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Fotos: Drawlio Joca Artigo Funcionários do BB protestam contra plano de funções No último dia 22/2, a Câmara Municipal de Fortaleza realizou sessão solene para homenagear a entidade, um dos maiores sindicatos de bancários do País (pág. 3) O Nordeste brasileiro está passando por uma das maiores secas dos últimos 40 anos. A região sofreu as piores estiagens nos idos de 1958 e 1970, quando inúmeras pessoas que dependem diretamente da terra tiveram suas vidas ceifadas diante da fome e da sede. Hoje, o cenário parece se repetir. O poder público, em todas as suas instâncias, precisa atender o povo nordestino com urgência. É preciso que o Governo Federal acelere a transposição do velho Chico. É preciso que os governos estaduais façam a sua parte nas questões de irrigação. É preciso somar forças para ajudar o nosso povo. Medidas nesse sentido devem estar no topo da agenda de políticos e autoridades para tentar amenizar os efeitos imediatos dessa seca que já entrou para a História pelo sofrimento que está causando. Os reflexos do problema também alcançam, indiretamente, a realidade da categoria bancária. Mesmo que em menores proporções, esses reflexos são suficientes para tornarem o trabalho bancário ainda mais estressante e abrir mais espaço para o famigerado assédio moral. Se de uma maneira geral o bancário já está exposto a metas abusivas, nas regiões mais atingidas pela seca, como no Interior do Ceará, essas metas se tornam verdadeiramente inatingíveis. Imagine você, bancário, trabalhando em uma cidade onde a população sofre com a escassez e vendo-se obrigado a vender, de qualquer forma, uma determinada quantidade de produtos e serviços sob a ameaça constante de exoneração? Em todo o Estado, o gerente do BB, por exemplo, que não cumpre as metas impostas está condenado a perder a função – através de uma manobra cruel do banco. O Sindicato vem denunciando constantemente esses desmandos, mas essa postura está praticamente enraizada. Estabelecer metas não é o problema, mas sim impor metas inadequadas à realidade. As entidades sindicais, em especial as do Nordeste, precisam reforçar suas reivindicações e engrossar seu coro para exigir das direções dos bancos uma revisão imediata dessa situação, que é desumana e inadmissível. Bosco Mota – Diretor do SEEB/CE e funcionário do BB A seca e as metas Sindicato dos Bancários do Ceará 80 anos de lutas em defesa da categoria e de conquistas para a classe trabalhadora • Em negociação permanente, Caixa nega reestruturação e aborda condições de trabalho dos empregados (pág. 2) • HSBC: negociação aborda plano de saúde, PPR e previdência complementar. Banco anunciou ainda pagamento da PLR para o dia 27/2 (pág. 4) • Inscrições para curso preparatório ao Exame CPA-10 vão até o dia 28/2. Parceria garante desconto especial para sindicalizados (pág. 6) • SEEB/CE cobra transparência na gestão do INEC dentro do BNB. A entidade denuncia ações condenáveis como apadrinhamentos em funções comissionadas (pág. 6) O Sindicato dos Bancários do Ceará esteve dia 20/2, em frente à Super/BB protestando contra os desmandos da direção do banco, principalmente o plano de funções, recentemente implantado pelo BB de forma unilateral e sem qualquer negociação com a representação dos funcionários (pág. 5)

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Fotos: Drawlio Joca

Artigo

Funcionários do BB protestam contra plano de funções

No último dia 22/2, a Câmara Municipal de Fortaleza realizou sessão solene para homenagear a entidade, um dos maiores sindicatos de bancários do País (pág. 3)

O Nordeste brasileiro está passando por uma das maiores secas dos últimos 40 anos. A região sofreu as piores estiagens nos idos de 1958 e 1970, quando inúmeras pessoas que dependem diretamente da terra tiveram suas vidas ceifadas diante da fome e da sede. Hoje, o cenário parece se repetir. O poder público, em todas as suas instâncias, precisa atender o povo nordestino com urgência.

É preciso que o Governo Federal acelere a transposição do velho Chico. É preciso que os governos estaduais façam a sua parte nas questões de irrigação. É preciso somar forças para ajudar o nosso povo. Medidas nesse sentido devem estar no topo da agenda de políticos e autoridades para tentar amenizar os efeitos imediatos dessa seca que já entrou para a História pelo sofrimento que está causando.

Os refl exos do problema também alcançam, indiretamente, a realidade da categoria bancária. Mesmo que em menores proporções, esses refl exos são sufi cientes para tornarem o trabalho bancário ainda mais estressante e abrir mais espaço para o famigerado assédio moral. Se de uma maneira geral o bancário já está exposto a metas abusivas, nas regiões mais atingidas pela seca, como no Interior do Ceará, essas metas se tornam verdadeiramente inatingíveis.

Imagine você, bancário, trabalhando em uma cidade onde a população sofre com a escassez e vendo-se obrigado a vender, de qualquer forma, uma determinada quantidade de produtos e serviços sob a ameaça constante de exoneração? Em todo o Estado, o gerente do BB, por exemplo, que não cumpre as metas impostas está condenado a perder a função – através de uma manobra cruel do banco. O Sindicato vem denunciando constantemente esses desmandos, mas essa postura está praticamente enraizada.

Estabelecer metas não é o problema, mas sim impor metas inadequadas à realidade. As entidades sindicais, em especial as do Nordeste, precisam reforçar suas reivindicações e engrossar seu coro para exigir das direções dos bancos uma revisão imediata dessa situação, que é desumana e inadmissível.

Bosco Mota – Diretor do SEEB/CE e funcionário do BB

A seca e as metas

Sindicato dos Bancários do Ceará

80 anos de lutas em defesa da categoria e de conquistas para a

classe trabalhadora

• Em negociação permanente, Caixa nega reestruturação e aborda condições de trabalho dos empregados (pág. 2)

• HSBC: negociação aborda plano de saúde, PPR e previdência complementar. Banco anunciou ainda pagamento da PLR para o dia 27/2 (pág. 4)

• Inscrições para curso preparatório ao Exame CPA-10 vão até o dia 28/2.

Parceria garante desconto especial para sindicalizados (pág. 6)

• SEEB/CE cobra transparência na gestão do INEC dentro do BNB. A entidade denuncia ações condenáveis como apadrinhamentos em funções comissionadas (pág. 6)

O Sindicato dos Bancários do Ceará esteve dia 20/2, em frente à Super/BB protestando

contra os desmandos da direção do banco, principalmente o plano de funções, recentemente implantado pelo BB de forma unilateral e sem qualquer negociação com a

representação dos funcionários (pág. 5)

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Presidente: Carlos Eduardo Bezerra – Diretor de Imprensa: Marcos Aurélio Saraiva Holanda – Jornalista Resp: Lucia Estrela CE00580JP – Repórter: Sandra Jacinto CE01683JPEstagiária: Cinara Sá – Diagramação: Normando Ribeiro CE00043DG – Impressão: Expressão Gráfi ca – Tiragem: 11.500 exemplares

DICA CULTURAL

CONVÊNIO

A exis-t ên c i a de m u d a n ç a s de impacto na situação funcional e na locação dos empre-gados f o i negada pela Caixa Econô-mica Federal na mesa de negociações permanen-tes com a Contraf-CUT, federações e sindicatos, na terça-feira, dia 20/2, em Brasília.

Os representantes da empre-sa voltaram a afirmar que não há nada além do que pesquisas e diagnósticos sendo feitos por uma consultoria contratada, vi-sando levantar pontos estruturais críticos e apontar melhorias em procedimentos. Coisa tida como parte da busca permanente por aperfeiçoamentos. O trabalho da consultoria, segundo infor-maram, está ainda inconcluso e, portanto, desconhecido entre os gestores que não são da área que o acompanha.

Houve reconhecimento por parte dos negociadores da Cai-xa quanto à movimentação que acontece na área de Contabilida-de, envolvendo as seis unidades situadas em diferentes pontos do País, mas como um caso específico, de alcance restrito. Os representantes dos empre-gados chamaram a atenção para a dimensão que o boato sobre reestruturação assumiu dentro da empresa e solicitaram à Caixa iniciativas no sentido de melhor informar e orientar o corpo fun-cional para evitar inquietações. Sugeriram, inclusive, comuni-cação dirigida especificamente aos gestores, com o intuito de orientá-los a não darem vazão ao que não se tem como certo.

A rodada de negociação do dia 20/2 tratou ainda da elabo-ração de política para descomis-sionamento, aperfeiçoamento do processo de avaliação por mérito e condições de trabalho. Este último tema envolveu questões como login único, Sisag, aten-dimento expresso, corredores para abastecimento dos caixas e abertura de agência versus locação de pessoal.

Descomissionamento – A Contraf-CUT entregou à Caixa sugestões para instituição

Em negociação, Caixa nega existência de processo de

reestruturação

de critérios e procedimentos a serem adotados em caso de retirada da função comissio-nada. A elaboração da política de descomissionamento foi acertada entre as parte no últi-mo acordo coletivo. A ideia é assegurar que o empregado que ascendeu na carreira por meio de processos seletivos internos não venha a ser surpreendido com a retirada da função que galgou sem justificativas plau-síveis por parte dos gestores, algo que acontece com muita frequência atualmente. Pelo que se estabeleceu no acordo coletivo, a Caixa deverá apre-sentar o seu estudo sobre o assunto até 31 de março.

Avaliação por mérito – A Contraf-CUT abordou a avaliação por mérito instituída na empresa a partir de 2008 como uma con-quista dos bancários da Caixa e propôs a retomada das discussões para aperfeiçoamento do proces-so. O entendimento é de que há questões que merecem ser anali-sadas pela comissão paritária que elaborou os critérios da avaliação. Uma delas se refere às dificul-dades que muitos empregados estão tendo para a conclusão dos cursos da Universidade Cai-xa. A empresa concordou com a retomada das discussões na comissão paritária já no mês de março. A reunião deverá ocorrer entre os dias 11 e 15/3.

CONDIÇÕES DE TRABALHOLogin único – A Caixa informou que o piloto foi implantado com

sucesso e que a adoção do login único em âmbito geral se dará até o dia 31 de agosto.

Sisag – Os representantes dos empregados voltaram a chamar atenção para os problemas decorrentes da implantação do Sistema de Automação de Produtos e Serviços de Agências (Sisag), como é o caso da falta de suporte para ocorrências nos procedimentos experimentais. Foi reafi rmada a exigência de garantia de não punição aos empregados por erros decorrentes da implantação do novo sistema. A empresa afi rmou que os problemas estão sendo eliminados e que os empregados não so-frerão consequências pelos que ocorreram ou que ainda possam ocorrer.

Atendimento expresso – A Caixa fi cou de analisar os problemas apontados pela representação dos empregados em relação ao atendi-mento expresso. O principal deles é quanto à utilização de pessoas sem preparação para realizar o serviço, que exige conhecimento mínimo de operações de caixa.

Abastecimento de caixa – Segundo a empresa, das 22 agências que não contavam com corredores para o abastecimento dos caixas até o início deste ano apenas quatro ainda não tiveram solução para o problema.

Abertura de agências – Segundo os representantes da empresa, a Lotação Autorizada de Pessoal (LAP) nas novas agências é de, em média, nove empregados. A representação dos empregados relatou exemplos de fl agrante escassez de pessoal em boa parte das agências que estão sendo inauguradas e cobrou a ampliação do número de em-pregados, bem como a observância a outros problemas estruturais que comprometem as condições de trabalho.

PLR – A Contraf-CUT cobrou a antecipação do pagamento da se-gunda parcela da PLR para o dia 1º de março. A empresa anunciou o pagamento para esta data.

Fruto da iniciativa do economista José Luís Gomes Morais, o Museu da Escrita, inau-gurado recentemente, está aberto para visitas. As 1.400 peças expos-tas nas 16 salas do museu foram adquiridas pelo próprio José Luís, em cerca de 10 anos de garimpagem no Brasil e no exterior. Foi ele também, com ajuda da mulher, que organizou o museu, sem o auxílio de nenhum profi ssional es-pecializado no assunto.

O Museu da Escrita, em homenagem a pro-fessora sobralense Maria Isaurita Gomes Morais, genitora do idealizador do projeto, está localiza-do em Fortaleza, tendo iniciado suas atividades em Novembro de 2012.

José Luís diz que desde criança gosta de preservar objetos, tendo começado a colecionar moedas, álbum de fi gurinhas, selos e até carteiras de cigarro vazias. Juntan-do material aleatoriamente, diz ter resolvido direcionar a sua pesquisa para a área da escrita.

Percorrendo-se as salas é possível ter uma ideia da evolução da escrita ao longo do tempo e observar os objetos relacionados ao ato de escrever ou utilizados para reproduzir textos, como penas, livros, canetas, prensas tipográfi cas e máquinas de escrever, das mais diversas épocas.

Antepassados muito distantes do notebook, as escrivaninhas portáteis têm mais ou menos esse tamanho, mas com maior profundi-dade. Na caixa, que se abre propi-ciando um apoio para a escrita, eram guardados papel, tinta e penas de escrever, utilizados pelos viajantes para fazer contato de negócios ou com suas famílias.

A peça mais antiga do museu é

Museu da Escrita em Fortaleza está aberto à visitação

um conjunto original de três folhas escritas por monges copistas da Idade Média. José Luís cita tam-bém um livro português de 973 folhas escrito a mão pela mesma pessoa, trabalho que demorou 15 anos. Segundo ele, sabe-se que foi reproduzido pelo mesmo escriba, pois observa-se a mesma caligrafi a do início do fi m do livro, que data da segunda metade do século 18.

Mas o destaque do Museu é um peso de papel em forma de pata de leão, sem valor comercial. O idealizador diz que, ainda menino, começou a trabalhar em um banco em Sobral, sua cidade de origem. Ao deixar o emprego, com 17 anos, pediu e ganhou a peça do gerente do estabelecimento. É o seu mascote.

Serviço:Local: Rua Dr. Walder Studart, 56

– Dionísio Torres – FortalezaHorário: de terça-feira aos

domingos, das 9h às 12h e das13h às 17h

Outras informações: (85) 3244 7729

O convênio fi rmado entre o Sindicato dos Bancários do Ceará e o Co-légio Tiradentes oferece descon-tos de 20% para funcionários, fi -liados e associa-dos da entidade sindical no valor das mensalida-des de todas as séries escola-res (do ensino infantil ao pré-universitário), do cursinho pré-vestibular, dos cursos da Rede Tiradentes de Profissionalização (RTP) e da auto-escola.

Os descontos valem também para familiares, cônjuges e depen-dentes diretos dos benefi ciados e serão concedidos pela pontualidade dos pagamentos das mensalidades.

Colégio Tiradentes oferece descontos especiais aos bancários

Além disso, os descontos não são acumulativos e não se aplicam à matrícula. É importante identifi car-se como associado ao Sindicato.

Para mais informações: (85) 3226 8000 ou Av. Tristão Gonçalves, 876 – Centro.

Foto: Augusto Coelho

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80 anos comemorados no autêntico estilo cearense!

CARTILHA

A diretoria do Sindi-cato dos Bancários do Ceará está iniciando a distribuição nas agências da cartilha contendo a Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários e o acordo específico da Participação nos Lucros e Resultados 2012-2013. Na publ icação estão presentes ainda os acor-dos coletivos e acordos específicos da PLR do Banco do Brasil, Cai-xa Econômica Federal, Banco do Nordeste do Brasil, Santander, além da convenção coletiva e PLR dos financiários.

O objetivo da cartilha é fazer com que o bancário tenha sempre à mão um instrumento de consulta para tirar dúvidas e, sempre que necessário, fazer valer seus direitos.

Lembramos que além da versão impressa, o Sindicato disponibiliza os acordos e convenções no site www.bancariosce.org.br, na seção

Sindicato distribui versão impressa das convenções e acordos coletivos

assinados em 2012

Acordos Coletivos, onde o ban-cário pode também consultar as contratações realizadas em anos anteriores.

Mais informações: (85) 3252 4266.

Na sexta-feira, dia 22/2, a Câmara Munici-pal de Fortaleza homenageou o Sindicato dos Bancários do Ceará pelos 80 anos de exis-tência da en-tidade, numa proposta con-junta dos verea-dores Evaldo Lima (PCdoB), Acrísio Sena (PT), Deodato Ramalho (PT) e Márcio Cruz (PR). Na so-lenidade, o ve-reador Evaldo Lima destacan-do a atuação do Sindicato em defesa de todos trabalhadores e da sociedade, bem como a parceria da entidade na elaboração de um projeto de lei sobre a segurança nos bancos.

Evaldo Lima justifi cou a home-nagem ressaltando a importância do Sindicato cuja trajetória é marcante no movimento sindical, nas lutas so-ciais e políticas do Estado brasileiro, mesmo nos períodos de autoritarismo e nas circunstâncias ditatoriais da nossa História.

“O Sindicato dos Bancários foi sempre uma referência de luta por liberdades democráticas e em defesa dos trabalhadores. Há uma pauta especifi ca da categoria, como o com-bate ao assedio moral, à ganância dos banqueiros, a luta por melhores salários, com condições dignas de trabalho. Tem também uma pauta geral, onde o Sindicato dos Bancários jamais esteve divorciado dos inte-resses históricos e estratégicos da sociedade, especialmente no Ceará, que nesses 80 anos foi representado por lideranças do passado que ins-piram as conquistas do presente”, disse o vereador.

O presidente do Sindicato dos Bancários no Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, agradeceu a homenagem da Câmara, a Casa do Povo, pelo reco-nhecimento do parlamento municipal ao Sindicato dos Bancários, que ao longo de seus 80 anos de história tem dado contribuição muito grande na luta por justiça social, por trabalho decente, por mais segurança, por melhores empregos e por melhores salários. “O Sindicato também faz parte de uma série de entidades, que ajudaram a construir nossa ci-dade e nosso Estado. Por tudo isso, essa homenagem é importante. No nosso agradecimento, ressalto que o momento de comemorar, de celebrar é também o momento de renovar esforços para ampliar a atuação do Sindicato, cada vez mais em defesa dos trabalhadores, e por mais justiça social na nossa cidade”, disse Carlos Eduardo.

A solenidade contou com a presença de diretores do SEEB/CE e entidades representativas da categoria e de parlamentares liga-dos ao movimento bancário, como os deputados federais Chico Lopes (PCdoB), João Ananias (PCdoB) e Artur Bruno (PT). Também estiveram na mesa da solenidade, o vereador Elpídio Nogueira, que presidiu a so-lenidade, o presidente do SEEB/CE, Carlos Eduardo Bezerra, o secretário Intersindical da CTB, Clécio Morse, o diretor da Fetrafi /NE, Ribamar Pa-checo e o vice-presidente da CUT/CE, Will Pereira.

SEEB/CE recebe homenagem da Câmara Municipal pelos 80 anos

O Sindicato dos Bancários do Ceará comemorou seus 80 anos de atividade em defesa da categoria no mais autêntico estilo cearense: com muito forró. A festa aconteceu no último sábado, 23/2, no Pirata Bar, e além da categoria bancária, que compareceu em massa, contou ainda com a energia contagiante de Elba Ramalho, o autêntico forró pé de serra de Chico Pessoa e a alegria da Banda do Pirata.

O Sindicato dos Bancários foi fundado em 21 de fevereiro de 1933, tendo participado ativamente de mo-mentos importantes da história do Brasil. A entidade sobreviveu a dois golpes de Estado (o Estado Novo de Getúlio Vargas e o golpe militar de 1964) e a vários planos econômicos governamentais. Em sua existência, o Sindicato sofreu três intervenções. A primeira foi durante o Estado Novo (1937-1945) e duas vezes no período da ditadura militar (1964-1985).

Conquistas históricas – Durante o governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso e Tasso Jereissati, o Sindicato dos Bancários do Ceará travou ferrenha luta contra as demissões em massa nos bancos públicos, a privatização do sistema fi nanceiro estatal e o desmonte das conquistas históricas da categoria. Ressalte-se no período de 1998 a 2002, a reali-zação das Caravanas da Solidariedade, que percorreram todo o Ceará pregando contra as privatizações do setor público.

A partir de 2003, o Sindicato vem acumulando uma série de conquis-tas importantes para a categoria, entre elas, o aumento real de salários, por nove anos consecutivos; ampliação da PLR, cesta alimentação e 13ª cesta, ampliação da licença maternidade, pagamento de passivos trabalhistas relativos a direitos usurpados no governo FHC, a luta pela igualdade de direitos para homoafetivos, luta pela isonomia entre novos e antigos funcionários, entre outras.

Fotos: Drawlio Joca

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EDUCAÇÃO

LUCRO

INTEGRAÇÃO

O ano letivo começou em grande parte das escolas públicas do País na quinta, 14/2. Junto com as aulas, tem início também o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic). Ao todo, 4.997 municípios dos 26 estados mais o Distrito Federal concluíram o processo de adesão ao pacto até dezembro de 2012, o que representa 89,8% dos municípios do País. Outros 328 aderiram parcial-mente, não concluíram o processo de adesão ou não se manifestaram. Apenas oito optaram por não fi rmar o acordo que tem como objetivo asse-gurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao fi nal do 3º ano do ensino fundamental.

Para que o Pnaic seja implemen-tado, desde o anúncio do pacto, em novembro do ano passado, o Minis-tério da Educação (MEC) trabalha na formação de uma rede que envolve estados, municípios, universidades e escolas na capacitação, ensino e avaliação do ciclo da alfabetização: 1º, 2º e 3º anos da educação básica.

Um total de 37 universidades públicas é responsável pela for-mação dos orientadores de estudo que por sua vez serão responsáveis pela capacitação dos professores alfabetizadores. De acordo com o calendário proposto pelo MEC, a formação dos orientadores acontece desde dezembro do ano passado em alguns estados. Até março a pri-meira etapa da formação – 40 horas do total de 400 horas, 200 por ano até 2014 – será concluída e será a vez dos professores receberem as aulas – com carga horária de 120 horas por ano.

“O Pnaic é um projeto nacional fi r-mado com todos os entes federativos. Cada um tem uma responsabilidade grande para que o processo de alfa-betização seja bem sucedido. Com o plano, haverá um diálogo nacional. Ao mesmo tempo é importante que sai-bamos guardar as especifi cidades de cada localidade e que os professores possam criam em cima do material

Pacto pela alfabetização chega a 90% do País

disponível”, diz Regina Aparecida Marques de Souza, coordenadora do Grupo de Estudos em Letramento em Educação da Infância e do programa na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).

De acordo com o Censo Escolar de 2011 do Instituto Nacional de Estu-dos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no qual se baseia o planejamento do Pnaic, há cerca de 380 mil docentes lecionando do 1º ao 3º anos do ensino fundamental, que devem ser capacitados e receber um material desenvolvido para auxiliar no planejamento das aulas. Para cada grupo de 25 professores está previsto um orientador. O MEC estima que serão cerca de 18 mil orientadores.

Investimento – O Pacto rece-berá investimento de R$ 3,3 bilhões em dois anos. Para incentivar a participação dos profi ssionais serão oferecidas bolsas de R$ 200,00 men-sais para o professor alfabetizador; R$ 765,00 para o orientador de estu-do; R$ 765,00 para o coordenador das ações do pacto nos estados, Distrito Federal e municípios; R$ 1.100,00 para o formador da instituição de ensino superior; R$ 1.200,00 para o supervisor da instituição de ensino superior; R$ 1.400,00 para o coor-denador adjunto da instituição de ensino superior; e R$ 2.000,00 para o coordenador-geral da instituição de ensino superior.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), entre 2000 e 2010, a taxa de analfabetismo no Brasil, até os oito anos de idade, caiu 28,2%, com variações entre os estados da federação, e alcançou, na média nacional, uma taxa de alfabe-tização de 84,8% das crianças. Entre as regiões, existe uma diferença na taxa de analfabetismo, a maior está no Nordeste, 25,4%, seguido do Norte, 27,3%, Centro-Oeste, 9%, Sudeste, 7,8% e Sul, 5,6%. O estado com a maior taxa de analfabetismo é Alagoas, 35%, e o com a menor é o Paraná, com 4,9%.

O Sindicato dos Bancários do Ceará compareceu dia 21/2 ao seminário de integração de 37 novos empre-gados da Caixa Econômica Federal, em Fortaleza, cuja a posse foi em 18/2. Desses, 28 serão lotados no Ceará e os demais no Maranhão e no Piauí. Os diretores Bosco Mota, Rochael Almeida, Elvira Madeira e Jeferson Tramontini deram as boas-vindas aos novos empregados e falaram da importância da sindicalização. Na oca-sião, foram apresentadas as duas entidades representativas dos empregados da Caixa, que são o Sindicato dos Bancário do Ceará e Associação do Pessoal da Caixa (Apcef).

Sindicato participa da posse de 37 novos empregados da Caixa

Maior aposta do governo Dilma para acirrar a concorrência bancária, a Caixa Econômica Federal encerrou 2012 com um crescimento de 42% no volume de crédito, de longe o maior ritmo do sistema fi nanceiro, adquirindo um porte para ameaçar os rivais Itaú e Bradesco. No Bradesco, o crescimento foi de 11,5% e, no Itaú, de 9%.

Para a Caixa, a combinação de forte expansão dos negócios e baixo calote resultou num lucro recorde de R$ 6,07 bilhões, 17% maior que o de 2011. O desempenho destoa dos bancos privados, que tiveram queda nos lucros ou empataram com o obtido no ano anterior. Já Patrimônio Líquido do Banco ampliou-se, nesse período, 28,1% em relação ao de 2011 e alcan-çou o patamar de R$ 25,1 bilhões. Assim, o Banco fechou o exercício de 2012 com uma Rentabilidade sobre o Patrimônio Liquido Médio, anualizada (ROE), da ordem de 27,2%.

Contrariando as previsões eco-nômicas mais conservadoras, essa expansão na oferta de crédito pela Caixa não resultou em um aumento de sua taxa de inadimplência. Pelo contrário, a taxa de inadimplência manteve-se “bem comportada”, baixa e estável, na casa dos 2,0% do total da carteira. Entretanto, as despesas com Provisão para Créditos de Liquidação

Apesar do corte das taxas de juros, Caixa tem lucro recorde

Duvidosa (PDD) acompanharam esse crescimento e subiram 12,7% em relação a 2011.

A relação entre as Despesas de Pessoal e a Receita de Prestação de Serviços somada à Renda de Tarifas Bancárias, em 2012, mostra que essas receitas secundárias do banco superaram as despesas com pessoal em 5,6%, uma redução de 3 p.p. em comparação a 2011.

A Caixa ampliou em 2012 seu quadro funcional em 7.923 traba-lhadores passando de 85.633 mil empregados em 2011 para 92.926 mil em 2012. Ainda nesse mesmo período, foram abertas 559 agên-cias, totalizando 2.868 agências em todo o País. Os números da Caixa demonstram, muito claramente, que a ampliação das contratações e a expansão da rede de atendimento, mesmo em um cenário de queda de taxa de juros e spreads, não impacta-ram negativamente na rentabilidade do banco.

Junto com o Banco do Brasil, a Caixa liderou um movimento de corte nas taxas de juros, tarifas e custos dos investimentos, que foi colocado em xeque no setor fi nanceiro sob o argumento de risco de explosão dos calotes. O balanço do banco, por exemplo, mostra que esse cenário pessimista não se confi rmou.

A Contraf-CUT, federações e sindicatos retomaram processo de negociação com o HSBC na terça-feira, dia 19/2, e criticaram as ações unilaterais tomadas pelo ban-co, especialmente em relação ao Plano de Saúde, ao Programa de Participação nos Resultados (PPR) pró-prio do banco, além da implementação da Previdência Com-plementar, elaborada sem a participação do movimento sindical e que exclui a maior parte dos funcionários.

Depois de uma série de reu-niões sem que o HSBC apresen-tasse efetividade nas propostas, os representantes do banco reco-nheceram a necessidade de um processo negocial mais efetivo. Entre os representantes do ban-co estiveram o seu presidente, André Brandão, e o diretor de recursos Humanos para América Latina, João Rached.

“Nossa posição sobre o des-caso do banco na efetividade do processo de negociação foi con-tundente e seus representantes reconheceram isso, tanto que colocaram peso na reunião e seu presidente esteve presente ao fi-nal dela”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. “O banco assumiu esse compromis-so e agora está com o HSBC a responsabilidade de tornar esse processo sério e com retornos efetivos aos bancários”.

PLR sem desconto – O banco anunciou que pagará in-tegralmente a PLR, regra básica

Banco reconhece necessidade de negociação efetiva; PLR

não terá desconto

mais adicional no valor próximo ao pago na primeira parcela, cerca de R$ 600,00. O paga-mento será efetivado em 27/2 (quarta-feira). “O valor exato, porém, depende do fechamento do balanço do banco, que será publicado até início de março”, alerta Carlos Alberto Kanak, coordenador nacional da COE do HSBC.

O banco confirmou, portan-to, que o pagamento do progra-ma próprio de remuneração (PPR Vendas/PPR Atendimento) será feito sem o desconto na PLR, en-tretanto este valor terá redução de 15 a 20%, comparativamente ao ano passado, em razão de não ter atingido o fator de cumprimento dos 100% da performance cole-tiva e pela alta PDD (Provisões para Devedores Duvidosos), que somente no primeiro semestre de 2012 foi três vezes maior do lucro líquido.

Descaso com a Saúde do Trabalhador – O banco fez alterações unilaterais no plano de saúde em janeiro pre-

judiciais para os funcionários, retirando direitos do pessoal da ativa e dos aposentados. Durante a reunião, os represen-tantes do banco apresentaram as mudanças feitas no plano em detalhes. As modificações definitivamente não garantem melhorias ou a manutenção da qualidade do plano. A propos-ta do movimento sindical é a suspensão das mudanças e o início do processo de negocia-ção. Há sete anos o banco não negocia melhorias no plano de saúde com o movimento sindical. “Até 2005 havia uma negociação sistemática para discutir temas como reajuste, melhorias e ampliação dos be-nefícios no plano. De lá para cá não houve mais negociação e as mudanças são feitas unila-teralmente”, critica Humberto Filho, diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará.

O banco deve avaliar as propostas e uma nova reunião foi marcada para a primeira quinzena de março para tratar sobre o assunto.

Foto: Jailton Garcia

Foto: Secretaria de Imprensa – SEEB/CE

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LUCRATIVIDADE

O Sindicato dos Bancários do Ceará esteve durante a manhã da quarta-feira, 20/2, em frente à sede da Superintendência Es-tadual do Banco do Brasil, em Fortaleza, protestando contra os desmandos da direção do banco, principalmente o plano de fun-ções, recentemente implantado pelo BB de forma unilateral e sem qualquer negociação com a representação dos funcionários.

O protesto fez parte do Dia Nacional de Luta, orientado pela Contraf-CUT e Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, para denunciar o ataque aos direitos dos trabalha-dores. A Contraf-CUT acionará o Ministério Público do Trabalho questionando a redução de di-reitos dos trabalhadores com a implantação do novo plano.

“O rosário de desmandos é enorme: é assédio moral, é pres-são por cumprimento de metas abusivas, é descomissionamento irregular. Trabalhar no Banco do Brasil está se transformando num verdadeiro inferno”, denuncia o diretor do Sindicato e funcionário do BB, Bosco Mota.

Plano de Funções – Todos os comissionados considerados de Função de Confiança (FC) foram migrados compulsoria-mente, unilateralmente. Já o chamado público-alvo da Função Gratificada (FG) tem a opção de migrar para as novas funções de 6h com remuneração 16,25% menores que as antigas de 8h, a qualquer momento, ou permane-cer na função de 8h em extinção.

O presidente do SEEB/CE, Carlos Eduardo Bezerra, ressal-tou que o BB admitiu a toda a sociedade brasileira que exis-tem hoje no banco mais de 20 mil funcionários com jornada ilegal. “Essa confissão só acon-teceu por conta da pressão do funcionalismo que para poder fazer os resultados alcançados pelo banco estão precarizando até sua saúde e suas condições de trabalho”, relata.

Segundo ele, desde o início de 2000, o Sindicato vem de-nunciando problemas de extra-polação de jornada de trabalho dentro do Banco do Brasil. “A jornada do bancário é de seis horas conquistada com muita luta por toda a categoria e o banco tem obrigação de cumprir essa jornada sem redução de salário”, enfatizou.

Sobre o plano de funções, Carlos Eduardo destaca ainda outro viés: a precarização do atendimento à sociedade e das condições de trabalho. “O banco pegou cerca de 22 mil traba-lhadores que trabalhavam oito horas, colocou para trabalharem por seis horas, reduziu o salário desses funcionários e essas 40 mil horas que ficam em defasa-gem não vão ser cumpridas por ninguém, porque o banco diz

que não vai ampliar seu quadro, prejudicando o atendimento à população e sobrecarregando o bancário”.

Por fim, o presidente do Sin-dicato do Ceará chamou a direção do BB à sua responsabilidade. “O banco senta numa mesa de ne-gociação com os trabalhadores, assina um acordo coletivo e uma semana depois começa perse-guição contra grevista, suspende contratações e por fim, lança esse plano de funções absurdo que só prejudica o trabalhador. Isso sem falar na pressão por metas, nos descomissionamentos irregulares, no assédio moral etc. Nem banco privado se porta as-sim, imagine uma instituição que teoricamente deveria contribuir para o fomento do País. Se a si-tuação não melhorar nós iremos radicalizar, vamos parar agência, vamos atingir o banqueiro onde mais dói: que é o seu lucro, o seu cofre”, disse.

Bom pra poucos – O diretor do Sindicato, Alex Citó, lembrou a campanha de mídia do Banco do Brasil que quer mostrar dia-riamente na TV um BB “Bom pra todos”. Para ele, a campanha é enganosa. “Infelizmente temos que vir aqui denunciar isso. Não

é com desrespeito, metas abu-sivas e cobranças absurdas que se constrói um banco bom pra todos. Essa postura da gestão está completamente equivocada. Para se construir um banco realmente bom pra todos há que se respeitar os funcionários também, que não vêm sendo valorizados como se devem, mas que deveriam ser visto como o grande patrimônio dessa instituição”.

Gestão temerária – Já o diretor do SEEB/CE e funcionário do BB, José Eduardo Marinho, destacou que atitudes irresponsá-veis como essas que a direção do BB vem tomando, principalmente referente ao novo plano de fun-ções, vêm gerando um montante absurdo de passivos trabalhistas. “O passivo que o banco vem criando com seus funcionários vem crescendo ano a ano. Em 2011, ele já passava de R$ 1,5 bilhão que está sendo tirado de cada trabalhador do País, porque esse banco é público. A previsão em 2012 para esse mesmo passivo chega a R$ 2 bilhões, retirados da sociedade e criados por esses executivos que estão praticando uma gestão totalmente temerária que pode levar esse banco a uma situação muito séria”.

Bancários do Ceará protestam contra desmandos do BB

Fotos: Drawlio Joca

O Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE) continua fi rme na cobrança por mais contratações no Banco do Brasil, que tem até o próximo dia 4 de março para efetivar todos os aprovados no concurso de 2011. O Sindicato exige convocações urgentes diante da demanda nas agências por mais bancários e melhor atendimento.

“Essa luta pelo emprego no Banco do Brasil é muito importante. O Sindicato quer que se efetivem as contratações até a ocupação de todos os cargos ociosos no Ceará. Nós temos notícias de que são mais de 20 cargos ociosos no Estado. Essa postura desrespeita o concurso público e restringe a ocupação des-ses cargos nas agências”, denuncia Carlos Eduardo Bezerra, presidente do SEEB/CE.

Por conta disso, o Sindicato está preparando uma ação judicial para questionar a tentativa do BB de precarizar o atendimento à população e de economizar através da ausência

SEEB/CE cobra mais contratações para o Estado

de funcionários. “Queremos a con-vocação de todos os concursados”, enfatiza o presidente.

Resultados – Depois da Cam-panha Salarial de 2012, o BB defi niu, de forma arbitrária e antissindical, a suspensão de férias e contratações. O movimento sindical agiu e o banco recuou, empossando uma turma em dezembro. Em janeiro, porém, o banco lança um novo plano de fun-ções e avisa que não iria aumentar o quadro funcional mesmo com a proximidade da expiração do certame de 2011 e com a demanda crescente nas agências.

O Sindicato pressionou mais uma vez, através de denúncias e manifestações, e levou o banco a anunciar mais uma posse na pró-xima segunda-feira, 25/2. “Serão mais 25 funcionários para o Ceará. Isso só está acontecendo porque é uma resposta à pressão que os concursados fazem junto com o Sindicato”, completa.

Mesmo atuando como agente do governo federal para aumentar a oferta de crédito e reduzir os juros e o spread, junto com a Cai-xa Econômica Federal, e fazendo provisionamento excessivo para devedores duvidosos, o Banco do Brasil apresentou lucro líquido no-minal recorde de R$ 12,2 bilhões em 2012, uma alta de 0,65% em relação ao ano anterior. O BB e a Caixa foram os dois únicos que já divulgaram balanço a aumentarem o lucro líquido em relação a 2011.

Quando considerado apenas o quarto trimestre de 2012, o lucro líquido do BB cresceu 45,42%, atin-gindo R$ 3,97 bilhões. A reversão de R$ 476 milhões nas provisões para crédito de liquidação duvidosa e a alienação de imóveis, num montante R$ 1,1 bilhão, foram determinantes para esse resultado no último tri-mestre. O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio (RSPL) foi de 19,8%.

Pelo conceito de lucro líquido ajustado (o que exclui eventos extra-ordinários), o resultado do BB no ano passado foi de R$ 11,5 bilhões, com queda de 1,9% em 12 meses. Esse resultado foi signifi cativamente in-fl uenciado pelo montante das perdas atuariais do Plano de Benefícios da Previ, que caiu 54,5% (em números absolutos recuou R$ 1,6 bilhão, em relação a dezembro de 2011).

A carteira de crédito ampliada atingiu R$ 580,8 bilhões em dezem-bro, com expansão de 24,9% no ano e 9,1%, em relação ao terceiro trimestre. A carteira de Pessoa Física (com 26,3% da carteira total) apre-sentou crescimento de 16,8% no ano, com maior peso nos empréstimos consignados (de menor risco), que cresceram 14,3%. Merece destaque o crescimento do crédito imobiliário, com alta de 69% frente a dezembro de 2011 e de 19,8% no último trimes-tre do ano.

Mas se o BB reduziu juros e spread seguindo orientação do governo, as receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias cres-ceram 15,5% no ano, atingindo R$ 21,1 bilhões. As despesas de pessoal cresceram 10,7%, chegando a R$ 16,5 bilhões. Com isso, a cobertura das despesas de pessoal por estas receitas secundárias do banco pas-sou de 122,32% para 127,68%.

BB tem lucro recorde de R$ 12,2 bi, expande crédito, mas aumenta tarifas

O BB abriu 99 novas agências em 2012, passando para 5.362. O número de funcionários passou de 113.810 para 114.182, o que significa que, em um ano, o banco abriu apenas 372 novos postos de trabalho para uma demanda que cresceu muito mais. Além disso, fechou 298 postos de trabalho nos últimos três meses de 2012.

“Um banco público como o BB não pode seguir o péssimo exemplo dos bancos privados, reduzindo custos e funcionários e aumentando receitas com majoração de tarifas para compensar a redução de juros e spread”, critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

PDD aumenta, mesmo com inadimplência estável – O indicador de inadimplência do BB acima de 90 dias perma-neceu praticamente estável em 2,05% (1,77%, excluindo-se as operações do Banco Votorantin) e abaixo do apresentado pelo sistema financeiro nacional, que atingiu 3,64% no mesmo período. Apesar disso, as despesas de PDD cresceram 15,84% em relação a dezembro de 2011, chegando a R$ 13,9 bilhões – maior que o lucro líquido do ano.

“A exemplo dos bancos priva-dos, o BB também maquiou o ba-lanço com o superdimensionamento das provisões para devedores duvidosos diante de uma inadim-plência estável, o que vai impactar na PLR dos funcionários”, afi rma Carlos Cordeiro.

A carteira Pessoa Jurídica cresceu 30,3% em 12 meses, com destaque para as operações de crédito para micro e pequenas empresas, com alta de 30,7% em 2012. A carteira de crédito no ex-terior atingiu R$ 46,4 bilhões, com crescimento de 32,8% em relação a dezembro de 2011.

A carteira de agronegócio teve alta de 20,8%. O Banco do Brasil tem 62,5% de participa-ção de mercado neste segmento de crédito. As linhas Pronaf e Pronamp cresceram, respecti-vamente, 20,7% e 66,1%. Os ativos totais do Banco do Brasil superaram R$ 1,15 trilhão, o que representou expansão de 17,3% sobre dezembro de 2011.

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Banco do Nordeste do BrasilSindicato dos

Empregados em Estabelecimentos

Bancários no Estado do Ceará

Rua 24 de Maio, 1289 – Centro – CEP

60.020-001

Como prin-cipal contratan-te dos serviços prestados pelo Instituto Nor-deste Cidada-nia (INEC), o Banco do Nor-deste do Brasil (BNB) tem a obrigação de exigir transpa-rência na ges-tão e fiscalizar as despesas do Instituto. Essa é a posição do Sindicato dos Bancários do Ceará que há bastante tempo vem recebendo denúncias so-bre a adminis-tração do INEC.

S e g u n d o as denúncias, o apadrinha-mento na ocupação de funções comissionadas no Instituto aten-de a interesses de diretores do BNB que visam com isso o seu fortalecimento político dentro da Instituição. Existem contratados do Instituto Nordeste Cidadania que, com nove anos de trabalho, recebem remuneração mensal superior a R$ 13,2 mil.

Para o SEEB/CE, que há anos luta por uma revisão no Plano de Cargos e Remuneração (PCR) dos funcionários do BNB, essa infor-mação representa uma afronta ao corpo funcional do Banco, dada à disparidade existente no tocante à remuneração de trabalhadores das duas Instituições.

Para se ter uma ideia, um Especialista Técnico do BNB

Sindicato cobra do BNB transparência na gestão do

Instituto Nordeste Cidadania

nível lll, com nove anos de admissão por concurso públi-co, recebe hoje Vencimento de Cargo R$ 2.656,56. Ocupando uma função de Gerente de Pro-jetos Nivel lll, a remuneração de um colega do BNB nessas condições totaliza R$ 6.697,25, o que representa a metade do que é pago pelo Instituto.

Para o Sindicato, o uso da máquina administrativa do INEC pode ser apenas a ponta do iceberg. Há denúncias de irregularidades nas áreas opera-cional e financeira que precisam ser averiguadas por órgãos de fiscalização com os quais o SEEB/CE mantém contatos e so-licita as devidas investigações.

Enquanto a diretoria do

BNB estiver contaminada por práticas políticas viciadas, li-gados a interesses de partidos da chamada base aliada do Governo (PT, PMDB, PSB, PDT e outros) a Instituição Banco do Nordeste corre sérios riscos. Para o SEEB/CE, os partidos e parlamentares devem trabalhar em parceria com o BNB na esfera Institucional, lutando pelo seu fortalecimento, e não utilizando a Instituição como trampolim político, a partir do loteamento de espaços funcio-nais via terceirização e até mes-mo da utilização de tráfico de influência para obter vantagens financeiras, conforme se pode deduzir com base nas denúncias que chegam ao Sindicato.

“É um dinheiro que nós nunca tivemos e que pode fazer uma diferença enorme na cultura brasileira”

Ministra Marta Suplicy, ao falar sobre o vale-cultura, que segundo ela, injetará 11,3 bi no mercado da economia criativa.

Cuidado: sal demais! Acordos fi rmados entre governo e empresas para reduzir o teor de sódio

em produtos alimentícios são inefi cazes. Ao consumidor, cabe evitá-los no dia a dia, mas, para isso, é preciso atenção às informações nutricionais nas embalagens. A maioria dos fabricantes não vai precisar reduzir a

quantidade de sal, pois boa parte deles já tem, atualmente, teor de sódio dentro das metas estabelecidas. Foi o que o Idec verifi cou ao analisar o rótulo de 530 alimentos industrializados de diversas categorias, entre

bolos, biscoitos, batatas palha, maioneses e cereais matinais (veja a lista completa no site www.idec.org.br).

Caminhada x malhação

Segundo um estudo da Universidade de

Maastricht (Holanda) longas caminhadas

podem ser mais benéfi cas do que

treinos intensos em uma academia. A

pesquisa contou com o acompanhamento de 18 pessoas entre 19 e 24 anos, que se

dividiram em três grupos. O primeiro sem fazer

esforço físico. O segundo realizou uma atividade

física intensa durante 1h. E o terceiro caminhou por 4h e fi cou em pé por 2h. A conclusão foi a de que quando a energia gasta é a mesma, a sensibilidade à insulina e os níveis de lipídios são melhores em pessoas que optaram por

atividades físicas leves por períodos longos.

Mais qualifi caçãoUma das causas que limitam o crescimento da

economia, segundo especialistas, é a falta de mão de obra qualifi cada. Levantamento da ONU aponta que a escolaridade média dos brasileiros com mais de 25 anos aumentou de 5,6 anos para 7,2 anos entre 2000

e 2011. Proporcionalmente, esse é um aumento de 28%, maior do que o observado na China e na Índia. A escolaridade média dos brasileiros ainda é menor em termos absolutos, comparada a desses países. Mas, para o cálculo dos ganhos de produtividade, o

relevante é o aumento do tempo de estudo.

Chocolate para a pressãoPesquisadores da Universidade de L’Alquila, na Itália,

concluíram a partir de um estudo realizado com 15 pessoas que o consumo de 100 gramas diárias de

chocolate escuro é benéfi co para saúde. O resultado foi uma queda no nível de pressão arterial dos

indivíduos do grupo. O efeito pode ter relação com o antioxidante natural chamado fl avanol. Encontrado em grande quantidade no chocolate, o fl avanol é capaz de

neutralizar as substâncias danosas à célula. Apesar dos efeitos positivos, o doce não pode ser consumido com

exagero, pois ao mesmo tempo, possui um alto nível de gordura e açúcar.

FORMAÇÃO

CAIXA

O período de inscrições para o curso preparatório para o exame CPA-10 acontece de 25 a 28/2, das 8h às 17h, na Secretaria de Formação do Sindicato (Rua 24 de Maio, 1289 – Centro) ou pelo telefone (85) 3252 4266. É importante destacar que os bancários sindicalizados têm direito a descontos especiais devido a par-ceria entre o Sindicato e a Academia dos Módulos (Master Concursos).

Serão oferecidas duas turmas e a matrícula será realizada nos dias 4 e 5/3, também de 8h às 17h, na secretaria de Formação. O valor do curso será de R$ 190,00 a ser pago no ato da matrícula, em dinheiro ou cheque.

Incentivo à formação da categoria – Com o objetivo de atender uma demanda permanente da categoria bancária, além de con-tribuir para o seu aperfeiçoamento profi ssional e ascensão no mercado do trabalho, o Sindicato promove, em parceria com a Academia dos Módulos (Master Concursos), duas turmas preparatórias para o Exame CPA-10, que serão conduzidas pela Secretaria de Formação da entidade.

A Turma I será voltada para os bancários sindicalizados lotados em agências bancárias de Fortaleza, com aulas dias de terça e quinta, das 19h

Inscrições para curso preparatório para CPA-10 acontecem esta semana

às 22h, com início das aulas marcado para 5 de março, estendendo-se até o dia 28. A carga horária será de 32h/a e terá, no máximo, 50 vagas.

Já a Turma II será voltada aos bancários sindicalizados lotados em agências da Região Metro-politana e interior do Estado. As aulas serão realizadas aos sábado, durante todo o dia (das 8h às 11h e das 14h às 17h). O início das aulas será dia 9 de março prosseguindo até o dia 30/3. Serão 32h/a e no máximo 50 vagas.

O conteúdo programático inclui Sistema Financeiro Nacional, Ética de Regulamentação, Análise do Perfi l do Investidor (API), Noções de Econo-mia e Finanças, Princípios de Inves-timentos, Fundos de Investimento e Demais Produtos de Investimentos.

O que é o CPA-10 – O curso de CPA-10 destina-se a certifi car profi s-sionais que desempenham atividades de comercialização e distribuição de produtos de investimento direta-mente junto ao público investidor em agências bancárias. Esta iniciativa, amparada na Resolução 3.158 do Conselho Monetário Nacional, insti-tuiu um processo de aferição do co-nhecimento dos principais aspectos relacionados à distribuição desses produtos de investimento.

Os empregados da Caixa Econô-mica Federal receberam no último dia 20/2 a remuneração por promoção de mérito referente ao exercício de 2012. Mais de 80% dos 93 mil empregados conquistaram entre um e dois deltas, que representam mudanças de nível no Plano de Cargos e Salários (PCS), sendo que cada delta equivale a 2,3% na tabela salarial da carreira administrativa.

“Essa é uma grande conquista da mobilização dos bancários e do processo negocial travado pela Contraf-CUT, federações e sindicatos com o banco. Desde a implantação do PCS em 2008, houve a retomada da avaliação por mérito feita a cada ano, o que possibilita uma evolução e crescimento na carreira dos tra-

Empregados recebem promoção por mérito, uma conquista do

movimento sindicalbalhadores, independentemente da função de confi ança que exerça”, explica Jair Ferreira, coordenador da Comissão Executiva dos Empre-gados (CEE/Caixa), que assessora o Comando Nacional nas negociações com o banco.

Todas as regras de avaliação são defi nidas por uma comissão paritá-ria, formada por representantes dos trabalhadores e a Caixa. Segundo os critérios, não constam no processo de avaliação os trabalhadores que estão no teto da carreira e os que entraram na Caixa nos últimos seis meses.

Na segunda semana de março haverá nova reunião da comissão pa-ritária para avaliar as regras vigentes em 2012 e já estabelecer os critérios para o exercício de 2013.