8 SEXTA-FEIRA

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SUPERESPORTES

E S T A D O D E M I N A S ● S E X T A - F E I R A , 5 D E A B R I L D E 2 0 1 3

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RUMO À PRIMEIRA MORTEREPORTAGEM ESPECIAL

rasília – O amor, "daquele jeito, aquele sen-timento", Aloísio Chulapa diz não ter encon-trado nem nos braços da ex-mulher, a cario-ca com quem foi casado por 17 anos. O cora-ção do atacante, que está noivo há quatro deuma alagoana que ele conhece desde crian-ça, sempre esteve dominado. “O futebol foiminha grande paixão”, conta o personagemdo sexto capítulo da série “Rumo à primeiramorte”, sobre jogadores prestes a se aposen-tar. como se tudo já tivesse chegado ao fim.Como toda relação, vieram a rotina e o can-saço. As pernas já não acompanham os joga-dores mais novos. O corpo dói muito depoisdo jogo. E nos treinos ele precisa ser poupa-do. São nada menos do que 38 anos.

Quando fizer 39, em janeiro do ano quevem, Aloísio quer pendurar as chuteiras. E

não tem medo do fim. Depois de dar à mãe,dona Maria, casa, comida, e tudo o que temde bom, ele precisa atender o último pedidoda única mulher que faz seus olhos mareja-rem. Todo dia, ao telefone, ela pede ao filho– seu eterno menino – que volte aos seusbraços e sossegue. O jogador já perdeu o pai,que, mesmo com o prato de comida conta-do – “Era só aquele e não tinha mais” –, nãoviu nada faltar à família e ainda lhe deixouuma casinha de herança. Mais um motivopara não decepcionar dona Maria.

Uma casa na praia, com o “danone” – cer-veja, para os íntimos – gelado, e um clubeque comprou em Atalaia (cidade alagoana, a30 minutos de Maceió, onde nasceu), alémde um flat e dois carros importados, estãolhe esperando, e ele diz estar preparado. Não

para deixar o futebol completamente de la-do. Mas para aproveitar ainda mais a vida.

Além de cuidar dos três filhos (o sorri-so se fecha quando ele pensa que a maisvelha, Ana Luísa, pode estar namorando),o atacante quer, só durante a semana, re-velar na Associação Aloísio Chulapa umnovo "trombador" que leve o nome de Ata-laia para o resto do mundo, como ele fez.Os sábados e domingos serão dedicadosao churrasco e à pelada com amigos. Equem sabe entrar para a política, espe-lhando-se no amigo Romário, a quemtambém homenageou dando o mesmonome ao filho do meio, de 10 anos? Aloí-sio ainda quer ter mais um menino parabatizá-lo de Rogério Ceni. E ser lembradopara também receber homenagens.

‘JÁ TENHO CARTEIRADE TREINADOR’

ALOÍSIO CHULAPAALOÍSIO JOSÉ DA SILVA

38 ANOS

●● Nascimento: 27/1/1975, em Atalaia-AL ●● Altura e peso: 1,88m e 93kg ●● Posição: atacante●● Clubes: CRB, Flamengo, Guarani, Goiás, Saint-Etienne (FRA), Paris Saint-Germain (FRA), Rubin Kazan (RUS),

Atlético-PR, São Paulo, Al-Rayyn (CAT), Vasco, Ceará, Brasiliense, Brusque-SC, Francana-SP e Gama-DF

LORRANE MELO

PEDRO VENÂNCIO

Rio – Prestes a completar 41anos, Ramon conserva a mesmaforma dos tempos em que era ti-tular de um Vasco que conquis-tou quase tudo no fim da décadade 1990. Os objetivos, no entanto,são diferentes. Na Cabofriense,que disputa a Segunda Divisão ca-rioca, ele se diz motivado com apossibilidade de ser campeão pe-la 16ª vez na carreira.

“Não parei porque sinto mui-to prazer em jogar futebol, da ro-tina do esporte. Meu corpo ainda

responde bem aos exercícios nostreinamentos, e acho que tenhocondições de ajudar muito a Ca-bofriense”, afirma o armador, quechegou ao clube no início do ano.“Fui convidado pelo presidentepara o projeto de uma tempora-da inteira. E estou muito feliz empoder jogar no Rio novamente.Cabo Frio é um lugar muito bomde se morar”, analisa o jogadormineiro, revelado pelo Cruzeiro,com boa passagem pelo Atlético,famoso pelas cobranças de falta epor se manter em grandes cam-peonatos por muito tempo.

“Entre 1992 e 2010 só joguei naSérie A dos países em que estive.A última foi no Vitória. Só em2011, aos 39 anos, me mudei parao Joinville, para disputar a Série C,e ganhamos. Acho que tive umacarreira vitoriosa, bem construí-da”, diz. O momento mais mar-cante, para ele, foi a conquista daCopa Libertadores de 1998 peloVasco, quando o time contavatambém com um veterano emcampo. “O Mauro Galvão foi im-portantíssimo para nos passar se-gurança naquele período. É im-portante haver jogadores expe-rientes em um grupo.”

Sobre a aposentadoria, o atletagarante encarar o assunto comtranquilidade. “Sei que em algummomentovaiacontecerequeessa

hora está chegando. Se tiver de pa-rar amanhã, faço isso sem proble-mas,poisjávivimuitascoisasboasdentro do futebol e sou muito gra-to por isso”, afirma Ramon, que, àexceção de uma fratura na fíbulaem 2005, quando defendia o Bota-fogo, não teve muitas lesões sériasna carreira. “Sempre me cuidei eagora estou colhendo os frutos.”

Ele já tem ideia bastante clarado que fazer quando deixar osgramados. “Já tenho minha car-teira de treinador, mas na vidaprecisamos nos preparar para tu-do o que formos fazer. Então, pa-ra iniciar essa atividade, precisome qualificar mais, buscar maisinformações e estudar mais. Meuobjetivo é continuar ligado ao es-porte”, conclui.

B

FOTOS: ZULEIKA DE SOUZA/CB/D.A PRESS

RAMON MENEZESRAMON MENEZEZ HUBNER, 40 ANOS● Nascimento: 30/6/1972, em Contagem● Altura e peso: 1,70m e 70kg ● Posição: armador● Clubes: Cruzeiro, Bahia, Vitória, Bayer Leverkusen (ALE),Vasco, Atlético, Fluminense, Botafogo, Al-Gharafa (CAT),Atlético-PR, Joinville-SC, Caxias-RS e Cabofriense-RJ

LÉO

BORG

ES/N

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LOBO

‘O CORPO DÓI MUITO’

AMANHÃ: CUCA E MARCELO OLIVEIRA CONTAM SUASEXPERIÊNCIAS. E CAMPEÕES QUE SE PREPARARAM PARA O FIM