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DESENVOLVIMENTO ECONOMICO DO ESTADO DE GOIÁS NO

SÉCULO XX: Transição da Cultura Agrária à Industrialização

Wellington Rodrigo de Campos1

RESUMO

No século XX, o Brasil como um todo viveu um processo de transformações que vão desde a política ao

meio social em que vivemos neste contexto destacaram-se alguns estados que se desenvolveram político-

economicamente. Dentre estes estados teremos como foco o desenvolvimento econômico do estado de

Goiás, que sofreu influencias políticas para então atingir o status ao qual se encontra hoje. Com isso

buscaremos demonstrar como este processo se deu, desde a cultura agrária-coronelista à recente

industrialização que o estado enfrenta atualmente. Focando e correlacionando este processo com a

transferência da capital da cidade de Goiás à Goiânia, e a vinda da capital federal para o estado de Goiás,

e sua instalação em Brasília, fatos que levaram o estado ao cenário político nacional, conseguinte ao seu

potencial, uma vez que, desde o império, o estado estava esquecido pelo governo brasileiro.

Palavras-chave: economia, industrialização e Goiás.

INTRODUÇÃO

O tema busca resgatar a história econômica de Goiás evidenciando todo um

processo que aqui se deu desde o inicio do século XX, quando toda a economia goiana

era baseada na agricultura e pecuária de subsistência, persistindo ai o grande número de

latifúndios e coronéis que comandavam a política e a economia do estado daquela

época, lembrando que desde a época da colonização, Goiás tinha um papel secundário

na economia brasileira, partindo da mineração à pecuária, onde no final do século XIX a

inicio do século XX esse quadro começou a ser mudado com as transformações que o

estado e o Brasil vivenciaram com a proclamação da republica e a recente

industrialização que aqui chegaram.

Tendo a proposta de delimitar como foi o processo de modernização do

estado, desde seu principio agrário de subsistência à industrialização que aqui foi

instalada em determinadas regiões, principalmente no centro-sul goiano onde o

desenvolvimento foi mais acentuado devido a sua proximidade com a região sudeste do

Brasil, outro ponto fundamental foi à transferência da capital, de Goiás para Goiânia,

como um dos fatores que contribuíram para esta modernização. E também demonstrar

como essa industrialização teve um grande impacto na sociedade goiana, colocaremos

1 Aluno da 3ª série do Curso de História da UEG – Unidade Universitária de Morrinhos.

Orientado pelo Professor Mestre Raul Pedro de Barros Batista.

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em pauta as grandes transformações que aqui ocorreram tanto economicamente como

culturalmente, uma vez que essa sociedade em maioria era rural2.

Propondo então, a partir dos elementos abordados, que a construção de

Goiânia foi um dos processos que influenciou o desenvolvimento de Goiás, tendo esta

cidade como o ponto de partida para o desenvolvimento geral de todo o estado, levando

em consideração que esta obra foi um dos maiores feitos arquitetônicos daquela época

no Brasil, onde proporcionou uma maior integração de Goiás com os antigos centros

urbanos. Além disso, explicitar outros projetos que fizeram com que Goiás se

desenvolvesse, como órgão dos governos estaduais e federais que, criados no governo

militar, tinham como finalidade desenvolver o interior do Brasil, incluindo Goiás.

Contudo tentaremos demonstrar como Pedro Ludovico e Juscelino

Kubitschek influenciaram com suas idéias revolucionárias de modernidade o estado de

Goiás, e demonstrando que o desenvolvimento do Centro-Oeste, e principalmente de

Goiás, não se deu uniformemente mostrando que apenas os antigos centros econômicos

coloniais da província de Goiás e posteriormente à capital, Goiânia, se desenvolveram,

tendo em vista que o estado de Goiás apenas se desenvolveu industrialmente no centro-

sul do estado.

E por fim, verificaremos o modelo de desenvolvimento sócio-econômico de

Goiás, levando-se em conta que a economia goiana era, e ainda é composta

principalmente pela agropecuária ou agroindústrias, tendo isso como base de seu

desenvolvimento, sendo que apenas na década de 90 surgiram outros tipos de indústrias,

como o pólo farmacêutico e petroquímico, e através deste processo evidenciaremos

como o estado estava no inicio do século XX e como Goiás chegou economicamente no

inicio do século XXI, comparativamente e o evidenciando no cenário econômico

brasileiro, onde Goiás ocupa o status de 9ª maior economia dos estados brasileiros.

2 A proposta de construção e transferência para uma nova capital, feita por Pedro Ludovico Teixeira, nos

seus primeiros anos de interventoria em Goiás, baseava-se na formulação de um espaço urbano que

representasse o estado de Goiás em seu tempo. Em outras palavras, construir uma nova capital era

mostrar que ele de fato estava fazendo algo novo e moderno [...] A ”modernidade“ que se desejava

implantar, com a construção de Goiânia, poderia atingir toda a região goiana. Esse era um desejo expresso

nos discursos de Pedro Ludovico, naquela época. (GOMIDE, 2002, p. 34-35).

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DESENVOLVIMENTO

1. Economia como produto do conceito

Antes de entramos em detalhes do respectivo trabalho devemos de ante mão

discutir o conceito que o engloba, tal como a economia que é o alicerce deste trabalho,

pois sabemos que para fazermos uma analise da trajetória histórica econômica de Goiás

é de suma importância à compreensão deste conceito.

Primeiramente discutiremos a etimologia sobre o conceito de economia, que

segundo Silva seria um conceito definido na Antiguidade humana que em termos

amplos seria definido no seguinte modo, “a expressão Economia tem origem na palavra

grega oikos, que significa casa, fortuna, riqueza e na palavra nomos (também grega),

que quer dizer lei, regra ou administração” (SILVA, 1976; p.14).

Assim, pois sabemos que a economia trata-se do conjunto de relações e

atividades exercidas por um individuo ou estado, variando desde seu primórdio agrário

a até a industrialização fabril, onde estas atividades traduzem a necessidade do homem

em gerar seu próprio sustento, ou seja, produzindo para suas próprias necessidades.

“Economia pode ser definida como a ciência que estuda a forma como as sociedades

utilizam os recursos escassos para produzir bens com valor e de como os distribuem

entre os vários indivíduos. [...] a ideia de que a sociedade deve utilizar os recursos de

que dispõe de uma forma eficiente, ou seja, deve procurar formas de utilizar os seus

recursos de forma a maximizar a satisfação das suas necessidades”.3

Para tanto, Silva acrescenta um ponto fundamental sobre a economia que

definida e discutida perante sua própria etimologia, onde então entende-se segundo o

mesmo “[...] a definição etimológica de Economia indica uma coisa – a administração

da casa –, porém o seu estudo visa outra completamente diferente: as relações humanas

denominadas econômicas”. (SILVA, 1976; p.15).

Em planos acadêmicos a economia como ciência é o alvo das pesquisas

onde os amplos aspectos econômicos, sociais e políticos são discutidos, onde neste

conceito evidencia-se de certo modo sua quase que incapacidade de conceituar-se por si

3 NUNES, Paulo. Conceito de Economia. Disponível em:

http://www.notapositiva.com/trab_professores/textos_apoio/economia/01conceconomia.htm. Publicação

para feita no site Nota Positiva, na coluna Texto de Apoio, publicado em 01 de Maio de 2006. Acessado

em 22 de Agosto de 2007.

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só, onde vários teóricos vão definir a economia como uma reação de seu próprio meio

de coexistência.

Após estas exemplificações sobre economia, falta ainda a conceituação

sobre o real objeto de estudo da economia, que Silva define simplesmente e

abstratamente segundo seus próprios condizerem sobre economia e relações humanas,

onde “podemos afirmar que a Economia tem por objeto ou estudo certos aspectos de

nossa atividade; daí dizer-se que ela é uma das disciplinas que estudam o

comportamento humano”. (SILVA, 1976; p.17).

Silva descreve de certo modo como a Economia é dependente das relações

humanas, mostrando então que a Economia enquanto ciência situa-se alavancada a

varias áreas do saber, o que então concluímos que o próprio homem é um ser econômico

e que estas relações se perpetuam através do tempo histórico, sendo que a amarração

das sociedades humanas seria feita pelas suas relações, ou seja, a Economia como um

destes fatores.

Portanto, a economia deve ser analisada em suas varias vertentes e o modo

qual ela estara empregada nas sociedades humanas, sendo ela utilizada sempre de forma

ao desenvolvimento das relações comerciais humanas. Onde apartir disto podemos então

analisar o desenvolvimento economico de Goiás, onde as relações agrárias de

subsistencia vão alongar seus ambitos em busca da industrialização.

2. Transcorrer histórico econômico do estado de Goiás: Da agropecuária à

industrialização

Antes de analisarmos o processo de desenvolvimento industrial do estado de

Goiás devemos antes dividi-lo em dois períodos distintos, o período anterior a

Revolução de 1930, onde dominava no estado a economia de produção agropecuária de

subsistência e sua manutenção era constante pelas oligarquias dominantes, como os

Bulhões, Xavier de Almeida e os Caiados, “[...] a economia de Goiás permanecia

dependente e inviável para grandes empreendimentos. As rodovias, na maioria

temporárias, não ofereciam condições de trafego para veículos pesados [...] incapazes de

propiciar um desenvolvimento à altura de nossos potenciais e necessidades” (MAIA,

1986, p. 35). O segundo período, o qual é o alvo de estudo, é posterior a Revolução de

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1930, que significa a ascensão de Pedro Ludovico ao poder e uma nova etapa na

economia de Goiás.

Com a Revolução de 1930, Vargas inauguração não só em Goiás, mas em

todo o Brasil uma política econômica voltada à industrialização, onde cabe explicar

como este contexto industrial chegou e fora transformado em Goiás. Vargas nomeia

então para interventor do estado Pedro Ludovico Teixeira visando romper então a

política oligárquica coronelística que se instalará em Goiás desde a Proclamação da

Republica.

A revolução de 1930 foi a solução encontrada por facções insatisfeitas da

própria classe dominante que, por meio do Estado, tentam impor a unidade

nacional, utilizando-se das instituições, contra o particularismo regional

(coronelismo). O populismo será, então, a forma política adotada. (SOUZA,

CARNEIRO, 1996; p.65).

Para tanto Vargas, buscou primeiramente preencher os vazios demográficos

existentes no interior do Brasil, como no Centro-Oeste e na Amazônia, onde seria uma

tentativa para de certo modo propiciar o desenvolvimento destes locais mesmo que

fosse à agropecuária, onde seria então o principio para tentativa da industrialização

goiana. Esta política de Vargas ficou conhecida como a “Marcha para o Oeste”, como

demonstra a citação de Cibeli de Souza e Maria Esperança F. Carneiro que exprime os

ideais de Vargas sobre esta política.

”A Marcha para o Oeste” foi uma política posta à frente pelo Estado Novo a

partir de 1938, com o intuito de promover, dentre outras coisas, a ocupação

dos vazios demográficos, com a absorção dos excedentes populacionais que

faziam pressão social no centro-sul do país, encaminhando-os para áreas que

produziriam matérias primas e gêneros alimentícios a baixo custo, para

subsidiar a implantação da industrialização no centro-sul. A “Marcha para o

Oeste” foi viabilizada, num primeiro momento, pelos projetos de colonização

nos estados do Mato Grosso, Paraná e Goiás. (SOUZA, CARNEIRO, 1996;

p.69 - 72).

Juntamente com a “Marcha para o Oeste” e a ascensão de Pedro Ludovico

ao poder de Goiás, como interventor, se dá o ponto principal para o progresso de Goiás

que fora o então chamado “Impulso a Modernidade”, “[...] enquanto interventor, Pedro

Ludovico, filho da Revolução de 1930, buscou criar condições para impulsionar a

ocupação do Estado, isto é, para a expansão do capitalismo” (SOUZA, CARNEIRO,

1996; p. 68).

Este “Impulso a Modernidade” de Ludovico trouxe consigo uma nova

capital ao estado, Goiânia, fator preponderante ao desenvolvimento econômico goiano

que seguirá com o passar das décadas.

A construção da nova Capital só foi possível por causa do apoio do governo

federal. A construção de Goiânia teve uma ação psicológica positiva, levando

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os goianos a pensar no futuro e esquecer o fracasso da mineração no passado.

(SOUZA, CARNEIRO, 1996; p. 69).

Com a construção de Goiânia, Goiás passará então por um relativo

crescimento da agropecuária, onde o impulso da modernidade proposto por Ludovico

será o carro chefe para este progresso e esta nova dinâmica econômica fará Goiás

inserir-se na economia brasileira não mais como um estado periférico, tendo então

Goiás uma produção agrícola considerável vista os demais estados brasileiros.

No final dos anos 50, Goiás ocupava o quarto lugar na produção nacional de

arroz, dispunha de 11,4% da área total cultivada com o cereal e produzia

cerca de 10,8% do total do arroz do país, superado apenas pelos estados de

São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. (O Popular, 10 de Fevereiro

de 1960).

Mesmo com todo este dinamismo goiano, impulsionado por uma nova

capital, de fato a ascensão goiana para o cenário econômico nacional só se daria a partir

da década de 1950 com um dos fatores que seriam imprescindíveis para o

desenvolvimento goiano, a construção da nova capital federal em solo goiano, por

Juscelino Kubitschek, que então significou o ponto de partida para uma nova economia

goiana que despontaria, visto sendo a nova capital, Brasília. “Em troca de apenas uns

pobres e caducos cinco mil quilômetros quadrados para a implantação da capital federal,

fez surgir uma nova esperança, tendo Goiás como foco de tudo de novo que começava a

despontar no Brasil; uma fronteira econômica para o Brasil” (MAIA, 1986; p. 36).

Mas este progresso não estava sujeito apenas a construção de Brasília, onde

outro fator contribui para este desenvolvimento econômico, a BR-153, mais conhecida

por Belém-Brasília. A BR-153 significou o ponto de união de Goiás com o Brasil

aproximando-se dos grandes centros do Centro-Sul brasileiro, onde cortado de norte a

sul, Goiás inseriu-se em meio à malha rodoviária crescente brasileira, onde sem duvida

alguma isso foi o grande e decisivo fator para o desenvolvimento. Pois, desde o inicio

do século XX, Goiás tornará periférico devido a sua falta de conexão com os demais

estados brasileiros, sendo então impossível ou quase transitar em meio às más condições

das escassas estradas goianas.

A rodovia Belém-Brasília, adentrando norte acima, deixou de ser apenas uma

estrada de cavaleiros e de jeep, tornando-se, de fato, uma rodovia com bases

para suportar o transporte e provocar as transformações de que o Estado

precisava [...] Goiás hoje é peça importante no complexo econômico do

Brasil. É uma demonstração de como a economia nacional deve funcionar

como um todo. E neste particular a indústria automobilística, embora, de

alguma forma, imposta, desempenhou papel preponderante para a expansão

das fronteiras econômicas de Goiás [...] BR-153 e só por Goiás são quase mil

e quinhentos quilômetros. (MAIA, 1986; p. 35).

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Com o governo militar, a partir de 1964, a agropecuária goiana será

incentivada pelos novos projetos que o governo federal e estadual criaram em pró do

seu crescimento, com um enorme diferencial que seria então o incentivo a

industrialização goiana, que até então era quase ou senão inexistente. Sendo que o

“Milagre Econômico” fora um dos grandes incentivadores destas novas políticas

econômicas que serão empregadas sobre Goiás. Dentre outras políticas econômicas a

principio destaca-se a PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo), em 1968, que é

exemplificada pela citação:

No período do governo militar no Brasil foram realizadas várias mudanças

no campo econômico a fim de combater a inflação e favorecer a retomada

do crescimento. Utilizando políticas, como o PAEG, foi possível realizar a

expansão dos mercados externos e a ampliação do mercado interno, através

da expansão do crédito ao consumidor, da expansão da poupança interna e

do arrocho salarial. Para essas transformações e as realizações desses

objetivos, denominou-se o período de 1968 à 1973 como “milagre

econômico. 4

Este processo crescente da industrialização goiana a partir dos anos 80, se

dá em função de um fenômeno na economia brasileira, a descentralização industrial,

onde este processo significou grandes mudanças no cenário goiano, pois as indústrias

antes situadas nos grandes centros econômicos, Sudeste brasileiro, buscaram locais mais

atraentes as suas necessidades, como impostos baixos, grandes quantidades de águas e

estruturas capazes de suportar este desenvolvimento que seria levado junto as grandes

indústrias, levando então a industrialização a locais distintos do Brasil, como o Centro-

Oeste e Norte principalmente, onde então Goiás se destacará5.

Somando a descentralização outro fator será fundamental a consolidação da

crescente agroindústria goiana, que será o desmembramento do estado, criando-se assim

um novo estado na federal, o Tocantins. Este fato fora importante não somente na

receita goiana, que agora teria mais condições de sustentar esta industrialização, como é

descrito por Hélio Rocha em uma entrevista com o então governador Iris Rezende, que

responde sobre a questão da divisão do Estado de Goiás. “Nós aplicávamos cinco vezes

4 BARBOSA, Nilmar de Oliveira. PIB e salário mínimo no Milagre Econômico brasileiro de 1968 à 1973.

Disponível em: http://www.anhanguera.edu.br/publicacoes/caderno_economia/Artigo13_Nilmar.pdf.

Artigo publicado na revista Anhanguera da Faculdade Anhanguera - Aparecida de Goiânia – GO, em

2004. Acessado em: 23 de Setembro de 2007.

5 In SABÓIA, João. Descentralização Industrial no Brasil na década de noventa um processo dinâmico e

diferenciado regionalmente. Disponível em:

http://www.anpec.org.br/encontro2001/artigos/200104317.pdf. Artigo apresentado em encontro da

ANPEC, 2001. Acessado em 23 de Setembro de 2007.

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mais no Estado do Tocantins do que arrecadávamos. O norte, naquela época, contribuía

com 6% da arrecadação do Estado de Goiás, e nós aplicávamos lá cerca de 30%”.

(ROCHA, 2004; p.227).

Por fim na década de 1990, a industrialização recente goiana ganha status

nacional, onde seu desenvolvimento dinâmico aliado aos fatores antes descritos fará

com que a economia goiana torne-se auto-suficiente, sendo a indústria ou agroindústria

responsável por mais da metade do PIB goiano, demonstrando como a indústria se

tornou importante em nosso estado tendo em mente que essa industrialização, que,

porém tardia, atingiu a economia goiana mesmo ainda sendo esta atrelada a

agropecuária.

CONCLUSÃO

A partir então deste pressuposto histórico sobre a industrialização goiana

percebemos então duas vertentes da industrialização goiana, onde devemos então

analisar a importância dos governos presidenciais de Vargas e Kubitschek no cenário

estadual levando a crer que a industrialização goiana tem por inicio estes períodos que

compreendem entre 1930 a 1960, contextualizando neste período Ludovico que fora

uma figura inestimável para o modernismo goiano.

Em segundo questão analisar que a industrialização goiana, ou

agroindústria, fora uma decorrência natural do processo ao qual o Brasil passava nas

décadas de 1980-90, onde a própria estrutura nacional e principalmente a estadual

propiciou este desenvolvimento, ou de certo ponto de vista modernização das bases

agrárias goianas, passando então de agrárias às agroindústrias.

Em suma, o seguinte trabalho tem a proposta centrada no crescente número

de indústrias que se instalaram no estado de Goiás, buscando então no transcorrer

histórico demonstrar como isto fora possível, sendo levado em questão que a

industrialização goiana foi decorrente de uma serie de processos que foram feitos pelos

governos estaduais, o que nos leva a crer que não fora um fenômeno que ocorreu no

estado, e, portanto o que aconteceu em Goiás foram os reflexos de sua própria aceitação

e inclusão neste processo.

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REFERÊNCIAS

SILVA, Valtuir Moreira da. História Agrária em Goiás. Goiânia: AGEPEL/UEG, 2002.

CAMPOS, Francisco Itami. Coronelismo em Goiás. Goiânia: Editora da Universidade

Federal de Goiás, 1987.

GOMIDE, Cristina Helou. História da Transferência da Capital. Goiânia:

AGEPEL/UEG, 2002.

MAIA, Valter Estácio. Economia de Goiás. 2ª Edição. Goiânia, Editora da UCG, 1986.

PALACÍN, Luís; MORAES, Augusta de Sant’Anna. História de Goiás. 6ª Edição.

Goiânia: Editora da UCG, 1994.

NUNES, Paulo. Conceito de Economia. Disponível em:

http://www.notapositiva.com/trab_professores/textos_apoio/economia/01conceconomia.

htm. Publicação para feita no site Nota Positiva, na coluna Texto de Apoio, publicado

em 01 de Maio de 2006. Acessado em 22 de Agosto de 2007.

SILVA, Adelphino Teixeira da. Economia e Mercados (elementos de economia). 15ª

Edição. São Paulo: Atlas, 1976.

SOUZA, de Cibeli; CARNEIRO, Maria Esperança F.. Retrospectiva Histórica de Goiás:

da colônia a atualidade. Goiânia: Livraria Cultura Goiana, 1996.

BARBOSA, Nilmar de Oliveira. PIB e salário mínimo no Milagre Econômico brasileiro

de 1968 à 1973. Disponível em:

http://www.anhanguera.edu.br/publicacoes/caderno_economia/Artigo13_Nilmar.pdf.

Artigo publicado na revista Anhanguera da Faculdade Anhanguera - Aparecida de

Goiânia – GO, em 2004. Acessado em: 23 de Setembro de 2007.

SABÓIA, João. Descentralização Industrial no Brasil na década de noventa um

processo dinâmico e diferenciado regionalmente. Disponível em:

http://www.anpec.org.br/encontro2001/artigos/200104317.pdf. Artigo apresentado em

encontro da ANPEC, 2001. Acessado em 23 de Setembro de 2007.

Jornal O Popular, 10 de Fevereiro de 1960.

ROCHA, Hélio. Os inquilinos da Casa Verde: Governos de Goiás de Pedro Ludovico a

Marconi Perillo. – Ed. Revista e ampliada – Goiânia: Asa, 2004.