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    COLGIO BRASILEIRO ESTUDOS SISTMICOSCENTRO ESPECIALISTA EM SADE

    ESPECIALIZAO PROFISSIONAL EMACUPUNTURA

    TRATAMENTO DA CEFALIA DO TIPO TENSIONALATRAVS DO USO DA ACUPUNTURA

    ADRIANA MASSARIOLLI BAPTISTELLA

    SO PAULO - SP2006

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    ADRIANA MASSARIOLLI BAPTISTELLA

    TRATAMENTO DA CEFALIA DO TIPO TENSIONALATRAVS DO USO DA ACUPUNTURA

    Monografia apresentada ao Cursode Acupuntura, como requisito final concluso do Curso de Ps-Graduao, do Colgio Brasileiro deEstudos Sistmicos - CBES

    Orientadora: Prof. Ms Elizabete DiasFlauzino

    So Paulo, junho de 2006

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    ADRIANA MASSARIOLLI BAPTISTELLA

    TRATAMENTO DA CEFALIA DO TIPO TENSIONALATRAVS DO USO DA ACUPUNTURA

    Esta Monografia foi julgada adequada para a obteno do Ttulo de Ps-Graduao em Acupuntura e aprovada em sua forma final pela Banca de Ps-Graduao em Acupuntura do Colgio Brasileiro de Estudos Sistmicos.

    ___________________________________ Prof.

    Coordenador

    Apresentada Comisso Examinadora, integrada pelos Professores:

    ________________________________ Prof. Ms. Elizabete Dias Flauzino

    ________________________________ Prof.

    Membro

    ________________________________ Prof.

    Membro

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    Dedico este trabalho ao meu noivo, Fbio, pelaajuda, compreenso e amor que tem me dado,durante esses dois anos sempre viajando para

    concluir o curso.E, aos meus avs que so e sempre foram

    fundamentais nas minhas caminhadas pessoal e

    profissional.

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    RESUMO

    BAPTISTELLA, Adriana Massariolli.Tratamento da cefalia do tipo tensionalatravs do uso da acupuntura. 2006. 56 f. Monografia Programa de Ps-Graduao em Acupuntura, Colgio Brasileiro de Estudos Sistmicos. So Paulo,2006.Orientadora: Prof. Ms. Elizabete Dias Flauzino.Defesa: ___/___/___

    A cefalia do tipo tensional constitui um dos tipos mais freqentes de dor de cabea,embora, etiologicamente, ainda mal compreendida. Ocasiona uma srie decomportamentos de evitao que desencadeiam conseqncias fsicas, sociais epsicolgicas nos indivduos afetados. O presente trabalho, atravs de uma revisoda literatura sobre as variveis contextuais envolvidas nesse transtorno, descreveuma modalidade de tratamento realizado pela acupuntura. Conclui-se que, atravsdo tratamento com acupuntura, eletroacupuntura e auriculoterapia, o paciente podereduzir a intensidade e o nmero de crises, diminuir ou at mesmo parar com amedicao e; o que ainda melhor, pode-se ver livre, definitivamente, das crises, ouseja, curar-se.

    Palavras-chave: Cefalia do Tipo Tensional; Acupuntura; Eletroacupuntura;

    Acupuntura Auricular.

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    ABSTRACT

    BAPTISTELLA, Adriana Massariolli.Tratamento da cefalia do tipo tensionalatravs do uso da acupuntura. 2006. 56 f. Monografia Programa de Ps-Graduao em Acupuntura, Colgio Brasileiro de Estudos Sistmicos. So Paulo,2006.Orientadora: Prof. Ms. Elizabete Dias Flauzino.Defesa: ___/___/___

    The tension type headache constitutes the kind of headache which happens morefrequently, although its ethiology is still not completely understood. It causes anevitation behavior series that unchains physical, social and psychologicaldisturbances. This study has made a critical literature revision, allowing a better comprehension of this problem and the possible treatment for it with acupuncture. Itconcluded that treatment whit acupuncture, electroacupuncture andauriculotheraphy, the patient can reduce the intensivity and number of crises, toreduce or also stops with medication and; what is better, can be free, definitely, oscrises, in other words, to recover.

    Key words: Tensionttype Headache; Acupuncture; Electroacupuncture; Auriculoacupuncture.

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    SUMRIO

    1 INTRODUO......................................................................................... 101.1 JUSTIFICATIVA....................................................................................... 111.2 OBJETIVO GERAL................................................................................... 121.2.1 Objetivos Especficos ............................................................................ 121.3 METODOLOGIA....................................................................................... 122 REVISO DE NEUROANATOMIA.......................................................... 132.1 REVISO GERAL DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)............. 132.2 SENSAO SOMESTSICA E INTERPRETAO DOS SINAIS

    SENSORIAIS PELO ENCFALO............................................................13

    2.3 OS RECEPTORES SENSORIAIS........................................................... 142.4 ANATOMIA DO SISTEMA DE TRANSMISSO SENSORIAL................ 152.5 MECANISMO PARA LOCALIZAO DAS SENSAES EM

    REAS ESPECFICAS DO CORPO........................................................16

    2.6 DOR.......................................................................................................... 172.7 CEFALIA................................................................................................ 183 CEFALIA TIPO TENSIONAL................................................................ 193.1 HISTRICO.............................................................................................. 193.2 EPIDEMIOLOGIA..................................................................................... 213.3 FISIOPATOLOGIA................................................................................... 223.4 QUADRO CLNICO E CLASSIFICAO DA CEFALIA DO TIPO

    TENSIONAL.............................................................................................24

    4 ACUPUNTURA........................................................................................ 294.1 O MECANISMO DE AO CIENTFICO DA ACUPUNTURA E DA

    ELETROACUPUNTURA NA ANALGESIA..............................................29

    5 AVALIAO E TRATAMENTO DA CEFALIA DO TIPOTENSIONAL.............................................................................................

    38

    5.1 CEFALIA DO TIPO TENSIONAL SEGUNDO A MEDICINATRADICIONAL CHINESA (MTC)............................................................. 38

    5.2 MODELO PROPOSTO DE AVALIAO NA MTC.................................. 405.3 TRATAMENTO......................................................................................... 465.3.1 Pontos sugeridos ................................................................................... 475.3.2 Acupuntura sistmica ............................................................................ 505.3.3 Eletroacupuntura .................................................................................... 505.3.4 Acupuntura auricular (auriculoterapia) ................................................ 516 DISCUSSO............................................................................................ 527 CONCLUSO.......................................................................................... 54

    8 BIBLIOGRAFIA........................................................................................ 55

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    1 INTRODUO

    Desde o perodo neoltico (cerca de 10.000 a 3.500 a.C), o homem vem

    usando terapias fsicas no tratamento de doenas, sendo que, essas terapias,semelhantes acupuntura, desenvolveram-se independentemente em diversascivilizaes ao redor do mundo (ERNST; WHITE, 2001).

    A acupuntura um dos procedimentos teraputicos que compem a MedicinaTradicional Chinesa (MTC) e sua origem remota: estima-se cerca de 4.500 anos,conforme indicam os registros histricos (PAI et al., 2004a).

    Considerando a origem e a poca, as antigas teorias miscigenavam

    princpios filosficos e teraputicos, possuindo linguagem difcil de ser interpretada.O sistema de acupuntura foi desenvolvida pelos antigos mdicos chineses dentro daestrutura filosfica do Taosmo, um sistema que segue o wu-wei ; que significasubmeter-se aos impulsos espontneos da natureza essencial prpria de umapessoa e, alcanar a unidade com o Tao (direo), a base do universo; uma foraabstrata responsvel pela criao, interligao, mudana e desenvolvimento emtodas as coisas: filosofia de ir com o fluxo (ERNST; WHITE, 2001).

    Durante o sculo IV a.C., ocorreram os primeiros registros sobre asistematizao da filosofia de vida na Antiguidade Chinesa, versando sobre aobservao de fenmenos naturais e sua influncia na vida, na sade e na condutahumana, centrados na dualidade dos sistemas Yin e Yang. Durante o sculo V d.C.,a acupuntura foi veiculada para a Coria e, dois sculos depois, para o Japo.Durante o sculo XVII, alcanou a Alemanha e a Frana (BIRCH; FELT, 1999).

    Atualmente, a acupuntura muito difundida no mundo, sendo praticada e

    ensinada em muitos paises, com a realizao de numerosas pesquisas e estudos(ERSNT; WHITE, 2001).

    No Brasil, reconhecida como especialidade mdica pelo Conselho Federalde Medicina desde 1995 e trs anos mais tarde pela Associao Mdica Brasileira. A acupuntura visando a analgesia, incluindo os casos de cefalia do tipo tensorial, cada vez mais reconhecida como mtodo eficaz de terapia (PAI et al., 2004a).

    A modulao sensorial segmentar e autnoma e variados agentesneurofisiolgicos, serotonina, oxitocina, colecistocina, entre outros contribuem para

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    uma melhor compreenso do funcionamento da acupuntura (ENRST; WHITE, 2001).Diversas condies dolorosas so indicadas para o tratamento com

    acupuntura; pois, os resultados da acupuntura so comparveis aos de outros

    mtodos, apresentando vantagens significativas (LOH et al, 1984). A acupuntura apresenta efeito neurobiolgico que atua sobre os

    neurotransmissores relacionados com a dor e aspectos emocionais (ex: depresso),qualificando o mtodo como til e adequado na teraputica da dor. Entretanto, nodeve ser considerado como tratamento nico para todas as sndromes dolorosas,sendo necessrio escolher a tcnica mais adequada de modulao do sistemaendgeno supressor da dor, para obter os melhores resultados (THOMAS;

    LUNDBERG, 1994).O tratamento com acupuntura resulta em melhora na qualidade de vida

    relacionada sade, diminui a intensidade de dor e consumo de medicamentos (ouat mesmo cessa a dor e o uso de medicamentos), permitindo o retorno ao trabalhoe melhor desempenho nas atividades de vida diria (DARELLA, 2000).

    A acupuntura pode ser realizada pela introduo das agulhas em pontosespecficos do corpo, pela aplicao de estmulos eltricos nestas agulhas (eletro-

    acupuntura) ou pela utilizao de micro-sistemas, como exemplo, a auriculoterapia(BIRCH; FELT, 1999).

    A pesquisa da acupuntura reveste-se, portanto, de grande interesse, namedida em que poder traduzir conhecimentos milenares, contribuindo para a suaaceitao e incorporao (SCOGNAMILLO-SZAB; BECHARA, 2001).

    1.1 JUSTIFICATIVA

    A cefalia do tipo tensional apresenta alta incidncia (93%), segundo RaffaeliJnior e Martins (2003), sendo chamada de cefalia do dia-a-dia. Esse nomesurgiu pelo fato de os indivduos no se importarem muito com o quadro de cefalia,fazendo uso de automedicao, ocasionando o agravamento e cronicidade do caso. Alm disso, vrios fatores do do dia-a-dia desencadeiam crises de cefalia: tensoemocional, tenso muscular, substncias txicas, entre outros.

    O tratamento com acupuntura proporciona uma melhora da qualidade de

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    vida, melhora da sade, diminui a intensidade da dor e o consumo de medicamentosou, at mesmo, promove a recuperao total da dor do indivduo com cefalia dotipo tensional, permitindo o retorno ao trabalho e um melhor desempenho nas

    atividades de vida diria (DARELLA, 2000).

    1.2 OBJETIVO GERAL

    O objetivo geral deste trabalho demonstrar que a cefalia do tipo tensionalepisdica e crnica pode ser tratada atravs da acupuntura, descrevendo sobre acefalia, a acupuntura e os mtodos de tratamento.

    1.2.1 Objetivos especficos

    Os objetivos especficos so: realizar uma reviso neuro-anatmica do sistema nervoso central,

    explicando como acontece a sensao da dor incluindo a cefalia; descrever o conceito de cafalia do tipo tensional, o mecanismo de ao da

    acupuntura e eletro-acupuntura na analgesia e como definida a cefaliana medicina tracional chinesa (MTC);

    mostrar o modelo proposto de avaliao na MTC e o tratamento sugerido.

    1.3 METODOLOGIA

    O presente trabalho um levantamento bibliogrfico feito a partir de artigos

    de base de dados indexados (Bireme, Lilacs, Medline, Scielo), livros e textos doarquivo pessoal.

    Durante a pesquisa foram selecionados 807 textos no perodo de oito meses,sendo o critrio de excluso os textos que no classificavam os diferentes tipos decefalia, restando para composio deste trabalho 38 texto.s

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    2 REVISO DE NEUROANATOMIA

    2.1 REVISO GERAL DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)

    H trs sistemas envolvidos na formao do sistema nervoso, de acordo comGuyton (1998):

    eixo sensorial: transmite sinais das terminaes nervosas sensoriaisperifricas para quase todas as partes da medula espinhal, do troncocerebral, do crebro e do crtex;

    eixo motor: conduz sinais neurais, com origem em todas as reas centrais

    do sistema nervoso para msculos e glndulas de todo o corpo; sistema integrador: analisa a informao sensorial e armazena a na

    memria para um uso futuro e, que utiliza tanto a informao sensorialcomo a armazenada na determinao das respostas apropriadas.

    As reaes neurais mais simples so integradas no nvel da medula espinhal; j as reaes mais complexas do sistema nervoso ocorrem no nvel do troncocerebral. As funes ainda mais complexas (pensamento, armazenamento de

    memria em outras), so integradas no crebro. O cerebelo atua em associaocom todas as outras partes do sistema nervoso central (SNC).

    O sistema nervoso apresenta uma unidade bsica de controle denominadasinapse, onde sinais passam das fibrilas terminais de um neurnio para a clulaneural seguinte. Ocorre secreo de uma substancia neurotransmissora que podeser excitatria, quando inibitria; que permitira a reao desencadeada no neurnioseguinte.

    2.2 SENSAO SOMESTSICA E INTERPRETAO DOS SINAIS SENSORIAISPELO ENCFALO

    As sensaes como o tato, a presso, o calor, o frio, a dor e a angulao dasarticulaes tm origem na superfcie do corpo ou em suas estruturas profundas eso denominadas sensaes somestsicas.

    Os receptores sensoriais so responsveis pelo inicio da percepo sensorial.

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    Vrios deles so terminaes nervosas livres de fibras nervosas perifricas defuno sensorial; sendo as fibras da dor o exemplo mais importante.

    Os sinais sensoriais que so trazidos elos nervos espinhais e chegam a

    medula espinhal, so transmitidos ao crebro por duas vias principais: o sistemadorsal e o sistema espinotalmico. A primeira via trafega por fibras nas colunasdorsais e; a segunda por fibras nas colunas anterolaterais da medula espinhal.Essas duas vias terminam no tlamo, onde esses sinais so transmitidos por umoutro conjunto neuronal para a rea somestsica do crtex cerebral, chamada crtexsomestsico.

    O tlamo responsvel pela modalidade sensorial , importante na

    determinao do tipo de sensao que uma pessoa ir experimentar: tato, presso,frio, calor ou dor. A funo o crtex somestsico , principalmente, a de determinar em qual ponto do corpo esses sinais sensoriais tem origem.

    As sensaes de dor desempenham papel fundamental na proteo dostecidos corporais contra a leso; sendo que, a prpria leso do tecido que estimulaas terminaes nervosas da dor. Entretanto, at em certo ponto, uma pessoa podecontrolar sua reatividade a dor. Parte desse controle depende de um mecanismo de

    controle da dor que transmite sinais do crebro e do tronco cerebral at s partesposteriores da medula espinhal, onde inibem a transmisso dos sinais de dor, noponto onde primeiro chegam medula espinhal.

    2.3 OS RECEPTORES SENSORIAIS

    A transmisso de sinais sensoriais somestsicos para o crebro detectada

    por terminaes nervosas especiais situadas na pele, nos msculos, nos tendes enas reas mais profundas do corpo.

    Algumas terminaes nervosas sensoriais na pele e nos tecidos profundos docorpo so ramificaes filamentosas chamadas de terminaes nervosas livres; asquais detectam as sensaes de tato grosseiro, presso profunda, dor, calor e frio.

    Alm das terminaes nervosas livres, existem outros tipos de receptores,tambm pra dor, que so excitados por estmulos qumicos que atuam, sobre essereceptor.

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    Quando um estmulo aplicado a um receptor sensorial, esse receptor, emgeral, responde de modo muito intenso logo de inicio; mas, com o passar do tempo,a intensidade desta resposta diminui de forma gradual. Essa perda de sensao

    durante a estimulao prolongada a adaptao dos receptores sensoriais. As sensaes de dor adaptam-se lentamente ou muito pouco; pois, elas so

    produzidas quando est ocorrendo leso tecidual. Enquanto esta leso estiver acontecendo, importante que a pessoa seja avisada para que ela decida o quedeve ser feito para remover a causa da leso.

    Mesmo os diferentes tipos de receptores neurais sendo responsveis peladeteco dos diferentes tipos de sensao; no , no entanto, o prprio receptor que

    determina qual o tipo de sensao que uma pessoa ira experimentar. Mas sim, oponto cerebral para onde vai ser transmitido o sinal. Ou seja, se uma fibra nervosade dor estimulada a pessoa sentir dor, independentemente do modo deestimulao do nervo da dor.

    Modalidade da sensao a qualidade especifica da sensao que experimentada. O tlamo a principal rea cerebral para a determinao damodalidade da sensao. Entretanto, algumas vias da sensibilidade dolorosa

    terminam em pontos mais inferiores do encfalo, como a rea cinzenta central domesencfalo e no hipotlamo. Portanto, uma parte do crebro determina se existeou no um elemento de dor e, a outra, qual a regio de onde se origina a sensao.

    2.4 ANATOMIA DO SISTEMA DE TRANSMISSO SENSORIAL

    As fibras nervosas sensoriais penetram na medula espinhal pelas razes

    dorsais, atravs dos nervos espinhais. Algumas dessas fibras terminam nasubstancia cinzenta da medula onde iniciam atividade local nos circuitos neurais daprpria medula. As outras fibras ascendem pela medula carregando sinais para oencfalo. Essas vias formam dois grupos distintos: o sistema dorsal e oespinotalmico.

    SISTEMA DORSAL: a maior parte dos sinais transmitidos por esse sistematem origem nos receptores tteis especializados que excitam as fibras mielnicasmais calibrosas.

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    A via sensorial dorsal formada por uma srie de trs neurnios: o neurniode primeira ordem a fibra nervosa perifrica, desde o receptor penetrando namedula e ascendendo at o ncleo da coluna dorsal no bulbo; o neurnio de

    segunda ordem est localizado no ncleo da raiz dorsal e envia seu axnio at ocomplexo ventrobasal do tlamo do lado oposto; e, o neurnio de terceira ordem temorigem no tlamo e termina no crtex somestsico.

    O feixe espinocervical tambm faz parte do sistema dorsal para a transmissode sinais somestsicos, adicionando outra ordem de neurnios via de transmisso.

    SISTEMA ESPINOTALMICO: nesse sistema, as fibras nervosas sensoriaisperifricas so muito delgadas, geralmente, amielnicas e, apresentam, em sua

    maioria, terminaes nervosas livres ou pequenos receptores especializados. Apsessas fibras terem penetrado na medula, seguem para a substancia cinzenta, fazemsinapses com outros neurnios e seguem para o lado oposto da medula,ascendendo pelo tronco cerebral at o tlamo. A via espinotalmica dividida emventral e lateral. Cada neurnio segue o trajeto determinado, terminando no crtexsomestsico.

    O sistema espinotalmico conduz sinais com lentido. J o sistema dorsal

    permite a transmisso de informao que atinge o crebro em frao de segundos.Outra diferena o grau de orientao espacial das fibras nervosas: no sistemadorsal elas so orientadas com exatido em relao ao seu ponto de origem nasdiferentes partes do corpo; j, as fibras nervosas do feixe espinotalmicaapresentam difuso lateral e, a estimulao de um nico receptor neural podecausar excitao de uma rea bastante extensa do encfalo. O sistemaespinotalmico o responsvel pela transmisso da dor atravs dos sinais estticos,

    isto , sinais estveis que permanecem inalterados por perodos prolongados, queso transmitidos, na maior parte, pelo feixe espinotalmico lateral.

    2.5 MECANISMO PARA LOCALIZAO DAS SENSAES EM REASESPECFICAS DO CORPO

    Cada um das sensaes somestsicas apresenta um ponto de origem nocorpo que devem ser informaes processadas pelo crebro. Para permitir essa

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    localizao, as fibras nervosas apresentam uma orientao espacial nos troncosnervosos, medula espinhal, tronco cerebral e crtex cerebral.

    O tlamo capaz de determinar, apenas de forma grosseira, qual parte do

    corpo que est sendo estimulada; pois, essa funo realizada pela reasomestsica d crtex cerebral. Dessa forma, todo corpo representadoespacialmente no crtex somestsico. Ou seja, o tlamo transmite os sinaisnecessrios para o crtex somestsico, onde existe uma representao espacialmuito melhor e onde a tarefa da localizao precisa executada.

    Porm, as sensaes de dor contnua so localizadas em reas gerais docorpo e no em reas bem definidas.

    2.6 DOR

    Como foi dito anteriormente, os receptores da dor so estimulados quando stecidos do corpo esto sendo lesados. Acredita-se que enquanto o tecido estasofrendo a leso, ele libere algumas substncias de suas clulas que estimule asterminaes nervosas da dor.

    Todas as pessoas normais percebem a dor a quase que precisamente aomesmo grau de leso. Por outro lado, nem todas as pessoas reagem do mesmomodo a dores equivalentes. Isso determinado no por diferena na sensitividadedos receptores da dor; mas, por diferenas no arcabouo psquico das pessoas.

    A estimulao eltrica de certas reas do hipotlamo e dos ncleos da rafe(na linha media do tronco cerebral) pode diminuir a sensitividade dor. Essasmesmas reas contm uma substncia semelhante morfina, encefalina ou

    endorfina, que quando so estimuladas por terminaes nervosas especializadas,excitam os centros enceflicos supressores da dor. Ento, possvel que aacupuntura funcione por esse mesmo mecanismo (tema que ser abordadoposteriormente).

    Os centros supressores da dor no hipotlamo e no centro cerebral inibem ador atravs de sinais que so transmitidos ao longo de vias nervosas na medulaespinhal que se projetam para os pontos onde a dor penetra na medula, trazidapelos nervos perifricos. As terminaes nervosas desses feixes secretam o inibidor

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    sinptico serotonina que inibe as sinapses de dor nas pontas posteriores, o quediminui a sensitividade da pessoa a dor.

    2.7 CEFALIA

    A cefalia pode ser considerada um tipo de dor referida, causada por irritaodos tecidos no interior da cabea.

    A cefalia do dia-a-dia, como chamada a do tipo tensional, resulta devrios fatores, incluindo a tenso emocional. Tambm est associada com acontrao de msculos pericranianos e espasmos de vasos sangneos ou outros

    efeitos de ocorrncia intracraniana. possvel que a irritao difusa do crebro por substncias txicas possa causar a cefalia.

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    3 CEFALIA TIPO TENSIONAL

    3.1 HISTRICO

    Provavelmente, desde os tempos mais remotos, as cefalias acompanham ahumanidade: os primeiros relatos datam de 3.000 a.C., na literatura dos povos daMesopotmia (SILBERSTEIN; LIPTON; GOADSBY, 1998).

    Hipcrates, anos mais tarde, fez a primeira descrio semelhante a umquadro de migrnea. Porm, Aretus da Capadcia, aproximadamente 200 a.C., foiquem fez a descrio clssica da migrnea, como entidade clnica, observando as

    principais caractersticas desse tipo de cefalia. Esse termo migrnea, do gregohemicrania, foi realmente utilizado por Galeno somente no ano de 200 d.C.(SILBERSTEIN; LIPTON; GOADSBY, 1998). Desde ento, comearam a surgir pesquisas apresentando grande progresso na descrio, no entendimento e naspropostas teraputicas dos quadros de cefalia.

    Em 1883, Eulemberg, na Alemanha, fez uso dos derivados do ergot paratratar as cefalias, administrando as doses via parenteral. Thompson, em 1984, nos

    Estados Unidos, fez uso dessa mesma medicao, utilizando as doses por via oral(SILBERSTEIN; LIPTON; GOADSBY, 1998).

    O uso do termo cefalia do tipo tensional provoca inmeras controversas por ser um termo abrangente que pode englobar cefalias provindas de causasnumerosas (RODRIGUES, 2001).

    No sculo XIX, Willian Osler, dos Estados Unidos, foi o primeiro a usar esseconceito, sugerindo que tais cefalias eram provenientes da contrao muscular dos

    msculos da cabea, face e pescoo (RODRIGUES, 2001).Outro americano, James Cyriax, no incio do sculo XX, tambm acreditava

    que a cefalia ocorria devido a um espasmo do msculo da cabea (RODRIGUES,2001).

    Harold Wolff, cinco anos mais tarde, concluiu que qualquer cefalia poderiaresultar em contratura muscular reflexa na cabea e pescoo (e vice-versa) e,tambm que tenso emocional provocaria essas contraturas, as quais resultavamnas cefalias. Portanto, para Wolff, as chamadas cefalias por contrao muscular

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    (sinnimo de tensional) eram causadas pela contratura da musculatura da cabea,levando compresso das artrias subjacentes, resultando num processo isqumicodoloroso.

    O desenvolvimento de um novo medicamento, o cido acetilsaliclico,revolucionou o tratamento da dor, tambm no sculo XX. No entanto, no foinecessrio muito tempo para que quadros de abuso desses e de outros analgsicosfossem relatados (SILBERSTEIN; LIPTON; GOADSBY, 1998).

    O abuso de substncias analgsicas para controlar a cefalia foi alertado por Horton e Macy, em 1943 que contra indicaram o uso de narcticos no tratamentodas cefalias (CAPOBIANCO et al, 2001).

    Foi descoberto em 1949, por Wolfsen e Grahan, que a tolerncia aosderivados do ergot desenvolve-se rapidamente (quando usado de forma prolongada)e, que a sensibilidade normal recuperada somente aps 9 meses de suspenso doseu uso.

    Aps dois anos, Peter e Horton, concluram que quando se faz uso daergotamina diariamente e o seu efeito passa, a cefalia recorre, necessitando novaadministrao para o alvio (SILBERSTEIN; LIPTON; GOADSBY, 1998).

    Outras pesquisas surgiram e, John Grahan, sugeriu a hiptese de que grandenumero de pacientes desenvolveram um aumento na freqncia das crises, atevolurem para uma cefalia diria e, depois, para um quadro crnico; como por exemplo, um quadro de enxaqueca poderia evoluir para um quadro de cefaliacrnica diria do tipo tensional (RODRIGUES, 2001).

    A cefalia do tipo tensional, aps esse perodo, recebeu vriasdenominaes, tais como: cefalia de contrao muscular, psicognica,

    psicomiognica, essencial, de tenso e de estresse (RODRIGUES, 2001).Essas denominaes, por serem ambguas e controversas, no so

    universalmente aceitas, pois dificultam a realizao de estudos pela comunidadecientfica.

    Em 1998 foi estabelecida a classificao internacional de cefalia,melhorando a definio da cefalia do tipo tensional (KRYMCHANTOWSKI, 2001). Alm dessas novas normas, outros critrios foram estabelecidos para conter osabusos relacionados ao uso de analgsicos.

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    Atualmente, desde 2003, a cefalia do tipo tensional teve seus critrios dediagnstico esclarecidos e mais prximo da realidade observada nesses pacientes(RODRIGUES, 2001).

    3.2 EPIDEMIOLOGIA

    A dor referida no segmento ceflico denominada cefalia, sendo umamanifestao freqente na prtica clnica (RABELLO; FORTE; GALVO, 2000).

    Dentre as cefalias primrias, a cefalia do tipo tensional a mais freqente.Segundo Raffaelli Junior e Martins (2003), 93% da populao em geral j tiveram

    cefalia pelo menos uma vez a ms, onde 76% so mulheres e, 57% homens.Referente aos dados populacionais encontra-se que: durante a vida, a

    populao geral pode representar mais que 90% de prevalncia da cefalia e; emambulatrio geral de clinica mdica est em terceiro lugar como diagnstico maiscomum (10,3%); j em clinica/ ambulatrio de neurologia, representa 28,5% dosencaminhamentos, sendo motivo mais freqente (RABELLO; FORTE; GALVO,2000).

    A cefalia do tipo tensional classificada como episdica e crnica. Na formaepisdica, a incidncia na populao mundial chega a 90%; j a crnica, menoscomum, tm prevalncia anual de 2,2% (MATTA; MOREIRA FILHO, 2003).

    O pico de sua prevalncia na quarta dcada de vida, entre os 20 e os 50anos de idade (RODRIGUES, 2001).

    Cerca de 18% dos pacientes cm cefalia tipo tensional interrompem suasatividades habituais e 44% tem limitao funcional (RABELLO; FORTE; GALVO,

    2000). Apesar da alta incidncia, a maioria dos pacientes com esse tipo de cefalia

    no procura ajuda mdica e faz uso de analgsicos e drogas para outros tipos decefalia atravs da auto-medicao (RODRIGUES, 2001).

    Particularmente marcante, o fato de a maioria dos indivduos (60%) quesofrem de cefalia do tipo tensional episdica ou qualquer outro tipo de cefaliaprimaria evolurem para um quadro de cefalia do tipo tensional crnica diriadevido a esse abuso no uso de analgsicos (OLIVEIRA; SPECIALI, 2002).

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    3.3 FISIOPATOLOGIA

    A cefalia do tipo tensional apresenta uma fisiopatologia complexa e pouco

    conhecida. Durante muitos anos pensou-se ser a conseqncia da contraoanormal, exagerada e mantida dos msculos da cabea, pescoo, ombros e face. Acontrao provocaria a isquemia muscular com produo e liberao de metablicosalognicos que causariam a dor. Esses termos que eram usados antigamente e, atmesmo, o termo tensional, era associado ao estresse emocional e outros distrbiospsicolgicos. Atualmente no se considera que o estado de contratura muscular pericranianos, mesmo que contnua e intensa, ou ainda, a presena de

    psicopatologias sejam a causa da cefalia do tipo tensional (KRYMCHANTOWSKI,2003).

    Um dos conceitos mais aceitos em relao etiologia da cefalia tipotensional que ocorre uma disfuno na modulao central da dor atravs demecanismos bioqumicos ligados ao circuito neuronal. Esta modulao anormalenvolve alteraes em gnglios a base, sistema lmbico e neurnios do troncoenceflico, ocasionando facilitao da neurotransmisso central da dor e

    sensibilizao perifrica dos nociceptores miofaciais. Esses fatores em conjunto comos mecanismos nociceptores centrais levaria a instalao do fenmeno doloroso(RABELLO; FORTE; GALVO, 2000).

    A cefalia tipo tensional tambm pode ser o resultado da interao deestmulos nociceptivos endgenos decorrentes da atividade anormal do troncoenceflico e de aferncias nociceptivas externas como a contrao muscular. Almdisso, os fatores psicolgicos agravariam ou precipitariam esse desequilbrio

    (KRYMCHANTOWSKI, 2003). Aspectos psicolgicos alterados tambm podem criar um estado de contrao

    exagerado de msculos pericranianos, representando uma fonte permanente eexcessiva de impulsos aferentes sobre um sistema antinociceptivo alterado e comdisfuno na modulao central da dor e da resposta dos neurotransmissores. Ossintomas psicolgicos podem ser exacerbados por esse processo, intensificando aala do crebro periferia crebro, trazendo mais sofrimento e mais dor (KRYMCHANTOWSKI, 2003).

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    Entre as alteraes psicolgicas mais freqentes, esto os sintomasdepressivos, em torno de 6% da populao em geral. A proximidade existente entrea cefalia do tipo tensional e a depresso tem origem na disfuno de vias

    serotoningicas presentes nestas duas condies. Os pacientes com cefalia do tipotensional apresentam nveis plasmticos e concentrao plaquetria de serotoninareduzidos. Com base nestes estudos, o que se sabe, at o momento, quemedicamentos que atuam nas vias serotoningicas centrais, podem causar aliviodesse tipo de cefalia (MATTA; MOREIRA FILHO, 2003).

    Zukerman (2002), refere-se fisiopatologia da cefalia do tipo tensionalenvolvendo basicamente 4 etiologias; pois, somente uma, no seria suficiente para

    explicar essa patologia a que complexa e envolve diversos fatores e vriosaspectos dos mecanismos geradores de dor.

    O primeiro fator referente pr-disposio gentica que pode ocorrer naforma crnica da cefalia tipo tensional; porm, a grande maioria da populao tempotencial para desenvolver a cefalia do tipo tensional se expostos a fatoresdesencadeantes.

    Os fatores desencadeantes so os que esto em segundo lugar, sendo os

    mais comuns: ansiedade e/ou depresso, alteraes emocionais, estressepsicossocial, tenso, fatores ambientais como desemprego, alcoolismo, baixossalrios, descontentamento com a situao profissional e familiar.

    Mecanismos perifricos e centrais so responsveis pelo terceiro fator etiolgico. O episdio doloroso pode ser deflagrado por mecanismos normais denocicepo. Existe possibilidade de ocorrer por sensibilizao dos nociceptoresperifricos situados nos msculos pericranianos ou de neurnios de segunda ordem

    na medula ou supra-espinhal. Pode, tambm, ocorrer diminuio dos mecanismosantinociceptivos centrais, com diminuio do limiar da dor. Em circunstanciasnormais, este tipo de cefalia seria favorecida por ativao inadequada das viascontroladoras da dor, devido ansiedade, estresse e distrbios emocionais. Htambm o envolvimento do mecanismo de sensibilizao de neurnios centraisenvolvendo interneurnios do tronco cerebral, sistema lmbico e sistema trigeminal.

    O ultimo fator desencadeante da cefalia do tipo tensional so as alteraesbioqumicas. A serotonina apresenta-se diminuda nesses pacientes e, a velocidade

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    de captao (da serotonina) pelas plaquetas tambm encontra-se alterada. O GABA(Acido Gama Aminobutlico), neurotransmissor inibitrio, est elevado, sugerindouma hiperexcitabilidade neuronal sendo controlada por esse neurotransmissor.

    Raffaelli Jr. (2000) afirma que o uso indiscriminado de analgsicos leva acefalia do tipo tensional crnica diria. Os analgsicos anunciados na mdiaindiscriminadamente estimulam a auto medicao e do a idia de que a cefalia uma nica patologia geralmente chamada de enxaqueca, no ajudando osindivduos perceberem que h mais de 150 tipos de cefalias diferentes descritas.Se o individuo tomar analgsicos em excesso, ele desobrigar as clulas nervosasde funcionarem, at o ponto em que elas param de produzir endorfina, o que leva o

    individuo a ingerir, cada vez mais analgsicos que, por sua vez, funcionaro cadavez menos.

    3.4 QUADRO CLNICO E CLASSIFICAO DA CEFALIA DO TIPO TENSIONAL

    A descrio da cefalia do tipo tensional, segundo Bordini (2001), de umador bilateral constritiva e, geralmente, no muito intensa. Ocorre, em mdia, com

    uma freqncia menor ou igual 15 dias por ms (para cefalia do tipo tensionalepisdica) ou maior ou igual a 15 dias por ms (para cefalia do tipo tensionalcrnica). Nuseas ou vmitos, assim como fotofobia ou fonofobia esto ausentes, ouapenas uma delas pode estar presente. O diagnostico diferencial nem sempre preciso.

    Netter (1986) revela que a dor costuma ter inicio pela manh e aumentagradativamente ao longo do dia, podendo persistir durante dias, semanas ou meses.

    O perfil scio-demogrfico do paciente varivel conforme a natureza crnicaou episdica da cefalia. A primeira tem prevalncia menor, sendo mais freqenteem indivduos do sexo feminino e em populaes com menores nveis educacionais.Pode, tambm, aumentar com a idade. J a cefalia episdica tem prevalncia emindivduos de nvel educacional mais elevado e, tambm mais comum emmulheres. A faixa etria atingida costuma variar dos 20 aos 50 anos, piorando naquarta dcada e diminuindo com a idade. Pacientes com a dor crnica tendem aprocurar ajuda profissional com mais freqncia devido percepo de incomodo

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    persistente e suas conseqncias danosas s condies e enfretamento do dia-a-dia (BORDINI, 2001).

    Segundo Krymchantowski (2001), a maioria dos pacientes com esse tipo de

    cefalia no procura ajuda mdica no perodo inicial do problema, sendo comumutilizarem-se de auto-medicao com analgsicos indicados para outros tipos dedores de cabea.

    H, ainda, o risco do uso abusivo de medicamentos, conduzindo aoagravamento do problema, denominando efeito rebote; alm da possibilidade dodesenvolvimento de dependncia farmacolgica (HOLROYD et al., 2001).

    Os critrios diagnsticos da cefalia do tipo tensional episdica e crnica

    esto baseados no guia publicado pela International Headache Society (sigla, emportugus, SIC), em 1998:

    Cefalia do TipoTensional Episdica (cd: 2.2 da SIC)a) pelo menos dez episdios prvios preenchendo o critrio B. nmero de

    dias com cefalia < de 180/ano ou seja, < 15/ms.b) cefalia que pode durar de 30 minutos a sete dias.

    c) pelo menos duas das seguintes caractersticas da dor: carter de presso/aperto (no pulstil);

    intensidade de fraca a moderada (pode inibir, mas no impedir asatividades);

    localizao bilateral;

    no agravada pelos esforos fsicos de rotina (como caminhar e subir escadas);

    d) ambos os itens: ausncia de nusea e vmitos (anorexia pode ocorrer);

    fotofobia e fonofobia esto ausentes, ou, apenas um deles pode estar presente;

    e) pelo menos um dos seguintes itens:

    histria, exame fsico e neurolgico no sugere leso orgnica;

    histria, exame fsico ou neurolgico sugere leso orgnica que

    descartada por investigao apropriada;

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    leso orgnica est presente, mas a cefalia do tipo tensional no ocorrepela primeira vez em estreita relao temporal com ela.

    OBS: a cefalia do tipo tensional episdica pode ou ao estar associada com acontrao dos msculos pericranianos ao exame fsico ou eletromiogrfico.

    Cefalia do Tipo Tensional Crnica (cd: 2.3 da SIC)a) freqncia da cefalia > ou = 180 dias/ ano, ou seja, > ou = 15 dias/ ms,

    por seis meses ou mais, preenchendo os critrios B e D..b) pelo menos duas das seguintes caractersticas da dor:

    carter de presso ou aperto (no pulstil);

    intensidade de fraca a moderada (pode inibir, mas no impedir asatividades);

    localizao bilateral;

    no agravada pelo esforo fsico de rotina;c) ambos os itens seguintes:

    ausncia de vmitos, mas pode ocorrer anorexia;

    no mais que um dos seguintes sintomas: nusea, fotofobia e fonofobia;d) ao menos um dos seguintes itens:

    histria exame fsico e neurolgico no sugerem leso orgnica;

    histria, exame fsico ou neurolgico sugere leso orgnica que descartada por investigao apropriada;

    leso orgnica est presente, mas a cefalia tipo tensional no ocorre pelaprimeira vez em estreita relao temporal com ela.

    OBS: a cefalia do tipo tensional crnica pode ou no estar associada a usoexcessivo de medicao analgsica e com a contrao dos msculos pericranianosao exame fsico ou eletromiogrficos.

    Atualmente, novas pesquisas demonstram que a dor pode mudar delocalizao durante a mesma crise e, ate mesmo, apresentar se de formaunilateral em 10-20% dos pacientes (MATTA; MOREIRA FILHO, 2003).

    Classificao da Intensidade Crise (RABELLO; FORTE; GALVO, 2000).a) leve: cefalia de fraca intensidade que no inibe e nem interfere com as

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    atividades dirias; b) moderada: cefalia de media intensidade que inibe, mas no deixa o

    individuo incapaz para as atividades dirias;c) intensa: cefalia severa que deixa o indivduo incapaz para exercer

    atividades dirias.O International Headache Society Comittee on Clinical Trials in Tension-Type

    headache admite que a cefalia de intensidade moderada apresenta um bomprognstico quando tratada adequadamente, pois, as cefalias leves podemmelhorar de forma espontnea e, as intensas podem ser confundidas com crises deenxaqueca.

    Considerando a dor como um evento potencialmente estressante, vriosestudos buscaram entender como indivduos lidavam com episdios de dor tpicosda cefalia de tenso, incluindo a adoo de estratgias que, ao invs de conduzir auma melhora da condio de doena, acabavam por contribuir para a suacronicidade (FLORES; COSTA JUNIOR, 2004).

    De acordo com Rollnik et al. (2001), os pacientes com cefalia do tipotensional episdica tendem a se perceber como capazes de maior controle sobre a

    dor, no se diferenciando significativamente dos indivduos normais. J os pacientescom dor crnica apresentam estados prvios de ansiedade e depresso maispersistentes e um sentimento conseqente de desamparo, adotando estratgiasmenos eficazes de enfrentamento a dor. Entre essas estratgias incluem-se o usoda religio como consolo, a aceitao da dor como um fato consumado, alm derespostas de fuga e esquiva.

    Os mesmos autores citados acima, levantaram a hiptese de que a repetio

    de estratgias pouco funcionais para o manejo da dor contribuiria para episdiosprolongados de dor, gerando uma reduo da qualidade de vida e maior probabilidade de desencadeamento de um quadro clnico de depresso.

    Os estudos sobre estratgias de enfrentamento em pacientes com cefaliaapontam para um perfil de indivduo que percebe eventos rotineiros comoestressores, revelando-se incapaz de reduzir os efeitos adversos por conta prpria.Verifica-se uma alta probabilidade de desempenhos tpicos de fuga associados auma atitude de conformismo, especialmente quando o problema parece fugir ao seu

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    controle, o que aumenta a prevalncia de episdios recorrentes de dor crnica(FLORES; COSTA JUNIOR, 2004).

    Todas essas pesquisas parecem apontar para fatores comuns que circulam

    pela tendncia a exagerar os problemas dirios, a preocupar-se de forma excessiva,alm da incapacidade em lidar eficientemente com eles. Tal condio afetadeferentes aspectos da vida desses indivduos, conduzindo a uma gradual reduoda qualidade de vida e percepo de piora da doena (FLORES; COSTA JUNIOR,2004).

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    4 ACUPUNTURA

    4.1 O MECANISMO DE AO CIENTFICO DA ACUPUNTURA E DA

    ELETROACUPUNTURA NA ANALGESIA

    Baseado em pesquisas arqueolgicas realizadas na China, estima-se que aacupuntura comeou aproximadamente 4.000 a 5.000 anos. Essa medicina primitiva j explicava o inicio da doena e sua fisiopatologia, alm do tratamento at suapreveno (PAI, 2005).

    Derivada dos radicais latinos acus e pungere , que significam respectivamente

    agulha e puncionar; a acupuntura visa terapia e cura das enfermidades pelaaplicao de estmulos atravs da pele, com a insero de agulhas em pontosespecficos do corpo (WEN, 1989).

    A acupuntura um processo teraputico atravs do qual o estmuloprovocado pela penetrao da agulha em reas de grande concentrao determinaes nervosas, libera vrios neurotransmissores do Sistema Nervoso Central(SNC); provocando diferentes efeitos no organismo, tais como: analgsico, relaxante

    muscular, sedativo, antidepressivo, antiemtico, anti-secretor (HCl ), anti-inflamatrio,promotor da imunidade, e da reabilitao estimulante da reparao e cicatrizaoteciduais, entre outros (PAI, 2005).

    Alguns desses efeitos teraputicos ainda so questionados e esto sendomelhor estudados; com exceo do efeito analgsico, que amplamente usado parao alivio de qualquer dor, at mesmo em intervenes cirrgicas, porm como efeitoanestsico (SALAZAR; REYES, 2004).

    A intensidade da estimulao aplicada com agulhas de acupuntura variamuito entre os acupunturistas (ERNST; WHITE, 2001). Alm disso, a estimulaoeltrica, s vezes, pode ser usada num nvel que seja apenas detectvel pelopaciente ou forte suficiente para produzir contraes musculares e, outras vezes,abaixo do limiar da dor.

    Atravs da localizao anatmica ou pela sensibilidade, possvelestabelecer os pontos de acupuntura, pois, eles podem ser identificados por alteraes na resistncia cutnea (ERNST; WHITE, 2001). Os chineses acreditavam

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    que essas reas de baixa resistncia representam pontos tradicionais de acupuntura(CHAN, 1984).

    Estes pontos so denominados de pontos de baixa resistncia eltrica da

    pele porque apresentam propriedades eltricas diversas, das reas adjacentes:condutncia elevada, menor resistncia, padres de campo organizados ediferenas de potencial eltrico (SCOGNAMILLO-SZAB; BECHARA, 2001).

    As combinaes das caractersticas descritas tornam o ponto de acupunturaextremamente reativo ao pequeno estmulo causado pela insero da agulha(KENDALL, 1989).

    Para que a acupuntura seja eficaz, as agulhas devem provocar a sensao

    da agulha, denominada pelos chineses De Qi que acontece com a excitao donervo sensorial primrio terminal dentro de um msculo que envia uma mensagemao corno posterior da medula espinhal. Este estmulo que alcana o hipotlamoinduz a liberao do hormnio adrenocorticotropicide, que em sua seqncia finalpromove a liberao de glucocorticide. Os pacientes podem at sentir desconfortopelas agulhas, mas no dor: isso torna as fibras A delta as candidatas maisprovveis para esse mecanismo (BOWSHER, 1987).

    A nocicepo se refere recepo do SNC de sinais evocados pela ativaode receptores sensrios especializados (nociceptores) que fornecem informaessobre danos dos tecidos, portanto, um conjunto de eventos eletro qumicos queocorre desde o sitio do dano tissular ativo at a percepo da dor, apresentandoquatro processos neurofisiolgicos:

    transduo: processo pelo qual os estmulos nocivos se transformam ematividade eltrica (impulso nervoso);

    transmisso: propagao dos impulsos nervosos atravs do sistemasensorial;

    modulao: processo atravs do qual a informao modificada,facilitando a inibio em diferentes nveis de sua transmisso, de diversasinfluencias neurais. pode ser perifrica, medular e supramedular. Aneuromodulao realizada pela acupuntura atua em todos os nveis;

    percepo: processo final pelo qual todos processos anteriores interagem

    com o aspecto psicolgico do indivduo para criar uma experincia

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    emocional subjetiva que percebida como dor (BOSSY, 1985).Pomeranz (1977) relata que o estimulo muito nociceptivo realizado num ponto

    de acupuntura promove uma resposta neuro-humoral do organismo, onde as clulas

    secretam substancias opiides como as endorfinas e encefalinas, que modulam apassagem da mensagem dolorosa; como resultado observa-se um potente efeitoanalgsico da acupuntura.

    Durante vrios anos foram realizados estudos para explicar os mecanismosda dor, o controle nociceptivo e o efeito da analgesia por acupuntura e, vrias teoriasforam elaboradas, dentre elas a Teoria do Controle de Porto da dor.

    Teoria do Controle de Porto da Dor (MELZACK; WALL, 1965): um

    estmulo no considerado essencialmente doloroso; portanto, designadonociceptivo. As fibras nervosas nociceptivas individuais podem responder a umsimples estmulo ou podem ser polimodais. O estimulo nociceptivo modulado emsua passagem atravs do Sistema Nervoso Central (SNC) e pode ou no resultar naexperincia desagradvel da dor. Vrios mecanismos inibidores ou facilitadores emtodo SNC, quando esto em equilbrio, resultam na modulao da dor. O nvel dedor sentida pode ser influenciado pela atividade simultnea em outro lugar do SNC

    ou por fatores psicolgicos como, por exemplo, experincia anterior de dor,condicionamento, expectativa, medo/ desejo, influencias culturais e genticas. Ocontrole nociceptivo o processo de preveno de estmulos nocivos daconscincia alcanada. A colocao de agulhas de acupuntura, e sua estimulaonos pontos especficos, produz sinais de tato, presso e dor, transmitidas por fibras A beta (fibras de transmisso rpida) . Este estmulo conduzido poro dorsal damedula espinhal, produzindo excitao e inibio da clula transmissora do tracto

    espinotalmico (clula T), bloqueando a transmisso de impulso doloroso efechando a porta de entrada. O estimulo doloroso, conduzido pelas fibras do tipo C e A delta (fibras finais e lentas), iro chegar medula espinhal dorsal realizando umbloqueio para que a informao no chegue ao crebro. O ponto IG-4 foi o maiseficaz para produzir um efeito analgsico geral, provavelmente devido densaconcentrao de fibras nervosas Ab nessa rea (LU, 1983).

    As fibras A beta tm importante funo no controle do corpo da entrada dosdados nociceptivos; mas, talvez, elas s estejam implicadas na eletroacupuntura de

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    alta freqncia. Essas fibras passam diretamente pelas colunas posteriores indopara os ncleos dorsais e ativam os interneurnios que secretam cido y-aminobutrico (GABA), que inibe a transmisso de impulsos nociceptivos nas clulas

    da substancia gelatinosa. Os ncleos da coluna dorsal seguem para os ncleosposteriores do tlamo e para a formao reticular do mesencfalo e seu controleinibidor descendente, explicando a analgesia produzida pela estimulao da colunaposterior (ERNST, WHITE, 2001).

    Segundo Takeshige et al (1992), h vrios sistemas inibidores descendentes:

    trajeto mediado por serotonina: compreende estruturas da linha mediana,substancia cinzenta, periaquedutal e o ncleo magno da rafe;

    trajeto mediado pela noradrenalina: desce em cada lado da linha mediana,atravs dos ncleos gigantocelulares e paragigantocelulares.

    O ncleo magno da rafe retm a representao somatotpica, sendo que,essa pode ser base do efeito de certos pontos de acupuntura sobre a dor e a viaserotoninrgica ativada na eletroacupuntura (BOWSHER, 1998).

    A serotonina desempenha importante funo no controle da dor crnica;enquanto que a noradrenalina est mais efetiva na dor aguda (MOK, 2000).

    Vrios neurotransmissores e seus receptores participam de diversas maneirasao estmulo da acupuntura e da eletroacupuntura: peptdeos opiides endgenos

    (POEs), -endorfinas, leu-encefalinas e dinorfinas (receptores u, d e k),noradrenalina (NA receptores a-1 e a-2 adrenrgicos), dopamina (receptores d1 ed2), adenosina (receptor A1), serotonina (receptores muscarinicos m1 e m2),somatostatina (receptores SST1 e SST2), acido gama- aminobutrico (GABA receptores GABA A), neurotensina, substancia P (SP), angiotensina, ACTH,

    colecistoquinina (CCK8), acido glutaminco (receptores MMDA, AMPA emetabotrpico) (NIH, 1997 apud CARNEIRO, 2001).

    Peptdeos opiides e seus receptores esto distribudos no SNC,relacionados aos trajetos nociceptivos. Trs POEs so conhecidos por estaremimplicados com a analgesia: encefalinas, betaendorfinas e dinorfinas. Eles produzemseus efeitos aps se unirem aos stios receptores um, Kapa e delta. Os POEstambm ao liberados na corrente sangnea pela hipfise, envolvendo a

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    decomposio do precursor pr-opiocortina em betaendorfina e ACTH, que soliberados paralelamente (ENRST; WHITE, 2001).

    O papel dos peptdeos opiides na analgesia da acupuntura foi revelado no

    laboratrio do professor Han, em Beijing, pela primeira vez (HAN; TERENIUS,1982). Uma das descobertas mais importantes foi que a eletroacupuntura de baixafreqncia desencadeia a liberao de betaendorfina e encefalina no crebro e namedula espinhal, que interagem com os receptores um e delta, respectivamente j, aeletroacupuntura de alta freqncia aumenta a liberao de endorfina na medulaespinhal, que interage com os receptores Kapa (HAN et al., 1991).

    A analgesia provocada pela estimulao de 2Hz abrange os receptores um e

    delta; a analgesia induzida pela estimulao de 3 OH3 medida pelos trs tipos dereceptor opiide e, a analgesia induzida pela estimulao 100Hz medida pelosreceptores Kapa (HAN et al., 1991; WANG; MAO; HAN, 1990).

    Quando baixas (2H3) e altas (100h3) freqncias so usadasconsecutivamente cm durao de trs segundos, todos os trs tipos de peptdeosopiceos (encefalinas, endorfinas e dinorfinas) podem ser liberadossimultaneamente. A interao entre esses trs peptdeos opiceos endgenos

    produz um efeito analgsico mais potente. A eletroestimulao realizada com essesparmetros utiliza diferentes vias nervosas para mediao para o seu efeitoanalgsico (GUO et al, 1996; HAN et al., 1991; WANG; MAO; HAN, 1992).

    A percepo dolorosa, a modulao do comportamento afetivo (amigdala,hipocampo, lococerleo, crtex cerebral) e diversas outras funes so moduladaspelos POEs, neurotransmissores liberados pela acupuntura e eletroacupuntura(GOODMAN; GILMANS, 1996) (Tabelas 1 e 2).

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    Tabela 1. Principais moduladores da transmisso sinptica excitatria.

    Neuromodulador

    Tipos dereceptor

    Stio deao pr-sinptica

    Stio deao ps-sinptica

    Efeito Mecanismo

    PES M + Inibio liberao deneurotransmis

    soresexcitatrios

    PES M + InibioHiperpolariza, a corrente

    AMPA

    PES D + Inibio

    correnteNMDA,

    liberao de

    neurotransmissoresexcitatrios

    PES K + Inibio Hiperpolariza,

    5HT 5HT3 + Inibioliberao deneurotransmis

    soresexcitatrios

    5HT 5HT3 + InibioHiperpolariza,

    correnteNMDA

    NA a2 + Inibio LiberaoGlut. SPNA a2 + Inibio Hiperpolariza, condut. K+

    GABA GABA A + InibioDespolarizao, condut. Cl

    -POEs = peptdeos opiides endgenos;5HT = SerotoninaNA = Noradrenalina;GLUT = cido glutmico,NT = Neurotransmissor,I = Inibio,Exc. = ExcitatrioGABA= cido gama aminobutricoFonte: MOORE et al., 2000 apud PAI et al., 2004b.

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    Tabela 2. Principais moduladores da transmisso sinptica excitatria.Neuro

    modulador Tipo dereceptor

    Stio de aosinptica Efeito Mecanismo

    5HT 5HT1A Pr Facilitaoliberao de

    glicinaNA a1 Pr Facilitao liberao deGABANA a2 liberao deglicina

    Ach h Pr Facilitao liberao deGABA ADENOSINA A1 Ps Inibio correntes deGABA5HT = Serotonina,

    NA= Noradrenalina,ACh= acetilcolinaAden = adenosina,GABA=Acido gama aminobutrico;F= Facilitao,I = Inibio.Fonte: MOORE et al., 2000 apud PAI et al., 2004b.

    A analgesia um dos efeitos mais proeminentes produzidos pela acupunturae eletroacupuntura e decorre de um mecanismo geral denominado contra-irritao,

    um processo pelo qual a estimulao nociva, em uma regio do corpo produz alivioda dor em uma estrutura distante e/ ou profunda. Duas verses so propostas paraexplicar a contra-irritao por acupuntura e eletroacupuntura: controle inibitrionocivo difuso (LE BARS et al., 1979 apud PAI et al., 2004b), e a hiperestimulao(MELZACK; WALL, 1965).

    A base para o entendimento deste mecanismo parte da concepo de que osneurnios medulares rostro-vento-mediais possuem campos receptivos para todo oorganismo e que estmulos algiognicos ativam neurnios on e desativamneurnios off respectivamente envolvidos com a influencia facilitatria e inibitriatnica sobre a transmisso nociceptiva. Segundo Sundkhler (2000 apud PAI et al.,2004b), os mecanismos primrios da antinocicepo endgena so agrupados emdiferentes nveis organizacionais do SNC: inibio supra-segmentar descendente,hetero-segmentar proprioespinal e segmentar. Esses mecanismos podem participar em graus variados de envolvimento com analgesia por acupuntura, dependo dascondies da acupuntura e da eletroacupuntura.

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    Demonstra-se a supresso somato-sensorial, em conseqncia da ativaode mecanismos inibitrios segmentares descendentes e supra-segmentarescerebrais. Segundo Wall et al. (1994 apud PAI et al., 2004b), a dor inibe a dor via

    ativao de sistemas moduladores, principalmente os sistemas opiidesnoradrengico e serotoninrgico da acupuntura.

    A estimulao por acupuntura e eletroacupuntura caracterizada pelaaplicao de estmulos que recrutam mecanismos receptores sensveis enociceptores polimodais, sendo que, os melhores efeitos analgsicos ultrapassam adurao do perodo de estimulao (horas, dias) e, em alguns casos, o alivio da dor permanente (THORSEN et al., 1997).

    Segundo Sundkuhler (2000), mecanismos celulares envolvendo neurnios docorpo posterior da medula espinhal so responsveis pela analgesia de longadurao devidos a eletroacupuntura e acupuntura.

    De acordo com Meyer (2000 apud PAI et al., 2004b), o sistema inibitrioopiide participa da analgesia por acupuntura via POEs em diferentes nveis doSNC:

    medular: encefalina e dinorfina bloqueando a via aferente nociceptiva;

    mesenceflica: encefalinas e betaendorfinas. Aps a ativao primaria deneurnios opides e, secundrias aps a liberao por 5HT e NAmonoaminas localizadas em neurnios dos ncleos da rafe e lococerleo,respectivamente, entre outros;

    hipotlamo hipfise: betaendorfina (co- liberada com ACTH) que penetrana circulao sistmica produzindo analgesia. (MEYER, 2000 apud PAI etal., 2004b).

    O estimulo que provoca a liberao de peptdeos opiides tambm provoca aliberao de um antagonista a eles, a colecistocinina (HAN et al, 1986).

    A colecistocinina (CCK8) encontrada em vrias regies cerebrais e nosterminais aferentes centrais. Ela atua por mecanismo de feedback negativoconstante, inibindo a liberao de POEs e a ao opiide. Portanto, observa-se queelevadas taxas de CCK8 no SNC exibem baixa resposta acupuntura e aeletroacupuntura (SALAZAR; REYES, 2004).

    Funcionalmente a eficcia da eletroacupuntura depende da quantidade de

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    CCK8 presente e liberada e da velocidade de sua liberao (SALAZAR; REYES,2004).

    Alm desse mecanismo de liberao de altas taxas de CCK8 no SNC; alguns

    pacientes no respondem bem a acupuntura e a eletroacupuntura porque podemapresentar uma baixa taxa de liberao de opiides no SNC ou, ainda, apresentar liberao de orfanina (OFQ) que est relacionada com o controle deretioalimentao negativa da estimulao por eletroacupuntura (SALAZAR; REYES,2004).

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    5 AVALIAO E TRATAMENTO DA CEFALIA DO TIPO TENSIONAL

    Os pontos de acupuntura so prescritos a partir do diagnstico clnico, atravs

    do reconhecimento e agrupamento de dados semiolgicos em quadros sindrmicos,os quais fornecem diretrizes bem definidas para o estabelecimento das medidasteraputicas; e, sua utilizao est indicada para dores de um modo geral, incluindoas cefalias, e tambm para promover a normalizao funcional do organismo(CARNEIRO, 2001).

    A acupuntura, como recurso de prova teraputica, possibilita o profissionalexaminar e tratar o paciente, reavaliar seu diagnstico, quase que imediatamente,

    observando o sofrimento do indivduo e reduzindo o custo do tratamento (PAI,2005).

    5.1 CEFALIA DO TIPO TENSIONAL SEGUNDO A MEDICINA TRADICIONALCHINESA (MTC)

    Segundo a MTC, a cabea o local de encontro de todos os Canais de

    Energia Yang da Mo e do P e, o Qi (energia) e o Xue (sangue) dos cinco rgosZang e dos seus rgos Fu Fluem ascendentemente para a cabea (XINNONG;HSIEN, 1999).

    A cefalia pode ser causada por ataque de fatores endgenos ou exgenosque ocasionam prejuzo do Qi e do Xue na cabea e retardo da circulao do Qi nosCanais de Energia que atravessam a cabea (XINNONG; HSIEN, 1999).

    A invaso de vento patognico nos Canais de Energia e Colaterais a

    principal causa de cefalia por fatores patognicos exgenos, pois, quando o ventopatognico invade o corpo humano, primeiro ataca a poro superior do corpo. Por outro lado, a cefalia causada por fatores endgenos se origina, frequentemente, dehiperfuno do Yang do Fgado (Gan) ou deficincia de Qi e Xue (MAO-LIAG, 2001).

    Invaso de vento patognico nos Canais de Energia e Colaterais: essemecanismo causa desequilbrio e obstruo do Qi e Xue; uma vezinstalado o desequilbrio, a estagnao nos Colaterais, a mudana detempo sbita ou exposio ao vento, desencadeiam o ataque de cefalia

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    (CHONGHUO, YAMAMURA, 1993).

    Hiperatividade do Yang do Gan: a depresso a longo prazo do Qi do Ganpor um distrbio emocional, resulta num ataque ascendente do Fgado e daVescula Biliar, que pode ser desencadeado por um ataque de raiva quedanifica o yin (MAO-LIAG, 2001).

    Deficincia de ambos (Qi e Xue): a cefalia pode ser desencadeada pelaingesto irregular de alimentos, esforo excessivo e estresse (fsico e/ oumental), doena crnica ou deficincia congnita. A deficincia de Xue, queacontece porque a deficincia de Qi impede o Yang claro de ascender, nonutre a mente; portanto, ocorre a cefalia (XINNONG; HSIEN, 1999).

    Para Rodrigues (2001), o aspecto emocional exerce grande influencia nodesencadeamento da cefalia do tipo tensional e, de acordo com a MTC, asemoes freqentemente relacionadas ao quadro de cefalias so:

    raiva: ascenso do Yang do Gan; leva a ascenso do Fogo do Gan,causando cefalia na regio do Meridiano de Dachang;

    preocupao: causa estagnao do Qi, em particular no Qi do Fei(Pulmo) e Xin (Corao); sendo uma causa indireta de cefalia, uma vez

    que a deficincia de Qi do Pulmo pode permitir a ascenso do Yang doFgado;

    medo: a ansiedade e o medo prejudicam os Rins, causando cefalia, tantodiretamente pela deficincia do Rim, quanto indiretamente quando adeficincia do Rim provoca ascenso do Yang do Fgado.

    Essas condies descritas anteriormente, em geral, esto relacionadas comum quadro de cefalia do tipo tensional episdica.

    J, os quadros de cefalia do tipo tensional crnica, mais freqentes naregio occipital, so atribudas deficincia do Rim manifestando-se no Meridianoda Bexiga (RODRIGUES, 2001).

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    5.2 MODELO PROPOSTO DE AVALIAO NA MTC

    AVALIAO DE ACUPUNTURA E MEDICINA TRADICIONAL CHINESAFicha n: ______________________________ Data: _______________________Nome: _____________________________________________________________Data de nascimento: __________________ Naturalidade: ___________________Estado Civil: __________________________ Filhos: _______________________Endereo: __________________________________________________________Profisso: ________________________________ Telefone (s): ______________

    1) Queixa Principal (QP): _________________________________________________________________________________

    2) Histria da Molstia Atual (HMA): _________________________________________________________________________________

    3) Inspeo3.1) Lngua:( ) Plida e seca (def. Xue)( ) Plida e mida (def. Yang Qi).( ) Vermelha (calor, def. Yin Qi).( ) Vermelha com reas avermelhadas (estagnao de Xue)( ) Ulcerada e vermelha (ascenso de Fogo do C)( ) Com fissuras (calor excessivo, def. Yin Qi do R).( ) Com saburra branca (frio interno)( ) Com saburra amarelada (calor interno)( ) Sem saburra (insuficincia de Qi do E)( ) Denteada (umidade, def. Qi do BP).( ) Inchada (umidade em BP)( ) Prpura ou violcea (estase de Xue)

    OBS: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    3.2) Compleio:3.2.1) Geral( ) Yin( ) Yang

    3.2.2) Aspecto geral do corpo (forma, postura, locomoo, astenia): _________________________________________________________________________________

    3.2.3) Cor da pele( ) Face brilhante (normal)( ) Face opaca (def. Qi)( ) Face plida (def. Qi e Xue, def. Qi do C, frio).( ) Face amarelada (E e BP)( ) Face avermelhada (ascenso do Fogo do F, Calor).

    ( ) Face esverdeada ou azulada (estagnao de Qi do F, dor grave).

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    ( ) Face escurecida (def. de R)( ) Pele seca (def. Qi e Meridianos)( ) Pele mida (def. Yin Qi).

    3.2.4) Expresso do rosto: _________________________________________________________________________________

    3.2.5) Cabea e cabelos: _________________________________________________________________________________

    3.2.6) Olhos (brilho, aspecto, colorao, movimentos, edema de plpebras): _________________________________________________________________________________.

    3.2.7) Nariz (deformidades, secrees): _________________________________________________________________________________.

    3.2.8) Orelhas (colorao, brilho, aspecto interior):

    _________________________________________________________________________________.3.2.9) Lbios, dentes, gengiva, garganta (cor, umidade, forma, ulcerao, morfologia): _________________________________________________________________________________.

    3.2.10) Pele (alteraes da cor, textura, cicatrizes, alteraes morfolgicas): _________________________________________________________________________________

    OBS: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    4) Auscultao:

    4.1) Fala( ) Fala alta (sndrome de excesso)( ) Fala baixo (sndrome de def., frio).( ) Fala incoerente (debilidade do C)( ) Fala muito (def. do Yin do C)( ) Gagueira (obstruo dos Colaterais por Qi perverso vento/ flegma)( ) Pouca fala (sndrome def. Qi perverso frio ou leso interna)( ) Sem fala (frio interno, leso interna).( ) Afonia sbita (estase de Qi do P, obstruo de Qi do P).( ) Rouquido, afonia gradual (def. Yin Qi do P e R).

    OBS: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    4.2) Respirao( ) Respirao fraca (def. do Qi do C e P)( ) Falta de ar (def. do Qi do P)( ) Suspiro (estase de Qi do F)( ) Tosse seca (Qi perverso secura, def. Yin do P).( ) Respirao forada (flegma, Qi perverso umidade em P).( ) Dispnia (estase de Qi do P)( ) Tosse rouca (Qi perverso vento-frio ou frio/ flegma no P)

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    ( ) Tosse clara (Qi perverso vento/ calor ou flegma/ calor no P)

    OBS: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    5) Interrogatrio

    5.1) Transpirao( ) Sua pouco (normal)( ) No sua (Qi perverso frio, def. Yang Qi, def. Xue).( ) Sua muito (Qi perverso vento/calor)( ) Suor na cabea (def. Yin Qi, calor no E).( ) Suor frio (def. yang Qi)( ) Suor nas mos e ps (debilidade dos R)( ) Suor noturno (def. Yin Qi, calor interno).

    ( ) Suor diurno5.2) sono( ) Dorme bem( ) Insnia( ) Muito sono( ) Pouco sono( ) Sonhos

    OBS: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    5.3) Emoes( ) Medo( ) Preocupao/ Pensamento excessivo( ) Raiva/ irritabilidade( ) Ansiedade( ) Tristeza( ) Alegria

    OBS: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    5.4) Alimentao( ) Come muito (calor no E)( ) Come pouco (def. Qi do BP, calor/ umidade em BP, reteno de alimentos no E).( ) Sem apetite (vazio de Qi em BP e E)( ) Prefere alimentos quentes (sndrome de frio)( ) Prefere alimentos frios (sndrome de calor)

    OBS: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

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    5.5) Sabores( ) Salgado (def. Qi do R)( ) Doce (def. do BP)( ) Picante (def. de Qi do P)

    ( ) Amargo (def. de qi do C)( ) Azedo/ cido (estagnao de Qi do F)

    OBS: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ 5.6) Sede( ) Sem sede (plenitude e Qi perverso frio/ umidade em BP)( ) Pouca sede (def. de Yang Qi, estagnao em Meridianos, acmulo de frio no E).( ) Muita sede (calor interno)

    ( ) Preferncia por gua gelada (calor interno)OBS: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    5.7) Disfunes gastrintestinais( ) Halitose (reteno de alimentos no E)( ) Azia (Qi do E em ascenso)( ) Nuseas/ enjos (Qi perverso calor umidade em E)( ) Gastrite (Qi perverso calor em E)( ) Constipao (Qi perverso calor em IG)( ) Diarria (Qi perverso calor ou frio/ umidade)OBS: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    5.8) Excrees

    5.8.1) ( ) Diarria seguida de alivio (def. Yang Qi do R).( ) Diarria com alimentos no digeridos (def. Qi de BP)( ) Fezes retidas (excesso de Yin Qi do R)( ) Fezes finas com gua (Qi perverso umidade/ frio em BP e E)( ) Fezes com muco (Qi perverso umidade frio no IG)( ) Fezes secas (calor interno, def. Yin Qi).( ) Fezes com sangue (Qi perverso calor no IG)

    5.8.2) ( ) Escura (Qi perverso calor em R e B)( ) Clara (Qi perverso frio)( ) Muita (def. Yang qi do R, Qi perverso calor/ umidade em B).( ) Pouca (sndrome de calor)( ) Incontinncia/ Solta (def. Qi do R, afundamento do Qi do BP).( ) Com sangue/ Reteno (Qi perverso calor/ umidade em B)( ) Noctria (def. de Yang do Qi do R)( ) Enurese noturna (def. de Qi do R, disf. De B).

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    OBS: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    5.9) Menstruao( ) Ciclo prolongado e escasso com colorao clara (def. de Qi e Xue, Qi perverso frio).( ) Menorragia/ ciclo diminudo com muito sangue e colorao escura (estagnao de sangue, calor no sangue, def. Qi de BP, hiperatividade do Yang Qi do F).( ) Menorragia/ irregular (estagnao de qi perverso calor em Xue)( ) Dismenorria/ clicas (estagnao de Qi e Xue do F)( ) Amenorria (def. Qi + Xue, def. Xue do F).( ) Leucorria com corrimento branco e aquoso (def. de Yang Qi do BP e do R)( ) Leucorria espessa com cor amarela e odor desagradvel (Qi perverso umidade calor em TAinferior)

    OBS:

    _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    5.10) rgos dos sentidos

    5.10.1) Olhos e Viso( ) Fraca (estagnao de Qi do F, def. de Yin Qi na B e R).( ) Turva (Qi perverso vento, def. Xue do F).( ) Vermelhido (fogo, ascenso do Yang Qi do F).( ) Secura (vazio de Yin Qi do F)( ) Lacrimejamento (Qi perverso vento)

    5.10.2) Ouvidos e Audio( ) Zumbido (def. Yin Qi na B e R, vento).( ) Prurido (coceira)( ) Fraca (def. Yin Qi da B e R).( ) Surdez (def. sangue no C, def. Yin Qi na B e R).( ) Surdez sbita (fogo no F)

    5.10.3) Nariz e Olfato( ) Fraco (def. Yin Qi dos P, Qi perverso vento/ frio).( ) Anosmia (debilidade de IG)( ) Coriza/ mucosidade (Qi perverso calor no P)

    ( ) Prurido (Qi perverso vento no P)( ) Obstruo (Qi perverso vento no P)

    5.10.4) Tato( ) Fraco (def. Qi no C)

    5.10.5) Boca e Gosto( ) Lbios azulados (estase de Xue no C)( ) Lbios plidos (Qi perverso frio-umidade no C)( ) Lbios brancos (def. de Yin Qi e Xue do C)( ) Salivao (Qi perverso umidade em BP)( ) Secura (Xue em P e Wei Qi)( ) Garganta seca (subida o fogo do F)

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    ( ) Boca amarga (Qi perverso calor/ umidade em F e VB)( ) Sangramentos (def. de Qi do BP)

    OBS:

    _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    6) Alergias

    6.1) Coluna( ) Cervical( ) Torcica( ) Lombar ( ) Cervical com irradiao para membros superiores

    OBS: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    6.2) Abdome( ) Dores epigstricas (Qi perverso frio no E)( ) Dor no hipocndrio tipo pontada (estase de Qi do F)OBS: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    6.3) Trax( ) Dores (alteraes patolgicas do C e P)( ) Opresso (Qi perverso frio e umidade no P)

    OBS: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    6.4) Dores de Cabea( ) Frontal (reteno e alimentos no E)( ) Orbital (def. Xue do F)( ) Temporal (hiperatividade de Yang Qi do F, calor/ umidade de F e VB).( ) Occipital (distrbio de B e ID)

    OBS: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    7) Palpao

    7.1) PulsologiaDireita (Yin)Metal P ______________ Terra BP _____________ Fogo CS ______________ Esquerda (Yin)Metal C ___________ Terra F ___________ Fogo R ___________

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    Direita (Yang)Metal - IG __________ Terra - E ___________ Fogo - TA __________ Esquerda (Yang)Metal ID __________ Terra VB __________ Fogo B ____________

    8) Diagnostico Energtico: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

    9) Tratamento: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

    Fonte: Arquivo Pessoal

    5.3 TRATAMENTO

    A eleio dos pontos de acupuntura para o tratamento da cefalia do tipotensional, obedece aos mesmos critrios de seleo de pontos usados paraqualquer desequilbrio no organismo: alto/ baixo; profundo/superficial; direito/esquerdo; Yin/ Yang (YAMAMURA, 2001).

    O processo fisiopatolgico de qualquer patologia, incluindo a cefalia, decorrente do desequilbrio entre o Yin e o Yang, segundo a MTC. Portanto, antesde se iniciar o tratamento preciso harmonizar o Yin e o Yang; atravs de pontosque realizam a ligao entre Yin/ Yang; Alto/ Baixo; esquerdo/ Direito; Exterior/Interior. Os pontos que realizam a ligao atravs das suas funes energticas,segundo Yamamura (2001) so: IG-4 (Hegu), E-36 (Zusanli), IG-11 (Quchi) e F-3(Taichong).

    Alm da seleo de pontos (outros pontos selecionados sero discutidos aseguir), possvel escolher o mtodo de tratamento que ser utilizado: acupunturasistmica, eletroacupuntura e aurculoterapia. Em alguns casos, ambas as tcnicassero usadas, at que se obtenha bons resultados no alivio da dor e outrossintomas.

    A freqncia do tratamento varivel: nos casos agudos ou situaes deagudizao do quadro crnico, podem ser necessrias repetidas sesses em dias

    subseqentes, sendo feita a reavaliao em seguida; as sesses s sero

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    espaadas quando houver o controle da dor. J, nos casos crnicos, costuma-serealizar tratamento prolongado, em que as sesses sejam realizadas uma ou duasvezes por semana e a reavaliao indicar a necessidade e a convenincia de

    programar as sries das sesses (CARNEIRO, 2001).O tempo de permanncia das agulhas recomendado para a maioria dos casos

    de 15-30 minutos, depois da obteno da sensao chamada de Qi. O mesmopadro de tempo usado na eletroacupuntura. Em alguns casos, o tempo depermanncia menor como, por exemplo, em pacientes idosos ou muito debilitados.Nas condies crnicas, especialmente dolorosas, habitual uma permannciamaior. Porm, baseado no processo de liberao de neurotransmissores, o tempo

    ideal de permanncia so 30 minutos (PAI et al., 2004a).O material usado so agulhas descartveis, de ao inoxidvel, filiformes, com

    dimetro de 0,25-0,30mm e comprimento que varia de 2,5-7,0cm, dependendo darea de localizao do ponto e da constituio corprea de cada paciente (PAI et al.,2004a).

    Recomenda-se cautela no emprego da acupuntura em pacientes em jejumprolongado ou gravemente debilitados; mas, de um modo geral, no h contra

    indicaes, exceto, na eletroacupuntura no portador de marca-passo, pacienteshemoflicos ou portadores de discrasia sangnea e em pacientes alcoolizados(CARNEIRO, 2001).

    5.3.1 Pontos sugeridos

    Os pontos podem ser selecionados de acordo com os sintomas do paciente e

    a caracterstica da cefalia:

    Cefalia devido invaso de vento patognico nos canais de energia ecolaterais : o tratamento tem como objetivo dispersar o vento, remover a obstruonos Canais de Energia e Colaterais, regular o Qi e o Xue e controlar a dor. Nestecaso, os pontos selecionados podem ser locais combinados com pontos distais, aolongo dos Canais de Energia relacionados (XINNONG, HSIEN, 1999).

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    Prescrio :Cefalia Occipital :

    VB 20 (Fengchi);

    B 60 (Kunlun);

    ID 3 (Houxi);

    VG 10 ( Houding);

    B10 (Tianzhu);Pontos AshiEsses so pontos dos Canais de Energia Taiyang da Mo e do P

    (CHONGHUO; YAMAMURA, 1993; XINNONG; HSIEN, 1999; MAO-LIAG, 2001).Cefalia frontal : os pontos usados so do canal de Energia Yangming

    (XINNONG; HSIEN, 1999; MAO-LIAG, 2001).Prescrio :

    E 8 (Touwei);

    Yintang (Ponto extra);

    VG 23 (Shangxing);

    IG 4 (Hegu);

    E 44 (Neiting);

    Pontos Ashi.Cefalia temporal : pontos dos Canais de Energia Shaoyang da Mo e do P

    (MAO-LIAG, 2001).Prescrio :

    Taiyang (Ponto extra);

    VB 8 (Shuaigu); TA 5 (Waiguan);

    VB 41 (Zulingi);

    VB 43 (Xiaxi);

    Pontos Ashi.Cefalia parietal : os pontos selecionados so dos Canais de Energia Taiyang

    da Mo e do P mais os do Canal de Energia Jueyin do P (XINNONG; HSIEN,

    1999).

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    Prescrio :

    VG 20 (Baihui);

    ID 3 (Houxi);

    B 67 (Zhiyin);

    F 3 (Taichong);

    B 7 (Tongtian);

    Pontos Ashi.

    Cefalia devido hiperatividade do yang do gan (fgado) : os pontosselecionados so dos Canais de Energia Jueyin e Shaoyang da Mo e do P, paraacalmar o Yang do Gan; usar, de preferncia, o mtodo de sedao. O Canal deEnergia Jueyin do P atinge a regio parietal e o Canal de Energia Shaoyangpercorre bilateralmente a cabea; com essa combinao de pontos possvelreduzir o Calor nos Canais de Energia e acalmar o Yang do Gan (XINNONG;HSIEN, 1999).

    Prescrio :

    VB 20 (Fengchi);

    VG 20 (Baihui);

    VB 5 (Xuanlu);

    VB 43 (Xiaxi);

    F 2 (Xinjian);

    Cefalia devido deficincia de Qi e Xue: o objetivo do tratamento tonificar e regular a circulao do Qi e Xue, promovendo o Qi lmpido atravs dospontos dos Canais de Energia do Vaso Governador e Vaso concepo e nos pontosShu Dorsais (XINNONG; HSIEN, 1999).

    Prescrio :

    VG 20 (Baihui);

    VC 6 (Qihai);

    B 18 (Ganshu);

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    B 20 (Pishu);

    B 23 (Shenshu);

    E 36 (Zusanli);

    IG 4 (Hegu) (CHONGHUO; YAMAMURA, 1993; XINNONG; HSIEN, 1999;MAO-LIAG, 2001).

    Neste caso, o ponto VC 6 usado para tonificar o Qi primrio; VG 20 paraelevar o Yang lmpido. O Qi dos Canais de Energia Yangming regulado atravsdos pontos IG 4 e E 36; sendo que este ultimo tambm pode beneficiar oEstmago, que fonte produtiva do Qi e do Xue. Os pontos B 18; B 20; B 23so pontos Shu Dorsais do Fgado, Bao e Rim, respectivamente. O Fgadoarmazena o sangue, o Bao controla o sangue e, o Rim, armazena e produzEssncia e Sangue; por isso so usados pra fortalecer a Essncia no Rim e tonificar o Qi e o Xue (MAO-LIAG, 2001).

    5.3.2 Acupuntura sistmica

    Os pontos sugeridos anteriormente devem ser selecionados de acordo com a

    queixa principal do paciente e do exame / avaliao realizado pelo terapeuta. As agulhas devem ser colocadas nos pontos escolhidos, local e/ou

    distncia, e manipuladas com pequenos movimentos de rotao (para aumentar aestimulao), em mdia a cada 10 minutos, quando o tempo de permanncia dasagulhas chegar a 30 minutos (PAI et al., 2004a).

    Aps a retirada das agulhas deve-se realizar uma rpida reavaliao sobre oestado geral do paciente.

    5.3.3 Eletroacupuntura

    Consiste na conexo de cabos nas agulhas, conectados a um aparelho deeletroestimulao que gera pulsos na freqncia pr-determinada pelo terapeuta. Aintensidade deve variar conforme a tolerabilidade e a aceitao do doente (PAI et al.,2004a).

    Aps a realizao da seleo de pontos, as agulhas devem ser coladas e

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    manipuladas manualmente at obter o De Qi, para depois realizar a conexo doscabos nas mesmas (ULETT; HAN, 1998).

    A intensidade usada para o alivio da dor normalmente encontra-se entre 2

    4Hz e 100Hz, como foi discutido anteriormente (HAN et al, 1991), mas possvelutilizar baixa e alta freqncia simultaneamente, obtendo-se resultados analgsicosfavorveis, alm da melhora do fator emocional, quando estiver associado (GUO etal, 1996).

    5.3.4 Acupuntura auricular (aurculoterapia)

    Algumas regies do corpo, como o pavilho auricular, apresentam pontos quepodem ser selecionados para a aplicao de acupuntura. Essas regies sodenominadas micro-sistemas (CARNEIRO, 2001).

    Em cada orelha pode-se aplicar at trs agulhas por sesso. Aeletroacupuntura tambm pode ser utilizada nesse mtodo (CARNEIRO, 2001).

    Porm, o uso de sementes, como meio de estimulao continuada, que socolocadas com adesivo em contato com o ponto, mais seguro do que o mtodo

    com agulhas de permanncia, que expe o paciente a um risco potencial de lesoda cartilagem (ASAMOTO; TAKESHIGE, 1992).

    Aps a colocao das sementes, o paciente dever pression-lasperiodicamente (conforme instrues do terapeuta), para intensificar o efeito(CARNEIRO, 2001). As sementes duram de 3 a 7 dias (MAO-LIAG, 2001).

    Os pontos auriculares mais usados para o tratamento da cefalia so:occipital, tmpora, crebro, Shenmen, fronte e subcrtex (CHONGHUO;

    YAMAMURA, 1993; MAO-LIAG, 2001).Mtodo utilizado: seleo de 2 a 3 desses pontos, em cada tratamento. As

    agulhas podem permanecer no paciente de 20 a 30 minutos, sendo manipuladas acada 5 minutos (MAO-LIAG, 2001).

    Em casos resistentes de cefalia ou em quadros crnicos, deve-se realizar omtodo de sangria, retirando algumas gotas de sangue das veias do dorso da orelha(CHONGHUO; YAMAMURA, 1993).

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    6 DISCUSSO

    Verifica-se atravs de diversos estudos, que a cefalia do tipo tensional

    mostra-se com alta incidncia na populao mundial (cerca de 93%) e com maior particularidade em mulheres com faixa etria variando dos 20 (vinte) aos 50(cinqenta) anos. No existe ainda uma nica determinao da causa da cefalia,fatores como tenso emocional, contrao de msculos pericranianos, espasmos devasos sangneos e uso de substncias txicas so identificados como produtoresdeste quadro sensorial.

    A acupuntura um dos diversos procedimentos teraputicos utilizados na

    Medicina Tradicional Chinesa, que ser a partir de agora identificada como MTC, foidesenvolvida por mdicos chineses a cerca de 4.500 anos, misturando estruturasfilosficas do Taosmo e terapia. No Brasil reconhecida como especialidademdica pelo Conselho Federal de Medicina a partir de 1995 e somente em 1998pela Associao Mdica Brasileira.

    A viso do mtodo de acupuntura como especialidade teraputica visando otratamento da cefalia do tipo tensional, ainda uma experincia nova, mas que

    est ganhando em passos largos, reconhecimento. Embora apresente uma melhoraconsidervel na qualidade de vida e certa diminuio na intensidade da dor e doconsumo medicamentoso, j que tem um efeito neurobiolgico atuante sobreneurotransmissores relacionados a dor, no , de maneira alguma, recomendvelsua utilizao como nico mtodo teraputico. Excluindo-se o efeito analgsico, osoutros efeitos teraputicos ainda esto em anlise.

    O tratamento com acupuntura exige um diagnstico clnico baseado no

    reconhecimento e agrupamento de dados bem definidos; a intensidade daestimulao das agulhas depende do profissional, assim como a estimulao eltricapode variar de intensidade conforme o resultado a ser alcanado.

    Segundo Yamamura (2001), a seleo dos pontos de acupuntura para otratamento de cefalias do tipo tensional, obedece aos mesmos critrios de seleode pontos usados para qualquer desequilbrio no organismo. Alm de influir tambmqual o melhor mtodo a ser utilizado, podendo ser associados dois mtodos emconjunto. A freqncia do tratamento tambm varivel, depende de aspectos como

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    7 CONCLUSO

    Devido complexidade do fenmeno das cefalias tensionais e o fato desteser um problema de etiologia ainda insuficiente esclarecido, sendo importante cuidar para que o tratamento proposto no pressuponha um perfil nico de paciente, nemuma nica forma de manifestao biolgica da doena, mas considere asindividualidade de cada caso, assumindo um carter dinmico e sujeito areavaliaes peridicas.

    A eficcia da acupuntura variada e mltipla e, em conjunto com outras

    modalidades teraputicas pode resultar em maiores benefcios, principalmente noscasos de algias agudas ou crnicas.

    Provavelmente, a utilizao da acupuntura reduziria a farmacocompetio empacientes que consomem grande quantidade de remdios, incluindo os casos decefalia do tipo tensorial, pois, a automedicao um dos principais fatores dacronicidade da doena.

    Os benefcios duradouros oferecidos pela acupuntura, eletroacupuntura e

    auriculoterapia, que podem ser usados de forma profiltica ou no tratamento em si,livra o indivduo das cefalias e do uso excessivo dos frmacos; pois j se sabe queos mecanismos de ao da acupuntura so mediados pelo sistema nervoso centrale perifrico.

    Talvez, a maior colaborao que o Oriente possa trazer a medicina ocidentalno esteja na sua tcnica, mas no seu saber. No entanto, apenas atravs dacompreenso da cultura e da civilizao chinesa, da aceitao de que Yin e Yang se

    organizam em um sistema coerente, que o saber tradicional pode ser realmenteaprendido.

    Acupuntura, uma arte teraputica antiga e de fcil execuo, renova e intrigaos conhecimentos mdicos modernos. A caminhada para o futuro provavelmenteser a da unio perfeita para o bem-estar dos pacientes.

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    8 BIBLIOGRAFIA

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