Estipulam padrões estéticos e morais, impondo valores que promovem e

perpetuam preconceitos. A sociedade, em nome de quem é dada a concessão, não tem como proteger-se apesar da

Constituição garantir esse direito” (“Em nome do público, mas sem o público”. In Concessões de Rádio e TV.

Informativo Intervozes. Novembro, 2007).

Assinale a alternativa incorreta:

a) Os monopólios e oligopólios na mídia no Brasil estão presentes regional e nacionalmente. O controle da

informação por um número reduzido de famílias enfraquece o princípio da livre comunicação numa sociedade

que se diz democrática.

b) A Constituição Federal de 1988 proíbe que deputados e senadores, no exercício de seus cargos, possam

firmar ou manter contato com empresas públicas ou concessionárias de serviço público. Segundo o

informativo Intervozes em 2007, 53 deputados federais e 27 senadores possuíam algum controle sobre meios

de comunicação.

c) Os projetos de integração nacional, pretendidos pela ditadura militar (1964-85) alcançaram êxito graças à

televisão. Ao espalhar antenas e lançar satélites que cobriam todo o território nacional, o projeto oferecia

espaço para que o país fosse integrado via televisão. Havia uma grande autonomia das redes de televisão nesse

período, meio pelo qual diversos artistas puderam se utilizar para questionar o regime autoritário então vigente

no país.

d) Notícias rápidas como as do telejornalismo ou os programas dominicais de qualidade discutível são

exemplos de como programas de televisão são capazes de anestesiar o telespectador e, por conseguinte, a

capacidade das pessoas de pensar e refletir sobre a vida e as condições reais de existência.

e) A “geração internet” é filha de uma nova “cultura digital” com novos códigos e expressões culturais,

redefinindo noções de tempo-espaço e criando diferentes maneiras de socialização digital.

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74-A invenção da imprensa por Guttenberg favoreceu a popularização dos conhecimentos expressos na

nova cartografia, servindo de veículo de expressão das diversas representações sobre a configuração do

espaço geográfico. Essa invenção representou, também, o passo inicial para o desenvolvimento da mídia,

que continua, ainda hoje, a servir de espaço para a difusão da diversidade de interpretações a respeito

dos fenômenos sociais.

(Adaptado de: www.zerofora.hpg.ig.com.br/images/charg_1.jpg)

Com base na charge, no enunciado e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:

a) Vinculados a interesses de classes e grupos, tanto jornais de grande circulação nacional quanto a “imprensa

alternativa”, veiculam juízos de valor nas questões sociais centrais.

b) A isenção na informação é a marca da grande mídia e, no caso brasileiro, contribui para isto a existência da

sociedade civil organizada e vigilante sobre o conteúdo da informação.

c) A mídia é produto do neoliberalismo e pauta-se no pensamento único, isto é, apenas um mesmo referencial

ideológico é veiculado no processo de elaboração da informação.

d) Por depender basicamente da opinião pública para existir, a informação midiática é o instrumento capaz de

garantir a democracia social no mundo moderno.

e) Com a democratização do Brasil nas últimas décadas, rádios comunitárias tornaram-se dispensáveis. Nelas a

informação circula de modo limitado, sendo de interesse apenas ao bairro no qual se encontram.

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Eixo Temático: Poder Político, Ideologia e Movimentos Sociais

75-São características distintas do poder político, ideológico e econômico respectivamente:

a) monopólio do uso da força; dinheiro; falseamento do real.

b) nacionalismo, Estado; dinheiro.

c) classes sociais; posse de bens e recursos; conhecimento.

d) sábios e ignorantes; superiores e inferiores; ricos e pobres.

e) Estado; condicionar comportamentos; meios de produção.

76- (ENEM) “Os três tipos de poder representam três diversos tipos de motivações: no poder tradicional, o motivo da obediência é a crença na sacralidade da pessoa do soberano; no poder racional, o motivo da obediência deriva da crença na racionalidade do comportamento conforme a lei; no poder carismático, deriva da crença nos dotes

extraordinários do chefe”. BOBBIO, N. Estado, Governo, Sociedade: para uma teoria geral da política. São Paulo: Paz e Terra, 1999

(adaptado).

O texto apresenta três tipos de poder/dominação classificados originalmente pelo sociólogo Max Weber

(1864-1920) e que podem ser identificados em momentos históricos distintos. Identifique o período

histórico em que a obediência esteve associada predominantemente ao poder carismático:

a) República Federalista Norte-Americana.

b) República Fascista Italiana no século XX.

c) Monarquia Teocrática do Egito Antigo.

d) Monarquia Absoluta Francesa no século XVII.

e) Monarquia Constitucional Brasileira no século XIX.

77-Considerando os seus conhecimentos sobre a formação e as transformações do Estado brasileiro

assinale a alternativa incorreta.

a) Os regimes democráticos contemporâneos têm como um de seus principais requisitos a liberdade de

organização partidária.

b) Partidos políticos são associações de indivíduos com a finalidade de disputar eleições e, por esse meio,

colocar os seus membros no poder.

c) Entre 1964 e 1985, o Estado brasileiro foi classificado como uma “república de generais”, pois, com o golpe

militar, todas as eleições diretas para os cargos de governador e presidente foram suspensas.

d) O sistema bipartidário foi adotado na república brasileira, durante o regime militar na qual se aboliram

completamente a organização de outros partidos políticos.

e) Os períodos autoritários na história política brasileira concentram-se exclusivamente no período conhecido

como ditadura militar.

78- O ano de 1968 ficou conhecido pela efervescência social, tal como se pode comprovar pelo seguinte trecho, retirado de texto sobre propostas preliminares para uma revolução cultural: “É preciso discutir em todos os lugares e

com todos. O dever de ser responsável e pensar politicamente diz respeito a todos, não é privilégio de uma minoria de iniciados. Não devemos nos surpreender com o caos das ideias, pois essa é a condição para a emergência de

novas ideias. Os pais do regime devem compreender que autonomia não é uma palavra vã; ela supõe a partilha do poder, ou seja, a mudança de sua natureza. Que ninguém tente rotular o movimento atual; ele não tem etiquetas e não precisa delas”. Journal de la comune étudiante. Textes et documents. Paris: Seuil, 1969 (adaptado).

Os movimentos sociais, que marcaram o ano de 1968:

a) foram manifestações desprovidas de conotação política, que tinham o objetivo de questionar a rigidez dos

padrões de comportamento social fundados em valores tradicionais da moral religiosa.

b) restringiram-se às sociedades de países desenvolvidos, onde a industrialização avançada, a penetração dos

meios de comunicação de massa e a alienação cultural que deles resultava eram mais evidentes.

c) resultaram no fortalecimento do conservadorismo político, social e religioso que prevaleceu nos países

ocidentais durante as décadas de 70 e 80.

d) tiveram baixa repercussão no plano político, apesar de seus fortes desdobramentos nos planos social e

cultural, expressos na mudança de costumes e na contracultura.

e) inspiraram futuras mobilizações, como o pacifismo, o ambientalismo, a promoção da equidade de gêneros e

a defesa dos direitos das minorias.

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79- (ENEM) No mundo árabe, países governados há décadas por regimes políticos centralizadores contabilizam

metade da população com menos de 30 anos; desses, 56% têm acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens incubam vírus sedentos por modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto por

trabalho, justiça e liberdade. Uma série de manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, o vírus libertário começa a se espalhar pelos países vizinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais – como o Facebook e o Twitter – ajudaram a mobilizar manifestantes do norte da África a ilhas do

Golfo Pérsico. SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da Liberdade. Istoé Internacional. 2 mar. 2011 (adaptado).

Considerando os movimentos políticos mencionados no texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes

a) reforçar a atuação dos regimes políticos existentes.

b) tomar conhecimento dos fatos sem se envolver.

c) manter o distanciamento necessário à sua segurança.

d) disseminar vírus capazes de destruir programas dos computadores.

e) difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a população.

80-(ENEM) Movimento dos Caras-Pintadas.

O movimento representado na imagem, do início dos anos de 1990, arrebatou milhares de jovens no

Brasil. Nesse contexto, a juventude, movida por um forte sentimento cívico,

a) aliou-se aos partidos de oposição e organizou a campanha Diretas Já.

b) manifestou-se contra a corrupção e pressionou pela aprovação da Lei da Ficha Limpa.

c) engajou-se nos protestos relâmpago e utilizou a internet para agendar suas manifestações.

d) espelhou-se no movimento estudantil de 1968 e protagonizou ações revolucionárias armadas.

e) tornou-se o porta voz da sociedade e influenciou no processo de impeachment do então presidente Collor.

81- Observe a charge:

(Folha de São Paulo, 1º ago. 2010, p. A14.)

A charge remete à prática política recorrente no Brasil, a qual vem sendo combatida pelo Supremo

Tribunal Federal. A prática central assinalada na charge é definida como:

a) Clientelismo, uma vez que remete ao voto de cabresto do candidato em relação ao eleitor.

b) Fisiologismo, isto é, a mudança de partido realizada pelo candidato, a cada eleição.

c) Populismo, resultante da presença, na cena pública, de líder carismático e conservador.

d) Nepotismo, por tratar do uso da máquina pública para empregar parentes.

e) Solidarismo, por reforçar a necessidade de todos se ajudarem em defesa da cidadania plena.

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82- (UEL) Leia a seguir, texto sobre o significado do zapatismo, feito pela pesquisadora Ana Ester

Ceceña. A autora refere-se ao “sub-comandante Marcos”, codinome do líder zapatista.

“Marcos é gay em São Francisco, negro na África do Sul, asiático na Europa, chicano em San Isidoro, anarquista na

Espanha, palestino em Israel, indígena nas ruas de San Cristóbal ... judeu na Alemanha ...feminista nos partidos políticos,

comunista no pós-guerra fria ... pacifista na Bósnia ... artista sem galeria, nem port-fólio, dona-de-casa sábado à noite em

qualquer colônia de qualquer cidade de qualquer México ... machista no movimento feminista, mulher sozinha no metrô

às 10 da noite ... camponês sem terra, editor marginal, operário desempregado, médico sem lugar para trabalhar, estudante

não conformista, dissidente no neoliberalismo, escritor sem livros nem leitores e, seguramente, zapatista no sudeste

mexicano”. CECEÑA, Ana. E. Pela humanidade e contra o neoliberalismo: linhas centrais do discurso zapatista. In: SEOANE,

J.; TADDEI, E. (Orgs.) Resistências mundiais, de Seattle a Porto Alegre. Petrópolis: Vozes, 2001. p.187, 188.

É correto afirmar que o zapatismo é um movimento:

a) Que atua internacionalmente em diversas frentes voltadas à emancipação dos Estados Nacionais.

b) Fundado na contraposição a qualquer forma de opressão.

c) Moderno porque visa à ruptura com os tradicionais preceitos de esquerda.

d) Que organiza os desempregados do mundo inteiro visando à conquista do poder estatal.

e) Que visa a armar a população para um enfrentamento bélico com o poderoso vizinho do Norte.

83- O conceito de cidadania é considerado um dos mais importantes nas Ciências Sociais. Diz respeito à

participação de um cidadão na comunidade, e no compartilhamento de valores comuns. Pode-se dizer

que, nos últimos anos, a construção da cidadania diz respeito à própria construção da nacionalidade.

Para que ela se realize plenamente, o cidadão pleno seria aquele titular de três direitos fundamentais: os

direitos civis, os direitos políticos e os direitos sociais.

Entre as questões abaixo, assinale a alternativa referente às características dos direitos civis.

a) Diz respeito à participação no governo da sociedade, de fazer demonstrações políticas. Através dele

podemos discutir problemas do governo, de organizar partidos, de votar, de ser votado.

b) Diz respeito à vida em sociedade que garante a participação das pessoas no governo; garante a participação

na distribuição da riqueza coletiva; incluem o direito à saúde, a um salário justo, ao trabalho, à aposentadoria,

enfim, um mínimo bem-estar para todos.

c) Diz respeito aos direitos essenciais à vida, ao direito de propriedade e à igualdade perante a lei. Trata-se de

um direito que se desdobra na garantia de ir e vir, de escolher o seu próprio trabalho, de liberdade de

expressão, de não ser condenado sem processo legal regular, de garantias da liberdade individual.

d)Diz respeito aos elementos que garantem a existência de uma máquina burocrática administrativa do Poder

Executivo. A ideia central desse direito é a justiça social.

e) Diz respeito à participação de poucos indivíduos no governo da sociedade. Está mais voltado para pessoas

vinculadas a partidos políticos que elaboram projetos sociais.

84- Tomando por base os conceitos essenciais da Sociologia, caracterizamos a cidadania como:

a) condição através da qual o indivíduo tem consciência de seus direitos, deveres e de que participa ativamente

de todas as questões da sociedade.

b) a ação de contestação da democracia.

c) a rede de solidariedade entre os diversos membros de um grupo social específico.

d) a equivalência social da tirania política.

e) a aplicação do orçamento participativo nos governos teocráticos.

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85- (UEM) Sobre os temas cidadania e movimentos sociais no final dos anos 70, no Brasil, assinale o que

for correto.

a) Homossexuais, negros, mulheres e ambientalistas são alguns dos grupos sociais que se fortaleceram com o

processo de abertura política pelo qual passou a sociedade brasileira, nesse período.

b) Nesse momento, há uma retração da participação política da população brasileira nos movimentos operário

e sindical.

c) A organização de parcela da população em movimentos sociais indicou que essas pessoas exerceram a

cidadania de forma passiva, ou seja, subordinada aos interesses de um pequeno grupo.

d) A estruturação de alguns grupos em movimentos sociais indicou que seus integrantes exerceram a

democracia representativa.

86- (UEM, adaptada) Considerando o tema poder, política e Estado, assinale V ou F.

( ) O Estado moderno surgiu da desintegração do mundo feudal e das relações políticas dominantes até então

na Europa.

( ) Ao longo dos anos, o Estado capitalista manteve a mesma forma, não sendo a sua estrutura afetada pelas

mudanças sociais.

( ) É com o Estado liberal que se estabelece a separação entre público e privado e a noção de que não se deve

interferir nas atividades econômicas.

( ) Após a Segunda Guerra Mundial, o bloco de países capitalistas propôs uma nova forma de organização

estatal: o Estado de bem-estar social.

( ) O Estado neoliberal é produto das mudanças socioeconômicas ocorridas nos anos 70, e seus adeptos

defendem a ideia de um Estado mínimo.

87- (Unicentro) Considerando-se as teorias sociológicas a respeito do Estado, assinale V (verdadeiro) e F

(falso) nas afirmativas:

( ) Na concepção liberal, o papel do Estado deve ser o da manutenção da ordem, da preservação da paz e da

proteção da propriedade privada

( ) O pensamento liberal clássico emergiu em meados do século XVI e foi a ideologia que sustentou o Estado

Absolutista na Europa e sua expansão colonizadora nas Américas

( ) O que diferencia, para alguns sociólogos, o Estado das demais instituições é o fato de ele ter o direito

legítimo e exclusivo do uso da força

( ) O Estado é a instituição que garante a coesão social, de forma que se sobrepõe às demais instituições,

como a família e a escola.

( ) O Estado é um fenômeno que existe em todas as comunidade e sociedades conhecidas.

( ) O Estado moderno surgiu da desintegração do mundo feudal e das relações políticas dominantes, até

então na Europa.

88-(UEL) Para a teoria sociológica de Max Weber, em toda sociedade há dominação, que é entendida

como uma “ [...] probabilidade de haver obediência para ordens específicas (ou todas) dentro de um

determinado grupo de pessoas [...]. (Fonte: WEBER, M. Economia e Sociedade, Brasília, Ed. UNB, 1991, p. 139)

De acordo com a teoria sociológica do autor, é correto afirmar que os três tipos de dominação legítima

são:

a) Socialista, Neoliberal, Social-Democrata.

b) Econômica, Social e Política.

c) Feudal, Capitalista e Comunista.

d) Racional, Tradicional e Carismática.

e) Monárquica, Absolutista e Republicana.