7_texto3_lutas de liberta+º+úo[ciclo2_bim3].pdf

22
1 Verônica Moreira dos Santos Pires (coord.); Ana Lúcia Vieira; Carlos Henrique Souza; Claudiane Torres da Silva; Luciana Lamblet Pereira; Reginaldo Scheuermann Costa. História 3º Ano do Ensino Médio 3º Bimestre 2º Ciclo

Transcript of 7_texto3_lutas de liberta+º+úo[ciclo2_bim3].pdf

1 Vernica Moreira dos Santos Pires (coord.); Ana Lcia Vieira; Carlos Henrique Souza; Claudiane Torres da Silva; Luciana Lamblet Pereira; Reginaldo Scheuermann Costa. Histria 3 Ano do Ensino Mdio 3 Bimestre 2 Ciclo 2 Caroprofessorcursista,apropostadestaetapadeestudorepensaroprocesso de independncia do mundo afro-asitico, trazendo discusso a crtica sobre a ideia de descolonizaoesuasimplicaestericasepolticas.Pois,aindahoje,lideramas verseseurocntricasdoprocessoconhecidopordescolonizaodasiaedafrica. H, inclusive, os que reconhecem a crueldade de alguns colonizadores, mas valorizam a figura dos homens de boa vontade empenhados em promover a misso civilizadora. Tal misso civilizadora, definida pelo termo colonizar, segundo os colonizadores, era levar a civilizao aos que no a conheciam, ou seja, levar escolas, hospitais, erudio, novos costumes,desenvolvimentocientficoetodoolegadodochamadohomembranco. (LINHARES, 2009, p. 235). ChamaatenoacontribuiodeEdwardSaid(2007)acercadassociedades consideradasdistantesdacivilizaoeuropeia.Oautorpropeoutraperspectiva,ao analisar as sociedades no ocidentais. Em sua obra, considerada um clssico, publicada originalmente em 1978,encontramos um princpio que nosajudaa pensar nosso tema. Pois,segundoSaid,oOrienteumainvenodoOcidente.Nessesentido,parece oportunorefletirsobreasdinmicasinternasdassociedadesenvolvidaspeloimpulso colonizador europeu. Descolonizaoumconceito;delimitamundoseagregavaloresdeuma cosmovisoespecfica.Seuuso,isentodereflexocrtica,podeencobrirumaviso Conversa Inicial 3 estereotipadadecertassociedades,tornando-aspassivasedependentesdaao unilateral do dominador. Valeressaltarqueospasescolonizadosdafricaedasiaencerramuma histria vasta e anterior ao legado colonialista. E com base nessa premissa que nossa discussoseguir.Cientesdaimpossibilidadedeabordarotemaemtodaasua dimenso,aescolharecaiusobredoisprocessosespecficosdelibertaonacional, AngolaeVietn,umafricanoeumasitico,respectivamente.Importafrisarqueo contextoexternonoserignorado,soboriscodetornarnossasreflexes desconectadas do processo histrico como um todo. 4 Da descolonizao s lutas de libertao nacional Prezado professor, sabemos que o processo de colonizao ocidental da frica e da sia ocorreu em duas diferentes conjunturas. A primeira, iniciada em fins do sculo XV, esteve marcada pelas Grandes Navegaes, pelo perodo histrico conhecido como Antigo Regime e pelas prticas mercantilistas. Impulsionado pela formao dos Estados Nacionais europeus, esse processo de dominao envolveu de incio a pennsula ibrica e, posteriormente, outros pases europeus, como a Frana e a Blgica.O segundo contexto, identificado com o sculo XIX, relacionava-se ao processo deformaodocapitalismomonopolista,consequnciadaassociaoentrecapital produtivoecapitalbancrio.OImperialismofoiasadaencontradaparaacrise econmica da dcada de 1870. Os objetivos eram, entre outros, a obteno de matrias-primas abundantes e baratas, o investimento de capitais excedentes, a utilizao de mo deobrabarata,bemcomoaamenizaodastensessociaisinternasnaspotncias capitalistas. Em se tratando do segundo contexto, as relaes entre metrpoles e colnias, os processos de dominao, a transformao em protetorados ou, por exemplo, as reas de influnciasodistintasecomplexas.Esseselementosvariaramdeacordocomo tempo e o espao, formando diferentes nveis de interao. Os acontecimentos na China sederamdeformadiferenciadadoprocessodedominaodoCongo.Arelaoentre Moambiqueesuametrpoleportuguesanoseassemelhavaconjunturaindianaem relao aos ingleses.Assim,damesmaformaqueosprocessosdedominaoocorreramem conjunturasespecficas,masdemaneirasvariadas,osmovimentosdeemancipao tambm o foram. Revisitando 5 Durantemuitotempo,eaindahoje,oprocessodeemancipaodascolnias europeias foi visto a partir do contexto metropolitano e dos conflitos da Guerra Fria. Os elementos norteadores para a compreenso da crise do Imperialismo eram: - o enfraquecimento das potncias aps a Segunda Guerra Mundial; - a utilizao, por parte dos pases Aliados, do epteto de defensores da liberdade; - a formao da Organizao das Naes Unidas(ONU) com o discurso de autodeterminao dos povos; -eosinteressessoviticoseamericanosnatransformaodascolnias em novas reas de influncia. Destemodo,assimcomooprocessodecolonizaoeraentendidoapartirda ao da metrpole, o contexto de independncia tambm o era. Exemplo dessa viso se encontranaclssicadivisoentredescolonizaopacfica,descolonizaoviolentae descolonizao tardia. A primeira englobaria os pases que se tornaram livres atravs da concessodaliberdadeoutorgadapelametrpole,como,emgeral,apresentadono casodandia.Nestaviso,amanutenodacolniateriapesadoaoscofresingleses, quepreferiramconcederaliberdadeaosindianos,mantendo-osdependentes economicamente. O segundo tipo de descolonizao seria aquele realizado atravs da guerra entre colonosemetrpoles,consequentenegaodestasltimasemaceitaraseparao, como teria ocorrido, sob essa tica, com a Arglia. Segundo esta hiptese, os franceses teriam se enraizado na colnia e se negavam a abandonar suas casas e propriedades aos argelinos. Jadescolonizaotardiaabarcariaogrupodecolniasquesetornaram independentesnadcadade1970,casodasregiesqueviviamsobodomnio portugus. Essas emancipaes seriam fruto do desgaste do regime salazarista, aliado insatisfaodosportuguesescomosgastosmilitaresparaamanutenodascolnias africanas. Semnegaraimportnciadocontextointernacional,parcelaimportantedos novosestudosbuscacompreenderesteprocessoapartirdasquestesinternass colnias.Emprimeirolugar,taisestudosevitamutilizarotermodescolonizao, acreditando que este confere s metrpoles o papel de nicas protagonistas no processo. 6 Portanto,defendemautilizaodaexpressolutasdelibertaonacional,emuma mudana de perspectiva que valoriza o contexto regional, ou seja, da colnia. Emsegundolugar,osestudosapontamparaanecessidadedecompreendermos que, se o processo de libertao ganhou novo impulso aps a Segunda Guerra Mundial, elenonasceuali.Muitaslutasjvinhamsendotravadaspelospovoscolonizados, reafirmandosuainsatisfaoperanteadominaometropolitana,comonocasoda GuerradosCipaios(1857-1858),nandia,edomovimentopacifistalideradopor Gandhi. Essasanlisesquepartemdosingularparaocontextogeraltrazemmais complexidadequestoenosajudamadescortinartantooprocessodedominao, quantoaslutasdeindependncia.Almdisso,levamemconsideraoosmovimentos queultrapassaramoslimitesterritoriaiseganharamdimensointernacional,comoo caso da Conferncia de Bandung, do Movimento Negritude e do Pan-Africanismo. Assim,nossapropostadiscutirdoisestudosdecasosobreessecomplexo movimentodeindependncia,levandoemconsideraotantoaconjunturainterna, quanto as presses e os conflitos do contexto mundial. Lderes afro-asiticos na Conferncia de Bandung (1955) Fonte: http://www.historiasiglo20.org/GF/descolonizacion4.htm. ltimo acesso em: 03 mar. 2013. 7 Sobre o Movimento Negritude NaFranadoentreguerras,estudantesuniversitriosnegros,oriundosdas colnias francesas, iniciaram um movimento de contestao ao discurso universalizante domodelodecivilizaoocidental(brancaeeuropeia).Essesjovensescreveram artigoseobrasliterriasemquecondenavamomodeloculturalimpostopelas metrpolesereivindicavamumaimagempositivadacivilizaoafricana.Aomesmo tempo,denunciavamadominaoeopressoeconmicaeculturaldocapitalismo colonialista.Seantesseconfiguravacomoumamobilizaocultural,oMovimento Negritude ampliou seu alcance geogrfico, bem como a abrangncia de suas crticas assumindoodiscursoanticolonialistaedesuaao,umavezqueseusintegrantes tornaram-sediplomatas,deputadosoumesmopegaramemarmasnalutapela libertao nacional de seus pases. Sobre a Conferncia de Bandung EmAbrilde1955,vinteenovelderesdepasesafricanoseasiticosse reuniramnacidadedeBandung,naIndonsia,comoobjetivodeafirmarseus posicionamentoscontrriosaocolonialismoediscriminaoracial.Nessa ConfernciatambmforamlanadasasbasesdoMovimentodosPasesNo-Alinhados, ou seja, os pases que negavam declarar-se alinhados ao bloco capitalista ou aoblocosocialista.Comessaposio,pretendiamafastarqualquertentativade ingernciadosEstadosUnidosedaUnioSoviticanasquestesnacionaisdeseus pases. Para saber mais: DOMINGUES, Petrnio. Movimento da Negritude: uma breve reconstruo histrica. Mediaes Revista de Cincias Sociais, Londrina, v. 10, n. 1, p. 25-40, jan.-jun. 2005. Disponvel em: www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/.../2137/2707. ltimo acesso em: 24 mar. 2013. MARQUES, Adhemar Martins. Histria do tempo presente. So Paulo: Contexto, 2003. Textos e documentos. 8 Uma breve reflexo acerca das sociedades afro-asiticas no sculo XX Descolonizaooulibertao?Apesardasemelhanatemticaentreestas expresses,oquesepretendeproblematizaressaaparenteaproximao.Aideiade descolonizaoimplica,decertaforma,privilegiaromodelotradicionalpeloquala histriadassociedadesafro-asiticasvemsendonarradapeloOcidente.Umahistria muitasvezescontadaapartirdoparadigmacientificistadosculoXIX,ancoradanos pressupostosdaracionalidademodernaquecolocounossadisciplinarefmda objetividadedasfontesoficiais.Assim,sobessalgica,anoodedescolonizao insinuariaainaodassociedadescolonizadaselhesnegariaodireitodeconstruira prpriahistriaconsiderandoumpassadoanteriorpresenaeuropeia.Ademais,um dosimperativosdacolonizaoocidentaldosculoXIXeraaniquilarasformasde organizaosocialpreexistentes,atravsdeesforoslegitimadospelaracionalidade cientfica. Jotermolibertaonosremeteaodaquelequeselibertou.Podeparecer queolimiteentreasnoesdedescolonizaoedelibertaosejatnue,edefato. Entretanto, quando pensamos nas diversas lutas de libertao nacional, ou seja, quando focamosnaaodecadasociedadecolonizadadoperodo,percebemoscommaior clarezaessadistinoentreostermos.Dessaforma,cientesdaimpossibilidadede abordar a questoafro-asitica caso acaso, o que propomos, prezado professor, uma brevereflexoarespeitodetocomplexosediversificadosprocessos,atravsda abordagem do caso africano e do caso asitico, a saber: Angola e Vietn. Repensando 9 O caso Angolano e a libertao da frica Portuguesa O levante dos trabalhadores das fazendas de algodo da Baixa do Cassange, em 1961, costuma ser entendido pelos prprios angolanos como o marco inicial da sua luta porlibertaocontraodomnioportugus.Diantedosbraoscruzadosdaquelesque protestavamcontraasterrveiscondiesdetrabalho,aPolciaInternacionalede DefesadoEstado(PIDE)apolciapolticasalazaristaenviousautoridades portuguesas um relatrio sobre os recentes acontecimentos, no qual uma nota nos chama a ateno: Supe-se,contrariamenteaoquesepresumenapresenteinformao, queaculturadoalgodofosseopretexto.Acausa,deorigens absolutamentesubversivas,temdesefiliarnummovimento internacional,combasenosmovimentosdeindependncia. (MENESES, 2011, p. 504) Relatrios posterioresreafirmaramassuspeitasdequetaisprotestosestavam ligados aos movimentos de carter independentista espalhados pela colnia portuguesa. Como afirma o historiador Filipe Ribeiro de Meneses (2011), desde a dcada de 1950, relatriosdaPIDEapresentavampreocupaescomasinflunciasdospases emancipadossobresuascolniasafricanasecomaexpansodasrdiosclandestinas, taiscomoaVozdePortugalLivreeRdioMoscou,emterritrioangolanoque espalhavamseusdiscursosanticolonialistas.Jemmeadosde1960,aPolcia portuguesarelatava,estarrecida,achegadadearmamentosprximofronteira congolesa, com vistas ao trfico para os grupos opositores angolanos. Sabemosquemovimentosdelibertaonoseorganizamesearmamdodia para noite, mas, ao contrrio, demandam tempo e contexto propcio para iniciarem suas lutas.Nestesentido,estudosrecentesprocuraramcompreenderaprofundidadedesse longoprocessodeconstruodelutadelibertaonacional,especialmenteapartirde conjunturasinternasscolnias.nestaltimaperspectivasem,noentanto, subestimar a importncia do contexto externo que nossa exposio se apoiar. SegundoLeilaHernandez(2008),asformasdetrabalhocompulsrioeo confisco de terras, intensificados em fins do sculo XIX pelas autoridades portuguesas, incentivaram movimentos de resistncias e revoltas ainda no incio do sculo XX, como nos anos de 1902, 1913e 1917.Tal contexto se tornou ainda mais complexo quando Portugal, em 1915, promoveu o avano da colonizao em territrio angolano para alm 10 dos 700 quilmetros da costa, encorajando o crescimento da populao branca no local, a qual viu seu efetivo aumentar em quatro dcadas de nove mil para quarenta e quatro mil colonos brancos. Ahistoriadoratambmressaltaaformao,nesseperodo,deassociaes crioulasquecontestavamaofensivacolonialportuguesaeapresentavamcarter assistencial, recreativo, mutualista e religioso, destacando a Liga Angolana (1912) e o GrmioAfricano(1913).Contudo,aindasegundoHernandez,acapacidadede mobilizao e a radicalizao do discurso, que passa do reformismo para a contestao dostatusdecolnia,sederamespecialmenteaps1945,quandodaexpansode organizaes intelectuais e da formao de diversas organizaes polticas clandestinas ouno,taiscomo:oComitFederaldoPartidoComunistaPortugus,oExrcitode LibertaodeAngola(ELA),oMovimentodeLibertaoNacional(MLN),oPartido Comunista Angolano (PCA), o Movimento de Libertao de Angola (MLA), o Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola (Plua), entre outros. Suas propostas por muitas vezesdivergiam,algumasorganizaesrapidamentesedesfizeram,outrasse fortaleceram, e outras tantas se unificaram. No entanto, o que importante destacar aqui oprocessodeorganizaointernadosangolanoscomvistasemancipao.(HERNANDEZ, 2008, p. 259). Nacontramodessesmovimentosedeumdiscursointernacionaldefensorda autodeterminao dos povos, o discurso portugus colonizador ganhou novos traos no intuitodemanter-seforteosuficienteparaconterodescontentamentopopular. Renomados intelectuais,tais como GilbertoFreyre,vierama cumprir papel importante nessatarefadelegitimaroimprioportugusesuasreformas.Oconceito lusotropicalismo,porexemplo,foicunhadonessecontexto.Oobjetivoerarenovara imagemdametrpolecomaideiadequeoportugusseriaomelhorcolonizador,em virtudedofatodetercriadomecanismosdemestiagemeassimilaoculturaldos colonos.OsconflitosaumentaramquandoAntniodeOliveiraSalazar(1932-1968) incentivouaimigraoportuguesaaps1960,nointuitodeminarasmanifestaesde libertao.IntegrantesdaCasadeEstudantesdoImprio,quandoretornavamda metrpole, traziam ideais de libertao, aos quais se mesclaram as manifestaes locais que, por sua vez, tambm questionavam a dominao colonial. 11 PauloVisentini(2012)propecompreendermososprocessosdeindependncia ocorridos em Angola, Moambique e Etipia no apenas do ponto de vista de uma luta de libertao nacional, mas tambm como revolues socializantes que transformaram o contexto interno destas regies e perturbaram o equilbrio internacional construdo pela Guerra Fria.Neste sentido, o conturbado contexto africano teria sofrido influncia das disputasinternacionais,mastambmasteriainfluenciado,emumprocessodialtico que pode ser visto entre as prprias naes africanas: [...]asrevoluesafricanasalteraramoprecrioequilbrioqueiase estabelecendoentreosjovensefrgeisEstados,gerandoumamplo efeito desestabilizador. A porosidade das fronteiras (que muitas vezes separavam um mesmo povo), bem como o efeito demonstrao que esses movimentos desencadeavam nos Estados vizinhos, perturbavam gravementeaestabilidade desuaseliteseas relaes delas com suas ex-metrpoles. (VISENTINI, 2012, pgs. 29 e 30). Segundoohistoriador,asrevoluesafricanascontriburamparaaquedade ditaduraseapromoodeprocessosdedemocratizaodentroeforadocontinente africano,almdetornarmaiscomplexasasrelaesinternacionais,comonocasode Angola,ondeaajudacubanasefezintensamentepresenteatravsdearmas, guerrilheiros, e at mesmo alfabetizadores, ou como no discurso de no alinhamento. NocasoespecficodeAngola,diversasorganizaesdesencadearamaluta contraosportugueses,ondemaistardeprevaleceriamtrsgrandesorganizaes:a Frente Nacional de Libertao de Angola (FNLA), sob a liderana de Holden Roberto; o Movimento Popular de Libertao de Angola (MPLA), liderado por Agostinho Neto; e aUnioNacionalparaaIndependnciaTotaldeAngola(Unita),criadaporJonas Savimbi.Deformageral,aFLNAeaUnitaeramcorrentespr-ocidentaise sustentavamumdiscursomaismoderadocomoviadeconstruodeumEstado independente. Enquantoa primeira recebia apoiodos governos estadunidense e chins, asegundacontavacomaajudadafricadoSul,desetoresdapolciapoltica portuguesa,etambmdaChina.JoMPLApossuaorientaomarxista,fora amplamenteapoiadaporCubaepelaUnioSovitica,eposteriormentetambmpelo governochins.OutradiferenamarcantedoMPLAeraadefesadaunioentreos angolanos.Emvistadanecessidadedesuperardivergnciaslocais,tribais,tnicase religiosas, e com o fim ltimo da emancipao de Angola e da construo de um Estado 12 socialista,omovimentoseafastoudosdiscursostnicoseregionaisquemarcaramos demais movimentos de emancipao. Noesteiodolevantedostrabalhadoresdasfazendasdealgodo,anteriormente citado,surgiramnovasmanifestaeserevoltas,especialmenteemLuanda.Tais movimentosforamduramentereprimidospelasautoridadesportuguesas,promovendo no o recuo do processo de luta, mas o seu avano. Assim, em 1961, teve incio o que mais tarde ficou conhecido como a Primeira Guerra de Libertao de Angola, a qual se arrastariaportodaadcadade1960.Nessemomento,Angolaseviudivididaentreos diversos movimentos de libertao e a insistente presena do colonizador portugus. Foi nessecontextotambmquealianasentrepasesemovimentosafricanosforam construdas e consolidadas, como no caso do apoio ao MPLA concedido pela Zmbia e pela Tanznia, que permitirampermitiu o desembarqueem seus portos de armamentos enviados da China e da URSS.Com o fortalecimento blico e territorial dos movimentos de libertao, o apoio internacional luta de independncia e a crise militar em Portugal que desembocou na Revoluo dos Cravos, a resistncia angolana colonizao portuguesa obteve xito em sua Segunda Guerra de Libertao de Angola, alcanando sua emancipao em 1975. Alm da participao dos diferentes grupos tnicos nos quadros dos movimentos delibertao,outroaspectoimportantefoiaparticipaofemininanaslutasde libertao. Em geral, a participao das mulheres passou pela fase da luta pela soberania (docombatepelaindependncia);doexercciodasoberania(dousodopoderpelo Estado);edarepresentaodasoberanianoestrangeiro(dasrelaesentreEstados). (MAZRUI, 2010, p.19). EmAngola,noregimecolonial,asmulheresdesempenharampapis sensivelmentediferentes,dependendodomovimentodelibertaoemqueestavam inseridas.OMPLAtraziafortemarcamultirracial,comseusbatalhesmistos;o marxismoleninismoeamultiplicidadeculturalofereciamaoportunidadeda participaofemininaemseusquadros.OFNLA,porsuavez,utilizavaoslaos matrimoniais para forjar suas alianas militares. Isto posto, a insero das mulheres nos quadrosdosmovimentospolticosdaantigacolniaportuguesamostraoquantoas particularidadesculturaisdosnativosinfluenciaramomovimentodelibertao. (MAZRUI, 2010, p. 23). 13 A luta pela libertao de vrias colnias da frica e da sia representou parte de umprocessodedeslocamentodeidentidadesinternaseresistnciacontraos preconceitosraciaisedegnero.Ocasoangolanotrazestamultiplicidade,mostrando que,apesardasinterfernciasexternas,taiscomooapoiodosEUAedaURSS,a resistncia ao colonialismo foi marcada por questes culturais e polticas carregadas de caractersticas nativas, as quais j esboavam seus traos de contestao ainda no incio do sculo XX, bem antes da Guerra Fria. Segunda Guerra pela libertao de Angola 1975 Foto de Sebastio Salgado. Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40141997000200002&script=sci_arttext. ltimo acesso em: 03 mar 2013. O Vietn diante dos franceses, dos japoneses e dos norte-americanos NosculoXIX,ointeressepeloVietnvinhadosfranceses.Desdeos primeirosmovimentosnosentidodecontrolararegio,percebe-seaformaode movimentos nacionalistas por parte das camadas vietnamitas mais intelectualizadas. Nas palavras de Carlos Leonardo B. da Silva:[...] no raras vezes os franceses eram comparados com inimigos que foramderrotadosemtemposidos.Dondeprosperouomitoda imbatividadedohomemvietnamitaque,alis,foramobilizadoem largaescalanosculoXX,especialmentepocadoconfrontocom os norte-americanos. (SILVA [et al.], 2004, p. 409). 14 Sabemosqueasideiasnacionalistas,dentrodessecontexto,noso prerrogativadospasescolonizados,masdoscolonizadores.Contudo,asviagens realizadasporvriosindivduosdemltiplascolniastornaramodiscurso anticolonialistaeuropeubastantefamiliarforadesuafronteira.Quandofocamosno Vietn,afiguradeHoChiMinquechamamaisateno.Valeressaltarqueessa liderana, nascida em 1890, oriunda de famlia letrada e cultivou forte posicionamento negativo diante da dominao francesa;oestadista vietnamitachegoua serexpulso da escola,aindaadolescente,pordistribuirpanfletosquefomentavamaemancipaodo Vietn. No mais, lecionou e, entre outros trabalhos, viajou o suficiente para amadurecer suasconvices.Noanode1923,HoChiMinhdeixousuasatividadesemParisefoi para Moscou. Asiniciativascontrriaspresenafrancesanascolniasnoeram exclusividadedeHoChiMinh.NaCochinchina,chamaaatenoomovimento religioso intitulado Cao Dai, de influncia budista, dentre outros. Nas palavras de Marc Ferro: [...] Era um movimento associado a seitas antifrancesas, como os Hoa hao. Por ltimo, a Frente Democrtica indochinesa, dirigida por Phan VanDongeVoNguyenGiap,eraafachadalegaldeumpartido comunistaproibidoeaoqualbrevementesealiariaHoChiMinh. Grupos trotskistas tambm eram ativos em fins dos anos 30. (1996, p. 303). Em1940,naesteiradaofensivanazistasobreaFrana,oJapoinvadiua Indochina,tornandoasituaodaregioaindamaisdelicada.Em1941,depoisde praticamentetrsdcadasafastadodaregio,HoChiMinretornouelideroua organizao da Liga de Independncia do Vietn, comumente conhecida por Viet Minh. Novamente com Ferro (1996, p. 303): No Vietn, as vitrias do Japo encorajaram os movimentosindependentistas[...].ALigacompsoExrcitodeLibertao,quepor suavezseconstituaemumalargafrentedegruposguerrilheiros.[...]Oobjetivodo VietMinheracombaterosantigoseosnovosinvasores,respectivamente,francesese japoneses. (SILVA [et al.], 2004, p. 409). Diantedaadversidadedasituaofrancesa,emrazodaguerramundialem curso,oJapopartiuparaumaofensivademaiorenvergadura:colocouumimperador nopodereconcedeuaindependnciadoVietn.Tologo,oquesepercebequea 15 independnciaconcedidaeraapenasformal,poisosjaponesespermaneceramno controledeimportantessetoresdopas.Naesteiradosacontecimentos,oquese evidenciaquetambmoJaposeencontravafragilizadoemresultadodacampanha vitoriosa dos Estados Unidos no Pacfico, que culminou com o lanamento das bombas atmicas sobre Hiroshima e Nagasaki e a consequente capitulao do pas. Istoposto,nodeestranharqueaFranadesejasserestaurarseupoderno Vietn.Contudo,apsdecisodeumadasconfernciasdops-SegundaGuerra,dessa vezoterritriofoidividoentreoschineses,contempladoscomoNortedopas,eos inglesesnocontroledoSul.[...]ParaHoChiMinherainadmissvelquequatro nacionalidadesseassenhorassemdopas:franceses(quepaulatinamentereassumiriam seus postos), japoneses remanentes, chineses e ingleses. (SILVA, 2004, p. 410). Areaodoldervietnamitanotardou.Comarennciadoimperador japons,em1945,imediatamenteHoChiMinhproclamaaRepblicaDemocrticado Vietnebuscaapoionorte-americano.Todavia,HarryTrumanapontavaparaoutros interesses e apoiava a reocupao francesa do pas. De acordo com as decises tomadas na conferncia, a mesma que introduziu a ChinaeoJapoemterritriovietnamita,em1946estavaprevistaeleiopresidencial no pas. Ho Chi Minh venceu o pleito com algo em torno de 90% dos votos. [...] No demorou muito para que o lder vietnamita percebesse que os francesesnoaceitariamumgovernantedeorientaocomunistano pas. Na mosca. Os franceses reforaram seus contingentes em Saigon, eobrigaramoshomensdoVietMinhaabandonaremvriasreas urbanasnosarredoresdacidadeealhures.(SILVA[etal.],2004,p. 410). Eraoprennciodeumaguerra.Guerraesta,conhecidacomoGuerradaIndochina (1947-1954),quepodesertraduzidacomoumconfrontotosangrentoparaos vietnamitasquantoparaosfranceses,duranteoqualfoiutilizadoumdossmbolosde destruio mais respeitado do sculo XIX, o napalm. MesmocomavantagemtecnolgicadaFrana,oconfrontofoivencidopelo Vietn.SobaticadeSilva,umprimeiroequvocodosfrancesesfoidesconsideraras questesgeogrficasdareaondeabatalhafinalfoitravada(montanhas,chuvas praticamentecontnuas,neblina);nomenosdecisivofoiodesconhecimentoda capacidadelogsticadoVietMinh.[...]Osguerrilheirosdesmontavamaspeasda artilhariaelevavam-nasemcarrinhosfeitosapartirdebicicletasantigasportrilhas abertas nas montanhas [...]. (SILVA, 2004, p. 410). 16 A partir da derrota francesa, a questo indochinesa entra na pauta da Conferncia deGenebra(1954).ComoresultadodaConfernciatem-seoVietndivididoemduas partesgeograficamenteconhecidascomoVietndoNorte,sobabatutadeHoChi Minh,deorientaocomunista;eVietndoSul,lideradopelasideiasdogovernodos EstadosUnidos.NgoDinhDiemrepresentavaainterferncianorte-americananopas; nasequncia,novastensesacometeramoNorteeoSul.Umamaterializaodo perodo que ficou conhecido como Guerra Fria. PoucoantesdeJohnF.Kennedytornar-sepresidentedosEstadosUnidos (janeirode1961),algumaslideranassulistascriaramaFrentedeLibertaoNacional doVietndoSul.AFrenteeracompostaporopositoresdeDiem,aliadonorte-americano,edesejavaareunificaodopas.Emresposta,areaodeKennedyfoi, entreoutrasmedidas,aumentarocontingentedeconselheirosmilitaresnaregioe organizarplanosdeaocoordenadacompostaporvietnamitasdoSulenorte-americanos. Segundo Luiz Alberto Moniz Bandeira: Kennedy,haviamuitotempo,entendiaqueoavanodaUnio SoviticaedaChinanoseprocessariapormeiodeaoblica tradicional,ounuclear,masatravsdaguerradeguerrilha[...]Sabia queaguerradeguerrilhaeraessencialmenteumaguerrapoltica. PercebeuacompetiocomaUnioSoviticaeasguerrasde libertaonacionalcomodoiscamposdebatalhadaGuerraFria. (2005, p. 250). A impopularidade de Diem era crescente e, em 1963,o lder assassinado. Em seguida ao assassinato de Diem, ocorreu o assassinato de Kennedy. O novo presidente, LyndonB.Johnson,noarriscouumaatitudebeligerante,masnoignoroua instabilidade poltica vivenciada pelos sul-vietnamitas. To logo seu xito nas urnas foi assegurado,asaesnorte-americanas,respaldadasnasuperioridadetecnolgica, sofrem forte incremento. Por mais que o poder de destruio da artilharia norte-americana fosse elevado, os soldados no foram treinados para enfrentar os experientes guerrilheirosdoVietMinhhomensqueconheciamoteatrode operaescomo apalmadamo.Ao chegar no territrio inimigo, os GIs[soldadosnorte-americanos]sedeparavamcominmeros atiradoresquedesapareciamnosvriostneis[...].Taistneis possibilitavamumamobilizaoimpressionantequeosfrancesesj tinham sentido na pele. (SILVA [et al.], 2004, p. 411). 17 Marcha sobre o Pentgono contra a Guerra do Vietn (Outubro/1967). Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Pentagon. ltimo acesso em: 03 mar. 2013. maiscomumdoqueseimaginaoequvocoemrelaoaumadasfotosda GuerradoVietnmaisveiculadasnamdia.Emgeral,afotodePhanThiKimPhuc, vtimadeataquecomNapalmem1972,confundidapornossosalunos.Aimagem comumente associada aos ataques nucleares realizados sobre Hiroshima e Nagasaki, em 1945.Umaboasadaparaessaquestoseriaexibirafotodeformapontual,ouseja, associando-a ao seu contexto especfico e explanar detalhes sobre sua vida desde ento. De forma sumariada, Phan Phuc estudou medicina em Cuba, onde conheceu seu marido. Casada,foimorarnoCanade,nadcadade1990,seapresentoucomoativistade direitoshumanos.Porfim,criouumafundaoetornou-seembaixadoradaBoa Vontade da UNESCO. 18 Correndosemroupanocentroesquerda,KimPhucfoi fotografada logo depois que a fora area Sul Vietnamita realizou um ataque com Napalm. Foto de Huynh Cong Ut, fotgrafo da agncia Associated Press. Imagem disponvel em: http://en.wikipedia.org/wiki/Phan_Thi_Kim_Phuc. ltimo acesso em: 08 mar. 2013. 19 Analisarosprocessosdeemancipaopolticadospasesdafricaedasia, colonizadosapartirdosculoXIX,nosobrigaarefletirsobreosmuitasvezeslongos processosderesistnciaelutasdelibertao.Nosetratadenegarainflunciade fatoresexternosoudosprocessosdedescolonizaolevadosacabopelasmetrpoles, masdereconhecerqueasdinmicasinternasdessassociedadespodemserobjetode anlisestooumaisrelevantesqueocontextoexternoqueasenvolvia.Valeressaltar que as anlises dos processos internos e do contexto externo no so excludentes entre si, mas complementares. Adiscusso,semdvida,bastantecomplexa.Essacomplexidadeficaainda maisevidentequandoverificamosquealgunsmovimentosdelibertaoafro-asiticos envolveramsntesesentreasresistnciaslocaiseaquelasproduzidasporintelectuaise movimentos externos s colnias, ao passo que outros se fundamentaram no marxismo dospartidospolticosalinhadoscomodiscursopolticodaslideranaslocais insurgentes, entre outras caractersticas. Como o contexto era o da Guerra Fria, cumpre lembrarquecombaterocolonialismosignificava,emalgunscasos,combatero capitalismo. Porfim,caroprofessorcursista,comasreflexespontuaissobreAngolae Vietn, buscamos destacar a interao entre os fatores exgenos e as dinmicas internas decadasociedadeemtela,mostrandoqueprocessoshistricosnodevemser resumidos univocidade dos agentes que os lideram ou lideraram. Amarrando as Ideias 20 Filme: A batalha de Argel (1966) Disponvel em: http://www.youtube.com/watch?v=PB-xK_ViPck&playnext=1&list=PLZHx8QkOgOgOYMvxtYfcsevMbKrf7yNfU&feature=results_videoSinopse: OfilmeabordaalgunseventosdecisivosdaguerrapelaindependnciadaArglia, entendidacomoumdosmarcosdoprocessodelibertaodascolniaseuropeiasna frica.Entre1954e1957,mostradoomododeagirdosdoisladosdoconflitoa FrentedeLibertaoNacional-FLNeoexrcitofrancs.Enquantooexrcitofrancs usavatcnicasdetorturaeeliminavaomaiornmeropossvelderebeldes,aFLN desenvolviatcnicasnoconvencionaisdecombate,baseadasnaguerrilhaeno terrorismo. Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-89957/ [com adaptaes] Documentrio: Coraes e Mentes (1974) Disponvel em: http://www.youtube.com/watch?v=jB44zrdOMagSinopse: OdocumentriotrataaGuerradoVietnatravsdeimagensdoprprioconflitoede entrevistascomex-combatentesamericanosesobreviventesvietnamitas,analisando assuntos como a durao do conflito, o militarismo e o racismo presentes na cultura dos Estados Unidos. Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-55743/ [com adaptaes] Aprofundando a Discusso 21 Livro:MEMMI,Albert.Retratodocolonizadoprocedidoderetratodo colonizador. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2007. Sinopse: A obra, publicada originalmente em 1957, se tornou um clssico. A abordagem feita por Albert Memmi das figuras do colonizado e do colonizador bem atual, ao afirmar que o colonialismoumfenmenohistricoque,longedeterseextinguido,permanece sofrendosuperficiaismetamorfoses.OprefciodeJeanPaulSartre.Fonte: http://www.livrariacultura.com.br/Produto/LIVRO/RETRATO-DO-COLONIZADO-PROCEDIDO-DE-RETRATO/2258470 [com adaptaes]. Livro:MEMMI,Albert.Retratododescolonizadorabe-muulmanoede alguns outros. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2007. Sinopse: Emtemposdeinstabilidadeglobaleviolnciageneralizada,AlbertMemmivoltasua atenoparaasituaodospovosdescolonizadoseexaminaasdiversascausasda falnciadosesforosdedescolonizaoaoredordomundo.Comafranquezaea provocao de costume, o autor levanta importante discusso sobre o ex-colonizado, ao se recusar a idealiz-lo como vtima impotente. Fonte: Texto extrado da prpria obra. 22 BOAHEN, Albert A. (ed.). Histria geral da frica (VII): frica sob dominao colonial, 1880-1935. 2 ed. Braslia: UNESCO, 2010. ENDERS, Armelle. Histria da frica lusfona. Lisboa: Editora Inqurito, 1997. FERRO, Marc. Histria das colonizaes: das conquistas s independncias, sculos XIII a XX. So Paulo: Companhia das Letras, 1996. HERNANDEZ, Leila Leite. A frica na sala de aula: visita histria contempornea. So Paulo: Selo Negro, 2008. 4 ed. LINHARES, Maria Yedda. Descolonizao e lutas de libertao nacional. In: FERREIRA, Jorge; REIS FILHO, Daniel A. & ZENHA, Celeste (org.). O sculo XX. O tempo das dvidas: do declnio das utopias s globalizaes. V. 3. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2000. LINHARES, Maria Yedda. Em face do imperialismo e do colonialismo. In: SILVA, Francisco Carlos Teixeira da; CABRAL, Ricardo Pereira & MUNHOZ, Sidnei J. (org.). Imprios na histria. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. MAZRUI, Ali A. & WONDJI, Christophe (ed.). Histria geral da frica (VIII): frica desde 1935. Braslia: UNESCO, 2010. MENESES, Filipe Ribeiro. Salazar. So Paulo: Leya, 2011. MONIZ BANDEIRA, Luiz Alberto. Formao do imprio americano: da guerra contra a Espanha guerra do Iraque. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira: 2005. SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como inveno do Ocidente. So Paulo: Companhia das Letras, 2007. SARAIVA, Jos Flvio Sombra. Relaes Internacionais. Dois sculos de Histria: entre a ordem bipolar e o policentrismo (de 1947 aos nossos dias). Braslia: IBRI, 2001. SILVA, Carlos Leonardo B. da. Guerra do Vietn. In: SILVA, Francisco Carlos T. [et al.] (org.). Enciclopdia de guerras e revolues do sculo XX: as grandes transformaes do mundo contemporneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. VISENTINI, Paulo Fagundes. As Revolues Africanas. Angola Moambique e Etipia. So Paulo: Ed. Unesp, 2012. Coleo Revolues do sculo XX. ZIGLER, Jean. dio ao Ocidente. So Paulo: Cortez, 2011. Referncias