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Talvez para não nos prender ao passadoe sempre nos estimular à transformação e à evolução,

isto foi estabelecido para ser naturalmente simples e óbvio:

o verdadeiro alcance da nossa percepção de realidadese limitará ao período em que vivemos.

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Isso quer nos dizer que, verdadeiramente,não temos condições de perceber como realidade

fatos ocorridos ou supostamente ocorridos em épocasanteriores ao período em que vivemos

...

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Claro,refiro-me àqueles

fatos que alegadamente ocorreram,mas que, por algum motivo desconhecido,

nunca mais se repetiram, voltando a ocorrer...;

e, mesmo se eles fossem merecedores de nossas crenças,não poderíamos “experimentá-los” como realidade.

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Assunto antigoe, inegavelmente, atual

...,pois se assemelha ao próprio

fenômeno que o inspira: a realidade,esta que se mostra difícil de ser definida,

porque nunca foi e ainda não épor nós baseada apenas

em fatos...

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Na Grécia antiga,lugar onde se deu o início

desta civilização de aparênciamoderna que chamamos de ocidental,

os filósofos demostraram suas preocupações:

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“Nossas palavras sempre terãodificuldades para concordar com os fatos,

pois a nossa experiência direta é como que está em nossas mentes”,

em que “acreditamos”.

Na Grécia antiga,lugar onde se deu o início

desta civilização de aparênciamoderna que chamamos de ocidental,

os filósofos demostraram suas preocupações:

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Isto tem uma natureza real,apesar de básica ou preliminar.

Para nós a percepção da realidadese limita à estrutura da nossa consciência,

inexoravelmente individual ou individualizada,centralizada na percepção de um “eu”.

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E, sendo assim,outra vez se confirmao que escrevemos no início:a nossa percepção da realidade,verdadeiramente (ou de maneira “normal”),baseia-se em nós e só se estende por 75 anos !...

...! Mas vamos dar outra volta atrás no tempo.

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Aqui estamos na entrada do séc.XIX,época em que viveu o filósofo alemão

Immanuel Kant:

“primeiro grande pensadora emergir da filosofia desde

os antigos gregos”.(*)

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Aqui estamos na entrada do séc.XIX,época em que viveu o filósofo alemão

Immanuel Kant:

“primeiro grande pensadora emergir da filosofia desde

os antigos gregos”.(*)

(*) Isto é o que nos diz a história,descartando Descartes, Leibniz, Spinoza...,

estes para os quais “só a matemática ofereciao modelo ideal para a aquisição do único

conhecimento verdadeiramente confiável.”

Pela filosofia, então, voltemos a Kant.

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Ele tentou redefinir os critériosque utilizamos para conceituar

isto que chamamos derealidade,

relacionando-a estritamente“ao que pode ser experimentado”

!

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E assim Immanuel Kant definiuque, mesmo para nós, a percepção

da realidade é limitada ao que existe,

“e só o que pudermos apreender poralgum dos nossos cinco sentidos

pode ser transformado numaexperiência para nós”.

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“Nossa própria naturezaimpõe limites ao que podemos fazer.

“Um simples composto de gás, por exemplo,incolor, indolor, inodoro, inaudível e não palatável,

não pode ser transformado numa experiência para nós,pois não temos como apreendê-lo. Isso, entretanto,

não significa que o gás não exista; ao contrário,pois, para além de onde as nossas faculdadesou o nosso conhecimento alcança, tudo mais,

seja o que for — incluindo ou não um Deusou almas imortais —, pode existir, embora

não tenhamos meios de apreendê-lo.”

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Fugindo um pouco do assunto,levado pelas palavras de Immanuel Kant,

parece-me importante destacar que elenão descartou a possibilidade da existênciade Deus, ou de um Deus..., talvez porquepartilhasse a convicção da importância de

acreditarmos — mesmo hipoteticamente — naexistência de uma AUTORIDADE acima de nós,

a quem devemos respeitar ou, pelo menos,considerar, na hora de definir nossas

posições diante deste mundo.

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Masde todo modo, nem antes

nem agora podemos subestimaro alcance das nossas palavras..., quesão realmente poderosas, capazes até

de descrever fenômenos ou fatos abstratos...

Mas também estas mesmas palavras sãoincapazes de criar..., no sentido de gerar ou

transformar coisas abstratas em coisas visíveis,palpáveis ― ou que, então, de alguma forma

possam ser “experimentadas” por nós.

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Isto é simples.

Fatos não se tornamreais quando são descritos...;

eles só se tornam reais quandose tornam “visíveis” e ― ou, então,

passíveis de serem experimentados.

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Uma experiência difícilde ser estendida ao nosso intelecto.

Na prática, em relação às linguagens, isso mediz que determinadas palavras precisam mostrar

e ainda se conciliar com os objetos que descrevem;e, quanto às palavras que descrevem fenômenos,

terão de ser aptas a dimensioná-los de algum modo,estabelecendo as suas relações diretas

com algum dos nossos sentidos ―para que possam, assim, fazer

algum sentido...

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Desculpem-me.Também para mim é bastante claro

que as nossas palavras (originadas da inegávelpotencialidade da mente humana e de suas ainda

extraordinárias percepções), podem muito bemse anteciparem ao surgimento do fato

...!...Mas, mesmo assim,

elas só se tornarão reais apóso surgimento do fato...,

mesmo que tenham de aguardá-lopor décadas e décadas, séculos eséculos..., estes que vão, então,muito além dos nossos meros

:

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Por tudo isso fabricamos os papeise inventamos a escrita, estas crônicas e os livros...,

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porque o nosso “conhecimento” precisaultrapassar a média da nossa curta expectativa de vida.

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E aqui se retrataum bom exemplo de como

o nosso conhecimento se perpetua:

ele passa para as gerações seguintes,

estas que a rigor deverão analisá-lo e,necessariamente, desenvolvê-lo

para aprimorá-lo.

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Enfim, se posso acender uma luzsobre todo este amontoado de conceitos

(resultantes da complexidade que recebemospotencializada na extraordinária natureza damenta humana), recorro à presunção de que

a luz possa surgir em uma certa medida,entre a fé e a consciência:

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Enfim, se posso acender uma luzsobre todo este amontoado de conceitos

(resultantes da complexidade que recebemospotencializada na extraordinária natureza damenta humana), recorro à presunção de que

a luz possa surgir em uma certa medida,entre a fé e a consciência:

enquanto as religiões dizem queprecisamos “acreditar para ver” e a

ciência diz que precisamos “ver para acreditar”,simplesmente eu digo que precisamos

compreender, para acreditar!

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É pelo quejá acreditamos que

eu dimensiono o que temospara compreender

!E se estudarmos veremos que

nenhum dos nossos grandes conhecimentosfoi adquirido por um único homem

em uma única geração,75 anos

!

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Felizmenteos nossos conhecimentos

não se limitam à efemeridadedas nossas existências individuais.

Mas já neste tempo,infelizmente, pelo que vejo,

o nosso conhecimento ainda nãoconsolidou nosso futuro..., como fato.

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E então, por favor, quecada um faça a sua parte edê a sua contribuição..., ouse for o caso me conteste

!Mas, também por favor,

não percam seus tempos analisandominha existência individual..., esta que

provavelmente não alcançarásequer a média dos

75...

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!Ultimamente,

pelo tanto que tenho escrito,vejo uma pressa sintomática

...Escrevi muito, mesmo por aqui,

e me relembro da crônica “Forever”.

Assim, tendo como fato naturala nossa “insaciabilidade”, relacionada

à nossa imensa sede de conhecimento...,espero passar para vocês, pelo menos,

o impulso desta minha própria sede,para que corresponda na realidade

àquela sede humana de viverpara sempre!

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E que estes não duvidem disto:enquanto estiverem aprendendo,

a porta do futuro estaráaberta

(...)!

Na realidadetudo diz respeito à Vida...,

esta pela qual os mais velhospassam os seus conhecimentos

para os mais jovens...!...

Lanier Wcr 2011