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O Ministrio do Esprito Santo

O Ministrio do Esprito SantoWAGNER LUIZ TERUEL DOS SANTOS

Pr. Wagner Teruel

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O Ministrio do Esprito Santo

...O BATISMO COM O ESPRITO SANTO A CONDIO BSICA PARA QUALQUER PESSOA SE CANDIDATAR OBRA DE DEUS...

Pr. Wagner Teruel

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O Ministrio do Esprito SantoINDICE 1 Introduo : A Natureza do Esprito Santo 2 Andando Segundo o Esprito 3 O Ungento Derramado 4 Shemen 5 A Perspectiva Missionria de Pentecostes 6 O Esprito Santo no processo Hermenutico 7 Os Elementos do Azeite I 8 Os Elementos do Azeite II 9 Os Elementos do Azeite III 10 A Trplice Uno 11 A Uno em Belm 12 A Uno em Hebron 13 A Uno em Israel I 14 A Uno em Israel II 15 A Uno de Jeh 16 A Prpria Uno Ensina I 17 A Prpria Uno Ensina II 18 Conservando a Uno 19 Vivendo Na Dimenso do Esprito 20 O Esprito Santo e o Monoitesmo 21 O Esprito Santo 22 - O Ministrio do Esprito Santo 23 - Os Pecados contra o Esprito Santo 24 - O Fruto do Esprito Santo 25 - Os Dons do Esprito Santo

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O Ministrio do Esprito SantoEsta tem o objetivo de aclarar o tema que vamos estar expondo neste compendolo, os temas aqui abordado, so da natureza Espiritual trataremos apenas de assuntos concernentes ao Esprito Santo, no primeiro capitulo damos um pequeno resumo do poder e da natureza do Esprito Santo, e ai ento entramos na uno e tambm no conhecimento propriamente dito da essncia da Pneumatologia.

Introduo

Deus Esprito, e importa que os que o adorem o adorem em Esprito e em verdade (J.4:2425). Quem o Esprito Santo? A resposta a esta pergunta encontrar-se- no estudo das Sagradas escrituras que ilustram suas obras, as quais definem e ensinam sua natureza como sendo O MESMO E NICO DEUS TODO-PODEROSO. 1 o Esprito santo Divino no sentido Absoluto? R: Sim. Sua divindade provada pelos atributos Divinos:

I - A Natureza do Esprito Santo

Eternidade: Em Hebreus 9:14 nos diz que Ele Eterno. Onipresena: Em Salmos 139:7-11 nos diz que Ele Onipresente Onipotncia: Esta afirmao est em Lucas 1:35 quando nos diz que Ele onipotente. Oniscincia: Podemos encontrar em 1Corintios 2:10-11, Ele Onisciente. Tambm fica provada a Sua divindade pelas atividades divinas: 1. Em Gnesis 1:2; J 33:4 Ele cria e d a vida. 2. Em Atos 13:2; e 20:28, Ele nomeia e d comissiona ministros 3. Em Atos 16:6-7, Ele dirige onde os ministros devem pregar 4. Em Atos 1:16;1Pedro1:11-12;2Pedro 1:21, Ele falou atravs dos profetas. 5. Em Gnesis 6:3, Ele contende com os pecadores. 6. Em Joo 16:8, Ele reprova. 7. Em Atos 9:31, Ele consola. 8. Em Romanos 8:26, Ele nos ajuda em nossas fraquezas. 9. Em Joo 14:26; 1Corintios 12:13, Ele ensina. 10. Em Joo 16:13, Ele guia. 11. Em Romanos 15:16; 1Corintios 6:11, Ele santifica. 12. Em Joo 15:26, Ele testifica de Cristo. 13. Em Romanos 15:13, Ele tem poder prprio. 14. Em 1Corintios 2:10, Ele sonda tudo. 15. Em 1 Corntios 12:11, Ele age segundo a Sua vontade. 16. Em Joo 14:17, Ele habita com os santos. 2 O Esprito Santo apenas uma influencia? R: Muitas vezes descreve-se o Esprito Santo duma maneira impessoal: como o Sopro que preenche, a Uno que unge, o Fogo que ilumina ou aquece, a gua que derramada e o Dom do qual todos participam. Contudo, esses nomes so meramente descries das suas

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operaes, pois o Esprito santo Deus, porque Ele exerce os atributos de personalidade, que so: 1. Vontade: 1Corintios12:11. 2. Sentimento: A - Efsios 4:30, podendo portanto ser entristecido, Isaias 63:10. B Atos 7:51, Ele pode sofrer desistncia.C Glatas 4:6 Ele clama. D Apocalipse 2:7 Ele fala.

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3 o Esprito Santo uma personalidade distinta e separada de Deus? R: No: O Esprito procede de Deus, enviado de Deus, dom de Deus aos homens. No entanto, o Esprito Santo, no independente de Deus, porque Ele, o Esprito Santo, o nico Deus operando nas esferas do pensamento, da vontade, da atividade. ...Porque Deus o que opera em vs tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade... (Fp.2:13). Na Bblia o Esprito Santo chamado: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Em Atos5:3-4 de Deus. Em 1Corintios 3:16; Gnesis 1:2 de Esprito de Deus. Em Romanos 8:15 Esprito de Adoo. Em Atos 2:17 Deus o chama de meu Esprito. Em Atos 1:5 Esprito Santo Em Romanos 8:2 Esprito de Vida. Em 1Pedro 1:10-11 Esprito de Cristo.

O ESPIRITO SANTO EM RELAO AO CRISTO: As vrias operaes do Esprito Santo na vida do verdadeiro Cristo: Regenerando-o: Joo 2:3-6; Tito 3:5. Habitando Nele: 1Corintios 6:15-19. Proporcionando-lhe segurana: Romanos 8:14-16 Libertando-o da lei do pecado e da morte: Romanos 8:2. Orientando-o para um servio especial: Atos 8:27-29 Instruindo-o: Joo 16:13-14. Batizando-o no corpo de Cristo: Joo 1:32-34. Selando-o: Efsios 1:13-14. Fortalecendo-o: Efsios 3:16. Enchendo-o de vida e virtude: Efsios 5:18; Atos 1:8 Guiando-o: Romanos 8:14; Joo 16:13 Chamando-o para um servio especial: Atos 13:2-4. Iluminando-o: 1Corintios2:12-14; Hebreus 6:4. Capacitando-o: 1Tessalonicensses 1:5; 2Corintios 3:5-6. Das Escrituras Sagradas que seguem: Lucas 3:16; Atos 2:2; Joo 7:37-39; Efsios 1:13, encontre um smbolo do Esprito santo.

...Portanto, agora, nenhuma condenao h para os que esto em Cristo Jesus, que no andam segundo a carne, mas segundo o esprito; Porque a lei do Esprito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte; Porquanto, o que era impossvel lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhana da carne do pecado, pelo pecado

Andando segundo o Esprito

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condenou o pecado na carne, para que a justia da lei se cumprisse em ns, que no andamos segundo a carne, mas segundo o Esprito; Porque os que so segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que so segundo o Esprito, para as coisas do Esprito; Porque a inclinao da carne morte; mas a inclinao do Esprito vida e paz; Porquanto a inclinao da carne inimizade contra Deus, pois no sujeita lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser; Portanto, os que esto na carne no podem agradar a Deus.; Vs, porm, no estais na carne, mas no Esprito, se que o Esprito de Deus habita em vs. Mas, se algum no tem o Esprito de Cristo, esse tal no dele... (Rm.8:1-9) A palavra Esprito to importante que nas Escrituras Sagradas mencionada mais de 550 vezes. O apostolo Paulo aqui est preocupado com a necessidade de sabermos como estamos vivendo e nos da os dois caminhos, como sempre digo, sempre haver dois caminhos, ou duas opes para ns. O primeiro caminho viver sem condenao por estarmos em Cristo Jesus, e note que aqui ele trata que o homem anda segundo o esprito aqui com a letra minscula. Vale aclarar esta parte que no anda segundo a carne m,ais segundo o esprito s se encontra na verso Revisada e Corrigida, em nenhuma outra verso em portugus se encontra esta frase. Porque? Uns podem dizer que uma parte apcrifa ou que os eruditos quiseram j dar sentido direto ao contexto. H uma serie de divergncia neste texto, algumas Bblias tratam o esprito que ai esta com a letra maiscula outros com a letra minscula, enfim o que necessitamos aprender nesta noite como podemos fazer para andarmos em esprito. Em primeiro lugar devemos andar conforme o esprito, tratemos aqui do esprito humano, j sabemos que o homem tri-partido (Corpo, Alma e esprito) , verdadeiro cristo deve saber que andar em esprito deixar cumprir o que est escrito em Eclesiastes 11:9, anda conforme os desgnios do seu corao mais sobre todas estas coisas te trar Deus a juzo. Andar em esprito andar para agradar a Deus, que posso fazer para agradar a Deus? 1 Devemos deixar a malicia: (Cl.3:8) 2 - Vive para servir: (Lv.25:39) A caracterstica daquele que anda segundo o esprito que busca forma de servir melhor a Deus no como um escravo mais como um que se alegra em servir a Deus pelo que Deus tem feito por ns. 3 Ter o fruto do Esprito: este fruto s se consegue por aqueles que esto dispostos a amar, a servir e a congregar. Isto andar segundo o esprito, h uma guerra muito grande contra a carne e o esprito humanamente falando: a carne voltada para os planos terrenos e mesquinhas exemplos (vida dos outros, dinheiro, flagelos, usurpao, traio, roubos, seqestros (emocionais, psquicos e fsicos), morte, assassinatos, suicido, lei do jeitinho brasileiro, oportunismo, situao de abuso (sexual, moral, profissional, etc...).

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o esprito voltado para planos espirituais, agora o que esprito? ) A parte nomaterial, racional e inteligente do ser humano (#Gn 45.27; Rm 8.16); 2) A essncia da natureza divina (#Jo 4.24); 3) Ser no-material maligno que prejudica as pessoas (#Mt 12.45); 4) Ser no-material bondoso que ajuda as pessoas (#Hb 1.14); 5) Princpio que norteia as pessoas (#2Co 4.13; Ef 1.17); tais como (ordem sentimental, (vou buscar uma forma de fazer tudo para te agradar), ordem pessoal (hoje vou ser melhor do que ontem), as pessoas vo me querer (existe uma falsa ideia de uma frase feita de que as pessoas devem nos querer como ns somos, somente que hoje existe mais casamentos desfeitos, pessoas desempregadas, porque na realidade no funciona assim), espao vivencial (buscar um ambiente favorvel para conviver com o meu prximo) a Bblia nos diz que bem aventurado os pobres de esprito (Mt.5:3) uma vez que sabemos o que esprito ento podemos dizer que o homem bem aventurado se ele se despojar deste principio que norteia as pessoas, ou ainda se ele se despojar desta parte no material, racional e inteligente do ser humano. Viver e andar no esprito em outras palavras : despojar-se do seu eu e viver para Cristo, ai voc ser bem-aventurado, ai voc ser contagiado pela gloria de Deus e estar vivendo Romanos 8:1-9, devemos incansavelmente buscar esta forma.

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Texto Bsico:

No resta dvida que o UNGUENTO DERRAMADO nosso Senhor Jesus Cristo. Este azeite Sagrado desceu do cu, a um mundo que tinha o Horrvel cheiro da Morte (II Co. 2:16) Paulo nestes versos faz uma aluso aos cativos dos exrcitos romanos para um cheiro de morte e para outro cheiro de vida ainda que escravos.Para trazer por sua graa e misericrdia o suave e precioso perfume da vida para dar vida. A Sulamita (igreja), conhece a seu esposo (Cristo) e fala-nos das excelncias NELE existentes. No versculo dois diz: Porque melhor o seu amor do que o vinho. A seguir compara o Seu Nome a um UNGUENTO DERRAMADO. Visto como o Senhor tem muitos outros ttulos formosos importantes em toda as Escrituras, no entanto agora falaremos de seu NOME como UNGUENTO DERRAMADO. Procuremos entender este ensinamento por meio desta lio sobre a importncia da SANTA UNO, que uma beno para a igreja, Salvao para todas as pessoas que Nele crer e para que o Nome do Senhor seja glorificado. O UNGUENTO AROMTICO E SUAVE: Esta uno tem uma oleosa e delicada fragrncia. O ungento de alto preo exala um aroma fresco e suave. Como o perfume de grande valor que foi derramado sobre o Senhor Jesus, aquela mulher ao quebrar o vaso de Alabrasto, diz o texto: ... e encheu-se a casa do cheiro do ungento (Joo 12:3). A divina uno tem um preo de consagrao a pagar. O Santo Ungento no barato nem pobre, e sim precioso e muito rico. O Senhor merece o melhor de nosso servio e dedicao, e no um medocre exerccio de nossa f e dedicao.

Como Ungento derramado o teu nome

Ungento Derramado

(Ct.1:3)

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O Senhor Jesus Cristo tem um mui precioso e suave perfume para seus filhos, os crentes. Ele que faz com que os seus seguidores e suas oraes, e tudo o que realizam sejam agradveis e tenha um suave perfume em sua presena. Ele a Santa Uno. Cristo exala um suave perfume, por assim dizer, a toda pessoa e lugar aonde Ele chega. Sua presena, exemplo, paixo, intercesso, palavras, promessas, e ordenanas tm um suave perfume (Ap. 8:3-4). Este ungento pertence a todos desde o Ministro a Congregao e nunca dever deixar de fluir, enchendo as lmpadas de azeite novo para que sempre brilhe a chama imperecvel do fogo Santo. Fogo estranho no admissvel no Santurio do Senhor. As imitaes deste UNGUENTO esto proibidas e no prosperaro (Ex. 30:33). QUALIDADES DO UNGUENTO DERRAMADO: A uno tem a virtude de animar e alegrar ao corao (Pv. 27:9). O ungento e o perfume alegram ao corao; este era o motivo pelos quais os antigos usavam em suas festas e celebraes, ungentos escolhidos e caros. Nossos louvores tero mais vida, nossos cultos estaro mais avivados e a evangelizao ser mais efetiva, quando desfrutarmos desta Uno. Cristo por seu Santo Esprito fluir e nos dar alegria, refrigrio e consolao (B. 1:9). Ele unge aos seus santos e d aos abatidos e quebrantados de corao... glria em lugar de cinza, leo de gozo em lugar de luto, manto de alegria em lugar de esprito angustiado... para Sua Glria (Is. 61:3). O azeite tem propriedades de limpeza e cura. Extraem a infeco ou impurezas das feridas ou chagas do corpo. 1. Cristo chama para Si a alma do mundo de pecado e erro, quando seu Nome invocado e seu Esprito derramado sobre os necessitados. Seu amor e sua graa se destacam em lugar da dor e da vergonha. Sua Soberania impera sobre o reino das trevas e maldade, sara-nos as feridas e tira a infeco das febres mundanas. Ele o que cura a alma; no somente o mdico por excelncia, mas tambm o seu sangue e as preciosas graas de Seu Esprito, so o Ungento que levanta-nos de nossas debilidades espirituais. O UNGUENTO DERRAMADO EMBELEZA: O corao alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do corao o esprito se abate (Pv. 15:13). O Ungento embeleza por natureza. Davi diz, O azeite... faz brilhar o rosto (Sl. 104:15). Os experientes no assunto dizem que o azeite ajuda a combater manchas e rugas da pele. O ungento espiritual tambm combate s manchas e rugas espirituais (Cant. 4:7; II Pedro 3:4; Jd.24). Cristo apresentar a Si mesmo uma Igreja Gloriosa, sem mancha, nem rugas, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensvel (Ef. 5:27). Nossa aproximao dEle, nos ajudar e nos preparar para este dia. O ungento tambm d foras as mos cansadas, e os joelhos desconjuntados (Hb. 12:12). A Santa Uno nos ajudar a recobrar foras dos esgotamentos . Toda fortaleza vem de Cristo . No demais, irmos meus, fortalecei-vos no Senhor e na fora do seu poder (Ef.6:10). Cristo o que nos auxilia e da animo ao nosso corao no dia da dificuldade e Ele quem debilita as mos de nossos inimigos (Sl. 33). CONCLUSO: Concluindo, digo que o Nome do Senhor Jesus o Ungento Derramado precioso e suave. Naturalmente que os Cristos aceitamos esta verdade e seus benefcios so muitos e grandes tambm. Somente ns os que cremos podemos desfrutar das virtudes desta Santa Uno. No entanto, o Senhor deixa a disposio de todo aquele que crer (Joo 3:l5-l6).

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A uno aromtica e suave continuamente para seus ministros e para a Igreja. A mesma contm virtude que nos traz curas fsica e espiritual. Esta a beno que fortalece e embeleza aquele que a possui. O Senhor Jesus deseja que voc tambm tenha seu Ungento Derramado, sobre a sua vida, que o seu precioso Nome invocado no batismo para perdo dos pecados e seu Esprito Santo como seu ajudador e guia (At. 2:38-39).

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Texto bsico: E acontecer naquele dia, que a sua carga ser tirada do seu ombro, e o seu jugo de teu pescoo; e o jugo ser despedaado por causa da uno (Is. 10:27). Prembulo: Sob este tema: Santa Uno. Esta lio tratar de vrios aspectos e sobre a uno de Deus sobre o seu povo. Algumas destas aplicaes incluem o Esprito Santo, os elementos da uno, o processo do crescimento trplice e a uno das pessoas para funes especficas. Agora faamos um pequeno estudo sobre a interessante uno chamada SHEMEN. Isaias 10 Nosso texto devocional encontra-se na ltima parte do captulo 10 de Isaias. Leiamos outra vez: E acontecer naquele dia, que a sua carga ser tirada do seu ombro, e o seu jugo do teu pescoo; o jugo ser despedaado por causa da uno (Is. 10:27). Isaias 10:27 est no contexto da disciplina aplicada a Israel. Isaias 10:1-4; Estes versculos so a declarao de DEUS favor da opresso em Jerusalm. Israel havia feito decretos que haviam afligido o corao de Deus. Haviam distanciado o juzo para o necessitado, bem como haviam tirado o direito do pobre. As vivas chegaram a ser presas e os rfos roubados sob enganos. Os poderosos oprimiam aos indefesos. Isaias 10:5-6: Em sua ira o SENHOR usou a Assria como seu chicote pessoal. Sua indignao divina transformou este povo pago em instrumento de juzo. Deus disse que enviaria a Assria contra Israel, Envi-lo-ei contra uma nao hipcrita, e contra o povo do meu furor. Os Assrios estavam todos preparados para cumprir este desgnio de DEUS. Eram mais ferozes que lobos famintos e mais cruis que vorazes bestas Selvagens. Como j nutriam dio pelos Israelitas, no momento em que o Senhor apontou o alvo. Jerusalm atacaram. Deus manifestou sua soberania usando qualquer coisa a sua disposio para disciplinar ou castigar ao seu povo. Os abusos contra as vivas e os rfos, iraram ao Senhor Deus. Thiago, muitos anos depois ensina-nos que a religio pura e sem mcula diante de Deus esta: Visitar os rfos e vivas nas suas aflies e guardar-se da corrupo do mundo (Tg. 1:27). Isaias 10:7-19 Ao voltar-se aos Assrios contra Israel acontece algo interessante. Deus detecta orgulho no Esprito deles. Ignorou a realidade que eles eram apenas um instrumento nas mos de Deus. O Senhor ouviu as suas palavras altivas: No so eles prncipes todos eles reis? Porventura como fiz a Samaria e o seu dolo, no o faria igualmente a Jerusalm e a seus dolos?. Os Assrios pensaram que eles iriam ganhar Outra batalha quando na realidade eles tiveram permisso apenas para castigar a Jerusalm. Agora a ira do Deus de Israel se tornaram contra eles.

O SHEMEN

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Por isso acontecera que havendo o Senhor acabado todas as suas obras no momento de Sio e em Jerusalm, ento visitarei o fruto do arrogante corao do rei da Assria e da ponta da altivez dos seus olhos (Isaias 10:12). Isaias 10:20-27 Depois de uma formidvel repreenso ao rei da Assria, o corao de Deus tornara-se misericordioso para o seu povo. Como um pai deve castigar seus filhos para o seu prprio bem Deus termina ou pe um fim ao castigo e dar uma promessa ao remanescente de Israel. No temas povo meu, que habitais em Sio, a Assria, quando te ferir com vara, e contra ti levantar o seu bordo a maneira dos egpcios; porque daqui a. Bem pouco se cumprir a minha indignao e a minha ira para o consumir (V. 24). E neste texto o Senhor falou estas palavras: ... E o jugo ser despedaado por causa da uno (Is. 10:27). O SHEMEN Existem varias palavras hebraicas que so utilizadas para UNO Ungido ou Ungir. Mas a palavra Shemen, segundo comentaristas neste assunto, somente aparece em Isaias 10:27, no sentido de uno e no aparece mais em nenhum lugar na Bblia. MIMSHACH (Ungido) Mimshach no sentido da expresso, significa estender (asas estendidas) Ezequiel 28: l4, referindo-se a um ttulo de Satans antes da sua expulso: Ele era Querubim ungido.

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MASCHACH (Ungido) Maschach, o mesmo que esfregar com azeite, consagrar. Levtico 6:20 e Nmeros 3:3

MISHCHAH (Ungento) Mishchah ou uno, um presente consagratrio; ser ungido como em Ex. 25:6, 29:7, referindo-se a uno sobre o sacerdote. CUWK (Ungir) Cuwk tem o sentido de untar com azeite; ungir-se a si prprio ou a si mesmo, ou ungir a algum.

BALAL (Ungir)

Balal, transbordar (especificamente com azeite), misturar ou derramar azeite em. Salmo 92:10 SHEMEN Shemen, graxa lquida, riqueza, azeite frutfero; da palavra hebraica SHAMAN ( que significa brilhar, oleoso ou gorduroso, tornar gorduroso ou espesso. Este o azeite espesso que despedaa o jugo. interessante notar que o SHEMEN usado aqui com a nica finalidade para despedaar o jugo. Algumas tradues dizem que o jugo ser quebrado, na verdade a palavra despedaar tem o sentido de quebrar completamente, destruir, pulverizar. No hebraico esta palavra CHABAL ( , que significa arruinar, corromper e destruir. Podemos ver ento que os jugos que escravizam a alguns cristos, o azeite friccionado, ou a uno inicial no suficiente. O MISHCHAH, MASCHACH e o BALAL podem ser bons para o servio, a adorao, mas unicamente o SHEMEN o que despedaa ou destri o jugo. Ns necessitamos o azeite espesso, para poder destruir algumas dificuldades. Que nos fustigam. Em Marcos 9:29, Jesus referiu-se a uno tipo SHEMEN quando disse: Esta casta no pode sair... a no ser com Jejum e Orao.

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O Ministrio do Esprito SantoO SHEMEN DESTRI JUGOS ... O jugo ser despedaado por causa da uno. Talvez por alguns anos algum tenha vivido com certa uno, no entanto existe um jugo que somente a glria e a espessa uno de Deus poder destruir este jugo. Talvez voc tenha estado desde muito cantando, alegrando-se, dizimando, assistindo a tudo o que deve assistir na igreja, mas l dentro pode estar este jugo que a uno do dia a dia no tem podido despedaar. Animo a cada um para que busque o SHEMEN que despedaa o jugo. Como servo do Deus altssimo, tenho tido a oportunidade de orar e aconselhar as pessoas que parecem estar bem como cristos, mas estavam oprimidos por um jugo de pecado ou problema. O jugo de Cristo suave, e o seu fardo leve (Mt. 11:30), mas os jugos que carregamos so por causa de nossos desvios dos princpios estabelecidos por Deus, e dos quais somos conscientes. Mesmo quando o Senhor enviou aos assrios contra Israel como um jugo, o pecado pelo qual foram castigados teve origem entre eles mesmos. Porm quando o Senhor viu o seu povo sendo aoitado, ele prometeu que o jugo seria despedaado pr causa da uno. Vejamos alguns jugos comuns que fazem hoje vrios irmos curvarem-se sobre eles. O JUGO DA IRA: Existem muitos irmos que parecem muito pacficos publicamente, mas somente seu cnjuge ou a famlia sabe na realidade como . Esta ira desenvolve-se em fria a qual seguida de abusos. Havendo abusos contnuos gritos, pleitos, que esto escondidos por trs das atividades constantes da Igreja. Isto se pode ver nos pais e filhos. Sabeis isto, meus amados irmos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem no opera a justia de Deus (Tg. 1:19-20). O JUGO DA CONCUPISCIENCIA: Ainda que seja raro que algum venha a confessar viver sofrendo sob este jugo, mas isto algo com que todos os seres humanos normais guerreiam em seus coraes em silencio. Alguns lutam com a concupiscncia da carne a qual movimenta a natureza sensual do homem. Pode ser irmos que aparentemente so pessoas ss, no entanto podem estar escravizados por pornografia, ou outros tipos de perverses . Isto no mais que impureza moral, se no for tratado este problema, pode at arremessar a algum a nveis to baixos que pode ser vergonhoso mencionar. Outros lutam contra a avareza, a concupiscncia dos olhos . Mesmo que isto est quase que diretamente Relacionado a pecados sensuais, tambm se refere ao olho que quer tudo o que ver. O amor s riquezas conduz as pessoas ao amor ao dinheiro, o qual a raiz de todos os males. Porque tudo o que h no mundo, a concupiscncia da carne, ou a concupiscncia dos olhos e a soberba da vida, no do Pai, mas do mundo. E o mundo passa e a sua concupiscncia ; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre (I Joo 2:16-17). O JUGO DE MENTIR: Os mentirosos iro para o inferno. Mas, quanto aos tmidos (covardes), aos incrdulos, e aos abominveis, e aos homicidas, e aos fornicarios, e aos feiticeiros, e aos idlatras, e a todos os mentirosos, a sua parte ser no lago que arde com fogo e enxofre; o que a segunda morte (Ap. 21:8). Nos dias de hoje muito fcil s pessoas mentirem. O casal mente um para o outro, os filhos mentem para os pais, os pais para os filhos, membros no falam a verdade para seus pastores e todos pensam que podem enganar a Deus. Alguns dizem uma mentira, enquanto outros vivem uma mentira. Somente a verdade nos liberta.

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O Ministrio do Esprito SantoCRISTO O NOSSO SHEMEN Talvez na frente de seus amigos e familiares voc algum que tem tudo em ordem, mas voc sabe que existe um jugo em sua vida que a uno do dia-a-dia ou culto dirio de adorao e louvor no tem destrudo a este jugo. Voc precisa o SHEMEN que despedaa o jugo. necessrio muito mais que um culto, ou uma conveno, uma beno. O SHEMEN procede da graa de Deus que deseja restaurar o potencial total de seu povo. CRISTO O NOSSO SHMEN. Ele o Messias, o Ungido, o Cristo que veio para destruir as obras unfrutferas das trevas. Quando submetemos nossas vidas a Ele, quando andarmos em seus caminhos e desfrutamos uma relao diria de companheirismo com Ele. Ele substituir nossos jugos pesados pelo seu jugo que suave. Se voc sabe que tem jugo que ainda no tem sido tratado, tire alguns dias para Jejuar, orar e memorizar textos das escrituras. A carne comear a morrer com Cristo e a uno espessa de sua presena o restaurar totalmente em seu potencial.

Qual o propsito fundamental do Pentecostes de Atos 2? Seria o batismo do Esprito Santo, o dom de lnguas, a edificao da igreja? O objetivo deste estudo mostrar que apesar de vlidas, nenhuma das alternativas acima mereceria uma resposta afirmativa como um fim em si mesma. Tentaremos mostrar a partir de agora que o batismo do Esprito Santo, o dom de lnguas e a edificao do povo de Deus foram necessrios em Atos 2, mas apenas como meio e no como fim do propsito fundamental de Deus para a igreja e o mundo. A natureza e o propsito do Pentecostes so eminentemente missionrios. E Lucas prepara o cenrio para apresent-lo desta forma quando diz em Atos 2.5: "Ora, estavam habitando em Jerusalm judeus, homens piedosos, vindos de todas as naes debaixo do cu" (grifo nosso). Para uma melhor compreenso deste tema, acreditamos que seria interessante traarmos primeiro um panorama geral da festa de pentecostes, conforme era comemorada nos tempos do Antigo Testamento. Vejamos qual a finalidade desta festa e o que ela representava, para em seguida tratarmos do Pentecostes de Atos 2. I. A FESTA DE PENTECOSTES NO ANTIGO TESTAMENTO A festa de pentecostes fazia parte (juntamente com a dos tabernculos e a pscoa) da trade das festas anuais mais importantes da lei mosaica. Trs festas que celebravam aspectos do xodo, o estabelecimento da aliana e o recebimento da terra prometida. Nelas exigia-se a presena de todos os homens de Israel que vivessem dentro de um raio de 32km de Jerusalm, a no ser que fossem impedidos por motivo de enfermidade (cf. Ex 23.17; Dt 16.16). Jesus, como era cumpridor da lei, provavelmente comparecia anualmente s trs festas tradicionais dos judeus.

A Perspectiva Missionria do Pentecostes

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A celebrao da pscoa iniciava-se na tarde do dcimo quarto dia do primeiro ms, em conjunto com a festa dos pes asmos, que comeava no dia quinze e durava sete dias (cf. Lv 23.5-8). A pscoa comemorava a libertao de Israel do cativeiro egpcio. Os pes asmos relembravam as dificuldades da fuga apressada da terra do Egito. A festa dos tabernculos comeava no dcimo quinto dia do stimo ms e continuava durante sete ou oito dias (cf. Lv 23.34-44). Seu propsito era fazer o povo recordar as peregrinaes no deserto e regozijar-se pelo sucesso de todas as colheitas (cereais, frutas, vindimas, etc.). Por ocasio da festa de pentecostes, tambm chamada de festa das semanas, das colheitas ou das primcias, apresentava-se a Deus as primcias da colheita do trigo ou da cevada como gratido a Ele por ter dado ao povo a nova e boa terra. Era comemorada cinqenta dias depois da pscoa; da o nome pentecostes. Seus propsitos eram baseados em Levticos 23, Nmeros 28 e Deuteronmio 16. O termo pentecostes deriva-se do grego pentekonta hemeras (cinqenta dias), conforme traduo da Septuaginta da expresso hebraica hamishym yom (cf. Lv 23.16). A festa de pentecostes era proclamada como "santa convocao", durante a qual nenhum trabalho servil podia ser feito, e todo homem israelita era obrigado a estar presente no santurio (Lv 23.21). Nesta ocasio dois pes assados, feitos com farinha nova, fina e fermentada, eram trazidos dos lares e movidos pelo sacerdote perante o Senhor, juntamente com as ofertas de sacrifcio animal, como as ofertas pelo pecado e pacficas (Lv 23.17-20). Por ser um dia festivo (cf. Dt 16.16), nele os israelitas devotos expressavam 1) gratido pelas bnos do cereal colhido e 2) um sincero temor a Deus (cf. Jr 5.24). No Antigo Testamento a festa de pentecostes no se limitava apenas ao Pentateuco. Sua observncia indicada nos dias de Salomo (2 Cr 8.13) como o segundo dos trs festivais anuais (cf. Dt 16.16). A festa de pentecostes tambm era observada pelos cristos do Novo Testamento, mas somente como meio de evangelizao. Lucas registra em Atos 20.16 que Paulo estava resolvido a no perder tempo na sia, e se apressava para estar em Jerusalm no dia de pentecostes. Em 1 Corntios 16.8, o apstolo props-se a permanecer em feso at o pentecostes, visto que uma porta estava se abrindo para o seu ministrio. Com o passar do tempo, festa de pentecostes foi-se acrescentando outros significados. Durante o Perodo Interbblico e posteriormente a ele, no dia da festa de pentecostes tambm se passou a comemorar o aniversrio da transmisso da lei dada por Deus a Moiss no Sinai. Mas no s isso. Assim como a celebrao das colheitas, pentecostes tambm apontava para bnos maiores que Deus concederia no futuro, como por exemplo, a inaugurao da igreja neotestamentria em Atos 2. II. O DUPLO PROPSITO DO PENTECOSTES DE ATOS 2 No difcil percebermos que o relato do Pentecostes por Lucas teve dois propsitos fundamentais, sendo que o primeiro mencionado para balizar e dar respaldo ao segundo. O primeiro propsito trata do contexto prximo e remoto da profecia bblica e seu cumprimento. O segundo tem a ver com a inaugurao da igreja neotestamentria e sua misso no mundo.

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2.1. A profecia e seu cumprimento em Atos 2 2.1.1. Contexto remoto

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Dentre as passagens bblicas do Antigo Testamento que profetizaram o derramamento do Esprito Santo em Atos , a mais conhecida delas a de Joel 2.28- 32, justamente porque a ela que Pedro faz meno na primeira parte de seu discurso em Atos 2.14-21, para explicar o pentecostes do Esprito aos que simplesmente no o entenderam ou zombavam dos que falavam em outras lnguas, chamando-os de embriagados. Mas por que Pedro citou um profeta menor e no um profeta maior como Isaas ou Ezequiel? Alm disso, como explicar, de um lado, as omisses e acrscimos que Pedro faz passagem de Joel e como entender, por outro lado, os detalhes da profecia ditos por Pedro que no aconteceram em Atos 2 como, por exemplo, o fenmeno do sol se convertendo em trevas e a lua em sangue? O uso da passagem de Joel por Pedro Diz o texto bblico: "Ento se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nestes termos: Vares judeus e todos os habitantes de Jerusalm, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas palavras. Estes homens no esto embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia. Mas o que ocorre o que foi dito por intermdio do profeta Joel: E acontecer nos ltimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Esprito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizaro, vossos jovens tero vises, e sonharo vossos velhos; at sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Esprito naqueles dias, e profetizaro. Mostrarei prodgios em cima no cu e sinais em baixo na terra; sangue, fogo e vapor de fumo. O sol se converter em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor. E acontecer que todo aquele que invocar o nome do Senhor ser salvo" (At 2.14-21). So evidentes algumas semelhanas entre a passagem de Joel 2.28-32 e a de Atos 2.14-21. Por exemplo: nos dois casos o Senhor derrama o Esprito Santo sobre a comunidade reunida de Israel. No Pentecostes os judeus da Disperso estavam reunidos em um s lugar. Em seu discurso, Pedro afirma que aps Jesus ressuscitar dos mortos, Ele foi exaltado direita de Deus e "tendo recebido do Pai a promessa do Esprito Santo, derramou (execheen) isto que vedes e ouvis" (At 2.33). O verbo execheen vem de ekcho (derramar) e o mesmo usado pela LXX na traduo de "Eu derramarei" de Joel 2.28-32. Pedro se utilizou da profecia de Joel, e no da de outro profeta do Antigo Testamento, porque em Joel a profecia acerca do derramamento do Esprito Santo uma das mais completas do AT. A citao de Pedro segue a LXX, mas com algumas pequenas alteraes para adaptar a profecia ao seu contexto. Marshall, em seu comentrio de Atos, alista quatro temas importantes da profecia de Joel em Atos 2. O primeiro tema da profecia, e o principal, segundo Marshall, que Deus est para derramar o Seu Esprito sobre todos os povos, isto , sobre todos os tipos de pessoas (judeus e gentios), e no apenas sobre os profetas, reis e sacerdotes, como acontecia no Antigo Testamento.

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Um segundo elemento da profecia a ocorrncia de sinais csmicos do tipo que se associa com os quadros apocalpticos do fim do mundo (cf. Ap 6.12). Aqui, podemos notar que Pedro alterou a expresso de Joel: "prodgios no cu e na terra", para prodgios em cima no cu e sinais em baixo na terra. Os sinais seriam provavelmente o dom de lnguas e os vrios milagres de cura que logo passariam a ser narrados. O que dizer, porm, dos prodgios? Se no aceitarmos que a referncia diz respeito aos sinais csmicos que acompanharam a crucificao (Lc 23.44,45), ento teremos que entender que Pedro antev os sinais que anunciaro o fim do mundo. Estes ainda so futuros e pertencem ao "fim" dos ltimos dias, e no ao "comeo" deles, que estava se realizando. O terceiro elemento na profecia de Joel o evento do qual estes sinais so a prefigurao. Para Joel, claro, o Senhor era o prprio Jav. Para Pedro e Lucas surge a pergunta: Senhor, aqui, no significa implicitamente Jesus? Isto porque em Atos 2.36 Jesus ser declarado Senhor. Em quarto lugar, a profecia de Joel termina com uma promessa no sentido de que aquele que invocar o nome deste Senhor, isto , apelar a Ele, pedindo socorro, ser salvo. Para os cristos, certamente, se tratava de procurar em Jesus a salvao (cf. Rm 10.13,14; 1 Co 1.2). Reconhece-se que, se Pedro citou o texto em hebraico, haveria clara referncia a Jav, e, portanto, a aplicao a Jesus ficaria clara somente queles que ouviam ou liam o texto em grego. 2.1.2. Contexto prximo Joo Batista antecipou de modo vvido o que aconteceria em Atos 2. Lucas relata em seu Evangelho que Joo pregava assim: "Eu, na verdade, vos batizo com gua, mas vem o que mais poderoso do que eu, do qual no sou digno de desatar-lhe as correias das sandlias; ele vos batizar com o Esprito Santo e com fogo" (Lc 3.16; cf. Mt 3.11). A palavra fogo nesta passagem refere-se ao Pentecostes mas tambm ao juzo final. Mais tarde, no final de seu Evangelho, Lucas volta a tratar daquela mesma promessa, agora dita pelo prprio Senhor Jesus. "Eis que envio sobre vs a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, at que do alto sejais revestidos de poder" (Lc 24.49). E o Cristo exaltado derramou o Esprito Santo prometido que Ele recebeu de Deus Pai (cf. At 2.33). Contudo, o contexto mais prximo que se pode ter do Pentecostes est exatamente no captulo 1 do segundo livro de Lucas. "E, comendo (Jesus) com eles (seus discpulos), determinou-lhes que no se ausentassem de Jerusalm, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. Porque Joo, na verdade, batizou com gua, mas vs sereis batizados com o Esprito Santo, no muito depois destes dias. Ento, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, ser este o tempo em que restaures o reino a Israel? Respondeu-lhes: No vos compete conhecer tempos ou pocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vs o Esprito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalm como em toda a Judia e Samaria a at aos confins da terra" (At 1.4-8). Jesus ordenou aos Seus discpulos que no se ausentassem de Jerusalm enquanto no recebessem o batismo do Esprito. S podemos entender adequadamente esta ordem luz de seu contexto histrico. Aps a sua ressurreio, Jesus instruiu os discpulos a retornarem a Galilia (cf. Mt 28.10; Mc 16.7). E eles prontamente o fizeram, por duas razes. Em primeiro lugar, eles

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teriam a oportunidade de v-lo novamente na Galilia, conforme prometera (Mc 14.28). Em segundo lugar, eles no estavam nem um pouco interessados em permanecer em Jerusalm, o lugar onde os judeus mataram Jesus e que eles, os discpulos, tambm estariam correndo perigo de morte. Jerusalm, o lugar onde Jesus concluiu seu ministrio terreno, seria agora o ponto de partida de uma nova era. Dali, no dia de Pentecostes, Ele enviaria a Sua igreja como primcias e testemunha de tudo o que Ele disse e fez, isto , "que em seu nome se pregasse arrependimento para remisso de pecados a todas as naes, comeando de Jerusalm" (Lc 24.47). Por isso, mais tarde, logo aps a Ascenso, os discpulos fizeram imediatamente o que Jesus mandou. Retornaram do Monte das Oliveiras para Jerusalm, e quando ali entraram subiram ao cenculo, local onde o Senhor celebrou a pscoa. Lucas diz que no cenculo "Todos estes (os onze, cf. At 1.13) perseveravam unnimes em orao, com as mulheres, com Maria, me de Jesus, e com os irmos dele" (At 1.14). Certamente havia entre eles uma grande expectativa naquilo que estava para acontecer. luz dos textos de Atos 1.14,15 e 2.1 podemos notar que ocorreram trs reunies distintas em Jerusalm. possvel que os cento e vinte discpulos de Atos 1.15 estivessem, todos eles, na reunio de Atos 2; embora parea pouco provvel porque o texto fala de uma casa (cf. At 2.1,2). Mas esta informao no a que verdadeiramente importa. Muito mais relevante, porm, o fato de que a promessa de Atos 1.4-8 comeava a se cumprir em Atos 2. 3.2. A Igreja e sua misso 3.2.1. O nascimento da igreja neotestamentria O tempo entre a ascenso de Jesus e a espera dos discpulos para o derramamento do Esprito Santo foi curto, de apenas dez dias. Nas palavras de Jesus, o Pentecostes ocorreria "no muito depois destes dias" (At 1.5). O contexto da inaugurao da igreja neotestamentria no poderia ser outro. Estavam presentes em Jerusalm judeus piedosos "vindos de todas as naes debaixo do cu" (At 2.5). Era impossvel para a maioria dos judeus comparecer a todos os trs festivais a cada ano, visto que eles estavam amplamente dispersos pelo mundo. No entanto, um nmero considervel vinha a Jerusalm para adorao nas trs ocasies. Uma vez que a viagem pelo Mediterrneo era mais segura ao final da primavera, quando o Pentecostes era celebrado, esta festa normalmente trazia muita gente para a cidade de Jerusalm. Sua populao, que normalmente era de cinqenta mil habitantes, chegava a quase um milho nesta poca do ano. Lucas relaciona, em Atos 2.9-11, quinze naes do mundo antigo. Comea com as naes do leste (Prtia, Mdia, Elam e Mesopotmia), depois segue da Judia sia Menor (Capadcia, Ponto, sia, Frgia e Panflia), prossegue em direo frica (Egito, Lbia e Cirene) e continua at Roma, Creta e Arbia. No se sabe ao certo porque Lucas omite em sua lista as naes que obviamente deveriam ser mencionadas, como Grcia, Macednia e Chipre. Contudo, a inteno primordial do autor est bem evidente, isto , enfatizar que as boas novas transcendem as barreiras

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lingsticas e que aqueles representantes das naes certamente voltariam para suas terras anunciando os feitos poderosos de Deus. 3.2.2. A perspectiva missionria do Pentecostes O Pentecostes o ponto alto da seqncia de eventos relacionados morte, ressurreio e ascenso de Jesus. por isso que para Lucas o Pentecostes possui um significado prtico e dinmico, traduzido em termos de nascimento e misso da igreja neotestamentria. Lucas apresenta o Pentecostes como o incio da misso mundial da Igreja, visto que igreja e misso so partes inseparveis na mente do Esprito. Por isso, a implementao do programa de Atos 1.8 dependia do Pentecostes. Aqueles que testificaram os efeitos do derramamento do Esprito Santo e ouviram o evangelho pregado por Pedro, representavam "todas as naes debaixo do cu" (At 2.5). E a lista, como j vimos, inclua um vasto panorama das naes do Mediterrneo oriental (At 2.9-11). O carter missiolgico de Atos 2 facilmente percebido pela importncia que Lucas d ao Pentecostes. O Pentecostes est no comeo de um novo livro escrito por ele e no no final de sua primeira obra. No seria exagero dizer que pela posio do Pentecostes em Atos, Lucas atribui a ele um valor e importncia semelhantes ao nascimento de Cristo no incio de seu Evangelho, ou mesmo a algo como o relato da criao no incio de Gnesis. Concordamos com Kistemaker quando diz: "Depois da obra da criao de Deus e a encarnao do Filho de Deus, a descida do Esprito Santo no Pentecostes o terceiro maior ato divino". Lnguas, vento e fogo No preciso especular se as lnguas faladas em Atos 2 eram dos homens ou dos anjos. Lucas deixa claro que os "galileus" (no caso os apstolos e outros que estavam na casa) de Atos 2.7 falavam as lnguas das naes presentes naquela festa (At 2.6-11). Quanto natureza, propsito e contedo das lnguas faladas em Atos 2 importante observar que "a histria ensina que lnguas humanas inteligveis so significativas, no as lnguas ininteligveis como as freqentemente encontradas na glossolalia moderna ou como as que usualmente pensa-se ter sido faladas em Corinto". O propsito principal dos dons do Esprito concedidos igreja era a misso, e no especificamente a edificao particular da igreja ou dos seus membros individuais. provvel que o contedo das lnguas em Atos 2.4 consistisse da mensagem proftica da justia e graa de Deus a todos os povos, lnguas e naes, conforme sugere Pedro em Atos 2.14-41. Vale lembrar que enquanto no Antigo Testamento Moiss (Dt 28.49) e Isaas (Is 28.11) profetizaram a deportao de Israel e Jud por um povo de lngua estranha (o que aconteceu no ano 722 a. C. com o cativeiro assrio e em 587 a. C. com o cativeiro babilnico), em Atos 2 as lnguas eram sinais evidentes da bno de Deus para todas as famlias da terra. Enquanto em Babel (Gn 11.1-9) houve confuso e diviso, em Jerusalm foi proclamada uma s mensagem em muitas lnguas. A mensagem da unidade e universalidade em Cristo Jesus. E qual o significado do vento e do fogo em Atos 2?

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O vento simboliza o Esprito Santo. O som do vento denota poder celestial e seu aparecimento repentino revela a inaugurao de algo sobrenatural. O fogo era o cumprimento da descrio de Joo Batista do poder de Jesus: "Ele vos batizar com o Esprito Santo e com fogo" (Mt 3.11; Lc 3.16). No Antigo Testamento o fogo freqentemente um smbolo da presena de Deus para indicar santidade, juzo e graa (cf. Ex 3.2-5; 1 Rs 18.38; 2 Rs 2.11). Em Atos 2 o fogo se dividiu em lnguas de fogo que pousaram sobre cada um dos crentes presentes na casa. Em decorrncia disto eles falaram em outras lnguas. Notemos que Lucas tem o cuidado de observar que no foram simplesmente vento e fogo que invadiram a casa, mas sim o Esprito Santo como vento e fogo. Esta foi a maneira que Lucas encontrou para dizer que o que aconteceu naquele dia no tinha nada a ver com fenmenos meramente naturais. III. PRINCIPAIS CARACTERSTICAS DO PENTECOSTES H pelo menos trs caractersticas do Pentecostes de Atos 2 que podemos destacar aqui. 1) O Pentecostes foi um ato soberano do Esprito: Lucas relata nos quatro primeiros versculos de Atos 2 como o Esprito Santo atuou soberanamente naquele dia, em flagrante contraste com a passividade dos que "estavam reunidos no mesmo lugar" (At 2.1). Diz que "de repente, veio do cu um som, e encheu toda casa onde estavam assentados" (At 2.2, grifos nossos). "E apareceram, distribudas entre eles, lnguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles" (At 2.3, grifos nossos). "Todos ficaram cheios do Esprito Santo e passaram a falar em outras lnguas, segundo o Esprito lhes concedia que falassem" (At 2.4, grifos nossos). Nesta ao soberana do Esprito Santo est evidente o carter sobrenatural do Pentecostes quando o Esprito vem do cu e entra na casa com um som repentino como vento impetuoso e lnguas de fogo que pousavam sobre cada um dos que ali estavam, ficando todos cheios do Esprito e passando a falar em outras lnguas, segundo a concesso do prprio Esprito Santo. O dom das lnguas em Atos 2 nos faz relembrar o ensino de Paulo em 1 Corntios 12.11: "Mas um s e o mesmo Esprito realiza todas estas cousas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente". 2. O Pentecostes foi um ato nico na histria: A segunda coisa que aprendemos em Atos 2 que o Pentecostes foi um ato nico na histria da humanidade. Naturalmente este um ponto controvertido, visto que as igrejas histricas o defendem mas as igrejas carismticas o rejeitam terminantemente. Procuramos uma definio equilibrada a esse respeito e acreditamos que Pierson foi feliz em sua abordagem. Diz ele: Alguns estudiosos falam de um "Pentecostes samaritano" e de um "Pentecostes gentlico" que sucedeu o Pentecostes de Jerusalm. No podemos fazer o mesmo de modo nenhum, claro. O primeiro Pentecostes, quando o Esprito foi derramado sobre os crentes, foi

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nico. No entanto, existe um sentido segundo o qual estes termos esto corretos. O Esprito veio sobre a igreja de Jerusalm para prepar-la e capacit-la para a sua misso. Mais tarde, pela vinda sobre os crentes de Samaria e ento sobre os gentios, de modo to claro e dramtico, o Esprito aumentou a compreenso da igreja acerca da sua misso e preparou-a para os prximos passos. O Esprito do Cristo ressurreto continuava a liderar a sua igreja para fora dos limites de Jerusalm e da sua familiar cultura judaica em direo a outros povos, lugares e culturas - at aos confins da terra. semelhana do que foi esclarecido acima, por isso que nos dias de hoje tambm podemos falar, em certo sentido, de um pentecostes coreano, africano e, como assim esperamos, brasileiro e mundial. 3. O Pentecostes de Atos 2 foi universal: Um terceiro ponto que gostaramos de destacar o carter universal do Pentecostes. Percebemos facilmente a inteno de Deus ao enviar o Esprito Santo numa ocasio em que "estavam habitando em Jerusalm judeus, homens piedosos, vindos de todas as naes debaixo do cu" (At 2.5). Entre os judeus "vindos de todas as naes" havia tambm "proslitos" (At 2.11). Mas isto no tudo. O carter universal do Pentecostes fica ainda mais evidente naquele trecho do discurso de Pedro que diz: "Pois para vs outros a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda esto longe, isto , para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar" (At 2.39; cf. Jl 2.32). No sabemos at onde Pedro entendeu que a profecia de Joel prometia este dom ou batismo do Esprito a todos os crentes. Se tomarmos isoladamente o texto de Atos 10, poderemos concluir que foi somente aps aquela experincia em Jope e na casa de Cornlio que Pedro e a igreja de Jerusalm entenderam que "tambm aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para a vida" (At 11.18). Contudo, recordemos que em seu discurso Pedro cita Joel, dizendo: "E acontecer que todo aquele que invocar o nome do Senhor ser salvo" (At 2.21). No esqueamos que os "proslitos" de Atos 2.11 eram gentios. A passagem citada h pouco de Atos 2.39 tambm parece lanar uma luz sobre a concepo universal de Pedro. Uma referncia aos gentios por Pedro altamente provvel, tendo em vista a maneira rabnica de entender a frase em Isaas 57.19 (cf. Ef 2.13,17). Na minha opinio Pedro estava certo de que o evangelho seria pregado a todos os povos, conforme a ordem de Jesus, "fazei discpulos de todas as naes" (Mt 28.19), mas que no seria atravs dele ou pelo menos no necessariamente atravs dele e dos judeus. "Os primitivos cristos no compreenderam de imediato que era a sua misso proclamar o evangelho em todo o mundo. Eles permaneceram em Jerusalm, e a misso mundial no comeou seno quando a perseguio expulsou os helenistas para fora da capital". De qualquer forma, Lucas, que era gentio, tinha em mente o evangelho para todos os povos quando escreveu Atos 2.

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Consideraes finais:

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O Pentecostes de Atos 2, no verdadeiro sentido do termo, foi um ato nico na histria. No foi o fim mas o incio de uma nova era. A era do Esprito Santo. E aquele comeo no poderia ser mais extraordinrio. Quer seja pela maneira como o Esprito se manifestou; quer seja pelo resultado daquela manifestao. Dos que ouviram a pregao do evangelho naquele dia, quase trs mil foram salvos. O propsito fundamental do Pentecostes de Atos 2 foi a formao de uma igreja missionria, a comunidade dos chamados para fora. Em Atos a Igreja Primitiva no viveria o "mito da vida espiritual interior e individual" ou "narcisismo eclesistico". A comunidade adoradora e missionria de Atos estaria voltada para fora de si mesma. A forma como os cristos primitivos compreenderam o Pentecostes atesta um fato bsico. Sem o Esprito Santo no h proclamao possvel e eficaz do evangelho. No h nem mesmo evangelho, nem vida em Cristo. Antes do Pentecostes os apstolos de Jesus eram apenas testemunhas de Sua ressurreio no sentido passivo do termo. A partir do Pentecostes eles, e a igreja como um todo, abalariam o mundo com o testemunho entusiasticamente vibrante de que Jesus concede vida a todos os que nele crer. A igreja empurrada ao mundo, descobrindo de maneira clara que verdade para o mundo, convencida de que o Esprito no foi concedido to somente para seu deleite pessoal, mas principalmente para capacit-la a proclamar que Deus amou o mundo de tal maneira que agora lhe possibilitar a vida em Jesus. O Pentecostes contempla a criao de um povo missionrio formado por homens e mulheres que amam verdadeiramente a Jesus Cristo. O sacerdcio universal dos crentes comea no Pentecostes. E a partir daquele dia todos ns fazemos parte de uma mesma misso. A misso de proclamar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz, a saber, Jesus, a esperana da glria.

O ESPRITO SANTO NO PROCESSO HERMENUTICOIntroduo O presente trabalho uma anlise sucinta do papel do Esprito Santo no processo hermenutico e de sua relao com os outros elementos do chamado crculo hermenutico. Ns o dividimos em trs captulos principais, sendo que somente o ltimo deles trata diretamente do Esprito Santo no processo hermenutico. Acreditamos que esta disposio ser necessria porque os dois primeiros captulos serviro de pano de fundo ao tema. Sendo assim, procuramos definir a hermenutica e seu propsito, a relao entre o Esprito Santo, a Bblia e o intrprete e, por ltimo, o papel do Esprito Santo na cincia hermenutica e no crculo hermenutico. Quanto ao Esprito Santo no crculo hermenutico, propriamente dito, abordamos a questo no

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conceito de misso integral numa teologia de contexto. Como se relaciona o Esprito com os quatro elementos do crculo hermenutico? O Esprito deveria ou no ser representado graficamente com os outros elementos do crculo? Como definir o Esprito Santo no crculo hermenutico? Esperamos responder a contento a estas e outras perguntas semelhantes. Nossa pesquisa no exaustiva mas espero que atenda o propsito para o qual foi escrita; a saber, valorizar a importncia e centralidade do Esprito Santo no processo hermenutico. "No estudo da Bblia, no bastante que entendamos o sentido de autores secundrios (Moiss, Isaas, Paulo, Joo); temos que entender a mente do Esprito" (Louis Berkhof). I. Definio e Propsito da Hermenutica 1.1. Definio de Hermenutica "Hermenutica" uma palavra de origem grega. Plato (c. 427-347 a.C.) foi o primeiro a utiliz-la como termo tcnico. No sentido amplo do termo, a hermenutica pode ser definida como a cincia que nos ensina os princpios, as leis e os mtodos de interpretao de qualquer produo literria. Antnio Almeida diz que hermenutica "a cincia e a arte de interpretar. cincia porque postula princpios seguros e imutveis; arte porque estabelece regras prticas".1 Especificamente falando, a hermenutica sacra tem carter muito especial, porque trata de um livro peculiar no campo da literatura - a Bblia como inspirada Palavra de Deus. E somente quando reconhecemos o princpio ativo da pessoa do Esprito Santo na inspirao da Bblia e por Ele somos guiados na compreenso da mesma, que podemos conservar o carter doutrinrio e prtico da hermenutica bblica. 1.2. O Propsito da Hermenutica Em geral, estuda-se hermenutica com o propsito de interpretar produes literrias do passado. Sua tarefa principal indicar o meio pelo qual possam ser removidas as diferenas ou distncias entre um autor e seus leitores. A hermenutica nos ensina que isso s se realiza satisfatoriamente quando os leitores se transpem ao tempo e ao esprito do autor para, por exemplo, analisar as caractersticas pessoais do autor, as circunstncias sociais do mesmo e as circunstncias peculiares aos escritos. Na hermenutica sacra o ponto de partida a prpria Bblia, uma vez que ela mesma o objeto de pesquisa da hermenutica. O propsito da hermenutica sacra "transportar a mensagem bblica, a partir do seu contexto original, a uma situao histrica contempornea".2 Infelizmente, boa parte dos estudiosos bblicos partem da metodologia para a Bblia. Primeiro formulam suas concluses pessoais e depois vo aplic-las interpretao das Escrituras, ao invs de deixarem que a Bblia formule as regras para sua prpria interpretao. Valdir Steurnagel, por exemplo, entende que "ns podemos ter as duas coisas. Teologia de baixo e teologia de cima".3 Entretanto, Padilla observa corretamente: "O esforo para deixar que as Escrituras falem, sem impor-lhes uma interpretao elaborada de antemo, uma tarefa hermenutica obrigatria de todo intrprete, seja qual for sua cultura."4

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Um dos princpios defendidos pelos reformadores do sculo XVI era que a Scriptura Scripturae interpres. Um sculo depois da Reforma Protestante, este princpio foi apreciado e elaborado pela Assemblia de Westminster do seguinte modo: A regra infalvel de interpretao da Escritura a mesma Escritura; portanto, quando houver questo sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que no mltiplo, mas nico), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente5 Na verdade quase que impossvel nos aproximarmos da Bblia sem pressuposies variadas, herana herdada de diversas influncias (sociais, culturais, teolgicas, etc.). Os reformadores, por exemplo, no foram os primeiros e nem seriam os ltimos a negarem, entre eles mesmos, o princpio de que a Escritura interpreta a si mesma. Dentre outras coisas, temos o exemplo clssico dos conceitos teolgicos de Lutero, Zunglio e Calvino em relao Ceia do Senhor. Contudo, todas as pressuposies, sejam as nossas ou sejam as deles, no so e nem podem ser justificadas pela Bblia. Afim de que as Escrituras possam ser estudadas com o mnimo de coerncia, preciso interpret-las gramtica, histrica e teologicamente de mente e corao abertos para ouvirmos com humildade e disposio a voz do Esprito Santo de Deus. II. O ESPRITO SANTO, A BBLIA E O INTRPRETE 2.1. O Esprito Santo e a Bblia "Toda Escritura inspirada por Deus e til para o ensino, para a repreenso, para a correo, para a educao na justia, afim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2 Tm 3.16,17). "Sabendo, primeiramente, isto, que nenhuma profecia da Escritura provm de particular elucidao; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens [santos] falaram da parte de Deus movidos pelo Esprito Santo" (2 Pe 1.20,21). As passagens bblicas que transcrevemos acima, assim como tantas outras que poderiam ser acrescentadas a elas, mostram que a Bblia tem um autor principal. "Ela , em todas as suas partes, produo do Esprito Santo".6 Durante a histria da Igreja, surgiram conceitos diversos quanto a relao existente entre o Esprito Santo e a Bblia. Os pelagianos e racionalistas sustentavam que a operao intelectual e moral da Bblia era suficiente para produzir a salvao, independentemente do Esprito Santo. Os antinomianos, por outro lado, ensinavam que o Esprito Santo fazia tudo, independente da Palavra de Deus. A igreja evanglica, por sua vez, sempre sustentou o seguinte: A Bblia sozinha no suficiente para salvar, e embora o Esprito Santo possa, geralmente Ele no atua sem ela. Isto no significa que o Esprito seja subserviente Palavra de Deus, mas sim, que a soberania divina estabeleceu a livre atuao do Esprito mediante a Palavra. "Na aplicao da obra da redeno os dois trabalham juntos, o Esprito usando a Palavra como Seu instrumento. A prdica da Palavra no produz o fruto desejado at que se torne eficaz pelo Esprito Santo".7 A verdade que o Esprito Santo honra a Bblia, fala pela Bblia e reconhecido pela Sua harmonia com ela.

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Por isso, os reformadores freqentemente se referiam s Escrituras como "a imagem do Esprito". 2.2. O Esprito Santo e o Intrprete Desde os tempos bblicos Deus levantou profetas e intrpretes da lei que conduzissem Seu povo segundo os princpios estabelecidos em Sua Palavra. No captulo 8 do livro de Neemias vemos vrios servos de Deus que juntamente com os levitas "ensinavam o povo na lei" (v7). E mais: "Leram no Livro, na lei de Deus, claramente, dando explicaes, de maneira que entendessem o que se lia" (v8). No captulo 8 de Atos nos deparamos com a clssica passagem de Filipe e o eunuco. O alto oficial de Candace, rainha dos etopes, estava lendo o livro do profeta Isaas. At certo ponto podemos admitir que ele entendia o que estava lendo. Compreendia que o profeta falava de grandes padecimentos e extrema humilhao que um servo do Senhor teria sofrido ou iria sofrer. Faltava-lhe, no entanto, entender o essencial para a clareza da profecia: a respeito de que servo o profeta se referia. Falava de si mesmo ou de algum outro? "Ento Filipe explicou; e, comeando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe Jesus" (v35). E no poderamos nos esquecer do Senhor Jesus, quando no caminho de Emas diz a dois de seus discpulos: "Porventura no convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glria? E, comeando por Moiss, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras" (Lc 24.26,27). Mas a atuao do Esprito, em capacitar os intrpretes da Bblia, no se limitou a eles. Deus tem levantado nos dias de hoje homens e mulheres, verdadeiros mestres da exposio bblica, para orientarem a Sua Igreja. As divergncias teolgicas e de interpretao sempre sero evidentes entre eles, at porque iluminao no inspirao, no sentido bblico daquela "influncia sobrenatural exercida pelo Esprito Santo sobre os escritores sacros, em virtude da qual seus escritos conseguem veracidade divina, e constituem suficiente e infalvel regra de f e prtica".8 Mas o direito da interpretao no se restringe aos chamados "doutores". O mesmo Esprito capacita os mais simples para compreenderem o sentido das Escrituras com muita propriedade e coerncia. Particularmente tenho sido enriquecido em meu ministrio pastoral por irmos e irms que, no tendo formao teolgica alguma mas conhecendo muito bem o seu Deus, lanam luz sobre passagens bblicas como eu nunca havia pensado antes. E muitos desses irmos e irms so originais em seus conceitos. Entretanto, no quero dizer com isso que o alvo da boa interpretao seja a originalidade e nem tambm que um texto no possa parecer totalmente novo para quem o ouve ou o l pela primeira vez. O alvo da boa interpretao , segundo os doutores Gordon D. Fee e Douglas Stuart, chegar ao "sentido claro do texto".9 Para isso, necessrio os auxlios internos da prpria Bblia para interpretarmos corretamente o pensamento de Deus mediante os autores secundrios e dos auxlios externos disponveis para a interpretao gramatical do texto bblico, tais como: gramtica, dicionrios, concordncias, lxicos, analticos e comentrios. preciso que os comentrios ocupem, quando muito, o ltimo lugar em nossas pesquisas, visto que um comentrio sempre uma opinio e no a ltima palavra de quem quer que seja. III. O ESPRITO SANTO NO PROCESSO HERMENUTICO 3.1. O Esprito Santo e a Cincia Hermenutica

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Certamente o Esprito Santo pode atuar independente de meios, como j mencionamos. Entretanto, o Esprito age, geralmente, com e atravs da Palavra de Deus. E de que modo Ele o faz? De um lado, atravs da iluminao do entendimento do intrprete; de outro, na conduo do uso correto das ferramentas hermenuticas por parte do intrprete. O Esprito Santo no milita contra qualquer instrumento que nos ajude a compreender o sentido das Escrituras; pelo contrrio, como acabamos de afirmar, Ele mesmo se utiliza da hermenutica para nos auxiliar no modo correto de interpretar a Bblia. A prpria Bblia apresenta muitos exemplos dessa natureza. Em muitos casos, os autores investigaram de antemo a matria a respeito da qual pretendiam escrever. Lucas nos diz no prefcio do seu Evangelho que procedeu deste modo; e os autores dos livros dos Reis e Crnicas se referem constantemente s suas fontes. Alm disso, os autores do Novo Testamento em vrias ocasies interpretaram as profecias do Antigo Testamento como se cumprindo em ocasies especficas. Como chegavam a essas concluses? Naturalmente com os recursos da hermenutica. O apstolo Pedro criticou aqueles que, por falta de uma hermenutica sadia, deturpavam os ensinamentos de Paulo e das demais Escrituras "para a prpria perdio deles" (2 Pe 3.15,16). Com certeza, nos tempos bblicos os escritores e profetas sagrados no conheciam a hermenutica como ns a conhecemos hoje, isto , como cincia e arte de interpretao da Bblia, mas nem por isso eram menos favorecidos, at porque eles possuam a inspirao do Esprito Santo que os habilitava a escrever e interpretar a Escritura Sagrada sem nenhuma margem de erro. Isto no quer dizer que estivessem livres do fracasso de entender a prpria mensagem. O fato de os profetas algumas vezes fracassarem em entender a mensagem que eles mesmos traziam ao povo, serve tambm para demonstrar que aquela mensagem vinha de fora, de Deus, e que, portanto, no partia da vontade pessoal deles. Daniel, por exemplo, certa vez teve uma viso e logo em seguida declarou que no entendia o significado daquilo tudo (Dn 12.8,9). Zacarias, por sua vez, teve vrias vises com mensagens para o povo, mas precisou que um anjo o auxiliasse na interpretao delas (Zc 1.9; 2.3; 4.4). Pedro nos informa que os profetas que apresentavam a mensagem a respeito dos sofrimentos e glrias de Cristo, com freqncia investigaram os detalhes disso, para poder entender com mais clareza (I Pe 1.10,11). No devemos nos esquecer que o ato de fazer lembrar e entender a vontade de Deus para a nossa vida atribuio do Esprito Santo. Como vimos, Ele atuou no passado na mente e no corao de homens e mulheres de Deus e hoje o faz iluminando nosso entendimento para entendermos o que a Bblia diz, com suas aplicaes prticas para a vida diria. E mesmo que em certas ocasies o Esprito nos faa compreender o sentido das Escrituras independente de uma pesquisa prvia, via de regra as coisas no funcionam desse modo, at porque, normalmente, o Esprito de Deus nos orienta atravs dos recursos da hermenutica. Alm disso, a uma pesquisa diligente no intuito de se entender o que lemos, deve-se unir a orao como expresso de uma vida dependente do Esprito. E assim, como dizia Lutero, oremos como se tudo dependesse de Deus e trabalhemos como se tudo dependesse de ns mesmos. 3.2. O Esprito Santo e o Crculo Hermenutico 1. O Crculo Hermenutico Esta ltima parte do nosso trabalho (O Esprito Santo e o Crculo Hermenutico) o resultado natural de tudo que vimos at aqui. a aplicao prtica do Esprito Santo no processo

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hermenutico dentro do chamado crculo hermenutico. O que o crculo hermenutico? Como poderamos represent-lo e defini-lo? Graficamente podemos representar o crculo hermenutico desse modo:

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Embora os estudiosos no neguem a importncia do Esprito Santo no crculo hermenutico, poucos enfatizam a centralidade Dele. Ren Padilla, por exemplo, diz que "a iluminao do Esprito indispensvel no processo interpretativo"11 e que "urgente a necessidade de uma leitura do Evangelho desde cada situao histrica particular, debaixo da direo do Esprito Santo".12 Entretanto, quando Padilla representa graficamente o crculo hermenutico omite a pessoa do Esprito. Esta omisso tambm evidente no artigo de Daniel S. Schipani (Crezcamos en todo ... en Cristo en Misin en el Camino, p. 127).13 Um dos ensaios, dentre os que encontrei, que abordam com mais nfase a pessoa do Esprito Santo no crculo hermenutico The Role of the Holy Spirit in the Hermeneutic Process: The Relatioship of the Spirit's Ilumination to Biblical Interpretation do Dr. Fred H. Klooster em Hermeneutcs, Inerrancy and the Bible, pp. 451-472. Nosso objetivo neste captulo tentar apresentar , de maneira prtica, o relacionamento do Esprito Santo no crculo hermenutico, visto que Padilla e Schipani no dizem quase nada sobre o Esprito e Klooster, apesar de falar muito sobre o Esprito Santo no processo hermenutico, no vai alm do campo terico e da teologia. E agora, uma vez que o Esprito Santo est no crculo, ligado aos quatro elementos hermenuticos e vice-versa, podemos definir o crculo hermenutico como a interligao mtua e dinmica na perspectiva que devemos ter (como intrpretes que devemos ser) da Bblia e da realidade histrica sob a tica e direo do Esprito Santo de Deus. Em outras palavras, a perspectiva que se tem de um elemento do crculo

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hermenutico afeta a perspectiva que se tem do outro. A compreenso da Bblia, a compreenso do contexto histrico e a compreenso do Esprito Santo, na perspectiva do intrprete, devem estar integradas mutuamente e no podem ser separadas. A interpretao de um incide na interpretao do outro, at porque neste caso o fator dilogo passa a ser, de certa forma, o segredo do sucesso do crculo hermenutico. O crculo hermenutico segue, ento, uma dupla direo, em que no somente o intrprete e o texto (como sugere Padilla, op. cit., p. 08), mas todas as partes dele esto em constante dilogo. Como o Esprito Santo se relaciona com os quatro elementos do crculo hermenutico? Faamos, ento, uma breve anlise do papel do Esprito Santo na dinmica do crculo hermenutico, a fim de entendermos com mais clareza o significado desse processo. 2. O Esprito Santo no Crculo Hermenutico Por uma questo de didtica e propsito achamos por bem abordar, j no captulo anterior desse trabalho, a relao do Esprito Santo com a Bblia e o intrprete numa perspectiva mais teolgica. Agora, passaremos a tratar, no somente destes ( Bblia e intrprete), mas de todos os elementos do crculo hermenutico numa perspectiva de misso integral, como acreditamos ser o principal objetivo do Esprito Santo no processo hermenutico. a. O Esprito Santo e a situao histrica do intrprete No se pode negar de forma alguma que todo intrprete, quer seja da Bblia, quer seja da vida de um modo geral, fruto de sua poca, influenciado por todos os fatores e ditames do seu tempo. No que se refere Bblia, em especial, milhares de anos e circunstncias culturais separam o intrprete das Escrituras Sagradas. O Esprito Santo sabe e compreende estas diferenas. D ao intrprete a liberdade de se aproximar da Palavra de Deus com todos os seus pressupostos, embora no lhe d o direito de fazer com que a Bblia diga o que ele gostaria que ela dissesse. Repitamos novamente as j citadas palavras de Ren Padilla: "O esforo para deixar que as Escrituras falem, sem impor-lhes uma interpretao elaborada de antemo, uma tarefa hermenutica obrigatria de todo intrprete, seja qual for sua cultura".14 A Bblia a voz do Esprito ao povo de Deus. E somente direcionado pelo Esprito, mediante a Palavra, que o interprete se tornar profeta e portador fiel da mensagem do Esprito Santo de Deus. b. O Esprito Santo e a cosmoviso do intrprete Nada melhor do que o prprio intrprete para interpretar a realidade em que vive. Na perspectiva de sua cosmoviso ele pode aplicar os princpios bblicos realidade que v e sente, pois a sua misso no formular meras doutrinaes, mas extrair da Bblia as aplicaes e implicaes prticas da s doutrina para seu povo. A menos que se prejudique o significado original das Escrituras, a cosmoviso do intrprete vlida e sustentada pelo Esprito Santo. A Bblia no seria o que , como Palavra de Deus, se no fosse aplicvel em todas as pocas por quem vive a vida no seu prprio contexto. "O propsito do processo interpretativo a transformao do povo de Deus em sua situao concreta".15

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O Ministrio do Esprito Santoc. O Esprito Santo e a Bblia O Esprito Santo o mediador do dilogo entre as Escrituras e o contexto histrico contemporneo. A Bblia fala hoje porque a voz do Esprito de Deus. O Deus que falou no passado continua falando hoje em dia a toda a humanidade, atravs das Escrituras. A mensagem bblica de transformao do indivduo e da sociedade, mediante a vocao de homens e mulheres para proclamarem o evangelho de Jesus Cristo aos homens e mulheres do nosso tempo, a dinmica do Esprito Santo. d. O Esprito Santo e a Teologia O Esprito Santo a fonte de toda teologia bblica sadia. E para que uma teologia seja verdadeiramente bblica, e expresse a mente do Esprito, precisa ser, necessariamente, uma teologia de contexto, como costumava enfatizar Orlando Costas em seus livros e artigos16. A teologia deve ser o resultado de uma interpretao fiel da Bblia, pois s assim tocaremos o corao do povo. E esse deve ser o nosso maior objetivo: fazer uma teologia que toque o corao do povo. Uma teologia que atenda os anseios e necessidades do indivduo e da sociedade. Uma teologia que nos faa compreender que o Deus transcendente tambm o Deus imanente que tem cuidado de ns, em todos os nveis imaginveis.

OS ELEMENTOS DO AZEITE - 1TEXTO BSICO: EXODO 30:22-33 Com respeito a tudo relacionado com a construo do tabernculo a descrio de Moiss No omitiu a nada.Deus deu instrues especficas. Quando tratou da Santa Uno, lhe foi dado os nomes das especiarias, o peso de cada uma e maneira como haveria de misturar com o azeite de Oliva. O azeite da Santa Uno, era uma composio de quatro especiarias finas que seria misturada com o azeite de oliva. Com ela Aaro e seus filhos foram consagrados ao sacerdcio, bem como todos os utenslios do tabernculo foram ungidos. 1 O AZEITE DE OLIVA: O azeite de oliva era a base principal para o azeite da Santa Uno. Alm de ser bem conhecido e abundantemente colhido em Israel o azeite de oliva tinha tambm muitas outras finalidades ou usos.

A ALIMENTOS: Os hebreus consideravam o azeite de oliva como um dos principais alimentos. B COSMTICOS: Os judeus usavam-no para o cuidado da pele. Ungiam o corpo logo aps o banho. C FUNERAL: Ungiam os mortos, provavelmente como um anti-sptico.

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D MEDICINAL : Usava-se para controlar inchao e a febre. E LUZ : Era usada a noite para iluminao. Usava-se nas lmpadas. F CERIMONIAL: povo de Israel o misturava com farinha em uma composio que era oferecida em seus sacrifcios . Reis, Sacerdotes e Profetas foram ungidos com azeite. O azeite de oliva um tipo e figura o Esprito Santo. 2 O AZEITE DA SANTA UNO: A INGREDIENTES: E falou mais o Senhor a Moiss , dizendo: Tu pois toma para ti da mais pura MIRRA quinhentos ciclos, e de CANELA aromtica a metade, a saber, duzentos e cinqenta ciclos, e de CLAMO aromtico duzentos e cinqenta ciclos, e de CSSIA ,quinhentos ciclos, segundo o ciclo do tabernculo ou Santurio, e de AZEITE DE OLIVA um him. E disto far o azeite da Santa Uno, o perfume composto segundo a obra do perfumista; este ser o AZEITE DA SANTA UNO (Ex. 30:22-25). Os ingredientes eram quatro o seu nmero: MIRRA, CANELA, CLAMO e CSSIA, que eram misturados com a base principal, AZEITE de OLIVA o elemento que mantinha a fragrncia . O fato de que eram especiarias finas, indica que eram de excelentes qualidades e de fragrncia excepcionai.

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MIRRA = Sacrifcio A mirra era uma seiva que vinha de uma planta pequena da famlia terebin a seiva era extrada do tronco. Saia ou espontaneamente ou por meio de cortes com um instrumento agudo ou por meio de golpes.

CANELA = Manifestao de cimes No existe dvidas que esta especiaria a mesma canela que ns conhecemos hoje. Vem da casca de um arbusto que est sempre verde da famlia laurel . A fragrncia da canela doce e agradvel ao paladar. usada em grande parte para dar sabor a vrios tipos de alimentos . A palavra canela tem duas origens : Kinna, que significa Zelo ou ciumes, que tem o sentido de encendiar, queimar ou despertar ciumes, e da palavra Mina , que significa Forma ou apario. Em outras palavras o aparecimento do ciume ou ainda APARECIMENTO DA CONVICO. Outro aspecto que temos que assinalar o fato que este arbusto esta sempre verde, quer dizer que no passa pelas temporadas em que caem as folhas; no deixa de dar frutos. CLAMO AROMTICO = Perseverana A palavra hebraica tem o sentido de Cana e tem o sentido de Estar em p. Cresce em terreno lodoso , e sua fragancia adiquirida por meio de pancadas e golpes. CSSIA = Humildade A palavra Cssia, significa Inclinar-se, em humilhao e adorao. Este o significado porque a uno no para tornar-se soberbos e orgulhosos. Muito pelo contrrio a uno requer humildade. B APLICAO: Temos o batismo do Espirito Santo, mais como o azeite, no tem perfume. O perfume provm da Mirra, Canela, Clamo e Cssia.

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MIRRA: Fala-nos de sacrifcio

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CANELA: Fala-nos de convico CLAMO: Fala-nos de perseverana CSSIA: Fala-nos de humildade

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A SANTA UNO NA IGREJA

A figura do sacrifcio de nossos corpos que mencionado por Paulo tem como modelo os corpos das vtimas que ream oferecidas no antigo sistema de rituais religiosos dos judeus. Mas a diferena que aqules eram sacrificios mortos, no entanto o nosso sacrificio vivo, com cheiro da vida, e cheio de energia para fazer a vontade de Deus. Nos somos o sacrificio que Agrada A Deus. Os sacrificios dos pagos nunca traziam mudanas na vida daqueles que os ofereciam, na verdade estes sacrificios em s j eram pecados. Os sacrificios de Israel, muito ao contrario, ensinavam a praticar a santidade ao Senhor. Mas com o passar do tempo, o povo de Israel davam mais valor aos sacrificios do que as atitudes daquele que sacrificava. Por este motivo disse David: Porque te no comprazes em sacrificios, seno eu os daria; T no te deleitas em holocaustos. Os sacrificios para Deus so o espirito quebrantado; a um corao quebrantado e contrito no desprezars Deus ( Sl. 51:16-17 ). Quando osacrificio e o corao ntegros so oferecidos a Deus aquilo que est bem, fica melhor ainda, e o que mau, isto eliminado. Muitos entregam a Deus um sacrificio parcial. So dominados por sentimentos os quais so inconsistentes com o esprito e preceitos de Deus. Abrao o que tinha de melhor entregou a o Senhor, ou seja seu filho Isaque, mas tambm entregou o pior, Ismael, que tambm era seu filho ; em ocasies diferentes mais ambos tiveram que ser colocados no altar para o sacrificio. Isaque permaneceu, mais Ismael teve que ser eliminado. Deus deseja que tanto o melhor como o pior sejam apresentados para o sacrificio. Caso contrrio, como poderas eliminar o mau que existe em tua vida ? CONCLUSO: O azeite , na verdade contem muito mais que a Uno da plataforma ou os louvores e cantos congregacionais ou coletivos. Estes elementos da uno, chamado convico, funciona quando estamos sozinhos ou quando ningum esta nos observando. A convico D-nos o carater Cristo que a uno d-nos quando estamos fora dos templos e enfrentamos aos desafios que diariamente nos vem. Na prxima lio falaremos da canela.

A MIRRA = sacrifcio ( Rm. 11:33; Rm. 12:2 )

OS ELEMENTOS DO AZEITE - II

Texto Bsico: Exodo 30:22-33 Na lio anterior tomamos conhecimento que a uno era compostas de elementos misturados com azeite de oliva. O azeite de oliva era a base neutra, que em s no tinha perfuma, mais continha qualidades que ajudavam a preservar a mistura dos elementos e criava condies para que estes elementos acrescidos manifestassem seus perfumes e demais qualidades:

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Sua aplicao foi comparada : MIRRA: com o sacrifcio CANELA: com a convico CALAMO: com a perseverana CSSIA: com a humildade Nesta lio estudaremos a respeito da Canela, ou as convices que a igreja deve manter firme e inaltervel. B CANELA CONVICO Esta especiaria fala-nos de convico, o aparecimento do zelo, ciumes, ou cuidado imutvel. Desejamos a uno, mas em certos momentos nossas convices so muito mutveis, como as estaes do ano. As vezes na sombra, outra hora na luz, as vezes somos fervorosos ( quentes ), e logo somos gelados ( frios ). muito bom louvar a Deus com liberdade e sem reservas, mas juntamente com esta liberdade deve reinar a firmesa de nosso caminhar todos os dias com o Senhor Jesus. A uno poderosa quando no mudam as convices com as dificultosas mudanas de tempo ou de ambiente e as provas que sobreveem as nossas vidas.Os profetas foram grandes pregadores, porque nem os amigos, familiares e reis conseguiram faz-los mudar suas convices . Desejamos a uno mais temos deixado nosso primeiro amor. Temos abandonado aquilo que foi a ferramenta que formou a esta igreja. Disseram aqueles jovens hebreus ali na Babilnia: Eis que o Deus a quem ns servimos, que nos pode livrar; Ele nos livrar do forno de fogo ardente, e da tua mo h rei. E se no fica sabendo h rei , que no serviremos a teus deuses nem adoraremos a esttua de ouro que levantaste . ( Daniel 3:17-18 ). Como aconteceu no passado, tambm nos dias de hoje , sempre tem existido uma presso no pequena para que vivamos como as demais pessoas. Estamos sempre sendo pressionados a conformar-mo-nos e modelar nossas vidas ao ambiente onde estamos vivendo.O Senhor Jesus nos preveniu a este respeito quando orando disse: No peo que os tireis do mundo, mas que os livreis do mal. No so do mundo, como eu do mundo no sou. ( Jo. 17:15-16 ). E o apostolo dos gentios disse o mesmo. E no vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos pela renovao do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradvel , e perfeita vontade de Deus. ( Rm. 12:2 ) A ttica do inimigo no tem mudado. Continua com sua presso com o intuito de fazer aos filhos de Deus adotarem o modelo do mundo e no viver de acordo o modelo do reino de Deus. Nabucodonosor era egocentrico, estava to enamorado dele mesmo que mandou construir uma imagem de s mesmo, e ordenou que todos adorassem a mesma. Mas Danil e outros tres jovens hebreus recusaram-se a ajoelhar-sem diante da mesma. Ainda que vivia em Babilonia, Danil e seus companheiros decidiram que suas convices no seriam modificadas por influencia do ambiente onde viviam. Daniel assentou no seu corao no se contaminar... ( Daniel 1:8 ). A partir do momento em que Daniel manifestou suas convices, Satans lanou uma srie de provas para que o mesmo desistisse e negasse sua convico. O que nos leva a servir a Deus? A motivao de Danil comeou em seu corao, porque sempre ali que comea.

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O Ministrio do Esprito Santo1 CONVICO CONTRA A INFLUENCIA DA MSICA MUNDANA Nabucodonosor mandou trazer a sua orquestra para influenciar a adorao de sua imagem. Por que? O inimigo sabe muito bem que a msica influi em todo o mundo. A igreja tem sua msica, o diabo tambm tem a sua. Quem d ouvido as msicas do inimigo, cedo ou tarde estar curvado perante as imagens de Babilonia ( Mundo ). Para isto no acontecer, se faz necessrio ter fortes convices para guardar-se incontaminado destas influencias. 2 CONVICO CONTRA A PRESSO SOCIAL ( Dn. 3:7 ). Todos, ao ouvirem a msica adoravam a imagem. As presses sociais existem porque em nosso meio ambiente existem aqueles que fazem de tudo porque... TODOS o fazem. Isto est bem patente na juventude. em seu vesturio, sua maneira de falar e suas atitudes nem sempre condizentes com a Palavra de Deus. 3 CONVICO POSTA A PROVA DE FOGO ( Dn. 3:15-18 ). Uma das armas favoritas que o inimigo gosta de usar para que a nossa convico seja provada o escarnio, fazendo-nos assim espetculo pblico. Ele pratica com nossos jovens nas escolas e com aqueles tres jovens hebreus e todos os que ali estavam viram-nos serem levados e lanados no forno ardente. Eles no entantoforam livres do forno, e sabem porque? Porque tinham convico. Sabiam em quem tinham crido. 4 CONVICO E CONFIANA NO PODER DE DEUS ( Dn. 3:15-18 ). Era to grande a confiana que eles tinham no poder de Deus, que mesmo ante a ameaa do forno ardente, eles responderam: No necessitamos de te responder sobre este negcio... (Dn. 3:16 ). O negcio aqui citado era a ameaa aos tres hebreus, e ele consideraram que no merecia ateno, por isso recusaram-se a dar respostas . Em outras palavras quiseram dizer: Temos coisas mais importantes a fazer do que respondermos sobre este assunto.

Sempre teremos ameaas deste tipo: Se no fizerdes isto ou aquilo, te acontecer isto. Estas coisas sempre acontecem para por em dvidas nossas convices no poder de Deus. No percamos tempo, procurando responder as ameaas que o mundo nos faz.

5 CONVICO DE QUE DEUS TUDO PODE ( Dn. 3:15-18 ). A fragancia desta especiaria exala um excelente perfume quando manifestamos este tipo de f ... o nosso Deus, a quem servimos, que PODE ... ( v,17 ). Deus sempre PODE , seja adversidade , abandono, pobresa ou enfermidade. Ele sempre PODE . E quando esta convico muda com as variaes do tempo, e perguntamos como perguntou Israel , ... Poder Deus porventura preparar-nos uma mesa no deserto ? ( Sl. 78:19 ). Quando isto vem a acontecer sofremos como tambm sofreu Israel, e da mesma forma tambm morreremos no deserto.

6 CONVICO DE SEGUIR INCONDICIONALMENTE ( Dn. 3:15-18 ) Aqueles jovens hebreus disseram: Eis que o nosso Deus, a quem ns servimos , quem nos pode livrar ... E , seno, fica sabendo rei, que no serviremos a teus deuses nem adoraremos a estatua de ouro que levantaste. ( Dn. 3:17-18 ).

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Pelo fato de que em certas ocasies Deus NO nos tenha livrado de enfermidades ou perigos, no quer dizer que Ele no pssa faze-lo. A histria da igreja est repleta de exemplos nos quais houve casos em que Deus no livrou aos seus de perigos ou danos ( Hb. 13:35-40 ), porque Deus, mesmo que tudo PODE, nem sempre deseja faz-lo. Desta forma entendeu aquele leproso que aproximou-se do Senhor e disse: Se quizerdes, bem, podes limpar-me. Em outras palavras, no o fato de PODER, e sim o de QUERER. Por que? Porque Deus soberano, e Ele faz como quer. Nem sempre nos livra da diabete, de um cancer ou de um acidente. Ele pode, mas nem sempre o faz. Pelo fato de no nos livrar, no quer dizer que no pode. E se pelo fato de no fazer nos traz dvidas quanto ao poder de Deus, ento no o estamos servindo porque o amamos, estamos servindo por causa dos benefcios.

O Ministrio do Esprito Santo

CONCLUSO Ento o azeite contm muito mais que UNO DE PLATAFORMA ou os louvores, cantos coletivos e congregacionais. Este elemento da uno, a convico, funciona quando estamos ss, ou quando esto nos observando. A convico nos d o carter de um verdadeiro cristo que manifesta a Uno, mesmo quando estamos fora do templo e enfrentamos os desafios que diariamente nos dirigem.

TEXTO BSICO: xodo 30:22-33. Nesta lio continuaremos a estudar sobre os elementos do azeite da Uno. Agora estudaremos o Clamo e a Cssia. Repassemos e respondamos as seguintes perguntas. 1 A mirra fala-nos de ________________________________. 2 A canela fala-nos de _______________________________. 3 O Clamo fala-nos de______________________________ 4 A Cssia fala-nos de _______________________________. Clamo perseverana Pelo fato de que esta especiaria nascia e vivia em lugares lodosos, isto vem a nos ensinar que a uno permanecer sobre aqueles que vieram do lodo, do pecado, que so agredidos a semelhana de pancadas, mas quanto mais espancado, mais perfume exalam, e o mais. Importante que apesar de ser nativo do lodo (pecado), e de receber inumerveis espancamentos, permanecem em p, sem cair como seria o desejo de muitos v-los assim. Este aspecto da Uno mostra-nos que no devemos vacilar em nosso caminhar dirio com Deus. Existe muito que somente so cristos aos domingos, nas confraternizaes ou durante os avivamentos. Quando aparecem os desprezo, as zombarias e as presses das influencia diablicas, fogem do campo de batalha, acovardam-se. O Senhor advertiu-nos sobre os tempos em que a perseverana minguaria: E por se multiplicar a iniqidade, o amor de muitos se esfriar. Mas aquele que perseverar at o fim ser salvo (Mt. 24:12-13). Ainda que este texto seja aplicado para o perodo da grande tribulao, pode ser aplicado nos nossos dias.

OS ELEMENTOS DO AZEITE - III

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O Ministrio do Esprito Santo1 O PECADO A cada dia cumpre-se esta profecia, porque o tempo est prximo. Que um esprito de friagem tem entrado na igreja, isto no se pode negar, e a causa? a de sempre pecado. Lutamos contra as foras da propaganda da Nova Era. Este movimento que tem por base o ocultismo e o humanismo. O ocultismo expresso com idias e crenas da reencarnao, meios de comunicao com espritos imundos e a egolatria, isto , adorao ao prprio ego, etc. Ao passo que o humanismo trata de enfocar o ilimitado potencial do ser humano, e seu sistema tico centralizado na responsabilidade e ateno unicamente para o EU. 2 O EFEITO DO CRESCIMENTO DO PECADO NO CRISTIANISMO O amor de muitos esfriar.... E por se multiplicar a iniqidade....

Uma vida que tem o amor do Senhor por apoio esta a fiel imagem de um cristo. Ele ama ao Senhor de todo o corao, alma e esprito. Aquele que se esfria, exatamente o que se ocupa com o pecado e os pecadores, so simpticos e praticantes da obra da carne. 3 PERSEVERANA Mas aquele que perseverar at o fim ser salvo

Esta especiaria desprendia seu perfume excelente, apesar do lodo onde vivia e as agresses recebidas (pancadas), permanecia em p, no caia. Perseverar AT O FIM no ser possvel at que persistente e fortemente nos dediquemos ao Senhor, no anelo de sermos por Ele seguro e assim garantimos o permanecer em p. D CSSIA humildade (Is. 66:1-2; Fp. 2:5-11). Desde o jardim do den, o homem sente ambio pela promoo pessoal. Estas palavras descer, diminuir, perder e morrer transmitem mensagens de carter negativo as mentes das pessoas a quem so dirigidas. A natureza humana tem tendncia de exaltao e orgulho, mas esta especiaria que a Cssia, faz-nos lembrar da humildade. Ns os seres humanos lutamos para sermos suficiente maduro para receber completamente os valores que o Apstolo Paulo deixou registrado em sua carta aos Filipenses. Podemos ser grandes mestres, eloqentes ensinadores que tenha respostas para tudo e nunca ter o corao cheio de valores contidos nesta passagem bblica. 1 O SENTIMENTO DE CRISTO ... haja em vs o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus....

Que sentimento este? Que mentalidade ou atitude de Cristo deve haver em ns? Aquilo que contrrio ao nosso sentimento. Sua mentalidade, seu sentimento, sua postura, foi sempre de humilhar-se. Foi sempre humilde, a tnica humildade. O Senhor desceu sete degraus.

Que, sendo em forma de Deus, no teve por usurpao ser igual a Deus,... E achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente at a morte, e morte de cruz.

Pr. Wagner Teruel

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O Ministrio do Esprito Santo2 Onde Ele estava, que comeou a descer? Estava no alto. Jesus no era o assistente de Deus, Jesus no era o Vice-Presidente de Deus, Jesus o prprio Deus, Ele o verdadeiro Deus. Ele o verbo que se manifestou em carne, Ele nunca foi a segunda pessoa da santssima trindade. O Senhor Jesus comeou a descer, quando Ele deixou a sua forma de Deus para assumir a forma de homem. No existe uma posio mais alta e sublime do que a forma de Deus. O Deus Todo Poderoso, Rei do universo. No teve por usurpao ser igual a Deus. No considerou sua posio de ser Deus, como uma usurpao. Como podemos entender o impacto deste fato? Jesus o Deus Todo Poderoso, no entanto, Ele voluntariamente, abriu mo desta posio que somente Ele digno e desce para ajuntar-se aos seres humanos, e assim ter companheirismo com o homem dando seu primeiro passo neste sentido. Quantos de ns estamos dispostos a abrir mo de nossas prerrogativas e privilgio? A maioria de ns os humanos comearamos a gritar e a gesticular histricos e apavorados se tivermos que abrir mo das posies invejveis, porque somos por natureza egostas e seres que pensam somente em si mesmos. Motivos pelos quais estamos por demais apagados a nossas posies, prerrogativas e ttulos. Mas aqui podemos ver ao Senhor Jesus, aquele que s Ele tem o direito a todos os privilgios de sua Divindade, como a Honra e a Glria, Louvor e Aes de graas etc... Que por todos os lados ecoavam as vozes dos se