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Objeções advindas da teor1a do segundo melhor - decorrentes da não-correspondência entre a pn me ira melhor economia e o mundo rea l - são discutidas no capítulo em que Rees prossegue na análise das críticas ao emprego do custo marginal na determinação de pre- ços . A teor1a desenvolvida até este porto da obra é voltada para a efi- ciência alocativa e pressupõe que o formulador de polít1cas seja indi- ferente em re lação à distribuição de renda - ou seja , capaz de obter qualquer distribuição desejada pela transferência de montantes fixos, sem modificar as condições margi- nais - ass :'Tl como em relação ao lu cro, pela possibilidade de finan- ciar quaisquer déficits, via impos- tos, ou repassar quaisquer superá- vits. Outra suposição implíci ta é a da eficiência tecnológica, conside- rada sempre presente na produção da empresa pública. Na verdade, a impossibilidade prática de se ga- ran::r a realização de tais pressu- postos leva o autor a completar a tentativa de formular políticas des- centralizadas de preços e investi- mentos pela introdução de objeti- vos de lucratividade, distribuição de renda e eficiência tecnológica. Rees analisa como definir políticas que atendam a essas preocupa- ções com uma perda mínima de eficiência econômica e discute co- mo opoíacionalizar tais políticas em combinações com as segundas melhores regras obtidas no desen- volvimento dos tópicos preceden- tes. · A obra dedica-se, ainda, a abor- dar a teoria do custo de capital da empresa pública ·- fundamental para a avaliação de investimentos -· e a estudar a deterlf'inação de preços e investimento em condi- ções de incerteza, tanto de deMan- da, quanto de custo dos bens pro- duzidos, concluindo por apresen- tar um modelo que trata simulta- neamente de política de preços e · da política de investimentos. Em que pese ser uma desti- nada a economistas e estudantes de economia - um bom entendi- mento da teoria econômi ca é o principal pré-requisito apontado pelo autor para a compreensão do livro - A Economia da empresa pública constitui, particularmente pelo seu caráter teórico, uma opor- tuna contribuição ao debate que se trava sobre os reflexos em nossa economia da atuação das empre- sas públicas. Henrique Fingermann (Trabalho elaborado sob a orienta- ção acadêmica do Prof. Eurico Korff.l 1 A expressão "segunda melhor" - defini- da em contraposição a "pnme1ra melhor economia" - aplica -se a uma snuação em que pelo menos uma das suposições que definem esta última é violada . Lopes, Joao do Carmo & Rossetti , José Paschoal . Moeda e bancos. São Paulo, Atlas, 1980. 326 p. Este livro tem um objetivo bastante específico: pretende preencher a falha na literatura econômica brasi- leira · no tocante a livros-textos in- trodutórios sobre economia mone- tária. Ele consta dos capítulos que se seguem: No capítulo 1 os autores discu- tem as funções da moeda nas eco- nomias modernas, bem como dis- correm sobre sua evolução históri- ca, desde a forma de mercadoria até a bancária. No capítulo 2 são apresentadas as diversas teorias da demanda de moeda, numa ordem, dentro do possível, cronológica. São expos- tas a versão clássica, keynesiana (com destaque para a contribuição de Tobinl, o modelo de Baumol e a abordagem neo-quantitativista, ao mesmo tempo em que são aponta- das as diferenças entre tais teorias. Concluem o capítulo mostrando as dificuldades inerentes à determina- ção empírica da função de deman- da monetária . O capítulo 3 aborda a oferta mo- netária. Supõem os autores seres- ta uma variável exógena e, como tal, sob controle das autoridades monetárias. São feitos estudos comparativos entre a moeda e ou- tros ativos financeiros, seguindo- se a exposição detalhada de como se dá a criação de moeda pelos Resenho bibliográfico 81

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Objeções advindas da teor1a do segundo melhor - decorrentes da não-correspondência entre a pn meira melhor economia e o mundo rea l - são discutidas no capítulo em que Rees prossegue na análise das críticas ao emprego do custo marginal na determinação de pre­ços .

A teor1a desenvolvida até este porto da obra é voltada para a efi ­ciência alocativa e pressupõe que o formulador de polít1cas seja indi­ferente em relação à distribuição de renda - ou seja , capaz de obter qualquer distribuição desejada pela transferência de montantes fixos, sem modificar as condições margi­nais - ass:'Tl como em relação ao lucro, pela possibilidade de finan­ciar quaisquer déf icits, via impos­tos, ou repassar quaisquer superá­vits. Outra suposição implícita é a da eficiência tecnológica, conside­rada sempre presente na produção da empresa pública. Na verdade, a impossibilidade prática de se ga­ran::r a realização de tais pressu­postos leva o autor a completar a tentativa de formular políticas des­centralizadas de preços e investi­mentos pela introdução de objeti­vos de lucrat ividade, distribuição de renda e eficiência tecnológica . Rees analisa como definir políticas que atendam a essas preocupa­ções com uma perda mínima de eficiência econômica e discute co­mo opoíacionalizar tais políticas em combinações com as segundas melhores regras obtidas no desen­volvimento dos tópicos preceden­tes. ·

A obra dedica -se, ainda, a abor­dar a teoria do custo de capital da empresa pública ·- fundamental para a avaliação de investimentos - ·· e a estudar a deterlf'inação de preços e investimento em condi­ções de incerteza, tanto de deMan­da, quanto de custo dos bens pro­duzidos, concluindo por apresen­tar um modelo que trata simulta­neamente de política de preços e · da política de investimentos.

Em que pese ser uma obr~ desti­nada a economistas e estudantes de economia - um bom entendi­mento da teoria econômica é o principal pré-requisito apontado pelo autor para a compreensão do

livro - A Economia da empresa pública const itui, part icularmente pelo seu caráter teór ico, uma opor­tuna contribuição ao debate que se trava sobre os reflexos em nossa economia da atuação das empre­sas públicas.

Henrique Fingermann

(Trabalho elaborado sob a orienta­ção acadêmica do Prof. Eurico Korff.l

1 A expressão "segunda melhor" - defini­da em contraposição a "pnme1ra melhor economia" - aplica -se a uma snuação em que pelo menos uma das suposições que definem esta última é violada .

Lopes, Joao do Carmo & Rossetti , José Paschoal . Moeda e bancos . São Paulo, Atlas, 1980. 326 p.

Este livro tem um objetivo bastante específico : pretende preencher a falha na literatura econômica brasi­leira · no tocante a livros-textos in­trodutórios sobre economia mone­tária. Ele consta dos capítulos que se seguem:

No capítulo 1 os autores discu­tem as funções da moeda nas eco­nomias modernas, bem como dis­correm sobre sua evolução históri­ca, desde a forma de mercadoria até a bancária.

No capítulo 2 são apresentadas as diversas teorias da demanda de moeda, numa ordem, dentro do possível, cronológica. São expos­tas a versão clássica, keynesiana (com destaque para a contribuição de Tobinl, o modelo de Baumol e a abordagem neo-quantitativista, ao mesmo tempo em que são aponta­das as diferenças entre tais teorias. Concluem o capítulo mostrando as dificuldades inerentes à determina­ção empírica da função de deman­da monetária .

O capítulo 3 aborda a oferta mo­netária. Supõem os autores seres­ta uma variável exógena e, como tal, sob controle das autoridades monetárias . São feitos estudos comparativos entre a moeda e ou­tros ativos financeiros , seguindo­se a exposição detalhada de como se dá a criação de moeda pelos

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bancos comerciais (mult iplicador dos meios de pagamen to).

O capítu lo 4 trata da interação entre os setores monetário e real das economias . É feita uma intro­dução que procura mostrar a evo­lução histórica das teorias monetá­ri as. Prendefll se os autores ao es­tudo da interação no modelo clás sico e, princtpalmente, no keyne ­siano (comparam os dots ~odelos e apresentam as críticas a e1es). Conclui-se o capítulo com a apre­sentação de noções gerais sobre as modernas abordagens do as­sunto !teoria quantitativa modc.r­na, interpretações do pensamento key nesianol .

Ao longo do capítulo 5 procL:·a­se fazer aná. :se dos objetivos, ins­trumentos e eficácia da políttca monetária . Após a apresentação de possíveis defi nições de política monetár ia e de quais são seus ob­jet ivos, são explicitados os instru­mentos usuais, com a preocupa­ção específica de sua utilização e problemas decorrentes no caso brasilei ro (não são tratadas as tran­sações exterr.os). Continuando, é apresentada c. política monetária no modelo clássico e no keynesia­no, concluindo-se o capítulo com conside:·ações sobre a reabili tação da política monetária na década de 50, as dúvidas quanto a sua eficá­cia (expansão do emprego etc .) e ain da as in fluências sobre ela de um sistema financeiro desenvolvi ­do.

O capí tulo 6 é dedicado à ques­tão da inflação, com destaque para o caso brasiletro . Após sua concei­tuação como um fenômeno de na­tureza monetária, distinguem os autorrs entre inflação aberta e ye­prirnida, apontando também os seus indicadores . Após isso, são analisadas as nrincipais teorias da inflação : ôG demanda e de custos, bem como a abordagem estrutura­lista. São ainda estudadas as rela­ções entre a inflação, o emprego e o crescimento econômico, terminando-se com considerações sobre o processo inflacionário no Bras" (causas, utilização de meios ptl~a contê-lo).

O último capítu;o destina-se ao estlldo da ;'lte,.mediação financeira

Revista de Administração de Empresas

no Brasi l. Comeca com uma abor­dagem teórica do fenômeno (abor­dagem de Gurley-Shaw) . Após es­sas observações teóricas, é feita uma exposição da evolução do sis­tema financeiro bra sileiro, através de L.:na periodização que, confor­me afirmam os autores, coincide com as fases da evolução da eco­nomia bras11eira. O capítulo e o li­vro terminam com a exposição da aí:ual estrut .Jra do sistema financei­ro brasileiro (inst ituições e suas a!r1lJuiçõasl .

Passemos agora a uma aprecia­ção cr itiCiJ do l1vro .

O ca pítulo 1, pela facilidade do tema que aborda, não parece co n­ter falh as. Talvez a única observa­ção pertinente é a de que poderia ser mais sintético . O capí•ulo 2 também é agradável, pois os auto­res conseg uem, de forma clara e didát ica, apresentar as d iversa s versões da demanda monetária . Já aqui fica evidenciada a pre ferência dos autores pela abordagem key­nesiana . São, sem dúvida, bastan­te re levantes as co nsiderações fei ­tas ao fin al do capítulo sobre os problemas com que se defro ntam as teorias de demanda monetárias (medi cão empírica etc . l .

O capítulo 3 tem uma apresenta­cão bastante objetiva, o que fac ili ­ta o seu entendimento e o traba lho dos professores . Contudo, alguns pontos neste capítulo merecem re­paros. As tabelas do mult iplicador monetário {3.1 e 3.2) contêm erros numéricos . Quando t ratam dos con ceitos de oferta monetár ia, os autores deixarr de menc ion ar os conceitos de moeda (M 1, M2 e M3l tal como são estabelecidos pelo Banco Central do Brasil. Ca­bem ainda duas considerações de caráter mais geral.

A primeira diz respeito ao longo tratAmento dado ao multiplicndor dos meios de pagam8nto . ele po­deria ser mais rec-.Jzido, liberan do espaço para outros assuntos . Em segundo .lugar, poderiam ser inse­ndas algumas observaçõc:s sobre as correntes teóricas que tratam a oferta de moeda como .Jma variá­vel endógena . Não é o caso de se colocar a questão em termos de que "a própria coletividade, e não

as au toridades monetá rias, é que criaria e destrui ri a a moeda, de acordo com suas necessidades e conveniências de momento" (p . 88), mas sim de levanta r questões importantes, relacionadas às pres­sões dos diversos setores da eco­nomia (empresas públicas, priva­das, inst ituições fi nanceiras etc . l por emissão monetária , bem como às dif icu ldades de ver ifi cação em­pírica da endogeneidade/exoge­neidade da moeda . Nesse sentido, os au to res poderiam servir-se de recentes trabalhos sobre o assun­to. 1

No capítulo 4, a preferência teó­ri ca dos autores fi ca ainda mais cla ra, pois que dedicam grande parte dele à abordagem keynesia­na de Hicks-Hansen . É importa nte notar que os autores acei tam a -d i­visão fe ita por Keynes quanto às teor ias econôm icas anteriores a ele (t idas todas como clássicas). Por isso é que, quando afirmam que "o problema da distr ibu ição da renda, v ita l quando se considera a econo­mia também a serviço da justiça soc ial , é to tal mente ignorado no modelo keynesiano, como tam­bém no c lássico" !p. 160), não dis­ti nguem entre A. Smith, Ricardo e Marx (os qua is se preocu pam com ela) e os neoclássicos, que a igno­ram . Quando comparam os mode­los clássico e keynes iano (p. 157, i tem 1) esquecem de esclarecer que o salário rígido para Keynes é o nominal . Por último, cabe acres­cen tar que, já que se prendem às versões keynesi anas da interação dos mercados, poderiam ter co­menta do a hipótese da insta bil ida­de financeira de Hyman P. M insky, na qual esse autor procura mostrar q ue a dec isão de invest ir ocor re dentro do contexto das prát icas fi­nanceiras e é a chave determi nante da at ividade agreg ada. 2

O capítulo 5 recebe um tra a­menta bastante sin tético e, por is­so mesmo, é o de mais di fícil com­preensão. Contudo . tem a seu fa­vor a análise dos instrumentos da política monetária e as considera­ções feitas sobre eles no caso bra­sileiro (apesar de não serem exaus­tivas, como exempli f ica a parte que trata do open-marker e de suas distorções) . A maior fal ha do livro, no entanto, está relac ionada

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a este capí tulo: ao definirem políti ­ca monetária, fizeram-no de duas fo rmas , um das quais diz ex pl ici­tamente que ela se constitui no "controle da o ferta de moeda e das taxas de juros .. . " (p. 170). Posteriormen te, afi rmam que não tratarão das transações externas , alegando ser is to objeto de textos de economia internacion al . Parece que isto , de forma alguma, justifi ­ca a não- inclusão dos movimentos de capita is financei ros internacio­nais na análise , e de suas implica­ções para a economia nacional, como fa tor que afeta a oferta inter­na de moeda, a taxa de juros, opa­pel do próprio setor financeiro do­méstico.

No capítulo 6 tem -se a aborda­gem monetarista da inflação . O fa­to de exporem as explicações c:a corrente estruturalis ta parece po· si só justi fi car o di to anteriormen­te, quanto à conven iência de con­siderações sobre a endogeneidade da o ferta monetária, já que tal cor­rente discute essa idéia . Por out ro lado , as considerações teóricas so­bre o processo inflac ionário pode­riam estar melhor " amarradas" à anális do caso brasileiro, princi­pa lmente quando da referência à inflação de custos e dos efeitos de uma estrutura de mercado oligo­póli ca-monopóli ca naquele proces­so e no nível de emprego. Assim, é provável que não preci sassem fa lar em "explica ção sedutora para o comportamento da inflação brasi­leira ent re 1964-1973 (p. 249). Ain­da, quando citam o caso dos tra­balhadores metalú rg icos do ABC paulista (p . 220), os autores dão a impressão de que cons ideram suas reivindicações, no final dos anos 70, como in f lacionárias. Contudo, não explicam se ta is re ivindicações estavam acima dos índ ices de pro­dutividade do setor e, mesmo, de­vido ao efei to propagador de que fa lam, do conjunto dos operários industr iais. Isto é mais importante quando se leva em conta que não pre tendem "discutir questões re­lacionadas à justiça social" (mes­ma págin a) . Ora, não fazendo refe­rência à produtividade (histórica ou atual ) daqueles traba lhadores, podem estar dando a idéia de atri­bu ir a eles, injustamente, a culpa pelo processo inflacionário acele-

rado que vigora na economia brasi ­leira desde 1974/75. Na verdade, tais reivindicações podem ser vis­tas como a tentat iva de recupera­ção do poder de compra dos salá­rios .

No capít ulo 7, sobre o sistema fi­nanceiro nacional, fa ltam maiores considerações a respe·ito dos moti­vos que e·nsejaram a reforma finan ­ceira de 1964/65, relacionando, nesse sentido, de forma mais com­pleta, o sistema fin anceiro com a evolução e comportamento do mercado de produtos . Ainda, po­deria ser feita uma anál ise global, de caráter crítico, que ressal tasse se as insti tuições e ativos financei­ros , cr iados pela reforma e após ela, atingiram ou não os objet ivos propostos c éJpontando também as drstorçõcs havidas. Não obstante , a descricão pormenorizada da atual estrutura uo sistema fmancei­ro nacional pode fac ili tar essa tare­fa para os interessados .

Para conclu ir, o que mais se la ­menta no livro é o fato de ele não inc lu ir, mesmo de forma superficial, considerações acerca das relações fi nanceiras in te rnacionais ou, de ou tra forma, da mobilidade inter­nacional do capital e de suas con ­seqüências pa ra as economias na­cionais e, em particular , para a econo mia bras ileira . Tal aborda­gem é d t~ fu ndamental importân­cia, dado o grau de abertura exter ­na de nossa economia e dado o fa ­to de que parece inadmissível que um estudante universi tário de hoje possa desconhecer o assunto . Isto para não dizer que seria. um pou­co, fug ir do lugar-comum de gran­de par te dos livros-textos utiliza ­dos no ensino da ciência econômi­ca, que ressalvam tratar apenas da econom ia fechad a.

Em que pese, :-:on·udo, esta ob­servação e tendo em con:a 8 dito anteriormente. parece q~_: e o livro at inge realmente o objc:tivo a que se propôs , qual seja, o de preen­ch . .:: a falh a existente na literatura econômica. nacional. quanto a tex­tos básicos para o ensino de eco­n:) ·nia monetária e que dêem cor ·, -a e estejam ;J)'.stados "ao sisterr: t.J

financeiro e aos prob lemas de na­tureza monetárra dél nconom ia do 'País" (conforme orelha da capa

frontal ). Nesse sentido , o livro será bastante út il a alunos c professores de cu rsos de economia e adminis­tração '\O Brasil.

?edro Ramos

1 Veja Cardoso, liana . Moed . renda e In ­

flação. alg umas ev1 dências da econom ia brasileira . Pesquisa e Planejamenro Econô­mico, 7 (2) ago . 1977; Contador . Cláudio A Exogen idqde da oferta de moeda no Bra­sil. Pesquisa e P!anejamen;o Econômico, 8 12) ago. 1978.

2 Veja. a respeito. o art igo publ icado em Chal!enge. Mar. /Ap .. 1977.

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