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Sumário 1) CRASE...................................................................................................................................................................... 2 Casos da REGRA DA CRASE, OBRIGATÓRIO ......................................................................................................... 2 CASOS FACULTATIVOS OU OBRIGATÓRIOS ......................................................................................................... 6 CASOS PROIBIDOS NO USO DA CRASE ................................................................................................... 8 2) REGÊNCIA ............................................................................................................................................................ 10 Regência Verbal (VTD, VTI, VTDI) ........................................................................................................................ 10 REGRA PROIBIDA DE CRASE ................................................................................................................................ 10 REGÊNCIA (VTDI) (substituição por frase com 2 OI)............................................................................................ 10 Conjunção integrante = que (isto) (pode exercer função de (OI, OD) ................................................................. 11 Problema de paralelismo .................................................................................................................................... 12 Exigência De Complemento Nominal .................................................................................................................. 12 REGÊNCIA VERBAL Romper (VTI, VTD) Com / (Sem Prep.) ................................................................................. 12 REGÊNCIA VERBAL Limitar-se (VTD).................................................................................................................... 13 3) PONTUAÇÃO ........................................................................................................................................................ 16 CASOS OBRIGATÓRIOS ......................................................................................................................................... 16 Vírgulas, em adjunto adverbial deslocado .................................................................................................................. 16 HASPAS em expressões REALCE, IRONIA..................................................................................................................... 17 VÍRGULAS têm a mesma justificativa de uso .............................................................................................................. 18 CASOS FACULTATIVO ................................................................................................................................................ 19 Vírgulas, em orações adjetivas (EXPLICATIVAS) ou Or. Restritivas sem vírgulas ................................................. 19 Pontuação por conjunção Explicativa ......................................................................................................................... 19 CASOS PROIBIDOS.................................................................................................................................................. 20 4) CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL ........................................................................................................ 24 5) Emprego dos Pronomes .......................................................................................................................................... 31 6) Sintaxe da Oração e do Período ............................................................................................................................. 36 7) Emprego dos Tempos e Modos Verbais .................................................................................................................. 42 8) Acentuação.............................................................................................................................................................. 48 9) Conjunções .............................................................................................................................................................. 50 10) Vozes Verbais ...................................................................................................................................................... 58 11) Temas combinados .............................................................................................................................................. 63

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Sumário 1) CRASE ...................................................................................................................................................................... 2

Casos da REGRA DA CRASE, OBRIGATÓRIO ......................................................................................................... 2

CASOS FACULTATIVOS OU OBRIGATÓRIOS ......................................................................................................... 6

CASOS PROIBIDOS NO USO DA CRASE ................................................................................................... 8

2) REGÊNCIA ............................................................................................................................................................ 10

Regência Verbal (VTD, VTI, VTDI) ........................................................................................................................ 10

REGRA PROIBIDA DE CRASE ................................................................................................................................ 10

REGÊNCIA (VTDI) (substituição por frase com 2 OI) ............................................................................................ 10

Conjunção integrante = que (isto) (pode exercer função de (OI, OD) ................................................................. 11

Problema de paralelismo .................................................................................................................................... 12

Exigência De Complemento Nominal .................................................................................................................. 12

REGÊNCIA VERBAL Romper (VTI, VTD) Com / (Sem Prep.) ................................................................................. 12

REGÊNCIA VERBAL Limitar-se (VTD) .................................................................................................................... 13

3) PONTUAÇÃO ........................................................................................................................................................ 16

CASOS OBRIGATÓRIOS ......................................................................................................................................... 16

Vírgulas, em adjunto adverbial deslocado .................................................................................................................. 16

HASPAS em expressões REALCE, IRONIA ..................................................................................................................... 17

VÍRGULAS têm a mesma justificativa de uso .............................................................................................................. 18

CASOS FACULTATIVO ................................................................................................................................................ 19

Vírgulas, em orações adjetivas (EXPLICATIVAS) ou Or. Restritivas sem vírgulas ................................................. 19

Pontuação por conjunção Explicativa ......................................................................................................................... 19

CASOS PROIBIDOS .................................................................................................................................................. 20

4) CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL ........................................................................................................ 24

5) Emprego dos Pronomes .......................................................................................................................................... 31

6) Sintaxe da Oração e do Período ............................................................................................................................. 36

7) Emprego dos Tempos e Modos Verbais .................................................................................................................. 42

8) Acentuação .............................................................................................................................................................. 48

9) Conjunções .............................................................................................................................................................. 50

10) Vozes Verbais ...................................................................................................................................................... 58

11) Temas combinados .............................................................................................................................................. 63

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CESPE

1) CRASE

Casos da REGRA DA CRASE, OBRIGATÓRIO Caso lógica, regência

1- Fusão da prep.. “a” com o art. “a(s)” Visava à felicidade de todos.

2- Fusões da preposição “a” a um pron. Demonstrativo (aquele (s), aquela (s), aquilo, a (s)). Referiu-se à que estava de branco. Era favorável àquele posicionamento

Casos de tradição linguística

3- Em locuções adversativas, prepositivas ou conjuntivas formadas por palavras femininas. circunstâncias: À noite, à espera de, às vésperas, às vezes, à direita, à procura.

4- Em indicações de horas. Saiu às duas horas. 5- Se as expressões “moda de” ou “maneira de” estiverem subentendidas.

Cantava à Roberto Carlos.

9769. (2012 – CESPE) “Muitos acreditam que chegamos à velhice do Estado nacional.” / “... dar crédito à tese...” Os substantivos “velhice” e “tese” estão empregados no texto de forma indefinida e com sentido genérico. RESPOSTA Note o emprego da crase! Crase, nesses casos, formada de preposição e de artigo definido. Logo, o sentido é definido. Errado. 9743. (2013 – CESPE) O emprego do sinal indicativo de crase em “Já existia o Patronato Agrícola, ligado à Secretaria de Agricultura, o qual se ocupava de tais questões” justifica-se porque o verbo ligar exige complemento regido pela preposição a, e a palavra “Secretaria” é antecedida pelo artigo definido feminino singular a. RESPOSTA Para justificar essa questão, primeiro lembraremos um dos casos da regra da crase, que é o sinal gráfico utilizado para marcar a junção de uma preposição a + artigo a. A palavra “ligado” exige preposição “a” e a palavra “Secretaria da Agricultura” exige o artigo definido “a”. Em vista disso, há ocorrência dessa fusão. Certo. 9761. (2012 – CESPE) “... a qualificação de uma força de trabalho às voltas com questões cada vez mais complicadas.” O sinal indicativo de crase em “às voltas” decorre da presença do artigo definido e do uso da preposição a exigida pelo substantivo “força”. RESPOSTA Força não exige preposição a; “às voltas” é uma locução formada por substantivo feminino. Esse emprego de crase se deve para evitar ambiguidades com o substantivo “as voltas”. Errado. 9762. (2012 – CESPE) “Democracia, enfim, que se enlaça tão intimamente à liberdade de imprensa...”.

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O acento grave indicativo de crase em “à liberdade” está corretamente empregado, visto que “intimamente” rege complemento com a preposição “a”, e a palavra “liberdade” é antecedida pelo artigo definido feminino no singular. RESPOSTA A palavra “liberdade” é antecedida pelo artigo a, mas “intimamente” não exige preposição; essa palavra é um advérbio. O sinal indicativo de crase é empregado porque a palavra que rege complemento com a preposição a é “se enlaça”. Errado. 9763. (2012 – CESPE) “Sou contra o crescimento pelo crescimento, e ofereço todas as minhas críticas àqueles que são a favor. Entretanto, àqueles que não buscam nenhum crescimento, ..., minhas críticas são ainda mais severas.” O emprego do sinal indicativo de crase em “àqueles” é exigido, na primeira ocorrência, pela presença da forma verbal “ofereço” e, na segunda, pela presença do substantivo “críticas”. RESPOSTA No primeiro caso temos um verbo bitransitivo (VTDI) e depois a crase ocorre porque há a contração da preposição “a” exigida pela palavra “crítica” com o pronome demonstrativo “aquele”. Observe a oração invertida: “[...] minhas críticas (A + aqueles) são ainda mais severas àqueles que não buscam nenhum crescimento”. Certo. 9748. (2012 – CESPE) “Essa situação, responsável pelo consumo e também pela poluição da água em escala exponencial, tem conduzido à necessidade de reformulação do seu gerenciamento.” Sem que houvesse prejuízo ao sentido e à correção gramatical do texto, o complemento da forma verbal “tem conduzido” poderia ser introduzido pelo artigo a, em vez de pela contração “à”, já que o verbo principal da estrutura – conduzir – tanto pode apresentar objeto direto quanto indireto. RESPOSTA Não haveria prejuízo em relação à correção gramatical, mas ao sentido do texto e à estrutura da frase. Se a crase fosse eliminada, o sentido seria a situação conduz a necessidade (objeto direto), mas o que o texto nos informa é que a situação leva a uma necessidade (objeto indireto), que é a reformulação de gerenciamento. Errado. 9771. (2012 – CESPE) Muitos de novos riscos e incertezas nos afetam onde quer que vivamos, não importa que privilegiados ou carentes sejamos. Eles são inextricavelmente ligados à globalização. O emprego do sinal indicativo de crase em “ligados à globalização” é facultativo, pois o termo “globalização” poderia ser empregado, nesse contexto, de forma indeterminada, indefinida e, consequentemente, sem o artigo definido. RESPOSTA Não pode ser facultativo, visto que globalização está determinada e é substantivo feminino. Errado. 9772. (2010 – CESPE) “A capacidade refere-se às combinações alternativas”. O acento grave em “às combinações” indica aí a presença do artigo feminino antes do substantivo; mas seria igualmente correto omitir o artigo, ao retirar o acento grave e escrever as combinações. RESPOSTA Se fosse retirado o artigo, ficaríamos apenas com a preposição (a combinações). A questão sugere a retirada do artigo, mas retirou a preposição. Errado.

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9770. (2012 – CESPE) O Tribunal de Contas da União (TCU) fez uma série de recomendações à Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) para aperfeiçoamento dos processos relativos à arrecadação e à aplicação de receitas próprias da entidade. O emprego de sinal indicativo de crase em “à aplicação” justifica-se porque a palavra “relativos” exige complemento regido pela preposição a e a palavra “aplicação” está antecedida por artigo definido feminino. RESPOSTA Sim! Trata-se de uma regência nominal! O adjetivo “relativos” exige a preposição A e a crase só ocorre porque temos um substantivo feminino com artigo. Certo. 9766. (2012 – CESPE) “... mídia pública é um meio de comunicação em que não se prevê atividade comercial direcionada à obtenção de lucro...” O emprego do sinal indicativo de crase em “à obtenção” justifica-se porque a palavra “direcionada” exige complemento regido por preposição a e a palavra “obtenção” está precedida por artigo definido feminino. RESPOSTA “Atividade comercial direcionada à obtenção de lucro”: direcionada é uma palavra que exige preposição “a” e “obtenção” é um substantivo feminino que é antecedido pelo artigo definido “a”. Certo. 9768. (2011 – CESPE) No trecho “essa propensão tenderá à aceleração”, o uso do sinal indicativo de crase não é obrigatório, haja vista que o verbo tender, com o sentido empregado no texto, pode ter complementação direta ou indireta, isto é, com ou sem preposição. RESPOSTA O verbo tender exige a preposição antes de seu complemento. A crase é obrigatória nesse caso. Errado. 9749. (2012 – CESPE) “O novo regime automotivo anunciado pelo governo federal incorpora algumas boas práticas de política industrial, como o incentivo à inovação, à eficiência energética e ao fortalecimento de cadeia de produção local [...]”. O emprego do sinal indicativo de crase em “à inovação, à eficiência” deve-se à regência da palavra “incentivo”, que exige complemento regido pela preposição “a”, e pelo fato de as palavras “inovação” e “eficiência” estarem antecedidas por artigo definido feminino. RESPOSTA O novo regime automotivo anunciado pelo governo federal incorpora algumas boas práticas de política industrial, como o incentivo à inovação (incentivo a [preposição] + a [artigo definido] inovação), à eficiência energética (incentivo a [preposição] + a [artigo definido] eficiência energética) e ao fortalecimento de cadeia de produção local [...] (incentivo a [preposição] + o [artigo definido] fortalecimento de cadeia de produção local). Certo. 9751. (2012 – CESPE) Em “Com o objetivo de intensificar as ações de fiscalização da agência, será criada também uma nova unidade, a GGAF, que, vinculada à Diretoria Colegiada, atuará com...”, o emprego do sinal indicativo de crase deve-se à regência do termo “vinculada”, que exige complemento regido pela preposição a, e pela presença de artigo definido feminino antes da expressão “Diretoria Colegiada”. RESPOSTA O que/quem se vincula se vincula a (preposição) e o artigo definido a marca a informação de que não é qualquer diretoria, mas a Diretoria Colegiada. Outra maneira de

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confirmar essa crase seria a troca de “Diretoria” por “Diretório”. Nesse caso ficaria evidente o emprego do artigo diante da palavra. Certa. 9752. (2012 – CESPE) “Àquela altura, ninguém vislumbrava a ideia de uma separação...” A ocorrência de crase em “Àquela” indica que esse elemento é regido pela preposição a. RESPOSTA Quando a palavra “àquela” puder ser substituída por “a esta” a crase vai ser obrigatória, já que se trata de preposição a + pronome demonstrativo esta. Certo. 9753. (2012 – CESPE) “[...] aperfeiçoamento dos processos relativos à arrecadação e à aplicação das receitas da entidade.” O emprego de sinal indicativo de crase em “à aplicação” justifica-se porque a palavra “relativos” exige complemento regido pela preposição a e a palavra “aplicação” está antecedida por artigo definido feminino. RESPOSTA Em relação à preposição, podemos sinalizar que o que é relativo é relativo a alguma coisa. Já o emprego do artigo definido particulariza a aplicação. Certo. 9754. (2012 – CESPE) O acento grave, que é sinal indicativo de crase em “acesso à Internet”, justifica-se porque a regência do termo “acesso” exige complemento antecedido pela preposição a e a palavra “Internet” está antecedida por artigo definido feminino. RESPOSTA Inclusive a afirmação traz de forma explícita a regra de aplicação da crase, pois o acento da crase é obrigatório quando o termo exige uma preposição para complementar seu sentido e quando o substantivo posterior exige o artigo definido a. Certo. 9755. (2012 – CESPE) “[...] estamos homenageando o homem brasileiro na sua dedicação à Pátria e no seu...” A crase que ocorre no segmento “dedicação à Pátria” consiste no fenômeno gramatical de se fundir a preposição “a”, requerida por “dedicação”, ao artigo “a”, que acompanha o nome “Pátria”. RESPOSTA A regência do termo “dedicação” exige complemento antecedido pela preposição “a”, e a palavra “Pátria” está antecedida por artigo definido feminino. Note a troca, caso fosse uma palavra masculina: dedicação ao Povo. Certo. 9756. (2012 – CESPE) “[...] candidato às eleições de prefeito, vice-prefeito e vereadores [...].” O emprego do sinal indicativo de crase em “candidato às eleições” justifica-se porque a palavra “candidato” exige complemento regido pela preposição “a”, e a palavra “eleições” é antecedida por artigo definido feminino. RESPOSTA Quem se candidata se candidata a alguma coisa. Ainda, em relação à eleição, não se trata de qualquer, mas de eleições específicas para prefeito, vice-prefeito e vereadores, por isso a existência de artigo definido as diante de eleições. Então, preposição a + artigo definido no plural as = às. Certo. 9757. (2012 – CESPE) O sinal indicativo de crase em “restritas às cidades” (L.4) justificase porque a palavra “restritas” exige complemento regido pela preposição a e a palavra “cidades” vem antecedida por artigo definido feminino, no plural. RESPOSTA No entanto, é importante observar que, se a expressão fosse “restritas a cidades”, não haveria o sinal indicativo de crase, porque, nesse caso, não estaria presente o artigo determinado antes do substantivo cidades. Certo. 9758. (2012 – CESPE) “Há a construção de uma vontade, limitada apenas aos contornos constitucionais.”

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A correção gramatical do texto seria mantida caso a expressão “aos contornos constitucionais” fosse substituída por à legislação constitucional. RESPOSTA Observe as orações: Há a construção de uma vontade, limitada (VTI – verbo particípio) apenas aos contornos constitucionais (OI – verbo particípio). limitada a (preposição) + os (artigo definido masculino) contornos constitucionais Há a construção de uma vontade, limitada (VTI – verbo particípio) apenas à legislação constitucional (OI – verbo particípio). limitada a (preposição) + as (artigo definido feminino) legislação. A estrutura não permanece a mesma? Sim! Então, a resposta está correta! 9759. (2012 – CESPE) “[...] criou os instrumentos efetivos para melhor adequar os serviços às populações de menor renda.” O emprego do sinal indicativo de crase em “às populações” deve-se à presença da forma verbal “adequar” e do artigo feminino definido que precede o substantivo. RESPOSTA Quem adéqua adéqua alguma coisa a alguém. O verbo adequar exige preposição “a” antes de seu complemento e, consequentemente, seu complemento apresenta o artigo definido “a”, por isso a existência da crase. adequar: VTDI (adequar xxx a [preposição]) os serviços: OD às populações de menor renda: OI (as [artigo definido no plural] populações de menor renda). Certo. 9760. (2012 – CESPE) “De um lado, o sentimento inato, inerente ao gênero humano, de inconformidade com a derrota.” Se fosse empregado o termo “espécie humana” em lugar de “gênero humano”, a substituição de “ao” por “à” seria obrigatória para a manutenção da correção gramatical do texto. RESPOSTA A crase existe quando há o encontro de uma preposição exigida pelo termo anterior com o artigo a antecedendo o termo posterior. Se o artigo é A, concluímos que, para que haja crase, a palavra que vai completar o sentido da anterior tem que ser feminina. Daí por que não existe crase diante de uma palavra masculina. Observe: Inerente ao gênero humano (inerente a + o gênero humano [expressão masculina]) Inerente à espécie humana (inerente a + a espécie humana [expressão feminina]). Certo.

CASOS FACULTATIVOS OU OBRIGATÓRIOS

CASOS FACULTATIVOS NO USO DA CRASE

1- Antes De pronomes possessivos femininos, no singular, que não subentendam palavras. (o uso do artigo é facultativo) Ninguém se referiu a / à sua conduta. (pode se substituir por “a conduta dele”(F)) ...`a conduta dele. (foi especificado, logo crase obrigatório)

— Nada conte a minha mãe. (artigo facultativo) a/ao meu pai. Mas: — Nada conte às suas amigas. (obrigatório) artigo obrigatório

— Nada conte a suas amigas.(inexistente)

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2- Depois da preposição “até”. (o uso da preposição é facultativo)

A preposição “a” é facultativo depois de “até” (mesmo em palavras masculinas) Foi até o escritório. ou Foi até ao escritório. Ela iria até a escola. ou Ela iria à escola.

3- Antes de nomes próprios femininos (comuns) sem especificador. Referiu-se à Flavia. ou Referiu-se a Flavia. Referi-me à Ana, minha mulher amiga. (ideia de intimidade) crase obrigatória Referi-me a Ana, uma funcionária da empresa. (ideia contextual Ana não é intima da interlocutora, mas apenas uma simples funcionária da empresa) crase proibida No Brasil, as pessoas não obedecem à lei. **CESPE** Crase contextual A crase pode ser retirada Se for tomada como lei (específico deve ser sem crase) (De Trânsito) Se tomada se modo genérico (todas as leis) – com crase

9783. (2011 – CESPE) “As benesses proporcionadas por um sistema imunológico mais eficiente vão além do ataque mais agressivo aos vírus e às bactérias.” É possível a substituição de “aos” por “a” sem prejuízo para a correção gramatical do trecho em questão. RESPOSTA A alteração que sugere não é suficiente para mantê-la de acordo com os aspectos gramaticais. O problema da substituição não é só a troca de aos por a, mas porque não houve a solicitação de alteração da expressão “às bactérias” por “a bactérias”. O que se apresenta aqui é um problema de paralelismo; o que se aplica a um elemento deve ser aplicado a outro também. “As benesses proporcionadas por um sistema imunológico mais eficiente vão além do ataque mais agressivo aos (preposição a + artigo definido os) vírus e às (preposição a + artigo definido as) bactérias.” As benesses proporcionadas por um sistema imunológico mais eficiente vão além do ataque mais agressivo a (somente preposição) vírus e às (preposição a + artigo definido as) bactérias. Errado. 9767. (2012 – CESPE) Preservaria a correção gramatical e o sentido original do texto a seguinte reescritura do trecho “permitiu à rede bancária implementar”: permitiu a rede bancária a implementar. RESPOSTA O verbo permitir é VTDI, mas exige que seja permitir alguma coisa (implementar) A alguém (a rede bancária). Logo, a inversão dos complementos não seria correta. Errado.

Dependendo do verbo pode ser alternado a concordância Verbal. A escola informou aos alunos o resultado da prova. A escola informou os alunos do resultado da prova.

9744. (2012 – CESPE) O emprego do sinal indicativo de crase em ‘à’ (O tratamento

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destinado à maioria dos casos de desaparecimento não é prioritário.) é facultativo, razão por que sua retirada não acarretaria prejuízo para a correção gramatical do texto. RESPOSTA De acordo com a estrutura apresentada na oração, a palavra “destinado” exige mais informações para que o sentido fique completo. Se estivesse apenas “o tratamento destinado”, automaticamente já se perguntaria “destinado a quê?/a quem?”. A resposta não pode ser feita sem a presença da preposição “A”. Na oração, o assunto refere-se a uma questão específica. A regra dos artigos é clara quanto a sua distinção e aplicação: quando há especificidade, utiliza-se artigo definido; quando não há, indefinido. Portanto, a oração “o tratamento destinado à maioria dos casos de desaparecimento não é prioritário” exige obrigatoriamente a crase, por necessidade de complemento do verbo e por especificidade dos casos. Errado. 9745. (2012 – CESPE) O emprego do sinal indicativo de crase em ‘à’ ( “Essa região do cérebro está relacionada à memória e à aprendizagem.”) é facultativo, razão por que sua retirada não acarretaria prejuízo para a correção gramatical do texto. RESPOSTA A oração apresenta-nos um verbo intransitivo indireto e dois objetos indiretos. A locução verbal exige o acompanhamento de preposições para que o sentido da frase fique completo. Não só isso, ainda há, no complemento, as particularidades envolvidas no benefício cerebral: a memória e a aprendizagem o emprego de artigo definido. Com a exigência de preposição e de artigos definidos, constatamos que sim, acarretaria em prejuízo para a correção gramatical do texto. Errado. 9746. (2012 – CESPE) A supressão do acento indicativo de crase, em “à sua lista de ações positivas” (... a ciência reuniu provas suficientes para adicionar um novo e poderoso efeito à sua lista de ações positivas...), implicaria prejuízo à correção gramatical do texto. RESPOSTA Não implicaria prejuízo, porque antes de um pronome possessivo feminino no singular a crase é facultativa, visto que o uso do artigo não é obrigatório diante desse tipo de pronome. Observe que a preposição veio da regência da palavra “adicionar”, o detalhe é do emprego do artigo. Errado. 9750. (2012 – CESPE) O vocábulo “futuro” (“[...] dizia respeito a meu futuro”) está empregado, no texto, no sentido de sina, e poderia ser por essa palavra substituído se o trecho em que ele ocorre fosse reescrito da seguinte forma: à minha sina, caso em que o emprego do sinal indicativo de crase seria obrigatório. RESPOSTA Mesmo que o fragmento da oração “[...] dizia respeito a meu futuro” fosse substituído por “dizia respeito a minha sina” a crase não seria obrigatória já que a palavra que sucede a preposição é um pronome possessivo, e antes desse tipo de pronome o emprego de artigo é facultativo. Logo, a crase também é facultativa. Errado.

CASOS PROIBIDOS NO USO DA CRASE 1- Antes de masculino

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2- Antes de verbo 3- Depois de preposição (exceto “até” – facultativo) 4- Antes de “a” singular seguido de palavra plural.

(Não obedeço a pessoas grossas) 5- Antes de artigo indefinido (em qualquer posição) 6- Antes de numeral (exceto hora) 7- Antes de nome próprio completo 8- Antes de palavras repetidas 9- Em sujeito 10- Em objeto direto 11- Antes de pronome de tratamento (exceto senhora e senhorita) 12- Antes de pronome demonstrativo (não iniciados por “a” a esta / a essa.) 13- Antes de pronome indefinido (Exceção: mesma, outra, própria – admitem crase) 14- Antes de pronome pessoal (Eu, Ele,) 15- Antes do pronome Relativo que A peça a que (à qual) assisti foi ótima.

16- Antes de dona + nome 17- Antes de casa, terra e distância sem especificador (voltou a casa depois de

anos) 18- Antes de nomes de lugar neutros sem especificador ( Ela retornará a BH em

breve) (Ela voltará à BH das praças), 19- Antes de nomes próprios femininos (de pessoas famosas).

Era uma referência a Elisabeth II. Agradeceu a Virgem Maria.

9747. (2012 – CESPE) (...a sua promessa de reconciliação com a vida, a sociedade, a verdade ou o divino.) O emprego do sinal indicativo de crase em “a sociedade” e “a verdade” manteria as relações sintáticas e semânticas e a correção gramatical do texto. RESPOSTA Não manteria as relações sintáticas nem semânticas. As expressões a sociedade e a verdade complementam a reconciliação, e não a promessa. De maneira mais clara, o sentido do fragmento poderia ser transposto da seguinte forma: reconciliação com a vida, reconciliação com a verdade. Por isso, não existe crase antecedendo as palavras referidas. Note também que já ocorre o emprego da preposição “com”. Errado. 9764. (2012 – CESPE) “Logo, frustrados, zelamos pela prisão daqueles que não se impõem (VTD) as mesmas renúncias”. Considerando-se a dupla regência do verbo impor e a presença do pronome “mesmas”, seria facultado o emprego do acento indicativo de crase na palavra “as” da expressão “as mesmas renúncias”. RESPOSTA Não é facultado o uso da crase; é, nesse caso, proibido, porque as mesmas renúncias é um objeto direto precedido de artigo definido no plural. Errado. 9765. (2012 – CESPE) No trecho “Exceção a essa regra foi a Inglaterra”, é opcional o emprego do sinal indicativo de crase no “a”. RESPOSTA Não se trata de crase facultativa. No caso da expressão não há crase porque após a preposição há um pronome demonstrativo, que não aceita artigo. Errado.

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9775. (2012 – CESPE) “... o controle das informações e a arrecadação de taxas referentes aos serviços decorrentes do exercício do referido poder.” A substituição de “aos” por a prejudica a correção gramatical do período. RESPOSTA “Aos” está marcando a fusão de preposição a + artigo masculino plural os. Se a palavra for substituída por preposição a, não acarretará em prejuízo de sentido e estrutura linguística do texto. Errado.

2) REGÊNCIA

Regência Verbal (VTD, VTI, VTDI) 9773. (2013 – CESPE) “Assim, não basta proteger(VTDI) o cidadão do poder(OI) com o simples contraditório processual e ampla defesa...” O termo “do poder” relaciona-se sintaticamente com o termo “o cidadão”, modificando-o. RESPOSTA O termo se relaciona ao verbo “proteger” (quem protege protege alguém de alguém ou alguma coisa). Esse termo é regido pelo verbo “proteger”, portanto. Errado. 9774. (2012 – CESPE) “A falta de materialidade do corpo difere (VTDI) o desaparecimento (OD) de qualquer outro crime (OI).” Seriam mantidos o sentido original do texto e a sua correção gramatical, caso a preposição de fosse inserida logo após a forma verbal ‘difere’. RESPOSTA Algo (a falta de materialidade do corpo) difere alguma coisa (o desaparecimento) de outra (de qualquer outro crime). Verbo bitransitivo (VTDI) nesse contexto. Se acrescida a preposição, teríamos apenas um VTI. Errado.

REGRA PROIBIDA DE CRASE Antes de “a” singular seguido de palavra plural. (masculina) só preposição.

9775. (2012 – CESPE) “... o controle das informações e a arrecadação de taxas referentes aos serviços decorrentes do exercício do referido poder.” A substituição de “aos” por a prejudica a correção gramatical do período. RESPOSTA “Aos” está marcando a fusão de preposição a + artigo masculino plural os. Se a palavra for substituída por preposição a, não acarretará em prejuízo de sentido e estrutura linguística do texto. Errado.

REGÊNCIA (VTDI) (substituição por frase com 2 OI) 9780. (2011 – CESPE) “[...] tais episódios põem(VTDI) em risco a vida de clientes [...]”, a substituição da forma verbal “põem” por oferecem (VTDI) não acarretaria erro ao texto, desde que também se substituísse a expressão “risco a vida de” por risco à vida a. RESPOSTA O que devemos observar é que a alteração do verbo também pode alterar o uso ou não de preposição. Quando a questão sugere a troca dos verbos, não trata nada a

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respeito da preposição “em”, por isso podemos entender que ela permanece na nova frase sugerida. Observe: “[...] tais episódios põem (VTDI) em risco(OI) a vida de clientes (OD) [...]” “[...] tais episódios oferecem (VTDI) em risco (OI) à vida a clientes (OI) [...]” Dois (OI) Se não é solicitada a alteração da preposição “em”, podemos concluir que o problema não está só nas sugestões de troca, mas também naquilo que fica. O verbo “oferecem” não exige preposição “em”, porque o que oferece oferece algo (risco) a alguma coisa (a vida). Outra questão importante é a expressão “à vida a clientes”. O sentido do texto não é oferecer vida a clientes, mas oferecer risco à vida dos clientes, outro elemento que acarretaria prejuízo na estrutura do texto. Portanto, correta seria se a alteração sugerida fosse “tais episódios oferecem risco à vida de clientes (dos clientes)”. Errado. 9786. (2011 – CESPE) Assinale a opção em que o verbo da oração tem dois complementos. (A) “Ela é uma gatinha”. (B) “Eu fiz um coraçãozão vermelho.” (C) “Agora vou botar renda em volta.” (D) “Eu te odeio.” (E) “Vou mandar um cartão de dia dos namorados para a Susi Derkins.” RESPOSTA A alternativa E é a resposta porque: Sujeito elíptico (EU) Vou mandar: Locução verbal (quem manda manda algo a alguém) um cartão de dia dos namorados: OD para Susi Derkins: OI. Alternativa E.

Conjunção integrante = que (isto) (pode exercer função de (OI, OD)

Pronome Relativo + vírgulas = (Explicativa) 9781. (2011 – CESPE) “Kant inicia a exposição da ética, que ele chama metafísica dos costumes, pela afirmação de que “toda legislação” compreende duas partes.” Em “que ele chama metafísica dos costumes”, o trecho, que exerce, na oração, a função de complemento verbal, deveria estar precedido da preposição de. RESPOSTA O verbo “chamar”, dependendo de sua aplicação, vai exigir regências diferenciadas. No caso mencionado no texto, a palavra “que” é um pronome relativo (oração adjetiva explicativa), e não uma conjunção integrante (o que iria caracterizar a palavra “complemento” do enunciado). Errado. 9782. (2011 – CESPE) “Dondonim considera que o assistencialismo oficial prejudicou os índios”. O complemento da forma verbal “considera” consiste em uma oração. RESPOSTA “[...] que o assistencialismo oficial prejudicou os índios” é uma oração, já que apresenta verbo em sua estrutura. É também uma oração subordinada à anterior porque complementa seu sentido. Note que a palavra “que” é classificada como conjunção integrante. Essa classe de palavra completa estruturas sintáticas. Certo.

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Problema de paralelismo 9783. (2011 – CESPE) “As benesses proporcionadas por um sistema imunológico mais eficiente vão além do ataque mais agressivo aos vírus e às bactérias.” É possível a substituição de “aos” por “a” sem prejuízo para a correção gramatical do trecho em questão. RESPOSTA A alteração que sugere não é suficiente para mantê-la de acordo com os aspectos gramaticais. O problema da substituição não é só a troca de aos por a, mas porque não houve a solicitação de alteração da expressão “às bactérias” por “a bactérias”. O que se apresenta aqui é um problema de paralelismo; o que se aplica a um elemento deve ser aplicado a outro também. “As benesses proporcionadas por um sistema imunológico mais eficiente vão além do ataque mais agressivo aos (preposição a + artigo definido os) vírus e às (preposição a + artigo definido as) bactérias.” As benesses proporcionadas por um sistema imunológico mais eficiente vão além do ataque mais agressivo a (somente preposição) vírus e às (preposição a + artigo definido as) bactérias. Errado.

Exigência De Complemento Nominal

9784. (2011 – CESPE) “É a decorrência natural da sua constituição, da sua personalidade. O romanceiro foi construído tão sem normas preestabelecidas, tão à mercê de sua expressão natural que cada poema procurou a forma condizente com sua mensagem. A voz irreprimível dos fantasmas vibra com certa docilidade.” Os vocábulos “decorrência”, “condizente” e “irreprimível” regem termos que lhes complementam, necessariamente, o sentido. RESPOSTA Nesta questão, é exigido o conhecimento de Complementos Nominais (sempre preposicionados). O substantivo “decorrência” exige a preposição “de” para ser completado. O adjetivo “condizente” exige também, todavia o adjetivo “irreprimível” não exige nenhum complemento. Errado. 9785. (2011 – CESPE) “Insistimos em colocar a pergunta “o quê?” antes da pergunta “quem?”, a despeito da tradição filosófica, cuja tendência foi fazer prevalecer o lado egológico da experiência mnemônica.” Em “a despeito da tradição filosófica”, o emprego da preposição “a” deve-se à relação sintática que o substantivo “despeito” estabelece com o verbo “colocar”. RESPOSTA “A despeito de” é uma locução prepositiva que indica concessão, não é associada à regência do verbo colocar. Errado.

REGÊNCIA VERBAL Romper (VTI, VTD) Com / (Sem Prep.) 9776. (2012 – CESPE) “Compreende-se que a festa, representando tal paroxismo de vida e rompendo de um modo tão violento com as pequenas preocupações da existência cotidiana...”

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A eliminação da preposição “com”, que se segue à forma verbal “rompendo”, cujo significado no contexto é o de afastar; desfazer; eliminar, prejudicaria a correção gramatical do período em que se encontra. RESPOSTA A eliminação da preposição “com” não altera a ideia, nem o sentido, nem o aspecto gramatical do texto, porque, segundo a oração, a festa representa algo (paroxismo de vida) e rompe outra coisa (pequenas preocupações da existência cotidiana). Errado.

REGÊNCIA VERBAL Limitar-se (VTD) 9777. (2012 – CESPE) “A sua atividade diária...limita-se a preencher o seu tempo e a prover as suas necessidades imediatas.” As relações de coerência e a correção gramatical do texto seriam preservadas se a preposição “a”, logo depois da forma verbal “limita-se”, fosse substituída pela preposição de. RESPOSTA “Limita-se” não exige preposição “de”; essa alteração implicaria erro nos aspectos gramaticais do texto. A preposição correta é “a”. Errado. 9798. (2008 – CESPE) “O poder de Washington já fora avisado por instituições acadêmicas norte-americanas de que a OEA corre o risco de perder vigência.” Em “de que a OEA”, o emprego de preposição “de” se deve à regência de “avisado”. RESPOSTA Quem é avisado é avisado DE algo! Certo. 9800. (2010 – CESPE) “A delinquência e a violência criminal afetam, em maior ou menor grau, toda a população, provocando apreensão e medo na sociedade, ...” Estaria gramaticalmente correto o emprego da preposição a antes de “toda a população” – a toda a população – visto que a forma verbal “afetam” apresenta dupla regência. RESPOSTA A transitividade do verbo é direta. Logo, o acréscimo da preposição “A” não poderia ser empregado. Errado. 9778. (2012 – CESPE) [Observou-se, ao longo da história, não uma condenação, mas uma espécie de cortina de silêncio iniciada com Platão, cujo veto ao riso atingiu indiretamente o legado de Demócrito, chamado de “o filósofo que ri”.] Seria mantida a correção gramatical do período caso a preposição “de”, em “chamado de ‘o filósofo que ri’”, fosse omitida. RESPOSTA A regência do verbo chamar aceita três possibilidades: VTD, VTI, VTDI. A afirmativa está correta, porque a expressão “chamado” pode ser empregada com ou sem a preposição “de” sem que haja prejuízo em sua estrutura. É possível chamar alguém (sem preposição “de”) ou chamar alguém de algo (com preposição “de”). Portanto, as duas aplicações “chamado de ‘o filósofo que ri’” e “chamado ‘o filósofo que ri’” estão corretas. Certo. 9779. (2012 – CESPE) “Temos um sistema financeiro do qual devemos ter orgulho.” O emprego da preposição em ‘do qual’ é exigido pela presença da palavra ‘sistema’. RESPOSTA “Do qual” é exigido pela presença da palavra “orgulho”. Observe:

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Temos um sistema financeiro do qual devemos ter orgulho. Devemos ter orgulho do sistema financeiro que temos. (quem tem orgulho tem orgulho de – a presença do artigo “o” ocorre em função da sua presença diante de sistema [o sistema]). Errado. 9787. (2011 – CESPE) “A história das teorias consiste, em grande parte, na reelaboração e em novas formas de usos de conceitos.” O emprego da preposição “em” antes de “reelaboração” e “novas formas” deve-se à relação de regência do verbo consistir, do qual esses termos são, no texto, complementos. RESPOSTA A história das teorias: sujeito consiste, em grande parte, na reelaboração e em novas formas de usos de conceitos: predicado. Consiste é um verbo que exige complemento com preposição (VTI). Logo, reelaboração e novas formas de usos de conceitos são objetos indiretos. Certo. 9788. (2011 – CESPE) Em “... devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos”, o pronome exerce a função de objeto direto. ** Cuidado (OI) ** RESPOSTA O pronome lhe é marcação de OI quando completando um verbo; o objeto direto do verbo é “os títulos respectivos”. Errado. 9789. (2011 – CESPE) “As propostas para a reformulação da formação profissional da polícia no país não incorporam (VTD) o debate sobre o modelo profissional a ser adotado pela polícia [...] [...] e as metodologias práticas de intervenção para a realização das tarefas cotidianas que envolvem (VTD) a manutenção da ordem e da segurança públicas.” As formas verbais “incorporaram” e “envolvem” apresentam, respectivamente, complementação direta e complementação indireta. RESPOSTA As propostas para a reformulação da formação profissional da polícia no país não incorporam o debate sobre o modelo profissional a ser adotado pela polícia [...] [...] e as metodologias práticas de intervenção para a realização das tarefas cotidianas que envolvem a manutenção da ordem e da segurança públicas. Os dois verbos exigem complemento verbal direto (VTD). Errado. 9790. (2011 – CESPE) “[...] outros estados devem integrar-se gradativamente ao sistema.”, o emprego da preposição a na combinação “ao” é exigência sintática do verbo “integrar”. RESPOSTA O verbo integrar-se exige complemento preposicionado. “[...] outros estados devem integrar-se gradativamente ao sistema.” Certo. 9791. (2010 – CESPE) A preposição presente em “na” no trecho “cuja tecla deveria constar na máquina utilizada para votação” poderia ser alterada para de, respeitando-se as normas de regência e mantendo-se a acepção do verbo. ** APRESENTA CORREÇÃO GRAMATICAL, E NÃO O SENTIDO ** RESPOSTA O verbo constar aceita as duas possibilidades, constar em ou constar de; portanto, se a frase fosse alterada, estaria igualmente correta. As duas preposições – de e em – são corretas quando se usa o verbo “constar” com o sentido de “estar escrito, registrado ou mencionado” ou “fazer parte, incluir-se”. Certo.

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9792. (2010 – CESPE) “[...] as operações de inteligência são instrumentos legais de que dispõe o Estado na busca pela manutenção e proteção de dados sigilosos.”, a preposição “de” empregada antes de “que” é exigência sintática da forma verbal “dispõe”; portanto, sua retirada implicaria prejuízo à correção gramatical do período. RESPOSTA A forma verbal “dispõe” exige preposição “de” (VTI) mesmo antecedendo um pronome relativo “que”. Observe: 1. “[...] as operações de inteligência são instrumentos legais de que dispõe o Estado na busca pela manutenção e proteção de dados sigilosos”. 2. O Estado dispõe de instrumentos legais, que são as operações de inteligência, na busca pela manutenção e proteção de dados sigilosos. Certo. 9793. (2012 – CESPE) “Os pequenos traficantes da favela, apesar de todo o aparato militar, na verdade, estão ajudando a enriquecer aqueles que controlam o tráfico de drogas em toneladas e o contrabando de armas, o receptador, o funcionário público corrupto, o advogado criminal”. (OD) Os elementos que compõem a enumeração no trecho “o tráfico de drogas em toneladas e o contrabando de armas, o receptador, o funcionário público corrupto, o advogado criminal” complementam o sentido da forma verbal “controlam”. RESPOSTA O verbo “controlam” exige complemento sem preposição (objeto direto), logo essas enumerações desempenham essa função. Certo. FC + C = C 9794. (2012 – CESPE) “A ANAC aprovou alterações no seu regimento interno com o objetivo de fazer frente aos novos desafios do setor de aviação civil...” A substituição de “fazer frente aos” por “enfrentar” prejudicaria a correção gramatical do texto. Frase certo + prejudicaria = errado FC + Preju = E RESPOSTA Não prejudicaria porque na substituição a preposição também sai. Assim “enfrentar”, que é transitivo direto, ficaria com a sua regência adequada. Errado. 9795. (CESPE – adaptada – 2011) “Aquilo que desejamos comunicar a alguém...” O sentido original do texto e a sua correção gramatical seriam mantidos caso se substituísse o trecho “desejamos comunicar” por queremos transmitir. RESPOSTA Tanto o sentido quanto a transitividade do verbo não seriam afetados. Desejamos comunicar algo a alguém, assim também seria com a locução “queremos transmitir”. Certo. 9796. (2010 – CESPE) As opções a seguir apresentam fragmentos adaptados do texto. Assinale a opção correta quanto à concordância e à regência. (A) A área destinada para (á)reforma agrária e o número de famílias assentadas representa o melhor desempenho do INCRA, durante 36 anos de atuação. (B) Com o PRONERA, do governo federal, vêm-se garantindo o acesso da educação entre os trabalhadores rurais, com vários cursos específico. (C) Um significativo crescimento também foi registrado perante os (aos) recursos destinado aos

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créditos de apoio à instalação dos familiares. (D) O incremento para os fundos destinados à obtenção de terras parecem ser muito expressivos, criando condições pelo cumprimento das metas de assentamento definidas no II PNRA. (E) Outra importante ação implementada foi a mudança na qualidade da gestão do INCRA, com o fortalecimento institucional da autarquia, por intermédio da realização de concurso público. RESPOSTA Todos os verbos concordam com seus respectivos sujeitos e a transitividade dos verbos é respeitada também na alternativa E. 9797. (2011 – CESPE) “O isolamento da Venezuela poderia levar a uma crise e a um fundamentalismo.” Em “a um fundamentalismo”, o emprego de preposição deve-se à regência de “levar”, e não exige sinal indicativo de crase porque antecede artigo indefinido masculino. RESPOSTA A regência do verbo “levar” exige a preposição “a” e não pode ter crase porque fundamentalismo é substantivo masculino. Certo. 9799. (2011 – CESPE) “Segundo o Ministério da Justiça, a partir de 2011, outros estados devem integrar-se gradativamente ao sistema.” O emprego da preposição a na combinação “ao” é exigência sintática do verbo “integrar”. RESPOSTA A regência exige a preposição “A”. Quem se integra se integra A algo. Certo.

3) PONTUAÇÃO

CASOS OBRIGATÓRIOS

Vírgulas, em adjunto adverbial deslocado

9801. (2013 – CESPE) “O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT), após autorização da presidenta, efetuou a doação de diversos equipamentos a duas entidades...” O trecho “após autorização da presidenta” está entre vírgulas porque se trata de adjunto adverbial intercalado na oração principal, ou seja, deslocado em relação à ordem direta. RESPOSTA Observe: Se a frase estivesse na ordem direta: O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT) (sujeito) efetuou (VTDI) a doação de diversos equipamentos (OD) a duas entidades (OI) [...] após autorização da presidenta (Ad. Adv.) [...] Mas, como ela não se apresenta na ordem direta, os termos deslocados devem estar entre vírgulas, como é o caso apresentado no texto: “O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT), após autorização da presidenta, efetuou a doação de diversos equipamentos a duas entidades [...]”. Certo. 9808. (2012 – CESPE) “Quando a família vai fazer o registro de ocorrência, o caso é tratado apenas como “um fato atípico...”

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A supressão da vírgula empregada logo após “ocorrência” prejudicaria a correção gramatical do texto. RESPOSTA Não pode ocorrer a supressão da vírgula, porque, quando uma frase não apresenta em sua forma direta, os elementos deslocados devem vir seguidos de vírgula. No caso do texto, trata-se de uma oração adverbial de tempo iniciando uma oração, portanto vai obrigatoriamente virgulado, separando-se da oração principal. Certo. 9812. (2012 – CESPE) “Durante o primeiro período de investimentos, as concessionárias deverão realizar obras de duplicação...” O emprego de vírgula logo depois de “investimentos” tem a função de isolar adjunto adverbial anteposto à oração principal. RESPOSTA Se a frase estivesse em sua ordem direta, não necessitaria da vírgula, mas, como o adjunto adverbial está deslocado, obrigatoriamente ele deve ser virgulado. Certo. 9810. (2012 – CESPE) “Segundo a tese de Adorno, o feio é um retorno da violência arcaica.” O emprego de vírgula logo após “Adorno” é facultativo e justificado, no texto, pela intenção da autora de enfatizar a menção desse filósofo. RESPOSTA “Segundo a tese de Adorno,” é uma oração subordinada que exprime conformidade de pensamento com a oração principal, e, por estar deslocada (oração adverbial + oração principal), obrigatoriamente tem que apresentar a vírgula. Errado. 9814. (2012 – CESPE) “O império instalado no Rio de Janeiro simplesmente copiou as principais estruturas administrativas de Portugal, o que contribuiu para reforçar o lugar central da metrópole, agora na América, não só em relação às demais capitanias do Brasil...” A supressão da vírgula logo depois de “América” preservaria a correção gramatical e o sentido original do texto. RESPOSTA A expressão “agora na América” é um adjunto adverbial deslocado, que deve ser isolado por pontuação. Errado. 9815. (2012 – CESPE) “Três séculos depois do descobrimento, o Brasil não passava de cinco regiões distintas, que...” Feitas as necessárias adaptações, a expressão “Três séculos depois do descobrimento” poderia ser deslocada para logo depois do nome “Brasil”, sem que houvesse prejuízo à correção gramatical do período. Nesse caso, a referida expressão deveria ser isolada por vírgulas. RESPOSTA O deslocamento da expressão destacada não prejudicaria a estrutura gramatical do período. Por se tratar de um adjunto adverbial, mesmo após sua retirada do início da oração, deve manter as vírgulas, já que ainda permanece deslocado do fim da frase. Certo. HASPAS em expressões REALCE, IRONIA

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9802. (2013 – CESPE) O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT), após autorização da presidenta, efetuou a doação de diversos equipamentos a duas entidades, chamados de “passíveis de desfazimento”, ... O emprego de aspas em ‘passíveis de desfazimento’ justifica-se porque ‘desfazimento’ é expressão não dicionarizada que constitui neologismo. RESPOSTA As aspas foram utilizadas para dar um destaque ao nome dado aos diversos equipamentos doados, já que se trata de doações que as pessoas fazem em reação àquilo de que podem se desfazer, aquilo que não tem mais importância, e, no entanto, é de tão grande valia para outros necessitados. É um recurso linguístico que sugere uma certa ironia. Errado. 9805. (2012 – CESPE) Frase 1: uísque (bebida de “bacana”) Frase 2: ... com a possibilidade, em fim, de que, apesar de jovem e pobre, vai “se dar bem”. O emprego das aspas em ‘bacana’ e ‘se dar bem’ justifica-se por destacar o sentido conotativo que essas expressões adquirem no texto. RESPOSTA As aspas são marcas de ironia no texto, ou, até mesmo, as palavras ditas pelos jovens. Errado. VÍRGULAS têm a mesma justificativa de uso ENUMERAÇÃO 9803. (2013 – CESPE) “Entre as palestras, painéis e mesas-redondas estão programados temas a respeito de gestão, informatização, correição virtual, paradigmas, meio ambiente, conciliação, comunicação, todos eles relacionados à justiça.” No segundo parágrafo, excetuada a última, todas as demais vírgulas têm a mesma justificativa de uso. RESPOSTA Todas as vírgulas são utilizadas para separar elementos de mesma função sintática (enumeração). Somente a última vírgula se difere das demais, porque sua função é resumir, acrescentar um detalhe. Certo. 9806. (2012 – CESPE) “A malha rodoviária brasileira soma cerca de 1,7 milhão de quilômetros entre estradas federais, estaduais e municipais.” O emprego de vírgula logo após “federais” justifica-se por isolar elementos explicativos em relação à oração anterior. RESPOSTA A vírgula após a palavra “federais” está sendo empregada para separar elementos que exercem a mesma função sintática, e não para isolar elementos explicativos. Sujeito: A malha rodoviária brasileira Predicado: soma cerca de 1,7 milhão de quilômetros entre estradas federais, estaduais e municipais (objeto direto). Errado.

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CASOS FACULTATIVO

Vírgulas, em orações adjetivas (EXPLICATIVAS) ou Or. Restritivas sem vírgulas 9804. (2013 – CESPE) “Ela compreende uma diversidade de práticas econômicas e sociais organizadas sob a forma de cooperativas, associações, clubes de troca, empresas de autogestão e redes de cooperação – que realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças, trocas, comércio justo e consumo solidário.” A supressão do travessão não afetaria a correção gramatical do texto, mas alteraria o seu sentido original. RESPOSTA Trata-se de orações adjetivas! A alteração mudaria de explicativa para restritiva. As explicativas generalizam a informação, já as restritivas vão limitar as “redes de cooperação” apenas àquelas citadas. Certo. 9809. (2012 – CESPE) “O trabalho policial, que vinha sendo visto, necessariamente, como uma ocupação masculina, passa desde então por mudanças, na medida em que entram em crise valores característicos da organização, como a força física e a identificação tradicional com a figura masculina.” A retirada das vírgulas que seguem os nomes “policial” e “masculina” alteraria o sentido original do texto, mas manteria a sua correção gramatical. RESPOSTA Observamos que o uso das vírgulas indica que o trabalho policial é integralmente uma ocupação masculina. Trata-se de orações adjetivas! A retirada da pontuação sempre muda o sentido da frase! Agora não se trata de todo o trabalho policial, mas sim só o trabalho policial visto como ocupação masculina é que estava passando por mudança. Enquanto na primeira possibilidade o assunto é tratado de forma total, na segunda passa a ser restrita. Certo. 9813. (2012 – CESPE) “O Brasil é signatário de pelo menos quatro convenções internacionais que tratam do combate à corrupção” A inserção de vírgula imediatamente após a palavra “internacionais” manteria a correção gramatical e o sentido original do texto e ainda conferiria ênfase à ideia expressa na oração subsequente, ou seja, ao fato de as convenções internacionais versarem sobre o combate à corrupção. RESPOSTA A inserção da vírgula alteraria o sentido e a classificação; deixando de ser oração adjetiva restritiva para ser com pontuação uma oração adjetiva explicativa. Errado. Pontuação por conjunção Explicativa 9807. (2012 – CESPE) “Isso não impede a existência de problemas, como, por exemplo, o das mudanças dos cânones estéticos: cada cultura, cada povo, época e lugar, cada classe social tem uma compreensão diferente da estética...” O sinal de dois-pontos poderia ser substituído por pois, precedido de vírgula, sem que houvesse prejuízo à coerência do texto.

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RESPOSTA A afirmativa está correta, porque os dois-pontos são utilizados para anunciar uma enumeração explicativa, e a conjunção “pois” também possui função explicativa, ligando duas orações, a segunda justificando a ideia contida na primeira. Certo. 9817. (2012 – CESPE) “Em 1808, os ventos começaram a mudar. A vinda da Corte e a presença inédita de um soberano em terras americanas motivaram novas esperanças entre a elite intelectual luso-brasileira.” Sem que houvesse prejuízo para a correção gramatical, os dois períodos que iniciam o segundo parágrafo poderiam ser ligados pelo sinal de dois-pontos, da seguinte forma: (...) começaram a mudar: a vinda da Corte (...). RESPOSTA Poderiam, sem prejuízo para a correção gramatical, apresentar-se da seguinte forma: Em 1908, os ventos começaram a mudar: a vinda da Corte e a presença inédita de um soberano em terras americanas motivaram novas esperanças entre a elite intelectual luso-brasileira. Na expressão “os ventos começaram a mudar” está anunciando um esclarecimento, uma explicação, que é a oração seguinte: “a vinda da Corte e a presença inédita de um soberano em terras americanas motivaram novas esperanças entre a elite intelectual luso-brasileira”. Certo.

CASOS PROIBIDOS Nunca se deve separar o sujeito do verbo e o verbo do seu complemento! 9811. (2012 – CESPE) “Não se podendo deixar de dar preferência, vez por outra, à linguagem do jurista, sempre vinculada a exigências inamovíveis de certeza e segurança.” A inclusão de vírgula logo depois de “inamovíveis” preservaria a correção gramatical e a coerência do texto, assim como seu sentido original. RESPOSTA A afirmativa está errada, pois alteraria o sentido do texto: inamovível é um adjunto adnominal do substantivo exigências. Caso proibido pelas regras gramaticais. Errado. 9816. (2012 – CESPE) “O consumismo não gera apenas os impactos ambientais decorrentes da necessidade crescente de energia e do próprio processo industrial, mas é causa de outro grave problema [...].” Não acarretaria prejuízo para a correção gramatical do texto a inserção de vírgula imediatamente após a forma verbal “gera”, tendo o sinal de pontuação, nesse caso, a função de realçar o advérbio “apenas”. RESPOSTA O emprego da vírgula nesse caso iria separar o verbo “gera” do seu complemento direto. Nunca se deve separar o sujeito do verbo e o verbo do seu complemento! Errado. 9818. (2012 – CESPE) “A Constituição de 1891, a primeira republicana, ainda por

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influência de Rui Barbosa, institucionalizou definitivamente...” O segmento “a primeira republicana” está entre vírgulas por ser um vocativo. RESPOSTA A expressão “a primeira republicana” está entre vírgulas porque é um aposto, ou seja, é um termo associado ao nome com a função de explicar ou especificar outro termo já mencionado. No caso do texto, está explicando que a Constituição de 1891 foi a primeira Constituição republicana. Errado. 9819. (2012 – CESPE) “O futuro desejado em relação à água é aquele em que esse recurso esteja disponível, em quantidade e qualidade adequadas, para as gerações atuais e futuras...” A supressão do trecho “em quantidade e qualidade adequadas” e das vírgulas que o isolam manteria a correção gramatical do período e a unidade semântica do trecho. RESPOSTA Trata-se de uma expressão deslocada, que não possui nenhuma dependência sintática entre os demais termos da oração, e, por isso, pode ser suprimida sem prejuízo gramatical. Note também que a palavra “disponível” exige a preposição “para”. A expressão destacada está entre a regência dos termos, isolada por pontuação. Certo. 9820. (2012 – CESPE) “A Constituição de 1891, a primeira republicana, ainda por influência de Rui Barbosa, institucionalizou definitivamente o Tribunal de Contas da União, inscrevendo-o em seu art. 89.” O emprego de vírgula após “União” justifica-se porque a oração subsequente é reduzida de gerúndio. RESPOSTA As orações reduzidas são aquelas que não são ligadas por nexos/conjunções. Podem ser de três tipos: infinitivo, gerúndio e particípio. Então para se ligarem à outra oração usa-se a pontuação. Certo. 9821. (2012 – CESPE) “Assim é o setor de telecomunicações no Brasil, que envolve segmentos de extrema relevância para o desenvolvimento do país, [...]” A omissão da vírgula empregada logo após “Brasil” preservaria as informações e o sentido original do período. RESPOSTA Se a vírgula fosse retirada após a palavra Brasil, alteraria o sentido da frase, pois não seria mais uma explicação referente ao setor de telecomunicações no Brasil. Passaríamos a identificar uma oração adjetiva restritiva! Fato esse que sempre altera o sentido da frase. Errado. 9822. (2012 – CESPE) “A expansão da telefonia celular, impulsionada pela privatização do sistema TELEBRAS, em 1998, está entre as maiores conquistas da economia brasileira nas últimas duas décadas.” Feitas as necessárias adaptações na grafia das palavras, o adjunto adverbial “em 1998” poderia ser deslocado, seguido da vírgula, para o início do parágrafo, sem que o sentido original e a correção gramatical do texto fossem prejudicados. RESPOSTA Caso o adjunto adverbial “em 1998” fosse deslocado para o início da frase, não haveria alteração da gramaticalidade do texto, mas sim do sentido. O adjunto adverbial “em 1998” marca o momento em que ocorreu a privatização do sistema TELEBRAS, e não o momento da

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expansão da telefonia. Errado. 9823. (2012 – CESPE) “Enviar informações para um território de 8,514 milhões de Km, colocando em contato mais de 190 milhões de habitantes, e, além disso, gerar riqueza e avanço social não são tarefa fácil. O emprego de vírgulas para isolar o segmento “colocando em contato mais de 190 milhões de habitantes” justifica-se por isolar oração reduzida de gerúndio intercalada. RESPOSTA Quando as orações estão intercaladas, é obrigatório o uso da pontuação. Certo. 9824. (2012 – CESPE) “Nós, que nascemos no século XX, fomos alimentados por versões muito mais suaves e palatáveis a uma época sensível [...]” A retirada das vírgulas que isolam a oração “que nascemos no século XX” prejudicaria a correção gramatical do texto. RESPOSTA A retirada das vírgulas não prejudicaria a correção gramatical, mas alteraria o sentido da frase, deixando de ser uma oração subordinada adjetiva explicativa para oração subordinada adjetiva restritiva. Errado. 9825. (CESPE – adaptada – 2012) “Ainda não era bem o que eu queria. E que é que eu queria? Ignorava.” Na sentença interrogativa “E que é que eu queria?”, o conector “E” e a expressão “é que” foram empregados como elementos enfáticos. RESPOSTA A intencionalidade de um escritor pode ser observada pela forma como articula os elementos da estrutura textual. Se o autor tivesse escrito “o que eu queria?”, apesar de manter sua indagação, mudaria seu “tom” em algo comedido. Mas, ao utilizar a expressão destacada acima, podemos observar que ele enfatiza a indagação com a conjunção “e” e a expressão “é que”; não é só “o que eu queria”, mas “e o que é que eu queria”. Certo. 9826. (2012 – CESPE) “Após a Segunda Guerra Mundial, os movimentos nacionalistas e independentistas que vinham se firmando desde...” A vírgula empregada logo depois do trecho “Após a Segunda Guerra Mundial” poderia ser suprimida, sem prejuízo da correção gramatical do texto. RESPOSTA “Após a Segunda Guerra Mundial” é um adjunto adverbial deslocado, e, por isso, a vírgula deve ser empregada obrigatoriamente. Errado. 9827. (CESPE – adaptada – 2011) “Pode não haver benefícios em fumar menos”, conclui a pesquisadora. “Se os fumantes querem mesmo diminuir o risco de câncer e doenças”, ela acrescenta, “precisam é parar de fumar”. As aspas empregadas no texto delimitam citação. RESPOSTA Note os verbos do parágrafo “conclui” e “acrescenta”; eles deixam claro que são palavras da pesquisadora. Certo. 9828. (CESPE – adaptada – 2011) “Os adolescentes paulistas bebem frequentemente, exageram na dose e, em muitos casos, agem assim com anuência familiar.”

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A supressão da vírgula empregada após o vocábulo “e” acarretaria, necessariamente, a retirada da vírgula que aparece depois da expressão “em muitos casos”. RESPOSTA A expressão intercalada deve ser isolada por pontuação. A retirada de apenas uma vírgula, nesse caso, não isolaria totalmente. Certo. 9829. (2012 – CESPE) “Assim, há três espécies de aristocracia: natural, eletiva e hereditária. A primeira não convém senão a povos simples; a segunda, a aristocracia propriamente dita, é o melhor governo; a terceira é o pior de todos os governos.” Na oração “a terceira é o pior de todos os governos”, o verbo poderia ser suprimido e a vírgula, empregada no lugar dele, para indicar a elipse. RESPOSTA Quando o verbo se repete em um conjunto de estruturas coordenadas, é possível, sem prejuízo à correção nem ao sentido da oração, suprimi-lo e, em seu lugar, colocar uma vírgula, que indica tal supressão. Uma das regras de pontuação, inclusive, indica esse fato corriqueiro para evitar a repetição da mesma palavra. Certo. 9830. (2012 – CESPE) O emprego de vírgula logo após “agências” justifica-se porque isola oração subsequente de natureza explicativa. “...o setor de contabilidade e registro das agências, que foi paulatinamente se reduzindo,...” RESPOSTA O uso do pronome relativo caracteriza a frase como oração adjetiva. Quando empregada a vírgula, trata-se de uma explicação; quando não empregada, trata-se de uma restrição. Certo. 9831. (2012 – CESPE) A omissão da vírgula empregada logo após “bancário” manteria a correção gramatical e o sentido original do texto. “Ele enfatizou a importância do correspondente bancário, que presta serviços bancários...” RESPOSTA A correção estaria ok! O uso do pronome relativo caracteriza a frase como oração adjetiva. Quando empregada a vírgula, trata-se de uma explicação; quando não empregada, trata-se de uma restrição. Logo, o emprego ou a retirada sempre alteram o sentido da frase. Errado. 9832. (2012 – CESPE) O emprego de vírgulas justifica-se por isolar adjunto adverbial deslocado de sua posição-padrão. “Constituiu, a um só tempo, caráter estruturante do Estado e da própria sociedade.” RESPOSTA A expressão “a um só tempo” indica uma ideia para a frase de tempo, sendo classificada, portanto, como um adjunto adverbial, cuja localização para fins de pontuação é no final da oração. Certo. 9833. (2010 – CESPE) “A cidadania exige modelos econômicos que incluam a todos e existe uma demanda ativa e crescente em muitos países nesse sentido.” Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical do texto ao se deslocar a expressão “em muitos países” para imediatamente antes de “existe”, usando-se uma vírgula antes e outra

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depois da expressão deslocada. RESPOSTA A expressão “em muitos países” desempenha a função sintática de adjunto adverbial. A questão propõe o deslocamento para antes do verbo com a condição de ser isolada por pontuação. O emprego de vírgulas nesse caso é indicado pela gramática. Certo. 9834. (2008 – CESPE) “Uma decisão singular de um juiz da Vara de Execuções Criminais de Tupã, pequena cidade a 534 km da cidade de São Paulo, impondo critérios bastante rígidos para que os estabelecimentos penais da região possam receber novos presos.” O trecho “pequena cidade a 534 km da cidade de São Paulo” encontra-se entre vírgulas por exercer a função de aposto. RESPOSTA A expressão esclarece um detalhamento sobre a cidade de Tupã. O aposto sempre é isolado por pontuação. Certo.

4) CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

9835. (2013 – CESPE) “Esse ato integra o rol de ações relacionadas à responsabilidade social do tribunal, intensificado a cada gestão.” O termo “intensificado” está no singular porque concorda com “rol”, mas estaria também correto se colocado no feminino plural – intensificadas –, forma que concordaria com “ações”. RESPOSTA Os complementos devem concordar em gênero e número com os substantivos a que se referem. Nesta frase, temos essa dupla possibilidade de concordar tanto com “rol” quanto com “ações”. Certo. 9836. (2013 – CESPE) “Além disso, as diferentes formas de discriminação estão fortemente associadas aos fenômenos de exclusão social que dão origem à pobreza e são responsáveis pelos diversos tipos de vulnerabilidade e pela criação de barreiras adicionais” Em “dão origem à pobreza e são responsáveis pelos diversos tipos de vulnerabilidade e pela criação de barreiras adicionais”, o emprego das formas verbais no plural justifica-se pela concordância com “as diferentes formas de discriminação”. RESPOSTA Quem dá origem à pobreza? Os fenômenos de exclusão social! O verbo concorda com o núcleo “fenômeno”. Errado. 9837. (2013 – CESPE) Nas opções a seguir são apresentados trechos adaptados de Os Novos Atores Políticos, de Vladimir Safatle, texto publicado em Carta Capital. Assinale a opção em que o trecho apresentado está gramaticalmente correto. (A) Que juízes se vejam como atores políticos, não deveria ser visto como um problema. (B) A interpretação das leis não pode ser feita sem apelo a interpretação das demandas políticas que circula no interior da vida social de um povo. (C) Interpretar uma lei é se perguntar sobre, o que os legisladores procuravam realizar? (D) Um dos fatos mais relevantes de 2012 foram a transformação dos juízes do Supremo Tribunal Federal em novos atores políticos. (E) Há algum tempo, a Suprema Corte virou protagonista de primeira grandeza nos debates políticos nacionais.

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RESPOSTA O verbo “haver” quando indica tempo transcorrido é impessoal. Ou seja, não concorda. O verbo “virou” está concordando com o sujeito “a Suprema Corte”. Alternativa E. 9838. (2012 – CESPE) “Não se fala mais em percentual mínimo de conteúdo nacional, mas as montadoras terão de realizar no Brasil ao menos seis de doze etapas fabris já em 2013.” Sem prejuízo para os sentidos e a correção gramatical do texto, a expressão “ao menos” poderia ser substituída por pelo menos. RESPOSTA Boa parte dos dicionários traz essas expressões como sinônimas. Certo. 9839. (2012 – CESPE) No trecho “o cidadão terá uma visão completa da situação de pavimentação, dos trechos com curvas perigosas, da quantidade de tráfego, da existência de obras no local e da qualidade” (L.3-6), o emprego de preposição e de artigo definido em “dos” e “da” constitui recurso de paralelismo sintático exigido pela regência de “visão” e pela concordância com os complementos. RESPOSTA Quando temos uma enumeração dos complementos verbais, não se pode deixar o paralelismo de lado! Perceba que o sentido da frase é visão completa da situação de pavimentação, visão dos trechos com curvas perigosas, visão da quantidade de tráfego, visão da existência de obras no local e visão da qualidade. Certo. 9840. (2012 – CESPE) “Seus fundamentos organizacionais e seus processos decisórios equivalem a uma mescla dos processos e maneiras de decidir típicos dos Legislativo e do Judiciário.” Dada a relação de igualdade expressa pela forma verbal “equivalem”, seria mantida a correção gramatical do texto se essa forma verbal fosse empregada na terceira pessoa do singular – equivale –, caso em que concordaria com “uma mescla dos processos e maneiras de decidir típicos do Legislativo e do Judiciário”. RESPOSTA O verbo concorda com o núcleo do sujeito, e não com o objeto indireto. Essa troca acarretaria erro de concordância. Errado. 9841. (2012 – CESPE) No trecho “A vinda da Corte e a presença inédita de um soberano em terras americanas motivaram”, o emprego da forma verbal no plural deve-se à presença do artigo “a” antes de “presença”, motivo pelo qual a supressão desse artigo levaria o verbo para a forma singular, mantendo-se, assim, a correção gramatical do trecho. RESPOSTA O plural se deve ao fato de o sujeito ser composto; tendo como núcleo “vinda” e “presença”. A concordância do verbo em nada se relaciona com o emprego dos artigos. Errado. 9842. (2012 – CESPE) “Em decorrência do fenômeno da expansão dos que só têm celular...”

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A forma verbal “têm” está no plural porque concorda com o antecedente do pronome relativo. RESPOSTA O antecedente do pronome relativo (que) é um pronome demonstrativo (os = aqueles). Perceba na reescrita: “...expansão daqueles os quais só têm...”. O verbo concordou com o seu sujeito. Certo. 9843. (2012 – CESPE) No trecho “o Psicólogos do Trânsito, um grupo de jovens paulistanos, decidiu levar bom humor à rua”, a forma verbal “decidiu” está no singular para concordar com seu sujeito: “um grupo de jovens paulistanos”. RESPOSTA Visto que o núcleo do sujeito, nesse caso, é “grupo”. O verbo concorda com o núcleo do sujeito. Certo. 9844. (2012 – CESPE) “...o processo de tomada de decisões responda a necessidades dos cidadãos não atendidas no passado.” Se a palavra “atendidas” fosse flexionada no masculino – atendidos –, estariam mantidos a correção gramatical e o sentido original do texto. RESPOSTA A correção sim, mas o sentido seria alterado! “atendidos” faria referência aos cidadãos, mudando assim o sentido da expressão. Errado. 9845. (2012 – CESPE) “Simples, modestos, esperançosos, idealistas, lá vão eles diariamente para seus quartéis com a satisfação e o orgulho de estarem seguindo o exemplo...” Os adjetivos “Simples, modestos, esperançosos, idealistas” estão no plural para concordar com “eles”. RESPOSTA Essa questão trata de concordância nominal. Os adjetivos devem concordar com o pronome substantivo a que se referem. Certo. 9846. (2012 – CESPE) “Jurídica e constitucionalmente, a representação “representa” o povo (e não, todos os indivíduos). Além disso, não há propriamente mandato, pois a função do representante se dá nos limites constitucionais e não se determina por instruções...” Os termos nominais “o povo” e “mandato” completam o sentido das formas verbais ‘representa’ e “há”, respectivamente. RESPOSTA Neste caso, temos dois verbos transitivos diretos. A representação “representa” o quê? O povo. Há o quê? ...mandato. Certo. 9847. (2012 – CESPE) “A mais recente, elaborada pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa, mostrou que 38% dos estudantes...” A forma verbal “mostrou” está no singular porque concorda com a expressão “Instituto Paulo Montenegro”. RESPOSTA O sujeito do verbo “mostrou” é “A mais recente”. Atente para o emprego da pontuação! Nunca se separa o sujeito do verbo. Errado. 9848. (2012 – CESPE) “A evolução dos processos de automação permitiu a instalação dos

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primeiros caixas eletrônicos no Brasil.” A forma verbal “permitiu” poderia ter sido flexionada no plural – permitiram –, caso em que concordaria com “processos”. RESPOSTA O verbo deve concordar com o núcleo do sujeito. Nesse caso, o núcleo é “evolução”, e não “processos”! Errado. 9849. (CESPE – adaptada – 2012) “O igualitarismo formal vem decantado enfaticamente na Carta Política em dois trechos...”. O emprego do masculino singular em “decantado” justifica-se pela concordância com o sujeito da oração: “O igualitarismo formal”, RESPOSTA Sim, o núcleo do sujeito é um substantivo masculino, sendo assim, a concordância nominal deve seguir em gênero e número. Certo. 9850. (2012 – CESPE) “Os magistrados não governam. (...) Não mandam propriamente na massa dos governos e administrados, mas impedem os eventuais desmandos dos que têm esse originário poder.” A forma verbal “têm” em “têm esse originário poder” está empregada no plural porque faz parte de uma cadeia coesiva cujos elementos se referem a “magistrados”. RESPOSTA O verbo está no plural por fazer concordância com o pronome demonstrativo “os” (aqueles) em “dos”. Errado. 9851. (2012 – CESPE) “O aumento da população, o crescimento econômico e a sofisticação das relações sociais requerem mais serviços públicos...” A flexão de plural em “requerem” justifica-se pelo emprego do plural em “relações sociais”. RESPOSTA Nessa questão de concordância verbal, precisamos notar que o sujeito é composto! Sendo assim o verbo está no plural por concordar com “aumento”, “crescimento”, “sofisticação”. Errado. 9852. (2012 – CESPE) “É necessário ponderar, entre outros fatores, o impacto ambiental”. O emprego da flexão de masculino em “necessário” justifica-se pelo fato de esse vocábulo concordar com a expressão “o impacto ambiental”. RESPOSTA Note: “ponderar é necessário”. A concordância se faz com a palavra “ponderar”. Além disso, as expressões “é bom, é necessário, é proibido...” só podem flexionar se o elemento a que se referem estiver determinado (com artigo, por exemplo). Errado. 9853. (2012 – CESPE) No período “Que Demócrito não risse, eu o provo”, o verbo provar complementa-se com uma estrutura em forma de objeto direto pleonástico, com uma oração servindo de referente para um pronome. RESPOSTA Eu provo que Demócrito não risse. Eu provo (VTD) que Demócrito não risse. (OD) O pronome oblíquo “o” desempenha função sintática de objeto direto também! Note que ele retoma a expressão que desempenha essa função no período. Assim é chamado de objeto direto

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pleonástico. Certo. 9854. (2012 – CESPE) “Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou assistir à execução seria simples.” No período, como o conector “ou” está empregado com sentido aditivo, e não, de exclusão, a forma verbal do predicado “seria simples” poderia, conforme faculta a prescrição gramatical, ter sido flexionada na terceira pessoa do plural: seriam. RESPOSTA O conector “ou” exigirá o verbo no singular quando houver ideia de exclusão. Entretanto, quando não houver essa ideia, o verbo ficará no plural. Não há, portanto, relações facultativas nessa regra. Errado. 9855. (2012 – CESPE) “...que profundas sepulturas nascidas de vossas penas, de vossas assinaturas!” A forma verbal “nascidas”, apesar de referir-se a todas as expressões nominais que a antecedem, concorda apenas com a mais próxima, conforme faculta regra de concordância nominal. RESPOSTA “nascidas” é um adjetivo que caracteriza apenas as sepulturas. Sendo assim a concordância deve seguir em gênero e número. Errado. 9856. (2012 – CESPE) “O fim da Idade Média, no século XV, e o ressurgimento das cidades, no período renascentista, representaram profundas mudanças para a sociedade da época.” A forma verbal “representaram” está no plural para concordar com o sujeito composto da oração, cujos núcleos são “fim”, “século” e “ressurgimento”. RESPOSTA O sujeito composto tem como núcleos “fim” e “ressurgimento”. Entretanto, “século” é núcleo do adjunto adverbial. Errado. 9857. (2012 – CESPE) No trecho “É verdade que a CE vem desenvolvendo novas formas políticas”, o emprego da forma verbal singular “É” justifica-se pelo fato de essa forma verbal não ter sujeito explícito. RESPOSTA O sujeito, nesse caso, é desempenhado pela conjunção integrante “que”. Errado. 9858. (2011 – CESPE) “Para saber se o documento foi realmente enviado pelo INSS, basta o usuário ligar para a central 135 ou acessar o sítio da previdência social na Internet e seguir as instruções ali contidas.” O trecho “basta o usuário ligar (...) ali contidas” pode ser reescrito, mantendo-se a correção gramatical do período, da seguinte forma: basta que os usuários telefonem para o número 135, da Central de Atendimentos, ou acessem a página eletrônica da previdência social e sigam as instruções ali contidas. RESPOSTA Notemos a concordância dos verbos do período, com destaque para o primeiro verbo “bastar”. Na frase original, “usuário” é o núcleo dele (o verbo concorda com o núcleo do sujeito); na frase proposta, o núcleo é a palavra “que” (conjunção integrante). Certo.

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9859. (2012 – CESPE) “Descobertas como essa vêm motivando outros cientistas e pensadores a discutirem o assunto amplamente.” A forma verbal “vêm” concorda com o termo “Descobertas” e estaria igualmente correta se fosse grafada sem o acento circunflexo, dada a possibilidade, nesse caso, de concordância verbal com o termo mais próximo, o pronome “essa”. RESPOSTA O verbo “vêm” concorda com o substantivo “descobertas” (sujeito), e não com os seus complementos. O acento é marca de pluralidade e, se retirado fosse, prejudicaria a correção gramatical. Errado. 9860. (2010 – CESPE) “Não é admissível que grupos privados transnacionais [...]”. A correção gramatical do texto seria mantida caso o trecho “Não é admissível” fosse substituído por Não se admitem. RESPOSTA A alteração dos termos vai incorrer em erro de concordância! A primeira informação de uma frase é descobrir o sujeito! Que é que não é admissível? QUE... (= isso) O verbo “é” concorda com a conjunção integrante ”que”. Se trocarmos pela frase sugerida, o verbo admitem, no plural, não concorda com a conjunção integrante! Portanto, está incorreta! Errado. 9861. (2010 – CESPE) As opções a seguir apresentam trechos adaptados de texto publicado na revista Veja, em 25/11/2009. Assinale a opção em que o trecho adaptado está gramaticalmente correto quanto à concordância e à regência da norma escrita formal do português. (A) Todos os anos, dois mil brasileiros submete-se (submetem-se) aos testes genéticos preditivos, que identificam a suscetibilidade de determinadas doenças, antes de sua possível instalação. (B) Há cerca de vinte tipos de tumor maligno de origem genética que podem ser identificados por testes preditivos. É (são) os pacientes desse tumor que enfrenta (enfrentam) os piores dilemas diante dos exames genéticos. (C) A maioria das pessoas não estão preparadas para enfrentar um teste preditivo. De cada dez pacientes, sete desiste (desistem). E 30% das desistências são incentivadas pelos próprios profissionais de saúde. (D) Por isso, alguns especialistas preferem investigar, antes do teste, a capacidade de o paciente lidar com um resultado positivo: se houver um pingo de dúvida, é-lhe sugerido voltar para casa. (E) Identificar (em) uma pessoa jovem, saudável, a existência de uma alteração genética (sem

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preposição) em que pode provocar uma doença aos 40 ou 50 anos, sem que nada possa ser feito, serve apenas para antecipar o sofrimento. RESPOSTA Verbo (preferem) concordando com sujeito (alguns especialistas); “de o paciente lidar” – emprego correto! Pois o núcleo do sujeito não pode ser preposicionado. Alternativa D. 9862. (2011 – CESPE) “Produtos orgânicos têm inúmeras vantagens.” O emprego do acento circunflexo na forma verbal “têm” justifica-se pelo fato de essa forma verbal concordar com a expressão no plural “inúmeras vantagens”. RESPOSTA O sujeito da frase é “produtos orgânicos”, logo o verbo tem que concordar com ele! O complemento direto é “inúmeras vantagens”. Errado. 9863. (2011 – CESPE) “também foram anunciados a construção de 19 escolas, obras de contenção de encostas e um programa habitacional...” A substituição de “foram anunciados” por foi anunciado manteria a correção gramatical do texto. RESPOSTA Os núcleos do sujeito composto nessa frase são “construção”, “obras” e “programa”. Por isso a troca do verbo plural pelo verbo no singular não seria apropriada. Errado. 9864. (2011 – CESPE) “... comparada com o patamar de 0,05% destinado à aquisição de livros e revistas técnicas. O consumo é também evidenciado ao notar-se que 8,76% da despesa são destinados à manutenção e à aquisição de veículos automotores.” Os vocábulos “destinado” e “destinados” concordam, respectivamente, com os numerais indicativos de porcentagem que os antecedem: “0,05%” e “8,76%”. RESPOSTA No segundo caso sim, mas no primeiro é relacionado ao “patamar”, por isso a questão está incorreta! Errado. 9865. (2011 – CESPE) “O fato de que o homem vê o mundo por meio de sua cultura tem como consequência...” No primeiro período, que resume a ideia principal do texto, o emprego, na oração principal, da forma verbal “tem”, no singular, é exigido pelo sujeito dessa oração. RESPOSTA Que é que tem? O fato! O núcleo do sujeito dessa frase é singular, por isso o verbo concorda dessa maneira. Certo. 9866. (2011 – CESPE) “...resolvendo-os em suas fontes, que englobam novas ameaças não militares para a paz e a segurança.” É obrigatória a flexão de plural em “englobam” porque o sujeito da oração, o pronome relativo “que”, refere-se a “fontes”. RESPOSTA O pronome relativo “que” retoma a palavra “fontes”. Quem é que engloba? As fontes = sujeito da frase. Certo. 9867. (2011 – CESPE) “Aceitar sem discriminação a diversidade é o primeiro identificador para a luta em defesa dos direitos humanos.” Justifica-se a flexão de singular em “é” tanto pelo fato de o sujeito da oração ser oracional quanto pelo fato de o trecho “o primeiro identificador” estar no singular.

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RESPOSTA O sujeito de “é” é “Aceitar sem discriminação a diversidade”, que tem como núcleo a palavra “aceitar”. Em alguns casos o verbo “ser” pode concordar com o predicado, mas, como nesse caso o predicado também está no singular, tudo reforça para o verbo permanecer no singular. Certo. 9868. (2012 – CESPE) “A Inglaterra, no entanto, consagrada como grande potência marítima desde a queda de Napoleão, rapidamente assumiu a liderança da colonização.” A palavra “consagrada” estabelece relação de concordância com a palavra “Inglaterra”. RESPOSTA O adjetivo (consagrada) concorda com o substantivo (Inglaterra) a que se refere. Certo. 9869. (2010 – CESPE) “Uma em cada seis pessoas passa fome em um mundo que pode fornecer alimentos para uma população maior que a atual.” A substituição da flexão de singular em “passa” pela flexão de plural, passam, manteria a correção gramatical do texto, mas colocaria a ênfase em “seis pessoas”. RESPOSTA De acordo com o sentido da frase, o verbo se refere ao numeral “um”, assim ao colocarmos o verbo no plural não haveria a concordância com o núcleo do sujeito. Errado. 9870. (2008 – CESPE) “... impondo critérios bastante rígidos...”. A correção gramatical do texto seria mantida se a palavra “bastante” fosse flexionada no plural, para concordar com o substantivo. RESPOSTA A palavra “bastante” faz referência ao adjetivo “rígidos”, exercendo assim a classificação de advérbio (invariável). Se colocássemos no plural, seria classificado como um adjetivo que se refere ao substantivo “critérios”. Errado.

5) Emprego dos Pronomes V. Emprego dos Pronomes

9871. (2013 – CESPE) “Seguiram-se outras instituições extrajudiciais com funções semelhantes em setores localizados, como as juntas de trabalho...”. Em “Seguiram-se” o pronome “se” indica que o sujeito do período é indeterminado. RESPOSTA O sujeito da oração não é indeterminado, pois o verbo está na voz passiva sintética e seu sujeito fica sendo então “outras instituições extrajudiciais com funções semelhantes em setores localizados”. Além disso, ressalta-se que o núcleo do sujeito deve sempre concordar com o verbo a que se refere, fato que ocorre na frase referida, uma vez que o verbo e o núcleo estão no plural. Errado. 9872. (2013 – CESPE) “A economia solidária vem-se apresentando como uma alternativa inovadora de geração de trabalho...”. O deslocamento do pronome pessoal oblíquo para depois do verbo principal da locução não prejudicaria a correção gramatical do texto: vem apresentandose. RESPOSTA Quando o verbo estiver na forma nominal gerúndio, pode haver essa troca de

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posição, ou seja, o pronome pode tanto estar no meio da locução verbal quanto relacionado ao último verbo presente. Certo. 9873. (2012 – CESPE) “Surja ao indivíduo como outro mundo, em que ele se sente amparado e transformado por forças que o ultrapassam”. A expressão “em que” poderia ser corretamente substituída por onde ou por no qual, sem que houvesse prejuízo à correção gramatical do texto. RESPOSTA A substituição da expressão “em que” pelos vocábulos “onde” ou “no qual” é gramaticalmente aceitável porque “em que” está referindo-se a lugar – mundo. O emprego de “em que” e “no qual” é mais genérico, mas “onde” só pode ser empregado em ideias de lugar fixo. Certo. 9874. (2012 – CESPE) “Porque seu consumo orgiástico, excessivo, o deixa sempre de bolso vazio, a repetir sempre compulsivamente o ato criminoso. Com o poder da arma de fogo que o deixa viver por um instante, um poder absoluto sobre suas vítimas...” Na primeira ocorrência, a partícula “o” poderia ser corretamente deslocada para imediatamente depois da forma verbal “deixa” – escrevendo-se deixa-o –; na segunda, entretanto, deslocamento semelhante – “o deixa” para deixa-o – acarretaria prejuízo para a correção gramatical do texto. RESPOSTA A primeira troca de posição do pronome oblíquo pode ser feita sem acarretar incorreção gramatical, já a segunda gera erro em função de a alteração não poder ser realizada porque o pronome relativo “que” impede que haja tal mudança. Certo. 9875. (2012 – CESPE) “No Brasil, a concentração das entradas das mulheres na polícia deu-se na década de 80 no século passado coincidindo com um momento de crise da própria instituição policial, que, por sua vez, refletia uma crise mais ampla...” O pronome “que” faz referência à “crise da própria instituição policial”. RESPOSTA O pronome relativo “que” retoma o antecedente expresso mais próximo, no caso, “crise da própria instituição policial”. Certo. 9876. (CESPE – adaptada – 2012) “Precisamos melhorar o gerenciamento dos recursos hídricos. Essa situação, responsável pelo consumo e também pela poluição da água em escala exponencial, tem conduzido à necessidade de reformulação do seu gerenciamento.” O vocábulo “seu” tem como referente “consumo”. RESPOSTA O pronome oblíquo “seu” faz referência à expressão “recursos hídricos”, e não à palavra “consumo”, pois aquela é o assunto tratado no texto, especificamente no primeiro parágrafo. Errado. 9877. (2012 – CESPE) “Para obter benefícios maiores, será obrigatório cumprir metas

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múltiplas. Exige-se, por exemplo, investimento crescente em pesquisa...”. O termo “Exige-se”, no qual o pronome “se” indica voz passiva, poderia ser corretamente substituído por É exigido. RESPOSTA A expressão “exige-se” está estruturada na voz passiva sintética; quando a substituirmos por “é exigido”, apenas se estará fazendo sua transformação para a voz passiva analítica, portanto tal substituição é cabível e correta. Certo. 9878. (2012 – CESPE) “A empresa vencedora de cada contrato será aquela que propuser a menor tarifa de pedágio...”. A correção gramatical do período ficaria prejudicada caso se substituísse o termo “aquela”, por a. RESPOSTA A substituição do termo “aquela” por “a” não acarretaria incorreção gramatical, pois a palavra “a” estaria funcionando como pronome demonstrativo, da mesma forma que o vocábulo “aquela”. Errado. 9879. (2012 – CESPE) “A implantação da indústria automobilística foi determinante para que essa modalidade de transporte se estabelecesse como a mais comum no Brasil...”. Em “se estabelecesse”, o pronome “se” indica que o sujeito da oração é indeterminado. RESPOSTA O sujeito da oração não é indeterminado, uma vez que a forma verbal está na voz passiva sintética e apresenta a expressão ”essa modalidade de transporte” como seu sujeito, a qual é classificada como sujeito simples. Errado. 9880. (2012 – CESPE) “Sem qualquer vínculo de subordinação aos poderes da república, que fornecem auxílio operacional, técnico e especializado ao poder legislativo.” A partícula “que” poderia ser corretamente substituída por aos quais. Nesse caso, a preposição é exigida pela presença, na oração, da forma verbal “fornecem” e o emprego do plural é obrigatório porque o pronome retoma “poderes da República”. RESPOSTA A partícula “que” não pode ser substituída por “aos quais”, porque retoma “os tribunais de contas”, portanto não há motivo para existir a preposição. A pluralização do pronome é obrigatória para que haja concordância com o termo que está sendo retomado. Errado. 9881. (2012 – CESPE) “Entretanto a oferta no mês de setembro apresentou queda de 2,13%, após oito anos consecutivos de crescimento, sendo essa a primeira redução de oferta para o mês de setembro desde 2003”. O pronome “essa” está empregado em referência à informação “queda de 2,13%”. RESPOSTA O pronome demonstrativo “essa” designa, com função anafórica, o que foi mencionado antes, ou seja, a expressão “queda de 2,13%”. Certo. 9882. (2012 – CESPE) “Para quem as contas públicas deveriam ser examinadas por um órgão independente; e os que a combatiam, por entenderem que as contas...” No trecho “a combatiam”, o pronome “a” retoma a ideia antecedente de necessidade de criação

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de um tribunal de contas. RESPOSTA O pronome pessoal oblíquo “a”, na frase, equivale a “ela”, na função de complemento direto do verbo “combatiam”, retomando a informação “necessidade de criação de um tribunal de contas”. Certo. 9883. (2012 – CESPE) “Interpretada pela atriz Charlize Theron, a mãe-madrasta, bruxa da princesa é o mais interessante do filme, assim como as questões tão atuais que ela nos traz”. O pronome “que” refere-se a “Charlize Theron”. RESPOSTA O pronome relativo “que” refere-se à expressão “as questões tão atuais”, pois retoma o antecedente expresso mais próximo. Errado. 9884. (2012 – CESPE) “É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende a todas as coisas e à qual nada escapa”. A correção gramatical do texto seria preservada caso a forma “à qual” fosse substituída pelo pronome que. RESPOSTA A substituição do termo “à qual” por “que” acarretaria incorreção gramatical, pois “à qual” apresenta uma preposição que é exigida pela transitividade do verbo “escapa”, que não aparece na forma “que”. Poderia ser substituída por “a que” sem crase, visto que esse pronome relativo não vem acompanhado de artigo. Errado. 9885. (2012 – CESPE) Na era das redes sociais, algumas formas de comunicação arcaicas ainda dão resultado. Harold Hackett que o diga. Na expressão “que o diga”, o termo “o” refere-se à ideia expressa no período anterior. RESPOSTA O pronome demonstrativo “o” faz referência à informação apresentada anteriormente – “algumas formas de comunicação arcaicas ainda dão resultado”. Certo. 9886. (2012 – CESPE) “Harold utiliza garrafas de suco de laranja e se certifica de que as mensagens estão com data. Antes de enviá-las, checa o sentido dos ventos...” A forma pronominal “las”, em “enviá-las”, pode fazer referência tanto ao termo “garrafas” quanto ao termo “mensagens”. RESPOSTA A forma pronominal “las” funciona como complemento direto do verbo “enviar”, logo pode haver referência tanto ao termo “garrafas” quanto “mensagens”, uma vez que ambas as palavras estão no feminino plural, concordando com a forma pronominal. Certo. 9887. (2012 – CESPE) No trecho “somado aos que vinham sendo realizados nos últimos anos”, o elemento “aos” poderia ser corretamente substituído por àqueles. RESPOSTA A alteração do termo “aos” para “àqueles” é correta porque “aos” compõe-se de preposição mais pronome demonstrativo, podendo então ser substituído por “àqueles”, o qual apresenta o acento indicativo de crase em função da existência da preposição. Certo. 9888. (2012 – CESPE) “O mundo em que nos encontramos hoje, no entanto, não se parece

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muito com o que eles previram.” Em “não se parece muito com o que eles previram”, o pronome “que” tem como antecedente o pronome “o”, que se refere a “mundo”. RESPOSTA O pronome demonstrativo “o” que antecede o pronome “que” faz referência à palavra “mundo”, expressa anteriormente. Além disso, pode-se comprovar tal fato ao substituir o pronome “o” por “aquele”. Certo. 9889. (2012 – CESPE) “... a função do representante se dá nos limites constitucionais e não se determina por instruções ou cláusulas estabelecidas entre ele (ou o conjunto de representantes).” O pronome “ele” tem como referente o nome “representante”. RESPOSTA O pronome do caso reto “ele” retoma o termo expresso anteriormente “representante”, havendo concordância de número entre os vocábulos. Certo. 9890. (2012 – CESPE) “... não conseguem entender o que leem nem fazer associações com as informações que recebem.” Mantêm-se a correção gramatical e as informações originais do período ao se substituir “o” em “o que leem” por aquilo. RESPOSTA A substituição do pronome “o” por “aquilo” é correta pelas normas gramaticais devido ao fato de ambos apresentarem a mesma classificação morfológica, ou seja, na frase do texto, “o” funciona como pronome demonstrativo. Certo. 9891. (2012 – CESPE) “Os chineses têm investido pesadamente no ensino superior, cujo número de matrículas...” Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cujo” por qual. RESPOSTA A substituição do termo “cujo” por “qual” acarretaria incorreção gramatical. A alteração seria correta, se “cujo” fosse substituído por “do qual”, já que há a indicação de posse do termo que o segue em relação ao termo que o antecede. Errado. 9892. (2012 – CESPE) “Os 68.544 vereadores que serão eleitos... por 138.242.323 eleitores, nos mais de 5.500 municípios brasileiros, terão a tarefa de fiscalizar as prefeituras. É tarefa deles acompanhar como o dinheiro...” O termo “deles” é elemento coesivo que retoma o antecedente “eleitores”. RESPOSTA O pronome possessivo “deles” retoma a palavra anteriormente expressa “vereadores”, já que esse é o foco semântico do texto. Errado. 9893. (CESPE – adaptada – 2012) “Não sabemos como era a cabeça, que falta, de pupilas amadurecidas.” A oração “que falta”, de função adjetiva, está empregada com sentido explicativo. RESPOSTA A oração subordinada adjetiva explicativa “que falta”, obviamente, cumpre a função de explicar oração com a qual se relaciona. Além disso, ela recebe tal classificação por estar isolada por vírgulas e ser introduzida por pronome relativo. Certo. 9894. (2011 – CESPE) “Há, ainda, a noção de que mídia pública é aquela que cumpre

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papel de dar visibilidade...” Prejudicam-se a correção gramatical e o sentido original do período ao se substituir o pronome “aquela” por a. RESPOSTA Uma das classificações morfológicas de “a” é de ser pronome demonstrativo. Por isso não havia prejuízo nesse caso. Errado. 9895. (2012 – CESPE) No trecho “o de que não se trata de norma penal”, o emprego da próclise em vez da ênclise – não trata-se – justifica-se pela presença de palavra negativa antecedendo a forma verbal. RESPOSTA A primeira tentativa sempre deve ser a próclise (antes do verbo); se couber, ela prevalece. Convenciona-se que expressões de valor semântico negativo atraem pronomes oblíquos em se tratando de sua colocação. Certo. 9896. (2008 – CESPE) “Ele alega que muitos presos das penitenciárias da região são de famílias pobres da Grande São Paulo, que não dispõem de condições financeiras para visitá-los semanalmente”. No trecho “para visitá-los semanalmente”, o pronome refere-se a “presos” RESPOSTA O pronome retoma a palavra “presos”. Além disso desempenha a função sintática de objeto direto de visitar. Certo.

6) Sintaxe da Oração e do Período VI. Sintaxe da Oração e do Período 9897. (2013 – CESPE) “A democracia representativa pressupõe um conjunto de instituições que disciplinam a participação popular no processo político, que formam os direitos políticos que qualificam a cidadania, como, por exemplo, as eleições, o sistema eleitoral, os partidos políticos;...” O sujeito da oração cujo núcleo do predicado é a forma verbal “formam” é (A) a expressão “os direitos políticos”. (B) o pronome “que” imediatamente antecedente. (C) oculto. (D) indeterminado. (E) a expressão “um conjunto de instituições”. RESPOSTA O sujeito nas orações adjetivas pode ser o pronome relativo “que”, o qual retoma termo mencionado anteriormente no texto. Outras funções sintáticas podem ser retomadas como, por exemplo, objeto indireto, objeto direto, complemento nominal etc. Alternativa B. 9898. (2012 – CESPE) “Vinicius e Jobim eram leves e engraçados.” “Também com um presidente leve como o Juscelino, que de tão leve vivia valsando e que botou em aviões uma cidade inteira, levando-a para o Planalto Central, com ele tudo ficava mais fácil e mais leve.” O termo “leves e engraçados” desempenha, na oração em que se insere, a mesma função

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sintática que “mais fácil e mais leve” na oração “tudo ficava mais fácil e mais leve”. RESPOSTA Ambas as expressões exercem a função sintática de predicativo do sujeito, sendo as formas verbais “eram” e “ficava” verbos de ligação no contexto em que se inserem. Certo. 9899. (2012 – CESPE) “Também com um presidente leve como o Juscelino, que de tão leve vivia valsando e que botou em aviões uma cidade inteira, levando-a para o Planalto Central, com ele tudo ficava mais fácil e mais leve.” A expressão “com ele”, empregada como recurso expressivo de repetição, pode ser suprimida do período sem prejuízo sintático ou semântico para o texto. RESPOSTA A expressão adverbial de companhia “com ele” pode ser suprimida do texto sem prejuízo, já que retoma a expressão “com um presidente leve como o Juscelino”, já acompanhada da preposição com, que é meramente repetida com objetivo enfático na expressão mencionada. Certo. 9900. (2012 – CESPE) “Motorista e passageiros devem se abrigar em um local seguro, se possível, além do acostamento, até que chegue o socorro.” A expressão “até que” confere ao período a noção de tempo. RESPOSTA No contexto em que está inserida, a expressão “até que” dá noção de tempo ao período, ao destacar que passageiros e motoristas devem abrigar-se em local seguro até que o socorro chegue, isto é, até a hora/tempo em que o socorro chegaria. Certo. 9901. (2012 – CESPE) “A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) aprovou, em setembro último, alterações no seu regimento interno com o objetivo de fazer frente aos novos desafios do setor de aviação civil, em razão de sua expansão e do considerável aumento do número de usuários do transporte aéreo no país nos últimos anos.” O segmento “em setembro último” está empregado entre vírgulas por constituir expressão adverbial intercalada entre termos da oração de que faz parte. RESPOSTA Por denotar relação de tempo, a expressão destacada constitui um adjunto adverbial deslocado na oração em que se insere, devendo, portanto, ser separado dos outros elementos oracionais por meio de vírgulas. Certo. 9902. (2012 – CESPE) “Àquela altura, ninguém vislumbrava a ideia de uma separação, mas se esperava ao menos que a metrópole deixasse de ser tão centralizadora em suas políticas.” A oração “que a metrópole deixasse de ser tão centralizadora em suas políticas” exerce a função de complemento direto da forma verbal “esperava”. RESPOSTA A oração destacada exerce papel de sujeito posposto da forma verbal “esperava”,

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haja vista a intransitividade do verbo neste contexto. Lembre-se também de que, ao identificarmos um verbo, a primeira informação a ser buscada é quem desempenha o papel de sujeito da oração. Errado. 9903. (2012 – CESPE) “...formado por pessoas físicas ou jurídicas que realizam operações de seguro, cosseguro e resseguro sem a devida autorização” O segmento “que realizam operações de seguro, cosseguro e resseguro sem a devida autorização” tem natureza restritiva em relação ao termo antecedente “pessoas físicas ou jurídicas”. RESPOSTA O segmento trata-se de oração subordinada adjetiva restritiva (sem pontuação) cujo sujeito “que” retoma a expressão “pessoas físicas ou jurídicas”, sendo, assim, a afirmação correta. Certo. 9904. (2012 – CESPE) “Existem hoje 256 milhões de linhas ativas, mais que os 191 milhões de pessoas da população brasileira, o que situa o país na quarta colocação mundial. A cada segundo, um novo número é ativado no país, fato que levou à introdução de um nono dígito nas linhas da Grande São Paulo.” As expressões “o que” e “fato que” poderiam ser colocadas uma no lugar da outra, no texto, sem prejuízo das relações morfossintáticas e semânticas nele expressas. RESPOSTA Ambas as expressões, no lugar em que se encontram no texto, têm papel morfossintático de sujeito da oração que introduzem. Além disso, mesmo trocadas de lugar, continuariam a estabelecer relações de causa e consequência entre as orações que introduzem e as anteriores. Note a reescrita: Aquilo o qual situa o país... / Fato o qual levou... Certo. 9905. (2012 – CESPE) “Com sistemas complexos de propaganda, que envolvem sutilezas psicológicas e recursos espetaculares, industriais e produtores em geral convencem a população a adquirir sempre os novos modelos de carros, geladeiras, relógios, calculadoras e outras utilidades, levando-a a lançar fora o que já possui.” O referente do sujeito da forma verbal “levando” é a expressão “industriais e produtores em geral”, que exerce a função de sujeito da forma verbal “convencem”. RESPOSTA O sujeito da forma verbal “levando” é desinencial e, pelo contexto, podemos inferir que ele faz referência à expressão “industriais e produtores em geral”, sendo seu objeto direto o vocábulo “a”, que se refere a “a população”. Certo. 9906. (2012 – CESPE) “...o esgotamento dos recursos naturais não renováveis, isto é, daqueles que, uma vez consumidos, não podem ser novamente repostos, como, por exemplo, o petróleo e os minérios em geral.”

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O termo “daqueles”, que retoma a expressão “dos recursos naturais não renováveis”, exerce a função de sujeito do predicado “não podem ser novamente repostos”. RESPOSTA Embora o termo “daqueles” retome a expressão “dos recursos naturais não renováveis”, o sujeito do verbo poder é o pronome relativo “que”. Errado. 9907. (2012 – CESPE) “Após a Segunda Guerra Mundial, os movimentos nacionalistas e independentistas que vinham se firmando desde o período entre-guerras ganharam força tanto na África quanto na África quanto na Ásia.” O trecho “os movimentos nacionalistas e independentistas” exerce a função de sujeito da locução verbal “vinham-se firmando”. RESPOSTA O sujeito da forma verbal “vinham-se firmando” é o pronome relativo “que”, que retoma, por meio de oração subordinada adjetiva restritiva, o trecho “os movimentos nacionalistas e independentistas”. Errado. 9908. (2012 – CESPE) “O que os filósofos chamam de “iluminação”, os humoristas intitulam “solavanco mental” da anedota.” Os termos “iluminação” e “solavanco mental” exercem a mesma função sintática. RESPOSTA Os vocábulos “iluminação” e “solavanco mental” são objetos diretos (o primeiro, preposicionado) dos verbos chamar e intitular, respectivamente. Quando o uso do verbo chamar dá-se no sentido de atribuir nome ou título, o uso da preposição é frequente, embora ainda se trate de objeto direto. Certo. 9909. (2012 – CESPE) “Agora, quase 20% dos jovens em idade universitária estão no ensino superior na China, enquanto, no Brasil, não passam de 10% os estudantes universitários.” As relações sintáticas do período não seriam prejudicadas caso se substituísse “enquanto” por “ao passo que”. RESPOSTA Uma vez que a substituição de “enquanto” por “ao passo que” não somente manteria as relações estruturais do período (ainda haveria o “encaixe” de uma oração à outra), mas também manteria as relações temporais de sentido de ambas as orações. Certo. 9910. (2012 – CESPE) “...de acordo com o vice-presidente executivo da FEBRABAN, que, durante seminário sobre inclusão bancária, destacou a solidez do sistema bancário brasileiro...” O sujeito da forma verbal “destacou”, cujo referente é “o vice-presidente executivo da FEBRABAN”, é indeterminado. RESPOSTA O sujeito do verbo destacar é o pronome relativo “que”. Entre o pronome que desempenha a função de sujeito e o verbo “destacou”, há um adjunto adverbial isolado por vírgulas; isso poderia atrapalhar um pouco o candidato na identificação do sujeito. Errado. 9911. (2012 – CESPE) “...o Brasil é, sim, um país de enorme potencial, que vem passando

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por um período mágico...” O sujeito da forma verbal “vem passando” é “o Brasil”. RESPOSTA O sujeito da locução verbal “vem passando” é o pronome relativo “que”, o qual inicia uma oração subordinada adjetiva explicativa, apenas retomando o vocábulo Brasil. Errado. 9912. (2012 – CESPE) Seria mantida a correção gramatical do período “É fato que os números absolutos impressionam”, caso a preposição de fosse inserida imediatamente antes da conjunção “que”. RESPOSTA A frase “que os números absolutos impressionam” funciona como sujeito (oração subordinada substantiva subjetiva) de “é fato”. De acordo com a gramática normativa, não há sujeito preposicionado em Língua Portuguesa, não se mantendo, assim, a correção do período caso uma preposição fosse inserida imediatamente antes da conjunção “que”. Errado. 9913. (2012 – CESPE) “... – Vossos mortos são mais vivos: e, sobre vós, de longe, abrem grandes olhos pensativos.” Considerando-se as relações entre os termos da oração, verifica-se ambiguidade no emprego do adjetivo “pensativos”, visto que ele pode referir-se tanto ao termo “vossos mortos” quanto ao núcleo nominal “olhos”. RESPOSTA Uma vez que o adjetivo “pensativos” pode se referir tanto ao sujeito do verbo ser quanto ao objeto direto do verbo abrir, por ambos os núcleos serem substantivos no plural. Os mortos abrem os grandes olhos quando estão pensativos ou os grandes olhos pensativos, essas são as possibilidades de interpretação. Certo. 9914. (2012 – CESPE) “Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força do homem.” A oração “que tinha”, sintática e semanticamente dispensável para o texto, caracteriza-se por ter um pronome relativo como sujeito sintático. RESPOSTA “que tinha” trata-se de oração subordinada adjetiva restritiva que retoma o objeto direto do verbo “tinha”. Ele tinha os dois manos. Errado. 9915. (CESPE – adaptada – 2011) “Os dados chocam: metade dos adolescentes de 15 a 17 anos de idade estão fora do ensino médio.” A forma verbal “estão” pode ser substituída por está, sem prejuízo à correção gramatical e à coerência do texto.

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RESPOSTA O sujeito do verbo é “metade dos adolescentes”. Esse tipo de expressão é chamada de partitiva, ou seja, não é o todo! A regra autoriza o emprego do verbo tanto no singular quanto no plural. Certo. 9916. (CESPE – adaptada – 2012) “...verdadeiras poesias em prosa, por assim dizer, que vão beber a sua inspiração diretamente à natureza e transladam para o papel alguma coisa da sua frescura e novidade.” A expressão “alguma coisa da sua frescura e novidade” complementa o sentido da forma verbal “trasladam”. RESPOSTA A frase “alguma coisa da sua frescura e novidade” é objeto direto do verbo “transladar” (transladam o quê?), complementando, assim, seu sentido. Certo. 9917. (2012 – CESPE) “Muitos acreditam que chegamos à velhice do Estado nacional. Desde 1945, dizem, sua soberania foi ultrapassada...” Não haveria prejuízo para o sentido do texto se a forma verbal “dizem” fosse substituída por dizemos RESPOSTA Podemos observar que o sujeito do verbo “acreditam” é “muitos” e são eles (muitos) que “dizem”. Se trocarmos para “dizemos”, o sujeito seria “nós”, mudando assim o sentido da frase. Errado. 9918. (2012 – CESPE) Assinale a opção em que o verbo da oração tem dois complementos. (A) “Ela é uma gatinha.” (B) “Eu fiz um coraçãozão vermelho.” (C) “Agora vou botar renda em volta.” (D) “Eu te odeio.” (E) “Vou mandar um cartão de dia dos namorados para a Susi Derkins.” RESPOSTA O verbo “mandar” que, nesse contexto, é bitransitivo (VTDI). “um cartão de dia dos namorados” desempenha a função de objeto direto e “para a Susi Derkins” a função de objeto indireto. Alternativa E. 9919. (2011 – CESPE) As orações “São tantos os espaços para a dita participação popular” e “não há espaços de visibilidade claros” são exemplos de oração sem sujeito. RESPOSTA Na primeira oração o sujeito é “os espaços para a dita participação popular”. Apenas na segunda oração temos um exemplo de verbo sem sujeito, já que “há” possui sentido de “existir”, fato esse que o torna impessoal. Errado. 9920. (2011 – CESPE) “No extremo norte, por exemplo, continuavam sendo usadas no comércio moedas mexicanas e peruanas, e no extremo sul, na área onde atualmente se localiza o estado do RS.” A expressão “moedas mexicanas e peruanas” exerce, na oração em que ocorre, a função sintática de sujeito. RESPOSTA Quem continua sendo usada? moedas mexicanas e peruanas = sujeito! Trata-se

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de um sujeito posposto ao verbo. Atente para não confundi-lo com o objeto direto. Certo. 9921. (2012 – CESPE) “A um coronel que se queixava da vida de quartel, um jornalista disse: – E o senhor não sabe como é chato militar na imprensa.” Na construção do sentido do texto, destaca-se a ambiguidade do vocábulo “militar”, que, no contexto em que aparece, pode ser classificado ora como substantivo, ora como verbo. RESPOSTA A palavra “militar” pode ser interpretada como um substantivo (“O militar chato”) e pode ser também o verbo “militar” de fazer militância. Certo. 9922. (2012 – CESPE) Admite-se como forma alternativa de reescrita da expressão coloquial “o diabo do homem só faltou me chamar de” a estrutura só faltou o diabo do homem me chamar e de, na qual o verbo faltar é empregado como impessoal e, portanto, integra uma oração sem sujeito. RESPOSTA Que é que faltou? “me chamar de...” = sujeito da frase! Temos um sujeito oracional neste caso. Errado. 9923. (2010 – CESPE) “...diz o gerente executivo de pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, para explicar a melhora das expectativas...” O nome próprio “Renato da Fonseca” está entre vírgulas por tratar-se de um vocativo. RESPOSTA É um aposto, pois faz o detalhamento de quem é o gerente executivo. A confusão pode se dar pelo fato de tanto o vocativo quanto o aposto serem isolados por pontuação. Errado.

7) Emprego dos Tempos e Modos Verbais VII. Emprego dos Tempos e Modos Verbais

9924. (2013 – CESPE) “Entre as palestras, painéis e mesas-redondas estão programados temas a respeito de gestão, informatização, correição virtual, paradigmas, meio ambiente, conciliação, comunicação, todos eles relacionados à justiça.” Como o texto trata de um evento que ocorrerá no futuro, o emprego do presente do indicativo em “estão” está em desacordo com as exigências gramaticais de correlação entre os tempos e modos verbais. RESPOSTA Além de poder ser usado para a descrição de verdades universais, rotinas ou programas (como é o caso no texto), o presente do indicativo também pode ser utilizado para fazer-se referência a situações que ocorrem com frequência, independentemente de quando aconteçam. Errado. 9925. (2012 – CESPE) “Àquela altura, ninguém vislumbrava a ideia de uma separação, mas se esperava ao menos que a metrópole deixasse de ser tão centralizadora em suas políticas.” Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, a forma verbal “deixasse” poderia ser substituída por tivesse deixado.

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RESPOSTA Pelo fato de a oração em que a forma verbal “deixasse” apresentar ocorrência de pretérito perfeito, a substituição da forma do subjuntivo pela forma do pretérito perfeito composto do indicativo não acarreta prejuízo à correção gramatical do texto. Certo. 9926. (2012 – CESPE) “As discussões, no Brasil, sobre a criação de um tribunal de contas durariam quase um século, polarizadas entre os que defendiam sua necessidade – para quem as contas públicas deviam ser examinadas por um órgão independente – e os que a combatiam, por entenderem que as contas públicas podiam continuar sendo controladas por aqueles que as realizavam.” Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “durariam” por duraram. RESPOSTA Uma vez que o texto se refere a uma ação acabada no passado (a discussão sobre a criação do Tribunal de Contas), a substituição da forma do futuro do pretérito do indicativo (durariam) pela forma do pretérito perfeito do indicativo não acarreta prejuízo à correção gramatical do texto. Certo. 9927. (2012 – CESPE) “Somente a queda do Império e as reformas político-administrativas da jovem República tornaram realidade, finalmente, o Tribunal de Contas da União.” Mantêm-se a correção gramatical e as informações originais do período ao se substituir “tornaram realidade” por permitiram que se tornasse realidade. RESPOSTA A substituição de uma oração pela outra não acarretaria prejuízo à correção gramatical nem às relações semânticas do texto, pois manteriam as mesmas informações originais. Certo. 9928. (2012 – CESPE) “Com cartazes educativos, ocupam a faixa de pedestres, fazem performances e brincam com os motoristas.” Sem prejuízo semântico para o texto, as formas verbais “fazem” e “brincam” poderiam ser substituídas pelas formas fazendo e brincando, respectivamente. RESPOSTA A substituição das formas verbais não acarretaria prejuízo semântico para o texto, uma vez que o emprego do presente do indicativo continua o mesmo, mudando-se, apenas, a colocação do gerúndio, o que, mesmo dando a ideia de ação em progresso, pode ser usado para referir-se a ações acabadas e que duraram certo tempo. Certo. 9929. (2012 – CESPE) “Os governos da Bélgica, França, Grã-Bretanha, Itália e Estados Unidos da América decidiram homenagear, de forma especial, a memória desses soldados.” Caso o verbo decidir seja suprimido da expressão “decidiram homenagear”, o verbo homenagear, que se conjuga pelo modelo de odiar, deverá ser grafado homenagiaram. RESPOSTA Por não se conjugar pelo modelo do verbo odiar, a grafia correta da forma verbal será homenagearam. Errado.

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9930. (2012 – CESPE) “Segundo essa concepção, com o maior desenvolvimento da ciência e da tecnologia, o mundo iria se tornar mais estável e ordenado. O romancista George Orwell, por exemplo, anteviu uma sociedade com excessiva estabilidade e previsibilidade – em que nos tornaríamos todos minúsculos dentes de engrenagem de uma vasta máquina social e econômica.” O emprego do futuro do pretérito em “iria se tornar” e “nos tornaríamos” justifica-se por terem as previsões dos filósofos iluministas se concretizado. RESPOSTA O uso do futuro do pretérito sinaliza possibilidade e, não, certeza. Além disso, a leitura atenta do texto permite verificar que não houve concretização plena das previsões dos filósofos iluministas. Errado. 9931. (2012 – CESPE) “O problema se agudiza pela própria displicência dos eleitores, pois, passados dois meses do pleito, muitos não lembram em quem votaram, o que facilita o surgimento de uma cadeia de falta de compromisso com o município, o estado e o país.” Ao se substituir “o que facilita” por o que vem facilitando ou por o que tem facilitado, mantém-se a correção gramatical do período. RESPOSTA A substituição de uma forma verbal por uma locução verbal não acarreta prejuízo de cunho gramatical (morfossintático) ao texto. Certo. 9932. (2012 – CESPE) “Isso possibilitou que os bancos obtivessem elevada lucratividade, o que propiciou a realização de novos investimentos em tecnologia da informação.” A forma verbal “obtivessem” poderia ser corretamente substituída por tivessem obtido. RESPOSTA A substituição de uma forma verbal por uma oração com verbo no mesmo tempo e modo da forma verbal original mais o emprego do particípio do verbo não acarreta erro morfossintático. Certo. 9933. (2012 – CESPE) “O executivo disse ainda que os bancos têm investido em tecnologia para crescer e trabalhando para melhorar o atendimento à população e o controle do endividamento.” Mantendo-se a correção gramatical do período e o seu sentido original, a forma verbal “trabalhado” poderia ser substituída por trabalhar. RESPOSTA A substituição proposta alteraria o sentido original do período, além de incorrer em diferenciação de suas relações sintáticas internas. “trabalhando” os bancos já estão. Se trocarmos, a finalidade deles seria crescer e trabalhar. Errado. 9934. (2012 – CESPE) “Eu sei morrer. Morri desde pequena. E dói, mas a gente finge que não dói.” Da combinação inusitada do verbo morrer, flexionado no pretérito perfeito do indicativo, com a expressão adverbial “desde pequena” infere-se uma compreensão da morte diferente da que estaria implícita caso tivesse sido empregada a locução verbal Venho morrendo.

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RESPOSTA Caso fosse empregada a locução verbal “venho morrendo”, o entendimento de morte seria aquele registrado no dicionário: perda da vida. No entanto, ao empregar a forma verbal “morri”, o texto aponta outra interpretação para o sintagma: de ter tido desilusões e perdas desde os tempos em que a narradora era pequena. Certo. 9935. (2012 – CESPE) “Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral do veredicto não estaria conosco.” No período “Nesse caso (...) estaria conosco”, como o conector “ou” está empregado com sentido aditivo, e não, de exclusão, a forma verbal do predicado “seria simples” poderia, conforme faculta a prescrição gramatical, ter sido flexionada na terceira pessoa do plural: seriam. RESPOSTA O valor do conector “ou”, conforme atenta do texto, tem caráter de exclusão. Assim, flexionar a forma verbal “seria” na terceira pessoa do plural acarretaria inadequação morfossintática. Para ser flexionado, a ideia não pode ser de exclusão. Errado. 9936. (2011 – CESPE) “Essas duas perguntas são formuladas dentro do espírito da fenomenologia husserliana. Privilegiou-se, nessa herança, a indagação colocada sob o adágio bem conhecido segundo o qual toda consciência é consciência de alguma coisa.” Estaria mantida a correção gramatical se as formas verbais “são formuladas” e “Privilegiou-se” fossem substituídas, respectivamente, por formulam-se e foi privilegiada. RESPOSTA Ambas as formas verbais mantêm os verbos em suas formas originais (voz passiva e verbo com sujeito posposto), não acarretando, portanto, prejuízo à correção do texto. Certo. 9937. (2012 – CESPE) “Vai senão quando a Câmara ordena que se lhe compre uma arca, e recomenda que seja forte, deita fora as suas muletas de mendiga, erige o corpo, como um Sisto V, e, como um primo Basílio tilinta as chaves da burra nas algibeiras.” A substituição das formas verbais “ordena”, “recomenda”, “deita”, “erige” e “tilinta” por ordenou, recomendou, deitou, erigiu, e tilintou, respectivamente, não acarretaria prejuízo sintático nem semântico ao texto. RESPOSTA O principal prejuízo sintático dado pela substituição das formas propostas seria aquele causado pela substituição de “ordena” por ordenou, uma vez que a forma “compre” deveria ser substituída por comprasse, a fim de se manter a concordância. Errado. 9938. (2011 – CESPE) Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical se os infinitivos flexionados fossem substituídos pelas respectivas formas do infinitivo não flexionado no segmento “as gotas a evaporarem, as lesmas a prepararem os corpos para novas caminhadas”. RESPOSTA Uma vez que há um sujeito diferente para cada oração do segmento mencionado, o uso da forma não flexionada do infinitivo estaria correto, caso fosse feita a substituição proposta. Certo.

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9939. (2011 – CESPE) “A indispensabilidade da teoria política viria dessa necessidade de autoconhecimento dos indivíduos.” O uso do futuro do pretérito em “viria” sugere a intenção do autor em manter distanciamento em relação à ideia da “necessidade de autoconhecimento dos indivíduos”. RESPOSTA Ao indicar possibilidade e/ou dúvida, o futuro do pretérito também é usado com intuito de não comprometer o autor de um texto a determinada ideia, portanto, distanciando-o da afirmação. Certo. 9940. (2011 – CESPE) “A questão da desigualdade, finalmente, está produzindo estudos focados em entender como os abismos sociais afetam a realidade das pessoas – estejam elas no topo ou na base.” A obrigatoriedade do emprego da forma verbal “estejam”, no modo subjuntivo, decorre da relação sintática entre essa forma verbal e o trecho “como os abismos sociais afetam a realidade das pessoas”. RESPOSTA O uso do modo subjuntivo no trecho destacado indica, na verdade, a relação da forma verbal “estejam” com o sintagma “elas no topo ou na base”, por indicar possibilidade. Errado. 9941. (2011 – CESPE) “Foi estabelecido o serviço telegráfico, e o Brasil aderiu, por tratados, aos organismos internacionais de telecomunicações recém-criados.” O texto permaneceria correto se a expressão “Foi estabelecido” fosse substituída por (A) Estabeleceriam-se. (B) Estabelecendo. (C) Estabeleceu-se. (D) Estabeleceram-se. (E) Estabelecer-se-iam. RESPOSTA Que é que foi estabelecido? O serviço telegráfico = sujeito. A única alternativa que mantém o tempo verbal e a correta relação sujeito-predicado (utilização de partícula apassivadora e manutenção da concordância) da locução verbal utilizada no texto é a c: estabeleceu-se. Alternativa C. 9942. (2011 – CESPE) “...tinha preconceitos, era injusto nos seus julgamentos, tinha suas fraquezas e imperfeições, mas sabia que isso não o tornava menos humano e digno.” A substituição da forma verbal “tornava” por tornasse preservaria as regras gramaticais bem como a coesão e a coerência do texto. RESPOSTA A substituição proposta das formas verbais acarretaria erro morfossintático, pois a oração em que tal forma está inserida exige o uso de presente do indicativo, e não do subjuntivo, como sugerido. Errado. O republicano George W. Bush veio a público dizer que é um “presidente da guerra” e que todas as decisões que toma na Casa Branca são orientadas pelo combate global ao

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terrorismo. Essa “guerra”, disse o presidente dos EUA, define hoje as políticas externa, interna, econômica e fiscal norte-americanas. “Tomo minhas decisões no Salão Oval com a guerra em mente. Queria que não fosse assim, mas é a verdade. E o povo norteamericano precisa saber que tem um presidente que vê o mundo como ele é. Vê os perigos que existem e como é importante lidar com eles”, disse Bush. Ao conceder a rara entrevista, Bush tenta reagir à queda de sua popularidade e aos ataques que vem sofrendo dos pré-candidatos democratas. Folha de S.Paulo, 9-2-2004 (com adaptações). 9943. (Técnico Federal de Controle Externo – 2004 – CESPE) Tendo o texto acima como referência inicial, julgue o item que se segue. Textualmente, a forma verbal “tenta” corresponde ao pretérito: tentava, estava tentando. RESPOSTA O Presente do Indicativo foi empregado no sentido de dar vivacidade a um fato já ocorrido. No caso do trecho em questão, esse passado é durativo, o que leva à equivalência com o pretérito imperfeito (“tentava” ou “estava tentando”). Correto. 9944. (2011 – CESPE) “Eles, então, agrupam-se e, armados com porretes, pedras e garrafas de coquetel molotov, quebram, incendeiam e agridem.” Os complementos elípticos da formas verbais “quebram”, “incendeiam” e “agridem” possuem o mesmo referente no texto. RESPOSTA O sujeito elíptico dos verbos citados tem o mesmo referente; além disso, são verbos transitivos diretos com o complemento elíptico. Certo. 9945. (2011 – CESPE) “Quando a polícia reage, os vândalos voltam a se misturar à massa de gente que protesta pacificamente, na esperança de, com isso, provocar um tumulto e incitar outros manifestantes e entrar no confronto.” As formas verbais infinitivas “misturar” e “provocar” poderiam ser corretamente substituídas por suas formas flexionadas, misturarem e provocarem. RESPOSTA Embora a forma “provocar” possa ser flexionada sem prejuízo gramatical ao texto, tal operação não é possível de ser feita na forma “misturar”, pois a presença do pronome que indica a indeterminação do sujeito “se” impede tal operação. Errado. 9946. (2011 – CESPE) “O leitor interessado em compreender um pouco melhor como vivem milhões de brasileiros à sua volta poderia aproveitar um de seus próximos momentos livres para fazer um teste que lhe mostrará por que a vida é tão difícil para tanta gente neste país.” O sujeito da forma verbal “vivem” não ocorre de maneira explícita no período, devendo ser inferido da leitura do texto. RESPOSTA O sujeito da forma verbal “vivem” está explícito no texto e posposto a esse verbo:

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“milhões de brasileiros”. Errado. 9947. (2011 – CESPE) “O debate voltou à tona após policiais da Delegacia Antipirataria apreenderem, no mês passado, mais de duzentas pastas com textos para serem reproduzidos em uma universidade do Rio de Janeiro, sob a alegação de crime de direitos autorais.” A forma verbal “apreenderem” poderia ser corretamente substituída pela forma verbal composta terem apreendido. RESPOSTA O uso da forma verbal “voltou”, no pretérito perfeito, autoriza o uso da forma “terem apreendido” em forma composta do pretérito mais que perfeito, indicando, assim, qual ação ocorreu primeiro. Certo.

8) Acentuação VIII. Acentuação 9948. (2013 – CESPE) A mesma regra de acentuação gráfica justifica o emprego de acento gráfico nas palavras “construída” e “possíveis”. RESPOSTA A palavra construída é uma paroxítona que contém um hiato que é tônico, forma sílaba sozinho e não é seguido de NH (cons-tru-í-da), e a palavra possíveis é uma paroxítona terminada em ditongo eis. Errado. 9949. (2013 – CESPE) As palavras “países”, “famílias” e “níveis” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. RESPOSTA A palavra países (pa-í-ses) é uma paroxítona com hiato tônico, não seguido de NH e que forma sílaba sozinho; a palavra família (fa-mí-lia) é uma paroxítona terminada em ditongo crescente; a palavra níveis (ní-veis) é uma paroxítona terminada em ei(s). Errado. 9950. (2012 – CESPE) As palavras “negligência”, “reservatórios”, “espécie” e “equilíbrio” apresentam acentuação gráfica em decorrência da mesma regra gramatical. RESPOSTA Todas as palavras são paroxítonas terminadas em ditongo crescente. Certo. 9951. (2012 – CESPE) As palavras “Polícia”, “Rodoviária” e “existência” recebem acento gráfico porque são paroxítonas terminadas em ditongo crescente. RESPOSTA Todas as palavras acima são paroxítonas terminadas em ditongo crescente, conforme separação silábica a seguir: po-lí-cia, ro-do-vi-á-ria, e-xis-tên-cia. Certo. 9952. (2012 – CESPE) As palavras “início” e “série” recebem acento gráfico com base em regras gramaticais distintas. RESPOSTA As palavras início e série são acentuadas pela mesma regra gramatical; são paroxítonas terminadas em ditongo crescente. Errado. 9953. (2012 – CESPE) Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego do acento gráfico tem justificativas gramaticais diferentes. RESPOSTA As palavras “análise” e “mínimo” são acentuadas pela mesma regra gramatical: acentuam-se todas as proparoxítonas. Errado. 9954. (2012 – CESPE) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo com a

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mesma regra de acentuação gráfica. RESPOSTA As palavras pó e só são monossílabos tônicos terminados em O e a palavra céu possui um ditongo aberto (éu). Errado. 9955. (2012 – CESPE) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” recebem acento gráfico com base na mesma regra de acentuação gráfica. RESPOSTA As palavras “indivíduo, diária e paciência” são paroxítonas terminadas em ditongo crescente. Certo. 9956. (2012 – CESPE) De acordo com a ortografia oficial vigente, o vocábulo “órgãos” segue a mesma regra de acentuação que o vocábulo “últimos”. RESPOSTA A palavra “órgãos” é uma paroxítona terminada em “aos” e a palavra “últimos” é uma proparoxítona. Errado. 9957. (2012 – CESPE) Os verbos “comunicar”, “ensinar” e “comandar”, quando complementados pelo pronome a, acentuam-se da mesma forma que “constatá-las”, “designálas” e “elevá-las”. RESPOSTA As formas verbais acrescidas do pronome são analisadas como as palavras acentuadas de acordo com a terminação. Nesse caso, são consideradas oxítonas terminadas em “a”. Certo. 9958. (2012 – CESPE) As palavras “ônibus” e “invioláveis” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. RESPOSTA A palavra ônibus é uma proparoxítona e a palavra invioláveis é uma paroxítona terminada em EIS. Errado. 9959. (2012 – CESPE) Os vocábulos “jurídicas”, “econômicas” e “físico” recebem acento gráfico com base em regras gramaticais diferentes. RESPOSTA As palavras jurídicas, econômicas e físico são proparoxítonas. Errado. 9960. (2012 – CESPE) As palavras “mídias”, “número” e “possível” são acentuadas de acordo com a mesma regra gramatical. RESPOSTA A palavra “mídias” é uma paroxítona terminada em ditongo crescente; a palavra “número” é uma proparoxítona e a palavra “possível” é uma paroxítona terminada em L. Errado. 9961. (2011 – CESPE) Os vocábulos “espécies”, “difíceis” e “históricas” são acentuados de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. RESPOSTA A palavra espécies é uma paroxítona terminada em ditongo crescente; a palavra difíceis é uma paroxítona terminada em EIS e a palavra históricas é uma proparoxítona. Errado. 9962. (2011 – CESPE) Levando-se em consideração o que está previsto na ortografia oficial vigente, é correto afirmar que: o vocábulo “têxtil”, que segue o padrão de flexão do vocábulo pênsil, é acentuado também na forma plural; “obsolescência” é vocábulo que segue o padrão do vocábulo ciência, no que se refere ao emprego de sinal de acentuação; a acentuação

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gráfica do vocábulo “déspotas” também é empregada quando o vocábulo é grafado na forma singular. RESPOSTA A palavra têxtil é uma paroxítona terminada em L e em sua forma plural, têxteis, é uma paroxítona terminada em EIS; as palavras obsolescência e ciência são paroxítonas terminadas em ditongo crescente; o vocábulo déspotas recebe acentuação gráfica também em sua forma singular porque é uma proparoxítona. Certo. 9963. (2011 – CESPE) Os vocábulos “analítica” e “teríamos” recebem acento gráfico com base na mesma regra de acentuação. RESPOSTA As palavras “analítica e teríamos” são proparoxítonas (a-na-lí-ti-ca) (te-rí-a-mos). Certo. 9964. (2011 – CESPE) “Para se ter uma ideia, apenas os alunos de ótimo boletim têm direito à inscrição e, ainda assim, 85% deles ficam de fora.” Em razão do contexto, o acento gráfico empregado na forma verbal “têm” é obrigatório. RESPOSTA A forma verbal têm refere-se aos alunos, ou seja, está na forma plural. A acentuação do verbo é a marca da concordância verbal. Certo. 9965. (2011 – CESPE) Os vocábulos “países” e “áreas” são acentuados de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. RESPOSTA A palavra países possui um hiato, em que o I é tônico, forma sozinho uma sílaba e não é seguido de NH; a palavra áreas é uma paroxítona terminada em ditongo crescente. Errado. 9966. (2011 – CESPE) A regra de acentuação gráfica que justifica o emprego do acento gráfico em “aeroportuário” é a mesma que justifica o emprego do acento em “meteorológica”. RESPOSTA A palavra aeroportuário é uma paroxítona terminada em ditongo crescente; a palavra meteorológica é uma proparoxítona. Errado. 9967. (2011 – CESPE) Os vocábulos “público” e “caótico”, que foram empregados no texto como adjetivos, obedecem à mesma regra de acentuação gráfica. RESPOSTA As palavras público e caótico obedecem à mesma regra de acentuação gráfica porque são proparoxítonas. Certo. 9968. (CESPE – adaptada – 2011) O emprego do acento gráfico nos vocábulos “análise”, “Aristóteles” e ‘cadáveres’ justifica-se pela mesma regra de acentuação. RESPOSTA As palavras análise, Aristóteles e cadáveres são proparoxítonas. Certo. 9969. (CESPE – adaptada – 2011) São acentuados graficamente de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica os vocábulos quilômetros e tivéssemos. RESPOSTA As palavras quilômetros e tivéssemos são proparoxítonas (todas são acentuadas). Certo.

9) Conjunções IX. Conjunções 9970. (2013 – CESPE) “É crucial, pois, que as ações afirmativas, mecanismo jurídico

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concebido com vistas a quebrar essa dinâmica perversa, sofram influxo dessas forças contrapostas e atraíram...” O vocábulo “pois” está empregado com valor conclusivo, equivalendo a portanto. RESPOSTA Quando o nexo “pois” estiver posposto ao verbo – como na frase “É crucial, pois, que as ações afirmativas (...)” –, terá valor de conjunção conclusiva. Além disso, o vocábulo “pois” vem isolado por vírgulas, marcando seu deslocamento na frase, já que se ele não estivesse deslocado, como na frase “Entre, pois quero falar com você”, seria considerado nexo explicativo. Certo. 9971. (2012 – CESPE) “A água, ingrediente essencial à vida, certamente é o recurso mais precioso de que a humanidade dispõe. Embora se observe pelo mundo tanta negligência e falta de visão...”. O elemento “Embora” poderia ser substituído por Desde que, sem que se prejudicassem a correção gramatical e o sentido original do texto. RESPOSTA O nexo “embora” pertence ao grupo das conjunções concessivas, ou seja, aquelas que dão ideia de ressalva; já o vocábulo “desde que” faz parte dos nexos condicionais. Logo, não é possível fazer substituição entre eles, pois haveria mudança de sentido. Errado. 9972. (2011 – CESPE) “Daí a razão por que, segundo o filósofo, ‘a doutrina do direito e a doutrina da virtude distinguem-se menos pela diferença entre os deveres do que pela diferença de sua legislação, que vincula um ou outro motivo à lei’...”. “Por que” poderia, sem prejuízo para a correção gramatical, ser grafado porque, em razão de estar empregado como conjunção causal, tal como ocorre em “mas o mandamento de agir unicamente porque se trata de um dever”. RESPOSTA O vocábulo “por que” é uma locução adverbial e apresenta ideia de causa, podendo ser substituído por “pela qual”. A proposta de substituição por “porque” não pode ser feita, já que este expressaria uma explicação. O termo “porque” na frase “mas o mandamento de agir unicamente porque se trata de um dever” exprime ideia de causa. Errado. 9973. (2012 – CESPE) O Brasil é signatário de pelo menos quatro convenções internacionais que tratam do combate à corrupção. No entanto, segundo estudo da fundação Getúlio Vargas, desperdiça cerca de 7 bilhões por ano...” O conectivo “No entanto” introduz um período que expressa a ideia de que o Brasil não dispõe de leis dirigidas ao combate da corrupção, opondo-a à ideia veiculada no período anterior de que o país apoia convenções internacionais contra a corrupção. RESPOSTA O conector “no entanto”, realmente, exerce a função de relacionar ideias opostas,

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de expressar adversidade entre as orações, mas o sentido que ele expressa ao introduzir a oração é que, mesmo o Brasil sendo signatário de várias convenções internacionais que tratam do combate à corrupção, ainda assim ele desperdiça 7 bilhões por ano em função de fraudes públicas. Portanto, dizer que a oposição está no fato de o Brasil não dispor de leis dirigidas ao combate da corrupção está incorreto. Errado. 9974. (2012 – CESPE) Em 2011, a taxa foi de 82,60%, o que representa uma variação positiva de 0,23%. “Entretanto, a demanda do transporte aéreo internacional de passageiros das empresas brasileiras...”. Mantêm-se a correção gramatical do período e suas relações sintáticas originais ao se substituir o termo “Entretanto” por qualquer um dos seguintes: Porém, Contudo, Todavia, Conquanto. RESPOSTA A conjunção “entretanto” faz parte do grupo das adversativas, assim como os vocábulos porém, contudo e todavia. “Conquanto” pertence ao grupo dos nexos concessivos, logo sua substituição acarretaria incorreção gramatical, pois a forma verbal “apresentou” deveria ser reescrita no modo subjuntivo – “apresente”. Errado. 9975. (2012 – CESPE) “O tribunal observou que o desempenho das atribuições inerentes ao poder da polícia da SUSEP sobre o mercado de corretagem de seguros precisava ser melhorado, pois não cabiam a essa superintendência...”. Seriam mantidos a correção gramatical do período e o seu sentido original se a conjunção “pois” fosse substituída por qualquer uma das seguintes: porque, visto que, uma vez que, conquanto. RESPOSTA O nexo “pois” está empregado na frase com valor explicativo, podendo, portanto, ser substituído pelos vocábulos “porque”, “visto que” e “uma vez que”. Já a substituição por “conquanto” implica mudança semântica e gramatical, já que ele é nexo concessivo e pede mudança da forma verbal para o subjuntivo – coubessem. Errado. 9976. (2012 – CESPE) “Para suprirem o aumento do tráfego nas redes, as operadoras realizaram elevados investimentos na última década, estimados em 200 bilhões de reais. Todos esses recursos ainda não foram suficientes para a plena satisfação dos usuários desses serviços.” O período “Todos esses recursos (...) serviços” poderia ser iniciado pelo conector de sentido adversativo entretanto, desde que fossem feitas as devidas alterações na grafia das palavras, sem que houvesse prejuízo para o sentido original e a correção gramatical do texto. RESPOSTA Se a frase fosse reescrita como “Entretanto todos esses recursos (...) serviços”,

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manter-se-ia a relação de oposição entre essa frase e aquela que a antecede; além disso, a colocação da vírgula após o nexo no começo da oração, neste caso, é facultativa. Certo. 9977. (2012 – CESPE) “O fato é que todos os segmentos das telecomunicações influenciam hoje não só desenvolvimento e a inclusão social do país, mas representam também um setor econômico de peso...”. Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “mas” por embora. RESPOSTA O nexo “mas” é empregado, na frase, com sentido de adição; sua substituição pela conjunção “embora” acarretaria mudança da forma verbal, a qual deveria ser passada para o modo subjuntivo (representem), e alteraria o sentido da oração. Errado. 9978. (2011 – CESPE) “Uma lei que apresenta como objetivamente necessária a ação que deve ser cumprida, isto é, que faz da ação um dever; e, secundariamente um motivo que liga subjetivamente...”. O vocábulo que, em ‘que deve ser cumprida’, e ‘que faz da ação um dever’ tem o mesmo referente no período. RESPOSTA O termo “que” no fragmento “que deve ser cumprida” faz referência à palavra “ação”; já no excerto “que faz da ação um dever”, relaciona-se à expressão “uma lei”. Portanto, não apresentam o mesmo referente. Errado. 9979. (2012 – CESPE) “Vários territórios asiáticos e africanos sofriam influência inglesa e francesa, e a Coreia havia sido anexada pelo Japão em 1910...”. O elemento “pelo”, em “a Coreia havia sido anexada pelo Japão”, poderia ser corretamente substituído por ao. RESPOSTA O vocábulo “pelo” é formado pela união da preposição “por” mais o artigo “o”; portanto, ao se fazer a substituição por “ao”, mantém-se tal correção gramatical, já que “ao” compõe-se de “a” preposição mais “o” artigo. Certo. 9980. (2012 – CESPE) “Como garantiam o domínio sobre a Índia, os ingleses não se opuseram à penetração francesa na Ásia, particularmente no território da Indochina. Embora o leste asiático tenha se mantido independente, a China...”. A conjunção “Embora”, em “Embora o Leste Asiático tenha se mantido independente”, poderia ser corretamente substituída por Apesar de, feitas as devidas alterações na forma verbal “tenha”. RESPOSTA O nexo “embora” e o conectivo “apesar de” expressam ideia de ressalva, ou seja, são consideradas conjunções concessivas. Logo, a substituição entre elas é correta. Além disso, a questão ressalta o fato de ser necessário haver alteração na forma do verbo, a qual passaria então para a forma nominal “ter”. Certo.

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9981. (2012 – CESPE) “A dependência do mundo virtual é inevitável, pois grande parte das nossas tarefas do nosso dia a dia são transferidas à rede mundial de computadores.” Mantêm-se a correção gramatical e as informações originais do período ao se substituir o conectivo “pois”, por já que, uma vez que, porquanto, visto que ou porquê. RESPOSTA O nexo “pois” está empregado com valor explicativo, já que está colocado antes do verbo da oração a que pertence. Pode, então, ser substituído por qualquer dos outros conectores, pois eles também inserem uma oração explicativa. Certo. 9982. (2012 – CESPE) “Hoje, no mundo ocidental, se alguém é executado, o braço que mata é, em última instância, os dos cidadãos – o nosso”. Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a oração “se alguém é executado”, que expressa uma hipótese, poderia ser escrita como caso se execute alguém, mas não, como se caso alguém se execute. RESPOSTA A oração “se alguém é executado”, introduzida pelo nexo “se”, exprime ideia de condição, assim como a frase “caso se execute alguém”, a qual mantém o valor condicional e apresenta adequação quanto à forma verbal que deve passar para o subjuntivo em função do nexo “caso”. A frase “caso se execute alguém” não poderia ser alterada para a forma “caso alguém se execute”, pois há alteração no sentido da frase. No primeiro caso, alguém é executado por outra pessoa; no segundo caso, alguém se autoexecuta. Certo. 9983. (2012 – CESPE) “No período renascentista representaram profundas mudanças para a sociedade da época, mas, do ponto de vista político, assistiu-se a uma concentração ainda maior de poder nas mãos dos soberanos...”. Justifica-se o emprego da vírgula logo após “mas” para enfatizar o sentido de contraste introduzido por essa conjunção, razão por que a supressão desse sinal de pontuação não acarretaria prejuízo gramatical ao texto. RESPOSTA O emprego da vírgula após o nexo adversativo “mas” justifica-se pela existência da expressão intercalada “do ponto de vista político”, a qual deve ser isolada por vírgulas. A supressão da vírgula após a conjunção acarretaria incorreção gramatical. Errado. 9984. (2012 – CESPE) “Embora a situação europeia seja singular, seu progresso para além do estado nacional tem uma pertinência mais genérica, pois o contexto contemporâneo favorece sistematicamente a transformação do estado...”. O conector “pois” introduz ideia de consequência no trecho em que ocorre. RESPOSTA O nexo “pois” não exprime ideia de consequência, mas sim de explicação, uma vez que está introduzindo uma oração que explica a causa de o texto ter afirmado a oração anterior. Além disso, encontra-se antes do verbo da oração coordenada a que pertence. Errado.

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9985. (2011 – CESPE) “Eu, por exemplo, nunca associei cálculo à felicidade. No entanto, trata-se de matemática simples.” A expressão “No entanto” introduz, no texto, ideia de oposição ao fato de o autor nunca ter associado cálculo à felicidade. RESPOSTA O nexo “no entanto” exprime valor opositivo entre duas orações, e a relação de adversidade é estabelecida entre a frase “Eu, por exemplo, nunca associei cálculo à felicidade” e a frase “trata-se de matemática pura”. Certo. 9986. (2011 – CESPE) “Nesse período da história, o fogo era um problema de difícil resolução, pois os métodos utilizados eram ineficazes...”. Prejudica-se a correção gramatical e alteram-se as informações originais do período ao se substituir “pois” por qualquer um dos termos seguintes: já que, uma vez que, porque, porquanto, visto que. RESPOSTA O conectivo “pois” exprime a ideia de explicação, ou seja, introduz uma oração que elucida a causa de o texto ter asseverado a oração anterior, portanto é possível substituí-lo por qualquer dos nexos apresentados – já que, uma vez que, porque, porquanto, visto que –, pois todos apresentam valor explicativo. Errado. 9987. (2011 – CESPE) “Para um país sem críticas, aquele texto chegava a ser uma boa surpresa, ainda que deixasse entrever mais o prazer do ataque que o lamento sincero de um estudioso...”. No trecho “ainda que deixasse entrever”, a locução conjuntiva “ainda que” poderia ser substituída por embora, sem que fosse alterado o sentido da oração. RESPOSTA O nexo “ainda que” expressa ideia de concessão, assim como a conjunção “embora”. A substituição, portanto, não acarretaria mudança semântica na oração. Certo. 9988. (2011 – CESPE) “E para um país sem críticas, aquele texto chegava a ser uma boa surpresa, ainda que deixasse entrever o prazer do ataque que o lamento sincero de um estudioso honesto”. No trecho “mais o prazer do ataque que o lamento sincero de um estudioso honesto”, a substituição da conjunção “que” por “do que” manteria a correção gramatical da relação comparativa. RESPOSTA Ao substituir a conjunção “que” por “do que” mantém-se a correção gramatical, pois introduz o segundo termo da comparação, podendo ser precedido ou não de preposição. Certo. A recuperação econômica dos países desenvolvidos começou perigosamente a perder fôlego. A reação dos indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta que a economia americana perderá força no segundo semestre. O corte

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de 125 mil empregos em junho indica que a esperança de gradual retomada do crescimento do mercado de trabalho no curto prazo era prematura e não deverá se concretizar. As razões para esse estancamento encontram-se no comportamento do polo dinâmico da economia mundial, os países emergentes, cujo desenvolvimento econômico começou a desacelerar − ainda que a partir de taxas exuberantes de expansão. Valor Econômico, Editorial, 6-7-2010 (com adaptações). 9989. (Técnico Administrativo – MPU – 2010 – CESPE) Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item a seguir. No trecho “cujo desenvolvimento econômico (...) expansão”, identifica-se relação de causa e consequência entre a construção sintática destacada com travessão e a oração que a antecede. RESPOSTA A locução conjuntiva “ainda que” equivale a “embora”, “apesar de”, estabelecendo, assim, uma relação de oposição concessiva com a oração anterior aos parênteses. As relações de causa e consequência são evidenciadas pelos conectores: “porque”, “uma vez que”, “já que”, etc. Errado. 9990. (2011 – CESPE) “A cunhagem de moedas na Colônia desenvolveu-se por meio da instalação, em Salvador, na Bahia, da Casa da Moeda, em fins do século XVII. No entanto a prática de cunhagem no interior da Colônia...”. Preservam-se a correção gramatical e o sentido do texto ao se substituir o termo “No entanto” por qualquer um dos seguintes: Porém, Contudo, Conquanto, Todavia, Entretanto. RESPOSTA O nexo “no entanto” expressa ideia de adversidade, assim como as conjunções “porém”, “contudo”, “todavia” e “entretanto”. Já o conectivo “conquanto” indica ressalva, portanto não pode haver substituição entre eles sem que haja alteração semântica e gramatical – o verbo deve passar para a forma no subjuntivo. Errado. 9991. (2011 – CESPE) “Não só por ter sido a primeira instituição bancária portuguesa, mas também por representar uma mudança significativa no meio circulante do Brasil, já que houve emissão de notas bancárias”. Mantêm-se a correção gramatical e o sentido do texto ao se substituir a conjunção “já que”, por uma das seguintes: pois, porquanto, visto que, uma vez que. R ESPOSTA O conectivo “já que” expressa ideia de causa, estabelecendo relação de causa e consequência entre as orações. As conjunções “pois” (quando anteposto ao verbo), “porquanto”, “visto que”, “uma vez que” exprimem causa também, logo pode haver substituição entre elas sem que haja alteração no sentido e na correção gramatical. Certo. 9992. (2012 – CESPE) “No Brasil, o desafio envolve muitas variáveis, desde o número

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crescente da frota de veículos e a precariedade dos transportes públicos até o comportamento dos motoristas ao volante. Enquanto os especialistas analisam o assunto na tentativa de apontar soluções para o problema,...” No quarto período do primeiro parágrafo, a conjunção “Enquanto” introduz oração de valor consecutivo. RESPOSTA A conjunção “enquanto” é classificada como temporal. As consecutivas indicam resultado, consequência. Errado. 9993. (2011 – CESPE) “Além disso, a educação infantil (creches e pré-escolas) favorece esse aprendizado. Estatísticas recentes em alguns estados que adotaram essas estratégias mostram redução considerável do analfabetismo funcional.” Pelos sentidos do texto, estaria correto inserir antes de “Estatísticas recentes” (L.27), com a devida alteração de maiúscula e minúscula, o segmento (A) Embora. (B) A fim de que. (C) Porquanto. (D) Tanto é assim que. RESPOSTA A relação estabelecida entre as orações exprime ideia de consequência, logo não é possível colocar um nexo concessivo (embora), ou um que indique finalidade (a fim de que), ou outro que expresse explicação (porquanto). Alternativa D. 9994. (2011 – CESPE) “Mas, para quem conhece o Homem, o artigo assume proporções dramáticas. Pois Oscar é não só o avesso do causídico, como um dos seres mais antiautopromocionais que já conheci em minha vida”. O período que finaliza o primeiro parágrafo está na ordem inversa, como indica o emprego inicial da conjunção “Pois”, que introduz uma oração subordinada anteposta à oração principal. RESPOSTA O período “Pois Oscar é não só o avesso do causídico” não está na ordem inversa; além disso, ele introduz uma oração coordenada, já que apresenta valor explicativo. Errado. 9995. (2011 – CESPE) “Cultura de paz, para mim, não é um objeto profissional, é um meio de vida. Aprendi muito cedo em casa com a família...”. Seriam mantidas a coerência e a correção gramatical do texto se a conjunção porque fosse inserida imediatamente antes de “é um meio”, tornando mais explícita a relação de causa e efeito entre as duas orações do período. RESPOSTA Na oração “Cultura de paz, para mim, não é um objeto profissional, é um meio de vida”, não há relação de causa e efeito para que seja inserida a conjunção “porque”. Há, sim, uma ideia de oposição, já que se poderia dizer que “a cultura de paz não é um objeto profissional, mas sim um meio de vida”. Errado. 9996. (2010 – CESPE) “Sua sentença foi muito elogiada. Contudo, o governo estadual anunciou que irá recorrer ao Tribunal de Justiça”. O emprego da conjunção “Contudo” estabelece uma relação de causa e efeito entre as orações.

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RESPOSTA A conjunção “contudo” indica oposição, adversidade. Além disso, podemos observar o sentido das frases! Note que há uma ressalva, oposição em relação à frase anterior. Errado. 9997. (2010 – CESPE) “Tais episódios põem em risco a vida de clientes, agentes de segurança e policiais, mas o prejuízo financeiro é relativamente pequeno para as instituições. “ A conjunção “mas” poderia ser substituída, no texto, sem afetar o sentido ou a correção gramatical deste, por todavia ou por entretanto. RESPOSTA As conjunções “mas, contudo, entretanto” indicam a mesma ideia de adversidade, oposição, ressalva. Certo.

10) Vozes Verbais X. Vozes do Verbo 9998. (2013 – CESPE) “...criaram-se as juntas de conciliação e julgamento,...” Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “criaram-se” por foram criadas. RESPOSTA A forma verbal “criaram-se” está na voz passiva sintética; ao transformá-la para a voz passiva analítica assumiria a forma “foram criadas”, portanto a concordância dos verbos com o sujeito seria mantida. A substituição é gramaticalmente correta. Certo. 9999. (2012 – CESPE) “Foi, portanto, durante o século XIX e início do século XX, que assistimos à dominação política e econômica de países considerados economicamente subdesenvolvidos pelas grandes potências da Europa.” O termo “pelas grandes potências da Europa” exerce a função de agente da passiva da oração cujo núcleo é “subdesenvolvidos”. RESPOSTA A expressão “pelas grandes potências da Europa” exerce a função de agente da passiva da frase que se encontra na voz passiva analítica, no entanto o núcleo da oração não é “subdesenvolvidos”, mas sim “países”. Errado. 10000. (2012 – CESPE) “Os chineses têm investido pesadamente no ensino superior, cujo número de matrículas foi multiplicado por seis nos últimos dez anos.” Prejudicam-se a correção gramatical e as informações originais do período ao se substituir “foi multiplicado” por multiplicou-se. RESPOSTA Não acarretaria incorreção gramatical a transformação de “foi multiplicado” por “multiplicou-se”, uma vez que seria apenas uma mudança da voz passiva analítica para a sintética. Note que a concordância verbal e o tempo verbal são mantidos. Errado. 10001. (2011 – CESPE) “Em outros momentos, enfatiza-se o fato de serem empresas não comerciais.” Seria mantida a correção gramatical do período ao se substituir “enfatiza-se” por é enfatizado.

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RESPOSTA A correção gramatical seria mantida ao fazer a mudança da forma verbal “enfatiza-se” para “é enfatizado”, já que seria apenas uma transformação da voz passiva sintética para a analítica, mantendo-se o verbo “ser” no mesmo tempo do verbo principal – presente. Certo. A China já entendeu que sua passagem de emergente para desenvolvida não pode prescindir da qualificação de seus trabalhadores. Os chineses têm investido pesadamente no ensino superior, cujo número de matrículas foi multiplicado por seis nos últimos dez anos. Agora, quase 20% dos jovens em idade universitária estão no ensino superior na China, enquanto, no Brasil, não passam de 10% os estudantes universitários. Ademais, a China demonstra há décadas um vivo interesse em enviar estudantes ao exterior, para uma preciosa troca de informações que encurta o caminho do país na direção do domínio técnico essencial a seu desenvolvimento. Só em 2008, os chineses mandaram 180 mil estudantes para as melhores universidades do mundo, volume que se mantém ano a ano. O Brasil apenas iniciou o Programa Ciência Sem Fronteira, que pretende enviar 110 mil estudantes para outros países nos próximos anos. O impacto do investimento chinês em educação aparece no cenário no qual o extraordinário crescimento econômico do país resulta desse esforço de qualificação. Editorial, O Estado de S.Paulo, 19-7-2012. 10002. (Técnico Judiciário – TRE-RJ – 2012 – CESPE) Em relação às ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item que se segue. Prejudicam-se a correção gramatical e as informações originais do período ao se substituir “foi multiplicado” por multiplicou-se. RESPOSTA Vejamos o trecho proposto para análise: Os chineses têm investido pesadamente no ensino superior, cujo número de matrículas foi multiplicado por seis nos últimos dez anos. A forma “foi multiplicado” corresponde à construção em voz passiva analítica, que, por sua vez, equivale à construção em voz passiva sintética “multiplicou-se”. Dessa forma, não resulta em equívoco quanto à correção gramatical nem em alteração do sentido original o emprego de uma ou outra construção. Errado. 10003. (2011 – CESPE) “Foi estabelecido o serviço telegráfico, e o Brasil aderiu, por tratados, aos organismos internacionais de telecomunicações recém-criados.” O texto permaneceria correto se a expressão “Foi estabelecido” fosse substituída por (A) Estabeleceriam-se. (B) Estabelecendo. (C) Estabeleceu-se. (D) Estabeleceram-se. (E) Estabelecer-se-iam. RESPOSTA A forma verbal “foi estabelecido” está expressa na voz passiva analítica; sua transformação para a voz passiva sintética, mantendo-se o mesmo tempo (p assado) e apresentando concordância de número, ficaria “estabeleceu-se”. Alternativa C. 10004. (2011 – CESPE) “Se nós, ou nossos ancestrais, fôssemos aguardar que a mente

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racional tomasse uma decisão, teríamos, provavelmente, não só cometido erros, mas também desaparecido como espécie.” O emprego das formas verbais no subjuntivo “fôssemos” e “tomasse” deve-se à presença do elemento gramatical “Se”. RESPOSTA A conjunção condicional “se”, quando empregada em alguma oração, exige que o verbo que a acompanha esteja conjugado no modo subjuntivo; ambos dão ideia de possibilidade, hipótese. Certo. 10005. (2011 – CESPE) “Essas duas perguntas são formuladas dentro do espírito da fenomenologia husserliana. Privilegiou-se, nessa herança, a indagação colocada sob o adágio bem conhecido...” Estaria mantida a correção gramatical se as formas verbais “são formuladas” e “Privilegiou-se” fossem substituídas, respectivamente, por formulam-se e foi privilegiada. RESPOSTA A forma verbal “são formuladas” encontra-se na voz passiva analítica e pode ser transformada para “formulam-se”, ficando então na voz passiva sintética. “Privilegiou-se”, diferentemente do primeiro verbo, já está na voz passiva sintética e pode ser alterada para “foi privilegiada” na mudança para a voz passiva analítica. Mantendo-se, em cada uma das transformações, o mesmo tempo apresentado pelo verbo principal da oração e a concordância de número. Certo. 10006. (2011 – CESPE) “Erasmo dedicou-se mais à pintura...” “O acesso ao livro foi decisivo para Erasmo se afastar da filosofia...” As formas verbais “dedicou-se” e “se afastar” estão na voz reflexiva. RESPOSTA As formas verbais “dedicou-se” e “se afastar” estão na voz reflexiva porque indicam que a ação do verbo recai sobre o próprio sujeito da oração. Certo. 10007. (2010 – CESPE) “Quanto ao mercado interno, as expectativas da indústria não se modificaram.” A substituição de “se modificaram” por foram modificadas prejudicaria a correção gramatical do período. RESPOSTA A substituição da forma verbal “se modificaram” por “foram modificadas” não acarretaria incorreção gramatical, pois é uma simples mudança de vozes do verbo, ou seja, o verbo passa da voz passiva sintética para a analítica, mantendo o tempo do verbo e a concordância de número. Errado. 10008. (2010 – CESPE) “...e isso deriva do entrelaçamento de significados que podem ser atribuídos aos qualificativos, ou seja, aos polos, a depender do sentido que se lhes atribui...” Mantêm-se a correção gramatical e o sentido original do texto ao se substituir “podem ser

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atribuídos aos qualificativos” por atribuem aos qualificativos. RESPOSTA A substituição da forma verbal “podem ser atribuídos aos qualificativos” por “atribuem aos qualificativos” acarretaria incorreção gramatical, pois a alteração correta deveria ser por “atribuem-se aos qualificativos”, já que o verbo passa da voz passiva analítica para a sintética, mantendo-se, então, o tempo do verbo e a concordância de número. Errado. 10009. (2010 – CESPE) “No século XIX, enfatizou-se, nos mais diversos domínios, a busca de explicações sobre as origens...” Atenderia à prescrição gramatical o emprego da forma verbal foi enfatizada, em vez de “enfatizou-se”. RESPOSTA A correção gramatical está correta ao se fazer a substituição de “enfatizou-se” por “foi enfatizada”, uma vez que se está alterando a voz do verbo, ou seja, transformando-o da voz passiva sintética para a analítica. Certo. 10010. (2009 – CESPE) “Os soviéticos implementaram uma arma de fim de mundo” O verbo implementar, na forma verbal “implementaram”, está sendo usado no sentido de (A) suprir de implementos. (B) solucionar. (C) demarcar. (D) distribuir estruturas em determinada área. (E) desenvolver ou produzir. RESPOSTA A forma verbal “implementaram” apresenta sentido, na frase, de desenvolver ou de produzir, pois o verbo expressa ideia de executar, colocar em prática algo. Alternativa E. 10011. (2009 – CESPE) “São tomadas como dados ou fatos da vida social diante dos quais se deve tomar posição.” O uso da voz passiva nas duas orações do mesmo período, “São tomadas” e “se deve tomar posição”, deixa subentender, como agente das duas ações, o “multiculturalismo”. RESPOSTA As formas verbais “são tomadas” e “se deve tomar posição” estão, respectivamente, na voz passiva analítica e não voz passiva sintética, mas não apresentam o agente da voz passiva. Logo, não se pode dizer que “multiculturalismo” é o agente das duas ações. Errado. 10012. (2009 – CESPE) “O termo groupthinking foi cunhado, na década de cinquenta, pelo sociólogo William H.” Por estar empregada como uma forma de voz passiva, a locução verbal “foi cunhado” corresponde a cunhou-se e por esta forma pode ser substituída, sem prejuízo para a coerência ou para a correção gramatical do texto. RESPOSTA A forma verbal “foi cunhado” encontra-se na voz passiva analítica; sua transformação para a voz passiva sintética (cunhou-se) é gramaticalmente aceitável, no entanto essa substituição acarreta problemas semânticos para a frase, já que se perderia a ideia do agente da passiva (pelo sociólogo William H.), o qual é relevante para a oração e para o texto.

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Errado. 10013. (2009 – CESPE) “Com o surgimento do espaço da igualdade e do Estado-nação, foram implementados mecanismos internos de resolução de conflitos.” A locução verbal “foram implementados” corresponde à forma implementaram-se. RESPOSTA A forma verbal “foram implementados” encontra-se na voz passiva analítica, e, por esse motivo, corresponde à forma “implementaram-se”, a qual está na voz passiva sintética. A concordância verbal é respeitada e o sentido também. Certo. 10014. (2008 – CESPE) “...pode-se supor que a sociedade tecnológica seria caracterizada por um contexto no qual o trabalho passaria a ser uma necessidade...” Mantém-se a noção de voz passiva, assim como a correção gramatical, ao se substituir “seria caracterizada” por caracterizaria-se. RESPOSTA Ao haver a passagem da forma verbal “seria caracterizada” da voz passiva analítica para a voz passiva sintética, o verbo, encontrando-se no futuro do pretérito, deve ter a colocação do pronome na posição de mesóclise: “caracterizar-se-ia”. Errado. 10015. (CESPE – adaptada – 2008) O texto apresenta uma oração na voz passiva: “No caso da indústria de transformação, por exemplo, foram criadas 146 mil vagas”. RESPOSTA A frase “No caso da indústria de transformação, por exemplo, foram criadas 146 mil vagas” encontra-se na voz passiva analítica em função de apresentar o verbo ser (foram) e a forma nominal do particípio (criadas). Certo. 10016. (CESPE – adaptada – 2008) A oração apresenta oração na voz passiva: “Os palhaços do circo foram muito aplaudidos pelo público.” RESPOSTA A oração “Os palhaços do circo foram muito aplaudidos pelo público” encontra-se na voz passiva analítica em função de apresentar o verbo ser (foram) e a forma nominal do particípio (aplaudidos), além disso o sujeito está sofrendo a ação, marca característica da voz passiva. Certo. 10017. (2004 – CESPE) “Na divisão da polícia brasileira, o pontapé inicial da investigação é dado pelo perito, sem a companhia de legistas” A informação contida no trecho “Na divisão (...) legistas”, reescrita em ordem direta e na voz ativa, fica assim: O perito, sem a companhia de legistas, na divisão da polícia brasileira, dava o pontapé inicial da investigação. RESPOSTA A frase “Na divisão da polícia brasileira, o pontapé inicial da investigação é dado pelo perito, sem a companhia de legistas” está na voz passiva analítica; ao transformá-la para a voz ativa, ter-se-ia a seguinte oração: “O perito, sem a companhia de legistas, dá o pontapé inicial da investigação na divisão da polícia brasileira”. O verbo principal da oração na voz ativa

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(dá) deve estar no mesmo tempo (presente) do verbo ser (é) da oração de origem. Errado. 10018. (2004 – CESPE) “Para a direita a noção de cidadania procura expurgar a noção de igualdade inerente a este termo. A cidadania é vista como uma outorgação do Estado ou, no Limite...” Preservam-se as relações semânticas do texto ao se transformar a oração de voz passiva “A cidadania é vista” na oração de voz ativa: A direita vê a cidadania. RESPOSTA A frase “A cidadania é vista” encontra-se na voz passiva analítica. A transformação para a voz ativa “A direita vê a cidadania” está correta gramatical e semanticamente, pois a oração na voz ativa mantém o tempo (presente) do verbo ser (é) da oração de origem, e a relação semântica entre sujeito e agente da passiva permanece inalterada. Certo. 10019. (2004 – CESPE) “Na cidade de Atenas, considerava-se cidadão (thetes) qualquer ateniense maior de 18 anos que tivesse prestado serviço militar e que fosse homem livre.” A estrutura em voz passiva “considerava-se” poderia ser substituída por outra forma de passiva, era considerado, sem comprometer a coerência do texto. RESPOSTA A oração “considerava-se” encontra-se na voz passiva sintética, podendo ser perfeitamente substituída por “era considerado”, a qual coloca a forma verbal na voz passiva analítica, não comprometendo a relação semântica estabelecida no texto. Certo. 10020. (CESPE – adaptada – 2004) “Encontram-se as respostas” Estariam preservados o sentido e a correção gramatical do texto caso se substituísse “encontramse” por são encontradas. RESPOSTA A substituição de “encontram-se” por “são encontradas” é correta pelo fato de ser mera transformação da voz passiva sintética para a analítica, sempre mantendo o tempo expresso pelo verbo principal e a forma plural. Certo.

11) Temas combinados XI. Temas Combinados Textos para as questões 10021 a 10030 Ao apresentar a perspectiva local como inferior à perspectiva global, como incapaz de entender, de explicar e, em última análise, de tirar proveito da complexidade do mundo contemporâneo, a concepção global atualmente dominante tem como objetivo fortalecer a instauração de um único código unificador de comportamento humano, e abre o caminho para a realização do sonho definitivo de economias globais de escala. Como resultado deste processo, o “modelo econômico” alcança sua perfeição, que não é somente descrever o mundo, mas efetivamente governá-lo. E esta é a essência mesma do paradigma moderno de desenvolvimento e de progresso, cujo estágio supremo de perfeição a globalização representa. Fica claro que a escala não poderia ser melhor ou maior do que sendo global e é

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somente neste nível que a sua primazia e universalidade são finalmente afirmadas, junto com a certeza de que jamais poderia surgir alguma alternativa viável ao sistema ideologicamente dominante fundado no livre-mercado, dada a ausência de qualquer cultura ou sistema de pensamento alternativo. Se virmos o fenômeno da globalização sob esta luz, creio que não poderemos escapar da conclusão de que o processo é totalmente coerente com as premissas da ideologia econômica que têm se afirmado como a forma dominante de representação do mundo ao longo dos últimos 100 anos, aproximadamente. A globalização não é, portanto, um acontecimento acidental ou um excesso extravagante, mas uma extensão simples e lógica de um “argumento”. Parece realmente muito difícil conceber um resultado final que fizesse mais sentido e fosse mais coerente com as bases ideológicas sobre as quais está fundado. Em suma, a globalização representa a realização acabada e a perfeição do projeto de modernidade e de seu paradigma de progresso. G. Muzio. A globalização como o estágio de perfeição do paradigma moderno: uma estratégia possível para sobreviver à coerência do processo. Tradução de Luís Cláudio Amarante. In: Francisco de Oliveira e Maria Célia Paoli (Org.). Os sentidos da democracia. Políticas do dissenso e hegemonia global. 2. ed. Petrópolis: Vozes; Brasília: NEDIC, 1999, p. 138-9 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2008 – CESPE) Com relação aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto, julgue os itens seguintes. 10021. No texto, é apresentada, em forma dissertativa, uma análise do processo de globalização e da hegemonia, no mundo contemporâneo, do sistema econômico embasado no livre-mercado. RESPOSTA O texto tem características dissertativas, pois é pautado pela análise de um tema: a globalização. Na construção da exposição, o autor, no segundo parágrafo, afirma não haver uma alternativa viável ao sistema embasado no livre-mercado. Como conclusão, no último parágrafo, é afirmado que a globalização deriva naturalmente desse sistema. Certo. 10022. A direção argumentativa do texto evidencia a intenção do autor em fazer uma apologia do modelo de desenvolvimento e de progresso que a globalização representa. RESPOSTA Não se evidencia a apologia (apoio, defesa, louvor) à globalização como intenção do autor. Este simplesmente busca, com seus argumentos, justificar uma tese de que a globalização é um resultado lógico advindo de uma ideologia, já dominante por 100 anos, fundada no livre-mercado. Essa, portanto, é a real intenção do texto: explicar a lógica que levou à globalização. Errado. 10023. Infere-se do texto que a globalização constitui o caminho ideal para a superação do atraso econômico verificado em alguns países, cuja cultura local se mostra incapaz de compreender a complexidade do mundo contemporâneo. RESPOSTA O texto, em nenhum momento, julga a globalização como um sistema ideal. O

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objetivo do texto é, simplesmente, expor uma lógica que justifica o processo de globalização, não havendo por parte do autor juízo de valor. Ela é apresentada como o estágio de perfeição do projeto de seu modelo paradigma, que é o livre-mercado. Isso não nos faz inferir que seja o melhor sistema para superar o atraso econômico em alguns países. Errado. 10024. ... a concepção global atualmente dominante tem como objetivo fortalecer a instauração de um único código unificador de comportamento humano, e abre o caminho para a realização do sonho definitivo de economias globais de escala. A supressão da vírgula logo após o termo “humano” não prejudica a correção gramatical do texto. RESPOSTA O conector “e” tem valor aditivo e está unindo duas orações coordenadas com mesmo sujeito. Assim, torna-se facultativa a vírgula antes dessa conjunção. Certo. 10025. ... a concepção global atualmente dominante tem como objetivo fortalecer a instauração de um único código unificador de comportamento humano, e abre o caminho para a realização do sonho definitivo de economias globais de escala. Mantém a correção gramatical do texto a seguinte reescrita do trecho “e abre o caminho para a realização”: e deixa aberto o caminho à realização. RESPOSTA Nota-se a correção gramatical no que se refere à concordância nominal (aberto e caminho) e ao emprego do acento indicador de crase (... à realização). Certo. 10026. E esta é a essência mesma do paradigma moderno de desenvolvimento e de progresso, cujo estágio supremo de perfeição a globalização representa. Não haveria prejuízo para os sentidos do texto caso o termo “mesma” fosse deslocado para antes do substantivo “essência”, dado o caráter enfático que o termo pronominal adquire no contexto. RESPOSTA A troca de posicionamento do pronome “mesma” gera mudanças de efeito retórico no discurso do texto. O pronome posicionado após o substantivo, no contexto específico, tem valor enfático maior do que se fosse posicionado antes. Errado. 10027. Fica claro que a escala não poderia ser melhor ou maior do que sendo global e é somente neste nível que a sua primazia e universalidade são finalmente afirmadas... No texto, o termo “primazia” está empregado com o mesmo sentido que na frase: Segundo o presidente da República, a Organização das Nações Unidas deve deter a primazia na preservação da paz e da segurança internacional. RESPOSTA “Primazia” significa excelência, liderança, superioridade ou vantagem em uma categoria. É esse o sentido encontrado no texto e na frase em questão. Certo.

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10028. ... o processo é totalmente coerente com as premissas da ideologia econômica que têm se afirmado como a forma dominante de representação do mundo ao longo dos últimos 100 anos, aproximadamente. A forma verbal “têm” em “têm se afirmado” estabelece relação de concordância com o termo antecedente “ideologia”. RESPOSTA A forma verbal “têm”, com acento circunflexo diferencial, é de 3ª pessoa do plural. Sua concordância se dá no texto com a palavra “premissas”. É importante diferenciar essa forma da forma “tem”, sem acento diferencial, que é de 3ª pessoa do singular. Errado. 10029. A globalização não é, portanto, um acontecimento acidental ou um excesso extravagante, mas uma extensão simples e lógica de um “argumento”. O “argumento” pode ser assim entendido: modelo econômico embasado no livre-mercado é a alternativa mais viável para o progresso e desenvolvimento mundial. RESPOSTA Trata-se do argumento de que não há uma cultura ou sistema de pensamento alternativo que se contraponha ao livre-mercado, como bem reforça o 2º parágrafo. Sendo isso realidade, é a globalização (fundada no livre-mercado) a alternativa mais adequada ao progresso econômico. Vale ressaltar que essa visão é fruto de uma lógica construída por meio de premissas no texto, e não puro juízo de valor do autor. Certo. 10030. E esta é a essência mesma do paradigma moderno de desenvolvimento e de progresso, cujo estágio supremo de perfeição a globalização representa. Mantêm-se a correção gramatical e a coerência do texto caso o trecho “cujo estágio supremo de perfeição a globalização representa” seja assim reescrito: do qual estágio supremo de perfeição é representado pela globalização. RESPOSTA Quando a relação é de posse, devemos empregar o pronome relativo “cujo”. Percebe-se, também, a inadequação da preposição de antes do pronome relativo o qual. Não há na construção elemento algum que solicite esse elemento prepositivo. Errado. Texto para as questões 10031 a 10039 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no mês seguinte cinquenta e cinco; em março de 1877 contava quatrocentas e noventa. Duas forças serviram principalmente 4 à empresa de as congregar: o emprego da língua delas, desde que pude discerni-la um pouco, e o sentimento de terror que lhes infundi. A minha estatura, as vestes talares, o uso do mesmo idioma fizeram-lhes crer que eu era o deus das aranhas, e desde então adoraram-me. E vede o benefício desta ilusão. Como as acompanhasse com muita atenção e miudeza, lançando em um livro as observações que fazia, cuidaram que o livro era o registro dos seus pecados, e fortaleceram-se ainda mais nas práticas das virtudes. (...)

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Não bastava associá-las; era preciso dar-lhes um governo idôneo. Hesitei na escolha; muitos dos atuais pareciam-me bons, alguns excelentes, mas todos tinham contra si o existirem. Explico-me. Uma forma vigente de governo ficava exposta a comparações que poderiam amesquinhá-la. Era-me preciso ou achar uma forma nova ou restaurar alguma outra abandonada. Naturalmente adotei o segundo alvitre, e nada me pareceu mais acertado do que uma república, à maneira de Veneza, o mesmo molde, e até o mesmo epíteto. Obsoleto, sem nenhuma analogia, em suas feições gerais, com qualquer outro governo vivo, cabia-lhe ainda a vantagem de um mecanismo complicado, o que era meter à prova as aptidões políticas da jovem sociedade. A proposta foi aceita. Sereníssima República pareceu-lhes um título magnífico, roçagante, expansivo, próprio a engrandecer a obra popular. Não direi, senhores, que a obra chegou à perfeição, nem que lá chegue tão cedo. Os meus pupilos não são os solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das nações seculares. Nem o tempo é operário que ceda a outro a lima ou o alvião; ele fará mais e melhor do que as teorias do papel, válidas no papel e mancas na prática. Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. (Auditor Federal de Controle Externo – 2008 – CESPE) No que se refere aos sentidos, à organização das ideias do texto e à tipologia textual, julgue os itens. 10031. O autor do texto, por meio de narrativa alegórica, uma parábola, expõe seu ponto de vista acerca do comportamento humano e da organização política e social. RESPOSTA Por meio de uma linguagem metafórica, na qual o protagonista se diz representante das aranhas, o autor emite um juízo acerca da organização política e social dos seres humanos. Observação: A parábola é uma narrativa alegórica (construída por meio de metáforas) na qual o(s) protagonista(s) é(são) humano(s). Certo. 10032. Infere-se da leitura do texto que dois fatores se destacam nas relações sociais de poder: a unidade linguística e o sentimento de medo incutido no outro. RESPOSTA O autor referencia esses dois fatores de forma quase explícita no primeiro parágrafo: Em “o emprego da língua delas” faz-se referência ao uso de uma linguagem similar à do interlocutor; já em “o sentimento de terror” faz-se referência ao medo. Certo. 10033. Para o criador da sociedade das aranhas, a prática das virtudes é condição natural dos que creem em Deus. RESPOSTA Não se pode afirmar isso da parte do autor. Nota-se, no primeiro parágrafo, que a intenção do autor era simplesmente fazer um livro de observações, interpretado pelas aranhas como um registro dos pecados, o que fortalecia as virtudes. Assim, a inferência seria mais coerente se fosse direcionada às aranhas, pois é delas que parte essa percepção, não do autor. Errado.

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10034. Na frase “E vede o benefício desta ilusão”, o narrador dirige-se diretamente às aranhas. RESPOSTA O narrador se dirige diretamente aos seus interlocutores, tratados como 2ª pessoa do plural. As aranhas são tratadas como 3ª pessoa, ou seja, o autor fala delas, e não com elas. Errado. 10035. No texto, uma característica da república escolhida para ser instaurada na sociedade das aranhas é explicitada na expressão “sem nenhuma analogia, em suas feições gerais, com qualquer outro governo vivo”. RESPOS TA É objetivo do autor dar a essa sociedade uma forma de governo que seja diferenciada das vigentes. A ideia é tentar algo inovador ou copiar algum modelo já passado. O autor escolheu a segunda opção. Certo. 10036. No texto, a comparação estabelecida entre o tempo e um trabalhador que faz questão de cumprir, ele mesmo, o seu ofício serve de crítica aos governos vigentes, que o autor do texto considera mesquinhos. RESPOSTA No trecho “Hesitei na escolha; muitos dos atuais pareciam-me bons, alguns excelentes...”, o próprio autor julga existirem modelos vigentes bons e, até mesmo, excelentes, não sendo, assim, coerente essa generalização exposta na assertiva. Errado. (Auditor Federal de Controle Externo – 2008 – CESPE) Julgue os seguintes itens, que se referem a aspectos linguísticos do texto. 10037. Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas... O verbo ter está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no singular, sem concordar com o sujeito da oração – “vinte aranhas”. RESPOSTA O verbo “ter” está empregado no sentido de “possuir” e concorda com o sujeito elíptico “eu”, referente ao autor do texto. Errado. 10038. O trecho “o que era meter à prova as aptidões políticas da jovem sociedade” pode ser reescrito, mantendo-se a correção e a coerência do texto, da seguinte forma: o de pôr à prova as habilidades políticas da jovem sociedade. RESPOSTA O trecho em destaque funciona sintaticamente como aposto, explicando o que é o mecanismo complicado citado anteriormente. A assertiva, com pequenas alterações, é uma paráfrase do trecho anterior. Certo. 10039. Os meus pupilos não são os solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das nações seculares. A forma verbal “formam” está flexionada na 3ª pessoa do plural para concordar com a ideia de coletividade que a palavra “povo” expressa. RESPOSTA O forma verbal “formam” está no plural, pois concorda com o sujeito “Os meus pupilos”. Errado. (Auditor Federal de Controle Externo – 2008 – CESPE) Julgue os fragmentos de texto

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apresentados nos itens a seguir quanto à correção gramatical. 10040. À despeito do aumento da taxa SELIC no mês passado, o juro real continua em queda e deve, atingir o menor nível em quase cinco anos, desde novembro de 2003. Levantamento feito pelo Estado, com base nas projeções de mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostra que o juro real deve cair para 6,50% ao ano neste mês, levando-se em conta o atual nível da SELIC. RESPOSTA O correto seria: “A despeito do aumento da taxa SELIC no mês passado, o juro real continua em queda e deve atingir o menor nível em quase cinco anos, desde novembro de 2003. Levantamento feito pelo Estado, com base nas projeções de mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mostra que o juro real deve cair para 6,50% ao ano neste mês, levando-se em conta o atual nível da SELIC”. Errado. 10041. As negociações globais de comércio devem ganhar impulso com os novos esboços de acordo internacional sobre produtos agrícolas e industriais. Reivindicações do Brasil e de outros países emergentes foram contempladas no acordo, mas os diplomatas ainda terão de trabalhar intensamente nos próximos meses, dado o objetivo de alcançarem um acordo básico sobre a redução de tarifas e subsídios para facilitar o acesso aos mercados. RESPOSTA As normas referentes à acentuação, ortografia, concordância, regência, colocação e pontuação foram plenamente atendidas. Destaca-se a correta grafia de “reivindicações” e “subsídios”. Além disso, podemos destacar o correto uso das duas vírgulas: a primeira, para separar a oração coordenada adversativa introduzida pela conjunção “mas”; a segunda, para separar a oração adverbial causal reduzida de infinitivo “dado o objetivo de alcançarem...”. Certo. Texto para as questões 10042 a 10046 Mal-estar civilizatório A ausência de um Estado que cumpra seu papel mediador das vidas humanas e dos bens a elas relacionados vem contribuindo para o aumento, no Brasil, do que a psicanálise chama de mal-estar civilizatório. O conceito é relativo ao homem do mundo moderno e às angústias que ele vive. Aplica-se a uma cultura firmada em torno dos valores da razão científica e tecnológica, na qual inexiste a figura de um legislador central que concentre o poder e concilie os interesses do corpo social de uma forma democrática. A ausência dessa figura gera mal-estar ao criar um impasse permanente para cada indivíduo/sujeito: como conciliar as aspirações próprias de prazer e satisfação – o gozo, para a psicanálise – com os desejos dos outros? Como o Estado e o conjunto de entidades a ele ligado – os responsáveis por essa mediação na atualidade – são incapazes de fazer essa conciliação entre as diferentes partes da sociedade, o mal-estar se instaura, trazendo, junto com a desigualdade, suas consequências: a possessão absoluta de bens por uma pequena parcela da população e a carência massiva da maior parte dela.

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A falta de mecanismos de proteção para o último grupo, deixado ao léu pelo Estado, é, para Birman, prova de que estamos diante de uma instituição que promove o genocídio. Esse descaso acarreta o aumento da criminalidade, da violência e da delinquência, não apenas nas classes populares, mas também nas dominantes. Como exemplo, o psicanalista aponta a corrupção que invade o meio político nos seus mais altos níveis hierárquicos. Assim, enquanto instituições mediadoras – como as de previdência, assistência e bem estar social – são progressivamente desarticuladas, “a economia vai ganhando uma espécie de autonomia”. Essa carência na população vai levando, por um lado, ao aumento da barbárie que sustenta esse crescente grupo e, por outro, à privatização dos sistemas de segurança para proteger as classes mais privilegiadas dessa mesma barbárie. Júlia Dias Carneiro. In: Ciência Hoje, v. 30, p. 54 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2004 – CESPE) Com relação às ideias do texto, julgue os itens a seguir. 10042. Infere-se do primeiro parágrafo que as angústias do indivíduo/sujeito da modernidade se reduziriam, caso o Estado promovesse ações democráticas que compatibilizassem as aspirações individuais com as de interesse coletivo. RESPOSTA Afirma-se que a ausência da função de mediador por parte do Estado vem contribuindo para o aumento do mal-estar civilizatório, gerador de angústias entre os indivíduos. Assim, se houver a presença do Estado nesse sentido, essas angústias tenderão a se mitigar. Certo. 10043. A autora do texto assume que a falência do modelo vigente de Estado é evidenciada pela prevalência de uma economia que, fundada na má distribuição de renda na sociedade, promove a privatização da assistência e da previdência social. RESPOSTA O texto afirma que são os sistemas de segurança que começam a ser privatizados. É uma forma de a classe privilegiada se proteger dos riscos trazidos pela desigualdade social. Este grupo assim procede, pois o Estado não dispõe de meios efetivos para lhe prover o direito básico da segurança. Errado. 10044. Como o Estado carece de mecanismos que promovam a erradicação das diferenças sociais, a violência e a corrupção atingem a classe política brasileira. RESPOSTA No penúltimo parágrafo, o autor cita apenas a corrupção como um mal que atinge a classe política. Trata-se de uma forma de delinquência, mas não de violência, como se afirma na assertiva. Errado. 10045. O genocídio, a criminalidade e a delinquência, indicadores da ausência da gestão do Estado como instituição voltada para os interesses coletivos, são causas do mal-estar civilizatório. RESPOSTA É equivocado considerar o genocídio um dos indicadores da ausência de gestão do Estado. Esse termo é, na verdade, uma força de expressão empregada no texto pelo estudioso

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Birman, e não uma constatação tecnicamente comprovada. Errado. 10046. Uma das ideias implícitas no texto é a de que a razão científica e a tecnologia não promovem a conciliação dos interesses sociais de forma democrática. RESPOSTA No primeiro parágrafo, afirma-se que o mal-estar civilizatório está presente em culturas firmadas em torno da tecnologia e da razão científica. Nestas civilizações, assim caracterizadas, inexiste a figura do legislador que procura conciliar os interesses individuais de forma democrática. Dá-se, assim, a entender que a tecnologia e a razão científica não fomentam essa conciliação. Certo. Texto para as questões 10047 a 10051 A recente divulgação pelo IBGE dos dados recolhidos nas Estatísticas do Século XX serviu para melhor balizar, daqui para a frente, as recorrentes discussões acadêmicas sobre a realidade brasileira. No século passado, na economia brasileira, o Produto Interno Bruto (PIB) multiplicou-se cem vezes, o que transformou o Brasil no país que mais cresceu naquele período, destaca, na abertura da publicação, o economista Celso Furtado. O ritmo mais intenso de crescimento ocorreu entre 1920 e 1980, quando o PIB praticamente dobrava a cada duas décadas. Mas, ao lado daquelas inegáveis conquistas, descobriu-se que a desigualdade entre os brasileiros de maior e menor renda, que sempre foi considerável, aprofundou-se ainda mais. Em 1960, os 10% mais ricos da população embolsavam uma renda que correspondia a 34 vezes a renda reunida dos 10% mais pobres. Quarenta anos depois, a diferença tinha subido para 46 vezes. Um dos fatores que mais concorreu para a concentração da renda brasileira foi a inflação, que chegou, nos cem anos do século XX, à astronômica cifra de um quintilhão. A média anual da inflação no período foi de 45%. O estudo do IBGE mostra que o Brasil sofreu mudanças profundas em poucas décadas, em especial entre os anos 40 e 70. A industrialização acelerada – processo que ficou conhecido como substituição de importações – desencadeou, em uma ponta, a formalização do emprego e, na outra, o êxodo rural, além de favorecer o surgimento dos sindicatos. O mais importante meio de arrecadação do governo, nos anos 40 e 50, era justamente o imposto de importação. Em 1949, a agricultura tinha uma participação de 44% no PIB. Trinta anos depois, em 1980, sua parcela tinha caído para 9,8%, patamar no qual se manteve estável pelo resto do século XX. Essa mudança levou a um êxodo rural de bíblicas proporções. Os moradores das cidades, que, em 1940, correspondiam a apenas 31% dos brasileiros, chegaram, ao final do século XX, a 81%. Enquanto isso, a população brasileira praticamente se decuplicou, saltando de 17,4 milhões, em 1900, para 169 milhões no ano 2000. Lourenço Cazarré. In: UnB Revista, ano IV, n. 9, dez./2003 – mar./2004 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2004 – CESPE) Considerando as informações e os dados estatísticos apresentados no texto, julgue os itens que se seguem. 10047. Nos últimos cem anos, a população brasileira multiplicou-se por dez e a economia

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cresceu 100%, embora a concentração de renda tenha-se acentuado, provocada pela inflação, que, ao final do século, chegou a 45%. RESPOSTA O texto afirma no 5º parágrafo que a média anual da inflação no século XX foi de 45%. Isso não significa que, ao final do século, a inflação tenha atingido obrigatoriamente essa cifra, pois ela pode ter variado para cima e para baixo em cada um dos anos do século XX. No ano de 2000, por exemplo, segundo o gráfico, a inflação anual registrada foi de 8,6%. Errado. 10048. No século passado, a substituição de importações, que, por um lado, incentivou o emprego formal – trabalhadores com carteira assinada –, por outro, promoveu o êxodo rural, fator determinante da queda na arrecadação e da diminuição da participação da agricultura no PIB brasileiro. RESPOSTA O texto afirma que em 1949 a agricultura tinha 49% de participação na economia e, 30 anos depois, em 1980, sua participação tinha caído para 9,8%. Isso ocorreu ao mesmo tempo em que o país se industrializava via substituição de importações, o que resultou no aumento do êxodo rural. Certo. 10049. Com relação à educação, de acordo com os dados estatísticos apresentados, ocorreu, no período 1933-1970, a massificação do ensino médio, seguida de um grande aumento da população universitária. RESPOSTA No período de 1933-1970, houve um aumento de 2960% nas matrículas de ensino médio, enquanto no ensino superior houve um crescimento de 1862% no mesmo período. Certo. 10050. A inflação, que vinha sofrendo pequenas oscilações na primeira metade do século passado, manteve-se estável na década seguinte. RESPOSTA Nota-se no gráfico uma escalada da inflação de 1902 a 1990. Errado. 10051. Na área da saúde, verifica-se que a expectativa de vida, embora tenha aumentado pouco nas duas últimas décadas do século XX, duplicou, no ano 2000, em relação a 1910. RESPOSTA Se observarmos o gráfico, houve um crescimento discreto da expectativa de vida de 1980 a 2000 (de 62 anos em 1980 a 68 anos em 2000). Em relação a 1910, a expectativa dobrou (de 34 anos em 1910 a 68 em 2000). Certo. Texto para as questões 10052 a 10056 A polidez É também a mais pobre, a mais superficial, a mais discutível. A polidez faz pouco caso da moral, e a moral, da polidez. Um nazista polido em que alteraria o nazismo? Em que altera o horror? Em nada, é claro, e a polidez está bem caracterizada por esse “nada”. Virtude puramente formal, virtude de etiqueta, virtude de aparato! A aparência, pois, de uma virtude, e somente a aparência.

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Se a polidez é um valor, o que não se pode negar, é um valor ambíguo, em si insuficiente – pode encobrir tanto o melhor, como o pior – e, como tal, quase suspeito. Esse trabalho sobre a forma deve ocultar alguma coisa, mas o quê? É um artifício, e desconfiamos dos artifícios. É um enfeite, e desconfiamos dos enfeites. Diderot evoca, em algum lugar, a “polidez insultante” dos grandes, e também deveríamos evocar aquela, obsequiosa ou servil, de muitos pequenos. Seriam preferíveis o desprezo sem frases e a obediência sem mesuras. Um canalha polido não é menos ignóbil que outro, talvez seja até mais. Por causa da hipocrisia? É duvidoso, porque a polidez não tem pretensões morais. O canalha polido poderia facilmente ser cínico, aliás, sem por isso faltar nem com a polidez nem com a maldade. Mas, então, porque ele choca? Pelo contraste? Sem dúvida. O canalha polido é o contrário de uma fera, e ninguém quer mal às feras. É o contrário de um selvagem, e os selvagens são desculpados. É o contrário de um bruto crasso, grosseiro, inculto, que, decerto, é assustador, mas cuja violência nativa e bitolada pelo menos poderia ser explicada pela incultura. André Comte-Sponville. Pequeno tratado das grandes virtudes. São Paulo: Martins Fontes, 1999 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2004 – CESPE) Julgue os fragmentos contidos nos itens subsequentes, quanto à manutenção do sentido do trecho do terceiro parágrafo do texto, indicado entre aspas, e quanto à pontuação e à regência. 10052. “Um canalha (...) da hipocrisia?”: À hipocrisia indaga-se, se não faz, de um canalha polido, menos ignóbil do que outro canalha? RESPOSTA Não deveria haver vírgula depois de “indaga-se”, pois estaríamos isolando uma oração principal de sua subordinada substantiva. Além disso, o termo “de um canalha polido” é complemento do verbo “fazer” e, portanto, não deve ser isolado por vírgulas. Por último, não deveríamos usar o ponto de interrogação ao final da frase, pois se trata de uma interrogativa indireta. Errado. 10053. “É duvidoso (...) pretensões morais.”: É duvidoso, talvez seja até mais ignóbil, que à polidez não tenha intenções morais! RESPOSTA Há uma alteração de sentido, pois o que o texto original afirma é que há dúvidas se a causa de o canalha polido ser menos ignóbil que outro pode ser atribuída à hipocrisia. Também não faz sentido o emprego da crase antes de “polidez”. Errado. 10054. “O canalha (...) a maldade.”: O canalha polido, aliás, facilmente cínico, pode, por isso, aumentar-lhe a maldade. RESPOSTA O termo “aliás”, posto dessa forma no trecho reescrito, ressalva o trecho anterior “O canalha cínico”, como se fosse mais apropriado identificá-lo por “facilmente cínico”. Isso muda o sentido original, que simplesmente enfatiza o fato de que o canalha polido pode ser facilmente cínico sem comprometer a polidez ou a maldade. A ideia conclusiva introduzida pelo

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“por isso” e a afirmação de que a maldade aumentaria também não constam originalmente na redação do texto. Errado. 10055. “Mas, então, (...) contraste?”: Inquestionavel-mente, o mau-caráter polido choca pelo contraste. RESPOSTA A banca anulou a presente questão, muito provavelmente devido ao erro de grafia em “Inquestionavel-mente”. Tal hífen não se faz presente na grafia desse advérbio. Não fosse por esse equívoco, poderíamos classificar o item como ERRADO, haja vista que o questionamento retórico(*) “Mas, então, por que ele choca? Pelo contraste?” produz um efeito de ênfase, de maior realce, diferentemente da afirmação direta “Inquestionavelmente, o maucaráter polido choca pelo contraste”. (*) Trata-se de um questionamento que já deixa evidente a resposta. 10056. “O canalha (...) pela incultura.”: O canalha polido opõe-se à uma fera, e ninguém quer mal às feras; é o oposto de um selvagem, e os selvagens são desocupados; contraria uma besta crassa, grosseira, inculta que, com certeza, é assustadora, porém cuja violência nativa pelo menos pode ser explicada. RESPOSTA Em “à uma fera”, há um equívoco no emprego do acento grave (que é o acento indicativo da crase), uma vez que este não é solicitado antes de artigo indefinido. Além disso, em vez de “desocupados”, deve-se empregar “desculpados”, para manter o sentido original. Errado. (Auditor Federal de Controle Externo – 2004 – CESPE) Considerando as prescrições gramaticais, julgue os fragmentos de texto contidos nos seguintes itens, extraídos e adaptados de uma notícia divulgada no sítio http://www.tcu.gov.br. 10057. O Instituto Serzedello Corrêa (ISC), ligado ao Tribunal de Contas da União (TCU), deu início ao programa de formação de analistas de sistemas aprovados na primeira etapa do concurso público realizado no ano de 2002. RESPOSTA O trecho transcrito obedece a todas as prescrições gramaticais. O isolamento do trecho “ligado ao Tribunal de Contas da União (TCU)” por vírgulas reflete a pontuação característica das orações adjetivas explicativas. Certo. 10058. O aproveitamento dos candidatos, ainda em prazo de validade deste concurso, apresentou-se como resultado da promulgação da Lei n. 10.799/2003, que criou seiscentos cargos de Analista de Controle Externo no Quadro de Pessoal da Secretaria do TCU. RESPOSTA Nota-se o pleno atendimento às normas de pontuação, regência, concordância e colocação. Além disso, as convenções de escrita e os critérios morfossintáticos foram plenamente atendidos. Um destaque a ser citado é o emprego das vírgulas em “ainda em prazo

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de validade deste concurso”, expressão intercalada entre o sujeito – O aproveitamento dos candidatos – e a forma verbal – apresentou-se. Certo. 10059. A Resolução n. 168/2004 do TCU, que entre os cem novos cargos que serão providos neste ano, destinou vinte, para a Área de Apoio Técnico Administrativo, dá suporte ao programa formativo dos analistas concursados. R ESPOSTA O correto seria: “A Resolução n. 168/2004 do TCU que, entre os cem novos cargos que serão providos neste ano, destinou vinte para a Área de Apoio Técnico Administrativo, dá suporte ao programa formativo dos analistas concursados”. O trecho em negrito foi isolado por vírgulas, pois se trata de um termo oracional adverbial intercalado. Não há vírgula depois de “vinte”, pois, se assim fosse, haveria o isolamento do objeto indireto do verbo. Errado. 10060. O curso, cuja aula inaugural foi ministrada pelo diretor-geral do ISC, tem duração fixada em sessenta horas de atividade e consta de três disciplinas: “Licitações e contratos”, “Fontes de informação para controle externo” e “Estrutura e funcionamento da tecnologia da informação no TCU”. RESPOSTA Todas as prescrições gramaticais foram obedecidas no trecho selecionado. As vírgulas que isolam a oração “cuja aula inaugural foi ministrada pelo diretor-geral do ISC” são necessárias por se tratar de uma oração adjetiva explicativa. Certo. 10061. Ainda como parte do programa de formação supracitado, foi previsto a presença dos concursados na abertura da Sessão Plenária do TCU, dia 5 de fevereiro de 2004. RESPOSTA Houve um equívoco de concordância. É necessário empregar a forma “prevista” para haver a concordância com o substantivo “presença”. Errado. Texto para as questões 10062 a 10067 A moralidade pública consiste em uma esfera de que todos os seres humanos participam, na medida em que cada sistema moral, a fim de revelar sua unilateralidade, precisa ser confrontado com outros. Segue-se a necessidade de que todos os seres humanos sejam incluídos no seu âmbito. Sob esse aspecto, a moral pública é uma moral cosmopolita, pois estabelece regras de convivência e direitos que asseguram que os homens possam ser morais. É nesse sentido que os direitos do homem, tais como em geral têm sido enunciados a partir do século XVIII, estipulam condições mínimas do exercício da moralidade. Por certo, cada um não deixará de aferrar-se à sua moral; deve, entretanto, aprender a conviver com outras, reconhecer a unilateralidade de seu ponto de vista. E com isso obedece à sua própria moral de uma maneira especialíssima, tomando os impeditivos categóricos dela como um momento particular do exercício humano de julgar moralmente. José Arthur Gianotti. Moralidade pública e moralidade privada. In: Adauto Novaes (Org.). Ética. São Paulo: Companhia das Letras, Secretaria Municipal de Cultura, 5. impressão, 1997, p. 244 (com adaptações). (Procurador do MP do TCU – 2004 – CESPE) Em relação ao texto acima, julgue os itens que se seguem. 10062. A moralidade pública consiste em uma esfera de que todos os seres humanos

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participam, na medida em que cada sistema moral... Tanto sob o ponto de vista estilístico e sintático como sob o ponto de vista semântico, admite-se como correta e adequada ao contexto a substituição de “consiste em uma” por constitui-se como uma. RESPOSTA A alteração mantém o sentido original intacto, além de estar sintaticamente correta, obedecendo às normas de concordância, regência e colocação. Trata-se de duas construções adequadas, equivalentes semanticamente, mas construídas de forma distinta: “constitui em” e “constitui-se como”. Certo. 10063. A moralidade pública consiste em uma esfera de que todos os seres humanos participam, na medida em que cada sistema moral, a fim de revelar sua unilateralidade, precisa ser confrontado com outros. Segue-se a necessidade de que todos os seres humanos sejam incluídos no seu âmbito. Pelas relações gramaticais e semânticas do texto, é correto afirmar que a presença da preposição “de” nas duas ocorrências do termo “de que” é exigida, respectivamente, pela regência das palavras “esfera” e “necessidade”. RESPOSTA Na ocorrência do “de que” em “uma esfera de que todos os seres humanos participam”, a presença da preposição “de” é exigência do verbo “participar”. Na ocorrência do “de que” em “Segue-se a necessidade de que todos os seres humanos”, a presença da preposição “de” é exigência do nome “necessidade”. Errado. 10064. De acordo com a direção argumentativa do texto, uma ideia ilustrativa que poderia dar continuidade coerente e gramaticalmente correta ao trecho ao ser colocada após a última oração é: Desse modo, a moral do bandido e a do ladrão tornam-se repreensíveis do ponto de vista da moralidade pública, pois violam o princípio da tolerância e atingem direitos humanos fundamentais. RESPOSTA Tal ideia é coerente com a linha argumentativa do texto, que afirma a necessidade de a moral particular conviver com outras, reconhecendo a inconveniência, muitas vezes, de se adotar uma postura unilateral. Certo. Segue-se a necessidade de que todos os seres humanos sejam incluídos no seu âmbito. 10065. As relações coesivas estabelecidas no texto indicam que a expressão “seu âmbito” está se referindo à expressão antecedente “cada sistema moral”. RESPOSTA Em “seu âmbito”, o possessivo “seu” é um anafórico que se refere a “moralidade pública”. Errado. Por certo, cada um não deixará de aferrar-se à sua moral... E com isso obedece à sua própria moral de uma maneira especialíssima... 10066. Caso o sinal indicativo de crase nas ocorrências “aferrar-se à sua moral” e

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“obedece à sua própria moral” seja retirado, os períodos permanecem gramaticalmente corretos, uma vez que os verbos “aferrar” e “obedecer” apresentam transitividade indireta e o elemento que se mantém é a preposição necessária à regência. RESPOSTA Antes de pronome possessivo (“sua”, no caso), é facultado o emprego do acento indicador de crase. Certo. 10067. A partir das informações e dos argumentos do texto, é correto inferir que a moralidade pública tem como base regras de convivência e direitos estabelecidos no último século, partindo-se da compreensão de que o ser humano tem sua própria moral e o dever de julgar moralmente. RESPOSTA O texto afirma que essas regras de convivência e direitos passaram a ser enunciados como “direitos do homem” a partir do século XVIII. Errado. Texto para as questões 10068 a 10071 Em primeiro lugar, não distinguimos semanticamente entre ética e moral, pois, embora o primeiro termo tenha origem grega e o segundo, latina, ambos dizem respeito duplamente a questões de caráter e de conduta. Dizemos, portanto, que uma questão é ética quando se refere a ações humanas julgadas segundo a perspectiva de serem boas, corretas, acertadas. Mas, como os meios tecnológicos também podem ser assim julgados e as ações de natureza estratégica também podem ser corretas ou acertadas, podemos afirmar, para distinguir mais precisamente o território da ética, que ela diz respeito a ações corretas ou acertadas à luz de uma vida humana boa e digna. Desta forma, a questão ética encontra-se indissoluvelmente ligada às ideias sobre a vida humana como um todo. Luciano Zajdsznajder. É a ética uma ciência? In: Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, p. 15 (com adaptações). (Procurador do MP do TCU – 2004 – CESPE) Considerando o texto acima, julgue os itens seguintes. 10068. Mas, como os meios tecnológicos também podem ser assim julgados e as ações de natureza estratégica também podem ser corretas ou acertadas... De acordo com a argumentação do texto, a conjunção “Mas” articula-se à expressão inicial, “Em primeiro lugar”; por isso, preservam-se as relações de sentido do texto ao substituí-la por Em segundo lugar. RESPOSTA A conjunção “mas” estabelece uma relação semântica de oposição com o período anterior (“Dizemos, portanto, que uma questão é ética... serem boas, corretas, acertadas.”) e equivale a “no entanto”. Errado. 10069. Mas, como os meios tecnológicos também podem ser assim julgados e as ações de natureza estratégica também podem ser corretas ou acertadas... Como o advérbio “assim” desempenha a função coesiva de recuperar a ideia da oração anterior iniciada pela conjunção “segundo”, preserva-se a correção textual e gramatical ao se retirar o

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advérbio e mudar essa oração para depois de “julgados”. RESPOSTA Com a alteração proposta, teríamos uma mudança de sentido original, pois não se especificaria como as ações seriam julgadas no primeiro trecho. Observemos o trecho com a mudança sugerida: “... uma questão é ética quando se refere a ações humanas julgadas (como?). Mas, como os meios tecnológicos também podem ser julgados segundo a perspectiva de serem boas, corretas, acertadas...”. Errado. 10070. O desenvolvimento do texto permite considerar que os sentidos atribuídos a “ética” e “moral” mantêm imbricadas questões de caráter e de conduta. R ESPOSTA Já na primeira frase (Em primeiro lugar, não distinguimos semanticamente entre ética e moral, pois, embora o primeiro termo tenha origem grega e o segundo, latina, ambos dizem respeito duplamente a questões de caráter e de conduta.), o texto afirma não querer distinguir semanticamente ética e moral, pois ambos dizem respeito a questões de caráter e de conduta. Certo. 10071. Desta forma, a questão ética encontra-se indissoluvelmente ligada às ideias sobre a vida humana como um todo. Preservam-se a correção e a coerência textual ao se substituir “às ideias” por com as ideias. RESPOSTA É possível manter correta a regência utilizando-se a preposição “com”. Além disso, a não omissão do artigo definido “as” é essencial para a manutenção do sentido. Certo. Texto para as questões 10072 a 10077 A contemporaneidade vai urdindo novas situações que demandam por novas opções éticas e pela consignação de novos direitos. A produção apresenta sua clara dimensão fáustica, a se usar a expressão de Marshall Bermann. Quanto mais ela avança, mais ela destrói, em um processo entropisante assustador. As distâncias sociais entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos aumentam de modo devastador, não somente a partir de seus indicadores econômicos, como também por sua produção de saber, o que faz alguns autores vislumbrarem uma terceira fase do capitalismo traduzida pela produção de know how. Ao mesmo tempo, o ser humano chegou à sofisticação de poder se suicidar enquanto espécie zoológica pelas armas que ele próprio produz e, cada vez menos, controla. Os anos 30 voltam sinistros com a reaparição agressiva dos racismos. As distâncias sociais nos países subdesenvolvidos são assustadoras, uma vez que uma ínfima minoria detém parcela significativa dos bens. Roberto de Aguiar. Ética e direitos humanos. In: Desafios éticos. Brasília:Conselho Federal de Medicina, p. 65 (com adaptações). (Procurador do MP do TCU – 2004 – CESPE) A partir do texto acima, julgue os itens subsequentes. 10072. A contemporaneidade vai urdindo novas situações que demandam por novas opções éticas e pela consignação de novos direitos.

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As possibilidades de regência do verbo demandar permitem suprimir a preposição “por”, sem a necessidade de outras alterações, para manter a correção gramatical do texto. RESPOSTA Suprimindo a preposição “por”, torna-se necessário também desfazer a contração “pela”, assim: “... que demandam novas opções éticas e a consignação de novos direitos”. Errado. 10073. A produção apresenta sua clara dimensão fáustica, a se usar a expressão de Marshall Bermann. A oração iniciada por “a se usar” apresenta, textualmente, valor condicional. RESPOSTA Se desenvolvermos a oração, teremos: “A produção apresenta sua clara dimensão fáustica, se for usada a expressão de Marshall Bermann”. Certo. 10074. Quanto mais ela avança, mais ela destrói, em um processo entropisante assustador. As duas ocorrências do pronome “ela” remetem, por mecanismo de coesão textual, respectivamente, a “dimensão fáustica” e a “produção”. RESPOSTA Nas duas aparições, o pronome “ela” se refere a “produção”. Errado. 10075. Os sentidos textuais permitem que a relação semântica de adição expressa por “não somente (...) como também” possa ser expressa por tanto (...) como também, não só (...) mas também ou tanto (...) quanto. RESPOSTA Em todos os casos, temos exemplos de locuções conjuntivas de sentido aditivo. São locuções, pois trata-se de uma associação de palavras que desempenha uma determinada função morfológica (no caso, função de conjunção). Tem valor aditivo, pois as ideias conectadas se somam. Certo. 10076. Segundo o texto, as ideias expressas por “indicadores econômicos” e “produção de saber” são responsáveis pelo suicídio da espécie humana, porque provocam a proliferação de armas. RESPOSTA As ideias expressas por “indicadores econômicos” e “produção de saber” são apresentadas no texto como evidências das distâncias sociais entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Errado. 10077. Se o texto fizesse parte de um documento oficial, como relatório ou parecer, a expressão “processo entropisante” deveria ser substituída para atender ao quesito de clareza e objetividade; além disso, a segunda ocorrência do pronome “ela” deveria ser suprimida para que se respeitasse a formalidade. RESPOSTA A presença do adjetivo “entropisante”, em “Quanto mais ela avança, mais ela destrói, em um processo entropisante assustador.”, não chega a afetar a objetividade e a clareza do texto. Trata-se de um adjetivo que, ao mesmo tempo que requer do leitor um nível vocabular

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culto (entropia: processo de desorganização), contribui para a concisão, ao sintetizar a desestruturação e desorganização de um processo por um única palavra: entropisante. Já o pronome “ela” cumpre um papel muito importante no texto, ao retomar o substantivo “produção” no trecho “A produção apresenta sua clara dimensão fáustica, a se usar a expressão de Marshall Bermann”. Errado. Texto para as questões 10078 a 10081 De um modo geral, o conflito ou a contradição que atravessam a separação entre o público e o privado podem ser resumidos na pergunta que sempre atormentou os moralistas antigos e os modernos: os fins justificam os meios? Um dos divisores de água que a modernidade traçou entre a ética e a política foi dado pela baliza posta por essa pergunta. No caso da ética, a resposta é negativa: os meios precisam estar de acordo com a natureza dos fins e, portanto, para fins éticos os meios precisam ser éticos também. (...) No caso da política, ao contrário, a resposta tende a ser positiva e estabelece uma diferença de natureza entre meios e fins, exigindo-se, porém, que haja alguma proporção (ou racionalidade) entre eles. A ideia que parece prevalecer é a de que, na política, todos os meios são bons e lícitos desde que o fim seja bom para a coletividade. Marilena Chaui. Público, privado, despotismo. In: Adauto Novaes (Org.). Ética. São Paulo: Companhia das Letras, Secretaria Municipal de Cultura, 5. impressão, 1997, p. 353-4 (com adaptações). (Procurador do MP do TCU – 2004 – CESPE) Com base no texto acima, julgue os itens a seguir. 10078. No caso da ética, a resposta é negativa: os meios precisam estar de acordo com a natureza dos fins e, portanto, para fins éticos os meios precisam ser éticos também. (...) No caso da política, ao contrário, a resposta tende a ser positiva e estabelece uma diferença de natureza entre meios e fins... De acordo com as ideias do texto, são mantidas a coesão e a coerência ao se preencher com o trecho a seguir a lacuna representada por (...): Em outras palavras, se a finalidade da ética é a virtude e o bem, os meios precisam ser bons e virtuosos, sem o que não há ética, uma vez que as ações realizadas em vista de um certo fim já fazem parte do próprio fim a ser atingido, são o caminho para ele. RESPOSTA O trecho, em negrito, introduzido pela expressão “Em outras palavras”, é uma paráfrase dos períodos anteriores. Basicamente, mantém-se a coerência argumentativa segundo a qual é necessário que os meios sejam virtuosos para que se tenham fins pautados pela ética. Certo.

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10079. A expressão “divisores de águas” está sendo empregada em sentido conotativo e dá ao texto a ideia de fato, acontecimento, episódio que, em uma situação limite, provoca uma divisão no curso da evolução dos conceitos. Essa ideia se articula com o termo “baliza”, empregado no sentido de marca, limite, referência deflagradora, parâmetro para a divisão inicialmente citada. RESPOSTA A expressão “divisor de águas” foi empregada no sentido figurado ou conotativo. Trata-se de uma metáfora associada à mudança no status quo. A palavra “baliza”, também empregada de forma metafórica, significa no contexto “referência”. Certo. 10080. No caso da política, ao contrário, a resposta tende a ser positiva e estabelece uma diferença de natureza entre meios e fins, exigindo-se, porém, que haja alguma proporção (ou racionalidade) entre eles... Em “exigindo-se”, a eliminação do pronome enclítico “se” prejudicaria o sentido e a correção gramatical do período, porque a oração ficaria sem sujeito. RESPOSTA Se eliminarmos o pronome enclítico “se”, o sujeito deixa de ser oracional (“que haja alguma proporção (ou racionalidade) entre eles”) e passa ser determinado e simples, tendo como núcleo o termo “resposta”. Errado. 10081. A inserção da conjunção portanto, com as devidas adaptações de maiúsculas, no início do último período do texto ou entre vírgulas após a expressão “parece prevalecer” provocaria inadequação sintática e incoerência textual. RESPOSTA O último período do texto é uma consequência daquilo que foi exposto no texto. Dessa forma, o emprego do conectivo “portanto” é adequado, pois explicita uma dedução coerente. Vale ressaltar que são corretas as seguintes construções: “ Portanto, a ideia que parece prevalecer é a de que...” ou “A ideia que parece prevalecer, portanto, é a de que...”. A alteração de posição do conectivo não implica mudança do sentido original, devendo-se somente ter atenção ao correto emprego das vírgulas. Errado. Texto para as questões 10082, 10083, 10085 e 10086 Quem são esses senhores Para entender os senhores de Davos, temos de recorrer à história da filosofia e ao filósofo Pitágoras, o homem que, primeiro, conseguiu esta proeza extraordinária do pensamento humano: dissociou o número da coisa numerada. Antes de Pitágoras, era necessário que duas vacas e dois bois se apresentassem diante do comerciante para que ele pudesse concluir que duas vacas mais dois bois perfaziam um total de quatro animais. Se vacas e bois, cansados de ser contados, resolvessem pastar no campo, as aritméticas dos comerciantes desmaiariam. Pitágoras veio e disse: “Façamos abstração dos números, pensemos números abstratamente.” O filósofo

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separou os números das vacas numeradas e deu certo: as contas podiam ser feitas, mesmo na ausência dos animais, pouco dispostos. Foi um extraordinário avanço para o ser humano... e para as vacas, que puderam pastar em paz. Hoje, neste mesmo instante em que estamos aqui reunidos discutindo os malefícios da globalização, o que estarão fazendo os Senhores de Davos? Estão fazendo exatamente o contrário de Pitágoras – estão reificando, coisificando os números... e fazendo abstração dos seres humanos. Os Senhores de Davos pensam no lucro abstrato e esquecem a fome concreta. Os números passam a ser o sujeito da História: alíquotas, juros, índices Dow Jones e Nasdaq, dividendos... Não a saúde, a educação, o trabalho, a habitação e o lazer, porque estas são preocupações humanitárias e não econômicas. Essa visão de Economia Abstrata opera tremenda divisão da Humanidade, que se torna tríade: a Primeira Humanidade, que controla o Deus-Mercado, verdadeira senhora do mundo; a Segunda Humanidade, que, a qualquer título, está dentro do Mercado; e a Terceira Humanidade, descartável, inútil, encontre-se ela nos extremos da África ou no ventre dos Estados Unidos. Não quero parodiar filósofos, não quero imitar Descartes, mas creio que hoje devemos dizer: “Eu estou no mercado, logo existo”. Ai de quem não puder pronunciar essa frase terrível: será condenado à Terceira Humanidade e será, com ela, descartado! Nós queremos a Paz, não a Guerra! Queremos Paz, sim, mas nunca a Passividade! Queremos conter a metástase da globalização. Augusto Boal. Revista Caros Amigos, n. 47, fev./2001, p. 10 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2005 – CESPE) Julgue as seguintes reescrituras quanto à fidedignidade às prescrições gramaticais e às ideias desenvolvidas no texto. 10082. Pitágoras inovou ao propor que se pensassem os números abstratamente, ou seja, que, por exemplo, se prescindisse, para contar, da presença do que seria contado. RESPOSTA Não há no texto qualquer impropriedade. Na passagem “se pensassem os números”, observa-se a correta flexão verbal, haja vista se tratar de uma voz passiva sintética cujo sujeito é “números” (se pensassem os números = fossem pensados os números). Quanto à pontuação, toda ela está correta, pois todos os termos interferentes estão entre vírgulas (“ou seja”, “por exemplo” e “para contar”). A única coisa que poderia gerar dúvida é a presença do “se prescindisse”, com o pronome reflexivo parecendo iniciar uma frase, entretanto, isso não acontece, pois, na verdade, “por exemplo” é apenas um termo interferente que está completamente isolado pela presença das vírgulas. Dessa forma, o pronome “que” é um atrativo do pronome “se”. O significado de “prescindir” é “dispensar”, o que está totalmente de acordo com a ideia original do texto. Certo. 10083. Hoje, é adequado parodiar Descartes afirmando que as nações e o indivíduo tem de dizer “Estou no mercado, logo existo”. O não pronunciar esta frase equivale à condenação de

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não integrar-se a Primeira Humanidade e de, junto com ela, sermos marginalizados. RESPOSTA 1) O termo “as nações e o indivíduo” é um sujeito composto, por isso o verbo “ter” deveria estar no plural, assim: “as nações e o indivíduo” têm de dizer. 2) A colocação do pronome oblíquo “se” em “integrar-se “está equivocada. A presença do advérbio de negação “não” atua como fator de próclise, forçando, assim, o pronome a se posicionar antes do verbo. 3) A forma verbal “integrar-se” é transitiva indireta, sendo regida pela preposição “a” (integrarse a algo). Assim, deveria haver crase antes de “Primeira Humanidade”. Corrigindo o período todo: Hoje, é adequado parodiar Descartes afirmando que as nações e o indivíduo têm de dizer “Estou no mercado, logo existo”. Não pronunciar esta frase equivale à condenação de não se integrar à Primeira Humanidade e de, junto com ela, sermos marginalizados. Errado. Texto para a questão 10084, 10085 e 10086 A montanha mágica No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos – um lugar na Suíça onde se reuniram os luminares de todo o mundo para discutir as ansiedades que nos paralisam e as perplexidades que nos mobilizam. Por coincidência, Davos é também o cenário onde se monta a ação de um famoso romance escrito por Thomas Mann, A Montanha Mágica. O romance é de 1924 e descreve a vida de um grupo de personagens doentes que, no princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof, procurando recuperar a saúde. Um mundo enfermo foi de novo a Davos procurando diagnosticar seus males e ali, em sucessivos e variados seminários, se indagou onde estaria a cura dos males de nossa civilização. Lá estavam Tony Blair, Lula e os presidentes de dezenas de países desimportantes. Lá estavam Bill Gates e os gerentes de agências financiadoras de todo o mundo. Lá estava até Sharon Stone recolhendo US$1 milhão para as desgraças na Tanzânia. Enfim, lá estava uma amostra da sociedade atual, ou melhor, lá estavam os pajés das diversas tribos de nossa sociedade eletrônica tentando exorcizar as doenças da comunidade. A Montanha Mágica é um romance muito antigo. Mas, sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora viva que contém e que os sábios do Fórum Econômico Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade? Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos. Affonso Romano de Sant’anna. Correio Braziliense, 6-2-2005 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2005 – CESPE) Com base nas ideias e nos aspectos morfossintáticos do texto, julgue o seguinte item. 10084. Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos. A correção gramatical do texto seria mantida caso a conjunção condicional “se” fosse substituída por “em que”.

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RESPOSTA A conjunção “se” é subordinativa integrante, e não subordinativa condicional, uma vez que ela introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta – no caso, “se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos”. Errado. (Auditor Federal de Controle Externo – 2005 – CESPE) Com relação à correção gramatical e à pertinência às ideias desenvolvidas nos textos “Quem são esses senhores” e “A montanha mágica”, julgue os próximos itens. 10085. Augusto Boal escreveu a respeito dos problemas da economia mundial e do Fórum Econômico Mundial fazem quatro anos, no entanto o texto desse autor permanece atual. RESPOSTA No trecho “fazem quatro anos”, está errada a flexão do verbo “fazer”, haja vista que, no sentido de tempo passado, se trata de um verbo impessoal e a oração de que ele faz parte não apresenta sujeito. Deve-se empregar, assim, a forma singular “faz”. Errado. 10086. O texto “A montanha mágica”, publicado em 2005, vai de encontro à linha argumentativa do texto “Quem são esses senhores”, apesar deste ter sido escrito há quatro anos atrás. RESPOSTA O primeiro erro está na expressão “vai de encontro a”, que significa “ir contra a”. O correto seria “vai ao encontro de”, que significa “ir a favor de”. Os textos “Quem são esses senhores” e “A montanha mágica” se aproximam quanto ao teor argumentativo, o que justifica o emprego desta última expressão. O outro erro é de redundância: o verbo “haver”, na acepção de tempo passado, torna desnecessária a presença da palavra “atrás”. Errado. Texto para as questões 10087 a 10091 A exaltação do indivíduo, como representante dos mais elevados valores humanos que esta sociedade produziu, combinada ao achatamento subjetivo sofrido pelos sujeitos sob os apelos monolíticos da sociedade de consumo, produz este estranho fenômeno em que as pessoas, despojadas ou empobrecidas em sua subjetividade, dedicam-se a cultuar a imagem de outras, destacadas pelos meios de comunicação como representantes de dimensões de humanidade que o homem comum não reconhece em si mesmo. Consome-se a imagem espetacularizada de atores, cantores, esportistas e alguns (raros) políticos, em busca do que se perdeu exatamente como efeito da espetacularização da imagem: a dimensão, humana e singular, do que pode vir a ser uma pessoa, a partir do singelo ponto de vista de sua história de vida. Maria Rita Kehl. O fetichismo. In: Emir Sader (Org.). Sete pecados do capital. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 1999. (Auditor Federal de Controle Externo – 2005 – CESPE) Com base nas ideias e nos aspectos morfossintáticos do texto, julgue os seguintes itens. 10087. A autora do texto defende a ideia de que a sociedade de consumo produz indivíduos insensíveis aos mais elevados valores construídos ao longo da história da humanidade.

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RESPOSTA O autor não afirma que os indivíduos são insensíveis aos mais elevados valores construídos ao longo da história da humanidade. Afirma-se justamente o contrário no trecho “A exaltação do indivíduo, como representante dos mais elevados valores humanos que esta sociedade produziu...”. O que o texto de fato afirma é que “o homem comum não reconhece em si mesmo”, ou seja, ele é insensível a sua própria existência. Errado. 10088. Os meios de comunicação, por intermédio da técnica do espetáculo, transformam em marca registrada de alguns características, valores e modos de viver que são comuns a todos os indiví duos da espécie humana. RESPOSTA De fato, este trecho representa uma paráfrase (cópia do conteúdo original com outras palavras) de “as pessoas... dedicam-se a cultuar a imagem de outras, destacadas pelos meios de comunicação como representantes de dimensões de humanidade que o homem comum não reconhece em si mesmo”. Sendo assim, o sentido original é mantido. Quanto aos aspectos morfossintáticos, destaca-se o correto emprego da vírgula, isolando o termo intercalado “por intermédio da técnica do espetáculo” (isolado entre sujeito “Os meios de comunicação” e verbo “transformam”) e os termos em enumeração “características”, “valores” e “modos”. Certo. 10089. “A exaltação do indivíduo, como representante dos mais elevados valores humanos que esta sociedade produziu...” O destaque dado à palavra “indivíduo” confere-lhe o sentido de ser único, especial, distinguível dos demais do grupo, referidos, no texto, como “sujeitos” e “pessoas”. RESPOSTA No trecho “A exaltação do indivíduo, como representante dos mais elevados valores humanos...”, o destaque em itálico dado à palavra “indivíduo” coloca esta palavra em posição diferenciada, dando a entender que o seu significado contextual vai além de “pessoa” ou “sujeito”. O autor tenta chamar atenção para um sentido de notoriedade associado a “indivíduo”. Certo. 10090. De acordo com as regras sintáticas de construção do período, garante-se a correção gramatical do texto, ao se substituir a oração “em que as pessoas, despojadas ou empobrecidas em sua subjetividade, dedicam-se a cultuar a imagem de outras” por: de as pessoas, despojadas ou empobrecidas de sua subjetividade, dedicarem-se a cultuar a imagem de outras. RESPOSTA Para resolver esse tipo de questão, o melhor a fazer é substituir efetivamente os trechos e avaliá-los: “... produz este estranho fenômeno em que as pessoas, despojadas ou empobrecidas em sua subjetividade, dedicam-se a cultuar a imagem de outras...” por “... produz

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este estranho fenômeno de as pessoas, despojadas ou empobrecidas de sua subjetividade, dedicarem-se a cultuar a imagem de outras...”. Percebemos dessa forma que a substituição é válida, já que não apresenta alteração alguma de sentido e ainda respeita as normas gramaticais. Destaca-se a não contração da preposição “de” com o artigo “as”, o que é correto, visto que não se contrai preposição – no caso, “de” – e sujeito – no caso, “as pessoas”. Além disso, destaca-se a correta flexão do infinitivo “dedicarem-se”, concordando com o sujeito “as pessoas”. Certo. 10091. Na expressão “os apelos monolíticos da sociedade de consumo”, o adjetivo foi empregado com sentido figurado. RESPOSTA A palavra “monolítico” significa “resistente”, “sólido”, “inabalável”. Para descobrir o significado literal da palavra monolítico, temos que saber que ela vem de monólito, que quer dizer “pedra de grandes dimensões”. Então, como “apelo” não pode “ser de pedra”, percebemos que o autor usou a palavra em sentido figurado, associando-a à resistência. Certo. Texto para a questão 10092 Breve histórico A ideia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. As discussões em torno da criação de um Tribunal de Contas durariam quase um século, polarizadas entre aqueles que defendiam a sua necessidade – para quem as contas públicas deviam ser examinadas por órgão independente – e aqueles que a combatiam, por entenderem que as contas públicas podiam continuar sendo controladas por aqueles mesmos que as realizavam. Originariamente o Tribunal teve competência para exame, revisão e julgamento de todas as operações relacionadas com a receita e a despesa da União. A fiscalização fazia-se pelo sistema de registro prévio. A Constituição de 1891 institucionalizou o Tribunal e conferiu-lhe competências para liquidar as contas da receita e da despesa e verificar a sua legalidade, antes de serem prestadas ao Congresso Nacional. Pela Constituição de 1934, o Tribunal recebeu, entre outras, as seguintes atribuições: proceder ao acompanhamento da execução orçamentária, registrar previamente as despesas e os contratos, julgar as contas dos responsáveis por bens e dinheiro públicos, assim como apresentar parecer prévio sobre as contas do Presidente da República, para posterior encaminhamento à Câmara dos Deputados. Com exceção do parecer prévio sobre as contas presidenciais, todas as demais atribuições do Tribunal foram mantidas pela Carta de 1937. A Constituição de 1946 acresceu um novo encargo às competências da Corte de Contas: julgar a legalidade das concessões de aposentadorias, reformas e pensões. A Constituição de 1967, ratificada pela Emenda Constitucional n. 1, de 1969, retirou do

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Tribunal o exame e o julgamento prévio dos atos e dos contratos geradores de despesas, sem prejuízo da competência para apontar falhas e irregularidades que, se não sanadas, seriam, então, objeto de representação ao Congresso Nacional. Eliminou-se, também, o julgamento da legalidade de concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ficando a cargo do Tribunal, tão somente, a apreciação da legalidade para fins de registro. O processo de fiscalização financeira e orçamentária passou por completa reforma nessa etapa. Como inovação, deu-se incumbência à Corte de Contas para o exercício de auditoria financeira e orçamentária sobre as contas das unidades dos três poderes da União, instituindo-se, desde então, os sistemas de controle externo, a cargo do Congresso Nacional, com auxílio da Corte de Contas, e de controle interno, este exercido pelo Poder Executivo e destinado a criar condições para um controle externo eficaz. Finalmente, com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da União (TCU) teve a sua jurisdição e a sua competência substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio ao Congresso Nacional, exercer a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade e à economicidade, e a fiscalização da aplicação das subvenções e da renúncia de receitas. Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária tem o dever de prestar contas ao TCU. Conheça o TCU. Internet: <http://www.tcu.gov.br>. Acesso em: 10 abr. 2005 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2005 – CESPE) Com base na recuperação precisa da informação do texto e no que se prescreve em relação à modalidade escrita formal da Língua Portuguesa, julgue o item a seguir. 10092. A ideia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. O emprego da vírgula antes de “que” justifica-se pelo valor restritivo da oração adjetiva que esse pronome introduz. RESPOSTA A oração adjetiva “que apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império” faz referência aos substantivos Felisberto Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e José Inácio Borges e tem caráter explicativo. Uma evidência disso é o emprego da vírgula após “Borges”. Lembre-se de que as adjetivas explicativas são isoladas por vírgulas, ao passo que as restritivas, não. Errado. Texto para a questão 10093 Há dez anos, um terremoto financeiro atingiu a Ásia, com rescaldo na América Latina. A crise de 1997, depois de atingir a Tailândia, rapidamente se espalhou pela Indonésia,

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Malásia, pelas Filipinas e pela Coreia do Sul, para se replicar na Rússia, na Argentina e no Brasil em 1998. Uma década depois do fatídico ano de 1997, o mundo assiste ao novo reinado da Ásia. Liderada por China e Índia, a região exibe, na média, taxas de crescimento superiores a 7%. A despeito das recentes turbulências, a Tailândia, primeira vítima da crise asiática, mostra índices melhores do que então. Houve um golpe militar, em setembro de 2006, quando foi deposto o primeiro-ministro acusado de corrupção e malversação de dinheiro. Aos poucos, volta a confiança dos investidores no país, governado por um conselho de segurança nacional provisório, com eleições previstas para o fim do ano. Carta Capital, 1º-8-2007, p. 12 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2007 – CESPE) Com referência às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, e considerando o atual cenário econômico-financeiro mundial, julgue. 10093. Aos poucos, volta a confiança dos investidores no país, governado por um conselho de segurança nacional provisório, com eleições previstas para o fim do ano. Mantêm-se a coerência textual e a correção gramatical ao se transformar o aposto final do texto em uma oração desenvolvida: cujas eleições são previstas para o fim de ano. RESPOSTA A oração adjetiva explicativa “cujas eleições são previstas para o fim de ano” equivale à função de aposto explicativo presente no período simples. Certo. Texto para as questões 10094 e 10095 O 29 de julho de 2007 será lembrado como o dia em que os iraquianos usaram suas armas para comemorar. Após mais de quatro anos vivendo em meio ao caos sob a malsucedida ocupação norte-americana, eles tiveram finalmente um dia de alegria. Em todos os cantos do Iraque, a população festejou a histórica vitória de sua seleção na final da Copa da Ásia de futebol – com receita brasileira do técnico Jorvan Vieira, que comemorou como “do Brasil” a vitória por 1 a 0 sobre a Arábia Saudita, comandada por Hélio dos Anjos, outro brasileiro. Correio Braziliense, 30-7-2007, p. 18 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2007 – CESPE) A respeito das ideias e das estruturas do texto acima e também considerando aspectos da geopolítica do mundo nos dias atuais, julgue. 10094. O emprego do artigo determinando a expressão “29 de julho de 2007” desrespeita as regras gramaticais da norma culta a ser usada em documentos oficiais; por isso, se a informação da primeira linha do texto for usada em um documento oficial, o artigo deve ser omitido. RESPOSTA É possível subentender a presença da palavra “dia”: “O (dia) 29 de julho de 2007”. Isso justifica o emprego do artigo definido antecedendo a data. Errado. 10095. Em todos os cantos do Iraque, a população festejou a histórica vitória de sua seleção na final da Copa da Ásia de futebol... O desenvolvimento das ideias do texto mostra que “sua” refere-se a “Iraque”. RESPOSTA O pronome “sua” é uma forma de referenciar a “seleção iraquiana”. É possível

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concluir isso, pois se trata da única possibilidade de referenciação até então presente no texto. Certo. Texto para a questão 10096 As leis elaboradas pelo Poder Legislativo constituem um dos mais importantes instrumentos para a proteção dos direitos naturais. Afinal, elas são as responsáveis pela construção da liberdade individual no Estado de sociedade. Ao compor a liberdade dos indivíduos em sociedade, elas também limitam o poder governamental. A participação popular e o controle popular do poder guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e racional, com vistas à conquista de algum bem. A política é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto. A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas e executadas de modo legítimo. A expressão do consentimento periódico por meio do voto, em qualquer dos níveis de governo, é essencial para que o Estado constitucional perdure e seja sempre capaz de proteger os direitos inerentes às pessoas. Daniela Romanelli da Silva. Poder, Constituição e voto. In: Filosofia, Ciência & Vida. São Paulo: Escala, ano III, n. 27, p. 42-3 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2009 – CESPE) No que concerne à organização dos sentidos e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o próximo item. 10096. A política é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto. O desenvolvimento da argumentação permite que se insira o conectivo Logo, seguido de vírgula, imediatamente antes de “A política”, escrevendo-se o artigo com letra minúscula, sem prejuízo para a coerência e a correção gramatical do texto. RESPOSTA É possível sim a inserção da conjunção coordenativa conclusiva “Logo”, haja vista que a afirmação “A política é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto.” consiste em uma dedução obtida a partir do fato de que o exercício da política é coletivo e emana da vontade popular. Certo. 10097. (Policial Rodoviário Federal – 2002 – CESPE) Pedro dirigia um veículo automotor que lhe fora emprestado por João e foi parado em uma blitz, quando um dos agentes de trânsito lhe pediu que exibisse sua CNH e os documentos de registro e licenciamento do automóvel que dirigia. A partir dessa situação e sabendo que o CTB define como crime “Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação” e como infração “Conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório”, julgue o item seguinte. Nos trechos do CTB acima citados, a ideia restritiva da expressão “sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação” qualifica “veículo automotor”.

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RESPOSTA O trecho “sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação” tem caráter adverbial e modifica a ação verbal “dirigir”, acrescentando-lhe uma ideia de modo. Errado. Texto para a questão 10098 O filme Central do Brasil, de Walter Salles, tem como protagonista a professora aposentada Dora, que ganha um dinheiro extra escrevendo cartas para analfabetos na Central do Brasil, estação ferroviária do Rio de Janeiro. Outra personagem é o menino Josué, filho de Ana, que contrata os serviços de Dora para escrever cartas passionais para seu ex-marido, pai de Josué. Logo após ter contratado a tarefa, Ana morre atropelada. Josué, sem ninguém a recorrer na megalópole sem rosto, sob o jugo do estado mínimo (sem proteção social), vê em Dora a única pessoa que poderá levá-lo até seu pai, no interior do sertão nordestino. Dos vários momentos emocionantes do filme, o mais sensibilizante é o encontro de Josué com os presumíveis irmãos que, como o pai elaborado em seus sonhos, são também marceneiros. A câmera faz uma panorâmica no interior do sertão para mostrar um conjunto habitacional de casas populares recém-construídas; em uma das casas, os moradores são os filhos do pai de Josué que, em sua residência simples, acolhem para dormir Josué e Dora. Os irmãos dormem juntos e dividem a mesma cama. Existe uma comunhão de sentimentos entre os irmãos: os que têm um teto para morar, têm trabalho, dão amparo ao menino órfão sem eira nem beira. No filme, a grande questão do analfabetismo está acoplada a outro desafio, que é a questão nordestina, ou seja, o atraso econômico e social da região. Não basta combater o analfabetismo, que, por si só, necessitaria dos esforços de, no mínimo, uma geração de brasileiros para ser debelado, pois, em 1996, o analfabetismo da população de 15 anos e mais, no Brasil, era de 13,03%, representando um total de 13,9 milhões de pessoas. Segundo a UNESCO, o Brasil chegaria ao ano 2000 em sétimo lugar entre os países com maior número de analfabetos. No Brasil, carecemos de políticas públicas que atendam, de forma igualitária, a população, em especial aquelas voltadas para as crianças, os idosos e as mulheres. A permanência da questão nordestina é um exemplo constante das nossas desigualdades, do desprezo à vida e da falta de políticas públicas que atendam aos anseios mínimos do povo trabalhador. Não saber ler nem escrever, no Brasil, é um elemento a mais na desagregação dos indivíduos que serão párias permanentes em uma sociedade que se diz moderna e globalizada, mas que é debilitada naquilo que é mais premente ao povo: alimentação, trabalho, saúde e educação. Sem essas condições básicas, praticamente se nega o direito à cidadania da ampla maioria da população brasileira. Os ensinamentos que podemos tirar de Central do Brasil são que devemos atacar a questão social de várias frentes, em especial na educação de todos os brasileiros, jovens e velhos; lutar por políticas públicas de qualidade que direcionem os investimentos para promover uma desconcentração regional e pessoal da renda no país, propugnando por um novo modelo econômico e social. Ao garantir uma vida digna, a maioria da população saberá, por meio da solidariedade de classe, responder às necessidades da construção de uma sociedade mais justa. Central do Brasil é um exemplo vivo de que o Brasil tem rumo e esperança. Salvatore Santagada. Zero Hora, 20-3-1999 (com adaptações). (Papiloscopista Policial Federal – 2004 – CESPE) Julgue a reescritura apresentada no item a

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seguir quanto à grafia, à acentuação, à pontuação e à preservação das ideias do último parágrafo do texto de referência. 10098. Podemos extrair de Central do Brasil o ensinamento de que devemos atacar a questão social de várias formas, especialmente educando todos os brasileiros, infantes, jovens e idosos. RESPOSTA O início do penúltimo parágrafo referencia essa afirmação: “No Brasil, carecemos de políticas públicas que atendam, de forma igualitária, a população, em especial aquelas voltadas para as crianças, os idosos e as mulheres”. Isso significa que as questões sociais devem ser trabalhadas de forma abrangente. Certo. Texto para as questões 10099 a 10104 A multiplicidade dos seres humanos traduz-se por uma forma de ordem singular. O que há de único na vida em comum dos homens gera realidades particulares, especificamente sociais, que são impossíveis de explicar ou compreender a partir do indivíduo. A língua é uma boa ilustração disso. Que impressão nos causaria descobrir, ao acordarmos numa bela manhã, que todos os outros homens falam uma língua que não compreendemos? Sob uma forma paradigmática, a língua encarna esse tipo de dados sociais, que pressupõem uma multiplicidade de seres humanos organizados em sociedades e os quais, ao mesmo tempo, não param de se reindividualizar. Esses dados como que se reimplantam em cada novo membro de um grupo, norteiam seu comportamento e sua sensibilidade, e constituem o habitus social a partir do qual se desenvolverão nele os traços distintivos que o contrastarão com os outros no seio do grupo. O modelo linguístico comum admite variações individuais, até certo ponto. Mas, quando essa individualização vai longe demais, a língua perde sua função de meio de comunicação dentro do grupo. Entre outros exemplos, citemos a formação da consciência moral, das modalidades de controle de pulsões e afetos numa dada civilização, ou o dinheiro e o tempo. A cada um deles correspondem maneiras pessoais de agir e sentir, um habitus social que o indivíduo compartilha com outros e que se integra na estrutura de sua personalidade. Norbert Elias. Sobre o tempo. Tradução de Vera Ribeiro. Jorge Zahar editor, 1998, p. 19 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2010 – CESPE) No que se refere à organização das ideias e à estrutura do texto acima, julgue os itens. 10099. Em “A língua é uma boa ilustração disso. Que impressão nos causaria descobrir, ao acordarmos numa bela manhã, que todos os outros homens falam uma língua que não compreendemos?”, o texto apresenta, em forma de pergunta, uma hipótese que, no restante da argumentação, se mostra uma justificativa para a ideia de que a individualização tem limites socialmente colocados. RESPOSTA No texto, a pergunta serve de ensejo para a tese de que há realmente limites para

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o exercício da individualidade. No caso da linguagem, por exemplo, há a possibilidade de haver variedades individuais de uso. Porém, se essas variações começam a se contrapor à função primordial da linguagem como meio de comunicação em grupo, passam a perder validade. Certo. 10100. Sob uma forma paradigmática, a língua encarna esse tipo de dados sociais... O uso da preposição De em lugar de “Sob” alteraria as relações de significação entre os termos da oração e, por isso, prejudicaria a coerência entre os argumentos do texto. RESPOSTA A mudança da preposição “sob” para “de” não alteraria as relações de sentido originais. Os termos “Sob uma forma paradigmática” e “De uma forma paradigmática” têm valor semântico de modo, maneira. Errado. 10101. Depreende-se da argumentação que as “realidades particulares” são “impossíveis de explicar ou compreender” porque a formação da consciência moral integra a estrutura da personalidade de cada um, individualmente. RESPOSTA É equivocado afirmar que essas “realidades particulares” são “impossíveis de explicar ou compreender”, pois dá a entender que assim o são sob qualquer ponto de vista. O que afirma o texto é que, partindo-se do indivíduo, torna-se impossível alcançar esse esclarecimento. A língua, a formação da consciência moral, o dinheiro e o tempo servem de exemplos para esse pensamento. Errado. 10102. Sob uma forma paradigmática, a língua encarna esse tipo de dados sociais, que pressupõem uma multiplicidade de seres humanos organizados em sociedades e os quais, ao mesmo tempo, não param de se reindividualizar. A flexão de masculino em “os quais” mostra que essa expressão retoma um referente masculino plural e não “sociedades”. O seu emprego, no texto, evita uma possível ambiguidade que poderia ser provocada pelo emprego do pronome que. RESPOSTA O termo “os quais”, por se tratar de uma flexão no masculino plural, retoma necessariamente o referente “seres humanos”. A presença do pronome relativo “que” geraria um esforço de interpretação adicional na identificação do correto referente. Certo. 10103. Sob uma forma paradigmática, a língua encarna esse tipo de dados sociais, que pressupõem uma multiplicidade de seres humanos organizados em sociedades e os quais, ao mesmo tempo, não param de se reindividualizar. A retirada do pronome em “se reindividualizar” provocaria erro gramatical e incoerência textual, pois não se explicitaria o que seria reindividualizado. RESPOSTA O pronome “se” é reflexivo, podendo ser facilmente substituído por “a si mesmos”.

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Exerce função de objeto direto do verbo “reindividualizar”. Sua ausência provocaria um vácuo que comprometeria a coerência textual. Certo. 10104. Em “A cada um deles correspondem maneiras pessoais de agir e sentir, um habitus social que o indivíduo compartilha com outros e que se integra na estrutura de sua personalidade.”, a flexão de plural em “correspondem” mostra que, pela concordância, se estabelece a coesão com “maneiras”; mas seria igualmente correto e coerente estabelecer a coesão com “cada um”, enfatizando este termo pelo uso do verbo no singular: corresponde. RESPOSTA O núcleo do sujeito do verbo “corresponder” é “maneiras”, o que obriga o verbo a se flexionar na forma plural – correspondem –, para se estabelecer a concordância verbal. O termo “A cada um deles” é objeto indireto desse verbo, não sendo possível, assim, justificar uma concordância entre “cada um” e a forma singular “corresponde”. Errado. Texto para as questões 10105 a 10108 A experiência cultural das sociedades, em nossa época, é cada vez mais moldada e “globalizada” pela transmissão e difusão das formas significativas, visuais e discursivas, via meios de comunicação de massa. Conquanto o desenvolvimento dos meios de comunicação tenha tornado absolutamente frágeis os limites que separavam o público do privado, assiste-se hoje a uma nova tendência de politização e visibilidade do privado, com a estruturação de novas relações familiares, bem como à privatização do público. Faz-se necessário frisar que o imaginário social acompanha lentamente essa evolução, nem sempre aceitando o rompimento dos costumes fortemente arraigados. Vera Lúcia Pires. A identidade do sujeito feminino: uma leitura das desigualdades. In: M. I. Ghilardi-Lucena (Org.). Representações do feminino. PUC: Átomo, 2003, p. 209 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2010 – CESPE) Julgue os itens seguintes, relativos à organização das ideias no texto acima e aos seus aspectos gramaticais. 10105. Em “... assiste-se hoje a uma nova tendência de politização e visibilidade do privado, com a estruturação de novas relações familiares, bem como à privatização do público.”, o uso do sinal indicativo da crase em “à privatização” mostra que o conectivo “bem como” introduz um segundo complemento ao verbo assistir. RESPOSTA O conector aditivo “bem como” une os dois objetos indiretos de verbo “assistir”: “a uma nova tendência... relações familiares” e “à privatização do público”. A crase ocorre devido à fusão da preposição “a” – solicitada pelo verbo “assistir” – e do artigo “a” – solicitado pelo substantivo feminino “privatização”. Certo. 10106. Em “Faz-se necessário frisar que o imaginário social acompanha lentamente essa evolução...”, a flexão de masculino em “necessário” estabelece concordância desse termo com “imaginário social”; no desenvolvimento da argumentação, essa relação sintática enfatiza

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“imaginário social” como o primeiro termo na comparação com “evolução”. RESPOSTA A flexão de masculino singular em “necessário” se dá para se fazer a concordância com o sujeito oracional “frisar que o imaginário social acompanha lentamente essa evolução”. Além disso, de acordo com a argumentação, dá-se a entender que, numa ordem cronológica, o “imaginário social” vem depois da “evolução” descrita no texto (“o imaginário social acompanha lentamente essa evolução”). Errado. 10107. Faz-se necessário frisar que o imaginário social acompanha lentamente essa evolução, nem sempre aceitando o rompimento dos costumes fortemente arraigados. De acordo com a argumentação, os “costumes fortemente arraigados” referem-se às “relações familiares”. RESPOSTA Os “costumes fortemente arraigados” referem-se não só às tradicionais relações familiares, mas também a todos os costumes tradicionais, que são regidos por preceitos morais adotados pela sociedade. O rompimento desses costumes nem sempre é assimilado com naturalidade pelo imaginário social, segundo o texto. Errado. 10108. Conquanto o desenvolvimento dos meios de comunicação tenha tornado absolutamente frágeis os limites que separavam o público do privado... A estrutura sintática iniciada por “Conquanto” é responsável pelo uso do modo subjuntivo em “tenha”; por isso, a substituição dessa forma verbal por tem desrespeita as regras gramaticais do padrão culto da língua. RESPOSTA O conector “Conquanto” é concessivo e equivale a “embora, apesar de”. O seu uso faz com que o verbo da oração introduzida pelo conector seja conjugado no modo Subjuntivo, resultando na construção “Conquanto... tenha”. Certo. Texto para as questões 10109 a 10114 Nas sociedades modernas, somos diariamente confrontados com uma grande massa de informações. As novas questões e os eventos que surgem no horizonte social frequentemente exigem, por nos afetarem de alguma maneira, que busquemos compreendê-los, aproximando-os daquilo que já conhecemos. Estas interações sociais vão criando “universos consensuais” no âmbito dos quais as novas representações vão sendo produzidas e comunicadas, passando a fazer parte desse universo não mais como simples opiniões, mas como verdadeiras “teorias” do senso comum, construções esquemáticas que visam dar conta da complexidade do objeto, facilitar a comunicação e orientar condutas. Essas teorias ajudam a forjar a identidade grupal e o sentimento de pertencimento do indivíduo ao grupo. Essa análise permite, ainda, abordar um outro ponto: a caracterização dos grupos em função de sua representação social. Isto quer dizer que é possível definir os contornos de um grupo, ou, ainda, distinguir um grupo de outro pelo estudo das representações partilhadas por seus membros sobre um dado objeto social. Graças a essa reciprocidade

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entre uma coletividade e sua teoria, esta é um atributo fundamental na definição de um grupo.Alda Judith Alves-Mazzotti. Representações sociais: aspectos teóricos e aplicações à educação. In: Revista Múltiplas Leituras, v. 1, n. 1, 2008, p. 18-43. Internet: <www.metodista.br> (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2010 – CESPE) A respeito da organização dos sentidos e das estruturas linguís ticas do texto apresentado, julgue os itens que se seguem. 10109. “Estas interações sociais vão criando ‘universos consensuais’ no âmbito dos quais as novas representações vão sendo produzidas e comunicadas, passando a fazer parte desse universo não mais como simples opiniões, mas como verdadeiras ‘teorias’ do senso comum...” Por meio da oração iniciada por “passando”, atribui-se uma causa para a dinâmica das interações sociais expressas nas orações iniciais do período. RESPOSTA A oração reduzida introduzida pela forma gerúndio “passando” introduz uma relação de consequência ou efeito, e não causa. É possível subentender a forma “assim” ou “consequentemente” na oração em destaque. Errado. 10110. Depreende-se do desenvolvimento do texto que os fragmentos “representações partilhadas” e “sobre um dado objeto social” são interpretados como diferentes porque partem de teorias que os caracterizam como diferentes. RESPOSTA É equivocado afirmar que os termos “representações partilhadas” e “sobre um dado objeto social” são definidos por teorias distintas. No texto, os dois termos estão relacionados de forma lógica pela seguinte teoria: é por meio da identificação das representações partilhadas entre seus membros acerca de um determinado objeto social que se caracteriza um grupo de indivíduos. Errado. 10111. Em “Graças a essa reciprocidade entre uma coletividade e sua teoria, esta é um atributo fundamental na definição de um grupo.”, já que a estrutura sintática exige a preposição a, a ausência de sinal indicativo da crase em “a essa reciprocidade” mostra que, por causa da presença do pronome demonstrativo “essa”, o artigo não é aí usado. RESPOSTA A preposição “a” é solicitada na expressão “Graças a” – “graças a algo” ou “graças a alguém”. Não há a necessidade do artigo “a” – outra condição para o emprego da crase –, pois, embora tenhamos o substantivo feminino “reciprocidade”, este já está determinado pelo pronome demonstrativo “essa”. Certo. 10112. “Graças a essa reciprocidade entre uma coletividade e sua teoria, esta é um atributo fundamental na definição de um grupo.” Pelo uso do pronome “esta”, indica-se na argumentação que o “atributo fundamental na definição de um grupo” é a teoria, não a reciprocidade ou a coletividade. RESPOSTA O pronome demonstrativo “este(a)” é empregado para referenciar termos de maior proximidade. No caso, o termo mais próximo é “teoria”. Certo. 10113. As novas questões e os eventos que surgem no horizonte social frequentemente exigem, por nos afetarem de alguma maneira, que busquemos compreendê-los, aproximando-os daquilo que já conhecemos.

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O uso da flexão de terceira pessoa do plural em “afetarem” estabelece a relação desse verbo com “novas questões e os eventos”. RESPOSTA A forma verbal “afetarem” está no plural para que haja concordância como o sujeito composto “As novas questões e os eventos”. Certo. 10114. A flexão de masculino nos pronomes em “compreendê-los” e “aproximando-os”, ambos em “... por nos afetarem de alguma maneira, que busquemos compreendê-los, aproximando-os daquilo que já conhecemos.”, mostra que esses pronomes remetem a “eventos”; mas, como o sujeito da oração se inicia pela qualificação de “questões”, seria coerente ressaltar, na argumentação, o referente “questões”, fazendo-se uso da concordância no feminino. RESPOSTA O pronome “os”, presente nas formas verbais “compreendê-los” e “aproximando-os”, faz referência a “eventos” e “questões”. Como se trata de dois referentes de gêneros distintos, a concordância se dá no masculino plural. Errado. Texto para as questões 10115 a 10118 A relação de poder e status entre grupos está ligada à identidade social, que permite ao grupo dominante na sociedade, por deter o poder e o status, impor valores e ideologias, que, por sua vez, servem para legitimar e perpetuar o status quo. Vale lembrar que os indivíduos nascem já inseridos em uma estrutura social e, simplesmente em função do sexo ou da classe social, entre outros itens, são colocados em um ou em outro grupo social. Dessa forma, adquirem as categorias sociais definitivas dos grupos aos quais pertencem e que podem ter valores sociais positivos ou negativos. Os membros dos grupos dominantes e de status superior passam a ter identidade social positiva e maior grau de autoestima. Da mesma forma, os membros de status inferior ou de grupos subordinados têm ou adquirem identidade social menos positiva e menor autoestima. Entretanto, se a mobilidade para uma classe superior parece impossível e os membros do grupo inferior percebem as fronteiras entre os grupos como impenetráveis, eles podem vir a adotar estratégias coletivas para criar uma identidade social mais positiva para o seu grupo. Tais mudanças são denominadas mudanças sociais. Astrid N. Sgarbieri. A mulher brasileira: representações na mídia. In: M. I. Ghilardi- Lucena (Org.). Representações do feminino. PUC: Átomo, 2003, p. 128-9 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2010 – CESPE) Com referência à organização dos sentidos e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens subsequentes. 10115. Dessa forma, adquirem as categorias sociais definitivas dos grupos aos quais pertencem e que podem ter valores sociais positivos ou negativos. A preposição a, em “aos quais”, estabelece relações sintático-semânticas com o verbo pertencer; por tal motivo, essa preposição não poderia ser omitida no período, mesmo se o pronome fosse substituído por a que. RESPOSTA A preposição “a” é requerida pela regência do verbo “pertencer” (quem pertence,

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pertence a algo). Assim, deve-se posicionar o elemento prepositivo antes do pronome relativo, seja ele qual for. Certo. Observação: A banca deveria, na redação da assertiva, substituir o trecho “mesmo se o pronome fosse substituído por a que.” por “mesmo se o pronome fosse substituído por que”. A redação original compromete a correção da assertiva. No lugar de “aos quais = a + os quais”, empregar-se-ia a forma “à que = a + a que”, o que tornaria falsa a afirmação. Nessa consideração, está-se levando a redação da assertiva ao pé da letra: no lugar do pronome “os quais”, emprega-se a forma “a que”. Provavelmente, tal possibilidade de interpretação deve ter passado despercebida pela banca. 10116. ... eles podem vir a adotar estratégias coletivas para criar uma identidade social mais positiva para o seu grupo. A expressão verbal “podem vir a adotar” indica uma possibilidade e uma continuidade da ação que o simples uso de “adotar” não indicaria; por essa razão, as ideias de possibilidade e de continuidade seriam incorporadas a essa expressão, sem prejudicar as relações semânticas nem a correção gramatical do texto, se fosse usada a forma verbal viriam adotando. RESPOSTA A presença do verbo “poder” na expressão “podem vir a adotar” é que confere à expressão a ideia de possibilidade. A ausência do verbo “poder” eliminaria essa ideia. Além disso, a forma “viriam adotando”, com o verbo auxiliar conjugado no futuro do pretérito, não estaria corretamente correlacionada com os demais verbos “parece” e “percebem”, conjugados no presente do indicativo. Errado. 10117. Tais mudanças são denominadas mudanças sociais. A expressão “Tais mudanças” retoma e resume a ideia de criação de uma identidade social mais positiva por meio de estratégias coletivas. RESPOSTA As mudanças descritas no texto são as referentes à criação de uma identidade social mais positiva por meio de estratégias coletivas adotadas em grupo. A expressão “tais mudanças” estabelece essa coesão referencial na frase seguinte. Certo. 10118. O desenvolvimento das ideias no texto permite considerar mais de uma “relação de poder e status entre grupos”; por isso, estaria coerente e gramaticalmente correto iniciar o parágrafo empregando-se o plural, mediante a substituição do trecho “A relação de poder” por As relações de poder. RESPOSTA Se houver a substituição por “As relações de poder”, também será necessário observar as flexões verbais e nominais para que se estabeleçam as corretas concordâncias. Como exemplos, podemos citar: “As relações de poder e status entre grupos estão ligadas à

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identidade social, que permite ao grupo dominante na sociedade...”. Errado. Texto para as questões 10119 a 10124 A organização da sociedade em movimentos sociais é inerente à sua estrutura de poder. O teatro teve, na Grécia antiga, o papel político de dotar a população de razão crítica por intermédio de uma expressão estética. Mas os movimentos sociais adquirem ao longo da história distintas expressões: estética, religiosa, econômica, ecológica etc. A partir do século um, o Império Romano teve suas bases solapadas por um movimento social de caráter religioso – o Cristianismo –, que se recusou a reconhecer a divindade de César e propalou a radical dignidade de todo ser humano. Desde a Revolução Francesa, a sociedade civil passou a se mobilizar mais frequentemente em movimentos sociais. Porém, é recente a noção de que a sociedade civil deve se organizar para pressionar o poder público, e não necessariamente almejar também a tomada de poder. Isso ensejou o caráter multifacetado dos movimentos de indígenas, negros, mulheres, migrantes, homossexuais etc. e o fato de constituírem instâncias políticas nem sempre partidárias. É o fenômeno recente do empoderamento da sociedade civil, que, quanto mais forte, mais logra transmutar a democracia meramente representativa em democracia efetivamente participativa. Frei Beto. Valores que constroem a cidade. In: Correio Braziliense, 25-6-2010 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2010 – CESPE) A partir das estruturas linguísticas que organizam o texto acima, julgue os itens subsecutivos. 10119. O uso das letras iniciais maiúsculas em “Império Romano”, “Cristianismo” e “Revolução Francesa” são exemplos de que substantivo usado para designar ente singular deve ser grafado com inicial maiúscula, como, por exemplo, Lei n. 8.888/1998. RESPOSTA Empregam-se iniciais maiúsculas para designação de substantivos próprios. No caso, temos, o nome de uma referência de dominador, uma religião e um evento histórico, respectivamente. Certo. 10120. Em “A partir do século um, o Império Romano teve suas bases solapadas por um movimento social de caráter religioso – o Cristianismo –, que se recusou a reconhecer a divindade de César e propalou a radical dignidade de todo ser humano.”, os travessões duplos têm a função de destacar a inserção, “o Cristianismo”, e a vírgula, a função de separar a oração que serve de explicação ao “movimento social”; por isso, o uso de vírgulas, em lugar dos travessões, para destacar a inserção respeitaria as regras gramaticais, mas deixaria de marcar todas as relações significativas do texto. RESPOSTA O aposto explicativo é um termo sintático que pode ser isolado por vírgulas ou por travessões. Este último sinal de pontuação, no entanto, pode conferir um destaque maior para o

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termo isolado, cumprindo, assim, um papel semântico muitas vezes. Certo. 10121. Isso ensejou o caráter multifacetado dos movimentos de indígenas, negros, mulheres, migrantes, homossexuais etc. e o fato de constituírem instâncias políticas nem sempre partidárias. Na organização do texto, o pronome “Isso” retoma as ideias da argumentação anterior, especialmente a de que, a partir da Revolução Francesa, os movimentos sociais tornaram-se mais frequentes. RESPOSTA O pronome “isso” é anafórico e retoma a ideia de que é “recente a noção de que a sociedade civil deve se organizar para pressionar o poder público, e não necessariamente almejar também a tomada de poder”. Errado. 10122. É coerente com a argumentação do texto interpretar “mais forte” como uma qualidade de “sociedade civil”; mas é igualmente correto interpretar essa expressão como referente a “fenômeno” ou “empoderamento”. RESPOSTA Não há prejuízo de entendimento se for adotada uma outra forma de referenciação, pois, segundo o texto, “o empoderamento mais forte” e “a sociedade civil mais forte” estão intrinsecamente ligados. Certo. 10123. De acordo com a organização das ideias no texto, por seu objetivo, o “teatro” grego constitui um exemplo de movimento social inerente à “estrutura de poder” da sociedade. RESPOSTA O teatro grego é apresentado no texto como um exemplo histórico de movimento social atrelado a uma estrutura de poder. Ele tinha como função despertar na população a razão crítica, daí sua influência no contexto social. Certo. 10124. Por introduzir uma enumeração explicativa, o sinal de dois-pontos em “Mas os movimentos sociais adquirem ao longo da história distintas expressões: estética, religiosa, econômica, ecológica etc.” admite a substituição por vírgula sem prejudicar a coerência textual nem desrespeitar as regras gramaticais. RESPOSTA Se no lugar dos dois-pontos, empregássemos a vírgula, haveria a necessidade de inserção adicional de algum elemento coesivo (por exemplo, tais como, como). Errado. Texto para as questões 10125 a 10128 Na história das ideias, são raras as proposições gerais que não se desfazem em exceções. É necessário, no entanto, generalizar e comparar, e a generalização que nos servirá de ponto de partida está entre as mais robustas de que a história das ideias é capaz. Ei-la: o grande divisor de águas no tocante à evolução da noção de progresso civilizatório e do seu impacto sobre a felicidade humana foi o Iluminismo europeu do século XVIII – a “era da razão”. A equação fundamental do Iluminismo pressupunha a existência de uma espécie de harmonia preestabelecida entre o progresso da civilização e o aumento da felicidade. A meteorologia usa o barômetro para medir a pressão da atmosfera e prever as mudanças do clima. Se a história das ideias possuísse um instrumento análogo, capaz de

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fazer leituras barométricas dos climas de opinião em determinados períodos e de registrar as variações de expectativa em relação ao futuro em diferentes épocas, então haveria pouca margem para dúvida de que o século XVIII deslocaria o ponteiro da confiança no progresso e no aumento da felicidade humana ao longo do tempo até o ponto mais extremo de que se tem notícia nos anais da história intelectual. Eduardo Giannetti. Felicidade: diálogos sobre o bem-estar na civilização. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 19-22 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2011 – CESPE) Com base no texto acima, julgue o seguinte item. 10125. Preservando-se a coerência e a correção gramatical do texto, seu primeiro período poderia ser assim reescrito: É raro, na história das ideias, que se encontre proposições de natureza geral que se mantenham firmes diante de exceções. RESPOSTA O trecho reescrito mantém a coerência com o trecho original, porém há um equívoco na flexão verbal “encontre”. Esta deveria estar flexionada na forma plural “encontrem”, para que houvesse a concordância com o núcleo do sujeito paciente “proposições” (que se encontrem proposições de natureza geral = que proposições de natureza geral sejam encontradas). Errado. 10126. A relação entre progresso civilizatório e felicidade está associada a um momento histórico específico, o Iluminismo, embora o texto indique que a relação entre esses elementos possa ser observada em outras épocas e movimentos históricos. RESPOSTA O texto faz uma analogia: se existisse um instrumento de medição, o ponteiro que indicaria a confiança no progresso e no aumento da felicidade seria deslocado até o seu ponto máximo no século XVIII, momento histórico do Iluminismo. Ao mencionar que essa confiança atingiu o ponto de máximo nesse período, dá-se a entender que em outros momentos também se teve essa confiança, porém em menor grau. Certo. 10127. O reconhecimento, pelo autor, de que seu argumento está fundamentado em base frágil, a generalização na história das ideias, e de que essa generalização é necessária funciona como forma de evitar, no nível discursivo, eventuais críticas ao seu posicionamento. RESPOSTA Esse tom de admissão de uma certa fragilidade da tese escolhida é acompanhada de uma justificativa plausível: a generalização usada – o grande divisor de águas no tocante à evolução da noção de progresso civilizatório e do seu impacto sobre a felicidade humana foi o Iluminismo europeu do século XVIII – é, segundo o autor, das generalizações, a mais robusta já criada. Isso contribui para dar respaldo ao seu discurso. Certo.

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10128. No segundo período, por meio do emprego de “generalização”, “que”, “as”, “que” e “ideias”, o autor retoma o sentido de “proposições gerais”. RESPOSTA Os termos “generalização”, “que”, “as” retomam a ideia contida em “proposições gerais”. Já o segundo “que” retoma “as (generalizações) mais robustas”, restringindo o sentido original de “proposições gerais”, e “ideias” apresenta um sentido mais amplo, que engloba “generalizações”. Errado. Texto para as questões 10129 a 10132__

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(Auditor Federal de Controle Externo – 2011 – CESPE) Os itens a seguir apresentam uma afirmação referente aos dados da pesquisa a que se refere o texto. Julgue-os quanto à correção gramatical e à conformidade com os dados apresentados. 10129. Mais de 50% dos homens e mulheres entrevistados considera o dinheiro como uma fonte de felicidade; grande parte desse grupo é formada por homens que respondem por 64% dos indiví duos que pensam assim. RESPOSTA São necessárias algumas correções, para que se mantenha a correção e a clareza: a forma verbal “considera” deve ser flexionada no plural – consideram –, a fim de manter a concordância com o sujeito “Mais de 50% dos... entrevistados”. Além disso, deve haver uma vírgula depois de “homens”, transformando a oração “que respondem por 64% dos indivíduos” de restritiva para explicativa. O correto, então, seria: “Mais de 50% dos homens e mulheres entrevistados consideram o dinheiro como uma fonte de felicidade; grande parte desse grupo é formada por homens, que respondem por 64% dos indivíduos que pensam assim”. Errado. 10130. Nota-se um decréscimo no número de mulheres que se declararam felizes quando se compara os dados colhidos em 2010 aqueles de 2005. RESPOSTA Primeiramente, temos um acréscimo: em 2005, 45% das mulheres se declararam felizes. Já em 2010, esse percentual subiu para 48%. Além disso, há equívocos relacionados à norma culta: a forma verbal “se compara” deve ser flexionada no plural – se comparam –, para que haja concordância com o núcleo do sujeito paciente “dados” (quando se comparam os dados = quando os dados... são comparados). Deveria também haver o emprego da preposição “com” depois de “2010”, para se estabelecer a coesão adequada. Assim, o correto seria: “Nota-se um

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acréscimo no número de mulheres que se declararam felizes quando se comparam os dados colhidos em 2010 com aqueles de 2005”. Errado. 10131. A pesquisa da FIESP levantou dados estatísticos acerca dos fatores que os brasileiros julgam estar ligados à felicidade, como, por exemplo, a idade e o casamento. RESPOSTA Na tabela “Fatores de Felicidade”, dentre os fatores que influenciam a felicidade, estão a idade (“ser jovem” é um dos fatores) e o casamento (“ser casado” também é um dos fatores). Além disso, o trecho se mostra inteiramente de acordo com as normas gramaticais. Certo. (Auditor Federal de Controle Externo – 2011 – CESPE) Considerando as ideias e aspectos gramaticais do texto, julgue o item abaixo. 10132. O trecho “Uma pesquisa (...) com a vida”, logo abaixo do título do texto, poderia ser reescrito, mantendo-se sua correção gramatical e seu sentido original, da seguinte forma: O nível de felicidade no Brasil e os fatores a que as pessoas atribuem sua satisfação com a vida foram revelados em 2010 por uma pesquisa feita pela FIESP. RESPOSTA Trata-se de uma sutileza o erro presente no trecho reescrito: para manter o sentido original de presente factual (Uma pesquisa... revela...), deve-se empregar “são revelados” em vez de “foram revelados” no trecho reescrito. Errado. Texto para as questões 10133 a 10136 Para o filósofo Bentham, a felicidade era uma proposição matemática, e ele passou anos realizando pequenos ajustes em seu “cálculo da felicidade”, um termo maravilhosamente atraente. Eu, por exemplo, nunca associei cálculo à felicidade. No entanto, trata-se de matemática simples. Some os aspectos prazerosos de sua vida, depois subtraia os desagradáveis. O resultado é a sua felicidade total. Os mesmos cálculos, acreditava Bentham, podiam ser aplicados a uma nação inteira. Cada medida tomada por um governo, cada lei aprovada, deveria ser vista sob o prisma da “maior felicidade possível”. Bentham ponderou que dar dez dólares a um homem pobre contava mais do que dar dez dólares a um homem rico, já que o pobre tirava mais prazer desse dinheiro. Eric Weiner. Geografia da felicidade. Tradução de Andréa Rocha. Rio de Janeiro: Agir, 2009, p. 247-8 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2011 – CESPE) Com base no texto acima, julgue os itens subsequentes. 10133. Infere-se do texto que, para Bentham, os pobres têm mais direito à felicidade, devido à sua capacidade de tirar mais prazer de pequenas coisas. RESPOSTA Não se pode inferir que os pobres tenham mais direito à felicidade do que os ricos. O que se pode inferir é que recompensas simples têm mais impacto na felicidade dos mais pobres do que na dos ricos. É caso do exemplo dos dez dólares dados a um homem pobre, que lhes tira mais proveito do que um homem rico. Errado. 10134. No entanto, trata-se de matemática simples. A expressão “No entanto” introduz, no texto, ideia de oposição ao fato de o autor nunca ter

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associado cálculo à felicidade. RESPOSTA O autor afirma que nunca associou cálculo à felicidade e, na sequência, faz uma ressalva, afirmando que se trata de uma matemática relativamente simples. O conector empregado para expressar essa oposição é a conjunção adversativa “No entanto”. Certo. 10135. No último período do texto, o trecho “que dar (...) desse dinheiro” funciona como objeto que complementa o sentido de “ponderou”, forma verbal da oração cujo sujeito é Bentham. RESPOSTA A Banca apresentou a seguinte justificativa para anulação: “A ausência de indicação de número de linha na redação do item prejudicou a interpretação correta da cobrança feita no item. Por esse motivo opta-se por sua anulação”. Trata-se de um motivo injustificado, uma vez que o item diz se referir ao último período, possibilitando, assim, a plena identificação da oração. Seria interessante, no entanto, desmembrar a classificação do termo da seguinte forma: i) a oração “que dar dez dólares a um homem pobre” é, ao mesmo tempo, substantiva objetiva direta – objeto direto de “ponderar” – e substantiva subjetiva – sujeito de “contava”. ii) a oração “já que o pobre tirava mais prazer desse dinheiro.” é adverbial causal. Anulada. 10136. O autor constrói seu texto de forma a se aproximar do leitor, o que explica, por exemplo, o emprego da primeira pessoa do singular no segundo período e o do imperativo no quarto. RESPOSTA O emprego da 1ª pessoa do singular e dos imperativos dão ao texto um tom de confidencialidade e intimidade. A comunicação entre autor e leitor parece ser feita de forma direta, como se fosse uma conversa informal. Certo. Texto para as questões 10137 a 10139 A mais ínfima felicidade, quando está sempre presente e nos torna felizes, é incomparavelmente superior à maior de todas, que só se produz de maneira episódica, como uma espécie de capricho, como uma inspiração insensata, em meio a uma vida que é dor, avidez e privação. Tanto na menor como na maior felicidade, porém, há sempre algo que faz que a felicidade seja uma felicidade: a faculdade de esquecer, ou melhor, em palavras mais eruditas, a faculdade de sentir as coisas, durante todo o tempo que dura a felicidade, fora de qualquer perspectiva histórica. Aquele que não sabe instalar-se no limiar do instante, esquecendo todo o passado, aquele que não sabe, como uma deusa da vitória, colocar-se de pé uma vez sequer, sem medo e sem vertigem, este não saberá jamais o que é a felicidade, e o que é ainda pior: ele jamais estará em condições de tornar os outros felizes. É possível viver, e mesmo viver feliz, quase sem lembrança, como o demonstra o animal; mas é absolutamente impossível ser feliz sem esquecimento. F. W. Nietzsche. II Consideração intempestiva sobre a utilidade e os inconvenientes da história para a vida. In: Escritos sobre história. São Paulo: Loy ola, 2005, p. 72-3 (com adaptações). (Auditor Federal de Controle Externo – 2011 – CESPE) Com base no texto acima, julgue os

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itens que se seguem. 10137. O texto caracteriza-se como predominantemente dissertativo-argumentativo, e o autor utiliza recursos discursivos diversos para construir sua argumentação, como, por exemplo, linguagem figurada e repetições. RESPOSTA O texto tem como tema a felicidade e como tese o fato de ser impossível ser feliz sem a faculdade de se esquecer todo o passado e aproveitar ao máximo o instante presente. Esse posicionamento é constantemente retomado no texto, sob a forma de paráfrases (repetição da mesma ideia com outras palavras) e de analogias metafóricas (comparação com a “deusa da vitória” e com o “animal”, por exemplo). A presença de um tema central e de uma tese caracteriza o texto como predominantemente dissertativo-argumentativo. Certo. 10138. No segundo período do texto, o trecho introduzido pelos dois pontos apresenta uma explicação do que o autor entende por “maior felicidade”. RESPOSTA Os dois-pontos introduzem uma explicação do que vem a ser a felicidade, tanto a menor com a maior delas. Não há a limitação da explicação ao conceito de “maior felicidade”, portanto. A explicação presente abrange todos os tipos. Errado. 10139. O autor estabelece em seu texto uma oposição entre história e felicidade. RESPOSTA Segundo o texto, a felicidade está condicionada a aproveitar todo seu instante de duração, como se não houvesse perspectiva histórica. Ou seja, defende o texto que a lembrança de fatos passados (“história”) se incompatibiliza, de certa forma, com a verdadeira sensação de felicidade. Certo. Texto para as questões 10140 a 10158 Estava no Brasil A cooperação foi similar à da Operação Condor, só que estritamente dentro da lei e a favor da democracia. No último fim de semana, a Polícia Federal deteve em Foz do Iguaçu, no Paraná, o general paraguaio Lino Oviedo, havia meses foragido, e cuja prisão preventiva com fins de extradição tinha sido pedida pelo Paraguai. No apartamento no qual se escondia, foram encontrados um revólver calibre 38, dez telefones celulares e uma peruca. Oviedo, que já comandou uma tentativa de golpe em 1996, é acusado de tramar o assassinato do vice-presidente de seu país, Luis María Argaña, no ano passado. Preso, ele poderá ser extraditado para o Paraguai, onde goza de grande simpatia popular e nenhuma do governo. Com sua fama de golpista, Oviedo é o principal suspeito de ter planejado a última quartelada para derrubar o governo do presidente Luis González Macchi, há um mês. É um abacaxi para os paraguaios. Se livre e clandestino, é um incômodo para o governo; dentro de uma prisão no Paraguai, Oviedo é um perigo ainda maior, pois estará mais próximo e à vista de seus seguidores. O

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governo brasileiro não podia deixar de prender o general paraguaio. Um dos compromissos dos países-membros do MERCOSUL é a adesão ao regime democrático. Dar cobertura a golpistas, como Oviedo, não é um alento à democracia. O destino do general no Brasil está nas mãos do Supremo Tribunal Federal, responsável por julgar o pedido de extradição. Veja, 21-6-2000 (com adaptações). (Papiloscopista Policial Federal – 2000 – CESPE) Com relação às ideias e às informações do texto, julgue os itens abaixo. 10140. Infere-se do texto que a Operação Condor foi ilegal. RESPOSTA A primeira frase do texto compara a Operação Condor com a operação que prendeu o general paraguaio Lino Oviedo. Ao dizer que esta era similar àquela, porém estritamente dentro da lei, o autor dá a entender que a Operação Condor infringiu as normas em alguns aspectos, caracterizando-se, assim, sua ilegalidade. Certo. 10141. O governo paraguaio solicitou à Polícia Federal do Brasil a prisão do general Lino Oviedo por não ter corporação suficientemente equipada para fazê-lo. RESPOSTA Segundo o texto, o governo paraguaio solicitou ao brasileiro que o general Lino Oviedo fosse extraditado, daí a ação da Polícia Federal. Não se trata, assim, de incapacidade da polícia paraguaia, mas sim de uma restrição legal que a impedia de prender o general em território estrangeiro, sendo necessário, para isso, formalizar o pedido de extradição. Errado. 10142. Não há acusações suficientes e fundamentadas que sustentem a prisão do general. Para o povo, ele é apenas um perseguido político. RESPOSTA Segundo relato do texto, o general Lino Oviedo é acusado de ser o principal articulador de um golpe de estado (“quartelada”) para derrubar o governo de Luís González Macchi. Ressalta-se que ele já havia comandado um golpe de estado em 1996. Além disso, pesam sobre o general acusações de organização do assassinato do vice-presidente Luis María Argaña. Errado. 10143. A prisão do general, segundo o texto, não constitui alívio para o governo paraguaio, embora atenda aos anseios do governo desse país. RESPOSTA Embora o pedido de prisão de Oviedo tenha sido solicitado pelo governo paraguaio, a presença do general em seu país de origem gera desconforto, uma vez que ele goza de ampla simpatia por parte da população local. Assim, sua presença no Paraguai o torna mais visível a seus seguidores, gerando preocupações entre membros do governo deste país. Certo. 10144. A ação da Polícia Federal está de acordo com os compromissos assumidos pelos países-membros do MERCOSUL, entre os quais o Brasil e o Paraguai se inserem. RESPOSTA Trata-se de um acordo entre os países membros do Mercosul proteger o regime democrático, o que impede, em tese, algum país de acobertar golpistas, como no caso do general Oviedo. Certo. (Papiloscopista Policial Federal – 2000 – CESPE) Com relação à pontuação do texto, julgue

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os itens que se seguem. 10145. No último fim de semana, a Polícia Federal deteve em Foz do Iguaçu, no Paraná, o general paraguaio Lino Oviedo, havia meses foragido, e cuja prisão preventiva com fins de extradição tinha sido pedida pelo Paraguai. (...) Preso, ele poderá ser extraditado (...). A justificativa para a vírgula imediatamente posterior a “No último fim de semana” é a mesma que corresponde àquela posterior a “Preso”. RESPOSTA Temos dois termos acessórios da oração – o adjunto adverbial “No último fim de semana” e o predicativo “Preso” – deslocados da ordem direta, iniciando o período. É justificado, dessa maneira, o uso da vírgula nos dois casos. Certo. 10146. No apartamento no qual se escondia, foram encontrados um revólver calibre 38, dez telefones celulares e uma peruca. Se uma vírgula fosse inserida imediatamente após “apartamento”, as relações semânticas e sintáticas do período do texto seriam mantidas inalteradas. RESPOSTA Se for inserida uma vírgula após apartamento, a oração adjetiva “no qual se escondia” deixaria de ser restritiva e passaria a ser explicativa. Trata-se, portanto, de uma alteração sintática. Semanticamente, no entanto, não haveria diferença de sentido. Errado. 10147. Oviedo, que já comandou uma tentativa de golpe em 1996, é acusado de tramar o assassinato do vice presidente de seu país, Luis María Argaña, no ano passado. A vírgula após “Oviedo” não tem justificativa gramatical, já que a oração posterior introduz uma informação explicativa. RESPOSTA É justamente por representar uma informação explicativa que é necessário empregar a vírgula após “Oviedo” e após “1996”. A oração adjetiva “que já comandou... em 1996” é explicativa e isola o sujeito “Oviedo” do seu verbo “é”. Errado. 10148. Em “... Oviedo é o principal suspeito de ter planejado a última quartelada para derrubar o governo do presidente Luis González Macchi, há um mês.”, seria correto suprimir a vírgula. RESPOSTA A oração “para derrubar o governo do presidente Luis González Macchi, há um mês.” está na ordem direta (sujeito – verbo – complemento – adjunto). Sendo assim, a vírgula antes do adjunto adverbial “há um mês” não é mandatória. Ela é uma necessidade estilística, não sintática. Certo. 10149. O último período do texto – “O destino do general no Brasil está nas mãos do Supremo Tribunal Federal, responsável por julgar o pedido de extradição.” – poderia ser corretamente reescrito com a locução adverbial “no Brasil” entre vírgulas. RESPOSTA O adjunto adverbial “no Brasil” está deslocado da ordem direta, isolando o sujeito “O destino do general” e o verbo “está”. Sendo assim, seria justificado o emprego das vírgulas

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isolando “no Brasil”, embora não seja mandatório, uma vez que o adjunto adverbial tem curta extensão. Certo. (Papiloscopista Policial Federal – 2000 – CESPE) Considerando a tipologia do texto, julgue os seguintes itens. 10150. O texto não está estrategicamente bem definido, já que o fato de conter um único parágrafo não permite que haja uma introdução e uma conclusão do assunto. RESPOSTA Cada parágrafo, por ser uma unidade de composição do texto, também reflete uma estrutura composta de introdução, desenvolvimento e conclusão. No caso do texto, a introdução está compreendida em “A cooperação foi similar... a favor da democracia.”; o desenvolvimento, em “No último fim de semana... à vista de seus seguidores” e a conclusão, em “O governo brasileiro não podia deixar de prender... não é um alento à democracia”. Errado. 10151. Apesar de o texto ser informativo, há uma tomada de posição do autor desfavorável à ação da Polícia Federal brasileira e em solidariedade ao governo paraguaio. RESPOSTA Não há um posicionamento contrário à ação da polícia brasileira, e sim a favor. Isso é bem evidenciado nos trechos “O governo brasileiro não podia deixar de prender o general paraguaio.” e “Dar cobertura a golpistas, como Oviedo, não é um alento à democracia”. Errado. 10152. No texto, predomina a linguagem conotativa. RESPOSTA Predomina a linguagem denotativa, ou seja, grande parte dos termos está empregada em seu sentido literal. Há conotações discretas, como “abacaxi” e “quartelada”. Errado. 10153. Os três últimos períodos do texto – “Um dos compromissos dos países-membros do MERCOSUL é a adesão ao regime democrático. Dar cobertura a golpistas, como Oviedo, não é um alento à democracia. O destino do general no Brasil está nas mãos do Supremo Tribunal Federal, responsável por julgar o pedido de extradição.” – não mantêm uma sequência lógica com o restante do parágrafo. RESPOSTA Os três últimos períodos formam a conclusão do texto. Dado que Oviedo é um golpista e, portanto, um desrespeitador da democracia, chega-se à conclusão de que o Brasil não poderia se recusar a prendê-lo, sob pena de compactuar com atos que ameaçam os regimes democráticos nos países do Mercosul. Errado. (Papiloscopista Policial Federal – 2000 – CESPE) Nos itens seguintes, foi feita a reescritura de um período do texto. Julgue-os quanto à manutenção do sentido original e à correção gramatical. 10154. Segundo período: Foi detido, na semana passada, em Foz do Iguaçu, no Paraná, o

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general Lino Oviedo, que tinha sua prisão preventiva decretada pelo governo paraguaio. RESPOSTA No que se refere à correção gramatical, o trecho reescrito não apresenta imprecisões. Ocorrem, no entanto, alterações de sentido. Ao empregar “na semana passada”, não fica explícita a informação original de que a prisão havia se dado num fim de semana. Além disso, foi omitido o agente da ação “deter”, que, no trecho original, é representado pela Polícia Federal. Errado. 10155. Terceiro período: Encontraram-se, no apartamento em que se escondia, um revólver calibre 38, dez telefones celulares e uma peruca. RESPOSTA No trecho original, foi empregada a voz passiva analítica (“foram encontrados”). Já no trecho reescrito, foi empregada a voz passiva sintética (“encontraram-se”), mantendo-se a concordância do verbo “entregar” com o sujeito paciente composto “um revólver calibre 38, dez telefones celulares e uma peruca”. Nessa alteração, mantiveram-se a correção e o sentido originais. Certo. 10156. Quarto período: Acusa-se Oviedo, que, em 1996, já comandou uma tentativa de golpe, de tramar, no ano passado, o assassinato do vice-presidente de seu país, Luis María Argaña. RESPOSTA Nota-se o correto emprego da vírgula isolando os adjuntos adverbias deslocados da ordem direta “em 1996”, “no ano passado” e a oração adjetiva explicativa “que, em 1996, já comandou uma tentativa de golpe”. Além disso, é correta a flexão da forma verbal “acusa-se” no singular, pois esta concorda com o sujeito paciente “Oviedo”. Com essas alterações, mantêm-se a correção e o sentido originais. Certo. 10157. Quinto período: Ele poderá ser extraditado e, preso, levado para o Paraguai, lugar onde goza de grande simpatia popular e nenhuma do governo. RESPOSTA Há uma mudança de sentido no trecho reescrito, pois, no texto original, “preso” é uma condição anterior a extraditar. Assim, estando preso, é que Oviedo poderá ser extraditado. Perceba que, no trecho reescrito, não há essa relação de subordinação. Errado. 10158. Último período: O destino do general no Brasil, que é responsável por julgar o pedido de extradição, está nas mãos do Supremo Tribunal Federal. RESPOSTA A oração adjetiva “que é responsável por julgar o pedido de extradição” refere-se, no trecho original, ao “Supremo Tribunal Federal”. No entanto, no trecho reescrito, ela se refere ao general Lino Oviedo. Trata-se, assim, de uma alteração de sentido que torna a sentença incoerente, pois não é possível o próprio preso julgar seu pedido de extradição. Errado.

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Texto para as questões 10159 a 10183 Operação Paraguai O comissário Adelio Gray e o oficial Miguel Deguizamón desembarcaram, quarta-feira, 1º, de um helicóptero de combate em uma fazenda perto do município paraguaio de Capitán Bado, a poucos quilômetros da fronteira brasileira, prontos para uma guerra. Usando uniformes de camuflagem, armados com fuzis M-16 e pistolas 9 mm, eles comandam 30 homens da elite da polícia paraguaia que vasculham os 120 quilômetros que vão das cidades paraguaias de Pedro Juan Caballero a Capitán Bado. Gray é o diretor nacional de narcóticos, ligado diretamente à Presidência da República do Paraguai. Os policiais do serviço antidrogas, alguns treinados nos Estados Unidos da América (EUA), foram mandados de Assunção para ajudar a Polícia Federal (PF) brasileira em uma faxina inédita na fronteira entre os dois países. Procuram em particular um foragido brasileiro, o traficante carioca Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, ligado à quadrilha do ex-deputado Hildebrando Pascoal. Figurinha carimbada em festas e eventos em Capitán Bado, Fernandinho andava pela região em uma Blazer e uma Toy ota Ranger cercado de pistoleiros armados com metralhadoras Uzi. Até a semana passada, ele vinha-se escondendo em uma casa em Capitán Bado, cidade de dez mil habitantes separada apenas por uma rua de Coronel Sapucaia – MS. No bunker, a polícia só encontrou dezenas de cartuchos de fuzil e antenas de rádio. A poucos metros da sede da polícia de Capitán Bado, Fernandinho comandava a distribuição de cerca de 200 quilos de cocaína a cada 15 dias. Suspeita-se de que se tenha mudado para a Bolívia ou a Colômbia. Enviados pelo diretor-geral da PF, Agílio Monteiro, 60 agentes cercam a área que vai de Bela Vista a Salto do Guaíra. Dos dois lados, fazendas com pistas de pouso clandestinas tornam-se o esconderijo de armas e drogas. Nos últimos dias, brasileiros e paraguaios, com o apoio da Justiça, entraram em fazendas de empresários apontados como amigos de Fernandinho. Na segunda-feira, 29, a polícia paraguaia prendeu na cidade, por envolvimento com narcotráfico, um dos membros da família Morél, Israel, irmão de João e tio de Ramon, sócio de Fernandinho. A família Morél circula livremente entre Capitán Bado e Coronel Sapucaia. Ramon é presidente da Federação de Futebol de Salão de Capitán Bado, ligada à Confederação de Futebol da cidade, presidida pelo vereador paraguaio José Lescano. Proprietário de uma firma caseira de sofás, Lescano nega qualquer envolvimento com o narcotráfico e se diz surpreso com as acusações: “A gente ouve falar isso tudo, mas a polícia é que deve investigar, não eu. Eu confio na polícia”. IstoÉ, 8-12-1999 (com adaptações). (Papiloscopista Policial Federal – 2010 – CESPE) A partir da leitura do texto, julgue os itens que se seguem. 10159. Trinta homens da Polícia Federal paraguaia, treinados nos EUA, juntaram-se a uma equipe da Polícia Federal brasileira para combater o narcotráfico no município de Capitán Bado, no Paraguai. RESPOSTA Segundo o texto, apenas alguns homens do destacamento antidrogas foram treinados nos EUA, e não todos, como afirma a assertiva. Além disso, a operação que reuniu

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policiais brasileiros e paraguaios visava a fiscalizar a fronteira entre os dois países, combatendo o narcotráfico na região. Em particular, procuravam o foragido Fernandinho Beira-Mar. Errado. 10160. A ação conjunta Paraguai/Brasil é inédita e tem como foco a prisão de um bandido brasileiro conhecido como Fernandinho Beira-Mar. RESPOSTA É o que se afirma quase literalmente nas linhas 6 e 7: a operação que reuniu policiais brasileiros e paraguaios consistia numa faxina inédita contra o narcotráfico na fronteira entre os dois países e visava, em especial, capturar o foragido da polícia brasileira, Fernandinho Beira-Mar. Certo. 10161. Fernandinho Beira-Mar é visto constantemente em eventos públicos em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, por isso o governo brasileiro solicitou a colaboração da polícia paraguaia na captura do narcotraficante. RESPOSTA Fernandinho Beira-Mar é visto com frequência em festas e eventos em Capitán Bado, município paraguaio que fica a poucos quilômetros da fronteira brasileira. Errado. 10162. Há quinze dias, Fernandinho teria mudado para a Bolívia ou a Colômbia, já que a sede de suas ações com o tráfico de entorpecentes foi descoberta pela polícia de Capitán Bado. RESPOSTA Trata-se de uma leitura equivocada dos dois primeiros períodos do 2º parágrafo. Neles se diz que, a cada quinze dias, Fernandinho Beira-Mar comandava, a poucos metros da sede da polícia de Capitán Bado, a distribuição de entorpecentes na região. Suspeita-se que ele tenha se mudado para a Bolívia ou para a Colômbia, mas não se pode afirmar exatamente há quanto tempo. Errado. 10163. Depois do início da ação conjunta das polícias paraguaia e brasileira, várias fazendas já foram investigadas, mas Fernandinho Beira-Mar ainda não foi localizado. RESPOSTA Em “Nos últimos dias, brasileiros e paraguaios, com o apoio da Justiça, entraram em fazendas de empresários apontados como amigos de Fernandinho.”, afirma-se que policiais brasileiros e paraguaios já vasculharam fazendas de empresários apontados como amigos de Beira-Mar. No entanto, ele ainda se encontra foragido, suspeitando-se de que tenha se mudado para a Bolívia ou Colômbia. Certo. (Papiloscopista Policial Federal – 2010 – CESPE) Ainda com relação às informações do texto e às inferências que podem ser obtidas a partir de sua leitura, julgue os itens abaixo. 10164. Até bem pouco tempo antes da reportagem, Fernandinho Beira-Mar circulava livremente pelo município de Capitán Bado. RESPOSTA Fernandinho Beira-Mar era visto com frequência na região de Capitán Bado, andando em uma Blazer e em uma Toyota Ranger, cercado de capangas armados com

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metralhadoras. Há pelo menos uma semana da reportagem, ele se escondia em uma casa na região. Certo. 10165. Mesmo foragido, Fernandinho aparentava gozar de boas condições financeiras. RESPOSTA Afirma-se que Fernandinho Beira-Mar costumava comparecer com frequência a festas e eventos em Capitán Bado. Andava em carros luxuosos, sempre escoltado por vários capangas fortemente armados. Isso demonstra, de certa forma, o seu poderio financeiro. Certo. 10166. A região escolhida por Fernandinho para a distribuição de drogas apresentava condições favoráveis a esse tipo de atividade. RESPOSTA Os pontos de distribuição de drogas escolhidos por Fernandinho Beira-Mar dispõem de pistas de pouso clandestinas, que servem de esconderijo para armas e drogas, o que representa uma vantagem estratégica. Além disso, entende-se pelo texto que não eram comuns ações ostensivas na região por parte das autoridades, como a empreendida pelas polícias brasileira e paraguaia. Certo. 10167. Há suspeitas de que Fernandinho não agia sozinho, mas com o apoio de pessoas socialmente conhecidas na região e, até então, de comportamento ilibado. RESPOSTA Desconfia-se das ligações de Fernandinho Beira-Mar com figuras influentes da sociedade, haja vista a prisão de Ramon, sócio de Fernandinho e ligado ao vereador paraguaio José Lescano. Soma-se a essas desconfianças o fato de Beira-Mar andar livremente pela cidade de Capitán Bado, frequentando festas e eventos. Certo. 10168. O volume médio de tráfico mensal comandado por Fernandinho em Capitán Bado era de cerca de 400 quilos de cocaína. RESPOSTA No início do segundo parágrafo, afirma-se que, a cada 15 dias, cerca de 200 quilos de cocaína eram distribuídos. Se contabilizarmos o mês, teremos um valor aproximado de 400 quilos. Certo. (Papiloscopista Policial Federal – 2010 – CESPE) Com relação aos aspectos morfossintáticos do texto, julgue os itens que se seguem. 10169. O texto começa a ser contado no pretérito perfeito, passando, em seguida, a ter como referência o presente, o que configura um equívoco do escritor. RESPOSTA Não apenas o presente, como também o pretérito imperfeito são empregados no texto. O primeiro reforça a ideia do fato, do acontecimento; já o segundo faz referência ao costume, ao hábito. Não se trata de equívoco por parte do autor, e sim um recurso discursivo. Errado. 10170. Para que a ação que se refere aos policiais paraguaios e a seus comandantes estivesse no pretérito imperfeito, no segundo período, ele deveria ser reescrito da seguinte forma:

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Usando uniformes de camuflagem, armados com fuzis M-16 e pistolas 9 mm, eles comandavam 30 homens da elite da polícia paraguaia que vasculhavam os 120 quilômetros que vão das cidades paraguaias de Pedro Juan Caballero a Capitán Bado. RESPOSTA A ação “comandavam”, no pretérito imperfeito, tem como agente o pronome “eles”, que se refere aos comandantes da operação; já a ação “vasculhavam”, também conjugada no pretérito imperfeito, tem como agente os policiais paraguaios. Certo. 10171. Os policiais do serviço antidrogas, alguns treinados nos Estados Unidos da América (EUA), foram mandados de Assunção para ajudar a Polícia Federal (PF) brasileira em uma faxina inédita na fronteira entre os dois países. O termo “alguns” tem como referente Adelio Gray e Miguel Deguizamón, respectivamente, o “diretor nacional de narcóticos” e o “oficial” da polícia paraguaia. RESPOSTA O termo “alguns” se refere a “policiais do serviço antidrogas”, equipe comandada pelo oficial Miguel Deguizamón e pelo diretor nacional de narcóticos Adelio Gray. Errado. 10172. Procuram em particular um foragido brasileiro, o traficante carioca Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, ligado à quadrilha do ex-deputado Hildebrando Pascoal. A forma verbal “Procuram” concorda com o sujeito do período anterior. RESPOSTA Ocorre uma figura de construção denominada zeugma, que consiste na omissão de um termo ou expressão já mencionado no texto. No caso, esse termo é “Os policiais do serviço antidrogas”. Certo. 10173. Em “Suspeita-se de que se tenha mudado para a Bolívia ou a Colômbia”, o termo sublinhado tem como referente Fernandinho Beira-Mar. RESPOSTA O pronome “se” é reflexivo e se refere ao sujeito oculto Fernandinho Beira-Mar, explicitado no período anterior. Certo. (Papiloscopista Policial Federal – 2010 – CESPE) Com relação ao valor semântico das palavras e expressões empregadas no texto, julgue os itens a seguir. 10174. Em “Gray é o diretor nacional de narcóticos, ligado diretamente à Presidência da República do Paraguai.”, o termo “ligado” poderia, sem prejuízo semântico, ser substituído por pertencente. RESPOSTA O termo “ligado” tem significado mais amplo do que “pertencente”. Enquanto este dá a ideia de que Gray integra a equipe da presidência da República, aquele somente indica que as atividades de Gray respondem diretamente ao presidente do Paraguai. Errado. 10175. Procuram em particular um foragido brasileiro, o traficante carioca Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, ligado à quadrilha do ex-deputado Hildebrando Pascoal. O termo “foragido” poderia, sem prejuízo da informação, ser substituído por procurado.

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RESPOSTA Somente a expressão “procurado” não dá a dimensão exata de “foragido”, que significa “aquele que é procurado por fugir das autoridades da Justiça”. Errado. 10176. Figurinha carimbada em festas e eventos em Capitán Bado, Fernandinho andava pela região em uma Blazer e uma Toyota Ranger cercado de pistoleiros armados com metralhadoras Uzi. A expressão “Figurinha carimbada” poderia ser substituída por Sempre presente, sem prejuízo semântico. RESPOSTA A gíria “figurinha carimbada” está empregada em sentido conotativo e se refere a algo que tem presença marcante e costumeira. Assim, não ocorre prejuízo de sentido se a substituirmos por “sempre presente”. Certo. 10177. Dos dois lados, fazendas com pistas de pouso clandestinas tornam-se o esconderijo de armas e drogas. O termo “clandestinas”, no texto, é o mesmo que ilegais. RESPOSTA O termo “clandestinas” significa “às escondidas”, devido ao fato de não estar de acordo com a legislação nem ter obtido autorização para estar naquele local. Certo. 10178. Nos últimos dias, brasileiros e paraguaios, com o apoio da Justiça, entraram em fazendas de empresários apontados como amigos de Fernandinho. O termo “apontados” poderia ser substituído por conhecidos, sem prejuízo semântico. RESPOSTA Quando se usa “conhecidos”, dá-se a entender que os empresários já eram associados a amigos de Beira-Mar pelas pessoas da região. Quando se usa “apontados”, dá-se a entender que os empresários estão sendo acusados de serem amigos de Beira-Mar. Errado. (Papiloscopista Policial Federal – 2010 – CESPE) Considerando a tipologia do texto, julgue os itens abaixo. 10179. O texto tem características de uma dissertação argumentativa. RESPOSTA O texto não possui características argumentativas – não há uma defesa de posicionamento – nem analisa um tema. Há sim características narrativas, que o aproximam do gênero textual notícia. Errado. 10180. O primeiro parágrafo introduz a tese de que o Paraguai e o Brasil precisam trabalhar juntos para que se resolvam problemas em relação ao tráfico de drogas nos dois países. RESPOSTA Não há no texto uma menção a um posicionamento, uma vez que o texto não se mostra com características argumentativas. Há somente um relato de um fato: policiais brasileiros e paraguaios atuaram em conjunto no combate ao narcotráfico. Errado. 10181. O segundo parágrafo desenvolve a argumentação, com linguagem conotativa, de que é possível viver bem, mesmo foragido, na fronteira paraguaia, já que não há coibição por parte da polícia de lá. RESPOSTA Há dois equívocos presentes nessa afirmação: a) Não há argumentação – defesa de posicionamento –, e sim apenas um relato de um fato;

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b) A linguagem desenvolvida no 2º parágrafo é predominantemente denotativa, ou seja, as palavras e os termos estão empregados em seu sentido literal. Errado. 10182. O terceiro parágrafo constitui-se da conclusão do texto, com referências à ação da polícia e com a possível inferência de que Fernandinho Beira-Mar será brevemente localizado. RESPOSTA Não se tem uma conclusão no 3º parágrafo, pois as informações nele presentes não são deduções do que foi exposto nos parágrafos anteriores. O que se tem é tão somente um desfecho de um relato. Além disso, não se pode inferir que Beira-Mar será brevemente localizado, pois não há informações explícitas nem implícitas que corroborem com essa dedução. Uma inferência possível é que pessoas influentes podem estar ligadas a Fernandinho Beira-Mar. Errado. 10183. O texto tem linguagem contemporânea e direta. RESPOSTA A maioria dos períodos do texto não apresenta grandes inversões sintáticas, o que torna a leitura mais fácil e fluente. Não é necessário um grande esforço de interpretação, pois o vocabulário empregado é de comum conhecimento e os períodos são construídos com clareza. Essas características permitem associar esse texto ao padrão contemporâneo dos textos jornalísticos, que exploram a objetividade e simplicidade. Certo.__

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